Lição 13 -
Para que não nos esqueçamos (Malaquias)
22 a 29 de junho
Sábado à
tarde
Ano Bíblico:
Sl 46–50
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Desde o
nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o Meu nome; e em todo
lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o Meu nome é
grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 1:11).
Leituras da
Semana:
Pensamento-chave: Malaquias nos ensina a extensão do comprometimento de Deus com Seu
povo, mas também aponta para suas sagradas responsabilidades.
O nome
Malaquias significa “meu mensageiro”. Não sabemos nada sobre ele, exceto o que
podemos encontrar em seu pequeno livro, que termina a seção do Antigo
Testamento chamada de Profetas Menores (ou O Livro dos Doze).
É também o último livro do Antigo Testamento.
É também o último livro do Antigo Testamento.
A mensagem central de Malaquias é que, embora Deus tivesse revelado amor por Seu povo ao longo da sua história, esse amor também tornou Seu povo responsável diante dEle. O Senhor esperava que a nação escolhida e seus líderes obedecessem aos Seus mandamentos.
Ainda que a
idolatria aberta aparentemente houvesse desaparecido (o livro parece ter sido
escrito para judeus que haviam retornado do cativeiro babilônico), o povo não
estava vivendo à altura das expectativas da aliança. Embora eles estivessem
cumprindo a rotina das cerimônias religiosas, tudo era formalismo destituído de
vida e de sincera convicção.
Que nossa igreja tome cuidado com esse perigo!
Domingo
Ano Bíblico:
Sl 51–55
Grande é o
Senhor
1. Leia Malaquias 1. De que problema o
profeta estava tratando? Temos manifestado a mesma atitude que motivou essa
repreensão?
Malaquias
contrastou o amor de Deus por Seu povo com a atitude dos sacerdotes, a quem ele
acusou do pecado de desprezo pelo santo nome de Deus. Ao realizar seus deveres
no templo, esses descendentes de Arão aceitavam animais coxos, cegos e doentes
para os sacrifícios ao Senhor. Dessa forma, o povo era levado a pensar que os
sacrifícios não eram importantes. No entanto, no deserto, Deus havia instruído
Arão e seus filhos declarando que os animais sacrificados deviam ser
fisicamente perfeitos, sem defeito (Lv 1:1-3; 22:19).
O profeta enumerou então três razões importantes pelas quais Deus merecia ser honrado e respeitado pelo povo de Israel. Primeira: Deus era seu Pai. Assim como os filhos devem honrar seus pais, as pessoas devem respeitar seu Pai do Céu. Segunda: Deus era seu Mestre e Senhor. Assim como os servos obedecem aos seus mestres, o povo de Deus deve tratá-Lo da mesma forma. Terceira: O Senhor era um grande Rei. Um rei terreno não aceitaria um animal com defeito ou doente como presente de um de seus súditos. Então, o profeta perguntou: Por que o povo apresentaria esse tipo de animal ao Rei dos reis, que governa o mundo inteiro?
O que tornava suas ações ainda mais detestáveis à vista de Deus era que todos esses sacrifícios apontavam para Jesus, o imaculado Filho de Deus (Jo 1:29; 1Pe 1:18, 19). Os animais deviam ser sem defeito porque, para ser nosso perfeito sacrifício, Jesus não podia ter defeito.
“Para honra e glória de Deus, Seu Filho Amado – o Penhor, o Substituto – foi entregue e desceu para a prisão da sepultura. Ele ficou encerrado nas câmaras rochosas do túmulo novo. Se um único pecado tivesse manchado Seu caráter, a pedra nunca teria sido removida da porta de Sua câmara rochosa, e o mundo, com seu fardo de culpa teria perecido” (Ellen G. White, Manuscript Releases, v. 10, p. 385). É de admirar que os sacrifícios que apontavam para Jesus tivessem que ser perfeitos?
Segunda
Ano Bíblico: Sl 56–61
Amor e
respeito mútuos
A voz de
Deus, que aparece no livro de Malaquias, é a voz de um Pai amoroso que apela ao
Seus filhos. Quando o povo levanta questões e faz reclamações, Ele está pronto
para dialogar. A maioria das questões discutidas por Deus e Seu povo tem a ver
com algumas atitudes básicas.
2. Leia Malaquias 2. Embora diversas questões
sejam abordadas, que prática específica o Senhor estava condenando? Ml 2:13-16
Embora todos
os judeus reconhecessem Deus como Pai e Criador em sua adoração, nem todos eles
viviam como se Deus fosse o Senhor de sua vida. Malaquias usou o casamento como
exemplo para ilustrar a falta de fidelidade e comprometimento com os semelhantes.
Segundo a Bíblia, o casamento é uma sagrada instituição estabelecida por Deus.
O povo de Israel foi advertido contra o casamento fora da comunidade da fé,
porque esse tipo de casamento prejudicaria seu compromisso com o Senhor e eles
cairiam na idolatria (Js 23:12, 13.)
Deus havia planejado que o casamento fosse um compromisso para toda a vida. No entanto, no tempo de Malaquias, muitos homens estavam quebrando os votos feitos no início da vida com a “mulher da [sua] mocidade”, como disse o profeta
(Ml 2:14). Vendo suas esposas envelhecendo, os maridos se divorciavam e se casavam com mulheres mais jovens e mais atraentes. Por essa razão, Deus disse que odeia o divórcio (Ml 2:16). Essa forte declaração revela a seriedade com que Deus trata o compromisso do casamento, que as pessoas muitas vezes não levam a sério. As regras rígidas da Bíblia sobre o divórcio mostram que o casamento é sagrado.
Visto que o divórcio era legalizado em Israel (Dt 24:1-4), alguns homens não hesitavam em quebrar seus votos matrimoniais. Perto do fim do período do Antigo Testamento, o divórcio parece ter se tornado comum, até certo ponto como em muitos países hoje. No entanto, na Bíblia o casamento é constantemente apresentado como uma santa aliança diante de Deus (Gn 2:24; Ef 5:21-33).
Leia
Malaquias 2:17. Qual é a advertência do texto, especialmente no contexto da
lição do dia? Qual é a advertência em outros aspectos? Estamos aprovando essa
atitude, mesmo inconscientemente?
Terça
Ano Bíblico: Sl 62–67
Dízimo na
casa do tesouro
3. O que Deus estava dizendo ao Seu povo em Malaquias 3:1-10? Que elementos
específicos são encontrados nesse texto e por que todos eles estão interligados?
Com esses
versos, Deus reafirmou a mensagem básica dos Profetas Menores: Seu amor
continua firme e inabalável. No verso 7, o chamado de Deus é ouvido mais uma
vez: “Tornai-vos para Mim, e Eu Me tornarei para vós outros.” O povo então
perguntou: “Em que havemos de tornar?” Essa pergunta é semelhante à de Miqueias
6:6, sobre os sacrifícios apresentados a Deus. No caso de Malaquias, no
entanto, foi dada uma resposta específica e, surpreendentemente, tinha a ver
com a questão da entrega ou não do dízimo.
Na verdade, eles foram acusados de roubar o que pertence a Deus. Isso aconteceu porque eles não foram fiéis na devolução de seus dízimos e ofertas.
O costume de entregar o dízimo, devolvendo 10% da renda, é apresentado na Bíblia como lembrete de que Deus é dono de tudo e tudo o que as pessoas têm provém dEle. O dízimo era usado em Israel para sustentar os levitas que ministravam no templo. De acordo com Malaquias, negligenciar a devolução do dízimo é o mesmo que roubar a Deus.
Malaquias 3:10 é um dos raros textos em que Deus desafia as pessoas a prová-Lo. Nas águas de Meribá, no deserto, os filhos de Israel repetidamente “puseram à prova” a paciência de Deus, o que O deixou irado (Sl 95:8-11). Em Malaquias, no entanto, Deus estava convidando Israel a prová-Lo. Ele queria que eles vissem que podiam confiar nEle a respeito desse assunto, o que, de acordo com o texto, é algo de grande significado espiritual.
Como o ato
de entregar o dízimo (e também de dar ofertas) fortalece você espiritualmente?
Em outras palavras, quando você é desonesto na entrega do dízimo, por que você
está enganando a si mesmo, além de tentar enganar a Deus?
Quarta
Ano Bíblico: Sl 68–71
Um memorial
escrito
Em Malaquias
3:13-18, o povo se queixou de que o Senhor não Se importava com os pecados da
nação. Aqueles que praticavam o mal e a injustiça pareciam escapar
despercebidos e assim, muitos se perguntavam por que deviam servir ao Senhor e
viver de modo justo, quando o mal parecia ficar impune.
Neste mundo,
onde há tanta injustiça, é fácil questionar se um dia a justiça será feita. A
mensagem de Malaquias, no entanto, é que Deus sabe de todas essas coisas, e
recompensará os que são fiéis a Ele.
6. A expressão “memorial escrito” (RA) ou
“livro como memorial” (NVI) é encontrada apenas nessa passagem das Escrituras.
O que as seguintes passagens ensinam sobre os livros de Deus nos quais são
registrados os nomes e as ações das pessoas? Êx
32:32; Sl
139:16; Is 4:3; 65:6; Ap
20:11-15
A conclusão
é de que o Senhor conhece todas as coisas. Ele conhece os que são Seus (2Tm
2:19) e os que não são. Como pecadores, tudo que podemos fazer é suplicar Sua
justiça, clamar por Suas promessas de perdão e poder. Depois, confiando nos
méritos de Cristo, morrer para o eu e viver para Ele e para os semelhantes,
sabendo que, no fim, nossa única esperança está em Sua graça. Se colocarmos nossa
esperança em nós mesmos, com certeza nos decepcionaremos.
Quinta
Ano Bíblico:
Sl 72–77
O Sol da
justiça
Em uma
ocasião anterior, as pessoas perguntaram: “Onde está o Deus do juízo?” (Ml 2:17).
No início do capítulo 4, uma solene promessa é feita de que um dia Deus
executará Seu juízo sobre o mundo. Como resultado, os orgulhosos serão
destruídos com os ímpios, assim como a palha é consumida pelo fogo. A palha é a
parte inútil do grão, e dura apenas alguns segundos quando jogada no fogo. No
Dia do Senhor, o fogo será o agente de destruição, assim como foi a água nos
dias de Noé.
7. Leia Malaquias 4. Que grande contraste é
apresentado entre os salvos e os perdidos? Leia também Dt
30:19; Jo
3:16
Enquanto o
destino dos ímpios é descrito no verso 1, o verso 2 se concentra nas bênçãos
futuras dos justos. A pergunta “Onde está o Deus do juízo?” é respondida
novamente, mas dessa vez pela certeza de um dia no futuro, em que o Sol da
Justiça Se levantará trazendo cura em suas asas (Ml 4:2, NVI). O nascimento do
“Sol da Justiça” é uma metáfora para representar o amanhecer de um novo dia,
que marca uma nova era na história da salvação. Nesse tempo, de uma vez por
todas o mal será destruído para sempre, os salvos desfrutarão do resultado
final do que Cristo realizou por eles e o Universo se tornará eternamente
seguro.
Malaquias encerra seu livro com duas admoestações que caracterizam a fé bíblica. A primeira é um chamado para que as pessoas se lembrem da revelação divina por intermédio de Moisés, os cinco primeiros livros da Bíblia e fundamento do Antigo Testamento.
A segunda admoestação fala do papel profético de Elias. Cheio do Espírito Santo, esse profeta convidou o povo a se arrepender e voltar para Deus. Embora o próprio Jesus tenha visto João Batista como um cumprimento dessa profecia (Mt 11:13, 14), acreditamos também que ela se cumprirá no fim dos tempos, quando Deus terá um povo que anunciará destemidamente Sua mensagem ao mundo. “Os que devem preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo são representados pelo fiel Elias, assim como João veio no espírito de Elias para preparar o caminho para o primeiro advento de Cristo” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, p. 73).
Como devemos
cumprir esse papel sagrado? Como estamos nos saindo nessa tarefa?
Sexta
Ano Bíblico:
Sl 78–80
Estudo
adicional
Deus abençoa
a obra das mãos dos homens, para que eles possam devolver-Lhe Sua porção.
Dá-lhes a luz do Sol e a chuva; faz que a vegetação brote; concede saúde e
habilidade para a aquisição de meios. Todas as bênçãos vêm de Suas generosas
mãos, e Ele deseja que homens e mulheres mostrem gratidão devolvendo-Lhe uma
parte em dízimos e ofertas – em ofertas de gratidão, ofertas voluntárias e
ofertas pelo pecado. Eles devem devotar seus meios a Seu serviço, para que Sua
vinha não venha a ser um deserto estéril. Precisam estudar o que o Senhor faria
em lugar deles. Devem levar a Ele em oração toda questão difícil. Devem revelar
interesse altruísta na edificação de Sua obra em todas as partes do mundo”
(Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 707, 708).
Perguntas para reflexão
1. O
casamento seria sagrado e importante se pudesse ser facilmente terminado? Se
você pudesse sair dele por razões triviais, o casamento seria trivial. As
regras contra o término do casamento provam que ele é especial. Você concorda?
2. Leia atentamente Malaquias 2:17. O que o juízo pré-advento tem a dizer aos que expressam os mesmos sentimentos desse verso?
3. Malaquias 4 fala sobre a destruição dos perdidos. Nada permanece. Como esse ensino se contrasta com a ideia de um fogo do inferno queimando eternamente? Por que o contraste entre essas duas visões é um bom exemplo de como uma falsa doutrina pode levar a uma falsa compreensão do caráter de Deus?
4. Na obra “The Grand Inquisitor” [O Grande Inquisidor], o escritor russo Dostoiévski descreveu a Igreja em seu tempo como tendo tanto controle sobre as coisas que não precisava mais de Cristo. Estamos diante desse perigo hoje? Como esse perigo pode ser mais sutil do que percebemos?
Respostas sugestivas: 1. Ingratidão,
irreverência, desonra e profanação ao nome de Deus entre os israelitas. As
ofertas e atos religiosos não correspondiam ao amor e proteção concedidos pelo
Senhor. 2. O casamento entre judeus, adoradores do Deus verdadeiro e adoradoras
de deuses estranhos. Muitos judeus estavam se divorciando de suas esposas, para
se unirem às mulheres de outros povos, transgredindo a aliança do Senhor. 3.
Profecia sobre a vinda de João Batista para preparar o povo para a primeira
vinda de Jesus, que julgará e purificará o coração de Seu povo; advertência
contra feiticeiros, adúlteros, falsas testemunhas e opressores. Um dos sintomas
do afastamento de Deus foi a infidelidade nos dízimos e ofertas. Deus chama o
povo de volta ao relacionamento de aliança com Ele, advertindo contra o pecado
e prometendo bênçãos para a fidelidade. 4. Porque os justos muitas vezes sofrem
e os ímpios prosperam. Se não considerarmos que, em longo prazo, o pecado traz
desvantagem, ficaremos desanimados diante das injustiças do mundo. 5. O Senhor
mostrou que existe um livro memorial, no qual são registrados os atos dos que
temem a Deus; um dia, os fiéis serão poupados da destruição, e serão
considerados o tesouro especial de Deus; então aparecerá a diferença entre o
justo e o perverso. 6. A pessoa pode ser incluída e excluída do livro da vida;
a inclusão está fundamentada no perdão; no “livro” de Deus existe um plano de
salvação, que depende da nossa aceitação para ser cumprido; nossas obras,
registradas nos livros, determinam nossa recompensa; existem vários livros; o
mais importante é o livro da vida. Quem não estiver inscrito nesse livro,
sofrerá a morte eterna. 7. No dia do juízo, os perdidos serão destruídos,
enquanto os salvos verão o Sol da justiça, trazendo cura e crescimento. Para os
salvos haverá vida eterna e bênção. Para os perdidos haverá morte eterna e
maldição.
ESCOLA SABATINA
Texto-chave: Malaquias 1:11
O aluno deverá...
Saber: Que o compromisso de Deus com Seu povo resultará na manifestação gloriosa de Sua presença e em certas atividades proféticas no clímax da história do mundo.
Sentir: Apreço pelas grandes bênçãos do Senhor, reservadas aos Seus seguidores que valorizam Suas dádivas.
Fazer: Ter uma vida responsável celebrando a grandeza do nome de Deus.
Esboço
I. Saber: Compromisso de Deus com Seu povo
A. Na
prática, o que significa o amor de Deus por Seu povo?
B. Por que Deus Se envolve em diferentes diálogos com Seu povo?
II. Sentir: Apreço pelas bênçãos de Deus
A. Entregar o dízimo e as ofertas nos ajuda a apreciar as bênçãos de Deus.
B. Qual é a relação entre a fé e o estilo de vida?
III. Fazer: Vida responsável
A. Por que a fidelidade ao cônjuge se reflete na fidelidade ao Senhor?
B. O que podemos fazer para encorajar as pessoas a pensar nas necessidades dos outros e a não ser egoístas?
C. Você seria rico se Deus lhe desse o dobro da quantidade de dinheiro que você deu aos pobres e necessitados? Por que dar é mais valioso do que guardar ou receber?
Resumo: Deus dialoga com Seu povo a fim de que Seus filhos percebam quão
profundamente Ele os ama e Se preocupa com seu bem-estar, chamando-os a ser
fiéis em todos os aspectos da vida. Ele enfatiza a fidelidade conjugal,
paternidade, liderança e o dízimo.
Ciclo do
Aprendizado
Motivação
Focalizando a Palavra: Malaquias 1:2
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus declara que ama Seu povo. Seus filhos duvidam e, como resultado, vivem de modo egoísta e perverso. Isso significa que nossa vida espiritual e nosso crescimento dependem da imagem que temos de Deus. Quando acreditamos plenamente que Ele quer o nosso melhor, entregamos nossa vida a Ele em completa confiança, vivemos em total dependência dEle e, por gratidão, seguimos Sua vontade. Só então poderemos prosperar.
Só para o professor: A lição desta semana se concentra no amor de Deus por Seu povo e na vinda de Jesus Cristo no Dia do Senhor. Enfatize para a classe que, como Seus seguidores, somos aconselhados com veemência a fazer o que é correto porque o dia do acerto de contas está próximo.
Discussão de abertura
Muitas vezes
desprezamos as bênçãos preciosas que experimentamos na vida. Considere
atentamente a seguinte pergunta: Como podemos aprender a apreciar e ser mais
gratos pelas bênçãos que Deus nos dá?
Perguntas para discussão
1. De acordo com o livro de Malaquias, quantas perguntas o povo fez a Deus? Essas perguntas ajudam a descobrir os diferentes temas com os quais o profeta lidou (veja as perguntas em Ml 1:2, 6, 7; 2:14, 17; 3:7, 8, 13). Preste muita atenção às respostas de Deus. Ele responde às nossas perguntas quando estamos confusos em nossa compreensão das questões reais da vida. Em Seu amor, Ele dialoga com Seu povo, embora possa simplesmente ordenar nossa obediência.
2. Como devemos entender o chamado de Deus ao povo: “Voltem para Mim e Eu voltarei para vocês”? (NVI). Quem está dando o primeiro passo? Quem está chamando? (Ml 3:7). Note que as pessoas deviam voltar para Deus porque Ele, com amor e paciência, as convidou a voltar.
Compreensão
Só para o professor: No livro de Malaquias
aparecem oito perguntas feitas pelo povo e respondidas por Deus. Também nós
precisamos pensar nessas questões para restabelecer de forma prática nosso
relacionamento de aliança com Deus.
Comentário
Bíblico
Considere estas questões essenciais:
I. Deus ama você. Você O ama?
(Recapitule com a classe Ml 1:2, 3.)
O livro de Malaquias começa com uma declaração divina difícil: “Amei a Jacó, porém aborreci a Esaú” (Ml 1:2, 3). Como devemos entender essa declaração contrária à natureza de Deus?
O que
significa o fato de Deus ter odiado Esaú?
Ele não ama
todas as pessoas?
Deus reafirmou ao Seu povo Sua aliança de amor e o convidou a olhar para trás e ver a diferença na história entre eles e os descendentes de Esaú. Esse contraste foi explicado com base na eleição para o serviço e não tem nada a ver com a ideia de salvação. Trata-se de uma diferença estabelecida sobre a presciência de Deus a respeito das decisões de Jacó e Esaú, sobre as perspectivas de vida e orientações espirituais.
A palavra ódio em hebraico por vezes tem um significado diferente da nossa atual compreensão dessa palavra. Considere os dois exemplos a seguir: (1) Jacó amava mais a Raquel do que a Lia (Gn 29:30), mas o texto bíblico descreve essa preferência com a forte palavra ódio: “Quando o Senhor viu que Lia era desprezada [odiada, na versão English Standard Bible, Bíblia Inglesa Padrão], concedeu-lhe filhos” (Gn 29:31, NVI). (2) Jesus declarou as condições em que Seus seguidores devem “odiar” mesmo os mais próximos a eles: “Se alguém vem a Mim e não aborrece [odeia] a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser Meu discípulo” (Lc 14:26). Esse ódio não tem absolutamente nada a ver com a hostilidade emocional para com os entes queridos. Ao contrário, significa que o discípulo de Cristo precisa amá-Lo mais do que a seus pais, cônjuge, filhos ou outros parentes próximos (Mt 10:37; Dt 6:5). Cristo precisa ser nossa prioridade número um. Assim, a palavra ódio pode se referir a uma expressão idiomática que significa “não ser preferido”, “não ser objeto de escolha pessoal (para uma tarefa especial)”, como Lia não foi a esposa preferida de Jacó, embora ele tivesse seis filhos e uma filha com ela.
Pense nisto: Como devemos entender a afirmação de que Deus amou Jacó, mas odiou Esaú? Da mesma forma, o que Jesus quis dizer ao afirmar que, se Seus seguidores viessem a Ele, mas não aborrecessem seus entes queridos, não eram dignos dEle?
II. Deus é fiel. Você é fiel a Deus?
(Recapitule com a classe 1Jo 4:7-12.)
Nossa fidelidade a Deus é demonstrada de forma palpável, pelo nosso respeito por Sua lei e em nossa maneira de conduzir nossos relacionamentos (Jo 14:15; 1Jo 4:7-12, 19-21). João perguntou: Como as pessoas podem afirmar que amam a Deus, que não pode ser visto, quando não amam o irmão, que vive ao lado delas? Se não revelamos de forma prática nosso carinho, respeito e amor, mentimos para nós mesmos. Consequentemente, nosso relacionamento com Deus não é genuíno.
Pense nisto: O que é fidelidade verdadeira? Como Deus demonstra Sua fidelidade a nós? Como devemos demonstrar nossa fidelidade a Ele?
III. Você é fiel ao seu cônjuge?
(Recapitule com a classe Ml 2:10-16.)
Nossa fidelidade a Deus é mostrada acima de tudo em nossa fidelidade ao cônjuge.
O centro literário e temático do livro de Malaquias é o capítulo 2:10-16. Esse tema é forte: “Pare de ser infiel!” Nessa passagem, a definição de pecado é ser infiel: “Tenham bom senso; não sejam infiéis” (Ml 2:16, NVI; leia também Rm 14:23). Em hebraico, bagad é a palavra para “ser [infiel]”, “ser [desleal]” ou agir “aleivosamente” (Tradução Brasileira). Ela ocorre nessa curta passagem de Malaquias (e somente nesse trecho do livro) cinco vezes (v. 10, 11, 14, 15, 16) e exerce um papel fundamental. Deus virá em juízo, e chamará as pessoas a prestar contas a Ele. Por isso, elas precisam ser fiéis e cultivar relacionamentos corretos, que vêm da fé. No livro de Malaquias, ter fé significa ser fiel à aliança que fizemos com Deus e também com nosso cônjuge.
O relacionamento de fé deve ser vivido em nosso casamento. Aqui não podemos mentir. Ou somos fiéis ao nosso cônjuge ou quebramos esse íntimo relacionamento de aliança. Uma relação conjugal amorosa terá uma influência duradoura e positiva sobre nossos filhos.
Pergunta para discussão
Por que Deus odeia o divórcio? O que é tão prejudicial nessa situação? Como ela afeta a vida espiritual e o futuro do casal envolvido e dos filhos? Quais são as causas legítimas para o divórcio? Quando ele pode ser justificado? Veja a resposta de Jesus à questão apresentada por alguns fariseus: “É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?” (Mt 19:3-9).
Discussão: Malaquias usou uma ilustração viva e forte no seu ensino sobre o que significa ter uma vida dedicada a Deus. Fale aos outros sobre a fidelidade de Deus no cumprimento de Suas promessas em relação ao dízimo. Como é que nove décimos tornam sua renda sempre maior do que dez décimos? Incentive os outros a ser fiéis ao Senhor na esfera financeira da vida, para que eles também experimentem a bênção especial de Deus (Ml 3:10-12).
IV. Você é um pai amoroso, atencioso e
responsável?
(Recapitule com a classe Ml 4:5, 6.)
A mensagem profética do Antigo Testamento termina com uma questão que é muito esperançosa e séria ao mesmo tempo. A missão do profeta Elias, o movimento profético para os últimos dias, consiste em converter o coração dos pais aos filhos e trazer os filhos para perto de seus pais (Ml 4:5, 6).
Note que essa obra está ligada ao retorno do povo de Deus para o Sol da justiça (Ml 4:2) e à lei de Deus (Ml 4:4). Somente dessa forma as muitas bênçãos de Deus podem fluir.
Pense nisto: O Senhor afirma que no fim haverá uma distinção entre os que seguem a Deus e os que vivem de acordo com sua própria vontade (Ml 3:18). Como Deus pode mostrar a diferença entre o justo e o perverso? Como podemos reconhecer que alguém está servindo a Deus de todo o coração?
Aplicação
Só para o professor: A fim de entender melhor as perguntas do povo e as respostas que
Deus deu, convide os alunos a participar da atividade a seguir.
COMENTÁRIO SEMANAL
Luiz Gustavo
S. Assis é formado em teologia pelo Unasp Campus 2 e atualmente exerce a função
de pastor distrital no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, RS.
Ampliação
Chegamos ao
último dos profetas menores. Cobrimos um período de aproximadamente 300 anos
desde Oseias até Malaquias. Foram doze profetas que Deus escolheu para convidar
nações para uma vida com mais significado, evitando o mal e buscando o bem.
Mas Israel
seguiu outro caminho. Como seres humanos, somos tardios para aprender e por
causa disso, Deus insistentemente trabalha conosco. Hoje, temos esses doze
pequenos livros para nos ajudar a compreender aquilo que o Senhor espera de
nós. Se a mensagem de muitos deles foi ignorada pelos primeiros ouvintes,
conosco precisa ser diferente. Que vivamos o que estudamos neste trimestre!
E quanto a
Malaquias? Se Ester é o único livro bíblico em que Deus não é explicitamente
citado, mas está inegavelmente presente na trama, vemos o oposto em Malaquias.
Dos 55 versos desse livro, Deus é mencionado em 53, mas quase completamente
ausente na vida do Seu povo. A seguir, você aprenderá sobre as áreas da vida
dos israelitas que necessitavam de renovação espiritual e como podemos caminhar
na mesma direção.
I. Conhecendo o livro
Se alguns
dos profetas estudados neste trimestre não nos ofereceram muitas informações
biográficas, Malaquias oferece menos ainda. Isso porque paira uma dúvida sobre
o nome. Malaquias em hebraico significa “meu mensageiro”. Ou seja, talvez o
livro seja anônimo. Foi assim que a versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta,
traduziu o primeiro verso do livro: “Sentença pronunciada pelo Senhor contra
Israel, por intermédio do seu mensageiro”. No
entanto, existe a possibilidade de Malaquias ser a forma abreviada do nome
hebraico Malachiayahu, “mensageiro
do Senhor”. Em ambos os casos, a ênfase está na mensagem apresentada.
Apesar de o livro não nos oferecer datas nem eventos específicos, existem algumas pistas que nos ajudam a situar o contexto. Sacrifícios estavam sendo feitos no Templo (1:7-10); os judeus estavam sob um governador (1:8), o que sugere o período Persa, e homens judeus estavam se casando com mulheres estrangeiras (2:11), um problema que já existia desde os dias de Esdras e Neemias. Por causa disso, é seguro afirmar que o livro tenha sido escrito em algum momento do 5º século a.C., em meados de 450 a.C.
Após a
reconstrução do templo, nos dias de Ageu e Zacarias, os israelitas se afundaram
num estado de apatia espiritual. Tornaram-se desiludidos em relação ao futuro e
céticos quanto às promessas de Deus. Esses sintomas geralmente levam a práticas
perigosas como as que veremos a seguir. Foi para essa audiência apática que
Deus falou por meio de Malaquias.
II. A mensagem de Malaquias
1. A aliança
de amor por Israel (1:1-5)
2.
Reprovação da infidelidade de Israel (1:6–2:16)
a) A
infidelidade dos sacerdotes (1:6–2:9)
b) A
infidelidade do povo (2:10-16)
3. A vinda
do Senhor (2:17–4:6)
a) Sua vinda
trará purificação e julgamento (2:17–3:5)
b)
Arrependimento é necessário para a vinda do Senhor (3:6-18)
c) É certo
que virá o Dia do Senhor (4)
a) A
infidelidade de Israel: Malaquias repreendeu o
povo por ter caído novamente na infidelidade. Os sacerdotes mostravam desprezo
pelo nome de Deus ao oferecerem animais doentes ou deficientes (1:6-14) e por
violarem a aliança (2:1-9). Os homens de Israel estavam se casando com mulheres
idólatras de outras nações, enquanto se divorciavam das suas esposas israelitas
(2:10-16), e o povo estava em falta com Deus nos dízimos (3:8-12). O profeta
demonstrou ao povo aquilo que Deus esperava do Seu povo (1:7-8) – tanto no
culto como no estilo de vida. O que é mais chocante nessa infidelidade é o
descaso dos israelitas diante de tudo o que Deus já havia feito e demonstrado a
eles. “Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens
amado?” (1:2). Será que a demonstração do amor divino tinha sido feita de
maneira tão enigmática que não era reconhecida? Quando não tiramos um tempo
diário para relembrar em meditação e oração aquilo que Deus fez ao longo das
páginas das Escrituras e na nossa vida, a tendência é reagir como os
israelitas.
Há alguns
anos conheci a história de um assistente social que trocou uma carreira
promissora de advogado para ajudar pessoas carentes no Harlem, bairro com
sérios problemas sociais em Nova York. William Stringfellow descreveu a reação
dele diante de um dos jovens desse bairro:
“Ele é sujo,
ignorante, arrogante, desonesto, desempregado, não confiável, feio, rejeitado,
sozinho. E ele sabe disso. Sabe que não tem nada digno de elogio. Ele não tem
nada para oferecer. Não há nada que desperte amor por ele. É indigno de ser
amado. No entanto, é exatamente [pelo fato] de que ele não merece o amor de
outro que ele representa todos nós. Porque nenhum de nós é diferente dele nesse
sentido. Todos nós somos indignos de ser amados. Mais do que isso, a vida desse
garoto nos revela algo além de si mesmo. Ela nos [conduz ao] Evangelho, a Deus,
que nos ama apesar de O odiarmos; que nos ama apesar de não [correspondermos ao
Seu] amor; que nos ama apesar de não O agradarmos; que nos ama, não por causa
de nós mesmos, mas por causa de Si mesmo; que nos ama livremente; que nos
aceita, mesmo que não tenhamos nada aceitável para Lhe oferecer. No íntimo da
existência detestável desse menino está o segredo escandaloso da Palavra de
Deus.”
Quando
olhamos para nosso coração, é fácil perceber que não merecemos esse maravilhoso
amor de Deus.
b)
Julgamento: Deus julgaria aqueles que
praticavam o mal (2:17-3:5; 4:1) mas aqueles que O honravam seriam salvos e
recompensados (3:16-18; 4:2-3). A adoração fiel a Deus sempre seria lembrada e
recompensada (3:13-18).
III. A relevância da mensagem de Malaquias
A mensagem
de Malaquias é relevante para nossa vida em pelo menos quatro áreas:
Família: O casamento está sob constante ataque. Essa maravilhosa
instituição divina tem sido escarnecida em filmes, novelas, músicas e livros.
Por exemplo, de acordo com o IBGE, em 1984 tivemos 30.847 divórcios. Já em
2007, esse número subiu assustadoramente para 179.342. Muitos não mais levam a
sério o casamento justamente pelo exemplo de muitos cristãos. Deus é explícito
em Malaquias: “Eu odeio o divórcio” (2:16). Não creio que Deus seja o único a
odiar o divórcio. Filhos também o odeiam. A esposa abandonada e o marido traído
também. É lógico que, diante de abusos físicos e verbais a situação se torna
insustentável, mas de maneira geral, o divórcio representa uma triste cicatriz
na vida dos que estão envolvidos. Por outro lado, é necessário enfrentar os
problemas e buscar ao Senhor em oração, não ignorá-los imaginando que, ao fazer
isso eles se resolverão. Robert Murray McCheyne estava certo quando disse que a
marca do hipócrita é ser cristão em toda parte, menos em casa.
Mandamentos (3:7): Não é somente em assuntos familiares que temos deixado a desejar
como igreja. Os mandamentos de Deus também estão sendo tratados de maneira
leviana. Muitos cristãos, mesmo estando cientes das recomendações de Levítico
11, não se importam em consumir esporadicamente algum alimento de origem suína.
Outros, não se sentem incomodados em fazer uso moderado de vinho. O que dizer
daqueles que, por serem tão obcecados por futebol, naturalmente acompanham uma
partida da sua seleção ou time nas sagradas horas sabatáticas? Dois mil e
quatrocentos anos depois de Malaquias, me questiono se somos melhores que os
israelitas da época do profeta.
Dízimo (3:10): A Bíblia promete prosperidade material para os dizimistas fiéis?
Não! Ela promete “bênçãos sem medida” (Ml 3:10). A ideia de “bênção” não tem
que ver somente com finanças. A paz, os filhos, a saúde, uma família
estruturada e a própria presença de Deus são considerados bênçãos, tanto no
Antigo quanto no Novo Testamento. Valores monetários não são o único tipo de
benção que Deus promete em Sua Palavra. No entanto, nossa fidelidade ao Senhor
não deve ser motivada por interesse, mas pela gratidão pelo que Ele tem feito
por nós.
Ao convidar
Seu povo a ser fiel nos dízimos, Deus faz um pedido estranho e raro na Bíblia:
“Fazei prova de Mim.” Ao longo da Bíblia, é comum vermos o contrário: Deus
provando os seres humanos (Gn 22:1; Sl 11:5; 26:2; 66:10; 81:8, Pv 17:3). Deus
pedindo para ser colocado à prova, além de raro, é curioso. Homens como Acaz,
Gideão, Moisés e Elias são alguns que colocaram Deus à prova. Todos esses personagens
estavam em situações especiais, assim como Malaquias. Numa época marcada pelo
ceticismo e falta de compromisso com a verdade, Deus convida Seus filhos a
renovar a confiança nEle por meio da fidelidade.
Um último detalhe a respeito de Malaquias 3:10: Deus promete abrir as “janelas do Céu” e derramar “bênçãos sem medida”. A mesma expressão “janelas” ou “comportas do Céu” (‘arubot hashamaim em hebraico) é usada em Gênesis 7:11 para descrever o início do dilúvio. Em Gênesis, essas janelas se abriram para destruir o que os seres humanos já haviam destruído: a Terra. Em Malaquias, elas se abririam para abençoar aqueles que se aproximassem do Soberano do Universo de maneira completa.
Adoração (1:6-2:9): Se na época de profetas como Sofonias e Oseias o problema de
Israel era a idolatria, Malaquias estava enfrentando outro problema. Tratava-se
do desinteresse na adoração. Logo nos primeiros versos do livro é possível ver
um total descaso para com a adoração. Deus mesmo ironizou Seus adoradores
sugerindo que eles levassem os animais oferecidos a um governante local para
saber se ele aceitaria ou não! Note bem: esse problema não foi comum apenas
durante o 5º século a.C. Podemos presenciá-lo e praticá-lo nos nossos cultos.
Lembro-me de uma ocasião em que agendei um horário com um cônsul alemão que residia em Porto Alegre. Meu objetivo era obter uma bolsa de estudos num renomado instituto de língua alemã na capital gaúcha. Tomei cuidado para ser pontual e apresentei-me com um traje que demonstrasse meu respeito e seriedade por aquele momento. No consulado, pediram que eu desligasse meu celular e o deixasse num determinado lugar. Enquanto aguardava meu horário, comecei a comparar minha preparação para me apresentar diante de um ser humano e a forma pela qual costumo me apresentar diante de Deus. Podemos pensar que não há necessidade de pontualidade, nem que nosso vestuário seja tão importante assim. Ou que não haja problemas em utilizar alguns aplicativos de um Ipad, Iphone ou de um smartphone qualquer enquanto se canta um hino ou o sermão é pregado.
Se Deus é quem Ele afirma ser, Ele é digno de uma adoração apresentada com todo o nosso ser, não apenas com nossa presença física. William Temple (1881–1944), arcebispo de Canterbury, Inglaterra, assim descreveu a adoração:
“Adoração é a submissão de todo o nosso ser a Deus. É tomar consciência da Sua santidade; é o sustento da mente com Sua verdade; é a purificação da imaginação pela Sua real beleza; é a abertura do coração ao Seu amor; é a rendição da vontade aos Seus propósitos. E tudo isso se traduz em adoração, a mais íntima emoção”
Adoração não ocorre apenas na igreja. Para o cristão, a diferença não está entre o sagrado e o secular. A diferença está entre o sagrado e o profano. Uma vida de adoração é o ideal cristão. Um hino escrito por Charles Wesley, no século 17, tem me acompanhado há algum tempo:
Tu que veio
do alto, ó, Senhor,
Para trazer
o puro fogo celestial e calor;
A chama do
amor sagrado acender
Para no
simples altar do meu coração Sua vida trazer.
Deixe-a por Sua glória arder
Com Sua
chama inextinguível prevalecer,
E que
trêmula, à Sua fonte retornar
Na oração
humilde e no louvor ardente habitar.
Jesus, o desejo de meu coração venha confirmar
Pelo Senhor
trabalhar e falar e pensar;
Mas deixe-me
o fogo sagrado manter,
E ainda Seus
dons em mim crescer.
Para Sua vontade perfeita me preparar, Meus atos de amor e fé repetidos desabrochar,
Até que a morte sele Sua infinita bondade,
E torne
completo meu sacrifício e verdade.
Faça das
palavras desse hino sua oração e torne sua vida um sacrifício aceitável a Deus.
William Stringfellow, The
Christian Century, 10 May 1961.
William Temple citado em David
Watson, I Believe in Evangelism (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1976), p. 157.
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