quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ES - Lição 8 - Cristo, nosso Sacerdote – 4º Trim, 2013





Lição 8 - Cristo, nosso Sacerdote

16 a 23 de novembro







Sábado à tarde

Ano Bíblico: Rm 1–4 


VERSO PARA MEMORIZAR:


"Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal Sumo Sacerdote, que Se assentou à destra do trono da Majestade nos Céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem" (Hb 8:1, 2)



Leituras da Semana:


Depois de Sua ressurreição e ascensão ao santuário celestial, Cristo entrou em uma nova fase do plano da redenção (Hb 2:17). Com o cumprimento do indispensável requisito de Seu sacrifício, Ele foi empossado como sacerdote e começou Seu ministério sacerdotal intercedendo, com base em Seu sacrifício perfeito, em favor das pessoas cobertas por Seu sangue, mediante a fé. Seu ministério sacerdotal consiste em duas fases, ambas prefiguradas no santuário terrestre por meio do ministério diário e do ministério anual durante o Dia da Expiação.

Nesta semana, estudaremos a obra de Jesus durante Seu ministério diário e veremos alguns desdobramentos práticos de Sua obra em relação a nós. Podemos, de fato, encontrar grande conforto em saber que Jesus agora está na presença de Deus, aplicando em nosso favor os méritos de Seu sacrifício. A mensagem do santuário oferece esperança e encorajamento até mesmo ao mais fraco de Seus seguidores.

Domingo

Ano Bíblico: Rm 5–7 

Nosso Sumo Sacerdote

O livro do Novo Testamento que mais fala a respeito de Cristo como sacerdote é o de Hebreus. A espinha dorsal de Hebreus no Antigo Testamento consiste em dois versos citados do Salmo 110. O verso 1 é citado para confirmar que Cristo é exaltado acima de tudo, porque Ele sentou-Se à direita de Deus. Esse é um tema recorrente em Hebreus, que enfatiza a divindade e messianidade de Jesus (Hb 1:3; 4:14; 7:26; 8:1; 12:2). O verso 4 do Salmo 110 é usado para demonstrar que o sacerdócio de Cristo foi prefigurado por Melquisedeque (Hb 5:6).

1. De que forma Cristo cumpre o sacerdócio divinamente prometido, segundo a ordem de Melquisedeque? CompareGn 14:18-20, Sl 110:4 e Hb 7:1-3

A Bíblia não apresenta muita informação sobre Melquisedeque. No entanto, o que ela revela mostra notáveis semelhanças com relação a Jesus. Melquisedeque é o rei da cidade de Salém (Salém significa "paz". Então ele é o "Rei da Paz"). Seu nome significa "Rei da Justiça", o que fala de seu caráter. Ele é separado da História, uma vez que sua linhagem familiar não é dada; seu nascimento e morte não são mencionados, por isso, parece que ele não teve início nem fim; ele é "sacerdote do Deus Altíssimo". O sacerdócio de Melquisedeque é superior ao sacerdócio levítico, porque por meio de Abraão, Levi deu o dízimo a Melquisedeque (Hb 7:4-10). Melquisedeque, portanto, é um tipo de Cristo.

Porém, Cristo é ainda mais. Arão foi o primeiro sumo sacerdote em Israel. Hebreus 5:1-4 descreve o ofício sumo sacerdotal aarônico idealizado: nomeação divina, representante dos homens, mediação diante de Deus, compassivo e oferecimento de sacrifícios pelo povo e por si mesmo.


O livro de Hebreus retrata Cristo como o novo Sumo Sacerdote. Ele é de uma ordem melhor até mesmo que a de Arão; Ele não apenas cumpriu os requisitos do sacerdócio aarônico, mas os ampliou. Jesus não tinha pecado, foi plenamente obediente e não precisou trazer uma oferta por Si mesmo. Ao contrário, Ele mesmo foi a oferta, tendo sido a mais perfeita oferta possível.


Jesus cumpriu tanto o sumo sacerdócio aarônico quanto o sumo sacerdócio de Melquisedeque, de maneira melhor que qualquer um desses sacerdotes, ou sacerdócios, fez ou poderia fazer. Ambos os tipos encontraram seu antítipo em Cristo.



Segunda

Ano Bíblico: Rm 8–10 

Advogado e Intercessor 

2. Que grande esperança e promessa encontramos em Romanos 8:31-34?

O pano de fundo dos versos 31-34 é uma cena de tribunal em que devemos visualizar a nós mesmos sendo julgados. Perguntas são feitas: "Quem será contra nós?" "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?" "Quem os condenará?" Tal situação poderia facilmente provocar arrepios em nós. Afinal, não estamos bem conscientes da nossa imperfeição humana e pecaminosidade?

Porém, não precisamos temer. A promessa de que nada nem ninguém pode nos separar do amor de Deus se centraliza em vários pontos importantes: "Deus é por nós" (v. 31), Deus entregou Seu Filho por nós (v. 32), Deus nos dá graciosamente todas as coisas (v. 32) e Deus nos justifica (v. 33). Jesus Cristo está do nosso lado. Ele é a resposta ao medo da condenação, pois morreu, ressuscitou, e agora está continuamente intercedendo por nós à direita de Deus, no santuário celestial (v. 34).


Se Alguém chegou ao ponto de morrer voluntariamente por nós, devemos confiar em Seu amor. A certeza revelada em Romanos 8:31-39 realmente fala sobre o tipo de Deus em quem acreditamos. Se entendermos que Deus nos ama de tal maneira que nada pode frustrar Seus propósitos para nós (v. 35-39), o tribunal divino se tornará um lugar de alegria e júbilo.


Essa verdade se torna ainda mais clara em 1 João 2:1, 2. A palavra grega parakletos indica um assessor jurídico ou advogado, alguém que aparece em favor de outro como "intercessor". Jesus é nosso Advogado e nos defende porque, de outro modo, não teríamos esperança.


Nosso advogado é "justo", o que nos dá a certeza de que o Pai ouvirá a intercessão de Cristo, porque Ele não poderia fazer nada que pudesse ser rejeitado por Seu justo Pai. Cristo intercede pelos que pecaram: Aquele que não tem pecado Se apresenta como o Justo que os representa.


Como você pode experimentar mais a verdade maravilhosa de que nada vai separá-lo do amor de Deus? Como você pode usar essa certeza como incentivo para viver de acordo com a vontade de Deus?

Terça

Ano Bíblico: Rm 11–13 

Mediador

3. "O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, Homem, o qual a Si mesmo Se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos" (1Tm 2:4-6). De acordo com esses versos, o que Cristo está fazendo por nós no Céu?

Cristo é chamado de único Mediador entre Deus e os homens. Não existe nenhum outro porque, na verdade, ninguém mais é necessário. Por meio da obra de Cristo como Mediador, salvação e conhecimento da verdade são disponíveis a todos (1Tm 2:4). A questão fundamental para todos nós é se aproveitaremos o que Cristo nos ofereceu, independentemente de nosso status, etnia, caráter ou ações passadas.

"Mediador" é um termo do antigo mundo comercial e jurídico da Grécia. Ele descreve alguém que negocia ou atua como árbitro entre duas partes, para remover uma discórdia ou para alcançar um objetivo comum, a fim de estabelecer um contrato ou aliança.


Em Hebreus, Cristo como Mediador está ligado à nova aliança (Hb 8:6; 9:15; 12:24). Ele fez a reconciliação. Embora o pecado tivesse destruído a íntima comunhão entre a humanidade e Deus, o que poderia ter levado à destruição da humanidade, Cristo veio ao mundo e restaurou a conexão. Isso é reconciliação. Somente Ele é o elo entre Deus e a humanidade. Por meio desse elo podemos desfrutar pleno relacionamento de aliança com o Senhor.


A referência de Paulo a Ele como "Cristo Jesus, homem" expressa Sua qualidade única de ser tanto humano quanto divino (1Tm 2:5). Salvação e mediação estão ancoradas precisamente na humanidade de Jesus e na voluntária oferta de Si mesmo. Por ser, ao mesmo tempo, Deus e homem, Jesus é capaz de ligar o Céu e a Terra com laços que nunca podem ser rompidos.


"Jesus Cristo veio ao mundo para que pudesse unir o homem finito com o infinito Deus, e conectar a Terra com o Céu, que, pelo pecado e transgressão se haviam divorciado" (Ellen G. White, Sermons and Talks, v. 1, p. 253 [Sermões e Palestras, v. 1, p. 253]).


Pense nisto: há um Ser divino-humano no Céu, agora, intercedendo em seu favor. O que isso diz sobre seu valor aos olhos de Deus? Como essa verdade deve impactar sua maneira de viver e tratar os outros?


Quarta

Ano Bíblico: Rm 14–16 

O grande Sumo Sacerdote

4. O que os textos a seguir revelam sobre o ministério de Cristo como Sumo Sacerdote? Hb 2:17, 18; 3:6; 4:14, 15;7:24-28; 8:1-3

Jesus é o "grande Sumo Sacerdote" (Hb 4:14). Ele é superior a todos os Sumos Sacerdotes e governantes da Terra. A Bíblia atribui uma série de qualidades a Jesus como grande Sumo Sacerdote:

Misericordioso e fiel (Hb 2:17). Essas duas características se harmonizam com o papel de Cristo como Mediador, pois Ele nos concede Seus dons ("misericordioso") e é leal a Seu Pai e a nós ("fiel").


Ele Se compadece das nossas fraquezas (Hb 2:18; 5:2, 7). Uma vez que Ele viveu como ser humano, podemos crer que Ele é um compassivo e perfeito Ajudador. No entanto, Ele não está na mesma situação em que nós estamos, porque é "sem pecado" (Hb 4:15).


Ele está acima de nós. Como Sumo Sacerdote, Jesus não está na comunidade dos cristãos, como Moisés esteve entre os israelitas. Ele está acima de nós, como um Filho que preside a casa de Seu Pai (Hb 3:6). Cristo desfruta de plena autoridade entre os santos.


Ele foi tentado como nós somos. A origem divina de Jesus não Lhe deu direitos exclusivos. Ele foi tentado à nossa semelhança (Hb 4:15). As tentações escolhidas no deserto da Judeia mostram que Ele foi tentado nas dimensões física, mental e espiritual (Mt 4:1-11).


Ele intercede por nós. Cristo comparece "por nós" no santuário celestial, na presença de Deus (Hb 9:24; Hb 7:25). Graças a Deus que temos um Representante divino para Se apresentar no julgamento em nosso lugar.


Jesus está no Céu "por nós". O que significa isso? Que certeza e segurança você encontra nessa maravilhosa verdade?

Quinta

Ano Bíblico: 1Co 1–4 

O único sacrifício

Como vimos, um propósito essencial do ritual do santuário terrestre era revelar, por meio de símbolos, tipos, e profecias em miniatura, a morte e ministério sumo sacerdotal de Jesus. O pecado é algo terrível demais para ser resolvido meramente com a morte de animais (por mais tristes e infelizes que essas mortes tenham sido). Em vez disso, todo aquele sangue derramado devia apontar para a única solução para o pecado, a morte do próprio Jesus. O pecado é, na verdade, tão perverso que foi necessária a morte dAquele que era igual a Deus (Fp 2:6), a fim de expiar o pecado.

5. Leia Hebreus 10:1-14. Como essa passagem contrasta a função e obra do ritual do santuário terrestre com a morte e ministério sumo sacerdotal de Jesus?

Muitas verdades cruciais ressoam desse texto. Umas das mais importantes é que a morte de todos aqueles animais não foi suficiente para resolver o problema do pecado: "É impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hb 10:4). Eles apenas apontavam para a solução, mas não eram a solução. A solução era Jesus, Sua morte e Seu ministério no santuário celestial em nosso favor.

Observe outro ponto crucial nesse texto: a suficiência total da morte de Cristo. Embora os sacrifícios de animais tivessem que ser repetidos muitas vezes, dia após dia, ano após ano, o sacrifício único de Jesus foi suficiente (afinal, considere quem foi sacrificado!) para expiar os pecados de toda a humanidade. Deus revelou poderosamente essa verdade fundamental quando o véu interior do santuário terrestre foi rasgado de modo sobrenatural, após a morte de Jesus (Mt 27:51).


Considere os danos, a dor, a perda, o medo e o desespero causados pelo pecado. Como podemos aprender no dia a dia, momento a momento, a nos apegarmos a Jesus como única solução para o problema do pecado em nossa vida?

Sexta

Ano Bíblico: At 27, 28 

Estudo adicional

Leia no SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 7A, Apêndice C, p. 680-692: "The Atonement, Part II – High-Priestly Application of Atoning Sacrifice" [A Expiação, Parte II – Aplicação Sumo Sacerdotal do Sacrifício Expiatório].

"Afaste-se da voz de Satanás, deixe de fazer sua vontade, e permaneça ao lado de Jesus, mantendo os atributos de Jesus, o Possuidor de ternas e finas sensibilidades, que pode tornar Sua própria a causa dos aflitos e sofredores. O homem que muito foi perdoado, amará muito. Jesus é o Intercessor compassivo, misericordioso e fiel Sumo Sacerdote. Ele, a Majestade do Céu, o Rei da glória, pode olhar para o homem finito, sujeito às tentações de Satanás, sabendo que sentiu o poder das artimanhas de Satanás" (Ellen G. White, Christian Education [Educação Cristã], p. 160).


"A consciência pode ser libertada da condenação. Pela fé em Seu sangue, todos podem ser aperfeiçoados em Cristo Jesus. Graças a Deus por não estarmos lidando com impossibilidades. Podemos pretender santificação. Podemos fruir o favor de Deus. Não devemos estar ansiosos acerca do que Cristo e Deus pensam de nós, mas do que Deus pensa de Cristo, nosso Substituto" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 32, 33).


Perguntas para reflexão

1. Leia Hebreus 2:17. Por que foi necessário que Jesus Se tornasse humano e sofresse antes que Se tornasse nosso Sumo Sacerdote?

2. Pense nas seguintes palavras: "Não devemos estar ansiosos acerca do que Cristo e Deus pensam de nós, mas do que Deus pensa de Cristo, nosso Substituto." Como isso nos ajuda a entender o conceito de ser aperfeiçoado "em Cristo Jesus"?


3. Nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, é a certeza da nossa salvação. Ele aplica os efeitos e benefícios de Seu sacrifício e sangue. Com Ele ao nosso lado, não temos nada a temer. Como podemos tomar essas verdades maravilhosas, expressas no livro de Hebreus, e aplicá-las a nós mesmos, especialmente em momentos de tentação?


4. O livro de Hebreus diz claramente que o sacrifício de Jesus, de "uma vez por todas" (Hb 9:26), foi tudo o que era necessário para resolver o problema do pecado. O que isso deve nos dizer sobre qualquer prática religiosa que pretenda repetir esse sacrifício tendo em vista o perdão dos pecados?


Respostas sugestivas: 1. Assim como Melquisedeque, Jesus Cristo não teve princípio nem fim; é Rei da paz e justiça; Seu sacerdócio foi pleno e perfeito, superior ao sacerdócio levítico. Ele não pecou, morreu pelos pecados, e intercede junto ao Pai com base em Sua justiça e graça. 2. A esperança de que Cristo nos protege e defende diante do Pai. 3. Intercedendo por nós diante do Pai, para que sejamos salvos. 4. Ele é o Mediador misericordioso e fiel, que Se compadece das nossas fraquezas, pois foi tentado como nós. Ele é santo, inculpável, perfeito, sem mácula e separado dos pecadores. 5. Ao contrário da ineficácia do sangue de touros e bodes, unicamente a morte de Cristo poderia ser o sacrifício perfeito para expiar os pecados de toda a humanidade.



ESCOLA SABATINA



Texto-chave: Hebreus 7:25; 8:1, 2

O aluno deverá...

Conhecer: Nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, e o significado de Seu ministério de intercessão.

Sentir: Amor pelos pecadores, enquanto Jesus intercede por eles.

Fazer: Orar para que os pecadores se arrependam, enquanto Jesus deseja ajudá-los em suas lutas diárias, salvá-los e justificá-los contra as acusações de Satanás.

Esboço

I. Conhecer: Jesus, nosso Sumo Sacerdote

A. Por que precisamos da obra de mediação e intercessão de Jesus Cristo?

B. Por que Jesus é o único verdadeiro Intercessor? O que desqualifica Maria e os santos para essa função?

C. Quem é o único que pode trazer segurança para nossa vida? Por quê?

II. Sentir: Não há conflito entre a intercessão de Cristo e o amor do Pai

A. Jesus pode estar mais perto de você quando, a exemplo de Paulo, você entende que nosso Intercessor é o Homem Jesus Cristo.

B. O ministério de intercessão de Jesus não significa que o Pai esteja irado, nem que Cristo tenha que aplacar Sua ira ou mudar Sua atitude "negativa".

Você concorda com esse raciocínio?

III. Fazer: Jesus justifica contra as acusações de Satanás

A. Por que Jesus é o grande Sumo Sacerdote?

B. O que significa dizer que podemos ir a Jesus como estamos, mas não de qualquer maneira?

Resumo: Nossa única segurança espiritual está na aceitação do grande sacrifício de Cristo pelo nosso passado e Sua intercessão diária em nosso favor no presente. Dessa forma, nosso futuro está garantido, pois está nas mãos de Deus.

Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Hebreus 7:25; 8:1, 2

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Cristo intercede por Seu povo no santuário celestial e está sempre pronto a ajudá-lo, mesmo que ele lute com a realidade do pecado e os problemas da vida. Ele não apenas deseja conscientizar os pecadores sobre seu comportamento destrutivo, mas sobretudo, auxiliá-los por meio de Seu infinito amor. Como seu Mediador e Intercessor, Ele deseja dar-lhes a vitória sobre o pecado. Apesar de suas falhas, Ele faz o possível para ganhar sua confiança e construir relacionamentos significativos com eles.


Somente para o professor: A lição desta semana ajuda os alunos a entender o significado do ministério de intercessão de Jesus em favor deles. Ele quer salvá-los completamente e ajudá-los em suas lutas diárias. Nada nem ninguém pode nos separar de Seu amor, exceto nossa obstinação de permanecer no pecado ou ter uma atitude indiferente e insensível para com a vida.


Discussão de abertura:

Muitas pessoas lutam para entender o significado do ministério de intercessão de Jesus. Estão confusas e não conseguem entender a necessidade e importância da obra de Cristo por nós hoje. Philip Yancey declarou abertamente: "Cheguei à conclusão, de fato, que a ascensão [de Cristo] representa minha maior luta de fé: [a dúvida] não é se isso aconteceu, mas por que aconteceu. Isso me desafia mais do que o problema da dor, mais do que a dificuldade de harmonizar a ciência e a Bíblia, e mais do que a crença na ressurreição e em outros milagres.


"Para mim, o que aconteceu desde a partida de Jesus toca o cerne da minha fé. Não teria sido melhor se a ascensão nunca tivesse acontecido? Se Jesus tivesse ficado na Terra, poderia responder às nossas perguntas, resolver nossas dúvidas, mediar nossos conflitos sobre doutrina e política. [...] Ao ascender, Jesus assumiu o risco de ser esquecido" (Philip Yancey, The Jesus I Never Knew [O Jesus Que Eu Nunca Conheci; Grand Rapids, Michigan; Zondervan Publishing House, 1995, p. 297-299).

Pergunta para reflexão:

Por que você precisa de Cristo como seu Intercessor e Advogado?


Compreensão

Somente para o professor: Na compreensão popular, intercessor é um intermediário entre duas partes antagônicas. No âmago desse mal-entendido, está o modelo no qual dois lados opostos estão em conflito e um mediador ou intercessor fica entre eles e tenta reconciliá-los, transformando seu ódio mútuo, incompreensão, preconceitos, sentimentos e atitudes. As implicações dessa compreensão da mediação de Cristo são bastante devastadoras. O Senhor é visto como um Deus irado a quem devemos implorar, que deve ser convencido a mudar Sua atitude para com os seres humanos, a fim de conceder-lhes graça e misericórdia. Que imagem horrível de Deus! Essa distorção do caráter de Deus tem consequências terríveis no pensamento popular cristão: Jesus não é poderoso o suficiente para interceder; Ele precisa de ajuda. Assim, Maria, além de Pedro, Paulo, os apóstolos, todos os santos internacionais, nacionais e locais estão rogando a Deus. Dessa maneira, Deus é retratado como um monstro, uma divindade irada que não é fácil de acalmar. Mas o modelo bíblico de intercessão é completamente diferente!

Comentário Bíblico

Hoje, a atividade principal de Jesus em nosso favor é interceder por nós. Precisamos entender Sua obra fundamental no santuário celestial, a fim de manter um relacionamento significativo com Ele e experimentar vitórias sobre o mal. Sem Sua ajuda e orientação, nada podemos fazer (Jo 15:5; Rm 8:14; Fp 4:13). O que isso significa, e o que isso não significa?

I. O que não está incluído na intercessão de Jesus Cristo no santuário celestial?
(Recapitule com a classe 2Co 5:19-21.)


1. Jesus não precisa suplicar ao Pai em nosso favor nem rogar que Ele seja misericordioso para conosco, pois nosso Pai celestial nos ama (Jo 16:26, 27).


2. Jesus não precisa mudar a atitude do Pai para conosco nem acalmar um Deus irado para que Ele nos dê um pouco de Sua graça, porque o próprio Deus oferece o meio de reconciliação: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16).


3. Jesus não precisa reconciliar Deus conosco, mas nós necessitamos ser reconciliados com Ele! Paulo explica que, como embaixadores de Deus, a mensagem de reconciliação que devemos levar às pessoas é: "Reconciliem-se com Deus" (2Co 5:20, NVI).

Pergunta para discussão:

Jesus Cristo é nosso único Intercessor (1Tm 2:2-6). A afirmação de Paulo tinha a intenção de combater o ensinamento gnóstico de seu tempo. Não há poder que possa permanecer entre Deus e este mundo. Jesus é nosso Intercessor, porque Ele Se entregou pela humanidade, a fim de nos redimir. Ele é nosso Mediador porque é nosso Salvador. Sua intercessão é o prosseguimento de Sua tarefa salvífica em nosso favor. Na realidade, é o cumprimento e a concretização de Sua obra por nós na cruz. Ele precisa e quer aplicar em nossa vida hoje o que Ele fez há dois mil anos. Precisamos de Sua morte e vida, a fim de estar vivos e ser Seus seguidores hoje. Por que a encarnação e morte de Jesus são prerrequisitos para Seu ministério de intercessão por nós?


II. O que significa o ministério intercessor de Jesus?

(Recapitule com a classe Hb 7:25; Ap 12:10-12.)

1. Jesus Cristo e o Pai celestial Se reúnem (na linguagem bíblica "interceder" significa "reunir-se"), a fim de ajudar os seres humanos em suas lutas diárias contra o mal. O primeiro resultado concreto dessa reunião entre o Pai celestial e Jesus foi a dádiva do Espírito Santo aos cristãos (At 2). Todo o Céu está unido para nos ajudar em nossas lutas contra o pecado, Satanás e a tentação (Jo 15:5; Fp 4:13). Jesus Cristo não veio para nos salvar "no" pecado, mas "do" pecado (Mt 1:21). Hebreus 4:16 explica eloquentemente por que necessitamos do ministério de intercessão de nosso Sumo Sacerdote: "Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna." Estamos constantemente precisando de Jesus e dependemos completamente dEle e do Espírito Santo. O Espírito é chamado parakletos, o que significa que "Ele é Alguém chamado para ajudar", "Alguém para estar ao lado" (Jo 14:26).


2. Jesus Cristo salva completamente, perdoando nossos pecados e nos justificando (Hb 7:25). Jesus Se identifica conosco quando Lhe entregamos a vida. Torna-se um conosco. Essa identificação é tão estreita que é comparada a uma parte muito sensível do corpo: "Assim diz o Senhor dos Exércitos: [...] aquele que tocar em vós toca na menina do Seu olho" (Zc 2:8). Outros exemplos claros de Sua identificação com os fiéis são as seguintes afirmações: "Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes" (Mt 25:40); "Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a Mim o deixastes de fazer" (Mt 25:45); "Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: 'Saulo, Saulo, por que Me persegues'? Ele perguntou: 'Quem és Tu, Senhor'? E a resposta foi: 'Eu Sou Jesus, a quem tu persegues'" (At 9:4, 5); "Quem vos der ouvidos ouve-Me a Mim; e quem vos rejeitar a Mim Me rejeita; quem, porém, Me rejeitar rejeita Aquele que Me enviou" (Lc 10:16). Jesus salva todos os que vão a Ele como estão, confessando seus pecados aberta, honesta e sinceramente, para que Ele os transforme por Sua graça.


3. Jesus Cristo nos justifica diante das acusações de Satanás (Ap 12:10-12). Ele Se levanta pessoalmente contra as acusações de Satanás. Nossa vitória está nEle, porque Ele é o Vencedor. Visto que Jesus Cristo é nosso Intercessor e está nos justificando diante de todo o Universo, não precisamos ter medo do dia do juízo (1Jo 2:28; 4:17).


Atividade: Peça que os alunos definam claramente a ira de Deus, que é muitas vezes malcompreendida. Considere atentamente a seguinte explicação: na cruz, Jesus tomou sobre Si a ira de Deus, que foi dirigida contra o pecado e não contra as pessoas (a menos que elas se associem ao pecado; leia Jo 3:36). Isso significa que a ira de Deus é Seu inflexível não ao pecado, Sua forte reação contra o mal. Jesus morreu por nós, em nosso lugar, enfrentando a ira e o castigo divinos, a fim de que vivamos quando colocarmos nEle nossa fé (Rm 3:21-26; 2Co 5:18, 19, 21; Gl 3:13, 14). Somente por meio do sacrifício expiatório de Cristo podemos estar em harmonia com nosso Pai celestial.

III. Jesus está orando por você.


(Recapitule com a classe Jo 17:20, 21.)

De acordo com João 17, Jesus orou por nós. Ele orou por Seus discípulos e gerações sucessivas de Seus seguidores para que fossem unidos e fiéis. Ele fez o mesmo especificamente por Pedro (Lc 22:32). Assim, a intercessão de Jesus significa que Ele está orando por nós, para que não caiamos. Esse é um exemplo de como devemos orar uns pelos outros.


Pergunta para discussão: Por que o povo de Deus está mais interessado nas bênçãos do ministério de Jesus do que na obediência de todo o coração?


Aplicação

Somente para o professor: O livro de Hebreus destaca que Jesus é nosso Sumo Sacerdote e Intercessor. Pergunte aos alunos como eles se sentem ao saber que Alguém está ao seu lado 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Ele ama, perdoa, justifica, ajuda, santifica, liberta do poder do pecado, e defende contra as acusações de Satanás. Do que mais poderíamos precisar que Ele já não tenha providenciado?

Atividades práticas

Somente para o professor: Nosso Deus faz tudo para que saibamos que Ele está ao nosso lado e nunca contra nós. O ministério de intercessão de Jesus em nosso favor prova isso. Como nosso Intercessor, Ele morreu por nós, para que pudéssemos viver. A intercessão é fundamentada em um sacrifício. Comente com a classe diferentes sacrifícios que podemos fazer para ajudar pessoas em necessidade a ter mais conforto. Como você pode mostrar amor às pessoas desabrigadas, e aos que recusam sua bondosa atenção ou notoriamente abusam de sua bondade?



COMENTÁRIO SEMANAL


  
Autor: João Antônio Rodrigues Alves, Mestre em Teologia pelo UNASP, e doutor em Teologia pela Universidad Adventista del Plata. Pastor distrital em Nova Venécia (ES). Casado com a Profa. Me. Daisy Kiekow de Britto Rodrigues Alves, tem dois filhos, Emerson e Karina. E-mail:rodriguesalves_ja@yahoo.com.br

Editoração: Pr. Márcio Nastrini e Pr. André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisão: Josiéli Nóbreg


Ampliação

INTRODUÇÃO

Por que Jesus ascendeu ao Céu? Por que não permaneceu entre nós após a ressurreição? Não teria sido mais útil a Seus seguidores se Ele tivesse continuado Seu ministério aqui mesmo na Terra? Ele responde a essas perguntas de algumas maneiras: “vou preparar-vos lugar” (Jo 14); “se Eu não for o Consolador não virá” (Jo 16:7); etc. Mas a tipologia do santuário aponta ainda para outro aspecto da obra de Jesus que nos ajuda a entender Sua ascensão: Ele é o Sumo Sacerdote no santuário celestial (Hb 8:1, 2), onde comparece “por nós, diante de Deus” (Hb 9:24), intercede por nós (Hb 7:25), socorre-nos em nossas tentações (Hb 2:17, 18), compadece-Se de nossas fraquezas (Hb 4:15), entre outras atividades, as quais são essenciais para a vida do cristão. Cristo não está descansando. Está ativamente empenhado em ministrar a Seus filhos neste mundo. É nosso privilégio, portanto, dirigir-nos em oração a Cristo, em Seu ministério celestial, para receber  os méritos de Sua intercessão e o poder necessário   para vencer a batalha diária contra o mal.


DOMINGO

Nosso sumo Sacerdote

O tema de Cristo como sumo Sacerdote é central na carta aos Hebreus.  O  autor o desenvolve aos poucos, preparando os leitores para o clímax pretendido. É evidente que o autor não tinha dúvidas acerca das qualificações de Cristo para o sacerdócio (cf. Hb 2:17; 4:15; 5:1), mas alguém poderia argumentar que Ele não tinha a qualificação essencial, ou seja, ser descendente de Levi para ser elegível ao sacerdócio aarônico. Então, que espécie de sumo Sacerdote era Ele? É neste contexto que o autor introduz sua discussão de uma nova ordem sacerdotal, identificando-a com Melquisedeque, à qual Cristo pertencia. Melquisedeque é uma figura histórica, que aparece uma única vez no relato bíblico, num episódio envolvendo Abraão, que foi assistido com alimento e abençoado por este homem identificado como “sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14:18, 19). Depois disso, ele desaparece, não sendo mencionado na história e tampouco na literatura de Israel, até reaparecer no Salmo 110:4: “O Senhor jurou e não Se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.”


Alguns aspectos podem ser destacados evidenciando  a superioridade do sacerdócio da ordem de Melquisedeque sobre a de Arão. Do  Salmo 110 se depreende que a ordem de Melquisedeque é resultado de uma nomeação divina. De acordo com a lei mosaica, o sumo sacerdote devia traçar sua linha genealógica ou descendência, retroativamente, por parte de seu pai, até Arão. Mas Melquisedeque era sacerdote pela indicação divina, e nada mais. Além disso, o juramento divino é de que ele será “sacerdote para sempre”. E por que “para sempre”? O argumento se fundamenta no silêncio das Escrituras concernente aos antecessores ou  sucessores de Melquisedeque. Visto que nada era conhecido nesse sentido, o autor conclui que seu sacerdócio era permanente. Assim, temos um sacerdócio indicado por Deus e garantido por um juramento, o que enfatiza o caráter imutável do propósito divino. Segundo a carta aos Hebreus, esse propósito divino se cumpre em Jesus, sacerdote segundo uma nova ordem eterna e estabelecida por Deus.


SEGUNDA-FEIRA 

Advogado e Intercessor

Em Romanos 8:31-34 é como se estivéssemos no banco dos réus de algum tribunal, sofrendo toda a angústia que tal experiência enseja, ouvindo perguntas que provocariam o mais profundo temor e despertariam dúvidas quanto à nossa libertação. Os acusadores são convocados (v. 33) e a sentença é proferida (v. 34). Como sobreviver à prova do tribunal? Que poderíamos apresentar em nossa defesa? Na verdade, a compreensão da mensagem contida nesses versos de Romanos resulta em paz e segurança para o cristão, ainda que a imagem de um tribunal seja o pano de fundo para a argumentação do apóstolo.


Quem se atreveria a acusar os filhos de Deus? De fato, Satanás é descrito na Bíblia como o “acusador dos irmãos” (Ap 12:10; cf. Jó 1 e 2). Mas o apóstolo Paulo argumenta de forma sublime e poética, chamando nossa atenção para o grandioso amor de Deus, e Sua ação para nos salvar a todos. Na perspectiva da cruz, o cristão pode viver seguro da vitória final. Por quê? A resposta se encontra no texto: (1) “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (v. 31); (2) se Deus entregou Seu próprio Filho por nós, podemos estar seguros de que Ele nos dará tudo de que necessitamos (v. 32) – a cruz é a certeza contra qualquer dúvida; (3) é o próprio Deus quem nos justifica, portanto, as acusações contra nós não se sustentam no tribunal (v. 33); (4) Cristo ressuscitou e está à direita de Deus intercedendo por nós (v. 34), e Seu ministério intercessor nos livra da condenação (cf. Is 50:8); (5) sendo que Cristo ressuscitou, nada pode nos separar de Seu amor (v. 35). Temos, portanto, todas as garantias para a vitória nas batalhas espirituais que enfrentamos em nossa jornada. E tudo isso é graça derramada em nós, realização divina para nossa salvação.


E assim descobrimos que não somos mais um réu atemorizado. Em vez disso, vemos que o próprio juiz é nosso Abba, estamos envolvidos em Seu abraço, e o tribunal é transformado em um lar amoroso onde estamos, finalmente, a salvo de qualquer coisa que poderia nos ameaçar. O que mais desejaríamos? Que transformação! Do tribunal para o lar. No final, a analogia forense é respondida pela analogia familiar.


Para reflexão: Você está seguro de que Deus está do seu lado? Invertendo a ordem da pergunta, você está do lado de Deus? Tem experimentado  a ação transformadora do amor de Deus em sua vida? 


TERÇA-FEIRA

Mediador

O termo “mediador” teve sua origem no antigo mundo comercial, mas seu uso se ampliou e foi aplicado em outras esferas. O mediador agia “como árbitro entre duas partes, para remover uma discórdia”. Por outro lado, a afirmação de que Jesus é nosso Mediador não implica em que o Pai tenha assumido uma posição negativa em relação aos seres humanos, exigindo assim a intermediação de Cristo. Ao contrário, o testemunho bíblico é claro em afirmar que “Deus nos reconciliou consigo mesmo” ou que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5:18, 19). Deus é retratado como ativamente empenhado na busca para restaurar o relacionamento com Seus filhos.


O conceito de um mediador entre Deus e a humanidade era comum no helenismo e no judaísmo. Também era encontrado no gnosticismo e no mitraísmo. Filo usou o termo para descrever Moisés, os anjos, e a palavra de Deus. O judaísmo falava de anjos como mediadores. Em contraste com tudo isto, Paulo afirma que “há um só Mediador entre Deus e os homens”. Tanto nos dias do apóstolo, como em nossos dias, não há necessidade de outros intermediários, sejam eles anjos, ou mesmo alguém como Moisés. Se temos a Cristo, a suposta existência de quaisquer outros mediadores perde toda a razão de ser.


O que qualifica Cristo para ser esse único Mediador? Porque Ele é o Deus-homem. Como Deus, Ele segura a mão da Divindade e, como Homem, Ele segura a mão de toda a humanidade em geral, e a minha em particular. Por ter vivido como verdadeiro Homem, Ele entende as lutas, as angústias, os dilemas, as tristezas de todos nós, e segura nossa mão, e nos fortalece, anima e conduz em nossas lutas pessoais. “A humanidade do mediador é especificada para enfatizar Sua identidade com aqueles a quem Ele representa como mediador”.


Nos tempos do Antigo Testamento, os israelitas iam ao santuário/templo, onde havia muitos sacerdotes, que eram os mediadores entre os pecadores e Deus.  Entretanto, Paulo enfatizou outra realidade: temos um único Mediador, que substitui todos os outros e os torna desnecessários e inadequados. Na carta aos Hebreus argumenta-se que Jesus é o sumo Sacerdote e, mais uma vez, torna claro que não há mais necessidade de outros sacerdotes humanos para nos representar diante de Deus. Necessitamos de um mediador, um sacerdote, e nós O temos, o grande sumo Sacerdote. O caminho para o Céu foi aberto por Cristo. Compete ao pecador aproveitar a oportunidade.


E Ele conquistou Sua posição de Mediador e sumo Sacerdote a um preço incalculável. Paulo descreve a morte de Cristo como um “resgate” (Gr. antilytron – 1Tm 2:6). Este conceito descrevia a libertação de cativos de guerra ou da servidão dos escravos. O valor pago para tal libertação era conhecido como “resgate”. Portanto, Paulo afirma que a morte de Jesus é o preço pago para a libertação da humanidade do cativeiro do pecado. Ao mesmo tempo, aponta para a natureza substitutiva da morte de Cristo. Destaca ainda que Cristo Se ofereceu de forma voluntária: “a Si mesmo Se deu” (cf. Gl 1:4; 2:20; Tt 2:14).

Para reflexão: Temos nos servido do serviço de nosso Mediador celestial? Se não, por quê?

QUARTA-FEIRA

O grande Sumo Sacerdote

Na carta aos Hebreus, encontramos advertências e exortações, e a base racional para elas. Um dos argumentos do autor para animar os cristãos daquele tempo fundamenta-se na apresentação de Jesus como sumo Sacerdote. O que há nEle para inspirar nosso compromisso? Vários atributos, que suprem todas as nossas necessidades espirituais.

Jesus é o “grande sumo Sacerdote”, o que qualifica Sua “excelência”. Grande é Seu caráter e grande é Sua obra. Além disso, Ele é transcendente, visto que “penetrou os Céus” (Hb 4:14), à presença de Deus (9:24). Há um claro contraste com o sacerdote levítico, cuja entrada no santuário era limitada. Ao mesmo tempo, é-nos assegurada a participação no acesso conquistado por Cristo. Assim está escrito: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus...” (Hb 10:19). E é na presença de Deus que Ele vive sempre para interceder por nós (7:25). Mas o sumo Sacerdote é “Jesus” (4:14), assim identificando Sua natureza humana. É o Jesus histórico, Aquele mesmo que armou Sua tenda e habitou entre nós (Jo 1:14). E é também o “Filho de Deus”, o que destaca Sua natureza divina. Portanto, ao combinar em Sua pessoa a humanidade e a divindade, Ele está perfeitamente qualificado para ser nosso grande sumo Sacerdote. É o sumo Sacerdote que Se “compadece” (Gr. sympathesai - Hb 4:15) de nossas fraquezas. Essa compaixão não deve ser entendida no sentido psicológico, de simpatizar com alguém, mas em um sentido existencial: o grande sumo Sacerdote sofre juntamente com a fraqueza daquele que é provado e oferece socorro ativo nos momentos de necessidade.
 
Com base em tais argumentos, o autor encoraja os cristãos a conservar firme (Gr. kratein) a própria confissão. E o que é essa confissão? A construção da frase permite concluir que “confissão” se refere a uma formulação de fé específica que foi aceita e reconhecida pelos cristãos hebreus, incluindo aí a aceitação de Jesus como Filho de Deus (4:14). Considerando que Jesus é fiel em Seu ministério, o autor desafia a comunidade cristã a também permanecer fiel a Jesus.

Para reflexão: Estou sendo fiel a Cristo, como Ele é fiel a mim?

QUINTA-FEIRA

O único sacrifício

O sacrifício de uma quantidade impressionante de animais no ritual do santuário, todos os dias do ano, era uma clara demonstração da malignidade do pecado e de suas terríveis consequências. Entretanto, por maior que fosse o impacto na mente do adorador de outrora, não era senão um pálido reflexo da realidade para a qual apontava, isto é, a oferta de Jesus como sacrifício pelo pecado do mundo. Refletir sobre o sacrifício de Cristo não é um mero exercício acadêmico, mas sim uma parte vital de nossa experiência cristã, necessária para nosso crescimento espiritual e essencial para nos proteger da apostasia.

A superioridade do sacrifício de Jesus é ressaltada em Hebreus pela quantidade de referências à sua categoria única, sem necessidade de repetição. Para isso o autor usa a expressão “uma vez” ou “uma vez por todas” (7:27; 9:26, 28; 10:10). Um único sacrifício em substituição aos milhares que aconteciam durante o ano, e que se repetiam nos anos seguintes e assim indefinidamente. Essa ênfase não pode ser esquecida. Ademais, condena qualquer tentativa de repetir este sacrifício com o objetivo de obter o perdão dos pecados. E condena a atitude daquele que pensa que sacrifícios pessoais sejam necessários para ser aceito pelo Pai. Além disso, o sacrifício de Cristo é para o benefício de todas as pessoas que O aceitam, sem distinção de etnia, cor, posição social. É totalmente inclusivo. É totalmente eficaz. E totalmente gratuito. É dom de Deus.

Assim, o apóstolo apresenta a obra maravilhosa da redenção efetuada por Jesus Cristo, o Deus que Se fez homem e Se ofereceu em nosso favor como sacrifício único, perfeito e completo pelo pecado. Como resultado, somos purificados em nossa consciência, assistidos em nossas necessidades, temos acesso ao trono da graça e misericórdia e é assegurada nossa salvação.

Para reflexão: O sacrifício único de Jesus já efetuou sua obra de purificar nossa consciência? Temos aproveitado o privilégio conquistado por Cristo em nosso favor, e assim nos aproximarmos do trono da graça em todo o tempo?

Conclusão
Jesus ascendeu ao Céu para ser nosso misericordioso sumo Sacerdote no santuário celestial, onde intercede por nós, estende sobre nós Sua misericórdia, garante nosso acesso ao Pai, é nosso Mediador, apresentando o sacrifício de Si mesmo como oferta de purificação em nosso favor, purificando nossa consciência, aperfeiçoando-nos em santidade e preparando-nos para a cidadania celestial.

Brunt, John C. The Abundand Life Amplifier – Romans (Boise, Idaho: Pacific Press, 1996), p. 167.
Mounce, W. D. Word Biblical Commentary, v. 46: Pastoral Epistles (Dallas: Word, Incorporated, 2002), p. 88.
Knight, G. W. The Pastoral Epistles: A commentary on the Greek text  (Grand Rapids, MI: Carlisle, England: W.B. Eerdmans; Paternoster Press, 1992), p. 121.
Lane, W. L. v. 47A: Word Biblical Commentary: Hebrews 1-8 (Dallas: Word, Incorporated, 2002), p. 107.

Vídeos

Introdução - Esboço da Lição "O Santuário" (aqui).

Esboço da Lição 8 - Cristo, nosso Sacerdote (aqui). 



Fonte: Casa Publicadora Brasileira (http://www.cpb.com.br/)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

ES - Lição 7 - Cristo, nosso sacrifício – 4º Trim, 2013






Lição 7 - Cristo, nosso sacrifício.

9 a 16 de novembro







Sábado à tarde

Ano Bíblico: At 10–12

VERSO PARA MEMORIZAR:


"Carregando Ele mesmo em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por Suas chagas, fostes sarados" (1Pe 2:24).



Leituras da Semana:


O padre católico Maximiliano Kolbe foi preso em Auschwitz por oferecer abrigo a refugiados da Grande Polônia, incluindo 2.000 judeus. Quando desapareceu um prisioneiro em seu quartel (talvez ele tenha fugido), em represália a SS (organização paramilitar nazista) escolheu dez prisioneiros para que morressem de fome. Um dos homens selecionados gritou: "Oh, minha pobre mulher, meus pobres filhos! Eu nunca os verei novamente!" Nesse momento Kolbe se ofereceu para assumir o lugar do homem. Ele pediu para ser um dos que morreriam de fome, e não o angustiado homem de família. Surpreso, o oficial da SS concordou e Kolbe se uniu aos condenados, enquanto o outro homem sobreviveu (pelo menos até aquele momento).

Embora comovente, o sacrifício de Kolbe é apenas uma sombra dAquele que tomou voluntariamente nosso lugar, um ato simbolizado no ritual do santuário. O Novo Testamento identifica Jesus com os dois principais aspectos do sistema sacrificial do Antigo Testamento: Ele é o nosso sacrifício (Hb 9; 10) e Ele é o nosso Sumo Sacerdote (Hb 5–10).

Nesta semana, estudaremos diferentes aspectos do grande sacrifício de Cristo e veremos o que Jesus proveu para nós por meio de Sua morte ocorrida "uma vez para sempre" (Hb 9:28).


Domingo

Ano Bíblico: At 13–15 


Jesus em Isaías 53

1. Leia Isaías 53:2-12. O que esses versos ensinam sobre o que Cristo fez por nós?

Isaías 52:13–53:12 é uma poderosa descrição da morte de Cristo pelos pecados do mundo. Vários aspectos nessa passagem proveem inequívoca evidência de que a morte de Jesus é a expiação na forma de substituição penal, o que significa que Ele assumiu a punição que outros mereciam e, de fato, morreu como Substituto deles. Aqui estão algumas das implicações dessa passagem para o ministério de Jesus por nós:

1. Jesus sofreu pelos outros. "Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades", dores (v. 4), transgressões, iniquidades (v. 5, 6, 8, 11) e o pecado (v. 12).

2. Ele traz grandes benefícios àqueles por quem Ele sofreu: paz e cura (v. 5); justificação (v. 11).

3. Foi a vontade de Deus que Jesus sofresse e fosse moído (v. 10). Deus colocou nossa iniquidade sobre Ele (v. 6), porque era plano de Deus que Ele morresse em nosso lugar.

4. Jesus é justo (v. 11), nunca praticou violência nem engano (v. 9).

5. Ele foi uma oferta pela culpa, um sacrifício expiatório pelo pecado (v. 10).

2. Leia Lucas 22:37; Atos 8:32-35 e 1 Pedro 2:21-25. Como esses autores do Novo Testamento interpretam Isaías 53?

As alusões do Novo Testamento a Isaías 53 demonstram que Jesus Cristo cumpriu essa profecia. Ele Mesmo Se identificou com a Pessoa representada ali (Lc 22:37). Cristo tomou sobre Si os nossos pecados para que pudéssemos ser perdoados e transformados.

Pense no que Cristo fez por você, de acordo com Isaías 53. Não importa o que tenha feito, a certeza encontrada nessa profecia é para você. Basta se entregar ao Senhor com fé e submissão. Que tal fazer isso agora?


Segunda

Ano Bíblico: At 16–18 

Substituição suficiente

3. Leia Hebreus 2:9. O que significa dizer que Jesus "[provou] a morte por todo homem"? Leia também Hb 2:17;9:26-28; 10:12

Jesus morreu pelos pecadores. Ele viveu sem pecado (Hb 4:15) para que, quando oferecesse Sua vida como sacrifício, não morresse por Seu próprio pecado. Ao contrário, Ele devia "tirar os pecados de muitos" (Hb 9:28), para "fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hb 2:17), e para aniquilar o pecado para sempre (Hb 9:26).

De acordo com Hebreus 2:9 (RC), Jesus foi feito "um pouco menor do que os anjos" com o propósito de que Ele pudesse sofrer a morte. A questão é explicar por que a morte de Jesus é um requisito indispensável para Sua exaltação. Em termos simples: para que a humanidade fosse salva, Jesus teve que morrer. Não havia outra maneira.

Nessa passagem, o objetivo da Encarnação é a morte do Filho. Somente por meio do sofrimento da morte Jesus poderia Se tornar o Autor da salvação (Hb 2:10).

Por que era apropriado que Deus permitisse Jesus sofrer? O contexto de Hebreus 2:14-18 sugere que a morte de Jesus foi necessária para resgatar os filhos de Deus da escravidão da morte, do diabo, do medo da morte, e para qualificar Jesus a Se tornar um "misericordioso e fiel Sumo Sacerdote" (Hb 2:17).

Em suma, a cruz devia preceder a coroa.

"Sobre Cristo, como nosso Substituto e Penhor, foi posta a iniquidade de nós todos. Foi contado como transgressor, a fim de que nos redimisse da condenação da lei. A culpa de todo descendente de Adão pesava-Lhe sobre o coração. A ira de Deus contra o pecado, a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da iniquidade, encheram de consternação a alma de Seu Filho" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 753).

Cristo, o Criador do Universo, morreu como um ser humano por nossos pecados. O que isso significa? Pense nessa incrível boa notícia e na esperança que ela nos oferece. Como você pode tornar essa maravilhosa verdade a motivação principal de tudo o que faz?

Terça

Ano Bíblico: At 19–21 

O sangue de Cristo

O conceito do sangue redentor permeia toda a Bíblia. A partir dos primeiros sacrifícios depois que Adão e Eva pecaram, o sangue sempre esteve presente quando ocorriam sacrifícios de animais. Rituais de sangue caracterizavam o sistema sacrifical israelita, a fim de ilustrar a verdade fundamental de que, sem sangue, não teríamos nenhuma chance de ter nossos pecados perdoados e entrar na presença de Deus. O sangue era o único meio de receber a misericórdia de Deus e ter comunhão com Ele.

4. Leia no livro de Hebreus as seguintes passagens sobre o sangue de Cristo e o sangue dos sacrifícios do Antigo Testamento. O que elas nos ensinam sobre o sangue? Hb 9:12; 9:14; 9:18; 9:22; 10:19; 12:24; 13:12; 13:20

O sangue de Cristo não se refere à Sua vida, mas é um símbolo de Sua morte substitutiva e, como tal, descreve o aspecto funcional dessa morte. O sangue derramado de Cristo é incrivelmente multifuncional. O sangue de Cristo obtém eterna redenção, provê purificação do pecado, perdão, santificação, e é a razão para a ressurreição.

Em Hebreus, há um contraste poderoso: o sangue de Cristo é melhor do que qualquer outro. Na verdade, nenhum outro sangue pode, realmente, oferecer perdão. A morte de Cristo é a única razão pela qual os pecados são perdoados, antes e depois da cruz (Hb 9:15). O derramamento do sangue de Cristo e seus efeitos são uma prova clara de que a morte de Cristo foi substitutiva, o que significa que Ele assumiu a penalidade que nós merecemos.

Como a compreensão da morte de Cristo nos liberta da ideia de salvação pelas obras?


Quarta

Ano Bíblico: At 22, 23 

Sacrifício imaculado

5. Quais critérios um animal oferecido em sacrifício precisava cumprir? Êx 12:5; Lv 3:1; 4:3

A escolha de um animal para sacrifício exigia muito cuidado. Uma pessoa não podia simplesmente pegar qualquer animal para uma oferta. O animal precisava cumprir vários critérios, dependendo do tipo da oferta.

No entanto, havia um critério que todas as ofertas tinham que cumprir. Tinham que ser "sem defeito". A palavra hebraica tamim também poderia ser traduzida como "completo", "ileso", "sem defeito" ou "perfeito". Ela expressa a ideia de que algo cumpre o mais alto padrão possível. Somente o melhor era bom o suficiente.

A respeito do povo, a palavra é usada para caracterizar seu relacionamento com Deus como sendo "perfeito" (Gn 6:9; 17:1).

6. Como os textos a seguir descrevem Jesus? Por que era crucial que Ele fosse sem pecado? Hb 4:15; 7:26; 9:14;1Pe 1:18, 19

Jesus, o "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29), cumpriu perfeitamente o critério do Antigo Testamento de um sacrifício imaculado. Sua vida pura demonstrou que Ele foi um sacrifício perfeito. Essa é a garantia da nossa salvação, pois apenas Alguém sem pecado poderia carregar nossos pecados em nosso favor, e é a Sua perfeita justiça que nos cobre, agora e no juízo. Essa justiça é nossa esperança de salvação.

Assim como sua equivalente hebraica, a palavra grega para "imaculado" (amomos) é usada não somente para descrever Jesus e Seu sacrifício perfeito, mas também o caráter de Seus seguidores.

"Ao comparar sua vida com o caráter de Cristo, [as pessoas] serão capazes de discernir onde falharam em cumprir os requisitos da santa lei de Deus e procurarão se tornar perfeitas em sua esfera, como Deus é perfeito em Sua esfera" (Ellen G. White, The Paulson Letters [As Cartas de Paulson], p. 374).

Mediante a morte e ministério de Cristo, somos apresentados irrepreensíveis diante de Deus (Jd 24). Isso só é possível porque Alguém irrepreensível assumiu nosso lugar.

Por que o conceito de ser "santos e irrepreensíveis" (Ef 1:4) causa inquietação? Como o conhecimento de que Cristo é nosso Substituto pode ajudá-lo a aceitar que você é "santo" também? Como nosso novo status diante de Deus deve afetar nossa maneira de viver?


Quinta

Ano Bíblico: At 4–6 

Um grande perigo

No livro de Hebreus, Paulo não focaliza apenas a compreensão teológica do sacrifício de Cristo, mas também explica algumas das suas implicações práticas. Em vários lugares, ele mostra o que acontece se alguém ignora esse sacrifício.

7. Leia Hebreus 6:4-6 e 10:26-31. Sobre o que Paulo está nos advertindo? Que tipos de atitudes ele descreve?

No livro de Hebreus, Paulo demonstrou a magnificência da salvação, mostrou como Deus Se revelou e o que Ele fez e está fazendo pelos fiéis. No entanto, Paulo teve que lidar com pelo menos uma importante questão problemática: o perigo de que o sacrifício de Cristo passasse gradualmente a ser tratado com indiferença. Ele descreveu esse perigo como "se desviar" do alvo (Hb 2:1). A imagem por trás das palavras de Paulo é a de um navio que se afasta do seu curso e não chega ao porto de destino. A principal tarefa é permanecer no rumo.

Alguns dos que rejeitam a Deus o fazem deliberadamente, o que significa que sua vida depois de receber o evangelho é praticamente a mesma que tinham antes de recebê-lo. Essas pessoas, de fato, não têm nenhum sacrifício eficaz para seus pecados (Hb 10:26-31). Entretanto, parece que poucos cristãos rejeitariam abertamente o sacrifício de Cristo, ou mesmo pensariam em algo semelhante. Ainda assim, Paulo apresenta um aviso. O perigo real do desprezo e negligência é que, muitas vezes isso é um processo sutil e muito gradual. A transição pode ser imperceptível. Lentamente, a obra de Cristo não é apreciada o suficiente, semelhantemente à falha de Esaú em não mais apreciar seu direito de primogenitura (Hb 12:15-17). O sacrifício de Cristo nunca deveria se tornar tão familiar que o considerássemos banal.

Paulo não queria assustar seus leitores. No entanto, precisava mostrar a eles as consequências de se desviar de Deus. Ele não queria que isso acontecesse. No lado positivo, ele os encorajou vividamente a "guardar firmemente" todas as coisas boas da salvação (Hb 3:6, 14; 10:23) e fixar os olhos em Jesus (Hb 12:2).
Você simplesmente "acostumou-se" com a verdade sobre a cruz e se tornou indiferente? Por que essa é uma experiência perigosa? Como podemos nos proteger do perigo sobre o qual Paulo nos adverte aqui?


Sexta

Ano Bíblico: At 27, 28 

Estudo adicional

Leia em SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 7A, Apêndice C, p. 661-680: "The Atonement, Part I – Atoning Sacrifice" [A Expiação, Parte I – Sacrifício Expiatório].

O que Martinho Lutero frequentemente chamava de "troca maravilhosa" ou "troca feliz" da justiça de Cristo pelo pecado humano, Ellen G. White descreveu na seguinte declaração clássica: "Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. 'Pelas Suas pisaduras fomos sarados'" (Is 53:5; O Desejado de Todas as Nações, p. 25).

"Nada menos que a morte de Cristo podia tornar eficaz Seu amor por nós. É unicamente por causa de Sua morte, que podemos esperar com alegria Sua segunda vinda. Seu sacrifício é o centro de nossa esperança. Nele nos cumpre fixar nossa fé" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 660).

Perguntas para reflexão

1. Alguns não gostam da ideia de Jesus como nosso sacrifício. Pensam que isso faz com que Deus pareça sanguinário ou vingativo, como os deuses pagãos (Alguns argumentam que a linguagem bíblica do sangue e sacrifício é simplesmente um reflexo desses conceitos pagãos). O que está errado com essa percepção? Como os conceitos de morte, sacrifício e sangue nos mostram a gravidade e as consequências do pecado? A compreensão do custo do pecado nos ajuda a buscar o poder de Deus a fim de afastar o pecado de nossa vida?

2. Ao pensar na morte substitutiva de Cristo, e o que Ele realizou por nós mediante essa morte, somos protegidos da armadilha da salvação pelas obras. O que nossas obras acrescentam ao que Cristo fez por nós ao morrer em nosso lugar?

3. Ellen G. White disse que seria bom passarmos uma hora a cada dia refletindo sobre a vida de Jesus, especialmente as cenas finais. Como tal exercício fortalece nosso relacionamento com Cristo, aumentando nossa apreciação pelo que Ele fez?

Respostas sugestivas: 1. Cristo foi rejeitado, humilhado e ferido. Assumiu nosso pecado, morreu em nosso lugar. Mediante nossa aceitação de tudo que Ele fez por nós, somos justificados. 2. Lucas e Pedro, assim como o próprio Jesus Cristo, identificam o Servo sofredor de Isaías 53 como sendo o Filho de Deus. 3. A morte de Cristo, como nosso substituto, era absolutamente necessária para que nossa dívida pecaminosa fosse quitada diante de Deus. Ao aceitarmos tal sacrifício feito por nós, recebemos perdão, salvação e libertação do pecado. 4. O sangue de Cristo redime, purifica, confirma o concerto divino com Seu povo, possibilita acesso a Deus, santifica e aperfeiçoa. 5. Entre outros critérios, o animal a ser oferecido em sacrifício devia ser imaculado, sem defeito. 6. Imaculado, sem defeito, sem pecado. Somente um Salvador imaculado e santo está habilitado a nos atribuir a justiça que Deus requer. 7. Paulo adverte contra o perigo de aceitar o evangelho e depois minimizá-lo, desconsiderá-lo e rejeitá-lo deliberadamente. Esse ato significa profanar a aliança, ultrajar o "Espírito da graça", crucificar novamente o Filho de Deus e lançá-Lo à ignomínia. As consequências disso são eternamente trágicas.



ESCOLA SABATINA



Texto-chave: 1 Pedro 2:24; Isaías 53:5, 6

O aluno deverá...

Conhecer: O sacrifício feito por Deus em nosso favor e Seu amor incondicional e altruísta para com as pessoas.

Sentir: Gratidão para com Deus pelo amor e sacrifício, a fim de nos dar a certeza da salvação.

Fazer: Aceitar o divino plano da salvação, louvá-Lo por Sua aceitação sem reservas e atenciosamente servir aos outros como Ele nos serve.

Esboço

I. Conhecer: O incompreensível sacrifício de Deus pelos pecadores

A. Por que Jesus teve que assumir a natureza humana e morrer na cruz para salvar a humanidade? Leia Isaías 53.

B. Por que não é possível que Deus simplesmente perdoe nossos pecados a fim de resolver o problema do pecado?

II. Sentir: O amor abnegado de Deus aquece o coração humano

A. Como você pode expressar sua gratidão a Deus por Seu amor e Condescendência com a humanidade?

B. Como você se sente ao saber que Jesus Se tornou um sacrifício expiatório por você, assumiu a condenação que você merecia e lhe deu a vida eterna?

III. Fazer: A graça de Deus restaura e transforma os pecadores

A. Por que é tão importante proclamar ao mundo o perdão de Deus?

B. Como as ações da graça de Deus para com os pecadores o ajudam a lidar
com os que erram?

C. Por que é tão trágico quando uma pessoa rejeita a morte de Cristo?

Resumo: Quando aceitamos o amor de Deus e Seu sacrifício por nós, Ele perdoa nossos pecados, muda nosso status, nos abençoa e nos leva a uma nova maneira de viver.

 Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Isaías 53:4-6

Conceito-chave para o crescimento espiritual: De um modo poderoso, o profeta Isaías apresentou a missão do Messias, que é chamado de Servo do Senhor. Na Bíblia, essa é a melhor descrição do papel do Salvador em nosso favor. Esse Servo traz esperança, e Sua morte salva a humanidade de seus pecados.

Somente para o professor: A lição desta semana ajudará os membros de sua classe a entender o significado da morte sacrifical de Jesus Cristo, prevista na vida do Servo do Senhor de Isaías 53 e vista no contexto bíblico mais amplo. Esse Servo do Senhor era um "Homem de dores", uma "oferta pela culpa" e, por amor, Ele morreu voluntariamente pelos nossos pecados. Suas ações em nosso favor são cheias de humildade, compaixão e amor.

Discussão de abertura: 

Se lhe pedissem para descrever em um capítulo os aspectos mais importantes da missão do Messias, o que você escreveria sobre Ele? Quais pontos essenciais não deveriam ser omitidos?


Comentário Bíblico


Nossa vida eterna depende do cumprimento da missão do Servo do Senhor. Seu bondoso sacrifício e sofrimento por nós é a fonte da nossa justificação e salvação. Nesta semana, estudaremos essas passagens cuja compreensão é tão vital para nossa vida espiritual. Daremos ênfase especial ao quarto cântico. Acompanhe os principais pensamentos do material bíblico e envolva a classe no estudo bíblico resumido nas seções abaixo.

I. Primeiro e segundo cânticos do Servo do Senhor

(Recapitule com a classe Is 42:1-9; 49:1-7.)

Considere atentamente os textos de Isaías, que descrevem a missão universal de Cristo.

O primeiro cântico não revela a identidade do Servo do Senhor, mas retrata Sua tarefa gigantesca: Ele traria a justiça e o direito a todo o mundo e seria uma aliança e uma luz para o mundo. Embora fosse Rei, não agiria como conquistador, mas Sua maneira seria mansa e humilde. Sua força e poder estariam na Palavra e no Espírito de Deus.

O segundo cântico identifica o Servo como alguém que devia cumprir um papel primordial em levar Israel e seu remanescente de volta para Deus (por isso, o Servo não pode ser Israel nem o remanescente de Israel; leia Is 49:6). Ele não é apenas um agente comunicador da salvação, mas é, em Sua pessoa, a salvação para o mundo inteiro. Pela primeira vez, nesse cântico, encontramos uma alusão ao sofrimento mental e glorificação do Servo (Is 49:7).

Pense nisto: A tradução literal de Isaías 49:6 destaca o fato de que o Servo do Senhor é a salvação para o mundo: "Sim, [o Senhor disse ao Seu Servo]: Pouco é o seres Meu Servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também Te dei como luz para [as nações], para seres a Minha salvação até à extremidade da Terra". Compare com a classe traduções diferentes desde verso e comente a diferença entre a declaração de que Jesus Cristo é a salvação para o mundo inteiro e a afirmação de que o Servo traria ou anunciaria a salvação de Deus ao mundo inteiro.

II. O terceiro cântico

(Recapitule com a classe Is 50:4-9.)

Esse cântico é chamado o "Getsêmani do Servo," porque o próprio Servo fala sobre Sua experiência, sofrimento intenso e confiança no Senhor. O profeta Isaías primeiramente pintou um quadro incrivelmente belo das atribuições do Servo e Seu íntimo relacionamento com Deus.

O Senhor O desperta todas as manhãs a fim de revelar Sua tarefa para o dia. O discipulado obediente do Servo é descrito nessa passagem.

Pela primeira vez o sofrimento físico desse Servo é mencionado. Ele seria açoitado, espancado, torturado e sofreria a grande humilhação de ser zombado e cuspido (v. 6). No entanto, em Sua angústia Ele acreditaria que o Senhor O ajudaria e justificaria.

Pergunta para discussão: O que prova que o Servo do Senhor sofreu voluntariamente? O que significa a declaração de que o Messias faria Seu "rosto como um seixo" (Is 50:7)?

Atividade: Peça que os membros da classe abram a Bíblia e compartilhem outros versos sobre o amor de Deus e Suas promessas de cuidado durante nossos momentos de angústia.

III. O quarto e o quinto cânticos

(Recapitule com a classe Is 52:13–53:12; 61:1-3.)

O profeta Isaías chegou ao cerne da questão no quarto cântico. Em cinco estrofes, cada uma composta de três versos, encontramos a mais sublime passagem sobre a vida sacrifical do Servo. Essa magnífica obra-prima contém a mais gloriosa mensagem sobre a missão e realizações do Messias, e as descreve no seguinte cenário:

1. Paradoxo da vida do Servo – altamente exaltado e profundamente humilhado (Is 52:13-15). O enigma de Sua vida parece insolúvel. Mas, à medida que Isaías avança no poema, o mistério se torna mais claro: a jornada do Servo será em meio ao sofrimento e morte sacrifical até a glorificação.

2. Rejeição do Servo, homem de dores e sofrimentos (Is 53:1-3). As pessoas não acreditaram nEle, e por duas vezes nessa passagem é enfatizado que Ele foi desprezado. Essa descrição realista termina com a triste declaração de que Ele não foi respeitado.

3. Expiação do Servo do Senhor, que tomou sobre Si as nossas transgressões (Is 53:4-6). Esse núcleo do cântico explica por que o Servo teria que passar por todo o sofrimento e humilhação: "Certamente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades. [...] Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades". Isaías identificou claramente a nós e aos nossos pecados como a causa da morte do Servo. Você e eu somos responsáveis e culpados por Sua morte, e não podemos transferir para outros nossa culpa. Essa foi a solução divina para, finalmente, resolver o problema do pecado: "O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos" (v. 6). Observe a voz passiva dos verbos no verso 5, que explica o que foi feito pelo Servo em nosso favor. Por causa da morte voluntária e substitutiva do Servo por nós, fomos sarados (salvação é cura), e podemos viver.

4. Sofrimento, julgamento, morte e sepultamento do Servo do Senhor (Is 53:7-9). Isaías descreveu a completa submissão do Servo à vontade de Deus e mostrou que Sua dor, tristeza e sofrimento não eram dEle (Ele era inocente e não havia nenhum engano nEle), mas ocorreram "por causa da transgressão do [...] povo".

5. Glorificação do Servo do Senhor (Is 53:10-12). Esta canção culmina com uma explicação dos muitos resultados maravilhosos da morte sacrifical do Servo: ressurreição, justificação de muitos, e o compartilhamento de Sua vitória e despojo com outros. O Messias continua Sua obra pelos pecadores por quem morreu: Ele intercede por eles.

O quinto e último cântico (Is 61:1-3) declara que o Servo é ungido pelo Senhor e habilitado pelo Espírito a proclamar as boas-novas e aplicar tudo o que tem realizado em Sua vida e morte aos pecadores, a fim de trazer liberdade e vitória a eles, para que possam servir aos outros e ser Seus servos fiéis (Is 61:4-6).

Perguntas para discussão:

1. Por que a primeira leitura sobre o Servo do Senhor em Isaías 53 pode ser confusa? Leia a história do alto oficial etíope, em Atos 8:26-40.

2. Por que Deus levou Isaías a explicar com tantos detalhes os eventos relacionados à morte 

do Servo do Senhor? Como Isaías interpretou o significado da morte do Servo e seus resultados maravilhosos?

Aplicação

Somente para o professor: Jesus aplicou a Si mesmo Isaías 61:1, 2, quando declarou: "Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir" (Lc 4:16-21). Até que ponto você pode aplicar essa passagem a si mesmo, quando Deus o chama a proclamar Sua boa notícia ao mundo? Pergunte aos alunos como isso pode ser feito adequada e sabiamente.

Atividades práticas

Somente para o professor: Nas cinco passagens que estudamos, Isaías usou ricas figuras de linguagem para descrever a missão e as realizações do Servo do Senhor. Quais são as vantagens de tal ensinamento ilustrativo?



COMENTÁRIO SEMANAL



Autor: João Antônio Rodrigues Alves, Mestre em Teologia pelo UNASP, e doutor em Teologia pela Universidad Adventista del Plata. Pastor distrital em Nova Venécia (ES). Casado com a Profa. Me. Daisy Kiekow de Britto Rodrigues Alves, tem dois filhos, Emerson e Karina.
E-mail: rodriguesalves_ja@yahoo.com.br

Editoração: Pr. Márcio Nastrini e Pr. André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisão: Josiéli Nóbrega



Ampliação

INTRODUÇÃO

A obra da redenção não foi um pensamento posterior na mente de Deus, nem uma improvisação, um plano B, resultante de uma surpresa introduzida pelo pecado e suas consequências. Ao contrário, o plano divino para a salvação da humanidade foi formulado antes da fundação do mundo. O vidente de Patmos se refere ao “Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo” (Ap 13:8). Um aspecto central na obra da redenção é o sofrimento e morte de Jesus. Por essa razão, afirma-se que, no coração da religião cristã, encontra-se uma cruz. Sobre essa cruz, Deus lidou com o problema introduzido pelo pecado e realizou a salvação do pecador.

Historicamente, a cruz se situa no tempo há uns dois mil anos. Entretanto, podemos dizer que essa cruz, antes de ser erguida no Calvário, foi planejada no coração de Deus desde a fundação do mundo.

Devido à sua importância, é extremamente perigoso o pensamento de que a morte de Jesus não seja substitutiva. Alguns consideram o pensamento da substituição como irrelevante, ou muito violento, ou mesmo insuficiente.
Mas qual é o conceito bíblico? Isto é o que estudaremos nesta semana.

Para mais informações, ver Millard J. Erickson, Christian Theology, 2ª ed. (Grand Rapids, MI: Baker, 2004 [7ª impressão]), 818-840; Raoul Dederen, ed., Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: CPB, 2011), 193-205.

DOMINGO
Jesus em Isaías 53

Alguns autores consideram o texto de Isaías 52:13-53:12 como o mais importante do Antigo Testamento. Independentemente da importância que lhe é atribuída, ele é o mais citado/aludido no Novo Testamento, visto ser uma das mais completas descrições da obra redentora do Messias. Com ela se anunciava, sem margem para dúvidas, que a única solução para o problema introduzido pelo pecado seria a obra do Servo do Senhor.

Isaías 53 fala de rejeição: o Servo foi rejeitado enquanto viveu (53:1-3). E o clímax da rejeição ocorreu na morte do Servo (53:4-9). Por que morreu? Que significado tem Sua morte? Ele morreu em nosso lugar, como nosso Substituto. Sua obra foi em nosso favor. Não morreu por causa de Seus pecados, visto que não pecou, e sim, por causa dos nossos. Teologicamente, foi uma morte expiatória e uma expiação vicária.

A morte do Servo foi iniciativa divina, evidência de Sua graça, livremente estendida ao pecador. No verso 6 lemos que “o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós”, uma linguagem que nos remete a Levítico 16.

O verso 7 declara que o Servo foi levado como um Cordeiro  ao matadouro. O cordeiro era o animal mais representativo do sistema sacrifical. Mas aqui estava o verdadeiro Cordeiro, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Ao ser sacrificado, o Messias cumpriu todo o simbolismo dos sacrifícios levíticos, tornando-os desnecessários.

Resumindo a obra realizada pelo Servo sofredor, Ele purificou, carregou as enfermidades, assumiu as dores, o castigo Lhe foi imposto, Seus ferimentos trouxeram a cura, Ele ofereceu a vida em expiação, Ele justificou, entregou-Se à morte e intercedeu pelos outros. Mas o Servo não permaneceria morto. Voltaria a viver. Seria exaltado (52:13) e ficaria satisfeito ao ver que não morrera em vão. Muitos seriam justificados em virtude de Seu sacrifício expiatório.

Essa descrição profética da morte sacrifical de Cristo foi oferecida por Isaías como a única forma eficaz para a expiação do pecado. Cristo Se tornou o que nós somos para que fôssemos restaurados à comunhão com Deus.

Para reflexão: Pense na grandeza da obra de Cristo realizada na cruz do Calvário em seu favor. A obra foi definitiva. Não é necessário repetir-se. Que resposta você tem dado a essa manifestação da graça infinita? Foi por você. Aceite a oferta! O caminho da salvação está aberto. O Messias o espera.

SEGUNDA-FEIRA 
Substituição suficiente

Todo o sistema de ofertas do Antigo Testamento apontava para a morte substitutiva de Jesus. Ele foi a oferta final pelos pecados da humanidade. Não havia outra saída. A salvação se fundamenta no sacrifício único de Jesus. O caminho para a glória passa pelo Calvário. A paixão precede a glória. Não existe glória sem paixão. A cruz precede a coroa. O clamor de Jesus no Getsêmani, pedindo ao Pai que, se possível, passasse o cálice adiante, revela de forma inequívoca que o caminho da cruz não podia ser evitado, caso o plano da salvação devesse ser concretizado.

Paulo desenvolveu essa ideia no capítulo 2 de Hebreus. De Seu exaltado status (Hb 1:5-14), recebendo a adoração e o serviço dos anjos, Jesus Se tornou temporariamente inferior a tais seres celestiais. De que forma? Tornando-Se homem e sendo posto à morte. Ele “provou” a morte por, em favor de, e em lugar de, todos os homens. A expressão “provar a morte” descreve graficamente “a realidade difícil e dolorosa de morrer que é experimentada pelo homem e que foi sofrida também por Jesus.” A amargura da morte experimentada “não foi a de um nobre mártir aspirando a um status de santidade, mas como o Salvador, sem pecado, que morreu para libertar os pecadores da maldição da morte espiritual”. O Calvário é o caminho para a reconciliação entre o homem pecador e o Deus santo. Assim, o Calvário, longe de ser uma derrota, é uma estrondosa vitória. Embora, historicamente, a cruz tenha sido o ponto mais baixo na carreira de Jesus, paradoxalmente foi também o mais elevado. Contextualmente, o sofrimento e a morte de Jesus pavimentam o caminho para a glória. Humilhação e exaltação funcionam como dois aspectos complementares de uma única obra. A expressão “coroado de glória e de honra” (v. 9) relembra a investidura de Aarão como sumo sacerdote (Êx 28:2, 40), o que antecipa o argumento posterior de que Jesus é nosso Sumo Sacerdote.

TERÇA-FEIRA
O sangue de Cristo

O dilema humano presente na carta aos hebreus é a contaminação, e o agente para efetuar a purificação é o sangue. Porém, não o sangue de touros e bodes, que pode até realizar uma purificação exterior ou cerimonial, mas não tem o poder de purificar a consciência. O apóstolo apresenta um tipo de sangue superior, o sangue do próprio Cristo. Em muitas ocasiões, o autor destaca a superioridade do sangue de Cristo em relação ao sistema ritual do santuário, com seus repetidos sacrifícios de animais e consequente derramamento de sangue.

Enquanto o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo do santuário terrestre, com sangue de animais, apenas uma vez ao ano – acesso limitado –, Cristo entrou com Seu próprio sangue no santuário celestial para sempre – acesso ilimitado. A obra de Cristo em Hebreus é enfatizada por meio das repetidas referências a Seu sangue, que assegura o perdão a quem O aceitar. Seu sangue, sendo superior, foi derramado uma vez para sempre para purificar os pecados. Seu sangue nos aperfeiçoa e nos torna santos. Naturalmente, não se trata do sangue de Cristo em si, mas da ação de Se oferecer a Deus como um sacrifício sem mácula (9:14) e os resultados positivos para aqueles que se apropriam de Sua oferta de perdão e purificação.

Para reflexão: Temos permitido que o sangue salvífico  de Cristo realize, com todo o seu poder, tudo aquilo que é capaz de fazer em nossa vida? Seu poder purificador tem atingido cada área de nossa vida, ou temos limitado seu acesso e assim conservado algum “pecado acariciado”?

QUARTA-FEIRA
Sacrifício imaculado

A lei ordenava que o animal oferecido em sacrifício no santuário devia ser perfeito. A razão para isto é que ele simbolizava aCristo, a oferta sacrifical por excelência. O apóstolo Pedro deixou isso bem claro quando afirmou que fomos resgatados pelo “precioso sangue, como de Cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1Pe 1:18, 19). Não é possível ao homem oferecer alguma coisa por si mesmo, visto que é naturalmente imperfeito. Somente o Substituto celestial pode expiar os pecados da humanidade. Ao homem compete apenas aceitar a oferta graciosamente oferecida pelo Céu em seu favor. 
Jesus Cristo é a oferta perfeita: “santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores” (Hb 7:26). Embora tenha sido tentado em todas as coisas, Jesus nunca cedeu à tentação. Era sem pecado e não cometeu pecado algum. A expressão “a Si mesmo Se ofereceu sem mácula a Deus” (9:14) indica porque o sacrifício de Cristo é “absoluto e final.” Ao qualificar Cristo como “sem mácula” (ámomon - ἄμωμον) o autor nos remete aos sacrifícios realizados no santuário. Esse termo denota a ausência de defeitos no animal sacrifical (Nm 6:14; 19:2). Com isso é enfatizada a perfeição do sacrifício de Cristo. Jesus é não apenas o Sumo Sacerdote sem pecado (4:15; 7:26), como também a vítima “sem mácula”. A oferta de Si mesmo a Deus, sem mácula, foi a culminação de uma vida de perfeita obediência (5:8-9; 10:5-10).

Para reflexão: Como professo seguidor de Cristo, entendo o chamado para ser santo e irrepreensível (Ef 1:4)? O que está faltando em minha vida para que se realize em mim o propósito de Deus?

QUINTA-FEIRA
Um grande perigo

Paulo demonstrou a superioridade de Jesus mediante diferentes comparações, exaltou a suficiência de Seu sacrifício, de Seu sangue que purifica nossa consciência, assegurando-nos uma santa ousadia para entrar à presença de Deus. Entretanto, em alguns pontos ele apresenta advertências que vão se tornando progressivamente mais sérias, e que merecem nossa profunda consideração. 
Em primeiro lugar, ele advertiu contra o perigo de abandonar a verdade (Hb 2:1-4). A seguir, advertiu acerca do perigo de não entrar em Seu repouso por causa da dureza do coração (3:8-11). Depois, há o perigo de não alcançar a maturidade espiritual, caindo pelo caminho, após tudo o que alguém experimentou na vida cristã, e não mais ser levado ao arrependimento (6:4, 5). O resultado disto é uma expectativa aterradora de juízo e do fogo que consome os inimigos de Deus (10:27). Viver deliberadamente em pecado após alcançar o conhecimento da verdade é algo muito sério (10:26). Com isso é novamente crucificado o Filho de Deus e exposto à ignomínia (6:6). É calcar aos pés o Filho de Deus e profanar o sangue da aliança e ultrajar o Espírito da graça (10:29). Esse é um tipo de apostasia que pode levar a pessoa a rejeitar definitivamente a Cristo. 

Como exposto na lição, “poucos cristãos rejeitariam abertamente o sacrifício de Cristo, ou mesmo pensariam em algo semelhante”. O perigo é que sutilmente podemos assumir uma posição com respeito às realidades espirituais que termine em completa apostasia. Por isso, é necessário que estejamos atentos a nós mesmos, à nossa vida espiritual, aos exercícios espirituais – comunhão, relacionamento e missão.

Para reflexão: De alguma forma sutil, estaríamos nós abandonando as verdades da salvação? A fé entregue aos santos? O que podemos fazer para renovar nossa fidelidade a Cristo?

Conclusão

Jesus morreu em meu lugar. Ele é meu Substituto. Pagou com  sangue o preço da minha salvação. Por que, então, muitas vezes me encontro negociando com Deus o tipo de discipulado que desejo oferecer-Lhe? Não entendo que, agindo assim, estou amesquinhando a morte de Cristo? Por que é tão difícil para mim, pecador, entregar-me completamente a Cristo? O que posso fazer?

Para mais informações, ver Millard J. Erickson, Christian Theology, 2ª ed. (Grand Rapids, MI: Baker, 2004 [7ª impressão]), 818-840; Raoul Dederen, ed., Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: CPB, 2011), 193-205.

Gerhard von Rad, Teologia do Antigo Testamento (São Paulo: ASTE, 1974), v.
2, p. 248.

Para uma análise do significado da preposição hyper, usada em Hebreus 2:9, ver Erickson, p. 831.

Johannes Behm, Theological Dictionary of the New Testament, v. 1, p. 677.
S. J. Kistemaker & W. Hendriksen,  New Testament Commentary: Exposition of Hebrews (Grand Rapids: Baker Book House, 1953-2001), v. 15, p. 67.
W. L. Lane, Word Biblical Commentary: Hebrews 9-13 (Dallas: Word, Incorporated, 2002), v. 47B, p. 239.


Vídeos


Introdução - Esboço da Lição "O Santuário" (aqui).
Esboço da Lição 7 - Cristo, nosso sacrifício (aqui). 




Fonte: Casa Publicadora Brasileira (http://www.cpb.com.br/)