domingo, 15 de setembro de 2013

ES - Lição 12 - Reforma: curando relacionamentos quebrados – 3º Trim, 2013




Lição 12 - Reforma: curando relacionamentos quebrados


14 a 21 de setembro





Sábado à tarde

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida” (Rm 5:10).

Leituras da Semana:


Mesmo depois do Pentecostes, o relacionamento entre os cristãos às vezes foi hostil. O Novo Testamento registra repetidos exemplos da maneira pela qual os líderes e membros da Igreja lidaram com esses desafios. Esses princípios são extremamente valiosos para a igreja hoje. Eles revelam os resultados positivos que podem ocorrer quando usamos princípios bíblicos para lidar com os conflitos.

Na lição desta semana nos concentraremos nos relacionamentos restaurados. Os grandes reavivamentos espirituais do passado promoveram a cura nos relacionamentos. O Espírito Santo aproxima as pessoas de Deus e umas das outras. Quebram barreiras em nosso relacionamento com Deus e com nossos semelhantes. Em resumo, a maior demonstração do poder do evangelho não é necessariamente o que a igreja diz, mas como a igreja vive.

“Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:35). Sem esse amor, toda a nossa conversa sobre reavivamento e reforma não significará nada.

Domingo

Ano Bíblico: Dn 10–12 

Da ruptura à amizade

Paulo e Barnabé trabalharam juntos testemunhando sobre Jesus. Mas houve um conflito entre eles (At 15:36-39). Paulo não podia confiar em alguém tão medroso como João Marcos. Os potenciais perigos de pregar o evangelho, em algum momento fizeram com que João Marcos abandonasse Paulo e Barnabé e voltasse para casa.

“Essa deserção fez com que Paulo, por algum tempo, julgasse Marcos desfavoravelmente e até mesmo severamente. Por outro lado, Barnabé se inclinava a desculpá-lo devido à sua inexperiência. Estava ansioso para que Marcos não abandonasse o ministério, pois nele via qualidades que o habilitariam para ser útil obreiro de Cristo” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 170).

Embora Deus tenha usado todos esses homens, os problemas entre eles precisavam ser resolvidos. O apóstolo, que pregava a graça, necessitava estendê-la a um jovem pregador que o tinha decepcionado. O apóstolo do perdão necessitava perdoar. João Marcos cresceu com a orientação positiva de Barnabé e, finalmente, o coração de Paulo foi aparentemente tocado pelas mudanças.

1. O que as cartas de Paulo, enviadas da prisão a Timóteo e à igreja de Colossos, revelam sobre seu relacionamento renovado com João Marcos e sua nova confiança nesse jovem pregador? Cl 4:10, 11; 2Tm 4:11

Embora sejam incompletos os detalhes da reconciliação de Paulo com João Marcos, o registro bíblico é claro: João Marcos se tornou um dos companheiros de confiança do apóstolo. Ele foi altamente recomendado por Paulo como um “cooperador” para a igreja de Colossos. No fim da vida, Paulo encorajou Timóteo a trazer João Marcos para Roma, porque ele era “útil para o ministério” (2Tm 4:11).

O ministério de Paulo foi enriquecido com o jovem pregador a quem ele havia perdoado. A barreira entre eles estava desfeita e eles foram capazes de trabalhar juntos na causa do evangelho.

Segunda

Ano Bíblico: Os 1–4

De escravo a filho

Enquanto estava preso em Roma, Paulo encontrou um escravo chamado Onésimo, que tinha fugido de Colossos para Roma. Paulo conhecia pessoalmente o dono de Onésimo. A epístola a Filemom é o apelo pessoal de Paulo ao seu amigo a respeito da restauração do relacionamento com o escravo fugitivo.

Relacionamentos eram importantes para Paulo. O apóstolo sabia que relacionamentos rompidos prejudicam o crescimento espiritual. Filemom era um líder na igreja em Colossos. Se ele abrigasse amargura para com Onésimo, isso mancharia seu testemunho cristão.

2. Leia Filemom 1-25. Quais princípios importantes sobre restauração de relacionamentos podemos encontrar nesse texto? Lembre-se: a palavra-chave é princípios.

À primeira vista, é um tanto surpreendente que Paulo não tenha falado contra os males da escravidão de modo mais enérgico. Mas a estratégia dele foi muito mais eficaz. O evangelho deve quebrar todas as distinções de classes (Gl 3:28). O apóstolo enviou Onésimo de volta para Filemom, não como escravo, mas como seu filho em Jesus e como “irmão caríssimo” de Filemom, no Senhor (Fm 16).

Paulo sabia que escravos fugitivos tinham pouco futuro. Eles poderiam ser presos a qualquer momento. Estavam condenados a uma vida de miséria e pobreza. Mas, como irmão em Cristo de Filemom e trabalhador disposto, Onésimo poderia ter um futuro maravilhoso. Com Filemom, comida, alojamento e trabalho estariam garantidos para ele. A restauração do relacionamento rompido poderia fazer enorme diferença em sua vida. Ele se tornou um “fiel e amado irmão” e cooperador de Paulo no evangelho (Cl 4:9).

Com base nesses princípios, o que podemos fazer para nos ajudar a lidar com as tensões, pressões e até mesmo rompimentos em nossos relacionamentos?

Terça

Ano Bíblico: Os 5–9 


Da competição para a integração

3. A igreja em Corinto tinha graves problemas. Que princípios para a cura e restauração, vitais para o reavivamento e a reforma, foram esboçados por Paulo? 1Co 3:5-11; 12:1-11; 2Co 10:12-15?

Nessas passagens, o apóstolo descreveu princípios essenciais de unidade da Igreja. Ele ressaltou que Jesus usa trabalhadores diferentes para realizar diferentes ministérios em Sua igreja, embora todos trabalhem em conjunto para a edificação do reino de Deus (1Co 3:9).

Deus nos chama à cooperação, não à competição. Cada cristão é dotado por Deus para cooperar no ministério ao corpo de Cristo e servir a comunidade (1Co 12:11). Não há dons maiores ou menores. Todos são necessários na igreja de Cristo (1Co 12:18-23). Os dons recebidos de Deus não são para exibição egoísta. Eles são concedidos pelo Espírito Santo para o serviço.

As comparações que fazemos de nós mesmos com outras pessoas são insensatas, porque nos farão sentir desanimadas ou arrogantes. Se as considerarmos “superiores” a nós, sentiremos desânimo. Se pensarmos que nosso trabalho para Cristo é mais eficaz do que o trabalho delas, sentiremos orgulho. Ambas as atitudes prejudicam nossa eficiência por Cristo. À medida que atuamos na esfera de influência que Cristo nos deu, encontraremos alegria e contentamento em nosso testemunho. Nosso trabalho complementará os esforços dos outros membros, e a igreja de Cristo fará grandes progressos para o reino.

Você já teve inveja dos dons espirituais de alguém? Você costuma se sentir orgulhoso de seus dons, em contraste com os dos outros? A questão é: As preocupações de Paulo são uma realidade constante em seres caídos. Independentemente do lado em que caímos, como podemos ter as atitudes altruístas necessárias para evitar essas armadilhas?

Quarta

Ano Bíblico: Os 10–14 
Do atrito ao perdão

O que é o perdão? O perdão justifica o comportamento de alguém que nos ofendeu terrivelmente? O perdão depende do arrependimento do ofensor? E se a pessoa com quem eu estou aborrecido não merece o perdão?

4. Como as seguintes passagens nos ajudam a compreender a natureza do perdão? Rm 5:8-11; Lc 23:31-34; 2Co 5:20, 21; Ef 4:26-30

Cristo tomou a iniciativa de nos reconciliar com Ele. É “a bondade de Deus [... que te] conduz ao arrependimento” (Rm 2:4). Em Cristo, fomos reconciliados com Deus, sendo nós ainda pecadores. A reconciliação não foi produzida pelo nosso arrependimento e nossa confissão, mas pela morte de Cristo na cruz. Nossa parte é aceitar o que foi feito por nós.

É verdade que não podemos receber as bênçãos do perdão até confessarmos os pecados. Isso não significa que a confissão gera o perdão no coração de Deus. O perdão sempre esteve em Seu coração. Em vez disso, a confissão nos permite receber o perdão (1Jo 1:9). Ela é de vital importância, não porque mude a atitude de Deus para conosco, mas porque muda nossa atitude em relação a Ele. Quando nos submetemos ao poder de convencimento do Espírito Santo, nos arrependemos e confessamos os pecados, somos transformados.

O perdão também é muito importante para o bem-estar espiritual. A incapacidade de perdoar alguém que nos ofendeu, mesmo que a pessoa não mereça, pode prejudicar-nos mais do que a ela. Se alguém nos prejudicou e a dor nos consome por dentro porque não conseguimos perdoar, estamos permitindo que ela nos machuque ainda mais.

Perdão é libertar o outro da nossa condenação porque Cristo nos libertou da Sua condenação. Isso não justifica o comportamento da outra pessoa para conosco. Podemos ser reconciliados com alguém que nos ofendeu porque Cristo nos reconciliou consigo quando O ofendemos. Podemos perdoar porque somos perdoados. Podemos amar, porque somos amados. O perdão é uma escolha. Podemos escolher perdoar, apesar das ações e atitudes da outra pessoa. Esse é o verdadeiro espírito de Jesus.

Focalizar o perdão que recebemos em Cristo nos ajuda a perdoar os outros?

Quinta

Ano Bíblico: Joel 

Do rancor para a restauração

5. Leia Mateus 18:15-17. Quais são os três passos ensinados por Jesus para resolver os conflitos quando somos prejudicados por outro membro da igreja? Como devemos aplicar essas palavras aos nossos relacionamentos?

O propósito de Jesus ao dar o conselho de Mateus 18 foi que os conflitos na igreja envolvessem a menor quantidade possível de pessoas. Sua intenção era que as duas pessoas envolvidas resolvessem sua própria dificuldade. Por isso, Jesus declarou: “Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só” (Mt 18:15). À medida que cresce o número de pessoas envolvidas em um conflito entre duas pessoas, mais contenda é criada. As pessoas apoiam um dos lados e ocorre uma batalha. Mas quando os cristãos tentam resolver suas diferenças em particular, no espírito de amor cristão e de compreensão mútua, é criada uma atmosfera de reconciliação. Esse ambiente é ideal para que o Espírito Santo trabalhe com as pessoas enquanto elas se esforçam para resolver suas diferenças.

Há momentos em que apelos pessoais para resolução de conflitos são ineficazes. Nesses casos, Jesus nos convida a levar uma ou duas pessoas conosco. Esse segundo passo no processo da reconciliação deve ser sempre seguido pelo primeiro passo, no sentido de unir as pessoas afastadas. Não devemos tomar partido. Precisamos demonstrar amor e compaixão cristãos como conselheiros e companheiros de oração, a fim de participar do processo de reconciliação de duas pessoas afastadas.

Há ocasiões em que todas as tentativas de resolver o problema não funcionam. Nesse caso, Jesus nos ensina a levar a questão perante a igreja. Certamente, Ele não está falando sobre interromper o culto do sábado de manhã para lidar com uma questão de conflito pessoal. Se as duas primeiras etapas não conseguiram reconciliar as duas partes, o problema deve ser tratado na comissão da igreja. Lembre-se: O propósito de Cristo é a reconciliação. Não é culpar uma parte e isentar a outra.

“Não permita que seu ressentimento resulte em maldade. Não consinta que a ferida supure abrindo-se em palavras malignas, que venham a deixar uma nódoa na mente dos que ouvem você. Não admita que persistam em sua mente e na deles, pensamentos amargos. Vá ter com seu irmão e, em humildade e sinceridade, converse com ele sobre o problema” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 499).

Sexta

Ano Bíblico: Ez 30–32 

Estudo adicional

“Quando os obreiros tiverem a presença permanente de Cristo em seu coração, quando estiver morto todo egoísmo, quando não houver nenhuma rivalidade, nenhuma contenda por supremacia, quando existir unidade, quando eles se santificarem de maneira que o amor de uns pelos outros seja visto e sentido, então as chuvas da graça do Espírito Santo hão de vir tão seguramente sobre eles como é certo que a promessa de Deus não falhará em um jota ou um til” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 175).

“Para subsistirmos no grande dia do Senhor, com Cristo como nosso refúgio, nossa torre forte, temos que deixar de lado toda inveja, toda luta por supremacia. Temos que destruir completamente as raízes dessas coisas profanas, para que não tornem a brotar na vida. Precisamos colocar-nos inteiramente ao lado do Senhor” (Ellen G. White, Eventos Finais, p. 190).
Perguntas para reflexão

1. Leia Colossenses 3:12-17. Que qualidades Paulo encorajou a igreja a procurar? Por que essas qualidades são a base para a resolução dos conflitos? Como elas nos guiam no cumprimento dos princípios de Jesus em Mateus 18:15-18?

2. Considere os ensinos de Colossenses 3:12-17. Por que essas coisas são tão essenciais para o reavivamento e a reforma na igreja?

3. Considerando a Igreja Adventista do Sétimo Dia como um todo, qual é o maior obstáculo ao tipo de reavivamento e reforma necessários, a fim de alcançarmos o mundo? Seriam nossos ensinamentos e doutrinas? Claro que não! Essas são exatamente as coisas que Deus nos deu para proclamar ao mundo. O problema reside unicamente em nós, em nossos relacionamentos, invejas mesquinhas, contendas, egoísmo, desejo de supremacia e uma série de outras coisas. Por que você, não outra pessoa, nem o pastor, mas você, deve suplicar para que o poder do Espírito Santo produza as mudanças que têm que ocorrer em você antes de vermos o reavivamento e a reforma em toda a igreja?

Respostas sugestivas: 1. Paulo orientou a igreja a receber Marcos, que era companheiro de trabalho e um conforto para o apóstolo. Pediu que Timóteo levasse Marcos, porque lhe era útil para o ministério. 2. Reconhecimento das qualidades do outro; orar pela pessoa; abordagem humilde; respeito pelo outro; usar expressões carinhosas; apelar com sinceridade e emoção; reconhecer problemas e indicar soluções; fortalecer antigos vínculos de amizade; mostrar o lado positivo e as lições aprendidas com o problema; enfatizar o papel divino na transformação das pessoas envolvidas; interceder em favor de alguém que precisa de perdão (quem intercede precisa ter autoridade); demonstrar confiança na solução. 3. Todos os trabalhadores são importantes, mas a obra cresce pelo poder de Deus, o líder da obra. A base da igreja é Jesus Cristo. Ninguém faz a obra sozinho. Pessoas diferentes, com diferentes dons, devem se unir para cumprir uma só missão, dirigida por um único Deus. Devemos ter atitude de humildade, não de competição e comparação. 4. Jesus nos perdoou e salvou mesmo sem merecermos. Assim precisamos perdoar os semelhantes, praticando a verdade, o perdão, a honestidade e a pureza. 5. A) Falar com a pessoa que nos ofendeu. B) Se a pessoa não nos ouvir, devemos levar uma ou duas testemunhas, na tentativa de reconciliação. C) Se o conflito não for resolvido, levar o assunto à comissão da igreja, que tentará resolver o conflito. O princípio para os nossos relacionamentos é fazer de tudo para alcançar a reconciliação.

ESCOLA SABATINA


Texto-chave: Romanos 5:8-11

O aluno deverá...

Conhecer: O atrito entre Paulo e Barnabé, o conflito entre Filemom e Onésimo, e a tensão na igreja de Corinto, a fim de descobrir os princípios bíblicos para a cura de relacionamentos rompidos e se preparar para o derramamento do Espírito Santo. Examine o conselho de Jesus em Mateus 18 como padrão de solução de conflitos.

Sentir: O espírito perdoador, ao redescobrir a profundidade do perdão, compaixão e misericórdia de Cristo.

Fazer: Aprender a perdoar os que nos ofenderam com a mesma atitude de perdão com que Jesus perdoa o pecador.

Esboço

I. Conhecer: Quando amigos divergem

A. Descreva as diferentes atitudes de Paulo e Barnabé com relação a João Marcos. Por que Paulo não confiava em João Marcos? Por que Barnabé confiou nele? O que pode ter restaurado a confiança de Paulo em João Marcos?

B. Qual foi a diferença entre a atitude de Paulo para com João Marcos e a atitude para com Onésimo? Paulo havia crescido na compreensão da graça e perdão de Deus?

II. Sentir: Quando o coração está ferido

A. Como você se sentiria caso fosse João Marcos, e alguém a quem você respeitasse profundamente perdesse a confiança em você?

B. Como você se sentiria caso fosse Onésimo ou Paulo? Alguém já confiou em você mesmo sabendo que você havia pecado? Compartilhe sua experiência. Imagine que você fosse Filemom e reconhecesse que Onésimo nunca teria fugido se você o tivesse tratado corretamente. E agora Paulo expressa confiança em que você fará a coisa certa. Como você se sentiria?

C. Você já foi procurado por alguém que o ofendeu e que depois praticou os princípios de Mateus 18? Como você se sentiu?

III. Fazer: Quando ocorre a cura

A. Como podemos seguir o exemplo de Cristo e tomar a iniciativa de perdoar os que nos ofenderam, assim como Cristo nos perdoou?

B. Como a compreensão de 1 Coríntios 12:1-11 e Romanos 5:8-11 nos traz os instrumentos para compreender e depois perdoar os que nos ofenderam?

Resumo: Jesus revelou o espírito de perdão quando não merecíamos, para que perdoássemos os outros quando eles não merecessem. Enquanto crescia em graça, o apóstolo Paulo exemplificava e ensinava essa mesma atitude de perdão.


Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Romanos 5:8-11

Conceito-chave para o crescimento espiritual: É surpreendente como coisas pequenas prejudicam amizades. Uma palavra precipitada, uma resposta rude ou um acesso de impaciência podem destruir um relacionamento. Na lição desta semana, descobriremos princípios bíblicos que podem curar relacionamentos quebrados. O exemplo de perdão de Jesus nos desafia a perdoar os que nos ofenderam.


Somente para o professor: Os princípios do perdão descritos na Bíblia são tão relevantes hoje como foram há dois mil anos. Ao estudar as experiências do apóstolo Paulo com João Marcos, Onésimo e Filemon, e a igreja de Corinto, descobriremos maneiras práticas de resolver os conflitos de relacionamento. Paulo reconheceu que precisava de perdão para que pudesse estender o perdão aos outros.


Escola sabatina - Comentário Bíblico


I. Jesus: o modelo do perdão

(Recapitule com a classe Rm 5:8-11.)

O perdão é tanto uma atitude do coração quanto um ato de reconciliação. Deus exemplificou esse perdão no plano da salvação mediante Jesus Cristo. Ele não nos perdoa porque somos dignos. Aceitar o perdão que Ele nos oferece livremente nos torna dignos. Não somos perdoados porque somos justos. Quando Ele nos perdoa nos tornamos justos. Em uma das passagens bíblicas mais maravilhosas, Paulo explica a grandeza do amor de Deus com estas palavras: “Deus prova o Seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). J. B. Phillips está certo na tradução dessa passagem: “No entanto, a prova do maravilhoso amor de Deus é esta: foi quando éramos pecadores que Cristo morreu por nós”. A palavra “provar” é traduzida como “demonstrar”, na NKJV, e também pode ser traduzida como “recomendar”, “estabelecer” ou “confirmar”. A morte de Cristo na cruz faz todas essas coisas. Ela recomenda o amor de Deus por nós diante do Universo inteiro, estabelece indubitavelmente e confirma Seu amor pela humanidade. Sua morte responde às acusações de Satanás de que Deus é injusto ao demonstrar Seu eterno amor.


Ele fez tudo isso por nós quando éramos Seus “inimigos” (Rm 5:10). Em sua natureza pecaminosa, a humanidade era hostil para com Deus. Ele tomou a iniciativa e nos reconciliou consigo mesmo por meio da morte de Seu Filho. Essa iniciativa faz toda a diferença no mundo. Ele estendeu a mão para nós quando não estávamos estendendo a mão para Ele. Por isso, podemos estender a mão para os outros quando eles não estiverem estendendo a mão para nós. Porque Ele nos perdoou quando não merecíamos, podemos perdoar os outros quando eles não merecerem.


Pense nisto: Perdoar é libertar o outro de nossa condenação porque Cristo nos libertou de Sua condenação. Como podemos aplicar esse conceito de perdão aos que nos ofenderam? Na prática, o que isso significa?


II. A igreja: embaixadores do perdão

(Recapitule com a classe Mt 18:15-17.)

Em Seu conselho a respeito da restauração dos relacionamentos em Mateus 18:15-17, Jesus dá instruções específicas para manter o conflito entre duas pessoas restrito ao menor círculo possível. As pessoas costumam se tornar muito mais defensivas quando suas ações são desafiadas na presença de outros. Por isso, um indivíduo deve tentar resolver o problema diretamente e apenas com a pessoa envolvida. No livro O Desejado de Todas as Nações, Ellen G. White apresenta esta ideia divina: “Em espírito de mansidão, ‘olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado’ (Gl 6:1, RC), vai ter com o que está em falta, e ‘repreende-o entre ti e ele só’ (Mt 18:15, RC). Não o exponhas à vergonha, contando sua falta aos outros, nem desonres a Cristo tornando público o pecado ou o erro de uma pessoa que Lhe usa o nome. Muitas vezes, a verdade deve ser francamente dita ao que está em erro; ele deve ser levado a ver esse erro, para que se emende. Mas não te compete julgar nem condenar. Não faças tentativas de justificação própria. Sejam todos os teus esforços no sentido de o restabelecer. Exige o mais delicado tato, a mais fina sensibilidade, o tratamento das feridas da alma.


Unicamente o amor emanado da Vítima do Calvário pode aí ser eficaz. Trate o irmão com piedosa ternura o outro irmão, sabendo que, se for bem-sucedido, ‘salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados’” (Tg 5:20, RC; p. 440).

O espírito amoroso e perdoador de Jesus faz toda a diferença. Se a pessoa não responder positivamente, convide uma ou duas pessoas para ir com você. No espírito de Jesus, compartilhe os fardos e preocupações de seu coração. Se você ofendeu alguém, peça perdão. Ore com ele, em busca de um coração amoroso de um para com o outro. Se isso não funcionar, leve a situação para a comissão da igreja. O objetivo de todo esse protocolo é alcançar a unidade que vem por meio da graça de Cristo.


Pense nisto: Em Cristo, os muros que nos separam são derrubados. O desejo de Jesus é que os membros de Sua igreja respeitem um ao outro e vivam em amor e unidade. Enquanto tentamos aplicar os princípios de Mateus 18 aos relacionamentos pessoais na igreja, quais são os principais fatores que determinam o êxito na realização do que Jesus disse?


Aplicação

Perguntas para reflexão

1. Se perdoarmos alguém que nos ofendeu profundamente, mesmo que a pessoa não tenha pedido ou desejado o perdão, isso não justifica a ofensa dessa pessoa contra nós?


2. E se você não tem vontade de perdoar aquele que o ofendeu? O que você pode fazer quando simplesmente não consegue perdoar?


3. Não seria hipocrisia dizer a alguém que você o perdoa quando não houve mudança em suas atitudes em relação a essa pessoa?


Pergunta de aplicação


1. Leia Lucas 23:32-34 e Efésios 4:26-28. Como os princípios dessas passagens podem ajudá-lo a responder às perguntas acima?


2. Que impacto as escolhas têm sobre os pensamentos? Como os sentimentos podem realmente mudar se agirmos de acordo com o que é certo?


3. Por que a restauração dos relacionamentos é de vital importância no contexto do reavivamento e reforma?


Atividades práticas

Somente para o professor: A situação descrita abaixo é imaginária, mas poderia ser real. Situações como esta acontecem regularmente. Peça que a classe aplique os princípios que aprendemos na lição a esta situação.

O Sr. Sanders está afastado da filha há muitos anos. Ele se divorciou da mãe dela, e a filha fala com ele apenas ocasionalmente. Ela ainda telefona para lhe desejar feliz aniversário, mas não quer passar tempo com ele. Durante a infância, ela foi tratada de modo rude e severamente disciplinada pelo pai. No ano passado, ele se tornou adventista do sétimo dia e anseia por um novo relacionamento com a filha. Ele vem pedir conselho a você.

O que você diria a ele? Que perguntas você poderia fazer a ele? Na prática, que medidas ele pode tomar para curar esse relacionamento rompido?


Planejando atividades: O que sua classe de Escola Sabatina pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


COMENTÁRIO SEMANAL

Autor: Autor:Autor: Evandro Fávero, mestre em Teologia,
secretário e departamental de Missão Global na União Sul Brasileira.

Editoração e adaptação: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br 
Revisão: Josiéli Nóbrega


Introdução

Todos os aspectos relacionados à conversão de uma pessoa são executados pelo Senhor. No entanto, vivemos numa comunidade, na qual muitas vezes os relacionamentos são quebrados, levando muitos a viver uma vida ressentida e de amargura. O reavivamento que Deus deseja propocionar à Sua igreja também visa a apaziguar corações e estabelecer uma convivência saudável entre irmãos.

I- Da hostilidade à amizade em Cristo

Em nossa vida surgem desavenças, discussões e até mesmo situações que parecem não ter solução. Os exemplos bíblicos nos ensinam a maneira de lidar com essas situações. Um deles foi a divergência de Arão e Miriam para com Moisés. Eles ficaram com ciúmes de Moisés e esperavam tirar proveito disso. Moisés em sua serenidade buscou a presença de Deus para que Ele o ajudasse a resolver a situação que estava ameaçando a união da nação.

Outro episódio foi o pedido da mãe de Tiago e João, que pediu em favor de seus filhos um lugar à direita e à esquerda de Jesus. A questão era quem seria o primeiro. Jesus tinha muita popularidade e os discípulos esperavam que Ele assumisse o trono de Israel. O pedido inusitado trouxe problemas ao Mestre. No entanto, Jesus aproveitou a ocasião para apresentar o verdadeiro propósito de Sua vinda, buscando assim apaziguar o coração de Seus discípulos e eliminar a discórdia. A igreja primitiva também sofreu seus percalços por causa de atitudes de homens. O exemplo mais claro que temos é o de Paulo e Barnabé no caso de Marcos. O interessante é que Paulo é considerado o apóstolo do perdão e toda a situação que trouxe cisão entre ele e Barnabé foi ocasionada por ele mesmo, por não querer perdoar a fraqueza passada de Marcos em abandoná-lo no momento em que ele julgava não poder ficar sem o auxílio de Marcos.

O ministério da reconciliação trata de como Deus espera que nós, pecadores, nos reconciliemos com Ele (Rm 5:10; Ef 4:17-24). Mas ao nos reconciliar consigo mesmo, Deus também faz um chamado especial aos Seus filhos; um chamado para a reconciliação com nossos irmãos (1Co 1:17). As palavras de 1 Coríntios 1:10 deixam claro que havia muitas dissensões de diferentes níveis entre os cristãos coríntios. “Paulo desejava que os crentes de Corinto estivessem acordes em suas palavras, mas também era mistér que hovesse entre eles harmonia e concórdia de espírito, que é a fonte originária de onde as palavras harmoniosas vêm [...]. Cada grupo, em que aquela comunidade cristã se dividira, defendia seus próprios líderes escolhidos, os heróis de cada facção, e com profusão de palavras. Mas isso simplesmente demonstrava o espírito contencioso que eles permitiram que surgisse entre eles” (R. N. Champlin, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, v. 4, p. 13).

O desejo de Paulo era ver uma igreja unida. Seu ministério buscava a reconcialiação entre os crentes e, na medida do possível, sanar desavenças que destruíam a unidade da irmandade. A unidade de todos os crentes é o objetivo do ministério de Cristo. Ele veio para reconciliar o mundo com Deus e uns com os outros. Quando estamos ligados a Cristo reconhecemos nossas falhas e buscamos viver em paz com todos. A Bíblia mostra claramente a reconciliação em todos os exemplos citados aqui, revelando que os que têm o Espírito Santo e experimentam o reavivamento genuíno, vivem em harmonia com os demais, assim como Cristo ensinou.

Perguntas para discussão:

1. Como nossas relações interpessoais afetam nossa espiritualidade?

2. Você já enfrentou situações de ruptura em sua igreja? O que você aprendeu com elas?

3. De que forma, como servos do Senhor, podemos buscar solução para tais circunstâncias?

II- A essência de João 13: 35

“Esta sessão começa e termina com o amor: o amor de Jesus pelos Seus (Jo 13:1) e o amor dos discípulos uns pelos outros. O amor é a prova irrefutável de que pertencemos a Cristo” (Comentário Bíblico Expositivo Warren W. Wiersbe, Novo Testamento, v. 5, p. 449).

Os crentes em Cristo têm uma marca, um selo, que os distigue de todos os demais: o amor. Isso porque Cristo, quando veio ao mundo, demonstrou a marca de Seu reino eterno: o amor. Durante três anos, Cristo ensinou aos Seus discípulos a essência de Seu caráter e apontou o caminho que leva ao amor. Quando vivessem o amor, Seus discípulos estariam não apenas exercitando afeto uns para com os outros, mas imitando a Cristo que viveu unicamente para amar.

Quando amassem verdadeiramente, estariam em tão íntima ligação com seu Senhor que teriam o privilégio de desfrutar, assim, da mesma natureza de Deus.

Amor é doação (Jo 3:16), é abrir mão daquilo que pode corromper os nossos laços para viver em harmonia com todos, não apenas com aqueles que amamos. O filho de Deus não faz acepção de pessoas; o filho de Deus ama, mesmo que isso lhe custe a vida. Infelizmente, por causa de nossa natureza corrompida, temos dificuldade para amar aqueles que nos ferem, que são discordantes de nossas ideias. Mas ainda em situações como essas, precisamos nos lembrar de que o amor é um princípio que rege nosso viver. Princípio tem que ver com escolhas racionais que fazemos. Amor também é respeito, é saber calar quando necessário e falar com brandura quando for preciso.

A razão de existirem tantos conflitos na igreja é a falta de respeito a essas regras que deveriam reger nossos relacionamentos e também por não submetermos nossa natureza ao Espírito de Deus. Segundo Champlin, o amor possui certos elementos essenciais aos nossos relacionamentos.

1. Capacidade de esquecer-se de si mesmo no serviço do próximo.

2. O amor é uma característica proporcionada apenas pelo poder do Espírito Santo.

3. Visto que o amor é fruto do Espírito, isso significa que, a fim de obtê-lo, precisamos crescer espiritualmente.

4. Aquele que mais ama, mais se parece com Deus. Aquele que mais ama, serve mais.

5. O amor é prova de espiritualidade (1Jo 4: 7). De fato, não haverá regeneração, em hipótese alguma, sem o verdadeiro amor.

6. O amor de Deus chega à mais distante estrela, ou ao abismo mais profundo. Até onde nosso amor nos leva? (grifo do autor); (R. N. Champlin, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, v. 2, p. 517).

A essência de João 13: 35 é o amor: o amor de Cristo como espelho para o amor que devemos manifestar uns para com os outros. Aqueles que amam são reconhecidos como filhos de Deus, enquanto os que não manifestam amor em seus relacionamentos serão reconhecidos como seguidores do maligno.

Perguntas para discussão:

1. Por que é tão difícil manifestar amor para com nosso irmão?

2. De que maneira podemos aprender a desenvolver o amor verdadeiro?

3. Quais são os atributos do amor de Deus que mais impressionam você? Por quê?

III- Perdão: resolvendo conflitos

A Bíblia não ensina que o pecador precisa arrepender-se antes de poder aceitar o convite de Cristo: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28). É a virtude que emana de Cristo, que conduz ao genuíno arrependimento. Pedro elucidou esse ponto em sua declaração aos israelitas, dizendo: “Deus, com a Sua destra, O elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados” (At 5:31). Assim como não podemos alcançar perdão sem Cristo, também não podemos alcançar o arrependimento sem que o Espírito de Cristo nos desperte a consciência (Ellen G. White, Beneficência Social, p. 28).

Sabemos que em tudo devemos imitar a Deus. Aliás, nosso desejo como cristãos certamente é viver conforme o Seu querer. Muitas vezes, no entanto, somos traídos pelas nossas emoções. Enquanto nos relacionamos uns com outros, surgem diversas situações desagradáveis que minam nossos relacionamentos, situações que parecem exigir além do que podemos oferecer. Então começa o grande dilema.

Em nossas igrejas, existem pessoas que foram magoadas ou que magoaram. Elas vivem anos sem procurar a reconciliação, esperando sempre que o outro seja aquele que tome a iniciativa. Dessa forma, voltamos ao início desse comentário, ao ministério de reconciliação que Deus opera em nosso favor. Se não fosse o perdão de Deus em nossa vida estaríamos perdidos. Com Cristo podemos aprender muito sobre o perdão:

1. É Ele, Cristo, a parte ofendida que busca a reconciliação.

2. Seu tratamento para consoco é sempre cortês. Ele não nos lança em rosto nossas faltas, como faz o inimigo.

3. Ele Se esquece das nossas faltas anteriores. Isso não significa que Ele não saiba quem somos e o que fizemos. Simplesmente, para Ele, depois de aceito o perdão (por nós), nossos erros se tornam sem efeito.

4. Ele sempre vê o nosso melhor, aquilo que nos atrai a Ele.

O perdão é dom divino. Somos perdoados constantemente por Deus e isso é graça que não se pode medir. Mas quando somos perdoados quando entramos em contato com a graça divina e passamos pelo verdadeiro reavivamento, somos chamados a perdoar.
Aquele que não perdoa não tem parte com Deus. Isso é doloroso, mas todos, independentemente da dor causada, precisam aprender a perdoar. Talvez o relacionamento de amizade que havia anteriormente, jamais seja restabelecido. Talvez jamais venhamos a nos esquecer do que aconteceu. Mas se perdoarmos, todas essas emoções negativas não mais nos afetarão e poderemos viver em liberdade. Isso mesmo! Quando não perdoamos, vivemos em uma prisão, construída por nós mesmos e trazemos sofrimento a nós mesmos. Por isso, precisamos perdoar. Como diz Timothy R. Jennings em seu livro Simples Demais, “perdoar os outros é um dos passos que damos, ao colaborar com Ele, para a nossa própria cura e transformação” (p. 142). Perdoar é doar a perda. Não significa que vamos mudar a pessoa, sua maneira de agir, suas ideias. Perdoar é para nossa libertação e para que não sejamos joguetes nas mãos de Satanás. É para que vivamos em paz com Deus e com os outros. Isso exige que oremos muito e que permitamos a atuação do Espírito Santo em nós.
Àqueles que perdoam é garantido o perdão.

Perguntas para discussão:

1. Como servos do Senhor, o que nos falta fazer para que a igreja entenda o que é perdão?

2. O que podemos fazer para ajudar aqueles que estão irreconciliáveis a se perdoarem mutuamente?

3. Essa questão envolve nossa salvação eterna ou perdição. Como irmãos, de que maneira devemos considerar e tratar esse tema?

CONCLUSÃO:

Compartilhe e comente os textos a seguir com a classe:

“De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2Co 5: 20).

“Assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15).

“Por meio de Cristo provê-se ao homem tanto a restauração como a reconciliação. O abismo produzido pelo pecado foi transposto pela cruz do Calvário. Foi pago por Jesus um resgate pleno e completo, em virtude do qual o pecador é perdoado e é mantida a justiça da lei. Todos os que creem que Cristo é o sacrifício expiador podem chegar-se a Ele e receber o perdão dos pecados; pois pelos méritos de Cristo foi restabelecida a comunicação entre Deus e o homem. Deus pode aceitar-me como filho Seu, e eu posso reclamá-Lo como meu Pai amoroso e nEle me regozijar. Temos que polarizar nossas esperanças quanto ao Céu tão-somente em Cristo, porque Ele é nosso substituto e penhor” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 363).

“Este foi um dos últimos mandamentos de Cristo aos discípulos: "Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós" (Jo 13:34). Obedecemos a este mandamento, ou cultivamos rudes traços de caráter diferentes dos de Cristo? Se de alguma forma causarmos dores e tristezas a outros, é nosso dever confessar nossa falta e procurar reconciliação. Essa é uma preparação essencial para que possamos nos achegar pela fé a Deus para Lhe solicitar as bênçãos” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 144).




ES - Lição 11 - Reforma: nova maneira de pensar – 3º Trim, 2013





Lição 11 - Reforma: nova maneira de pensar


7 a 14 de setembro







Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ez 33–35 


VERSO PARA MEMORIZAR:

“Se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da Terra” (Cl 3:1, 2).


Leituras da Semana:


Isaac Watts é reconhecido como autor de mais de 750 hinos, muitos dos quais são cantados por milhares de cristãos. Certa ocasião, um desfile foi realizado em Londres em honra a Watts. As pessoas se aglomeravam nas ruas para obter um vislumbre desse homem famoso. Quando sua carruagem passou sob uma varanda cheia de espectadores, uma senhora ficou surpresa de que aquele homem pequeno, curvado sob o peso da idade, tivesse escrito hinos tão poderosos. Ela gritou: “O quê, você é Isaac Watts?”. Watts fez sinal para que a carruagem parasse. Ele se levantou e exclamou: “Senhora, se na minha imaginação eu pudesse alcançar os polos da Terra ou segurar a criação em minha mão, ainda seria medido pela minha mente, pois a mente é a medida de um homem”.

Isaac Watts estava certo. A mente é a medida de um homem, e reforma diz respeito à nossa mente. Se tivermos uma reforma em nosso pensamento, teremos uma reforma em nossas ações. Reforma ocorre quando o Espírito Santo harmoniza nossos pensamentos com os pensamentos de Cristo. Quando isso acontece, nossas ações seguem o mesmo caminho.


Domingo

Ano Bíblico: Ez 36–38 

A importância da mente

Os pensamentos acabam ditando o comportamento. A maneira de pensar influencia a maneira de agir. O inverso também é verdadeiro. Ações repetidas influenciam os pensamentos. O cristão é uma “nova criatura”. Antigos padrões de pensamento foram substituídos por novos (2Co 5:17).

Quando um barco a vela inicia sua jornada em direção ao mar, as velas são armadas e dirigem o barco. Ao longo do percurso, elas precisam ser reajustadas de modo a manter o curso correto. Se as velas são negligenciadas, o barco sairá do seu curso muito rapidamente. Semelhantemente, nossos pensamentos dirigem nossa vida espiritual. Quando o apóstolo Paulo exortou os cristãos a pensar “nas coisas lá do alto” (Cl 3:1-4), estava nos chamando a focalizar os pensamentos na direção do Céu. Nossa mente é moldada por aquilo que colocamos nela. Nossos pensamentos são moldados por aquilo que contemplamos e com que gastamos nosso tempo.


1. Que milagre da graça acontece em nossa vida quando contemplamos a glória de Deus em Sua Palavra? 2Co 3:17, 18

Ao contemplarmos Jesus em Sua Palavra, somos transformados. Novos pensamentos substituem os antigos. Contemplando-O, tornamo-nos mais semelhantes a Ele. “É lei, tanto da natureza intelectual como da espiritual, que, pela contemplação, nos transformamos. A mente gradualmente se adapta aos assuntos com os quais lhe é permitido ocupar-se. Identifica-se com aquilo que está acostumada a amar e reverenciar. Jamais se levantará o homem acima de sua norma de pureza, de bondade ou de verdade. Se o “eu” é seu mais alto ideal, ele nunca atingirá qualquer coisa mais elevada. Antes, cairá constantemente. A graça de Deus unicamente tem poder para erguer o homem. Abandonado a si mesmo, seu caminho inevitavelmente será em direção descendente” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 555).

Reforma significa olhar para Jesus, permitir que Ele encha nossa mente, molde nossos pensamentos e guie nossas ações. Quando contemplamos Jesus, Ele nos guia a padrões mais elevados do que a mera rigidez das regras. Realmente, não podemos olhar para Jesus e permanecer os mesmos. Quando pensamos Seus pensamentos, temos somente um desejo: fazer Sua vontade.


Que conselho você daria a uma pessoa que luta para fazer de Jesus a prioridade do seu pensa­mento? O que a Bíblia quer dizer quando fala em “contemplar” ou “olhar para Jesus”?


Segunda

Ano Bíblico: Ez 39–41 


Filtros da mente

Alguns pais ficam tão preocupados com o que seus filhos costumam ver na internet que instalam filtros para bloquear determinados sites. Outros fazem algo semelhante com a televisão. O objetivo desses “filtros eletrônicos” é deixar que algumas coisas entrem e impedir a entrada de outras coisas. Deus providenciou um “filtro espiritual” para nossa mente. Ele foi cuidadosamente elaborado para permitir que nela entrem apenas as coisas que edificarão nossa experiência espiritual com Jesus.

2. Que filtro foi projetado para proteger nossa mente das influências intoxicantes do mal? Esse conselho se aplica ao que vemos e ouvimos na televisão, internet e DVDs? Fp 4:7, 8; Rm 12:2

Alguns pais ficam tão preocupados com o que seus filhos costumam ver na internet que instalam filtros para bloquear determinados sites. Outros fazem algo semelhante com a televisão. O objetivo desses “filtros eletrônicos” é deixar que algumas coisas entrem e impedir a entrada de outras coisas. Deus providenciou um “filtro espiritual” para nossa mente. Ele foi cuidadosamente elaborado para permitir que nela entrem apenas as coisas que edificarão nossa experiência espiritual com Jesus.

Aqui está uma realidade simples. Não é possível desenvolver pensamentos espirituais profundos se alimentamos a mente com violência, imoralidade, ganância e materialismo. Os sentidos são a porta de entrada para a mente. Se nossa mente for bombardeada com cenas estimulantes do entretenimento de Hollywood, ela será moldada por essas experiências sensuais e não pelos princípios da Palavra de Deus. Muitos milhões de dólares são gastos por produtores de mídia para manipular nossas emoções, condicionar nosso pensamento e moldar nossos valores. Podemos ter certeza de que a pergunta básica desses gurus do entretenimento não é: “Como estas produções podem preparar as pessoas para a breve volta de Jesus?” No fim das contas, sua maior motivação é o dinheiro. Cristãos adventistas do sétimo dia que se preparam para a segunda vinda de Cristo devem refletir cuidadosamente antes de sacrificar sua vida no altar do entretenimento do mundo.

Há uma grande catedral em Milão, Itália, com três grandes portas de madeira na entrada. Gravadas em cima da porta do lado esquerdo estão as seguintes palavras: “Tudo que agrada dura um momento”. Sobre a porta do lado direito, estas palavras se destacam em relevo: “Tudo que aborrece dura apenas um momento”. Sobre a porta central estão destacadas, em letras garrafais, esta frase comovente: “Somente o que é eterno permanece”. Com que frequência você pensa no que é eterno? Como suas escolhas refletem esses pensamentos?



Terça

Ano Bíblico: Ez 42–44 

Salvaguarda da mente

Apaz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4:7). Essa é uma promessa maravilhosa, mas que devemos buscar ativamente a fim de torná-la real em nossa vida.
Há muitas maneiras de baixar a guarda. Podemos deixar entrar o lixo de entretenimento deste mundo. Nossa mente pode ser dominada pela ira, amargura e ressentimento. Ela pode ser submersa no oceano do prazer inebriante ou dos hábitos viciantes. A boa notícia é que Jesus prometeu protegê-la, se permitirmos.


3. Leia 2 Coríntios 10:3-5. Quando Paulo disse que as “armas da nossa milícia não são carnais”, mas espirituais, o que ele quis dizer? Quais são as armas carnais? Quais são as armas espirituais? O apóstolo também falou sobre levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10:5). O que ele quis dizer, e como isso pode ser feito?

Dizem que Martinho Lutero declarou: “Você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas pode impedir que eles façam ninhos em seu cabelo”. Em outras palavras, os pensamentos virão à nossa mente. Vemos, ouvimos e cheiramos coisas diferentes, que estimulam certos pensamentos. Diferentes experiências evocam emoções diferentes. Nem sempre podemos escolher os pensamentos que percorrem a mente, mas podemos escolher se vamos nos demorar neles e permitir que eles nos dominem. Trazer todo pensamento à obediência de Cristo é entregar nossa mente a Jesus. Pensamentos carnais não são banidos simplesmente pelo desejo de que eles desapareçam. Eles são expulsos quando a mente é preenchida com outra coisa. A mente concentrada nos princípios positivos da Palavra de Deus é “protegida” e “mantida” pela graça de Deus contra as ciladas do maligno.

Quando Paulo disse que devemos ter “a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5, versão NKJV), o que especificamente ele quis dizer? É possível ter a mente de Cristo? Que decisões e ações precisamos tomar para “ter” essa mente transformada?

Quarta

Ano Bíblico: Ez 45–48 


Relação entre mente e corpo 

Os antigos gregos ensinavam uma forma de dualismo, isto é, acreditavam que havia distinção entre o corpo e a alma. Em contrapartida, as Escrituras ensinam que os seres humanos são uma unidade integrada com as dimensões física, mental, emocional e espiritual. O que afeta uma parte do ser humano afeta todas demais partes. Os discípulos ensinaram que a saúde física, mental, emocional e espiritual estão interligadas e não podem ser separadas.

4. Como essa ideia é refletida em 1 Tessalonicenses 5:23?

Para os cristãos do Novo Testamento, o bem-estar físico, mental e emocional está indissoluvelmente ligado ao bem-estar espiritual. O apóstolo Paulo exortou os fiéis a “glorificar a Deus em seu corpo”. Ele acreditava que toda a humanidade havia sido comprada por um preço e não somos de nós mesmos (1Co 6:19, 20). Cuidar do corpo, adotando estilo de vida mais saudável, faz muito mais do que acrescentar alguns anos à nossa vida. Feito com os motivos certos, pode ser um ato de adoração.

5. Como Romanos 12:2, 3, João 10:10 e 1 Coríntios 10:31 mostram a relação íntima entre saúde física e espiritual?

Ao nos convencer da necessidade de crescimento, o Espírito Santo não Se limita a um aspecto de nossa vida. A reforma não tem apenas uma dimensão. O Espírito anseia colocar nossa vida em total conformidade com a vontade de Cristo em todos os aspectos. Se existem práticas da vida física que não estão em harmonia com Sua vontade, Deus nos convida a abandoná-las para a Sua glória. Satanás quer controlar nossa mente por meio do nosso corpo; Jesus deseja controlar nosso corpo por meio da nossa mente. Nossos corpos são um templo, não um parque de diversões. Seguindo os princípios do Céu, podemos ter vida mais alegre, produtiva, abundante e saudável.

Você já teve uma experiência que mostrou a ligação inseparável entre a natureza física e espiritual? Que escolhas você pode fazer para harmonizá-las de modo mais benéfico?

Quinta

Ano Bíblico: Dn 1–3 

Imagens de influência

Existem inúmeras imagens que Jesus usou para descrever a Si mesmo e Sua Igreja. Uma delas é a “luz”. Ele é “a luz do mundo” (Jo 8:12). Ele também é a “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (Jo 1:9). Ele nos encoraja a “[andar] enquanto [temos] a luz” e a “[crer] na luz” (Jo 12:35, 36).

6. Compare Mateus 5:13-15 com Filipenses 2:14-16. Qual é o objetivo de nosso Senhor para Seu povo? O que isso significa na prática? Como podemos ser o que fomos chamados para ser?

O objetivo de todo reavivamento e reforma é permitir que a luz do amor, da graça e da verdade de Cristo brilhe através de nossa vida. A luz brilha em contraste com a escuridão. Jesus chamou Seu povo a ter um estilo de vida bem diferente da que se vive no mundo, a fim de demonstrar a superioridade do Seu caminho. Ele nos chama a ser compassivos, atenciosos e dedicados, neste mundo de egoísmo, cobiça e vaidade. Chama-nos a manter elevados padrões de entretenimento em uma sociedade intoxicada pelo prazer (Cl 3:1, 2). Chama-nos a uma vida saudável nesta época em que milhões de pessoas morrem cedo de doenças degenerativas causadas por elas mesmas (Jo 10:10). Em meio a uma geração indecente, voltada para o sexo e esgotada emocionalmente, Jesus nos chama para algo diferente. Ele nos convida à modéstia, decência e pureza moral (1Pe 3:3, 4).
Isaías, profeta do Antigo Testamento, fez um forte apelo a Israel para reforma cerca de 700 anos antes de Cristo. Suas palavras falam com relevância para uma igreja à espera da vinda de nosso Senhor. “Os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os Meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:8, 9). O ideal de Deus para Sua Igreja e para nós, como indivíduos, é maior do que podemos imaginar. Todo o Céu anseia revelar Seu caráter de amor através de Seu povo.



Sexta

Ano Bíblico: Ez 30–32 

Estudo adicional

“Muitos professam estar ao lado do Senhor, mas não estão. A influência de todas as suas ações está do lado de Satanás. Por que meio havemos de determinar de que lado nos encontramos? Quem possui nosso coração? Em quem estão nossos pensamentos? Sobre quem gostamos de conversar? Quem possui nossas mais calorosas afeições e melhores energias? Se estamos do lado do Senhor, nossos pensamentos estão com Ele e nossos mais suaves pensamentos são a Seu respeito. Não temos amizade com o mundo; tudo quanto temos e somos, consagramos a Ele” (Ellen G. White, A Fé Pela Qual Eu Vivo [MM 1959], p. 220).

“Toda pessoa tem o privilégio de ser um conduto vivo, pelo qual Deus pode comunicar ao mundo os tesouros de Sua graça, as insondáveis riquezas de Cristo. Nada há que Cristo mais deseje do que agentes que representem ao mundo Seu Espírito e caráter. Não há nada de que o mundo mais necessite do que a manifestação do amor do Salvador, mediante a humanidade. Todo o Céu está à espera de condutos pelos quais possa ser vertido o óleo santo para ser uma alegria e bênção para os corações humanos” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 419).


Perguntas para reflexão

1. Quais termos Paulo usou para descrever a alta vocação do povo de Deus? 
O que essas imagens significam na prática? Nossa vida demonstra essa realidade? 2Co 5:18-20; 6:17, 18


2. Podemos reivindicar as promessas bíblicas, mas, a menos que façamos uma escolha consciente no momento da tentação, no sentido de firmar a mente nas coisas para as quais devemos atentar, sucumbiremos à tentação. Que princípios ou práticas você achou úteis em controlar seus pensamentos nos momentos de tentação?


3. O que você responderia a alguém que lhe dissesse: “Sim, meus pensamentos nem sempre são o que deveriam ser, mas minhas ações e estilo de vida são irrepreensíveis”?


4. Como podemos integrar os princípios de saúde à nossa vida e ao evangelismo e testemunho? Que papel a mensagem de saúde deve ter no reavivamento e reforma?


Respostas sugestivas: 1. Somos transformados na imagem dessa glória, pelo poder do Espírito Santo. As trevas do pecado são afastadas do nosso coração. 2. A paz produzida pela comunhão com Deus nos leva a pensar apenas em coisas verdadeiras, respeitáveis, justas, puras, amáveis, de boa fama, que tenham virtude e sejam dignas de louvor. Por isso, não nos conformaremos com os pensamentos impuros deste tempo e evitaremos o lixo apresentado nos meios de comunicação. 3. Que somente o poder de Deus transforma e guarda a mente dos cristãos diante das fortalezas, argumentos e pretensões que se levantam contra o conhecimento de Deus. As armas espirituais (oração e estudo da Bíblia) nos levam à obediência de Cristo. As armas carnais são os pensamentos e sentimentos inspirados por Satanás. 4. Ao nos prepararmos para a volta de Cristo, precisamos ser santificados em tudo: espírito, alma e corpo. Não podemos ser irrepreensíveis se dedicamos parte do nosso ser ao pecado. 5. Somente quando nossa mente (que fica no cérebro e envolve a saúde física) é transformada, podemos experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (saúde espiritual). Jesus veio ao mundo para que tenhamos vida em abundância (física e espiritual). Glorificamos a Deus com o que comemos, bebemos e fazemos. 6. Que ele seja o sal da Terra, dando sabor à vida dos semelhantes, e a luz do mundo, iluminando o caminho dos que estão em trevas. Que seja irrepreensível no meio de uma geração perversa, evitando contendas e murmurações.


Comentário Semanal

Autor: Autor:Autor: Evandro Fávero, mestre em Teologia,
secretário e departamental de Missão Global na União Sul Brasileira

Editoração e adaptação: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br 
Revisão: Josiéli Nóbrega


Ampliação

Introdução

Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Pensar permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos. Segundo estudiosos, o pensamento é considerado a expressão mais "palpável" do ser humano, pois por meio de imagens e ideias revela justamente a vontade deste. Assim, o pensamento/o ato de pensar é base para as ações humanas. A atividade de pensar confere ao homem "asas" para mover-se no mundo e "raízes" para aprofundar-se na verdade.

A grande questão, no entanto, é que vivemos neste mundo em que o mais importante deixou de ser quem você é (caráter), para ser o que você tem. “Viver de aparências”, esse é o dito popular que permeia nossa sociedade e, apesar de sabermos quão ilusório e ineficiente é esse padrão, é custoso nos livrarmos de conceitos como esse. A verdade é que, um dia, teremos que nos deparar conosco e com Deus e teremos que ser verdadeiros. Chega um momento em que é preciso olhar no espelho e encarar quem realmente somos. Então, por que esperar?


Hoje é o único dia que temos, tudo o que devemos ser e fazer que estiver ligado à nossa salvação devemos fazer hoje. Por isso, precisamos repensar nossos pensamentos e viver cada dia segundo o padrão do Céu e não do mundo. “Os maus pensamentos destroem a alma. O poder de Deus para converter muda o coração, enobrece e purifica os pensamentos. A menos que se faça um resoluto esforço por manter os pensamentos centralizados em Cristo, a graça não pode revelar-se na vida. A mente tem que ocupar-se na luta espiritual. Todo pensamento tem que ser levado em cativeiro à obediência de Cristo. Todos os hábitos têm que ser postos sob o controle de Deus” (Carta 123, 1904).

I- A importância da mente

Lendo os livros de Provébios, Eclesiastes e as cartas paulinas, percebemos que a tônica nesses escritos é a mente. Salomão usou a palavra coração para se referir à mente. Já Paulo foi bem mais direto, usando vocábulos como mente, espírito, que aparecem aproximadamente 100 vezes nos escritos de ambos. Isso, de certa forma, nos indica como o tema é importante e deve ser considerado pelos cristãos.

Segundo Edwinges Maria Morato, à mente estão ligadas funções cerebrais como o pensamento, a razão, a memória, a intuição, ainteligência e o sentimento. Por isso, o termo também descreve a personalidade (Liguagem e cognição, Edwiges Maria Morato, Plexus Editora, 2002, p. 15).


A mente é o centro de nosso querer e remete às nossas decisões e ao que somos e nos tornamos a cada dia. O que pensamos afeta nossas ações, e nossas ações acabam por definir quem somos.


Quando conhecemos Cristo aprendemos sobre uma nova maneira de viver, sobre pensamentos puros, sobre o amor verdadeiro; somos “despidos” do velho homem e um estilo de vida puro se instala em nosso viver. Aqueles que têm parte com Cristo vivem de maneira diferente da do mundo e suas ações são reflexo do que serve de alimento à sua mente.


Discuta com a classe:

1. O que pensamos determina quem somos. Como esse conceito pode nos ajudar a viver de maneira diferente?

2. Por que é tão importante a renovação de nossa mente diariamente?

3. Quais são as coisas contempladas que me levam a viver longe dos padrões celestiais? Que valor temos dado a isso?

Deus deseja Se comunicar com o homem. Infelizmente, o pecado, nossos pensamentos e ações diárias interrompem Sua ação sobre nós. Por meio do Espírito Santo, Deus fala com Seus filhos. É através da mente que essa comunicação acontece. Quando mantemos limpas as vias de acesso, quando nossos pensamentos são puros e bons e quando lutamos contra o mal que habita em nós, Deus não é apenas honrado, mas é estabelecida eficazmente essa comunicação e todo o nosso viver tem novo sentido e propósito. Nosso pedido diário deve ser: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 51:10), o que ilustra nossa incapacidade, pois essa purificação vem somente de Deus.

II – Salvaguarda da mente

“Conta-se que Mauro sempre estava de bom humor e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém lhe perguntava: “Como vai você?”, ele respondia: “Melhor que isso, só dois disso!” Certo dia, alguém lhe perguntou: “Como você consegue ser uma pessoa tão positiva o tempo todo?”Ele respondeu:“Toda manhã eu acordo e digo a mim mesmo: Mauro, hoje você tem duas escolhas: ficar de bom humor ou ficar de mau humor. Então, eu escolho ficar de bom humor. E repito essa decisão o dia inteiro, a cada instante. Se alguém me irrita ou reclama de alguma coisa, seja do jeito certo ou não, eu escolho continuar de bom humor e tentar ver o lado positivo da situação”.“Mas, não é tão fácil assim, Mauro!” “É fácil, sim!”, Mauro respondeu, “a vida consiste de escolhas”.

Por vezes, não percebemos como temos deixado que coisas exteriores afetem o que somos e o que fazemos. Deixamos de pensar no que é agradável e no que nos manterá em sintonia com o Céu.


Escolher é uma das funções de nossa mente. Nossas escolhas determinam quem somos. Paulo diz: “Os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito” (Rm 8:5, Almeida Fiel). Aqueles que estão ligados a Deus buscam dia a dia desenvolver sua natureza espiritual que é assim manifestada: a) por meio da busca do espírito (Rm 8:5); b) busca de vida e paz na alma (Rm 8:6); c) Cumprimento da Lei do Senhor (Rm 8:4). Para sabermos fazer escolhas, no entanto, precisamos do poder do Espírito de Deus que nos é outorgado mediante o estudo da Palavra, oração e prática dos princípios aprendidos.


Para discutir com sua classe:

1. Quais atividades minam nossas capacidades espirituais?

2. Como essas ações se refletem em nossas escolhas diárias?

3. O que posso fazer a fim de obter o poder do Espírito para vencer as tentações diárias?

“Cada ato de transgressão, cada negligência ou rejeição da graça de Cristo, recai sobre nós mesmos, endurece o coração, deprava a vontade, entorpece o entendimento, tornando-nos não só menos inclinados a ceder à terna súplica do Santo Espírito de Deus, como também menos capazes de fazê-lo” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 33).

III – Corpo e mente

O famoso provérbio “mente sã, corpo são”, que declara haver uma ligação íntima entre corpo e mente, não é entendido dessa forma por muitos. No mundo secular é comum a ideia de um dualismo, ou seja, uma contradição entre cada uma dessas partes. O conceito remonta a filósofos como Aristóteles e Platão que afirmam que a inteligência do homem (mente) não pode ser assimilada em seu corpo, nem entendida como uma realidade física.

Como cristãos adventistas, tendo a Bíblia como nossa única regra de fé, entendemos que corpo e mente estão intimamente ligados e o que afeta um, certamente afeta o outro.


Em 1 Coríntios 6:18, 19, Paulo exorta os cristãos a fugir da impureza. É interessante lembrar que alguns dentro da comunidade cristã continuavam a visitar prostitutas, sustentando que não eram contaminados pelos comportamentos que envolviam apenas o corpo (influência do dualismo de Platão). Paulo, no entanto, severamente os advertiu, explicando que aquilo que os cristãos fazem com seu corpo os afeta espiritualmente.


Em 1 Tessalonicenses 5:23 Paulo fala de santificação, que é um processo diário realizado por meio do Espírito Santo. Ele se referiu a “espírito, corpo e alma”, pois estava preocupado tanto com a preservação espiritual dos crentes quanto com sua preservação física, deixando claro que ambos estão intimamente relacionados.


Jesus ainda ilustrou essa ideia quando disse aos Seus discípulos: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10:28).


Para você discutir com a classe:

1. Quando falamos de pecados, lembramos costumeiramente daqueles que são visíveis a todos: adultério, fornicação, homossexualismo, mentira, roubo, etc. Mas pecado é tudo que nos separa de Deus. Quais são os pecados que precisamos expulsar de nossa vida para que tenhamos um viver espiritual?


Se desejamos desfrutar de saúde plena (Jo 10:10), precisamos cultivar nossa mente e nosso corpo. Precisamos deixar de nos concentrar apenas em uma área, pois isso causaria desequilíbrio. Como cristãos somos chamados a viver uma reforma em nossos pensamentos para que nossas ações sejam também puras e centralizadas no que Cristo faria se estivesse em nosso lugar. Reforma de pensamento significa abandonar tudo que possa minar nossa ligação com o Céu e nos desviar do viver segundo Cristo.


CONCLUSÃO:

“Hoje se sabe que a mente controla o indivíduo em todas as suas ações e tem reforço físico. Na realidade, o cérebro é composto de mais de cem bilhões de neurônios ou células nervosas que se encarregam de transmitir informação, iniciar e manter processos mentais, evocar recordações, processar dados, etc. Qualquer atividade do ser humano põe em funcionamento essas células nervosas” (Julián Melgosa, Mente Positiva, CPB, p. 16).

“A não ser que esse poder convertedor impregne nossas igrejas, a não ser que venha o reavivamento do Espírito de Deus, toda a sua profissão jamais fará que os membros da igreja sejam cristãos. Há pecadores em Sião que precisam arrepender-se de pecados que têm sido acalentados como tesouros preciosos. Enquanto esses pecados não forem vistos e expulsos da alma, enquanto todo traço de caráter defeituoso e desagradável não for transformado pela influência do Espírito, Deus não poderá Se manifestar com poder. Há mais esperança para o pecador declarado, do que para os que aparentam ser justos, mas não são puros, santos e impolutos” (Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 53).

“Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira ocupação. Importa haver diligente esforço para obter a bênção do Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos necessitados de preparo para recebê-la. Nosso Pai celestial está mais disposto a dar Seu Espírito Santo àqueles que Lhe pedirem, do que pais terrenos o estão a dar boas dádivas a seus filhos. Compete-nos, porém, mediante confissão, humilhação, arrependimento e fervorosa oração, cumprir as condições estabelecidas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bênção” (Idem, 285).