domingo, 3 de novembro de 2013

ES - Lição 6 - O Dia da Expiação – 4º Trim, 2013




Lição 6 - O Dia da Expiação


2 a 9 de novembro





Sábado à tarde

Ano Bíblico: Jo 12, 13

VERSO PARA MEMORIZAR:

"Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniquidade e Te esqueces da transgressão do restante da Tua herança? O Senhor não retém a Sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar" 
(Mq 7:18, 19).


Leituras da Semana:


O Dia da Expiação, ou Yom Kippur, conforme revelado em Levítico 16, é o ritual mais solene do Antigo Testamento. Ele foi intencionalmente colocado no centro do livro de Levítico, que está no centro dos cinco livros de Moisés, para ilustrar o "santíssimo" caráter desse ritual. Mencionado também como o sábado dos sábados (Lv 16:31, International Standard Version), o dia requeria a cessação de todo trabalho, o que é único para um festival israelita anual. Esse fato coloca esse dia justamente dentro do conceito do sábado, um tempo para descansar no que Deus, como Criador e Redentor, fez (e fará) por nós.

Nesta semana, estudaremos o que acontecia no Dia da Expiação no santuário terrestre, especificamente os rituais com os dois bodes, que nos ajudam a entender melhor verdades mais profundas a respeito da salvação e eliminação final do pecado.

Domingo

Ano Bíblico: Jo 14, 15 

A purificação anual

1. Leia Levítico 16:16, 30. O que era purificado no Dia da Expiação?

Ao longo do ano, todos os tipos de pecados e impurezas rituais eram transferidos para o santuário. O Dia da Expiação era o tempo para sua remoção. Havia três partes principais no Dia da Expiação:

1. A oferta da purificação pelo sacerdote. O sumo sacerdote sacrificava um novilho por seus pecados, certificando-se de que ele (o sacerdote) estaria puro ao entrar no santuário e realizar o ritual para purificá-lo.

2. A oferta de purificação do bode "para o Senhor" (Lv 16:8). Durante o ano, as ofertas de purificação levavam todos os pecados dos israelitas para o santuário. O Dia da Expiação era o momento de remover esses pecados do santuário. Esse processo era feito mediante o sangue do bode "para o Senhor".

3. O ritual da eliminação com o bode vivo para Azazel. Deus queria afastar os pecados de Seu povo para longe do santuário e do acampamento. Portanto, outro bode vivo era enviado ao deserto.

2. Leia Levítico 16:15. O que acontecia com o bode mencionado nesse texto, e o que ele simbolizava?

Visto que não havia confissão do pecado nem imposição de mãos envolvidas com o bode para o Senhor, seu sangue não era portador de pecado. Assim, ele não contaminava, mas, em vez disso, purificava. O efeito é claramente descrito nos versos 16 e 20. O sumo sacerdote fazia expiação com o sangue do bode do Senhor, purificando todo o santuário. O mesmo procedimento também efetuava a purificação do povo para que, quando o santuário fosse purificado de todos os pecados das pessoas, elas também fossem purificadas. Nesse sentido, o Dia da Expiação era único, pois somente nesse dia tanto o santuário quanto o povo eram purificados.

O Dia da Expiação era a segunda etapa de uma expiação em duas fases. Na primeira fase, durante o ano, os israelitas eram perdoados. Seus pecados não eram apagados, mas confiados ao próprio Deus, que havia prometido cuidar deles. A segunda fase não se relacionava tanto com o perdão, porque as pessoas já estavam perdoadas. Na verdade, o verbo "perdoar" não ocorre em Levítico 16 nem em Levítico 23:27-32. Isso nos mostra que o plano da salvação lida com algo mais do que apenas o perdão dos nossos pecados, um ponto que tem ainda mais sentido quando compreendido no contexto mais amplo do grande conflito.

Segunda

Ano Bíblico: Jo 16–18 

Além do perdão

3. Leia Levítico 16:32-34. Qual era a principal tarefa do sumo sacerdote no Dia da Expiação?

A principal função do sumo sacerdote era a de servir de mediador entre Deus e a humanidade. Sua tarefa no Dia da Expiação era imensa. Administrava o sistema do Santuário e realizava diversos rituais de sacrifícios e ofertas (Hb 8:3). Ele realizava quase todos os rituais, exceto o de levar o bode para Azazel ao deserto, embora ele desse a ordem para fazer isso.

No Dia da Expiação, o "grande" sacerdote, como ele também era chamado, se tornava um exemplo vivo de Cristo. Assim como a atenção do povo de Deus se voltava para o sumo sacerdote, Jesus é o centro exclusivo de nossa atenção. Como as atividades do sumo sacerdote na Terra traziam purificação para as pessoas, igualmente a obra de Jesus no santuário celestial faz o mesmo por nós (Rm 8:34; 1Jo 1:9). Assim como no Dia da Expiação a única esperança do povo estava no sumo sacerdote, nossa única esperança está em Cristo.

"O sangue de Cristo, embora devesse livrar da condenação da lei o pecador arrependido, não cancelaria o pecado; este ficaria registrado no santuário até a expiação final; assim, no cerimonial típico, o sangue da oferta pelo pecado removia do penitente o pecado, mas este permanecia no santuário até o dia da expiação" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 357).

De acordo com Levítico 16:16-20, o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo e o purificava das impurezas rituais, transgressões e pecados. Então, ele transferia todas as iniquidades, transgressões e pecados de Israel para o bode vivo e os enviava, por meio do bode, para o deserto. Assim, todas as falhas morais de Israel eram removidas, o que alcançava o único objetivo do Dia da Expiação: a purificação moral que ia além do perdão. Não era necessário um novo perdão nesse dia. Deus já havia perdoado seus pecados.

Enquanto lutamos para abandonar os pecados, como podemos aprender a depender totalmente dos méritos de Cristo como nossa única esperança de salvação?

Terça

Ano Bíblico: Jo 19–21 

Azazel

4. Leia Levítico 16:20-22. O que acontecia com o bode vivo?

O ritual com o bode vivo não era uma oferta. Depois que a sorte era lançada para decidir qual dos dois bodes seria para o Senhor e qual seria para Azazel (bode emissário; em inglês, o termo muitas vezes é traduzido como scapegoat [bode expiatório]), apenas o bode para o Senhor é mencionado como oferta de purificação (v. 9, 15). Por outro lado, o bode para Azazel é chamado de "bode vivo". Ele não era morto, provavelmente para evitar qualquer ideia de que o ritual constituísse um sacrifício. O bode vivo entrava em ação somente depois que o sumo sacerdote terminava a expiação de todo o santuário (v. 20). Este ponto deve ser enfatizado: o ritual que se seguia com o bode vivo não tinha nada a ver com a efetiva purificação do santuário ou do povo. Eles já tinham sido purificados.

Quem ou o que é Azazel? Os antigos intérpretes judeus identificavam Azazel como o anjo caído, principal originador do mal e líder dos anjos maus. Nós o conhecemos como símbolo do próprio Lúcifer.

O ritual com o bode vivo era um rito de eliminação que realizava a remoção final dos pecados, que seriam colocados sobre o seu originador e depois retirados do povo para sempre. A "expiação" era feita sobre ele no sentido punitivo 
(Lv 16:10), visto que o bode suportava a responsabilidade final pelo pecado.

Então Satanás desempenha um papel em nossa salvação, como alguns falsamente acusam que ensinamos? Claro que não! Satanás nunca, de nenhuma forma, carrega o pecado por nós como substituto. Só Jesus fez isso, e é uma blasfêmia pensar que Satanás tivesse alguma parte em nossa redenção.

O ritual com o bode vivo encontra paralelo na lei da testemunha falsa (Dt 19:16-21). O acusador e o acusado se apresentavam diante do Senhor, representado pelos sacerdotes e juízes. Era realizada uma investigação e, se fosse comprovado que o acusador era uma testemunha falsa, ele devia receber a punição que pretendia para o inocente (por exemplo, o perverso Hamã que levantou uma forca para o leal Mordecai).

Graças a Deus por Seu misericordioso perdão e pelo fato de que Ele não mais Se lembrará dos nossos pecados (Jr 31:34). Como podemos aprender a nos esquecermos dos nossos pecados, uma vez que eles estão perdoados? Por que é tão importante fazer isso?


Quarta

Ano Bíblico: At 1–3 

No Dia da Expiação

"Em tais condições, no ministério do tabernáculo e do templo que mais tarde tomou seu lugar, ensinava-se ao povo cada dia as grandes verdades relativas à morte e ministério de Cristo e, uma vez ao ano, sua mente era transportada para os acontecimentos finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, e para a final purificação do Universo, de pecado e pecadores" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 358).

5. Leia Levítico 16:29-31 e 23:27-32. O que Deus esperava que os israelitas fizessem no Yom Kippur (Dia da Expiação)? Como esses princípios se aplicam a nós, que vivemos no antitípico "Dia da Expiação"?

Se alguém no antigo Israel não seguisse essas instruções, devia ser eliminado e destruído (Lv 23:29, 30). O Dia da Expiação realmente significava nada menos do que vida e morte. Ele exigia completa lealdade para com Deus.

Imagine que alguém tivesse confessado seus pecados durante a primeira fase da expiação ao longo do ano, ou seja, por meio dos sacrifícios diários, mas não levasse a sério o Dia da Expiação. Por seu desrespeito ao que Deus desejava demonstrar nesse dia, essa pessoa teria demonstrado sua deslealdade para com o Senhor.

Isso significa que uma pessoa que professa fé em Deus ainda pode perder a salvação. Como adventistas do sétimo dia, não acreditamos na expressão "uma vez salvo, salvo para sempre", porque a Bíblia não ensina isso. Estamos seguros em Cristo apenas enquanto vivemos pela fé e nos entregamos a Ele, clamando por Seu poder para a vitória, quando tentados, e Seu perdão, quando caímos.

6. Leia Mateus 18:23-35. Que lição devemos tirar dessa parábola?

Quinta

Ano Bíblico: At 4–6 

O Yom Kippur de Isaías

Em Isaías 6:1-6, o profeta viu o Rei celestial sentado em um "alto e sublime" trono no templo. A visão é uma cena de juízo que apresenta Deus como vindo para o julgamento (Is 5:16). Isaías viu o verdadeiro Rei, identificado no Evangelho de João como Jesus Cristo (Jo 12:41).

Embora Isaías fosse profeta de Deus e chamasse as pessoas ao arrependimento, entendia que, na presença de Deus, ele estava perdido. Confrontado com a santidade e glória de Deus, Isaías percebeu sua própria pecaminosidade e também a impureza de seu povo. Santidade e pecado são incompatíveis. Como Isaías, precisamos chegar à conclusão de que não podemos passar pelo juízo divino confiando em nós mesmos. Nossa única esperança é ter um Substituto.

7. Que paralelos para o Dia da Expiação aparecem em Isaías 6:1-6?

A combinação de um templo cheio de fumaça, um altar, julgamento e expiação para o pecado e a impureza, lembra claramente o Dia da Expiação. Isaías experimentou seu próprio "Dia da Expiação", por assim dizer.

Atuando como sacerdote, um serafim (que literalmente significa "aquele que arde") tomou uma brasa viva do altar, o que pressupõe algum tipo de oferta, para remover o pecado do profeta. Essa é uma imagem apropriada para a purificação do pecado, que é possível mediante o sacrifício de Jesus e Seu ministério de mediação sacerdotal. Isaías reconheceu isso como um ritual de purificação e se manteve quieto enquanto a brasa tocava seus lábios. Assim a sua "iniquidade foi tirada" e seu pecado perdoado (Is 6:7). A voz passiva no verso 7 mostra que o perdão é concedido por Aquele que está sentado no trono. O Juiz também é o Salvador.

A divina obra de purificação nos leva do "ai de mim!" para "eis-me aqui, envia-­me a mim". Compreender a obra celestial no Dia da Expiação leva à disposição para a proclamação, porque um verdadeiro entendimento conduz à segurança e certeza. A razão disso é sabermos que, no juízo, temos um Substituto, Jesus Cristo, cuja justiça (simbolizada pelo sangue) nos permitirá ficar sem medo da condenação (Rm 8:1). Gratidão motiva a missão. Pecadores absolvidos são os melhores embaixadores de Deus (2Co 5:18-20), porque eles sabem que Deus os libertou.



Sexta

Ano Bíblico: At 7–9 

Estudo adicional

"Ocorre agora o acontecimento prefigurado na última e solene cerimônia do Dia da Expiação. Quando se completava o ministério no lugar santíssimo, e os pecados de Israel eram removidos do santuário em virtude do sangue da oferta pelo pecado, o bode emissário era, então, apresentado vivo perante o Senhor; e na presença da congregação o sumo sacerdote confessava sobre ele "todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados", pondo-os sobre a cabeça do bode (Lv 16:21, RC). Semelhantemente, ao completar-se a obra de expiação no santuário celestial, na presença de Deus e dos anjos do Céu e da multidão dos remidos, serão então postos sobre Satanás os pecados do povo de Deus. Ele será declarado culpado de todo o mal que os fez cometer" (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 658).

Perguntas para reflexão

1. Por que a compreensão do plano da salvação seria incompleta se deixasse de fora, ou minimizasse, a obra de Cristo como Sumo Sacerdote? O que o santuário nos ensina sobre a importância da obra de intercessão no santuário para o plano da salvação? A maior parte do livro de Hebreus é dedicada à obra de Cristo no santuário celestial. Em vista disso, qual é a importância dessa obra?

2. Alguém escreveu que a obra de Cristo, desde Sua morte até Seu ministério no santuário celestial, é simplesmente parte do "método planejado por Deus" para lidar com o problema do pecado de uma forma que ajude a responder a todas as perguntas acerca de Sua justiça, honestidade e amor. Pense nas implicações desse conceito, especialmente à luz do grande conflito e o que ele ensina sobre as grandes questões envolvidas na tragédia do pecado.

3. Muitos adventistas do sétimo dia foram ensinados sobre o Dia da Expiação de uma forma que os deixou sem a certeza da salvação. Tal visão vem da falsa compreensão do propósito do Dia da Expiação. O que significa a palavra "expiação"? Como é alcançada? Quem faz a obra de expiação? Como ela é realizada? Como as respostas a essas perguntas nos ajudam a entender por que o Dia da Expiação é realmente uma boa notícia?

Respostas sugestivas: 1. No Dia da Expiação, eram purificados o santuário e a congregação. 2. O bode era imolado, como símbolo do sacrifício de Cristo em favor do pecador. 3. A principal tarefa do sacerdote era interceder em favor do povo diante de Deus. No Dia da Expiação, sua tarefa principal era fazer expiação pelo santuário e por todo o povo. 4. Os pecados do povo eram colocados sobre esse bode, que era levado ao deserto, onde morria solitário. 5. O povo devia recolher-se espiritualmente, humilhar-se, confessar e abandonar seus pecados. Hoje, Deus requer de nós que façamos o mesmo. 6. Devemos perdoar nosso ofensor, assim como somos perdoados por Deus. 7. No cenário da visão de Isaías, há um templo cheio de fumaça, um altar e uma cena de julgamento. Da parte do profeta, há reconhecimento e confissão de sua impureza e a consequente remoção dela.



ESCOLA SABATINA



Texto-chave: Levítico 4

O aluno deverá...

Conhecer: Os fundamentos da tipologia do Dia da Expiação.

Sentir: A importância da mensagem do Dia da Expiação.

Fazer: Decidir participar dos privilégios especiais do povo de Deus no Dia da Expiação antitípico.

Esboço

I. Conhecer: Atividades do Dia da Expiação (Lv 16; 23:26-32)

A. O sacrifício "contínuo" (tamid) queimava sobre o altar durante o Dia da Expiação (Nm 29:11). O que isso nos ensina sobre a base da nossa aceitação diante de Deus durante o juízo investigativo?

B. O sangue do bode "para o Senhor" purificava o santuário do registro acumulado de pecados confessados (Lv 16:3-19). Como o Dia da Expiação antitípico vai além do perdão?

C. O bode emissário (ou Azazel; às vezes traduzido em inglês como scapegoat [bode expiatório]) representa Satanás (Lv 16:5-10, 20-23). Seria Satanás nosso "portador de pecados"? Explique. (Veja Dt 19:15-19; Ap 12:10; 20:10).

D. Atividades congregacionais eram requeridas do antigo Israel durante o Dia da Expiação (Lv 16:30; 23:26-32). Como essas atividades se aplicam ao Dia da Expiação antitípico?

II. Sentir: Certeza no Juízo

O Dia da Expiação envolve arrependimento, purificação e juízo investigativo. Como podemos ter certeza da salvação em todo esse processo?

III. Fazer: Fixar os olhos em Jesus!

Decida participar dos privilégios do Israel espiritual "fixando os olhos em Jesus" durante o juízo investigativo.

Resumo: O ritual do Dia da Expiação aponta para a obra do juízo investigativo realizada por Cristo no santuário celestial e revela as atividades especiais do povo de Deus durante esse tempo.

Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Levítico 16:29, 30

Conceito-chave para o crescimento espiritual: O ritual do Dia da Expiação do Antigo Testamento prefigura a obra de Cristo e as responsabilidades de Seu povo durante o Dia da Expiação antitípico.

Somente para o professor: Alguma vez você já se perguntou ou foi perguntado: "Por que os adventistas do sétimo dia passam tanto tempo estudando o Dia da Expiação, um tema cujo principal apoio bíblico está isolado em um único capítulo de uma parte obscura do Pentateuco, Levítico 16?" Considere a seguinte observação: Moisés organizou todo o Pentateuco em uma bela estrutura simétrica e colocou Levítico exatamente no ponto alto dessa estrutura!

Atividade de abertura: Compartilhe com a classe a estrutura simétrica do Pentateuco e, em seguida, pergunte: O que torna o Dia da Expiação antitípico tão central para o Israel espiritual?

Pense nisto: O Dia da Expiação antitípico abrange o período culminante da história da salvação (o tempo do fim). Durante esse período, Cristo, o Sumo Sacerdote do Universo, vai para o lugar mais sagrado do Universo (o Lugar Santíssimo do santuário celestial), para realizar a mais sagrada obra de todos os tempos (a obra final de expiação)!


Comentário Bíblico

I. Os principais rituais do Dia da Expiação

A. A oferta "diária"

(Recapitule com a classe Nm 29:11.)

O ministério "diário" (tamid) dos sacerdotes não era suspenso no Dia da Expiação 
(Nm 29:11; Êx 30:8, 10). As pessoas ainda dependiam continuamente do sangue do sacrifício e da intercessão sacerdotal por meio do incenso. A base da aceitação diante de Deus durante o Dia da Expiação antitípico era a mesma: o sangue de Cristo, nosso Substituto, e Sua justiça a nós imputada.

B. O bode para o Senhor

(Recapitule com a classe Lv 16:3-19.)

Algumas verdades importantes emergem da oferta do "bode para o Senhor" (o novilho sacrificado pelo pecado do sacerdote [v. 11, 14] não se aplicava a Cristo em sua função sacerdotal, porque o Sacerdote [Antítipo] era sem pecado [Hb 7:26, 27] e, portanto, não é examinado aqui).

1. Sangue livre do pecado. Mão nenhuma era colocada sobre a cabeça do bode para o Senhor (v. 9, 15). Portanto, nenhum pecado era transferido para ele. Seu sangue era livre de pecado. Sendo um sangue livre de pecado, sua função, quando aplicado ao santuário, não era contaminá-lo, mas para purificá-lo.

2. O movimento para o exterior. A obra expiatória no Dia da Expiação se movia para o exterior, a partir do Lugar Santíssimo para o pátio (v. 15-18), simbolicamente mostrando que o sangue do bode para o Senhor não contaminava o santuário, mas o purificava.

3. Juízo investigativo. O Dia da Expiação implicava um dia de juízo investigativo divino. Aqueles que não afligissem a alma (literalmente, "humilhar-se" em arrependimento) nesse dia seriam "eliminados", ou seja, estariam condenados (Lv 16:29, 31; 23:27, 29, 32). Teólogos judeus modernos reconhecem essa função do Dia da Expiação.

4. Expiação além do perdão. Não há menção nenhuma do perdão (hebraico salach) em Levítico 16 (ou em nenhuma outra passagem referente ao Dia da Expiação). Durante o ano, Deus assumia a responsabilidade pelos pecados perdoados, por assim dizer, no santuário. No Dia da Expiação, Ele podia purificar o santuário enquanto demonstrava Sua justiça ao perdoar os pecadores ao longo do ano.

5. Purificação. O Dia da Expiação envolvia uma obra de purificação corporativa para o povo de Deus (Lv 16:30; Ez 36:25-27; Ml 3:2, 3). Mas note que era Deus quem assumia a responsabilidade pela purificação dos que permitiam que Ele fizesse essa obra em sua vida.

C. O ritual do bode emissário (Azazel ou bode expiatório)

(Recapitule com a classe Lv 16:5-10, 20-23.)

Muitas linhas de evidência bíblica apoiam a conclusão de que o ritual do "bode emissário/ou expiatório" (Azazel) apontava para Satanás e não para Cristo, como alegam alguns intérpretes modernos.

1. Paralelismo de seres pessoais. De acordo com Levítico 16:8, um dos dois bodes designados por sortes era leYHWH ("[era] para [ou pertencia ao] Senhor"), e o outro era la´aza´zel ("[era] para [ou pertencia a] Azazel"). Se a primeira expressão "para o Senhor" se refere a um Ser pessoal, o Senhor, em paralelismo natural, a segunda expressão, "para Azazel", se referia a outro ser pessoal em contraposição (e mesmo em oposição) ao Senhor, ou seja, Satanás.

2. Tempo do evento. O ritual do Azazel (bode emissário) ocorria depois que a obra da expiação pelo santuário já estava concluída (Lv 16:20).

3. Não sacrifical. Ao contrário do bode para o Senhor, o bode Azazel não era morto, mas, em vez disso, era levado com vida para o deserto (v. 20-22). O bode Azazel não fazia parte do sacrifício da expiação pelo pecado, nem estava ligado a ele.

4. Rito de eliminação. O ritual do Azazel não era um ritual sacrifical, mas um rito de eliminação. Azazel era uma espécie de "caminhonete" ou "caminhão de lixo", por assim dizer, para remover ritualmente o "lixo" moral para fora do acampamento, depois da realização da expiação em favor do povo e do santuário.

5. Azazel e os "ídolos em forma de bode" (NVI) ou demônios (RA). Em Levítico 17:7 os israelitas são advertidos a não oferecer sacrifícios aos demônios ("ídolos em forma de bode", NVI; em hebraico se´irim). Em outras passagens das Escrituras, esses demônios ("ídolos em forma de bodes") estão associados com o deserto (Is 13:21; 34:14). Portanto, o ato de levar o bode Azazel para o deserto estava associado com os poderes demoníacos representados por bodes peludos. A interpretação de Azazel como um poder demoníaco era a visão predominante de primitivas fontes judaicas, sendo igualmente bem representada nos ensinamentos dos pais da Igreja. É igualmente uma visão predominante entre os estudiosos modernos.

6. Apocalipse 20. A tipologia do Azazel encontra notável cumprimento no destino de Satanás durante o milênio. Em uma clara alusão a Levítico 16, em Apocalipse 20:1-3 João, o Revelador, descreveu Satanás sendo "preso" (por uma cadeia de circunstâncias) na Terra desolada (em grego, abyssos, a mesma palavra usada para a Terra desolada em Jeremias 4:23).

7. Testemunha maligna. Satanás leva as iniquidades dos justos, não no sentido de ser seu Salvador, mas como "acusador de nossos irmãos" (Ap 12:10). Ele recebe justa retribuição de acordo com o princípio da testemunha falsa (Dt 19:15-19; Ap 20:10).

II. As atividades da congregação no Dia da Expiação

(Recapitule com a classe Lv 23:26-32.)

Cada uma das cinco atividades da congregação de Israel no Dia da Expiação tem função tipológica para o Israel espiritual de hoje.

A. Santa convocação para reunião junto ao santuário (v. 27). "Neste tempo, o povo de Deus deve fixar os olhos no santuário celestial" (Ellen G. White, Life Sketches [Esboços da Vida], p. 278; compare com Hb 4:16; 10:19, 20.)

B. Identificar-se com a oferta feita pelo sacerdote (v. 27). Leia Hebreus 12:22-24. "Um interesse predominará, um assunto absorverá todos os outros – Cristo, Justiça nossa" (Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus [MM 1956], p. 259).

C. Abster-se do trabalho (v. 28, 30, 31). Leia Hebreus 4:3, 9; Ellen G. White fala do "repouso da graça" (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista, edição em inglês], v. 7, p. 928).

D. Afligir (humilhar) a alma (v. 27, 29, 32). Leia Isaías 58:5-11. "É a obra de Deus ao lançar a glória do homem no pó" (Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 456).

E. Experimentar a obra de purificação (Lv 16:30). Leia Malaquias 3:2, 3; Ezequiel 36:25-27.


Aplicação

Somente para o professor: A palavra para "purificar" em Daniel 8:14 é nitsdaq, que tem ampla gama de significados, incluindo "purificar", "restaurar", e "vindicar". Como cada um desses significados corresponde às atividades do sumo sacerdote no Dia da Expiação?

Perguntas para reflexão

1. No Dia da Expiação antitípico, que aplicações práticas das cinco atividades da congregação dia podem ser feitas à nossa vida pessoal?

2. Como a mensagem do Juízo no Dia da Expiação nos dá certeza da salvação?

Atividades práticas

Somente para o professor: Considere novamente a estrutura simétrica do Pentateuco, mencionada na introdução do ciclo do aprendizado desta lição. Observe como nessa estrutura, até o capítulo 16 de Levítico, a palavra-chave é "sangue", e a partir do capítulo 16 a palavra-chave é "santidade".



COMENTARIO SEMANAL


Autor: João Antônio Rodrigues Alves, Mestre em Teologia pelo UNASP, e doutor em Teologia pela Universidad Adventista del Plata. Pastor distrital em Nova Venécia (ES). Casado com a Profa. Me. Daisy Kiekow de Britto Rodrigues Alves, tem dois filhos, Emerson e Karina.
E-mail: rodriguesalves_ja@yahoo.com.br

Editoração: Pr. André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisão: Josiéli Nóbrega


Ampliação

INTRODUÇÃO

“O capítulo 16 de Levítico apresenta o ritual mais solene do Antigo Testamento e ocupa o centro da estrutura literária do Pentateuco (ver gráfico na Lição do Professor, p. 76). Sua posição central no calendário ritual é também ilustrada pela forma como era referido pelos rabis: “Yoma”, isto é, “O Dia”. Era “O Dia” porque, neste dia específico o sistema sacrifical alcançava seu clímax. Durante todo o ano religioso o sistema de sacrifícios fazia provisão para que os pecados e impurezas rituais fossem removidos dos penitentes e transferidos para o santuário, resultando em sua contaminação. Todo esse acúmulo de impurezas no santuário requeria sua purificação periódica, para que Deus continuasse a residir ali. Isso era realizado no décimo dia do sétimo mês, quando o sumo sacerdote realizava um complexo ritual para purificar todo o santuário. Também nesse dia se fazia uma expiação final por “todos os pecados” dos filhos de Israel (Lv 16:16).

Um aspecto interessante é que, durante todo o ano, o movimento ocorria de fora para dentro do santuário, assim levando os pecados do povo, que eram ali “depositados” até sua remoção no Dia da Expiação (do pecador > animal > santuário). Mas, no Dia da Expiação, o movimento era de dentro para fora: do Lugar Santíssimo > Lugar Santo > Pátio > Deserto (via bode para Azazel).

DOMINGO

A purificação anual 

O sumo sacerdote desempenhava todas as atividades do Dia da Expiação (com a exceção de levar para o deserto o bode destinado a Azazel). O sumo sacerdote iniciava oferecendo uma oferta pelo pecado por si mesmo e pela sua casa (Lv 16:3, 6, 11), depois oferecia o bode da oferta pelo pecado em favor do povo (v. 15). Deve ser destacado que não há nenhuma indicação no texto de que houvesse imposição de mãos ou confissão de pecados sobre o bode que seria sacrificado. A razão para isso é que esse bode era usado para purificar o santuário dos pecados da congregação, que se haviam acumulado ali durante todo o ano. Seu sangue não transferia pecados.

O propósito de todo o ritual envolvendo o bode para o Senhor é declarado no v. 16: “Assim, fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel, e das suas transgressões e de todos os seus pecados.” Este verso, junto com o v. 21, ao se referir a diferentes tipos de impureza ritual e pecados, revela o tratamento abrangente do problema do pecado no Dia da Expiação. O propósito do ritual nesse dia era eliminar tudo aquilo que pudesse separar o povo de Deus, e restabelecer a harmonia. Ao fim do serviço, o santuário estava purificado e, da mesma forma, o povo estava purificado de seus pecados. Nesse sentido, o Dia da Expiação prefigurava o juízo final, quando o próprio Deus eliminará o problema do pecado para sempre, purificando todo o Universo da presença do pecado.

SEGUNDA-FEIRA
 
Além do perdão

No Dia da Expiação, o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo, onde a glória de Deus se manifestava, para realizar sua obra em favor do povo, que aguardava ansioso o resultado de sua mediação. Muito estava em jogo nesse dia: vida e morte dependiam dos rituais conduzidos pelo sumo sacerdote. O papel principal do sumo sacerdote era de mediação. Era o mediador entre Deus e Seu povo. 

Compreender o papel do sumo sacerdote no Dia da Expiação auxilia na compreensão do significado da obra de Cristo como nosso Sumo Sacerdote. Entretanto, não se podem ignorar as evidentes diferenças entre o sumo sacerdote levítico e o Sumo Sacerdote celestial. Primeiramente, observamos que Arão era um pecador e necessitava oferecer sacrifício por si mesmo, enquanto Cristo é sem pecado e não necessita oferecer sacrifício por Si mesmo (Hb 7:26, 27). Em segundo lugar, os sacrifícios no santuário terrestre deveriam se repetir anualmente, enquanto o sacrifício de Jesus foi oferecido uma vez por todas (Hb 9:6-14, 25, 26). Outra diferença é que a Arão era permitido entrar no santuário terrestre, enquanto Cristo entrou no santuário celestial (Hb 9:24), “tendo obtido eterna redenção” (Hb 9:12), e age como o único mediador entre nós e Deus (1Tm 2:5). Dessa forma, Ele nos aproxima de Deus, e podemos chegar com ousadia e confiança junto ao trono da graça (Hb 4:16). 

Para reflexão: O ritual do Dia da Expiação aponta para a obra final de Jesus no santuário celestial. Que segurança você experimenta em saber que Jesus é o seu intercessor junto ao Pai?

TERÇA-FEIRA 

Azazel

Quem é Azazel? O termo “Azazel” (˒ăzā˓zēl) ocorre quatro vezes na Bíblia Hebraica e todas as vezes no capítulo 16 de Levítico (v. 8, 10 [duas vezes] e 26). O significado do nome “Azazel” é desconhecido, e constitui motivo de controvérsias no decorrer da história, envolvendo tanto judeus como cristãos. Alguns entendem que Azazel indica a “função” do bode vivo, ou faz referência ao “lugar” para onde o bode era enviado, ou ainda é uma “ideia abstrata” que aponta para o conceito de “remoção” vinculado ao animal. A maioria dos teólogos contemporâneos, entretanto, entende que o termo é o nome de um ser sobrenatural que se opõe a Jeová. O argumento é o seguinte: “Dado que o verso 8 identifica um bode como ‘para Yahweh’ e o outro bode como ‘para Azazel’, é mais consistente considerar Azazel um nome próprio, provavelmente de um demônio”, no caso, Satanás. Essa posição está em harmonia com a primitiva interpretação judaica.

E qual era a função do bode para Azazel no Dia da Expiação? A primeira observação é de que esse bode não constituía um sacrifício, conforme os seguintes argumentos: (1) ele não era morto ritualmente; (2) seu sangue não era manipulado no altar; (3) em vista de que os pecados do povo o tornavam impuro, ele não poderia ser apresentado como oferta a Jeová; e (4) foi Jeová, e não a congregação, quem determinou qual bode assumiria esse papel. Assim, não há nenhuma indicação de que esse bode fosse um sacrifício.
O que ele era, então? Era apenas o veículo para o transporte dos pecados. O que a comunidade enviava para Azazel não era propriamente o bode, mas sim os pecados que ele carregava. Entretanto, o bode não leva os pecados vicariamente, como um substituto. Esse papel pertence exclusivamente a Cristo.

QUARTA-FEIRA

No Dia da Expiação

Como é destacado neste estudo, Levítico 16 ocupa a posição central na estrutura literária do Pentateuco. Nos capítulos de 1 a 15, o tema predominante é “sangue”: o sangue dos sacrifícios, que fazem expiação ou purificação pelos pecadores. Nos capítulos 17 a 27 pouca menção se faz ao sangue. O tema dominante nesses capítulos finais é “santidade”. Entre essas duas seções está o capítulo 16. Observe o equilíbrio: o sangue justifica e o pecador justificado recebe um chamado para viver em santidade. Em resumo, justificação e santificação estão presentes no livro.

Igualmente, os capítulos 16 e 23 de Levítico, que apresentam a legislação concernente ao Dia da Expiação, apresentam cinco deveres do povo de Deus no Dia da Expiação, e que são relevantes para o cristão contemporâneo:

1. Reunir-se no santuário em santa convocação (23:27). Hoje nos dirigimos ao santuário celestial, desviando o foco de nós mesmos e fixando nossa esperança em nosso Sumo Sacerdote celestial.

2. Identificar-se com a oferta queimada apresentada pelo sacerdote (23:27). Assim como Cristo Se ofereceu totalmente por nós no altar do Calvário, somos levados a nos entregara Ele, como sacrifício vivo (Rm 12:1).

3. Observar um sábado de solene repouso (v. 28, 30-32). É o repouso da graça, confiando unicamente na intercessão de nosso Sumo Sacerdote celestial.

4. Afligir (humilhar) a alma (v. 27, 29, 32). Atitude que nos leva a abandonar toda confiança em nossas próprias realizações e depender inteiramente da obra de Cristo em nosso favor. Essa “aflição de alma” tem seus aspectos práticos no jejum, oração, profundo exame do coração, tristeza pelo pecado e arrependimento (cf. Sl 35:13). Essa atividade oferece apoio adicional à posição da IASD concernente ao uso de joias. O Dia da Expiação era um dia de juízo por excelência no antigo Israel, e, em tal contexto, Deus requeria de Seu povo que removesse os seus ornamentos. Isso é claro em Êxodo 33:5, 6, após a idolatria no Sinai, em que Deus ordenou ao povo que removesse os ornamentos porque seriam submetidos a uma investigação, que é o significado da frase “para que Eu saiba o que te hei de fazer”.

Experimentar a obra de purificação (Lv 16:30). “Como o santuário celestial está sendo purificado, há uma obra correspondente de purificação a ser realizada individualmente no templo da alma de cada adorador” (ver Ml 3:1-3; Ez 36:25-28).

Para reflexão: Qual é minha atitude hoje, sabendo que vivo no Dia Antitípico da Expiação, no tempo do juízo? Estou cumprindo as atividades requeridas de um verdadeiro filho de Deus? Tenho olhado para meu Sumo Sacerdote no santuário celestial? Tenho humilhado minha alma? Tenho permitido que Jesus faça uma obra de purificação em mim?

QUINTA-FEIRA

O Yom Kippur de Isaías

Isaías recebeu a visão do capítulo 6 em um momento crítico na história: “o ano da morte do rei Uzias” (v. 1 – aproximadamente 740 a.C. Esse rei também é conhecido como “Azarias” (2Rs 15:1-7). A morte de um rei era preocupante, visto que os conspiradores poderiam se aproveitar da ocasião. Portanto, em contraste com a transitoriedade dos reis humanos, o profeta viu Deus, mais tarde referido como “Rei” (v. 5), assentado em Seu “alto e sublime trono, e as abas de Suas vestes enchiam o templo” (v. 1). Essas referências ao “templo”, “trono”, “rei” e “serafins” (v. 2) apontam para a atividade judicial de Deus, que se realiza no templo celestial. Essa conclusão se encaixa no contexto do chamado de Isaías, que deveria anunciar uma mensagem de juízo para o povo (v. 9).

Ao mesmo tempo, essa experiência foi um momento de juízo para o próprio profeta, que se sentiu “perdido” devido à sua impureza pessoal (v. 5). A santidade de Deus foi previamente destacada pelo cântico do tríplice “santo” dos serafins, e isso destacou ainda mais a pecaminosidade de Isaías.

O que poderia fazer Isaías para resolver o problema de sua pecaminosidade? Nada! A ênfase do texto é a ação divina. A ação expiatória é conduzida pelo serafim, que toca seus lábios com uma “brasa viva” (v. 6), que retirara muito provavelmente do altar de incenso localizado no templo celestial. O resultado dessa ação? “A tua iniquidade foi tirada, e perdoado [purgado, purificado], o teu pecado” (v. 7). O verbo aqui traduzido como “perdoado” aparece repetidas vezes em Levítico 16, da mesma forma que os termos aqui traduzidos como “iniquidade” e “pecado”. Além disso, o verbo aparece na voz passiva, indicando que o perdão/purificação procede de Deus.

Tendo sido purificado por Deus, o profeta recebeu um chamado e se comprometeu com a missão divina.

Para reflexão: A nós também é assegurado o perdão/purgação de Deus para nossos pecados/impurezas/iniquidades. Mas, como temos respondido ao chamado de Deus para compartilhar as novas do Evangelho? Imitamos o exemplo de Isaías? Se não, por que não?

Conclusão

Vivemos no Dia da Expiação Antitípico. O Céu contempla com interesse as atividades do Sumo Sacerdote celestial. Também observa como os seres humanos reagem a essas verdades transcendentes. É um tempo de purificação, de preparação, de exame pessoal, de contrição, arrependimento e entrega. O que temos feito? Como temos conduzido nossa vida? Temos consciência de algum pecado que precisa ser confessado e abandonado? Há alguma área de nossa vida que precisa ser purificada? O que estamos esperando para nos entregar inteiramente ao Senhor?

Cf. Alberto R. Treiyer, The Day of Atonement and the Heavenly Judgment: From the Pentateuch to Revelation, 231-265; Roy Gane, Cult and Character: purification offerings, Day of Atonemen, and theodicy, 242-266; Judith M. Blair, De-Demonising the Old Testament(Tübingen: Mohr Siebeck, 2009), 16-24, 55-62; J. De Roo, “Was the Goat for Azazel destined for the Wrath of God?”, Biblica 81 (2000): 233–241.

Cf. a extensa lista apresentada por Treiyer em The Day of Atonement and the Heavenly Judgment, 231, nota 3; Gane, Cult and Character, 250, nota 23. Ver também Questões sobre doutrina (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, [2009], p. 286-287), para exemplos de autores evangélicos, de diferentes denominações – Anglicana, Presbiteriana, Luterana, Discípulos de Cristo, Congregacional e Metodista – que interpretam Azazel como um símbolo para Satanás.

Matthews, V. H., Chavalas, M. W., & Walton, J. H., The IVP Bible background commentary: Old Testament (electronic ed.) (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2000). (Comentário sobre Lv 16:10).

Cf. Robert Helm, “Azazel in Early Jewish Tradition”, Andrews University Seminary Studies 32/3 (Autumn 1994): 217-226; William H. Shea, “Azazel in the Pseudepigrapha”, Journal of the Adventist Theological Society, 13/1 (Spring 2002): 1-9.

J. E. Hartley, “Atonement, Day of”. Dictionary of the Old Testament: Pentateuch, 59. Cf. Blair, De-Demonising the Old Testament, 61.
Baseado em Richard M. Davidson, “The Good News of Yom Kippur”, Journal of Adventist Theological Society 2/2(1991): 14-20.
Ibid., 15.
Ibid., 17-18.
Ibid., 18-19.
Elias B. de Souza, The Heavenly Sanctuary/Temple Motif in the Hebrew Bible: Function and Relationship to the Earthly Counterparts(Adventist Theological Society Dissertation Series, 2005), 241.


Vídeos


Introdução - Esboço da Lição "O Santuário" (aqui).
Esboço da Lição - 6 Expiação: O Dia da Expiação (aqui).



Fonte: CASA PUBLICADORA BRASILEIRA  http://www.cpb.com.br/



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