sexta-feira, 18 de maio de 2012

Escola Sabatina: Vislumbres do nosso Deus – Lição 11 Deus como artista

 

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Lição 11 de 10 a 17 de março

Deus como artista

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Js 9–13

VERSO PARA MEMORIZAR: “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no Seu templo” (Sl 27:4).


Leituras da semana:
Is 64:5-8; Sl 51:10; Hb 8:1-5; 1Cr 23:5; Rm 11:33-36; At 9:1-22

Pensamento-chave: Deus como artista? O que significa isso? E o que isso significa para nós?

Até aqui, estudamos vários aspectos do Senhor: a Trindade, a santidade de Deus, e Deus como redentor. Há uma imagem de Deus nas Escrituras, no entanto, que raramente recebe atenção, isto é, Deus como artista.


Muitas pessoas afirmam que não têm interesse em arte. Muitos cristãos conhecem pouco sobre isso. Eles podem conhecer o que desejam, mas isso nada mais é do que conhecer a si mesmos. Outros reconhecem que a arte existe, mas nunca consideram seu valor ou relevância. Muitas vezes, o cristianismo tem sido contraditório a respeito das artes. Às vezes, as artes têm sido denunciadas como irreligiosas e perversas; outras vezes, a estética tem se tornado uma “religião” secular, com verdadeiros devotos. Há também muitos escritores cristãos, mas eles raramente tentaram relacionar o conceito de “beleza” com as principais doutrinas cristãs.


“A beleza é a verdade, a verdade a beleza”, escreveu o poeta John Keats. Embora Keats tenha certamente exagerado, Deus é realmente a verdade, e a verdade é bela. A própria criação atesta o fato de que Deus é artista e amante do que é belo.


Dia 24 de março vem aí! Impacto Esperança! Dia de entregar o livro A Grande Esperança, revelação da volta de Jesus.

Domingo

Ano Bíblico: Js 14–17


Deus como oleiro

“Contudo, Senhor, Tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; Tu és o oleiro. Todos nós somos obra das Tuas mãos” (Is 64:8, NVI).

1. Qual é a primeira vez em que a Bíblia revela Deus mostrando Suas habilidades em trabalhar com o “barro”? Gn 1:26, 27,31; 2:7

ABíblia começa com Deus criando os primeiros seres humanos a partir “do pó da terra”. De fato, a palavra hebraica para “homem”, adam, está intimamente ligada à palavra hebraica para “terra”, que é adamah, um vínculo linguístico que reforça a incrível verdade sobre a habilidade de Deus como “oleiro”. Ele realmente nos formou do pó da terra. É difícil imaginar como um ser humano, com sangue, ossos, pele, nervos e todas as incríveis partes do nosso corpo, poderia ter sido formado a partir do solo. Nossa existência é um milagre que está além da compreensão humana.


Embora a figura do “oleiro” esteja correta, no sentido de que o Senhor usou o barro para nos criar, em outros sentidos (como ocorre com a maioria das imagens que procuram explicar a obra e o poder de Deus), dificilmente essa figura faz justiça à Sua criatividade e arte. Afinal, que oleiro pode tomar o barro e transformá-­lo em um ser vivo, capaz de respirar?

2. Que lições podemos aprender com a imagem de Deus como oleiro? Como aplicar essas lições na nossa vida? Jr 18:3-10; Is 64:5-8; Sl 51:10

Entre os conceitos revelados nesses versos está a ideia de que somos totalmente impotentes diante do poder de Deus. Em certo sentido, somos como o barro nas mãos do oleiro. O oleiro, não o barro, está no comando.


Ao mesmo tempo, Deus está trabalhando para recriar em nós Sua imagem. Por mais que o Senhor tenha interesse pela Sua criação física, quanto mais interesse Ele tem pela beleza do que pode fazer em nós? Devemos nos entregar, morrer para o eu e cooperar com o Senhor, que procura nos recriar e restaurar, tanto quanto possível, à beleza original que já tivemos, nos aspectos espiritual e moral. Claro, a aparência exterior pode ser bonita, mas a beleza interior é o que realmente importa.

O escritor russo Fiódor Dostoiévski criou um personagem fictício que tinha, como disse Dostoiévski, beleza interior. Qual é a sua ideia de beleza interior? Que coisas em sua vida se aproximam desse ideal? Que coisas não se aproximam?


Ore pelas pessoas que receberão um exemplar do livro A Grande Esperança. A mega distribuição envolverá oito países da América do Sul, no dia 24 de março.

Segunda

Ano Bíblico: Js 18–21


Deus como arquiteto

Depois que Deus libertou os israelitas da escravidão do Egito de maneira dramática, Ele os trouxe ao Monte Sinai. Ali, Ele uniu o povo a Si mesmo, numa aliança sagrada.

3. Entre todas as variadas instruções que Ele deu ao povo, como a beleza foi incluída? Êx 25:1-9

A primeira metade do livro de Êxodo descreve a miraculosa libertação de Israel do Egito. A segunda metade do livro trata de assuntos que incluem a beleza. As instruções divinas de Êxodo 25:1-9 são seguidas por Êxodo 25:10–31:11, com o projeto divino para a tenda do santuário portátil, seus utensílios e as vestes sacerdotais. De Êxodo 35:1 até o fim do livro (Êx 40:38) são encontradas as divinas descrições detalhadas, juntamente com o registro de sua exata execução. Esse registro inclui muitos detalhes ligados à arte.


Essa coleção de detalhes é leitura entediante para muitos cristãos modernos. Mas Deus Se agradou não apenas em apresentar essas muitas instruções aos escravos recém-libertados, mas também em incluí-las nas Escrituras.


Nos primeiros cinco livros da Bíblia, há quase cinquenta capítulos que registram as precisas orientações divinas a respeito de um belo santuário. Ele não apenas apresentou o projeto arquitetônico, mas também as instruções exatas sobre os utensílios.


É significativo que no Monte Sinai, Deus tenha dado não somente o Decálogo, Suas instruções para a obediência na aliança, mas também instruções específicas de como elaborar uma estrutura esplendorosa envolvendo quase todo tipo de habilidade artística.


Deus foi o arquiteto de tudo isso, mesmo inspirando os artesãos na elaboração dos detalhes minuciosos de decoração. Nada foi deixado para a imaginação humana. Nos primeiros cinco livros de Moisés, há mais capítulos sobre o planejamento e a consequente edificação do santuário e seus utensílios do que para qualquer outro assunto.

4. Qual foi o modelo utilizado para a construção do santuário terrestre? O que isso nos diz sobre o amor de Deus pela beleza? Êx 25:9; Hb 8:1-5

Se o santuário terrestre foi apenas uma “sombra” do celestial, é difícil até começar a imaginar o tipo de beleza que deve existir no verdadeiro santuário, feito pelo próprio Deus.

Por que era importante que o santuário fosse tão bonito? Talvez para dar ao povo um senso de temor diante do poder e grandeza de Deus? Talvez para ajudá-lo a sentir a própria necessidade diante de tamanha grandeza? Como uma compreensão maior da glória do santuário pode nos ajudar a entender o caráter de Deus em contraste com nossa própria natureza terrena e pecaminosidade?


No dia 24, você poderá doar sangue no projeto Vida por Vidas e aproveitar para entregar o livro A Grande Esperança.

Terça

Ano Bíblico: Js 22–24


Deus como músico

“Quatro mil porteiros, e quatro mil, para louvarem ao Senhor com os instrumentos, que eu fiz para o louvar, disse Davi” (1Cr 23:5, RC).

Tente imaginar a cena acima: quatro mil pessoas tocando instrumentos musicais em louvor ao Senhor. Esse deve ter sido um culto de adoração impressionante!


A expressão artística de Deus não se restringe às artes de representação. Nas Escrituras encontramos que, juntamente com a arquitetura sagrada, a liturgia de Israel foi inspirada pelo Senhor. Deus é também amante da bela música.

5. Como Davi descreveu a composição dos salmos que Israel usava na adoração? 2Sm 23:1, 2

Davi deixou claro que foi inspirado pelo Senhor ao escrever seus cânticos. Isso não quer dizer que o Senhor tivesse escrito as palavras e as músicas para ele, mas significa que o Senhor Se importava com o tipo de música que era tocada. Caso contrário, por que Ele Se preocuparia em inspirá-la?

6. Qual foi o papel do Senhor na música utilizada nos cultos de adoração? 2Cr 29:25

No Antigo Testamento, quando a adoração no templo é relatada, a música é evidente e impressionante. Imagine, por exemplo, a atmosfera de adoração na descrição de 1 Crônicas 23:5. Quatro mil instrumentos! Não importando como essa música deve ter soado, certamente não era enfadonha nem árida!


É possível argumentar que as dimensões estéticas poderiam ser esperadas na adoração sagrada e que, ao longo da história, todas as nações têm demonstrado isso na adoração aos seus deuses. No entanto, unicamente Israel afirmou que o próprio Deus projetou cada aspecto de Sua adoração, incluindo arquitetura, utensílios, vestes sacerdotais e liturgia. Não pode haver dúvida de que a concepção artística é aprovada na Palavra de Deus. É contra o relato das Escrituras rejeitar a dimensão estética ou negar que ser um artista pode ser uma vocação relevante para o cristão.

Embora não tenhamos a música que acompanhava o culto israelita, ela deve ter sido bela e certamente deve ter elevado os corações ao Senhor. Como a música funciona em nossa igreja hoje? Como podemos ter certeza de que ela também conduz nosso coração ao Senhor, em lugar de nos impelir em outra direção?


Ore hoje para que você seja motivado a distribuir o livro que explica o destino final do mundo, A Grande Esperança.

Quarta

Ano Bíblico: Jz 1–3


Deus como autor

Faculdades seculares ministram cursos sobre a Bíblia como literatura. Eles a estudam, não porque acham que ela seja a Palavra de Deus, mas simplesmente por sua beleza literária.


Como cristãos, temos a bênção de não apenas desfrutar a beleza literária das Escrituras, mas de aprender as verdades sobre Deus reveladas na Bíblia. Sem dúvida, também a habilidosa construção das narrativas e da poesia, influenciadas pelo Espírito do Senhor (embora escritas por meio das palavras dos profetas de Deus), pode ajudar muito na compreensão da verdade contida na Bíblia.


Paulo, por exemplo, com seu complexo discurso teológico, regularmente intercalou sua teologia com poderosos recursos literários. Por exemplo, nos primeiros onze capítulos de Romanos, ele apresentou um abrangente relato do evangelho.

7. Qual gênero literário foi usado em Romanos 11:33-36? Que gênero literário foi usado antes desse ponto da carta de Paulo?

Como um alpinista que alcançou o cume de uma alta montanha, o apóstolo, que havia compreendido o vasto panorama da história da salvação, irrompeu em louvor. Antes de continuar a delinear as implicações práticas do evangelho, Paulo adorou o Senhor.


Paulo apresentou esse ritmo literário sutil várias vezes em suas epístolas e cartas: raciocínio teológico complexo, entrelaçado com louvor a Deus, antes de concluir com os conselhos práticos.


O livro do Apocalipse também está preenchido por um mosaico imponente de recursos literários, através dos quais Deus retrata a história da salvação. Grande parte do livro foi tirada do Antigo Testamento. O último livro da Bíblia tem um estilo muito diferente do que Paulo e os escritores dos evangelhos usaram. Ao contrário, somos dominados pela profunda exibição de estética, cuidadosamente estruturada em torno de sete cenas do santuário celestial, cada uma se iniciando com um acesso mais profundo para as cortes celestiais.


O livro do Apocalipse é uma extensa manifestação de estética. Deus poderia ter fornecido a João um documento histórico padrão para apresentar o curso da história da salvação. Em vez disso, encontramos impressionantes panoramas figurados, retratando a realização do grande conflito entre Cristo e Satanás, expandindo a imponente revelação apocalíptica dada anteriormente a Daniel e Ezequiel.

Imagine ler a Bíblia apenas como literatura. Realmente seria errar o alvo! O que aprendemos com o fato de que podemos ter a verdade bem diante de nossos olhos e ainda rejeitá-la?

Seja você também um soldado de Cristo na entrega do livro A Grande Esperança. O sonho da igreja é entregar um livro em cada casa. Envolva-se!

Quinta

Ano Bíblico: Jz 4, 5


Deus como escultor

Deus é também escultor, mas não está limitado ao granito ou mármore. Em vez disso, Ele esculpe nosso caráter. Ele pode tomar o pecador e moldá-lo, esculpi-­lo e trabalhar em seu coração até que ele reflita algo da glória do Céu. Deus tem dado ampla evidência dessas habilidades profundas. De capa a capa na Bíblia, encontramos Deus tomando pessoas que poderíamos desprezar como detestáveis e indignas e transformando-as em nobres seres humanos.

8. Jacó, Davi, Pedro e Paulo precisavam, por assim dizer, ser “esculpidos” espiritualmente? Que mudanças foram feitas na vida deles? Que outros personagens bíblicos também precisaram ser “esculpidos”? Gn 32:22-30; Sl 51; Lc 22:31, 32; At 9:1-22

Outro bom exemplo é o de Maria Madalena. “Maria fora... grande pecadora, mas Cristo conhecia as circunstâncias que lhe tinham moldado a vida... Fora Ele que a erguera do desespero e da ruína. Sete vezes ela ouvira Sua repreensão aos demônios que lhe dominavam o coração e a mente. Ouvira-Lhe o forte clamor ao Pai em benefício dela. Sabia quão ofensivo é o pecado à Sua imaculada pureza, e em Sua força vencera... Aquela que caíra e cuja mente havia sido a habitação de demônios, chegara bem perto do Salvador em associação e serviço... Ela esteve ao pé da cruz... Foi a primeira junto ao sepulcro, depois da ressurreição. A primeira a proclamar o Salvador ressuscitado” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 568).


A história da salvação é abundante na criatividade divina, que restaura nos homens e mulheres caídos a perdida “imagem de Deus”. O evangelho não é uma cirurgia plástica para embelezar o exterior, mas uma questão de orientação que transforma a vida, operando de maneira rápida e profunda em seu poder para limpar, moldar, e embelezar. O evangelho de Jesus Cristo edifica com criatividade, integridade e plenitude. Genuína renovação é o resultado da atuação de um poder interior, uma divina criatividade que restaura a beleza de uma vida caída e pecaminosa.

Esculpir envolve lapidar, polir e talvez até mesmo quebrar algumas partes. Que áreas em sua vida precisam ser esculpidas um pouco mais? Quanta resistência você apresenta durante o que nem sempre é um processo agradável?

O primeiro impacto precisa acontecer na sua vida. Deixe que o Espírito Santo o guie e o prepare para a grande entrega de livros no sábado.

Sexta

Ano Bíblico: Jz 6–8


Estudo adicional

Ele fez o infinito sacrifício não apenas para que o pecado pudesse ser removido, mas para que a natureza humana pudesse ser restaurada, embelezada novamente, reconstruída de suas ruínas e habilitada para a presença de Deus” (Ellen G. White, Manuscript Releases, v. 6, p. 11).


“Com que zelo e perseverança o artista trabalha a fim de passar para a tela uma perfeita semelhança de seu modelo; e com que diligência talha e cinzela o escultor, tirando da pedra a cópia do modelo que está seguindo! Assim devem os pais trabalhar para formar, educar e aperfeiçoar os filhos segundo o modelo que lhes foi dado em Cristo Jesus. Assim como o paciente artista estuda, trabalha e estabelece planos para tornar mais perfeito o resultado de seus labores, também devem os pais considerar tempo bem gasto o que é ocupado em educar os filhos para uma vida mais útil e prepará-los para o reino imortal. Pequena e sem importância é a obra do artista quando comparada à do pai ou da mãe. Um lida com material inanimado, no qual amolda belas formas; mas o outro trata com um ser humano, cuja vida pode ser amoldada para o bem ou para o mal” (Ellen G. White,
Orientação da Criança, p. 476, 477).

Perguntas para reflexão


1. Enquanto desenvolveu algo belo, você teve consciência de que o ato de desenvolver alguma coisa bonita é uma forma de refletir a “imagem de Deus”?


2. De que modo o mundo criado testemunha poderosamente não apenas do poder criativo de Deus, mas também da Sua maestria artística e amor pela beleza? Que coisas na natureza você acha realmente belas?


3. Quais são algumas das armadilhas da arte? Como podemos usar nossos dons artísticos de maneira que glorifique a Deus e faça avançar Seu reino?

Resumo: As habilidades de Deus como artista têm sido subestimadas. Seu mundo criado é muitas vezes apreciado, mas a expressão de Suas habilidades artísticas estende Sua grande capacidade muito mais longe. Deus deseja que os cristãos sejam uma fonte de “beleza” em um planeta escuro e agonizante.

Respostas sugestivas: 1: Ao criar o homem do pó da terra. Deus reconheceu que a criação era muito boa, uma verdadeira obra de arte. 2: Da mesma forma que o oleiro pode recriar o vaso de barro quebrado, Deus pode restaurar nossa vida arruinada pelo pecado e criar em nós um coração puro. 3: O modelo para construção do santuário de Deus envolvia materiais de valor, qualidade e beleza, de modo que Deus fosse glorificado. 4: O santuário apresentado por Deus a Moisés, com base no santuário celestial. 5: “O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a Sua Palavra está na minha língua”. Por isso seus salmos eram comoventes. 6: Deus ordenou, por intermédio dos profetas, a organização da música instrumental, executada pelos levitas na Casa do Senhor. 7: Poema de louvor e adoração; antes desse ponto Paulo usou o estilo de dissertação sobre a teologia da salvação. 8: Sim. Deus transformou Jacó (enganador) em Israel (prevalecer com Deus); Pedro negou a Jesus; Davi adulterou e Saulo perseguia a igreja, mas se arrependeram e permaneceram fiéis.

Resumo da Lição 11 – Deus como artista


Texto-chave:
Salmos 27:4


O aluno deverá...


Saber: Como os projetos de Deus, revelados no santuário, no mundo natural e em outras obras artísticas nos ajudam a compreender e apreciar Seu caráter.


Sentir: A beleza pela qual Deus ilustra Sua graça interior.


Fazer: Aceitar o direito divino de nos moldar, assim como o amor pessoal que o divino Oleiro demonstra ao nos transformar em vasos para Sua glória.


Esboço


I. Conhecer: O grande Projetista


A. O que a quantidade prodigiosa de atenção que Deus deu aos detalhes do santuário indicam a respeito de Seu caráter? O que isso nos ensina sobre a adoração?
B. Em quais ambientes o grande Projetista atua, e o que eles ensinam sobre o caráter do seu Criador?


II. Sentir: A beleza da santidade


A. Que aspectos da beleza de Deus – revelada na natureza, música, arquitetura da adoração e em Sua Palavra – ajudam a recriar nosso ser à semelhança de Deus?


B. Que ambientes nos ajudam a ser mais receptivos à influência de Deus?


III. Fazer: Somos os vasos


A. Às vezes, é fácil esquecer que somos os vasos que estão sendo moldados, e que não somos o Oleiro que está moldando. Qual é o benefício de permitir que Deus cumpra Seu papel como Oleiro?


B. O que podemos fazer para tornar mais fácil para Deus a obra de nos moldar?


Resumo: Deus, o grande artista, revelou Sua beleza através de muitas expressões artísticas. Uma das maiores entre essas expressões é o desenvolvimento de Sua semelhança em nosso coração.

Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: A lição desta semana focaliza a infinita capacidade criadora de Deus. Embora o pecado tenha arruinado a criação de Deus, ele não apagou a beleza da expressão criativa de Deus, encontrada nos reinos físico e espiritual.


Só para o professor: Ao conduzir a classe na discussão sobre a lição, examine a habilidade artística de Deus em contraste com a dos seres humanos caídos. Embora sejamos capazes de grandes realizações artísticas, estas ainda se tornam pálidas em comparação com as obras de Deus.


A arte é muitas vezes subjetiva. Os quadros de Monet comovem muitas pessoas. Entretanto muitas outras pessoas não entendem exatamente por que essas obras alcançam somas tão grandes nos leilões. Muitos já visitaram as cidades e se admiraram com a "arte" que pontilhava as áreas comerciais e praças.


Quando os seres humanos expressam seu poder criativo, a beleza realmente está nos olhos de quem vê. No entanto, quando Deus cria, poucos podem contestar a elegância e beleza de Sua obra, mesmo que eles não atribuam essa beleza ao Senhor.


Pense nisto: Peça que os alunos partilhem as coisas que eles consideram belas obras de arte. Depois da participação deles, peça que estabeleçam os critérios para o que pode ser considerado bonito e o que não pode.


Compreensão


Só para o professor: Ao estudar a seção Comentário Bíblico desta semana, focalize as soluções elegantes que apoiam a capacidade criadora de Deus. Em outras palavras, a criatividade divina não é expressa simplesmente para satisfazer Sua necessidade de ver beleza. A beleza criada por Deus sempre tem um propósito mais profundo que abençoa a humanidade e honra a Deus.


Comentário Bíblico


I. Uma necessidade universal


(Recapitule com a classe
Sl 27:4; Jr 18:3-10.)


Sempre que estudamos as passagens das Escrituras, o contexto se torna muito importante. No
Salmo 27, parece que havia sido negado ao rei Davi o acesso ao santuário de Deus. Ele havia sido excluído da beleza da adoração que alimentava em grande parte Sua conexão com Deus. Em bela forma poética, ele expressou sua confiança em Deus e resumiu seus desejos a uma necessidade principal: adorar a Deus em Sua casa, observar a beleza do Senhor, e meditar no Seu templo.


Qual beleza Davi queria ver na casa de Deus? O templo era um lugar de sangue e sacrifícios. Dificilmente poderia ser descrito como um quadro de beleza, mas Davi via beleza na provisão divina de perdão e restauração através das cerimônias do templo. Essa beleza havia sido a motivação de sua vida desde a infância. Ele a almejava.


Sabemos que o rei Davi desejava a beleza divina, mas Deus anseia por essa beleza? O estudo de domingo parece sugerir isso. Por exemplo,
Jeremias 18:3-10 parece sugerir que Deus anela ver Seu povo voltando à bela condição em que Ele o criou.


Pense nisto: Peça que alguém leia
Jeremias 18:3-10. Que palavras ou frases faladas por Deus captam melhor a forma pela qual Ele vê Seu povo? O que significa o fato de que o vaso que estava sendo formado pelo oleiro foi projetado para ser mais do que apenas um objeto decorativo?


II. O casamento da beleza com o propósito


(Recapitule com a classe
Êx 25:1-9; 1Pe 2:9.)


Compare, por um momento, a beleza incrível do santuário portátil no deserto com a construção formada por seres humanos, mencionada em
1 Pedro 2:9. Como O estudo de segunda-feira ilustra de modo encantador, Deus não deixou nenhum detalhe ao acaso na construção de Seu templo. O próprio Deus planejou tudo, selecionou todos os materiais, dirigiu a construção, inspecionou a obra e a abençoou quando acabada.


Deus poderia ser igualmente específico em relação às pessoas que ostentam Seu nome e alegam segui-Lo? Considere
1 Pedro 2:9, o chamado, muitas vezes citado, para sermos testemunhas de Deus no mundo. O povo de Deus é escolhido, real e peculiar, mas esse grupo é mais do que apenas um grupo de rostos bonitos. Eles devem "anunciar as grandezas dAquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz" (NVI). A palavra grandezas significa literalmente excelências ou perfeições, com ênfase nessas qualidades manifestadas ativamente nos atos. Isso é uma referência ao caráter glorioso de Deus, abundante amor e graciosa provisão para a salvação dos pecadores (Êx 34:6, 7). Deus adquiriu a igreja como Sua propriedade especial para que seus membros refletissem Seus preciosos traços de caráter na própria vida e proclamassem Sua bondade e misericórdia a todos os homens.


Pense nisto: Compare e contraste a beleza do santuário divino no deserto com toda a beleza que deve adornar o povo de Deus. Por exemplo, Deus foi muito específico sobre as vestes sacerdotais, que deviam adornar os que ministravam diante dEle. Deus é menos específico a respeito das nossas vestes atualmente? Como conciliar os padrões de beleza divinos com a ética do "venha como está” encontrada nas Escrituras?

III. Mais que uma canção


(Recapitule com a classe
1Cr 23:5; 2Cr 29:25; 2Cr 5.)


Adoração é um tema central na Bíblia. O grande conflito está totalmente relacionado com quem os seres humanos escolhem adorar. Talvez não existam dois livros na Bíblia que apresentem um quadro melhor da resposta de Deus à música de adoração do que 1 e 2 Crônicas.


Em
2 Samuel 23:1, 2 e 2 Crônicas 29:25, aprendemos que Deus dirigiu a escolha do rei Davi em relação à música. Isso impressiona você? Se Deus libertou uma nação do cativeiro, para que pudesse adorá-Lo e habitou no meio dela (Êx 25:8), por que ele não Se preocuparia com todos os aspectos da experiência de adoração?


Na consagração do templo construído por Salomão, Deus respondeu poderosamente a certos eventos na cerimônia de consagração. Quando a arca da aliança chegou, "os que tocavam cornetas e os cantores, em uníssono, louvaram e agradeceram ao Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros instrumentos, levantaram suas vozes em louvor ao Senhor e cantaram: ‘Ele é bom; o Seu amor dura para sempre’. Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus” (2Cr 5:13, 14, NVI). Esse tipo resposta dá um novo significado à frase "habitas entre os louvores” (Sl 22:3, RC), não é mesmo?


Pense nisto: A música na adoração continua a ser um dos assuntos mais polêmicos na igreja. Se temos o modelo da expressão musical nas Escrituras, por que há tanto rancor sobre o que é ou não apropriado na adoração? O que havia na música tocada na cerimônia de consagração do templo que atraiu a presença de Deus?


Aplicação


Só para o professor: Incentive os alunos a responder às perguntas de avaliação pessoal abaixo. Dê tempo aos que desejarem partilhar suas respostas.

Perguntas para reflexão


1. A beleza divina sempre foi propositada, significativa e enobrecedora. Se os seres humanos foram criados à imagem de Deus, por que temos dificuldades com nossa aparência? Até que ponto essa insegurança se deve às mensagens seculares sobre beleza, destituídas de base bíblica?


2. Leia o
Salmo 139. Por que Davi ficou tão impressionado com a criatividade divina? Considerando a incrível habilidade de Deus no ato de criar os seres humanos, como podemos nos tornar melhores administradores do nosso corpo?


3. O estudo de quinta-feira descreve os esforços de Deus para esculpir e refazer os seres humanos à Sua imagem. O que mais impede a Deus de terminar a obra em nossa vida? Que papel tem o Espírito Santo nesse processo?

Perguntas de aplicação

1. A lição desta semana deixa claro que a obra divina de esculpir pode ser dolorosa. Que aspectos de seu caráter você mais gostaria que Deus embelezasse? Você os apresentou a Ele?


2. Como você pode ajudar os outros a ver a beleza em si mesmos? Como você pode usar a Palavra de Deus para lhes mostrar quanto eles valem para o Senhor?

Perguntas para testemunho

1. Ellen G. White escreveu: "Jesus chamou os discípulos para que os pudesse enviar como testemunhas Suas, a fim de contarem ao mundo o que dEle tinham visto e ouvido. Seu encargo era o mais importante a que já haviam sido chamados seres humanos, sendo-lhe superior apenas o do próprio Cristo" (O Desejado de Todas as Nações, p. 291). Que beleza você vê na disposição divina de compartilhar uma responsabilidade tão elevada e nobre com seres humanos caídos? O que isso lhe diz sobre o que Deus vê em nós?


2. Que partes da Bíblia são mais belas para você? Selecione duas ou três entre suas passagens favoritas e partilhe com um amigo não cristão. Ao partilhar, destaque a maneira pela qual essas passagens o ajudaram em sua experiência.

Criatividade


Só para o professor: Distribua folhas de papel para os alunos. Em seguida, leia a citação de John Keat para eles. Faça a seguinte pergunta: Na Terra ou no Céu, o que é mais bonito do que a verdade? Depois que a classe responder essa questão, considere as implicações para os grupos de pessoas mencionados abaixo.

A introdução à lição desta semana cita um trecho do famoso poema de John Keat sobre beleza. A citação inteira diz o seguinte: "’A beleza é verdade, a verdade, beleza,‘ – isso é tudo/ Você conhece na Terra, e tudo você precisa conhecer." – Ode a uma urna grega.

Em João 14:6, Jesus declarou entre outras coisas que Ele é a verdade. Você entendeu isso? A verdade é uma Pessoa. Existe algo mais bonito, ou mais importante do que conhecer Jesus? Em termos gerais, como a vida dos seguintes grupos de pessoas pode ser influenciada, transformada e melhorada pela verdade apresentada por Jesus? 1. Órfãos; 2. Políticos; 3. Adolescentes; 4. Comandantes militares e soldados; 5. Os ricos; 6. Os doentes e moribundos; 7. Cônjuges; 8. Pais; 9. Pastores; 10. Advogados.

Comentário Lição 11 – Deus como artista

Introdução

Falar sobre os atributos de Deus deve sempre deixar a criatura maravilhada. Deus não apenas possui atributos diretamente identificados com aspectos religiosos, tais como santidade, pureza, verdade, imutabilidade, amor, etc. Nosso Deus é Deus de tudo! Assim sendo, Ele é o Deus perfeito em todas as esferas, imagináveis e inimagináveis do Universo. O Criador Se revela à criatura por aquilo que Ele faz e o que faz é perfeito. Sua criação foi perfeita e em todos os campos. Hoje, a despeito da existência do pecado que nos limita e que também se estendeu à criação, podemos observar o que Deus é. Mesmo que não O levemos em conta como Criador, Deus é perfeito em tudo e em todas as circunstâncias e conhecimentos. Ele é o Deus sem limites de tudo o que existe: astronomia, botânica, genética, informática, física, química, razão, lógica. É o Deus de todas as ciências, do macro e do micro, do que é reduzido e das maiores extensões. É o Deus de todas as áreas: esporte, medicina, direito, trabalho, família, lazer, descanso, etc. Ele é muito mais que o Deus da religião.

Onde quer que Deus Se manifeste, Ele sempre Se revela em perfeição. O que Ele faz é harmônico, pleno, equilibrado, de bem, cheio de graça, tem conteúdo e essência. NEle se encontram as perfeições éticas e estéticas. O que Deus faz sempre é belo, bom e perfeito. Como músico, é a essência da mais sublime melodia, das polifonias, dos acordes, dos harmônicos, das vozes, timbres, instrumentos, etc. Como artista plástico, Deus é e manifesta pureza, equilíbrio, sensibilidade, beleza, etc. Como médico, é o mais profundo conhecedor de todas as estruturas humanas. É o cirurgião dos milagres; é o neurologista que conhece todos os escaninhos do cérebro; é o geneticista que consegue decifrar (e determinar) as cadeias do DNA de cada ser vivo. É o arquiteto e engenheiro que consegue colocar em seus projetos todas as virtudes do prático, útil, funcional, estruturalmente equilibrado e simétrico. É o professor de todas as disciplinas e o único capaz de realmente compreender todas as ciências... Onde vamos parar? Não é possível limitar a extensão do conhecimento e ações de nosso Deus.

Tudo o que Deus faz não é somente necessário, proveitoso, conveniente e moralmente bom, mas é também estético e belo. Deus criou tudo e com beleza pura.

Mesmo que não consigamos definir com precisão o que é beleza, não implica que ela não esteja, em sua plenitude, nas obras divinas. Se há um lugar em que realmente existe o belo é nas ações criativas de Deus.

Nosso conceito de beleza poderá variar no tempo e depender da cultura. “A dificuldade de conceituar o belo acompanha a história da filosofia, desde a Grécia Antiga. ‘Toda beleza é difícil’, indica Sócrates.” Platão entendia a beleza de maneira subjetiva e sensorial. Para ele, beleza era o prazer gerado no observador pelas coisas belas. Expondo uma visão objetiva da beleza, Aristóteles afirmou que "as principais formas de beleza são a ordem, a simetria e a definição clara." De lá para cá, as definições de beleza têm pendularmente se alternado entre concepções subjetivas e objetivas.

O que é belo para uns é exótico para outros. Depende do que chamamos “gosto”. Ricos e pobres têm gostos diferentes. Brasileiros e ingleses têm percepções próprias do que é belo. A “Mona Lisa” (La Gioconda) retrata uma beleza romântica radicalmente distinta da sociedade consumista pós-moderna definida pela “magreza” feminina. Uma obra de Michelângelo passa por um juízo estético distinto de um quadro de Salvador Dali. De fato, o que define a beleza é a preconcepção filosófica adotada. O romanticismo medieval define e vê o belo diversamente do minimalismo contemporâneo. O que muda é a forma de pensar, a filosofia. No caldeirão filosófico do séc. 21, é tarefa complexa determinar o que é belo. Nunca foi tão verdade o ditado que diz que “há gosto para tudo”. Tomemos como exemplo apenas as manifestações musicais de nossos dias que variam do clássico ao funk neurótico e sensual.

Assim, o que é considerado bonito pode variar cultural, social ou historicamente, mas no contexto da beleza divina ela é sempre beleza. O belo revelado pelo divino é eternamente belo. Não é uma beleza estática, mas uma beleza que frui da perfeição. O belo divino é essencialmente reconhecido como belo e assombroso, é maravilhoso demais e está além de nossa percepção natural (Sl 139:6). Só a mente desestruturada pelo pecado não é capaz de identificar o que Deus fez e faz como belo.

Por que Deus Se revela no belo?

A beleza das coisas criadas por Deus, o Supremo Artista, existem para poder ser contempladas pelas criaturas racionais. Assim, o belo existe para que o contemplemos e nos assombremos com a grandiosidade do Criador. Não que Deus seja alguém de caráter exibicionista, que produz o belo para satisfazer Seu ego. A beleza é uma irradiação do Seu caráter perfeito, puro e misericordioso. Nem podemos imaginar o que seria do ser humano sem que esse estive exposto à beleza manifestada por Deus. O Criador é o artista do amor revelado, isto é, do belo, da vida. A vida é a manifestação plena da beleza!

É curioso observarmos que, ao falarmos de Deus e Suas obras, todas se enchem de tamanha complexidade funcional que nos deixa atônitos. Deus é engenheiro, arquiteto, físico, químico, médico, pastor, pedreiro, psicólogo, pintor, escultor, músico, escritor, cientista, advogado, astrônomo (etc.) tudo ao mesmo tempo e com total conhecimento e perfeição. Como somos limitados, mesmo em nossa mais alta especialidade!

É igualmente curioso quando o ser humano quer “fazer um pouco o papel de Deus” e tenta recriar os grandes “cenários” da natureza. Já viram como um escultor tenta criar a figura humana a partir do barro? O máximo que consegue é revelar a disposição exterior, sem vida de um corpo. Na maioria das vezes o resultado é um boneco. Com Deus não é assim. De acordo com Salmo 139:13-16, Deus ainda nos cria no ventre de nossa mãe e “tece” cada um de nossos detalhes genéticos. A criação de Adão não foi como se Deus fosse um Da Vinci esculpindo a estátua de Moisés. Com Suas mãos, Deus criou cada estrutura do corpo humano, os ossos, os órgãos, os sistemas. Havia beleza perfeita no interior e no exterior do “barro” Adão. Ele não era um mero boneco... Ao observar como um apaixonado por peixes em aquários tenta recriar o ecossistema equilibrado de rios e oceanos, podemos entender a grandiosidade da criação. Como é difícil controlar a temperatura, luminosidade, densidade da água, ph, equilíbrio entre oxigênio e gás carbônico, metais, plantas e o famoso ciclo do nitrogênio para fazer com que os peixes vivam como na natureza.

O “mundo” produz naturalmente o mal e o feio. Lúcifer, que fora o agente maior da beleza e perfeição, se tornou o artífice do imoral, antiético e “inestético”. O feio e a degradação do que foi belo faz parte da degradação provocada pelo pecado.

A morte é a representação mais evidente dessa “feiura”. Contudo, foi no quadro mais feio e tétrico que jamais poderíamos imaginar, a cruz de Cristo, que o belo venceu a feiura e o horror. Na cruz houve o confronto do pecado com a santidade, da morte com a vida. A Vida triunfou! O Belo venceu!

A história do grande conflito é o drama do retorno da beleza a um universo que foi subvertido pelo pecado. Assim, o cristão deve ser o agente da beleza.

É impressionante perceber, contudo, como foram corrompidas nossas percepções para a contemplação do belo. Qual foi a última vez que você parou para observar a beleza de uma flor? Ou quando foi que você observou uma trilha de formigas na sua tarefa de alimentar o formigueiro e não teve a vontade de esmagá-las com os sapatos?

Temos muito mais facilidade em identificar como “belo” as invenções e maquinações humanas. Achamos bonito um carro, uma moto, uma casa ou mesmo um quadro que retrata um buquê, mas temos dificuldades em perceber a beleza harmônica e simétrica de um simples arbusto ou pássaro. As fabricações humanas, como seu computador, seu celular, seu blue-ray, e uma tv 3d parecem nos impressionar mais que a beleza natural. Espantamo-nos com a tecnologia incorporada em um avião ou num tablet e nos esquecemos de como fomos criados (Sl 136:13-15).

Vamos analisar a beleza exterior do ser humano por um instante. O rosto da mulher sempre irradia beleza e raramente sensualidade (somente quando o rosto é elaborado com o objetivo de “chamar a atenção”). O problema quanto à sensualidade do corpo feminino se evidencia quando há exposição provocativa por parte dela ou quando a mente do homem se enche de egoísmo e a deseja (Mt 5:28). O corpo humano foi criado à imagem de Deus e por Deus (Gn 1:26), portanto, revela beleza, a despeito do pecado. Um bebê é belo na sua ternura, um casal jovem revela o frescor da beleza e a matriarca, já curvada pelos anos, mostra a beleza da sabedoria acumulada pela existência. Deus nos criou únicos. Não existe ninguém que exponha a beleza que você poderá demonstrar. O próprio Cristo não atraía Seus seguidores por ter a aparência de um artista global. Não há registro de que Seus discípulos e “discípulas” O seguiam por ter sido Ele um galã. Ao contrário, Isaías 53:2 afirma que “Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada havia em Sua aparência para que O desejássemos”.

Muito se fala da beleza interior em comparação com a exterior. Existem virtudes da alma, também oriundas da beleza criadora de Deus, que mostram que a alma humana pode ser igualmente bela. Os frutos do Espírito são evidências dessa beleza de caráter incomparável (Gl 5:22-23). De forma inversa, os frutos da carne (vs. 19-21) indicam uma feiura de alma capaz de quase deslustrar totalmente a imagem de Deus no ser humano. Você acredita no dito popular que diz “por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento”?

Um dos propósitos pelo qual fomos criados é observar as coisas criadas por Deus e dela cuidarmos. A natureza oferece lições inimagináveis! A natureza testifica de Deus. “Para a criancinha, ainda incapaz de aprender pela página impressa, ou tomar parte nos trabalhos de uma sala de aulas, a natureza apresenta uma fonte infalível de instrução e deleite. O coração que ainda não se acha endurecido pelo contato com o mal, está pronto a reconhecer aquela Presença que penetra todas as coisas criadas. O ouvido, ainda não ensurdecido pelo clamor do mundo, está atento à Voz que fala pelas manifestações da natureza. E para os mais idosos, que necessitam continuamente desta silenciosa lembrança das coisas espirituais e eternas, as lições tiradas da natureza não serão uma fonte inferior de prazer e instrução” (Ellen G. White, Educação, p. 100). “Todas as coisas, tanto no Céu como na Terra, declaram que a grande lei da vida é a lei do serviço em favor de outrem. O Pai infinito atende à vida de todo ser vivente. ... A mesma lei do serviço está escrita sobre todas as coisas na natureza. Os pássaros do ar, as bestas do campo, as árvores da floresta, as folhas, as flores, o Sol no céu e as estrelas luzentes, tudo tem seu ministério. O lago e o oceano, o rio e as fontes, cada um tira para dar” (p. 103). A própria instituição do sábado nos chama a atenção para a observação da natureza. Ellen G. White sugere inúmeras vezes que os pais deveriam levar seus filhos à natureza no sábado à tarde. O que nossos filhos têm feito no sábado enquanto dormimos?

O que gostamos de observar? É impressionante analisar os “gostos” de nossa geração. Uns gostam de se exibir e outros se deleitam nessa exposição. Existem veículos de mídia especializados em “mostrar” o que gostamos de ver. Desde os que expõem a sensualidade e a pornografia até os sofisticados que falam da fama, das riquezas e do prazer. É chocante perceber que existem milhões de “voyeurs” viciados a observar e financiar as indiscrições de um grupo de “espécimes” que se vendem às câmaras num programa de tv, como o BBB. Quais são as revistas que vendem mais? Mesmo os programas que exploram o lado horroroso da sociedade são campeões de audiência (como exemplo, o programa apresentado pelo popular Datena). E a internet? As chamadas redes de relacionamento social como Orkut e Facebook, entre outros, evidenciam a fragilidade de nossos desejos. Há os que gostam de exibir suas viagens, seu corpo, dinheiro e bens. E há os que gastam horas por semana observando obcecados pelas mazelas dos que se expõem, como se a vida fosse uma festa interminável. “Sabe quem eu encontrei no Facebook?” Essa é a frase mais falada hoje. O espiritualmente correto diria: Sabe quem eu encontrei ao observar a natureza hoje? A preocupação de milhões é seguir os passos “twítticos” de alguém em vez de seguir a Cristo. Não somos contra os internautas nem as redes sociais, contudo, temos que manter nossa mente focalizada no que é realmente importante.

Vamos dar “uma espiada” em algumas coisas que Deus, o Artista, fez?

Ao olharmos para cima, para o céu, numa noite qualquer, não observamos quase que nada. Por estarmos blindados pela grande luminosidade e poluição das cidades, o céu estrelado se tornou raridade. Mas, independentemente de onde estivermos, lá está o “espaço exterior” com suas proporções incomensuráveis.

O Sol, a estrela de nosso sistema, de cuja luz e calor tornam possível a existência da vida na Terra, possui a temperatura média de 6 mil graus centígrados. Sua luz nos atinge em apenas 8 minutos. Contudo, seu tamanho é assombroso: ele é um milhão de vezes maior que a Terra. Caberiam 960 mil “terras” dentro do Sol. Se a Terra tivesse o tamanho de uma bola de pingue-pongue, o Sol seria representado por uma bola de quatro metros de diâmetro.

Deixando para traz o sistema solar vamos encontrar o mundo estelar. A diversidade é surpreendente (1Co 15:41). As estrelas podem ser simples, binárias ou múltiplas. Sempre constituem sistemas complexos, divergindo em tamanho, massa, densidade, cor, velocidade de rotação, composição química, brilho campo magnético, temperatura, etc. As estrelas também se agrupam, formando maciços estelares com dezenas de milhões de estrelas. Nosso Sol e a maioria das estrelas que vemos a olho nu fazem parte do maciço de Órion.

Betelgeuse, uma das estrelas mais brilhantes em nosso firmamento, possui o tamanho de dois sistemas solares e está c. 640 anos luz da Terra. Isto é, para lá chegarmos, teríamos que andar à velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, durante 640 anos. E essa é uma das estrelas mais próximas de nós! A estrela VY Canis Majoris, na constelação Cão Maior (algumas estrelas dessa constelação representam estados no céu da bandeira brasileira), é a maior estrela que conhecemos. Dentro dela caberiam sete quadrilhões de “terras”. Se a Terra fosse do tamanho de uma bola de golfe, Canis Majoris teria o tamanho do monte Everest.

As galáxias, por sua vez, são verdadeiros sistemas estelares, constituídas por bilhões de estrelas, de um incalculável número de planetas e satélites, nuvens de hidrogênio e poeira cósmica. A forma mais comum das galáxias, como a nossa Via Láctea, é espiralada, mas ocorrem em formas variadas como as elípticas. Uma das mais próximas de nós, a 24 milhões de anos-luz da Via Láctea, é a galáxia Whirpool, com cerca de 300 bilhões de estrelas. O curioso é que nela há um “buraco negro” no formato de uma cruz. O que é surpreendente é o número de galáxias que existem no Universo. Hoje se fala na existência de 2 bilhões de galáxias, caminhando num Universo aparentemente em expansão, sendo cada vez mais separadas por “espaço negro”, também chamado de “matéria negra”, da qual os astrônomos ainda não têm compreensão. Salmo 33:6 afirma: “Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de Sua boca”. Nosso Deus não é indescritivelmente maravilhoso e assombroso? “Quão grande és Tu!” Faça uma pequena pesquisa no Google e encontre centenas de fotos do firmamento que ilustram a grandiosidade e perfeição do Artista que arquitetou o Universo. Não deixe de buscar o site do telescópio orbital Hubble (www.hubblesite.org).

Vamos dar uma “espiada” também no micro, no átomo que, por definição seria indivisível. Não sendo exaustivo, vejam em quantas partículas o átomo pode ser dividido: prótons, elétrons, nêutron, neutrino, posítrons, mu-mésons, pi-mésons, k-mésons, antiprótons, antineutrons, partícula lambda, partícula sigma, partícula xi, partícula ômega. Há alguns anos se fala de partículas mais fundamentais, como o quark. Hoje, os físicos nucleares discutem a existência do chamado “boson de Higgs”, ou a invisível “partícula de Deus” presente em cada átomo.

Do átomo à galáxia encontramos o Deus artista, que evidencia Sua grandeza mediante ordem, desígnio, diversidade e hierarquia. Das geleiras às profundezas dos oceanos observamos uma quantidade extraordinária de vida, cada qual existindo com propósito e beleza. Por exemplo, olhe para o esplendor de uma orquídea. Existem cerca de 60 mil espécies de orquídeas na natureza, não contando as híbridas. Cada uma em seu habitat específico, com cor, forma, textura, matizes e cheiro diferentes...

Agora, vamos dar uma pequena “espiada” dentro de nós mesmos. Louie Giglio, conhecido palestrante cristão, depois de explorar o tema da grandiosidade de Deus por meio da astronomia, tem se dedicado a perceber as maravilhas de Deus na criação do ser humano. Do macro galáctico, para o micro dentro de nós, Giglio tem exposto a complexidade assombrosa presente no DNA de cada uma das células dos seres vivos. Nosso corpo possui, em média, 75 trilhões de células. Nos seres humanos, o DNA é constituído pela combinação de quatro tipos de nucleotídeos apenas, formando três bilhões de caracteres. Isto é, cada um em cada uma das células, existe uma sequência de DNA que é única. O genoma humano revela que fomos criados por Deus à Sua imagem e beleza. Na sua palestra “How Great Is Our God”, Giglio também fala sobre o milagre da “laminina" cujo clip já foi visto por mais de três milhões de pessoas somente no YouTube. Cada uma de nossas células possui uma molécula proteica chamada “laminina”. Procurando ser objetivo, é ela que determina o tipo específico de proteína que cada célula irá produzir. Em outras palavras, a “laminina” é a molécula da “adesão celular”, é ela que mantém a estrutura das células de nosso corpo. O mais incrível é que essa molécula tem a forma de uma cruz. Busque no Goggle uma imagem da “laminina” e você ficará atônito.

Parece-me que Agostinho ainda continua certo ao afirmar que “os seres humanos se surpreendem com a altura das montanhas, com as imensas ondas dos mares, com o longo curso dos rios, com o movimento circular das estrelas... mas passam por eles mesmos e não se notam.”

E o ser humano cristão como artista?

Quando lemos sobre a origem da arte na Bíblia, ficamos atônitos ao descobrir que os primeiros artistas e músicos eram descendentes de Caim (Gn 4:19-22). Assim, a arte parece ter começado num ambiente de incredulidade, imoralidade e violência. Deveríamos, então, repudiar qualquer forma de manifestação estética (artística) como tendo origem no povo inimigo de Deus?

Paradoxalmente, foi o próprio Deus que concedeu dons artísticos a Bezalel para que construísse o tabernáculo (Êx 31:1-7). Certamente, foi Deus quem inspirou as composições musicais e instrumentais representadas no livro de Salmos. A arte sempre acompanhou o povo de Deus.

O que fica evidente é que sempre houve uma clara distinção entre a arte produzida pelos filhos de Deus (judeus) com propósitos dignos e a arte produzida pelos pagãos. Deus proibiu definitivamente que fossem feitas imagens de escultura, mas Ele mesmo capacitou artistas para compor imagens de querubins que estavam no santuário. Assim, quando a arte está a serviço do bem ela é manifestação dos dons do Espírito e serve de enlevo e para a adoração do Deus verdadeiro. O outro lado da moeda é também evidente. Existem artistas dissociados da virtude e suas obras estéticas distanciam o ser humano da verdade, do bem, do belo divino.

No templo de Salomão podemos encontrar exemplos de arquitetura apropriados para a adoração. Que mal haveria hoje em ter igrejas arquitetonicamente preparadas para o louvor comunitário? O livro de Apocalipse é cheio de arte do primeiro ao último capítulo.

A música e a poesia estão incontestavelmente presentes nas Escrituras. Há até certa representação encenada no livro de Ezequiel.

Embora seja complexa a questão das manifestações artísticas, especialmente no século 21, necessitamos fazer a distinção entre aquilo que o “mundo” considera belo e o belo que tem como inspiração a beleza divina.

 

Publicado em 12/03/2012 por LicoesdaBiblia "Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no Seu templo" Salmos 27:4 Com a participação de Lourival Gomes, pastor Presidente da ACP (Associação Central Paranaense) e de Moisés Mattos, pastor Presidente da ACSR (Associação Central Sul-Riograndense)

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

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