sábado, 17 de novembro de 2012

ES - Lição 8 - A igreja a serviço da humanidade – 4º Trim, 2012







 Lição 8 – de 17 a 24 de novembro

A igreja a serviço da humanidade






Sábado à tarde
Ano Bíblico: Rm 5–7

VERSO PARA MEMORIZAR: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3:14, 15).

Leituras da semana: Rm 16:5; 1Co 1:2; 1Pe 2:9; Mt 28:19, 20; Jo 17:21, 22; At 15:1-29

Pensamento-chave: “Devemos lembrar que a igreja, enfraquecida e defeituosa como seja, é o único objeto na Terra a que Cristo concede Sua suprema consideração” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 396).

Para muitos, a igreja não é o que costumava ser. Algumas pessoas estão até falando sobre “um cristianismo sem igreja”, um conceito contraditório. Outros protestam contra a “religião organizada” (seria melhor a “religião desorganizada”?). A Bíblia ensina, claramente, sobre a importância da igreja. Não é uma opção, é um componente fundamental no plano da salvação. Não é de admirar que, à medida que o grande conflito se desenrola, Satanás trabalhe de modo intenso contra ela, especialmente porque a igreja é um meio importante pelo qual os pecadores são colocados em contato com a oferta divina de salvação. A igreja, escreveu Paulo, é a “casa de Deus”, e a “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3:15). A igreja não é uma invenção humana, ela foi criada por Deus, com o propósito de trazer os pecadores errantes a um salvífico relacionamento com Ele.

Domingo
Ano Bíblico: Rm 8–10

A natureza da igreja: parte 1

Quando falamos sobre a natureza de algo, estamos geralmente interessados em sua origem, função e propósito. Além de prover várias imagens para descrever a igreja, a Bíblia usa uma palavra específica em referência a ela, ecclesia, que significa “chamados” ou “convocados”. Na vida grega secular, essa palavra era usada principalmente para descrever um grupo de cidadãos que tinham sido chamados de suas casas para um lugar público, para uma assembleia ou reunião. O Novo Testamento usa essa palavra nesse sentido geral.

Na tradução grega do Antigo Testamento (Septuaginta), a “congregação” de Israel, especialmente quando reunida diante do Senhor para fins religiosos, é chamada de ecclesia.

Os judeus foram “chamados” para ser o povo especial de Deus, e os primeiros cristãos podem ter usado essa palavra para identificar judeus e gentios que, como recebedores da graça de Deus, haviam sido chamados para ser testemunhas de Cristo. No Novo Testamento, igreja descreve o grupo dos fiéis em todo o mundo. É importante notar que a palavra ecclesia nunca é usada em referência a um edifício em que o culto público é conduzido. Igualmente significativo é que, embora a palavra “sinagoga” originalmente indicasse uma assembleia de pessoas reunidas para uma finalidade específica, os cristãos preferiam usar a palavra ecclesia. No entanto, ambas as palavras indicam que a igreja do Novo Testamento estava em continuidade histórica com a igreja do Antigo Testamento, a “congregação” de Israel (At 7:38).

1. Em termos gerais, a palavra ecclesia indica um grupo de pessoas chamadas por meio da iniciativa de Deus. Como isso explica o uso que Paulo fez dessa palavra em três diferentes níveis: (1) a igreja nos lares (Rm 16:5; 1Co 16:19), (2) a igreja em cidades específicas (1Co 1:2; Gl 1:2), e (3) a igreja em áreas geográficas mais extensas (At 9:31)?
Ecclesia descreve qualquer grupo de pessoas reunidas que compartilham de um relacionamento de salvação com Cristo. Isso significa que as congregações não são apenas uma parte de toda a igreja, mas cada unidade representa o todo.

A igreja é uma só em todo o mundo, mas ao mesmo tempo está presente em cada congregação.

Pense em sua igreja, que representa a igreja mundial. Que tipos de responsabilidades isso coloca sobre você, como parte do corpo da igreja, e sobre a própria igreja local?

Segunda
Ano Bíblico: Rm 11–13

A natureza da igreja: parte 2

Além da palavra ecclesia, o Novo Testamento descreve a igreja por meio de várias imagens, que aprofundam a explicação sobre sua natureza e função. Hoje examinaremos apenas dois conceitos fundamentais: a igreja como povo de Deus e a igreja como corpo de Cristo.

2. Na Bíblia, o conceito de “povo de Deus” é aplicado aos filhos de Israel (Dt 14:2). Em 1 Pedro 2:9, o conceito é claramente aplicado aos cristãos. O que isso significa para nós?
Observe que, mesmo quando o conceito é aplicado aos cristãos, ele ainda é usado para descrever a nação de Israel (Lc 1:68; Rm 11:1, 2). Evidentemente, o Novo Testamento aplica o conceito à igreja de uma forma que sugere continuidade e consumação (Gl 3:29.)

3. Em Romanos 12:5, 1 Coríntios 12:27 e Efésios 1:22, 23, a igreja é descrita como o corpo de Cristo. Como esses textos nos ajudam a entender melhor a natureza e a função da igreja?
Inúmeras ideias podem ser encontradas nesses textos. Talvez a mais óbvia seja a unidade (veja a lição de quarta-feira) que deve ser vista na igreja. Essa é uma ideia expressa em outras partes do Novo Testamento, especialmente em 1 Coríntios 12, onde Paulo escreveu: “Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres.
E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato?” (1Co 12:12-17).

Algumas pessoas sofrem do que são conhecidas como doenças autoimunes: seu próprio sistema imunológico, que deveria proteger o corpo, o ataca. Pense nas implicações dessa analogia para a igreja como o “corpo de Cristo”.

Terça
Ano Bíblico: Rm 14–16

A missão da igreja

A igreja, como “corpo de Cristo” deve fazer o que Cristo faria se ainda estivesse corporalmente na Terra. É por essa razão que a igreja, como uma “assembleia”, tem sido chamada para agir. A igreja não tem simplesmente uma missão. A igreja é missão.

4. Como Jesus tratou a questão da missão da igreja? Mt 28:19, 20
Missão envolve enviar pessoas para falar em nome de Deus. Foi o que Deus fez com os profetas de Israel (Jr 7:25) e com os apóstolos (Lc 9:1, 2; 10:1, 9). Jesus enviou Seus discípulos assim como o Pai O havia enviado (Jo 20:21). A igreja de hoje não pode fazer menos e permanecer fiel à sua vocação.

5. O que a Bíblia fala sobre a missão da igreja? Ef 4:11-13; Mt 10:5-8; Tg 1:27; Ef 1:6; 1Pe 2:9
Claramente, o evangelismo é fundamental para a missão da igreja. Ela também existe para a edificação dos crentes, para a promoção da verdadeira adoração e para se engajar em questões de interesse social.

Embora a igreja enfrente muitos desafios, um dos mais difíceis é manter um equilíbrio adequado na sua compreensão da missão. Por um lado, seria muito fácil ficar envolvida com a reforma social e com o trabalho para melhorar a sociedade e remediar suas mazelas. Embora esse trabalho seja importante, jamais se deve permitir que ele anule a principal missão da igreja: alcançar os perdidos para Jesus e preparar pessoas para Sua volta. Ao mesmo tempo, também precisamos evitar o extremo de viver como se todas as manchetes de jornal sinalizassem o fim do mundo e, por isso, negligenciar as tarefas básicas da vida diária. Precisamos de sabedoria divina a fim de saber como encontrar o equilíbrio.

Você está envolvido com a missão da igreja? Você poderia fazer mais do que está fazendo? Por que é importante para seu crescimento espiritual estar envolvido com o chamado da Igreja?

Quarta
Ano Bíblico: 1Co 1–4

Unidade da igreja

A igreja, retratada como os “chamados” por Deus, o “povo de Deus”, o “corpo de Cristo” e o “santuário do Espírito Santo”, está preparada para o serviço ou missão. A unidade é essencial para a igreja porque, sem isso ela não pode cumprir com sucesso sua missão. Não é de admirar que a questão da unidade estivesse na mente de Cristo perto do fim de Sua vida terrena (Jo 17:21, 22).

6. Jesus orou pela unidade da igreja (Jo 17:21, 22); Paulo exortou os crentes sobre isso (Rm 15:5, 6). De acordo com esses textos, como devemos entender a unidade?
A unidade pela qual Cristo orou e que Paulo exortou os crentes a alcançar, claramente envolvia uma união de sentimento, pensamento, ação e muito mais. Não é uma harmonia conseguida por meio de “engenharia” social, administração diplomática ou estratégia política. É um dom concedido aos crentes quando Cristo habita no coração (Jo 17:22, 23) e mantido pelo poder de Deus, o Pai (Jo 17:11).

7. Como podemos alcançar a unidade mencionada por Paulo? 1Co 1:10; 2Co 13:11
Não há dúvida de que todos nós somos diferentes e temos opiniões diferentes sobre muitas coisas, opiniões que podem, às vezes, dificultar a unidade. Embora tensões e pressões sejam inevitáveis em todos os níveis da igreja, precisamos manter uma atitude de humildade, abnegação, e desejar um bem maior do que nós mesmos. Muitas das divisões que surgem são devidas ao egoísmo, orgulho e ao desejo de exaltar a si mesmo e as próprias opiniões acima das dos outros. Nenhum de nós está certo em tudo, nenhum de nós entende todas as coisas perfeitamente. Sejam quais forem as diferenças inevitáveis que surgirem, se todos tomarmos diariamente nossa cruz, morrermos diariamente para o eu e buscarmos diariamente não apenas nosso próprio bem, mas o bem dos outros e o bem da igreja como um todo, desaparecerão muitos dos problemas com os quais lutamos e que dificultam a obra.

Em resumo, a unidade começa com cada um de nós, individualmente, como seguidores de Cristo, não apenas no nome, mas em uma vida de verdadeira abnegação, dedicada a uma causa e a um bem maior que nós mesmos.

Quinta
Ano Bíblico: 1Co 5–7

Administração da igreja

Administrar significa fazer com que as coisas aconteçam. Isso é verdade em relação à vida social em geral e é também verdade acerca da vida da igreja. Administrar também envolve organização, o que significa organizar as coisas para que funcionem em total harmonia com as normas, regulamentos e estruturas destinadas a facilitar nossa tarefa. A autoridade é também decisiva para a administração. Na prática, quem tem autoridade para autorizar as coisas e quem pode ser autorizado a fazer as coisas? Respostas diferentes a essas questões levaram a diferentes formas de administração da igreja.

Os adventistas do sétimo dia têm um sistema representativo de administração da igreja. Idealmente, a liderança atua apenas como representante, recebendo autoridade e responsabilidades delegadas pelos membros. Não é suficiente apenas mostrar que um sistema de administração da igreja está fundamentado nas Escrituras; o exercício da autoridade dentro do sistema deve demonstrar sensibilidade aos valores bíblicos.

8. Leia Atos 15:1-29. Que princípios importantes estão envolvidos na organização e administração da igreja?

Podemos aprender muitas coisas com esses versos sobre administração da igreja, mas um ponto deve estar claro: a organização da igreja precisa estar centralizada na promoção da pregação do evangelho. Biblicamente, a administração da igreja é tão boa quanto sua promoção da missão e evangelismo.

Precisamos lembrar, também, que embora Cristo exerça Sua autoridade por meio de Sua igreja e seus oficiais nomeados, Ele nunca entregou Seu poder a eles. Ele mantém a liderança da igreja (Ef 1:22). A igreja primitiva estava consciente do fato de que não podia exercer nenhuma autoridade independentemente de Cristo e Sua palavra. Em Atos 15:28, foi importante para a assembleia que sua decisão tivesse parecido boa “ao Espírito Santo”, o verdadeiro representante de Cristo. Os líderes da igreja hoje não podem agir de forma diferente.

9. Quais são as orientações de Cristo sobre o exercício da autoridade na igreja, em todos os níveis? Mt 20:24-28; 23:8

Você está disposto a servir aos outros? Pense profundamente sobre seus motivos em relação ao que você faz na igreja, independentemente de sua posição. Você gostaria de que seus motivos estivessem em maior harmonia com os princípios revelados na Palavra?

Sexta
Ano Bíblico: 1Co 8–10

Estudo adicional

Leia de Raoul Dederen: “The Church” [A Igreja], p. 538-581, em Raoul Dederen (editor), Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia]; e de Ellen G. White: Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 361-364: “Não Terás Outros Deuses Diante de Mim”; Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 455-467: “A Igreja, a Luz do Mundo”.

“Se um homem confia em seus próprios poderes e procura ter domínio sobre seus irmãos, achando que foi investido de autoridade para fazer de sua vontade o poder dominante, o melhor e único rumo seguro é removê-lo, para que não haja mal maior e para evitar que ele se perca e ponha em perigo a salvação de outros. ... A disposição de mandar sobre a herança de Deus causará reação, a menos que esses homens mudem de atitude. ... A posição de um homem não o torna um jota nem um til maior à vista de Deus; é só o caráter que Deus toma em consideração” (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 362).

Perguntas para reflexão

1. O que você diria a alguém que, acreditando que a igreja é corrupta, decidisse se afastar do corpo e continuar sozinho?

2. Nossa igreja afirma a noção do que tem sido chamado de “sacerdócio de todos os crentes”. O que essa ideia inclui? Que responsabilidades ela nos traz?
3. Pergunte aos alunos quais são algumas das ameaças potenciais à nossa unidade. Quais questões causaram divisão na igreja no passado? O que podemos aprender com o passado que pode ajudar a prevenir coisas semelhantes no futuro?

Respostas sugestivas: 1. (1) a igreja foi chamada para ser separada da sociedade em geral e reunida nos lares, o ambiente disponível naquele contexto; (2) todas as casas e congregações em uma cidade ou região representavam uma só igreja, chamada por Deus; (3) a igreja foi chamada por Deus para crescer como uma única família, nas casas, cidades, regiões e no mundo. 2. Deus nos escolheu para ser sacerdócio real, nação santa, Seu povo especial, e para proclamar as virtudes dAquele que nos chamou das trevas para a luz. 3. Somos muitos, mas fazemos parte do corpo de Cristo; dependemos uns dos outros; cada um tem uma parte a fazer, para o benefício do corpo; Cristo é a cabeça desse corpo; quando Cristo está presente no corpo, a igreja experimenta a plenitude. 4. Orientou a igreja a fazer discípulos em todas as nações; para isso, é preciso ir, ensinar e batizar as pessoas; enquanto fazemos essa obra, Ele está conosco. 5. A missão é edificar o corpo de Cristo; promover a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus; elevar o ser humano à semelhança de Cristo; resgatar os perdidos; pregar o evangelho; curar os doentes; ressuscitar os mortos; expulsar demônios; visitar órfãos e viúvas; manter a pureza; louvar a graça salvadora de Deus; 6. Devemos ter unidade semelhante à de Cristo com o Pai; para isso, cada qual precisa estar unido a Cristo; a unidade é produzida pela paciência e consolação divinas, e glorifica o Senhor. 7. Dando lugar à gratidão ao nome de Jesus. Em respeito a esse nome, falaremos a mesma coisa, teremos a mesma disposição mental, o mesmo parecer, aperfeiçoaremos e consolaremos uns aos outros e viveremos em paz. 8. Os problemas maiores devem ser levados às instâncias superiores da liderança; todos devem ser ouvidos; os líderes precisam ser apoiados por outros líderes, ao defenderem suas convicções; as decisões devem estar fundamentadas na Palavra. 9. Devemos ter a grandeza de servir às pessoas, deixando de lado o desejo de supremacia; devemos ter atitude de escravos e não de superiores; foi isso que Cristo fez; diante do Mestre somos todos iguais.

Resumo da lição 8 – A igreja a serviço da humanidade

Texto-chave: 1 Timóteo 3:14, 15

O aluno deverá:

Conhecer: A finalidade e função para a qual a igreja foi designada, entendendo que Cristo é seu fundamento e cabeça.

Sentir: A importância da unidade entre mente e coração, bem como a diversidade que traz força à família da igreja.

Fazer: Viver os princípios da liderança servidora.

Esboço do aprendizado

I. Conhecer: Chamados à missão

A. Quem é o cabeça da igreja? Que diferença isso faz quando se leva em conta as críticas ao corpo da igreja e seu governo?

B. Como Cristo exemplificou o estilo de liderança e missão que Ele chama a igreja a oferecer?

C. Que funções a igreja cumpre, e como o governo da igreja deve executar essas funções?

II. Sentir: Chamados à unidade

A. Cristo salientava constantemente a unidade entre o Pai e Ele mesmo. Por que é tão importante que Sua igreja promova e experimente a unidade com Deus e de uns com os outros?

B. Como as muitas partes da igreja devem apoiar e fortalecer umas às outras?

III. Fazer: Chamados para o serviço

A. Como os membros da igreja devem seguir o exemplo de liderança servidora de Cristo?

B. Que atos diários de serviço os seguidores de Cristo podem realizar?

Resumo: Cristo é o Cabeça da igreja e serve como o melhor exemplo de missão, unidade e serviço por meio de Sua vida abnegada neste mundo. Sua vida foi de perfeita unidade com o Pai, culminando com Sua morte expiatória na cruz. O que Ele fez oferece salvação aos perdidos e vida vitoriosa a Seus discípulos.

Ciclo do aprendizado

MOTIVAÇÃO

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Tornar-se membro da igreja significa envolvimento individual e corporativo. Portanto, a missão da igreja em buscar os perdidos e fazer discípulos permanece e é aplicável tanto à missão do membro individual quanto da igreja mundial.
Só para o professor: A lição desta semana examina a igreja sob os pontos de vista de sua natureza, missão, unidade e governo, dando-nos assim uma visão muito clara de sua tarefa de fazer discípulos.

Nesta primeira seção, queremos ligar o conceito global de igreja à experiência real do membro da igreja. Primeiramente, vamos rever a condição singular da Igreja Adventista do Sétimo Dia e seus desafios e, depois, vamos investigar um pouco mais profundamente o que significa pertencer ativamente.

Discussão de abertura: O movimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia de hoje é algo estimulante. Estamos passando pelo influxo de muitos novos membros em muitos países. Estamos assistindo a muitos eventos dos últimos dias que ocorrem diante dos nossos olhos, nos dando evidências de que estamos agora nos aproximando do momento tão esperado da segunda vinda de Jesus. O advento está ao nosso alcance, e muitos de nós estamos recordando as profecias bíblicas, bem como dos escritos do Espírito de Profecia.

A natureza global da Igreja Adventista do Sétimo Dia cria também um belo mosaico de diversidade. Embora a denominação tenha bem mais de um século de idade, seus novos membros trazem nova vida e mantêm ativo o senso de missão.

A comunidade da igreja é composta de pessoas com livre-arbítrio, que vivem suas opções espirituais individual e coletivamente. Para complicar essa diversidade, certas circunstâncias e regiões geográficas evidenciam que, talvez, a influência da cultura atual e os cuidados e ocupações da vida resultaram em um estudo regular da Bíblia abaixo do que se poderia esperar.

Outro desafio para a igreja é a conservação dos membros, tanto em áreas de crescimento rápido como em se tratando de jovens e adultos jovens nos locais mais estabelecidos.

Como, então, vamos continuar a crescer espiritualmente a partir do ponto de vista do indivíduo e da igreja coletiva?

É hora de refletir mais profundamente sobre as relações que partilhamos uns com os outros dentro da estrutura da igreja local. Esses relacionamentos são a chave para o papel da igreja e sua missão.

Atividade: Faça as seguintes perguntas:

1. Em uma frase ou duas, responda: Como você se tornou seguidor de Cristo e membro da igreja?

2. Quem desempenhou um papel fundamental em sua contínua participação ativa na vida da igreja? Como eles influenciaram seu crescimento espiritual e sua caminhada com Cristo?

Comentário Bíblico

Compreensão

I. Equipando a igreja

(Leia com a classe Efésios 4:1-16.)

O contexto histórico nos diz que o livro de Efésios é o que chamamos de "epístola da prisão". Considera-se que foi escrito por Paulo enquanto ele estava preso. Efésios evidencia que Paulo refletiu muito seriamente sobre essa nova entidade, a igreja nascente. Nesta epístola, ele se refere à igreja como o corpo de Cristo, o templo do Espírito Santo e a noiva de Cristo. Nossa passagem fala, no capítulo 4, sobre a unidade e o propósito da igreja.

Observe os dons dados à igreja, conforme descritos no versículo 11: "E Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres” (NVI).

É muito importante considerar por que Jesus Cristo dá esses dons aos membros individuais que compõem a igreja. Paulo expõe três razões:

Primeira: (leia v. 12, 13): "Com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo" (NVI).

Segunda: Paulo trata do processo real de crescimento espiritual. Note os versos 14-16: "O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. DEle todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função" (NVI).

Por último, Paulo se concentra em como os membros da igreja devem agir em conjunto. Observe o versículo 16: "DEle todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função" (NVI).

Essa passagem estabelece o padrão de Paulo, tanto para o membro individual como para a estrutura da igreja corporativa. Refere-se tanto ao processo de crescimento espiritual individual como à missão corporativa da Igreja.

Então, vamos analisar os três propósitos para os dons que Jesus dá à igreja. Primeiramente, equipar é preparar as pessoas para o serviço. Em segundo lugar, alimentar o crescimento espiritual e conhecimento é evitar ser enganados espiritualmente. Finalmente, é para a edificação da igreja.

Esses três objetivos implicam um objetivo tríplice, encontrado no versículo 13: unidade de fé, conhecimento do Filho de Deus e maturidade em Cristo.

A metáfora final de Paulo sobre o corpo abrange brilhantemente sua visão para a Igreja: unidade, maturidade e harmonia. O corpo está unido por ligamentos; dessa forma, está bem construído, trabalhando em harmonia, para promover o crescimento alimentado pelo amor.

Pense nisto: Que metáforas Paulo usa para descrever a igreja? Que qualidades espirituais essas imagens sugerem sobre a igreja e a relação íntima que Cristo quer ter conosco?

Para que finalidade os dons espirituais são dados à igreja? Que metáfora ou imagem textual Paulo usa para explicar como a igreja deve trabalhar em conjunto como um todo? Como essa ilustração é usada para englobar a visão de Paulo para a igreja?

Aplicação
Só para o professor: Esta seção tem é destinada a conectar os objetivos da estrutura da igreja, descritos na seção anterior, com a aplicação prática à experiência espiritual da vida do membro da igreja. Como visão geral para a seguinte reflexão sobre o discipulado, leia com a classe Mateus 28:19, 20.

"Como nos relacionar uns com os outros e com a estrutura da igreja em geral a fim de ter a experiência individual e corporativa da igreja que o apóstolo Paulo define e descreve em Efésios?" Essa pergunta está no cerne do discipulado.

Em Mateus 28:19, vemos as palavras iniciais: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações". Como se fazem discípulos? Os Evangelhos retratam o modelo e método de discipulado, mostrando como Jesus discipulou os 12 homens que escolheu para continuar Seu ministério quando voltasse para o Pai.

O modelo e método que Jesus usou para discipulado não utilizava um currículo ou um programa, mas sim, era um investimento vida a vida de tempo e de relacionamento dentro de uma experiência vivida no processo de discipulado.

A experiência também era fundamental na forma de Jesus instruir Seus discípulos e lhes dar poder para o futuro ministério. Quando compartilhava Sua vida cotidiana de ensino, pregação e cura, essas definições se tornavam verdadeiras aulas práticas para Seus discípulos. Quando Jesus compartilhava com os discípulos a experiência de relacionamento e ministério, ao mesmo tempo, eles estavam se tornando semelhantes a seu Mestre ao ser confrontados com o custo e o compromisso necessários para seguir Jesus.

O discipulado é fundamentalmente um processo relacional. Leroy Eims observa: "Não se pode produzir discípulos em massa. Não podemos deixar cair as pessoas em um 'programa' e ver surgir discípulos no final da linha de produção. Fazer discípulos requer tempo. É necessária atenção pessoal e individual" (The Lost Art of Disciple Making [A Arte Perdida de Fazer Discípulos], Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 1978, p. 45, 46).

O método de Jesus de discipulado revela que é um grupo menor que provê o ambiente em que pode haver intercâmbio franco e aberto. Esse contexto faz com que seja possível obter resposta e observação individuais que provocam correção, inspiração e o desejo de se tornar semelhante ao modelo.

É pelo contato próximo, contato vida a vida, que a mudança começa a ocorrer na experiência de vida e compreensão espiritual de um discípulo. Esse processo de crescimento espiritual é chamado de transformação.

Implicações: Em resposta ao desafio da retenção de membros, deve-se notar que os novos membros da igreja que fazem parte do relacionamento de discipulado com pelo menos outros dois membros provavelmente não haverão de deixar a igreja. Em vez disso, eles experimentam encorajamento, sentem-se equipados e são desafiados a reproduzir mais discípulos.

É hora de trazer o discipulado à vida diária dos membros da igreja, antigos e novos, partilhando relações intencionais em que sejam investidos tempo e experiência na vida de outros. É uma hora de cultivar juntos o discipulado. É tempo de amadurecer em Cristo. É tempo de se tornar parte da comissão. É tempo de a igreja a cumprir sua missão!

Perguntas indutivas:

1. Com base na passagem de Mateus, como Jesus encorajou, equipou e desafiou Seus discípulos?

2. Que podemos aprender de Seus métodos de discipulado para nossos próprios esforços de fazer discípulos?

Criatividade

Só para o professor: Forneça papel e caneta ou lápis a cada aluno para este exercício, se possível. Como alternativa, para esta atividade, faça sem material, mas peça que os alunos escolham alguém por quem orar e, em seguida, divida a classe em pequenos grupos de dois ou três para orar por essa pessoa e as pessoas escolhidas pelos outros em seu grupo de oração.

Atividade: Peça que os membros de sua classe anotem o nome de alguém em sua igreja local por quem gostariam de orar e de continuar investindo tempo e vida com ele. Eles podem estar dispostos a dar mais um passo, convidando essa pessoa para uma amizade de discipulado.

Comentários - Lição 8 – A igreja a serviço da humanidade

Felippe Amorim - Professor de História, Ensino Básico Iaene e Graduando em Teologia, Salt-Iaene, 2012
Otoniel de Lima Ferreira - D.Min. Professor de Evangelismo e Crescimento de Igreja Salt-Iaene

Introdução

Existem muitos modelos arquitetônicos de igrejas. Há igrejas de diferentes tamanhos e formatos. Certa vez, conheci uma igreja que funcionava em uma casa que havia sido um ponto de venda de drogas. Na África, muitas igrejas funcionam debaixo de árvores.

O que determina que um ambiente se torne uma igreja? Quem se reúne embaixo de uma árvore está em uma igreja? Como posso saber se um prédio é uma igreja ou não? O que é uma igreja?

A igreja é necessária?

Deus sempre teve um povo ao longo da história. Nos tempos do Antigo Testamento era o povo de Israel. Quando Jesus veio à Terra, Sua igreja eram Seus discípulos. O Apocalipse fala que Deus tem um povo remanescente nos momentos finais da história do pecado.

No sermão da montanha (Mt 5-­7), o  Mestre fala de uma comunidade que teria as características dos Seus seguidores.

Embora tenha pronunciado apenas duas vezes a palavra ekklesia (igreja), Jesus fez muitas referências a ela. Existem muitos termos equivalentes nas palavras do Novo Testamento: rebanho, ramos da videira, etc.

Mateus mostra que Cristo tinha a clara intenção de constituir um povo Seu, uma igreja Sua: “Sobre esta pedra edificarei a Minha igreja [...]” (Mt 16:18).

Paulo também falou sobre a igreja de Cristo: “Escrevo-te estas coisas, embora esperando ir ver-te em breve, para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade” (1Tm 3:14, 15).

“Os cristãos genuínos são testemunhas de Deus no que corresponde ao poder da graça divina e à sabedoria dos propósitos de Deus. Quando deixam de cooperar plenamente com o plano celestial para restaurar no homem a imagem de Deus, indevidamente se atrasa o dia da restauração desta Terra. A menos que o poder de Deus e Seus propósitos se cumpram na vida dos que se chamam Seus filhos, parecerão ser certas as acusações de Satanás (ver  1:9; Patriarcas e Profetas, p. 22). Paulo insiste com os membros da igreja para que reflitam na vida os princípios da verdade que dizem que praticam” (Comentário Bíblico Adventista).

Paulo repetiu esse conceito em Gálatas 2:9: “Quando conheceram a graça que me fora dada, Tiago, Cefas e João, que pareciam ser as colunas, deram a mim e a Barnabé as destras de comunhão, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão”.

As palavras esteio ou baluarte são tradução do grego edráioma e poderiam ser traduzidas também como basesustentosuporte oufundamento.  “A igreja de pessoas redimidas, ocupadas ativamente no programa de restaurar no homem "a imagem de seu Autor" (Ellen G. White, Educação, 15), é uma das principais demonstrações da suprema eficácia da verdade. Não é suficiente um simples assentimento aos princípios da verdade; estes devem se refletir plenamente na vida” (Comentário Bíblico Adventista).

Origem da palavra

Estudar a origem da palavra igreja nos ajuda a entender um pouco melhor esse assunto. “A palavra inglesa para igreja (church) e os termos cognatos em outras línguas (Kirk em escocês; Kerk em holandês; e Kirche em Alemão) derivam da palavra grega Kuriakos, “aquilo que pertence ao Senhor”. Ela traduz geralmente a ekklesia do Novo Testamento (EK [para fora] e KLESIS [chamar]), termo usado entre os gregos para designar um grupo de cidadãos reunidos para discutir assuntos de Estado” (Tratado de Teologia Adventista, p. 602).

Nesse caso, igreja seria um grupo de pessoas separadas do mundo. “Na terminologia cristã, ekklesia designava a “congregação” ou comunidade dos chamados por Deus para sair do mundo e ser Seu povo” (Tratado de Teologia Adventista, p. 602).

Resumindo, a igreja é um grupo de pessoas chamadas para sair do mundo e pertencer exclusivamente a Deus. Portanto, a existência ou não de uma igreja não depende de um prédio. Depende muito mais do propósito pelo qual as pessoas se reúnem em determinado lugar.

Imagens bíblicas da igreja

A Bíblia usa diversas metáforas para falar da igreja e cada uma delas nos mostra um aspecto diferente dela.

Paulo fala da igreja como corpo de Cristo (1Co 12:27). Essa figura nos diz que a igreja deve funcionar de forma harmônica como um corpo. Cada membro exerce a função para a qual foi designado e dessa forma o conjunto funciona bem. Além disso, um corpo só pode ser identificado como tal se estiver unido e essa é também uma característica da igreja.

Outra metáfora bíblica para a igreja é noiva. Em Mateus 25 lemos uma parábola nesse sentido (Mt 25:1). Trata-se de uma cena de um casamento antigo, em que Jesus é representado pelo noivo e a igreja é representada pela noiva. Considerar a igreja como noiva exalta o aspecto do compromisso que deve haver entre a igreja e Jesus.

Encontramos ainda a metáfora da igreja como templo (Ef 2:20-21). O templo era o lugar em que as pessoas sacrificavam e encontravam a salvação por meio da simbologia da morte do cordeiro. Da mesma forma, é na igreja que se apresenta a morte de Cristo como suficiente para nos salvar de nossa condição de perdidos.

Povo de Deus é outra forma pela qual o Novo Testamento se refere à igreja (1Pe 2:9). Essa passagem demonstra o aspecto da exclusividade da igreja em sua relação com Cristo. Não deve haver relacionamento com outro deus no convívio da igreja.

Não devemos deixar de mencionar a igreja como pilar e alicerce da verdade (1Tm 3:15). Este aspecto já foi abordado anteriormente.

A missão da igreja

Ao longo das Escrituras podemos perceber Deus enviando pessoas para missões especiais. Sem dúvida, o maior dos enviados de Deus foi Seu próprio Filho Jesus Cristo (Gl 4:4). Jesus, por Sua vez enviou os doze (Lc 9:1, 2). Cristo também estendeu a ordem a todos os Seus seguidores de todos os tempos (Mt 28:19, 20).

O Senhor começa com uma palavra simples e profunda: “Ide”. Essa nos dá ideia de movimento. A igreja que estiver estagnada espiritualmente não poderá cumprir a missão. É necessário sair da zona de conforto, deixar o banco da igreja “esfriar” um pouco e partir para o campo de trabalho.

“Quando Abraão foi chamado para se tornar semeador da semente da verdade, foi-lhe ordenado: "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei" (Gn 12:1). [...] Assim, todos os que são chamados para se unirem a Cristo precisam deixar tudo para segui-Lo. Antigas relações precisam ser cortadas, planos de vida abandonados, esperanças terrenas renunciadas. Com trabalho e lágrimas, na solidão e por sacrifício, a semente deve ser lançada” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 37).

Alguém disse: “A igreja está obesa”. A pessoa estava se referindo ao fato de que muitos cristãos vivem apenas de “consumir” sermões e não fazer nada em favor da obra de Deus. Para não fugir da metáfora, obesidade é causada, entre outras coisas, por falta de atividade física, ou seja, a igreja está “obesa” porque se alimenta, mas fica parada. O pior é que obesidade pode fazer adoecer e até levar à morte. Precisamos de exercícios espirituais com urgência!

O segundo passo da estratégia é: “Fazei discípulos”. Discípulo é aquele que segue o Mestre. Nosso primeiro objetivo em relação àqueles que não conhecem a Cristo é torná-los seguidores dEle. Devemos motivá-los a isso. O apóstolo Paulo nos indica o caminho para influenciar pessoas. “O amor de Cristo nos constrange” (2Co 5:14). O caminho é fazer as pessoas entenderem o imenso amor de Jesus e a dádiva da Salvação. Então, elas O seguirão. A primeira lição é a da justificação pela fé na graça de Deus.

O discípulo não conhece tudo de seu Mestre nos primeiros contatos, mas, entende que deve segui-Lo irrestritamente. Os ensinamentos básicos devem ser passados para o novo converso e o restante ele aprenderá com o tempo: “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4:18).

O próximo passo será é o batismo “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Não é necessário que a pessoa tenha “todo o conhecimento” da Bíblia para dar o passo do batismo. Entre outras, a doutrina da salvação deve ser ensinada, pois do bom entendimento dela deriva uma vida cristã vitoriosa. Quando entendemos o que Deus fez por nós, ficamos tão gratos que desejamos retribuir com obediência irrestrita. As evidências do preparo de uma pessoa para o batismo são: conhecimento da vontade do Mestre e disposição para segui-Lo na prática dessa vontade. Assim, a pessoa aceitará as outras doutrinas bíblicas.

É importante que se conheça as exigências da vida cristã antes do batismo, para que se possa avaliar criteriosamente a decisão que alguém tomará. Porém, o texto bíblico nos sugere que depois do batismo a pessoa crescerá no conhecimento e na prática das doutrinas e normas cristãs. Mesmo após três anos de aulas com Jesus, Seus discípulos ainda não compreendiam bem a cruz e a natureza do reino de Deus. Por que deveríamos exigir um conhecimento perfeito dos que são apenas embriões espirituais? A consolidação do conhecimento virá no decorrer da vida cristã.

O passo seguinte é ensinar “a guardar todas as coisas” ordenadas por Jesus. Após o batismo, a pessoa precisa continuar sendo instruída na Palavra de Deus. Até que aprenda “todas as coisas”. Isso envolve todas as doutrinas bíblicas, como reforma de saúde, regras de vestuário, liturgia e a tarefa de ir.

“[...] De século em século, através de sucessivas gerações, as puras doutrinas do Céu têm sido desdobradas dentro de seus limites. Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção. É o cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de transformar corações” (Atos dos Apóstolos, p. 12)

“A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir e sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o princípio tem sido plano de Deus que, por meio de Sua igreja seja refletida para o mundo Sua plenitude e suficiência. [...] A igreja é a depositária das riquezas da graça de Cristo; e pela igreja será, a seu tempo, manifesta, mesmo aos "principados e potestades nos Céus" (Ef 3:10), a final e ampla demonstração do amor de Deus” (Atos dos Apóstolos, p. 9)

“A igreja de Deus é o recinto de vida santa, plena de variados dons e dotada com o Espírito Santo. Os membros devem encontrar sua felicidade na felicidade daqueles a quem ajudam e abençoam” (Atos dos Apóstolos, p. 12)

“Maravilhosa é a obra que o Senhor Se propõe realizar por intermédio de Sua igreja, a fim de que Seu nome seja glorificado” (Atos dos Apóstolos, p. 13)

Jesus espera que a igreja entenda a importância de se manter unida. Ele mesmo pediu isso ao Pai em Sua oração sacerdotal (Jo 17:21, 23).

Mantendo-se unida e fiel aos ensinamentos de Cristo, a igreja poderá alcançar seu triunfo final quando Jesus retornar à Terra para buscar os Seus fiéis e levá-los às mansões celestiais.







segunda-feira, 12 de novembro de 2012

ES – Lição 7 - Armas para a vitória – 4º Trim, 2012






Lição 7 - Armas para a vitória








Lição 7 de 10 a 17 de novembro

Armas para a vitória






Sábado à tarde
Ano Bíblico: At 13–15

VERSO PARA MEMORIZAR: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6:13).

Leituras da semana: Ef 6:14-18; 2Co 6:7; Ef 5:9; Rm 10:15; 1Ts 5:8; Mc 14:38

Pensamento-chave: Cada crente deve estar pessoal e individualmente armado, porque todos nós estamos envolvidos no grande conflito.

O grande objetivo de Satanás é atrair para si a lealdade que os verdadeiros crentes dedicam a Cristo. Antes da conversão, as pessoas pertencem ao reino do diabo e são dominadas por ele. Embora a conversão a Cristo afaste o crente desse domínio, não destrói completamente o poder do inimigo. Na verdade, Satanás aumenta seus esforços para destruir nossa fé e nos levar de volta para ele. É grande sua variedade de manobras enganosas. As Escrituras as chamam de “ciladas do diabo” (Ef 6:11). No entanto, não importam os enganos, manobras e ciladas do inimigo; ele não pode tirar de Cristo nenhuma pessoa determinada a permanecer fiel ao Senhor (ele até pode tornar miserável nossa vida, mas isso é outra questão).

A lição desta semana focaliza a armadura do cristão nessa guerra. Vestir toda a armadura de Deus é nossa única proteção. Portanto, precisamos entender a natureza dessa armadura, porque, sem ela, certamente nos tornaremos presas do inimigo. Com ela, nossa vitória está assegurada.

Domingo
Ano Bíblico: At 16–18

A necessidade de usar a armadura

Em Efésios 6:12, Paulo descreveu a vida cristã como uma luta. Observe que ele usou o plural. A passagem diz, literalmente: “nossa luta não é contra o sangue e a carne”. Todo cristão é retratado nesse quadro. No verso 13, ele exorta seus leitores no sentido de que se revistam de toda a armadura de Deus. É com a armadura de Deus que devemos nos equipar, e ela está disponível para nosso uso. Paulo começou o verso com a palavra “portanto”, sugerindo que, tendo em vista a natureza do conflito, essa armadura é necessária. Paulo descreveu a forma pela qual o cristão deve estar armado usando o exemplo de como um soldado romano se equipava para a batalha.

1. Que parte da armadura mostra que essa luta não apenas envolve cada cristão, mas exige o engajamento pessoal de todos? O que significa o fato de que você deve se empenhar nessa luta? Ef 6:14-17
A palavra traduzida como “luta”, originalmente se referia ao combate corpo a corpo, porém, mais tarde, foi aplicada a outros tipos de luta. Certamente, o apóstolo não tinha em mente uma luta física contra os demônios, mas o uso dessa palavra em Efésios aponta claramente para uma individualização da luta.

Embora num contexto diferente do que está sendo considerado aqui, a parábola das dez virgens, em Mateus 25:1-13, fala da questão do envolvimento pessoal nos assuntos espirituais. Ellen White aplica as condições espirituais das cinco virgens à descrição de Paulo de uma classe de pessoas que, no tempo do fim, têm “aparência de piedade”, mas negam “a eficácia dela” (2Tm 3:1-5, RC). “Essa é a classe que, em tempo de perigo, é encontrada bradando: Paz e segurança! Acalenta seu coração em sossego, e não sonha com o perigo. Quando desperta de sua indiferença, discerne sua pobreza, e roga a outros que lhe supram a falta. Em assuntos espirituais, porém, ninguém pode remediar a deficiência de outros” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 411, 412).

Há muitas coisas que somente você pode fazer por si mesmo (por exemplo, ninguém pode comer por você). Como você pode aplicar esse mesmo princípio à sua preparação para o conflito espiritual em que estamos envolvidos?

Segunda
Ano Bíblico: At 19–21
 
Cinto da verdade, couraça da justiça

“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça” (Ef 6:14).

Embora seja um pouco difícil saber a natureza exata do cinto, parece que em Efésios 6:14 Paulo podia estar se referindo a um avental de couro que oferecia alguma proteção para a parte inferior do abdômen, mas também tornava possível a liberdade de movimento e facilidade para a ação. Nesse sentido, o cinto era uma parte básica da armadura. Esse acessório, disse Paulo, é a “verdade”. Junto com o cinto da verdade está a couraça da justiça. Assim, nesse verso Paulo ligou os conceitos de verdade e justiça.

2. Qual é a ligação entre verdade e justiça? Por que elas são tão importantes para nossa proteção espiritual no grande conflito? 1Rs 3:6; Sl 15:2; 96:13; Pv 12:17; Is 48:1; 2Co 6:7; Ef 5:9
Quando o apóstolo Paulo falou da justiça como uma couraça, no contexto da guerra espiritual, ele tinha em mente questões morais. Na batalha contra as forças do mal, fazer o que é certo e justo, ou, em outras palavras, viver a “verdade”, é tão importante para os cristãos quanto era a couraça para o soldado no campo de batalha. Quando deixamos de fazer o que é certo, quando viramos as costas ao que sabemos ser a verdade, tornamo-nos presa fácil para os ataques de Satanás, porque estamos deixando um grande buraco em nossa armadura.

Ao mesmo tempo, embora essa “justiça” inclua uma vida justa, devemos sempre nos lembrar de outro aspecto: a justiça de Cristo, que cobre o crente e continua sendo sua única esperança de salvação. Enquanto nos apegarmos à verdade de que nossa salvação repousa em Jesus, estaremos protegidos contra uma das estratégias espirituais mais eficazes de Satanás: o desânimo.

Você já foi tentado a desistir de sua caminhada com Jesus porque se sentiu desencorajado com sua vida, seu caráter e suas ações? Por que entender a verdade sobre a justiça de Cristo é tão importante para uma forte defesa contra os ataques de Satanás?

Terça
Ano Bíblico: At 22, 23

Preparação e escudo da fé

O s soldados romanos se armavam para garantir que seus passos não fossem impedidos em terrenos acidentados. Por isso, normalmente usavam sapatos cravejados com pregos afiados. Esses sapatos asseguravam boa aderência. Paulo os comparou com a “prontidão”, ou “preparação” do evangelho da paz (Ef 6:15).

3. Em que sentido o evangelho da paz provê uma “boa aderência” na guerra espiritual? Is 52:7; Rm 10:15; Ef 6:15

Efésios 6:15 pode ser traduzido de diversas maneiras: “Calçar os pés com a preparação do evangelho da paz”, “equipar os pés com a prontidão do evangelho da paz”, ou “calçar os pés com o equipamento do evangelho da paz”. A chave é uma palavra grega que pode significar “preparação”, como em um fundamento ou base preparados. Assim, o evangelho da paz, como um “fundamento preparado”, é a paz que o cristão experimenta como resultado de ter sido reconciliado com Deus por meio do sangue de Cristo. Essa reconciliação lhe dá uma base firme, a partir da qual ele pode se empenhar na batalha espiritual.

4. A peça seguinte da armadura é o escudo, que Paulo comparou à fé (Ef 6:16). O apóstolo iniciou seu raciocínio com uma expressão que pode ser traduzida como “sobretudo” (RC), “além disso” (NVI) ou “além de tudo”. O que ele quis dizer com essa expressão?

A palavra traduzida como “escudo” vem da palavra para “uma porta”. O escudo, medindo cerca de 1,20 m X 75 cm, e consistindo de duas camadas de madeira coladas, era moldado como uma porta. Visto que as flechas naqueles dias eram mergulhadas em piche e, em seguida, incendiadas, o escudo de madeira era coberto com couro, a fim de apagar as flechas inflamadas e embotar suas pontas. Essa era a arma mais importante entre todas as armas de defesa.

A analogia espiritual é clara: entre os “dardos inflamados” de Satanás estão a lascívia, a dúvida, a ganância, a vaidade, e assim por diante. “Mas a fé em Deus, segurada no alto como um escudo, detém cada um deles, apaga a chama, e faz com que caiam inofensivos ao chão” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1045). Esse tipo de fé é demonstrado pelas ações. É uma fé que se manifesta na defesa ativa contra os assaltos do inimigo. Nossa batalha diária é escolher o Senhor e Seus caminhos acima de qualquer coisa que o diabo lance diante de nós.

Quarta
Ano Bíblico: At 24–26

Capacete e espada

O capacete da salvação em Efésios 6:17 é provavelmente tomado de Isaías 59:17, embora Paulo o aplique de forma diferente. Em Isaías 59, é Deus quem veste o capacete da salvação. Em Efésios, o cristão é chamado a recebê-lo. Enquanto os itens anteriores possivelmente devessem ser comprados, o capacete era dado aos soldados. Talvez a intenção seja enfatizar o fato de que a salvação é totalmente gratuita.

5. Em 1 Tessalonicenses 5:8, Paulo falou do capacete como a esperança da salvação. Em Efésios 6:17, o capacete é descrito simplesmente como salvação. De que maneira essa mudança na ênfase ajuda a explicar como a salvação pode ser uma arma de defesa?
No Novo Testamento, salvação é uma experiência presente, que culminará na eternidade, por meio da libertação de toda espécie de mal. O capacete vitorioso que Deus usa (Is 59:17) é dado ao crente como uma proteção. Visto que o objetivo principal do ataque do diabo é privar os cristãos da salvação, a presente certeza da salvação que lhes é “dada”, à parte de suas próprias obras, se torna uma arma poderosa para sobreviver ao conflito. Verdadeiramente, em qualquer conflito espiritual o crente pode proclamar com o salmista: “Ó Senhor, força da minha salvação, Tu me protegeste a cabeça no dia da batalha” (Sl 140:7).

6. Depois de ter mencionado o capacete da salvação, Paulo falou sobre “a espada do Espírito”, que é a Palavra de Deus. Quais são as características da Palavra de Deus na batalha contra Satanás? Ef 6:17; Hb 4:12
A tentação de Cristo, registrada em Mateus 4:1-10, é uma bela ilustração de como a Palavra de Deus pode ser uma arma eficaz. A passagem também deve prover um incentivo para que os cristãos se apoiem nas verdades reveladas na Palavra de Deus.

Tantas forças estão em jogo nas tentativas de enfraquecer nossa confiança na Bíblia! Quais são algumas dessas forças em sua própria sociedade, igreja ou cultura? Ainda mais importante, como você pode se defender contra toda e qualquer tentativa de enfraquecer sua confiança na Palavra de Deus (o que às vezes pode ser muito sutil)?

Quinta
Ano Bíblico: At 27, 28

Orando sempre

Efésios 6:18 começa com a expressão “orando em todo o tempo” (RC), o que sugere que a oração está conectada com os versos anteriores. A ideia é a de que, para vestir, pegar e levantar a armadura do Céu, precisamos confiar em Deus. Por isso, “a oração não é outra arma, mas o espírito, a maneira pela qual toda a armadura deve ser usada e a batalha travada. Paulo estava recomendando a oração como um permanente estado mental, uma atitude contínua de comunhão com Deus” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1046).

7. Que palavras e expressões, associadas com a admoestação de Paulo sobre oração, sugerem vigilância e disciplina? Ef 6:18
A Bíblia frequentemente convida as pessoas a orar sem cessar (Lc 18:1; Rm 12:12; Fp 4:6; Cl 4:2; 1Ts 5:17). Mas, no contexto do combate contra as forças do mal mencionado em Efésios 6, Paulo enfatizou o fato de que cada ocasião na vida deve ser envolvida pela oração. Tal atitude não é uma pequena demanda sobre os cristãos, especialmente porque nosso primeiro instinto nos momentos de dificuldade é consultar amigos e colegas, o que é bom e tem seu lugar. A oração, porém, deve ser sempre a primeira linha de defesa e é algo que devemos estar “sempre fazendo”.

8. Efésios 6:18 começa com a expressão “orando em todo o tempo” e continua com outra sobre estar “vigilante”. A respeito do que devemos vigiar, e por quê?
Quando Jesus esteve no Getsêmani, advertiu que Pedro e os outros discípulos que estavam dormindo vigiassem e orassem (Mc 14:38). Antes que isso acontecesse, Jesus havia passado algum tempo advertindo os discípulos a ser vigilantes (Mc 13:33-37). A partir da perspectiva de Marcos, vigiar está ligado com a oração como uma questão constante que traz força espiritual ao cristão. Em Efésios 6:18, a ênfase está na oração pelos outros. Sem dúvida, ao orarmos pelos outros, somos fortalecidos espiritualmente, e ficamos mais bem armados para o conflito que se segue, não importando a forma que ele assumir.

Por que orar por nós mesmos é mais importante do que pedir que os outros orem por nós (por mais importante que isso seja)? O que a oração pessoal faz por você que as orações dos outros não podem fazer?

Sexta
Ano Bíblico: Rm 1–4

Estudo adicional

Leia de Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 8, p. 312-314: “A Importância do Verdadeiro Conhecimento”; Testemunhos para a Igreja, v. 9; p. 213, 214: “A Questão da Cor da Pele”; Minha Consagração Hoje [Meditações Matinais, 1989/1953], p. 105: “Subir Mais Alto”; Atos dos Apóstolos, p. 311-315: “Chamado a Mais Elevada Norma”.

“Em toda pessoa, dois poderes lutam com veemência em disputa pela vitória. Dirigida por Satanás, a incredulidade arregimenta suas forças a fim de nos separar da Fonte de nossa resistência. A fé ordena suas forças comandadas por Cristo, o autor e consumador de nossa fé” (Filhos e Filhas de Deus [Meditações Matinais 1956], p. 328).

“Devemos vestir cada peça da armadura e então ficar firmes. O Senhor nos honrou ao nos escolher como Seus soldados. Vamos lutar bravamente por Ele, mantendo o direito em cada ação. Retidão em todas as coisas é essencial para o bem-estar do coração. Ao se esforçar para vencer suas próprias inclinações, Ele vai ajudá-lo pelo Seu Espírito Santo a ser prudente em cada procedimento, de modo que você não dê nenhuma ocasião para que o inimigo fale mal da verdade. Coloque como sua couraça aquela justiça divinamente protegida, que todos têm o privilégio de vestir. Isso protegerá sua vida espiritual” (Ellen G. White, The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1119).

Perguntas para reflexão

1. Por mais que a lição desta semana tenha enfatizado o aspecto pessoal da luta espiritual, somos parte de uma comunidade maior. Como a comunidade pode ajudar uns aos outros em seus conflitos? O que podemos fazer para ajudar aqueles que estão em necessidade espiritual?

2. Por que é importante manter diante de nós a realidade desse conflito? Quem poderia imaginar um soldado, no campo de batalha, se esquecendo de que está em uma guerra? Quanto mais importante é que nós não nos esqueçamos disso também?

Respostas sugestivas: 1. Toda a armadura indica a necessidade de envolvimento na luta: cinto (verdade), couraça (justiça), proteção para os pés (esperança do evangelho), escudo (fé), capacete (salvação) e a espada (Bíblia Sagrada). 2. Justiça é a prática da verdade estabelecida por Deus; a obediência à verdade nos traz bênçãos e proteção no conflito contra o mal; Deus julgará o mundo com justiça e verdade; a justiça e a verdade são um dom da graça de Cristo, por meio do Espírito. 3. Temos beleza, paz e firmeza, em meio à guerra, porque aceitamos e anunciamos a vitória alcançada na cruz, e que culminará na segunda vinda de Cristo. 4. Além da couraça, do cinto e do capacete (verdade, justiça e salvação), temos grande necessidade do escudo da fé, a fim de nos protegermos contra os ataques do inimigo e avançarmos para a vitória. 5. O capacete nos fala da salvação realizada na cruz e da esperança de que essa salvação seja consumada na glória. A esperança nos motiva a continuar no caminho da salvação. 6. A Palavra de Deus é viva e eficaz; é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes; ela alcança nossa mente de modo profundo; ela discerne os pensamentos e propósitos do coração. 7. Paulo disse que precisamos vigiar “com toda perseverança e súplica por todos os santos”. O inimigo sempre tentará nos desviar da oração; por isso precisamos de disciplina. 8. Precisamos vigiar e ter perseverança para não cair na tentação de parar de orar, por nós e pelos outros.


ESCOLA SABATINA



Resumo da lição 7 – Armas para a vitória










Texto-chave: Efésios 6:13

O aluno deverá:
Saber: Como cada peça da armadura que Deus dá é essencial para a vida como soldado em Seu exército.
Sentir: A honra que o Senhor confere a Seus soldados, escolhendo-os para lutar por Sua causa.
Fazer: Revestir-se da armadura de Deus, confiando plenamente em Sua proteção e poder por meio da oração.

Esboço do aprendizado

I. Conhecer: Toda a armadura

A. Como o cinto de fé, a couraça da justiça, os calçados do evangelho, o escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito, todas essas peças são fundamentais na armadura que Deus oferece?

B. Que tipos de ataques das forças das trevas são frustrados por cada peça da armadura?

II. Sentir: A honra de lutar ao lado de Deus

A. Como Cristo utilizou a mesma armadura que forneceu aos Seus "soldados"?

B. Por que é uma honra participar com o próprio Filho de Deus na batalha contra o mal?

III. Fazer: Adequar-se

A. Embora a armadura seja de Deus e ofereça proteção, qual é o dever do soldado que se opõe ao maligno?

B. Que parte importante tem a oração ao revestir-se e usar a armadura de Deus? Por que o papel da oração é tão importante?

Resumo: Por meio de Sua armadura de verdade, justiça, evangelho, fé, salvação e Sua Palavra, Deus oferece proteção e estratégias ofensivas e defensivas na batalha contra Satanás. Seus soldados são chamados a colocar essa armadura e se manter firmes contra Satanás, baseando-se por meio da oração na força de Deus.

Ciclo do aprendizado

MOTIVAÇÃO

Conceito-chave para o crescimento espiritual: A armadura de Deus é algo que vestimos quando aceitamos Cristo. É vital para nos proteger, revestindo-nos diariamente da armadura espiritual como parte de um relacionamento dinâmico e permanente com Cristo.
Só para o professor: Esta lição deve ser usada para desenvolver um completo entendimento de cada parte da armadura espiritual que Paulo apresenta em Efésios. Uma vez tendo a classe entendido as diferentes partes e funções dessa blindagem, é importante aprender a usá-la de modo eficaz. O estudo do exemplo de Jesus pode nos ajudar a aprender isso e também pode nos preparar para estar preparados para os tipos de ataques que Satanás provavelmente haverá de lançar.

Leitura bíblica de abertura. Vestindo toda a armadura de Deus: peça que a classe volte a Efésios 6:11-18, a base da lição desta semana, que fala sobre a armadura de Deus. Convide um membro para ler a passagem, tendo em mente que Paulo quer incentivar os efésios a serem fortes no Senhor e em Seu poder. Nos versículos 11-13, Paulo faz a transição para a adoção de conselhos práticos sobre como exatamente fazer isso. Como um veterano da guerra espiritual, o conselho de Paulo a seus companheiros foi vestir a armadura de Deus. Contudo, essa não era uma ideia nova. Entre as epístolas anteriores, em 1 Tessalonicenses 5:8, Paulo se refere à couraça da fé e do amor, e à esperança da salvação como um capacete. E em Romanos 13:12, lemos que está próximo o dia para vestir a "armadura da luz" (NVI). No entanto, Efésios desenvolve totalmente esse conceito.

É útil lembrar que, quando escreveu essa epístola, Paulo estava acorrentado ao lado ou diretamente a um soldado romano. Dia após dia, sem dúvida, ele, olhava para a couraça, capacete, calçado de couro, escudo, espada, cinto e espada de seus captores. É fácil imaginar que, sob a influência do Espírito Santo, a mente de Paulo comparasse o que via seus carcereiros usando com o que os cristãos precisavam usar, a fim de travar com êxito a guerra contra o diabo.

Comente: Com base na passagem acima, por que é importante vestir a armadura espiritual o tempo todo? Por que é vital compreender que "vestir a armadura de Deus" é um estado ativo e dinâmico de viver e de estar em Cristo? De que maneira o ato de vestir a armadura é uma escolha diária, em vez de algo de uma só vez?

Compreensão
Resumo: Efésios 6:12 fala diretamente sobre o tipo de batalha que estamos enfrentando. Essa epístola diz que nossa luta não é contra carne e nem sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra as forças do mundo das trevas, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestiais. Entramos em uma batalha predominantemente espiritual oculta diante de um inimigo real, mas invisível.

Só para o professor:

Os três objetivos primordiais para esta seção incluem: (a) entender e colocar em prática todos os aspectos da armadura de Deus, (b) identificar como Satanás visa especialmente os convertidos, e (c) desenvolver habilidades e hábitos que nos permitam lutar com sucesso contra ele.
Em primeiro lugar, incentive a classe a explorar a natureza da armadura de Deus. Como a Bíblia observa, sabemos que uma batalha espiritual não pode ser combatida na carne, a fim de obter a vitória. Devemos usar as armas espirituais. Lendo mais em Efésios, vemos que essas armas são: Um cinto, que é o cinto da verdade, um peitoral, que é a justiça, o capacete da salvação, dom de Deus, o evangelho da paz, que são os calçados que cobrem nossos pés, o escudo da fé, nossa defesa chave, e a espada, que é a Palavra de Deus.

Comentário Bíblico

Toda a armadura de Deus

(Comente com a classe Efésios 6:11-18.)

Visto que estamos revestidos da armadura de Cristo, devemos estar prontos para a batalha. Mas que podemos esperar na guerra que vamos travar contra o diabo? Existem duas fontes importantes que podemos examinar a fim de compreender as condições que devemos esperar. A primeira fonte é a Bíblia, e a segunda é o que sabemos sobre a guerra a partir da experiência humana. Ambas as fontes fornecem informações sobre as circunstâncias, fatos e condições que devemos não apenas esperar, mas para os quais devemos nos preparar e estar prontos quando eles ocorrerem.

Primeiramente, vamos analisar o que podemos aprender com a experiência humana. Embora saibamos que Satanás é o general derrotado na luta do bem contra o mal, também sabemos que ele é esperto e inteligente e nunca deve ser subestimado. Da mesma forma, examinando os exemplos humanos, podemos ver que alguns dos melhores generais estiveram do lado perdedor da guerra. Se você se lembrar do General Erwin Rommel, apelidado de "Raposa do Deserto", você vai ver um general que enganou muitas vezes as tropas do exército britânico na campanha do Norte da África na Segunda Guerra Mundial. Entre algumas das táticas que ele usava estava o posicionamento de um pequeno número de tanques com hélices a girar a quilômetros de distância, erguendo poeira no horizonte a vários quilômetros, levando os britânicos a ficar convencidos de que o ataque vinha nessa direção. Os britânicos, então, posicionavam seus canhões anti-tanque de modo a repelir um avanço de Rommel a partir dessa direção. De repente, no entanto, os tanques do exército verdadeiro surgiam e desferiam um golpe por trás, e a batalha acabava antes de começar. O que esse exemplo nos revela são os tipos de táticas que devemos esperar. Satanás é um mestre do despiste, do subterfúgio e dissimulação. Qualquer bom general vai tentar utilizar manobras mais espertas que seu oponente, e Satanás é especialista em apontar às pessoas a direção errada.

A segunda e mais importante fonte de consulta quando se busca compreender o tipo de desafios que enfrentaremos é a Bíblia. Nela, vemos se desenrolando histórias que nos revelam o que é uma batalha espiritual e quais são as táticas do diabo. O adversário sempre quer travar a batalha em condições que sejam ideais para seu sucesso e nosso fracasso. E há uma estratégia central que Satanás usa vez por outra e que sempre é bem sucedida: ele se esforça para desviar nossa atenção de seus métodos e atribuir a outras pessoas a culpa pelo mal que faz. Em Gênesis 3:1-5, vemos que isso começou no Jardim do Éden com a serpente. Ao tentar Eva a cair, Satanás a convenceu de que eram os motivos de Deus que estavam em questão e sob suspeita, não os dele, e que era Deus que pretendia impedir que Adão e Eva alcançassem a divindade, o conhecimento e a imortalidade.

Pense nisto: Como Satanás faz uso de distração, dissimulação e desorientação em seus ataques contra nós? Segundo a Bíblia, quais são as fontes de proteção que Deus nos dá? Mencione as diferentes peças da armadura espiritual de Deus e suas funções. Como essas peças nos protegem das flechas de medo, dúvida, impureza, ira, ganância impaciência e outras coisas mais?

Aplicação

Só para o professor: Encoraje a classe a examinar com mais detalhes outros textos das Escrituras, a fim de ver em desenvolvimento a batalha espiritual. Procure especialmente no exemplo da vida de Jesus, especificamente, em que o diabo desencadeia todo o potencial de seu ataque. A maioria desses ataques veio por meio de pessoas. A lista é impressionante e inclui:

a. A família de Jesus – Alguns dos quais pensavam que ele estava louco (Mc 3:21);
até mesmo seus próprios irmãos não creram nEle (Jo 7:3-5).

b. A nação judaica – "Veio para o que era Seu, mas os Seus não O receberam" (Jo 1:11, NVI).

c. Seus discípulos – O duvidoso Tomé (Jo 20:19-31), o astuto Judas (Lc 21:37–22:6) e até mesmo o glorioso Pedro (Mc 14:66-72).

Você já foi posto em dúvida e prejudicado por pessoas próximas? A lição menciona a tentação de Cristo, registrada em Mateus 4:10. Em todos esses exemplos, podemos observar como Jesus usou a Palavra de Deus como arma contra o tentador. Que outros exemplos mostram Jesus usando várias partes da armadura de Cristo para se proteger de Satanás? Por exemplo, sem a proteção proporcionada pelo escudo da fé, sustentado por sua comunhão constante ("orar sempre", Ef 6:18) com o Pai celestial, podemos supor que Jesus não teria obtido a vitória.

Podemos ter certeza de que Satanás usa contra nós essas mesmas táticas que usou contra Jesus. Ele ataca, se opõe, ridiculariza e nos leva a ser abandonados por aqueles que estão mais próximos de nós sempre que quisermos fazer a vontade de Deus.

Perguntas indutivas

Considere a tática da tentação e falsos conselhos. Alguma vez você já recebeu um conselho oferecendo uma forma mais fácil de fazer alguma coisa? Soava bem e era resultado de verdadeira afeição humana. No entanto, tinha apenas uma falha: era contrário à vontade de Deus. Como podemos nos defender contra esse tipo de ataque? Que papel a oração e o estudo desempenham nesse jogo de defesa? Como essas duas coisas nos ajudam a aperfeiçoar a capacidade de manejar a espada da verdade?

Criatividade
Só para o professor: Individualmente e em conjunto, incentive os membros da classe a buscar a verdade da Palavra de Deus. Dessa forma, eles podem fortalecer sua fé e lutar, não uns contra os outros, mas uns com os outros contra essas forças identificadas em Efésios 6:12. Nosso objetivo é permanecer unidos na verdade revelada na Bíblia e permanecer dentro da comunidade dos crentes, entre os quais também há força dos números. Ao mesmo tempo, sabemos que uma das principais estratégias de Satanás é nos opor uns contra os outros.

Alimento espiritual para o pensamento: Incentive a classe a ser introspectiva. Dentro da família, grupo de amigos e da comunidade da igreja, de cada pessoa há alguém contra quem abrigam ressentimentos? Será que abrigam más lembranças, mágoas e dores sem solução? Incentive a classe a considerar esses exemplos silenciosamente ou em grupos. Pergunte-lhes que aspectos da Espada da Verdade podem ajudar nessas circunstâncias. Incentive a classe a voltar para a Bíblia a fim de descobrir que conselho Jesus dá à comunidade dos crentes para evitar brigas e conflitos internos. Por exemplo:

• Em João 13:34, 35, Jesus, como o nosso General, nos manda "amar uns aos outros."

• Também somos instruídos em Lucas 17:3, 4 a alimentar espírito de perdão. O diabo sabe que se não perdoarmos, não seremos perdoados.

• Que outros exemplos temos?

Se Satanás puder cultivar espírito de vingança, a raiz de amargura irá brotar dentro de nós. Quando isso acontecer, ele vai destruir nossa fé e espiritualidade, nos despojando de nossa armadura da luz.

Atividade: Finalmente, peça à sua classe para considerar Lucas 22:31-62, onde encontramos a negação de Pedro a respeito de Jesus. Que podemos aprender com o exemplo de Pedro sobre a perda de foco e abrir fendas na armadura que vestimos? Nesse capítulo, encontramos Pedro se distraindo com coisas do mundo, questões de interesse próprio e desejo de reconhecimento e posição.

Nota: O exemplo de Pedro talvez mostre a maior arma no arsenal de Satanás. A pessoa que ele usa para nos desviar de Jesus e neutralizar a armadura de Deus não é outra senão o eu.

Pergunte à classe: De todas as batalhas que Satanás lançou, qual foi a mais difícil para você?

Que podemos aprender com a lição sobre como deixar que Jesus tome e tenha controle total de nossa vida como chave para garantir uma vitória sobre Satanás?

Que táticas de batalha nosso próprio Salvador usou a fim de obter a vitória na batalha dos séculos?



COMENTÁRIO Lição 7 – Inimigos invisíveis



Felippe Amorim
Professor de História, Ensino Básico Iaene e Graduando em Teologia, Salt-Iaene, 2012
Otoniel de Lima Ferreira
D.Min. Professor de Evangelismo e Crescimento de Igreja Salt-Iaene

O planeta Terra está repleto de seres vivos. Muitos são animais grandes e pesados. Mas há uma parte significativa de seres vivos que nos são invisíveis. A maioria das doenças que contraímos é causada por seres microscópicos que, apesar de muito pequenos, são muito perigosos.

Por isso é tão importante lavar as mãos antes das refeições, lavar bem os alimentos, filtrar ou ferver a água, pois podemos ingerir minúsculos seres que trarão grandes prejuízos para nosso corpo.

É muito difícil lutar contra o que não se vê. No âmbito físico isso é uma verdade e no espiritual é ainda mais sério. Os maiores inimigos espirituais dos filhos de Deus também são invisíveis. O apóstolo Paulo escreveu sobre isso: “pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes” (Ef 6:12).

É verdade que enfrentaremos inimigos físicos na caminhada espiritual, mas eles são apenas uma figura do real inimigo invisível.
Quando enfrentamos problemas no matrimônio, o inimigo não é o cônjuge, a luta não é de um contra o outro, mas dos dois contra Satanás. As complicações na igreja não devem ser encaradas como a luta de um irmão contra o outro, mas dos irmãos contra o inimigo de Deus. Quando alguém é tentado, sua luta não é diretamente contra o objeto da tentação, mas sim contra o inimigo invisível. Enquanto os seres humanos lutam uns contra os outros, gastam a energia que deveria ser aplicada contra Satanás. Essa é a nossa principal luta e nela precisamos das armas de Deus para vencer.

Necessidade de todos

O apóstolo Paulo iniciou o texto bíblico de Efésios 6:10 com um conselho: “Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do diabo; portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes” (Ef 6:10, 11, 13, IBB [Almeida Revisada Imprensa Bíblica]).

Esse conselho tem algumas implicações. A primeira é que não há força em nós mesmos para lutarmos as batalhas espirituais. Muitos que acreditam na autoajuda querem incutir na mente das pessoas a ideia de que temos um poder interior, mas a verdade é que toda força espiritual recebida vem de uma força externa. Outra implicação desse conselho paulino é que as ciladas do inimigo certamente virão. Todo cristão enfrentará alguma prova imposta pelo inimigo.

Como ilustração da solução para nossa fraqueza diante da guerra espiritual, o apóstolo evoca a imagem do soldado romano indo para a guerra, pois não podemos esquecer que estamos envolvidos em um conflito cósmico e nossas atitudes denunciam de que lado estamos. Quando os romanos iam para a guerra, vestiam uma armadura e Paulo sugere que nós também necessitamos de uma. Ele explica por quê. Primeiro, para ficarmos firmes contra as ciladas e depois para resistirmos no dia mau.

Esse recado não foi dado inicialmente para pessoas descomprometidas com o evangelho. O recado era para aqueles que estavam do lado de Deus na guerra, e para esses também chegam dias maus. Muitos pregam que, quando alguém aceita a Cristo não deve passar mais por problemas de nenhuma natureza, mas esses versos são opostos à teologia da prosperidade. Os problemas também chegam aos fiéis. A diferença está na maneira de enfrentar as tempestades da vida. Como diz o verso, eles permanecerão inabaláveis.

A armadura de Deus
O conselho de Paulo é que tomemos toda a armadura de Deus. E, logicamente, isso deve ser feito antes da batalha. O soldado veste a armadura antes de ir para a guerra. Se ele tentar se vestir durante a guerra, correrá sério risco de morte. Assim também o cristão deve estar preparado cada dia da vida para enfrentar o inimigo. Se esperar para se consagrar na hora da aflição, será vencido.

Outro detalhe é que o texto fala de toda a armadura. É necessária a armadura completa, pois qualquer parte desprotegida será alvo de ataque do inimigo. O diabo sempre nos tenta em nossos pontos fracos. Por isso precisamos protegê-los.

A primeira parte da armadura citada é o cinto da verdade. O cinturão tinha duas funções entre os romanos: proteção e sinal da patente. No âmbito espiritual, esse cinturão é a verdade, num sentido mais profundo que a mera oposição à mentira. É a verdade de Deus enraizada no coração. Paulo disse: “A verdade de Cristo está em mim; por isso, não me será tirada esta glória nas regiões da Acaia” (2Co 11:10). Somente quando tivermos a verdade de Deus em nossa vida estaremos seguros.

A parte seguinte é a couraça de justiça. Na antiga armadura romana, tratava-se de um colete que protegia a parte superior do corpo. Era proteção para o coração e os órgãos vitais. O elemento espiritual correspondente é a justiça de Cristo que cobre o filho de Deus e também a lealdade pessoal do cristão aos princípios bíblicos.

Devemos também calçar os pés com a preparação do evangelho da paz. Os soldados romanos usavam botas, que tornavam a caminhada mais firme. Espiritualmente, o guerreiro pode estar firme e em paz em meio aos conflitos espirituais. O evangelho significa boas-novas de salvação. É a notícia de que podemos ter vida em lugar de morte. Em uma guerra é muito bom termos esse alento. Podemos guerrear em paz porque a vida nos foi garantida na cruz.
O escudo da fé é o próximo acessório e o apóstolo diz que sempre devemos tê-lo. Os romanos usavam um escudo de madeira coberto com couro ou metal. Era grande o suficiente para cobrir o corpo todo e assim se protegiam dos dardos inflamados do inimigo. A fé se relaciona com todos os outros utensílios. Por isso precisamos dela sempre. João escreveu: "Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1Jo 5:4). E Paulo também enfatiza: "Sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11: 6). A fé restaura a confiança e nos capacita para continuar na batalha, além de servir de proteção contra as chamas da tentação que vêm sobre nós.

“A obra de vencer o mal deve ser feita mediante a fé. Os que entram no campo de batalha compreenderão que devem cingir toda a armadura de Deus. O escudo da fé será sua defesa, habilitando-os a ser mais que vencedores. Coisa alguma servirá, a não ser isto: fé no Senhor dos exércitos e obediência às Suas ordens. [...] Sem fé, um exército de anjos não poderia ser auxílio. [...]” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 183).

Há mais elementos na armadura espiritual. Paulo ainda fala do capacete da salvação. O capacete romano geralmente era de couro, podendo ser também de metal e tinha como objetivo proteger o centro da inteligência. A esperança da salvação também tem esse efeito. Ela mantém sã a mente do cristão.

Finalmente, o último utensílio da armadura: A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Esta é a única parte da armadura que é ofensiva e defensiva ao mesmo tempo. A Bíblia nos defende dos ataques do inimigo e com ela atacamos o campo inimigo com a pregação do evangelho.

“Nossa única segurança contra cair no pecado é manter-nos constantemente sob a modeladora influência do Espírito Santo, empenhando-nos, ao mesmo tempo, ativamente, na causa da verdade e da justiça, cumprindo todo dever dado por Deus, mas não tomando nenhuma responsabilidade que Deus não tenha posto sobre nossos ombros. [...] Não se devem apoiar na própria sabedoria, mas na que vem de Deus, revestindo-se da armadura celeste, do equipamento da Palavra de Deus, não esquecendo nunca de que eles têm um Guia que nunca foi nem jamais será vencido pelo mal” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 488).

Além da armadura

O apóstolo Paulo não se esqueceu de um elemento importantíssimo nas batalhas espirituais. Mas ele o deixou fora da metáfora da armadura. Ele falou que devemos batalhar com “toda oração e súplica, orando em todo tempo” (v. 18). A ideia é de que a oração deve ser algo real antes, durante e depois do uso da armadura. “Orai sem cessar” (1Ts 5:17).

A oração não é um acessório. Ela tem que permear todos os momentos das batalhas espirituais. “A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual. Nenhum outro meio de graça a pode substituir de modo que a a saúde da alma seja conservada. [...]. Se você negligenciar o exercício da oração, ou a ela se dedicar de vez em quando, segundo parecer conveniente, perderá sua firmeza em Deus” (Mensagens aos Jovens, p. 249, 250).

Resistência em qualquer situação

A armadura não é uma vacina contra o sofrimento. É uma forma de enfrentar as provas. O próprio Paulo sofria enquanto escrevia este texto: “pelo qual sou embaixador em cadeias, para que nEle eu tenha coragem para falar como devo falar” (v. 20). Ele estava preso ao redigir a carta aos Efésios.

As lutas são constantes na vida de quem se decide por Cristo, pois estamos posicionados contra um inimigo irado e desleal. “Lutam em toda pessoa, com veemência, dois poderes em disputa pela vitória. A incredulidade arregimenta suas forças, dirigidas por Satanás, a fim de separar-nos da Fonte de nossa resistência. A fé ordena suas forças, comandadas por Cristo, o autor e consumador de nossa fé. Hora após hora, em face do universo celestial, vai o conflito em prosseguimento. É uma luta mão a mão, e a grande questão é: Quem vencerá? Essa questão, cada um tem de decidir por si mesmo. Todos têm que tomar parte nessa peleja, combatendo de um ou de outro lado. Não há libertação do conflito. [...] (Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus [MM 1956], p. 328).

Não há em lugar algum da Bíblia a garantia de que não passaremos por aflições, mas a armadura garante que passaremos pelo sofrimento sem perder a fé e dependendo completamente de Deus. Mas podemos ter a certeza de que Jesus está interessado em nós. “Ele veio remir a humanidade e continuará a enviar mensagem após mensagem para salvar Seu rebanho dos enganos satânicos. [...] até que o Universo redimido esteja em paz” (Ellen G. White, Carta 100, 1906).

“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo cada dia à meditação, oração e estudo das Escrituras estarão em ligação com o Céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que os cercam” (Ellen G. White, Testimonies, v. 5, p. 112). “Toda pessoa verdadeiramente convertida vestirá a armadura de Deus, e enfrentará corajosamente o inimigo invisível” (Ellen G. White, O Cuidado de Deus, [MM 1995], p. 302). Portanto, vista-se agora com toda a armadura de Deus!