domingo, 15 de setembro de 2013

ES - Lição 7 - Unidade: o vínculo do reavivamento – 3º Trim, 2013





Lição 7 - Unidade: o vínculo do reavivamento

10 a 17 de agosto






Sábado à tarde

Ano Bíblico: Jr 1–3 

VERSO PARA MEMORIZAR:
“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:1-3).


Leituras da Semana:


Unidade é um ingrediente essencial do reavivamento. Conflito, divisão e contenda não criam um ambiente propício para o reavivamento. No Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado sobre uma igreja que se havia unido na missão dada por Cristo. Suas diferenças foram subordinadas ao chamado supremo para a missão. Diante da comissão de alcançar os perdidos com o evangelho, os primeiros seguidores de Cristo pararam de lutar pela supremacia. Se estivessem ocupados na luta pelo poder, a obra teria sido impedida desde o início. Em vez disso, convencidos pelo Espírito Santo a morrer para o eu, eles estavam unidos em propósito e missão.

Em resumo, onde não existe unidade, não pode haver reavivamento. Onde reinam o ciúme, a inveja e a competição pela supremacia, o poder o Espírito Santo é detido. Por isso, é muito importante aprender a quebrar as barreiras que nos separam, para que entremos na unidade que Cristo busca para Sua Igreja.

Domingo

Ano Bíblico: Jr 4–6 

Resposta à oração de Cristo pela unidade

João 17 contém a grande oração intercessora de Jesus. Ela revela o que estava em Sua mente naquela hora importante da história da Terra.

1. Leia João 17:9-1120-24. Qual era o desejo de Jesus? Por que isso era tão importante? Como o relacionamento entre os discípulos demonstrava a genuína fé cristã? At 4:32, 33

A “unidade”, ou harmonia dos discípulos preparou o coração deles para receber a plenitude do poder do Espírito Santo. A oração de Cristo por Sua Igreja foi cumprida. Eles abandonaram suas diferenças. O amor prevaleceu. A contenda foi banida.

“Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça” (At 4:32, 33).

Essa passagem liga a unidade de coração e alma com o “grande poder” dos discípulos para testemunhar. Nas circunstâncias desafiadoras da Jerusalém do primeiro século, numa época em que o cristianismo era impopular, aqueles cristãos comprometidos compartilhavam seus recursos. Eles apoiavam uns aos outros e colocavam de lado suas ambições pessoais. Suas atitudes altruístas e generosidade de espírito os prepararam para receber a plenitude do poder do Espírito Santo para testemunhar.

“É importante notar que somente depois que os discípulos entraram em união perfeita, quando não mais contendiam pelas posições mais elevadas, o Espírito Santo foi derramado. Estavam unânimes. Todas as divergências haviam sido postas de lado” (Ellen G. White, Conselhos Para a Igreja, p. 98).

Por que o cumprimento da oração de Jesus em João 17 é tão importante para a igreja? O que o desejo de Jesus em relação à unidade da igreja do primeiro século revela sobre Seu desejo para nossa igreja hoje?


Segunda

Ano Bíblico: Jr 7–9 


Ilustrações do Novo Testamento sobre unidade

O mundo do Novo Testamento, no primeiro século, era dividido em castas, status social e gênero. Era uma sociedade em crise social. Os conceitos de igualdade de direitos, liberdade e dignidade humana não eram as normas aceitas.

Então, o cristianismo entrou em cena. Ele criou uma revolução social. Os ensinamentos de Jesus sobre igualdade, justiça, preocupação para com os pobres e respeito pelos marginalizados pareceram radicais. Ao mesmo tempo, os cristãos do Novo Testamento se uniram em torno dos valores fundamentais da criação e redenção. Eles ensinavam que todos os seres humanos foram criados por Deus e que a redenção foi oferecida a todas as pessoas por meio do sacrifício de Cristo na cruz. Jesus mostrou que cada pessoa, independentemente de sua condição material, é de imenso valor aos olhos de Deus.

2. Como as figuras a seguir ilustram a maneira pela qual cristãos diferentes se unem em um todo harmonioso, independentemente de sua origem? 1Co 12:12-181Pe 2:4, 5

Que figuras poderiam ser mais poderosas para ilustrar a unidade na igreja? O apóstolo Paulo mencionou o corpo para ilustrar a igreja e seus membros. Os órgãos do corpo estão intimamente ligados. Seus membros estão inter-relacionados e são mutuamente dependentes. Todas as partes têm sua função. Se uma parte do corpo sofre, todo o corpo sofre (1Co 12:18-26).

Pedro acrescentou a ilustração de um edifício espiritual apresentando os membros como pedras, cada uma se encaixando perfeitamente na construção de um templo glorioso que glorificará o nome de Jesus. Nessas ilustrações, cada membro está intimamente ligado ao outro. Neste mundo de relacionamentos quebrados, lutas pelo poder e desarmonia, esse vínculo de amorosa unidade deve ser um argumento poderoso em favor do cristianismo. Jesus apresentou claramente esta verdade universal: “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:35).

Sua igreja reflete a unidade descrita nesse texto? Você está ajudando a promover a unidade? Que atitudes você está abrigando que aumenta os problemas da igreja?

Terça

Ano Bíblico: Jr 10–13 


Missão e mensagem: elementos da unidade

A unidade vivida pelos fiéis do Novo Testamento era apoiada em muito mais do que amor entre os membros.

3. Qual era a paixão dominante da igreja do Novo Testamento? Como essa paixão unia os cristãos? At 1:84:33;5:429:3128:28-31

Os discípulos foram dominados por algo muito maior do que eles mesmos. A comissão dada por Cristo, de levar o evangelho ao mundo, devorou suas ambições pessoais. A igreja não pode alcançar a comunidade com o evangelho enquanto não for unida, mas ela nunca será unida enquanto não for consumida pelo desejo de pregar o evangelho.

A missão é um grande fator unificador. Os cristãos primitivos se uniram em torno da missão. A vida, morte, ressurreição, ministério sacerdotal e a volta de nosso Senhor os uniam. Os novos convertidos estavam firmados “na doutrina dos apóstolos” (At 2:41, 42). Os ensinamentos de Jesus proviam o fundamento da sua unidade.

O apóstolo Pedro usou o termo “verdade presente” (2Pe 1:12, New King James). A mensagem da “verdade presente” nos dias de Pedro unia a igreja e a impulsionava para frente com um ímpeto profético: Jesus Cristo de Nazaré era o cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento. Eles estavam unidos com uma mensagem urgente, a verdade presente para seu tempo sobre o cumprimento da profecia.

Agora, nos dias finais da história da Terra, Deus deu a Seu povo uma mensagem urgente, que é a verdade presente para nosso tempo (Ap 14:6-12). É a mensagem do “evangelho eterno” no contexto do juízo, da obediência e da volta do Senhor. Isso é o que une os adventistas do sétimo dia como uma família mundial. Se essa mensagem fosse diluída, ficasse em posição secundária ou fosse tratada como uma relíquia do passado, a unidade da igreja seria desfeita e sua missão perderia a urgência. Se a mensagem da Igreja for mal-interpretada ou distorcida, sua missão ficará obscura. É a proclamação da mensagem profética dos três anjos que dá aos adventistas do sétimo dia a razão da sua existência.

Você está conectado com nossa mensagem e missão? Por que você é adventista do sétimo dia? Leve sua resposta à classe no sábado.

Quarta

Ano Bíblico: Jr 14–16

Organização da igreja: estrutura para a unidade

O Novo Testamento revela que a igreja primitiva tinha uma estrutura organizacional definida. Essa estrutura ajudou a preservar a pureza doutrinária da igreja e a mantê-la focalizada na missão.

Em Atos 6, um pequeno grupo de discípulos se reuniu para resolver o problema da distribuição de alimentos para as viúvas dos gregos convertidos. Eles selecionaram diáconos para resolver a dificuldade. Os membros da igreja respeitaram a autoridade desses líderes.

Quando o apóstolo Paulo se converteu na estrada de Damasco, ele foi encaminhado a Ananias, um representante da igreja (At 9:10-17).

Depois de haver sido batizado por Ananias, Paulo foi instruído pelo Espírito Santo a se encontrar com os líderes da igreja em Jerusalém, a fim de confirmar seu ministério (At 9:26-30).

Em Atos 20 Paulo se encontrou com os anciãos da igreja de Éfeso para exortá­-los a vigiar contra os falsos mestres e suas heresias (At 20:17, 27-32).

4. Como a igreja do Novo Testamento resolveu a controvérsia sobre a circuncisão? At 15:1-31

O concílio de Jerusalém evitou um grande cisma na igreja do primeiro século. A organização da Igreja com autoridade administrativa foi essencial para preservar sua integridade doutrinária. Nesse caso, representantes da igreja local foram enviados a Jerusalém para participar de discussões doutrinárias, que teriam sérias implicações para o futuro da igreja. Uma vez que esses representantes chegaram a um consenso, a comissão escreveu a decisão tomada e a fez circular em todas as igrejas onde o problema se havia originado: Antioquia, Síria e Cilícia (At 15:23).

Os membros aceitaram a decisão do concílio de Jerusalém e se alegraram porque o Espírito Santo os havia guiado a uma resposta ao seu dilema (At 15:30-35).

Se você é membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, então está envolvido na estrutura da igreja. Qual é seu papel nessa estrutura, e como você pode ser mais envolvido de maneira construtiva?

Quinta

Ano Bíblico: Jr 17–19 

Alcançando a unidade

Quanto mais nos aproximamos de Jesus, mais próximos ficamos uns dos outros. Vemos com nova visão espiritual. O Espírito de Cristo nos permite ver o outro de forma diferente. Pela graça de Cristo, as pequenas coisas que antes nos aborreciam recebem novo significado. Hostilidades alimentadas são abandonadas à luz da Sua maravilhosa graça. Antigos ressentimentos e contendas são, tanto quanto possível, colocados de lado. Barreiras são derrubadas. O evangelho cura os relacionamentos quebrados.

Quando o Espírito Santo foi derramado em plenitude no Pentecostes, as atitudes dos discípulos para com seus irmãos de fé foram drasticamente alteradas. Diante da luz que provinha da cruz, eles passaram a ver um ao outro de modo diferente.

“Cada cristão via em seu irmão uma revelação do amor e benevolência divinos. Só um interesse prevalecia; um elemento de emulação absorveu todos os outros. A ambição dos cristãos era revelar a semelhança do caráter de Cristo, bem como trabalhar pelo desenvolvimento de Seu reino” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 48).

5. Que práticas promoveram a unidade entre os cristãos do primeiro século? Por que essas práticas são tão poderosas em unir cristãos? Mt 18:16-20At 1:1412:5, 126:7Mt 28:16-20

A unidade não é alcançada simplesmente porque a esperamos ou desejamos. Os cristãos do Novo Testamento oravam juntos e conversavam. Juntos, estudavam a Palavra de Deus e compartilhavam a fé. Oração, estudo bíblico e testemunho são poderosos elementos que criam, promovem e sustentam a unidade da igreja. Ao orarmos uns pelos outros, ficamos cada vez mais unidos. Participar de uma campanha evangelística para a comunidade cria um senso de harmonia ou união. Uma igreja viva, dinâmica, unida e reavivada é aquela cujos membros oram juntos, estudam a Palavra de Deus e alcançam sua comunidade.

Quais são algumas das forças que ameaçam a unidade de sua igreja, ou até mesmo da igreja como um todo? Por que é importante entender quais são essas forças e estar pronto para lidar com elas?

Sexta

Ano Bíblico: Jr 20–23 

Estudo adicional

“Havia nesses primeiros discípulos marcante diversidade. Eles deviam ser ensinadores do mundo e representavam amplamente variados tipos de caráter. Para conduzir com êxito a obra para a qual haviam sido chamados, esses homens, diferindo em características naturais e em hábitos de vida, necessitavam chegar à unidade de sentimentos, pensamento e ação. Essa unidade Cristo tinha por objetivo assegurar. Para alcançar esse fim, Ele procurou mantê-los em união consigo mesmo” (Ellen G. White,Atos dos Apóstolos, p. 20).

Perguntas para reflexão

1. Por que uma estrutura eclesiástica unificada é importante para nós? O que aconteceria com a nossa missão, mensagem e com nossa Igreja se congregações, Associações, Uniões ou Divisões seguissem seu próprio caminho? Imagine o caos que se seguiria.

2. Por que sou adventista do sétimo dia?

3. Por mais importante que seja a unidade para a igreja, há coisas ainda mais importantes? Por exemplo, ao lidar com os que pregavam doutrinas com as quais ele não concordava, Paulo escreveu o seguinte: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do Céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1:8, 9). O que aconteceu com a unidade nesse caso, pelo menos com essas pessoas?

4. Reflita sobre a importância da mensagem e missão para a identidade dos adventistas do sétimo dia. Afinal, qual seria o propósito da igreja sem essa mensagem singular? Que outras coisas nos unem como adventistas do sétimo dia e que ajudam a definir quem somos?

5. Por que a unidade é tão importante para todo reavivamento e reforma entre nós?

Respostas sugestivas: 1. Que os discípulos fossem guardados no nome de Jesus, em unidade. Muitos iriam crer por meio da pregação dos discípulos, da unidade e do amor. No Pentecostes, eles estavam unidos e pregaram com poder.
2. Diferentes membros, com diferentes funções, formam um corpo saudável e harmonioso; diferentes pessoas, com diferentes talentos, formam a igreja, o corpo de Cristo. O corpo só funciona se os membros trabalham unidos. Sobre Jesus, a Pedra viva, a igreja é edificada com diferentes pedras, com diferentes pessoas. 3. Ensinar e testemunhar sobre a ressurreição de Jesus Cristo; por isso, a igreja crescia, unida no poder do Espírito Santo. 4. Com a orientação do Espírito Santo, membros da igreja e líderes chegaram a pleno acordo. A igreja trabalhou unida e de modo organizado. 5. Seguiam a orientação de Cristo para a solução de desavenças. Por isso, Deus confirmava suas decisões. Oravam unidos e viviam unidos, mesmo quando eram perseguidos; tinham uma missão comum, em torno da qual todos estavam unidos. Por isso, a igreja crescia. Jesus os mantinha unidos.

COMENTÁRIO

VERSO PARA MEMORIZAR: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (Ef 4:1-3).

Introdução

O famoso evangelista Dwight L. Moody certa vez disse: "Satanás separa. Deus une. O amor nos une.” A lição desta semana fala sobre a unidade na igreja, que resulta em reavivamento espiritual. No verso para memorizar, o apóstolo Paulo usou a palavra unidade como segredo para o sucesso na vida cristã. Ellen G. White escreveu: "No quarto capítulo de Efésios o plano de Deus é revelado com tanta clareza e simplicidade que todos os Seus filhos podem se apropriar da verdade. Ali é exposto claramente o meio que Ele designou para manter a unidade em Sua igreja, de modo que seus membros revelem ao mundo uma experiência religiosa saudável" (SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1.117).

As moedas norte-americanas apresentam dois lemas: “In God We Trust” (Em Deus Confiamos) e “E Pluribus Unum” (De Muitos, Um”). A segunda expressão, do latim, resume a mensagem de 1 Coríntios 12. A primeira é a base da unidade e a segunda o resultado da unidade: “De muitos, um”. Assim deve ser a vida cristã: um único Deus, um povo unido, apesar das diferenças sociais e culturais.

Ellen G. White afirma: “É importante notar que só depois de haverem os discípulos entrado em união perfeita, quando não mais contendiam pelas posições mais elevadas, o Espírito foi derramado. Estavam unânimes. Todas as divergências haviam sido postas de lado. E o testemunho dado a seu respeito depois de derramado o Espírito, é o mesmo. Note a expressão: “Era um o coração e a alma da multidão dos que criam” (At 4:32). O Espírito dAquele que morreu para que os pecadores vivessem, dirigia a inteira congregação de crentes” (Ellen G. White, Conselhos Para a Igreja, p. 99, 100).

Sem unidade a igreja se torna fraca e ineficiente. A igreja desunida deixa de lutar contra as trevas e passa a ter uma “luta do bem contra o bem”, uma batalha entre os irmãos. Dessa forma, a missão deixa de ser cumprida e a igreja perde o sentido para sua existência. Portanto, a unidade não é um fim em si mesma, mas faz parte do propósito maior de Deus: levar a mensagem do amor de Deus ao mundo. A igreja não deve ser de tal maneira unida que se feche para a missão. Se os recursos e talentos da igreja são usados apenas a serviço dos membros da igreja, pode até haver unidade, pode haver conforto, riqueza, conhecimento, mas não há propósito. No entanto, Deus tem um propósito para a unidade do corpo de Cristo. Ele deseja que sejamos unidos no serviço, assim como os membros do corpo devem fazer sua parte para a felicidade do corpo como um todo.

A primeira pergunta é: estamos unidos? Se estamos, ótimo! A segunda pergunta é: estamos unidos para quê? Se estamos unidos para pregar o evangelho e cumprir a missão, somos candidatos a receber o mesmo Espírito derramado sobre os discípulos do passado. Eles estavam unidos em torno de uma paixão: testemunhar sobre Aquele que havia dado sentido à sua vida e que havia morrido para salvá-los.

“Os discípulos não pediram uma bênção para si. Arcavam sob o peso da preocupação pelos perdidos. O evangelho devia ser levado aos confins da Terra, e reclamaram a dotação de poder que Cristo prometera. Foi então derramado o Espírito Santo e milhares se converteram num dia.

“O mesmo pode acontecer agora. Ponham de parte os cristãos toda dissensão, e entreguem-se a Deus para a salvação dos perdidos. Com fé peçam a bênção prometida, e ela virá. O derramamento do Espírito nos dias dos apóstolos foi a “chuva temporã”, e glorioso foi o resultado. Porém, a chuva serôdia será mais abundante” (Ellen G. White, Conselhos Para a Igreja, p. 99, 100).

Jesus orou pela unidade dos discípulos naquela ocasião e também orou pela nossa unidade hoje.

Quando observamos o livro de Atos, podemos compreender melhor o que é uma igreja unida. Muitas vezes pensamos na igreja como um prédio, templo ou santuário, mas o significado da palavra é claro: igreja vem do grego ekklesia, um grupo de pessoas reunidas. Esse grupo inicial de discípulos representou uma nova liderança do povo de Deus. O livro de Atos não foi escrito para nos desanimar, mas para nos mostrar o que podemos ser. Ao ler esse livro, devemos fazer uma profunda reflexão, pois esse livro precisa ser o espelho da igreja do século 21: Um grupo de pessoas unidas para cumprir a missão deixada por Jesus (At 1:8).

Apesar das diferenças do passado, esse grupo chegou à unidade: Mateus era coletor de impostos e havia extorquido dinheiro em benefício de Roma. Simão, o Zelote, que havia lutado contra Roma e sua opressão, deve ter visto Mateus como traidor. Pedro era pescador na região norte, longe dos conflitos de Jerusalém.

No entanto, Jesus os chamou para o discipulado e os uniu. Ele unificou esses homens com diferentes histórias. Jesus era o denominador comum. Eram pessoas sem uniformidade na carreira, no temperamento e na educação.

Eles se uniram em obediência ao Senhor e esperaram, sabendo que tinham uma missão. O desafio era muito grande e muitos pontos ainda estavam incertos. No entanto, algo essencial era que eles estavam unidos no corpo de Cristo e na missão designada ao corpo de Cristo.

Veja nesta sequência de textos a importância da unidade:

“Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar” (At 2:1, Almeida Corrigida e Fiel [ACF])

“Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com Seus irmãos” (At 1:14, ACF)

“Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão” (At 5:12, ACF).

“As multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia” (At 8:6, ACF).

Este último texto descreve o avivamento em Samaria, um campo missionário pagão. O reavivamento e o sucesso da missão foram alcançados pela unidade de coração e pelo poder do Espírito Santo. Há apenas um adjetivo e apenas uma declaração que Deus usa para descrever esse grupo inicial que abalou o mundo da época: unidade.

Como alcançar essa mesma unidade hoje, diante das nossas muitas diferenças de compreensão e maturidade? Vivemos em um grupo que parece ser bastante heterogêneo. Vivemos de maneira muito distante desse ideal de unidade. Como podemos viver em unidade?

Em Atos 13:1, 2 (ACF) lemos:

“Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber:

Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.”

Cinco homens de culturas diferentes: três eram profetas e dois eram professores. Eram diferentes na origem (romanos, gregos e judeus), na língua, cultura e educação, mas se uniram em oração. Eram diferentes, mas filhos do mesmo Pai celestial.

O reavivamento está ligado à unidade, que é essencial para o crescimento e a expansão da igreja. O Salmo 133:1, 2 diz: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes.”

Duas palavras precisam ser cuidadosamente compreendidas. A palavra hebraica para “agradável” é um sinônimo de harmonia musical. Quando a música não soa bem, não é agradável para ouvir. A segunda palavra é “habitar”: O termo hebraico significa residência, continuidade e harmonia perpétua. Ellen G. White diz: "Recomendo-lhes as palavras do apóstolo Paulo no quarto capítulo de Efésios.

Esse capítulo é uma lição que Deus deseja que aprendamos e pratiquemos" (SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1.117).

O pedido de Paulo é que suportemos uns aos outros em amor (Ef 4:2), cujo sentido no original grego é, literalmente, que tenhamos tolerância ou paciência uns com os outros. Isso não é uma fácil tarefa, mas necessária, pois é uma ordem do Senhor! Com certa ironia, alguém disse esta verdade: "A igreja, às vezes, é igual à arca de Noé; só dá para aguentar o mau cheiro de dentro por causa da tempestade lá fora". A unidade deve habitar em nosso meio, e não deve ser apenas uma visita ocasional. Devemos estar de mãos unidas até a volta de Jesus.

Perguntas para reflexão:

1. Devemos estar unidos antes de pedir o Espírito ou devemos primeiramente pedir que o Espírito nos una?

2. Quais são as características da igreja unida? Como podemos alcançar essa unidade?

3. Sua igreja é unida? Sua igreja está reavivada como a igreja descrita no livro de Atos?

4. O que você pode fazer para que a igreja seja unida?


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