domingo, 23 de junho de 2013

ES - Lição 13 - Para que não nos esqueçamos (Malaquias) – 2º Trim, 2013





Lição 13 - Para que não nos esqueçamos (Malaquias)


22 a 29 de junho






Sábado à tarde

Ano Bíblico: Sl 46–50 

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o Meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o Meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 1:11).


Leituras da Semana:


Pensamento-chave: Malaquias nos ensina a extensão do comprometimento de Deus com Seu povo, mas também aponta para suas sagradas responsabilidades.

O nome Malaquias significa “meu mensageiro”. Não sabemos nada sobre ele, exceto o que podemos encontrar em seu pequeno livro, que termina a seção do Antigo Testamento chamada de Profetas Menores (ou O Livro dos Doze). 
É também o último livro do Antigo Testamento.

A mensagem central de Malaquias é que, embora Deus tivesse revelado amor por Seu povo ao longo da sua história, esse amor também tornou Seu povo responsável diante dEle. O Senhor esperava que a nação escolhida e seus líderes obedecessem aos Seus mandamentos.

Ainda que a idolatria aberta aparentemente houvesse desaparecido (o livro parece ter sido escrito para judeus que haviam retornado do cativeiro babilônico), o povo não estava vivendo à altura das expectativas da aliança. Embora eles estivessem cumprindo a rotina das cerimônias religiosas, tudo era formalismo destituído de vida e de sincera convicção.

Que nossa igreja tome cuidado com esse perigo!


Domingo

Ano Bíblico: Sl 51–55 

Grande é o Senhor

1. Leia Malaquias 1. De que problema o profeta estava tratando? Temos manifestado a mesma atitude que motivou essa repreensão?

Malaquias contrastou o amor de Deus por Seu povo com a atitude dos sacerdotes, a quem ele acusou do pecado de desprezo pelo santo nome de Deus. Ao realizar seus deveres no templo, esses descendentes de Arão aceitavam animais coxos, cegos e doentes para os sacrifícios ao Senhor. Dessa forma, o povo era levado a pensar que os sacrifícios não eram importantes. No entanto, no deserto, Deus havia instruído Arão e seus filhos declarando que os animais sacrificados deviam ser fisicamente perfeitos, sem defeito (Lv 1:1-3; 22:19).

O profeta enumerou então três razões importantes pelas quais Deus merecia ser honrado e respeitado pelo povo de Israel. Primeira: Deus era seu Pai. Assim como os filhos devem honrar seus pais, as pessoas devem respeitar seu Pai do Céu. Segunda: Deus era seu Mestre e Senhor. Assim como os servos obedecem aos seus mestres, o povo de Deus deve tratá-Lo da mesma forma. Terceira: O Senhor era um grande Rei. Um rei terreno não aceitaria um animal com defeito ou doente como presente de um de seus súditos. Então, o profeta perguntou: Por que o povo apresentaria esse tipo de animal ao Rei dos reis, que governa o mundo inteiro?

O que tornava suas ações ainda mais detestáveis à vista de Deus era que todos esses sacrifícios apontavam para Jesus, o imaculado Filho de Deus (Jo 1:29; 1Pe 1:18, 19). Os animais deviam ser sem defeito porque, para ser nosso perfeito sacrifício, Jesus não podia ter defeito.

“Para honra e glória de Deus, Seu Filho Amado – o Penhor, o Substituto – foi entregue e desceu para a prisão da sepultura. Ele ficou encerrado nas câmaras rochosas do túmulo novo. Se um único pecado tivesse manchado Seu caráter, a pedra nunca teria sido removida da porta de Sua câmara rochosa, e o mundo, com seu fardo de culpa teria perecido” (Ellen G. White, Manuscript Releases, v. 10, p. 385). É de admirar que os sacrifícios que apontavam para Jesus tivessem que ser perfeitos?


Segunda

Ano Bíblico: Sl 56–61 

Amor e respeito mútuos

A voz de Deus, que aparece no livro de Malaquias, é a voz de um Pai amoroso que apela ao Seus filhos. Quando o povo levanta questões e faz reclamações, Ele está pronto para dialogar. A maioria das questões discutidas por Deus e Seu povo tem a ver com algumas atitudes básicas.

2. Leia Malaquias 2. Embora diversas questões sejam abordadas, que prática específica o Senhor estava condenando? Ml 2:13-16

Embora todos os judeus reconhecessem Deus como Pai e Criador em sua adoração, nem todos eles viviam como se Deus fosse o Senhor de sua vida. Malaquias usou o casamento como exemplo para ilustrar a falta de fidelidade e comprometimento com os semelhantes. Segundo a Bíblia, o casamento é uma sagrada instituição estabelecida por Deus. O povo de Israel foi advertido contra o casamento fora da comunidade da fé, porque esse tipo de casamento prejudicaria seu compromisso com o Senhor e eles cairiam na idolatria (Js 23:12, 13.)

Deus havia planejado que o casamento fosse um compromisso para toda a vida. No entanto, no tempo de Malaquias, muitos homens estavam quebrando os votos feitos no início da vida com a “mulher da [sua] mocidade”, como disse o profeta 
(Ml 2:14). Vendo suas esposas envelhecendo, os maridos se divorciavam e se casavam com mulheres mais jovens e mais atraentes. Por essa razão, Deus disse que odeia o divórcio (Ml 2:16). Essa forte declaração revela a seriedade com que Deus trata o compromisso do casamento, que as pessoas muitas vezes não levam a sério. As regras rígidas da Bíblia sobre o divórcio mostram que o casamento é sagrado.

Visto que o divórcio era legalizado em Israel (Dt 24:1-4), alguns homens não hesitavam em quebrar seus votos matrimoniais. Perto do fim do período do Antigo Testamento, o divórcio parece ter se tornado comum, até certo ponto como em muitos países hoje. No entanto, na Bíblia o casamento é constantemente apresentado como uma santa aliança diante de Deus (Gn 2:24; Ef 5:21-33).

Leia Malaquias 2:17. Qual é a advertência do texto, especialmente no contexto da lição do dia? Qual é a advertência em outros aspectos? Estamos aprovando essa atitude, mesmo inconscientemente?


Terça

Ano Bíblico: Sl 62–67 

Dízimo na casa do tesouro

3. O que Deus estava dizendo ao Seu povo em Malaquias 3:1-10? Que elementos específicos são encontrados nesse texto e por que todos eles estão interligados?

Com esses versos, Deus reafirmou a mensagem básica dos Profetas Menores: Seu amor continua firme e inabalável. No verso 7, o chamado de Deus é ouvido mais uma vez: “Tornai-vos para Mim, e Eu Me tornarei para vós outros.” O povo então perguntou: “Em que havemos de tornar?” Essa pergunta é semelhante à de Miqueias 6:6, sobre os sacrifícios apresentados a Deus. No caso de Malaquias, no entanto, foi dada uma resposta específica e, surpreendentemente, tinha a ver com a questão da entrega ou não do dízimo.

Na verdade, eles foram acusados de roubar o que pertence a Deus. Isso aconteceu porque eles não foram fiéis na devolução de seus dízimos e ofertas.

O costume de entregar o dízimo, devolvendo 10% da renda, é apresentado na Bíblia como lembrete de que Deus é dono de tudo e tudo o que as pessoas têm provém dEle. O dízimo era usado em Israel para sustentar os levitas que ministravam no templo. De acordo com Malaquias, negligenciar a devolução do dízimo é o mesmo que roubar a Deus.

Malaquias 3:10 é um dos raros textos em que Deus desafia as pessoas a prová-­Lo. Nas águas de Meribá, no deserto, os filhos de Israel repetidamente “puseram à prova” a paciência de Deus, o que O deixou irado (Sl 95:8-11). Em Malaquias, no entanto, Deus estava convidando Israel a prová-Lo. Ele queria que eles vissem que podiam confiar nEle a respeito desse assunto, o que, de acordo com o texto, é algo de grande significado espiritual.

Como o ato de entregar o dízimo (e também de dar ofertas) fortalece você espiritualmente? Em outras palavras, quando você é desonesto na entrega do dízimo, por que você está enganando a si mesmo, além de tentar enganar a Deus?

Quarta

Ano Bíblico: Sl 68–71 

Um memorial escrito

Em Malaquias 3:13-18, o povo se queixou de que o Senhor não Se importava com os pecados da nação. Aqueles que praticavam o mal e a injustiça pareciam escapar despercebidos e assim, muitos se perguntavam por que deviam servir ao Senhor e viver de modo justo, quando o mal parecia ficar impune.

4. Por que é fácil entender a queixa apresentada em Malaquias 3:14, 15?

5. Como o Senhor respondeu? Ml 3:16-18

Neste mundo, onde há tanta injustiça, é fácil questionar se um dia a justiça será feita. A mensagem de Malaquias, no entanto, é que Deus sabe de todas essas coisas, e recompensará os que são fiéis a Ele.

6. A expressão “memorial escrito” (RA) ou “livro como memorial” (NVI) é encontrada apenas nessa passagem das Escrituras. O que as seguintes passagens ensinam sobre os livros de Deus nos quais são registrados os nomes e as ações das pessoas? Êx 32:32; Sl 139:16; Is 4:3; 65:6; Ap 20:11-15

A conclusão é de que o Senhor conhece todas as coisas. Ele conhece os que são Seus (2Tm 2:19) e os que não são. Como pecadores, tudo que podemos fazer é suplicar Sua justiça, clamar por Suas promessas de perdão e poder. Depois, confiando nos méritos de Cristo, morrer para o eu e viver para Ele e para os semelhantes, sabendo que, no fim, nossa única esperança está em Sua graça. Se colocarmos nossa esperança em nós mesmos, com certeza nos decepcionaremos.


Quinta

Ano Bíblico: Sl 72–77 

O Sol da justiça

Em uma ocasião anterior, as pessoas perguntaram: “Onde está o Deus do juízo?” (Ml 2:17). No início do capítulo 4, uma solene promessa é feita de que um dia Deus executará Seu juízo sobre o mundo. Como resultado, os orgulhosos serão destruídos com os ímpios, assim como a palha é consumida pelo fogo. A palha é a parte inútil do grão, e dura apenas alguns segundos quando jogada no fogo. No Dia do Senhor, o fogo será o agente de destruição, assim como foi a água nos dias de Noé.

7. Leia Malaquias 4. Que grande contraste é apresentado entre os salvos e os perdidos? Leia também Dt 30:19; Jo 3:16

Enquanto o destino dos ímpios é descrito no verso 1, o verso 2 se concentra nas bênçãos futuras dos justos. A pergunta “Onde está o Deus do juízo?” é respondida novamente, mas dessa vez pela certeza de um dia no futuro, em que o Sol da Justiça Se levantará trazendo cura em suas asas (Ml 4:2, NVI). O nascimento do “Sol da Justiça” é uma metáfora para representar o amanhecer de um novo dia, que marca uma nova era na história da salvação. Nesse tempo, de uma vez por todas o mal será destruído para sempre, os salvos desfrutarão do resultado final do que Cristo realizou por eles e o Universo se tornará eternamente seguro.

Malaquias encerra seu livro com duas admoestações que caracterizam a fé bíblica. A primeira é um chamado para que as pessoas se lembrem da revelação divina por intermédio de Moisés, os cinco primeiros livros da Bíblia e fundamento do Antigo Testamento.
A segunda admoestação fala do papel profético de Elias. Cheio do Espírito Santo, esse profeta convidou o povo a se arrepender e voltar para Deus. Embora o próprio Jesus tenha visto João Batista como um cumprimento dessa profecia (Mt 11:13, 14), acreditamos também que ela se cumprirá no fim dos tempos, quando Deus terá um povo que anunciará destemidamente Sua mensagem ao mundo. “Os que devem preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo são representados pelo fiel Elias, assim como João veio no espírito de Elias para preparar o caminho para o primeiro advento de Cristo” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, p. 73).

Como devemos cumprir esse papel sagrado? Como estamos nos saindo nessa tarefa?

Sexta

Ano Bíblico: Sl 78–80 

Estudo adicional

Deus abençoa a obra das mãos dos homens, para que eles possam devolver-Lhe Sua porção. Dá-lhes a luz do Sol e a chuva; faz que a vegetação brote; concede saúde e habilidade para a aquisição de meios. Todas as bênçãos vêm de Suas generosas mãos, e Ele deseja que homens e mulheres mostrem gratidão devolvendo-Lhe uma parte em dízimos e ofertas – em ofertas de gratidão, ofertas voluntárias e ofertas pelo pecado. Eles devem devotar seus meios a Seu serviço, para que Sua vinha não venha a ser um deserto estéril. Precisam estudar o que o Senhor faria em lugar deles. Devem levar a Ele em oração toda questão difícil. Devem revelar interesse altruísta na edificação de Sua obra em todas as partes do mundo” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 707, 708).

Perguntas para reflexão

1. O casamento seria sagrado e importante se pudesse ser facilmente terminado? Se você pudesse sair dele por razões triviais, o casamento seria trivial. As regras contra o término do casamento provam que ele é especial. Você concorda?

2. Leia atentamente 
Malaquias 2:17. O que o juízo pré-advento tem a dizer aos que expressam os mesmos sentimentos desse verso?

3. Malaquias 4 fala sobre a destruição dos perdidos. Nada permanece. Como esse ensino se contrasta com a ideia de um fogo do inferno queimando eternamente? Por que o contraste entre essas duas visões é um bom exemplo de como uma falsa doutrina pode levar a uma falsa compreensão do caráter de Deus?

4. Na obra “The Grand Inquisitor” [O Grande Inquisidor], o escritor russo Dostoiévski descreveu a Igreja em seu tempo como tendo tanto controle sobre as coisas que não precisava mais de Cristo. Estamos diante desse perigo hoje? Como esse perigo pode ser mais sutil do que percebemos?

Respostas sugestivas: 1. Ingratidão, irreverência, desonra e profanação ao nome de Deus entre os israelitas. As ofertas e atos religiosos não correspondiam ao amor e proteção concedidos pelo Senhor. 2. O casamento entre judeus, adoradores do Deus verdadeiro e adoradoras de deuses estranhos. Muitos judeus estavam se divorciando de suas esposas, para se unirem às mulheres de outros povos, transgredindo a aliança do Senhor. 3. Profecia sobre a vinda de João Batista para preparar o povo para a primeira vinda de Jesus, que julgará e purificará o coração de Seu povo; advertência contra feiticeiros, adúlteros, falsas testemunhas e opressores. Um dos sintomas do afastamento de Deus foi a infidelidade nos dízimos e ofertas. Deus chama o povo de volta ao relacionamento de aliança com Ele, advertindo contra o pecado e prometendo bênçãos para a fidelidade. 4. Porque os justos muitas vezes sofrem e os ímpios prosperam. Se não considerarmos que, em longo prazo, o pecado traz desvantagem, ficaremos desanimados diante das injustiças do mundo. 5. O Senhor mostrou que existe um livro memorial, no qual são registrados os atos dos que temem a Deus; um dia, os fiéis serão poupados da destruição, e serão considerados o tesouro especial de Deus; então aparecerá a diferença entre o justo e o perverso. 6. A pessoa pode ser incluída e excluída do livro da vida; a inclusão está fundamentada no perdão; no “livro” de Deus existe um plano de salvação, que depende da nossa aceitação para ser cumprido; nossas obras, registradas nos livros, determinam nossa recompensa; existem vários livros; o mais importante é o livro da vida. Quem não estiver inscrito nesse livro, sofrerá a morte eterna. 7. No dia do juízo, os perdidos serão destruídos, enquanto os salvos verão o Sol da justiça, trazendo cura e crescimento. Para os salvos haverá vida eterna e bênção. Para os perdidos haverá morte eterna e maldição.


ESCOLA SABATINA


Texto-chave: Malaquias 1:11

O aluno deverá...

Saber: Que o compromisso de Deus com Seu povo resultará na manifestação gloriosa de Sua presença e em certas atividades proféticas no clímax da história do mundo.

Sentir: Apreço pelas grandes bênçãos do Senhor, reservadas aos Seus seguidores que valorizam Suas dádivas.

Fazer: Ter uma vida responsável celebrando a grandeza do nome de Deus.

Esboço

I. Saber: Compromisso de Deus com Seu povo

A. Na prática, o que significa o amor de Deus por Seu povo?

B. Por que Deus Se envolve em diferentes diálogos com Seu povo?

II. Sentir: Apreço pelas bênçãos de Deus

A. Entregar o dízimo e as ofertas nos ajuda a apreciar as bênçãos de Deus.

B. Qual é a relação entre a fé e o estilo de vida?

III. Fazer: Vida responsável

A. Por que a fidelidade ao cônjuge se reflete na fidelidade ao Senhor?

B. O que podemos fazer para encorajar as pessoas a pensar nas necessidades dos outros e a não ser egoístas?

C. Você seria rico se Deus lhe desse o dobro da quantidade de dinheiro que você deu aos pobres e necessitados? Por que dar é mais valioso do que guardar ou receber?

Resumo: Deus dialoga com Seu povo a fim de que Seus filhos percebam quão profundamente Ele os ama e Se preocupa com seu bem-estar, chamando-os a ser fiéis em todos os aspectos da vida. Ele enfatiza a fidelidade conjugal, paternidade, liderança e o dízimo.

Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando a Palavra: Malaquias 1:2

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus declara que ama Seu povo. Seus filhos duvidam e, como resultado, vivem de modo egoísta e perverso. Isso significa que nossa vida espiritual e nosso crescimento dependem da imagem que temos de Deus. Quando acreditamos plenamente que Ele quer o nosso melhor, entregamos nossa vida a Ele em completa confiança, vivemos em total dependência dEle e, por gratidão, seguimos Sua vontade. Só então poderemos prosperar.
Só para o professor: A lição desta semana se concentra no amor de Deus por Seu povo e na vinda de Jesus Cristo no Dia do Senhor. Enfatize para a classe que, como Seus seguidores, somos aconselhados com veemência a fazer o que é correto porque o dia do acerto de contas está próximo.

Discussão de abertura

Muitas vezes desprezamos as bênçãos preciosas que experimentamos na vida. Considere atentamente a seguinte pergunta: Como podemos aprender a apreciar e ser mais gratos pelas bênçãos que Deus nos dá?

Perguntas para discussão

1. De acordo com o livro de Malaquias, quantas perguntas o povo fez a Deus? Essas perguntas ajudam a descobrir os diferentes temas com os quais o profeta lidou (veja as perguntas em Ml 1:2, 6, 7; 2:14, 17; 3:7, 8, 13). Preste muita atenção às respostas de Deus. Ele responde às nossas perguntas quando estamos confusos em nossa compreensão das questões reais da vida. Em Seu amor, Ele dialoga com Seu povo, embora possa simplesmente ordenar nossa obediência.

2. Como devemos entender o chamado de Deus ao povo: “Voltem para Mim e Eu voltarei para vocês”? (NVI). Quem está dando o primeiro passo? Quem está chamando? (Ml 3:7). Note que as pessoas deviam voltar para Deus porque Ele, com amor e paciência, as convidou a voltar.

Compreensão

Só para o professor: No livro de Malaquias aparecem oito perguntas feitas pelo povo e respondidas por Deus. Também nós precisamos pensar nessas questões para restabelecer de forma prática nosso relacionamento de aliança com Deus.


Comentário Bíblico

Considere estas questões essenciais:

I. Deus ama você. Você O ama?

(Recapitule com a classe Ml 1:2, 3.)

O livro de Malaquias começa com uma declaração divina difícil: “Amei a Jacó, porém aborreci a Esaú” (Ml 1:2, 3). Como devemos entender essa declaração contrária à natureza de Deus?

O que significa o fato de Deus ter odiado Esaú?

Ele não ama todas as pessoas?

Deus reafirmou ao Seu povo Sua aliança de amor e o convidou a olhar para trás e ver a diferença na história entre eles e os descendentes de Esaú. Esse contraste foi explicado com base na eleição para o serviço e não tem nada a ver com a ideia de salvação. Trata-se de uma diferença estabelecida sobre a presciência de Deus a respeito das decisões de Jacó e Esaú, sobre as perspectivas de vida e orientações espirituais.

A palavra ódio em hebraico por vezes tem um significado diferente da nossa atual compreensão dessa palavra. Considere os dois exemplos a seguir: (1) Jacó amava mais a Raquel do que a Lia (Gn 29:30), mas o texto bíblico descreve essa preferência com a forte palavra ódio: “Quando o Senhor viu que Lia era desprezada [odiada, na versão English Standard Bible, Bíblia Inglesa Padrão], concedeu-lhe filhos” (Gn 29:31, NVI). (2) Jesus declarou as condições em que Seus seguidores devem “odiar” mesmo os mais próximos a eles: “Se alguém vem a Mim e não aborrece [odeia] a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser Meu discípulo” (Lc 14:26). Esse ódio não tem absolutamente nada a ver com a hostilidade emocional para com os entes queridos. Ao contrário, significa que o discípulo de Cristo precisa amá-Lo mais do que a seus pais, cônjuge, filhos ou outros parentes próximos (Mt 10:37; Dt 6:5). Cristo precisa ser nossa prioridade número um. Assim, a palavra ódio pode se referir a uma expressão idiomática que significa “não ser preferido”, “não ser objeto de escolha pessoal (para uma tarefa especial)”, como Lia não foi a esposa preferida de Jacó, embora ele tivesse seis filhos e uma filha com ela.

Pense nisto: Como devemos entender a afirmação de que Deus amou Jacó, mas odiou Esaú? Da mesma forma, o que Jesus quis dizer ao afirmar que, se Seus seguidores viessem a Ele, mas não aborrecessem seus entes queridos, não eram dignos dEle?

II. Deus é fiel. Você é fiel a Deus?

(Recapitule com a classe 1Jo 4:7-12.)

Nossa fidelidade a Deus é demonstrada de forma palpável, pelo nosso respeito por Sua lei e em nossa maneira de conduzir nossos relacionamentos (Jo 14:15; 1Jo 4:7-12, 19-21). João perguntou: Como as pessoas podem afirmar que amam a Deus, que não pode ser visto, quando não amam o irmão, que vive ao lado delas? Se não revelamos de forma prática nosso carinho, respeito e amor, mentimos para nós mesmos. Consequentemente, nosso relacionamento com Deus não é genuíno.

Pense nisto: O que é fidelidade verdadeira? Como Deus demonstra Sua fidelidade a nós? Como devemos demonstrar nossa fidelidade a Ele?

III. Você é fiel ao seu cônjuge?

(Recapitule com a classe Ml 2:10-16.)

Nossa fidelidade a Deus é mostrada acima de tudo em nossa fidelidade ao cônjuge.

O centro literário e temático do livro de Malaquias é o capítulo 2:10-16. Esse tema é forte: “Pare de ser infiel!” Nessa passagem, a definição de pecado é ser infiel: “Tenham bom senso; não sejam infiéis” (Ml 2:16, NVI; leia também Rm 14:23). Em hebraico, bagad é a palavra para “ser [infiel]”, “ser [desleal]” ou agir “aleivosamente” (Tradução Brasileira). Ela ocorre nessa curta passagem de Malaquias (e somente nesse trecho do livro) cinco vezes (v. 10, 11, 14, 15, 16) e exerce um papel fundamental. Deus virá em juízo, e chamará as pessoas a prestar contas a Ele. Por isso, elas precisam ser fiéis e cultivar relacionamentos corretos, que vêm da fé. No livro de Malaquias, ter fé significa ser fiel à aliança que fizemos com Deus e também com nosso cônjuge.

O relacionamento de fé deve ser vivido em nosso casamento. Aqui não podemos mentir. Ou somos fiéis ao nosso cônjuge ou quebramos esse íntimo relacionamento de aliança. Uma relação conjugal amorosa terá uma influência duradoura e positiva sobre nossos filhos.

Pergunta para discussão

Por que Deus odeia o divórcio? O que é tão prejudicial nessa situação? Como ela afeta a vida espiritual e o futuro do casal envolvido e dos filhos? Quais são as causas legítimas para o divórcio? Quando ele pode ser justificado? Veja a resposta de Jesus à questão apresentada por alguns fariseus: “É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?” (Mt 19:3-9).

Discussão: Malaquias usou uma ilustração viva e forte no seu ensino sobre o que significa ter uma vida dedicada a Deus. Fale aos outros sobre a fidelidade de Deus no cumprimento de Suas promessas em relação ao dízimo. Como é que nove décimos tornam sua renda sempre maior do que dez décimos? Incentive os outros a ser fiéis ao Senhor na esfera financeira da vida, para que eles também experimentem a bênção especial de Deus (Ml 3:10-12).

IV. Você é um pai amoroso, atencioso e responsável?

(Recapitule com a classe Ml 4:5, 6.)

A mensagem profética do Antigo Testamento termina com uma questão que é muito esperançosa e séria ao mesmo tempo. A missão do profeta Elias, o movimento profético para os últimos dias, consiste em converter o coração dos pais aos filhos e trazer os filhos para perto de seus pais (Ml 4:5, 6).

Note que essa obra está ligada ao retorno do povo de Deus para o Sol da justiça (Ml 4:2) e à lei de Deus (Ml 4:4). Somente dessa forma as muitas bênçãos de Deus podem fluir.

Pense nisto: O Senhor afirma que no fim haverá uma distinção entre os que seguem a Deus e os que vivem de acordo com sua própria vontade (Ml 3:18). Como Deus pode mostrar a diferença entre o justo e o perverso? Como podemos reconhecer que alguém está servindo a Deus de todo o coração?

Aplicação

Só para o professor: A fim de entender melhor as perguntas do povo e as respostas que Deus deu, convide os alunos a participar da atividade a seguir.


COMENTÁRIO SEMANAL


Luiz Gustavo S. Assis é formado em teologia pelo Unasp Campus 2 e atualmente exerce a função de pastor distrital no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, RS.

Ampliação

Chegamos ao último dos profetas menores. Cobrimos um período de aproximadamente 300 anos desde Oseias até Malaquias. Foram doze profetas que Deus escolheu para convidar nações para uma vida com mais significado, evitando o mal e buscando o bem.
Mas Israel seguiu outro caminho. Como seres humanos, somos tardios para aprender e por causa disso, Deus insistentemente trabalha conosco. Hoje, temos esses doze pequenos livros para nos ajudar a compreender aquilo que o Senhor espera de nós. Se a mensagem de muitos deles foi ignorada pelos primeiros ouvintes, conosco precisa ser diferente. Que vivamos o que estudamos neste trimestre!
E quanto a Malaquias? Se Ester é o único livro bíblico em que Deus não é explicitamente citado, mas está inegavelmente presente na trama, vemos o oposto em Malaquias. Dos 55 versos desse livro, Deus é mencionado em 53, mas quase completamente ausente na vida do Seu povo. A seguir, você aprenderá sobre as áreas da vida dos israelitas que necessitavam de renovação espiritual e como podemos caminhar na mesma direção.

I. Conhecendo o livro

Se alguns dos profetas estudados neste trimestre não nos ofereceram muitas informações biográficas, Malaquias oferece menos ainda. Isso porque paira uma dúvida sobre o nome. Malaquias em hebraico significa “meu mensageiro”. Ou seja, talvez o livro seja anônimo. Foi assim que a versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta, traduziu o primeiro verso do livro: “Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por intermédio do seu mensageiro”. No entanto, existe a possibilidade de Malaquias ser a forma abreviada do nome hebraico Malachiayahu, “mensageiro do Senhor”. Em ambos os casos, a ênfase está na mensagem apresentada.

Apesar de o livro não nos oferecer datas nem eventos específicos, existem algumas pistas que nos ajudam a situar o contexto. Sacrifícios estavam sendo feitos no Templo (1:7-10); os judeus estavam sob um governador (1:8), o que sugere o período Persa, e homens judeus estavam se casando com mulheres estrangeiras (2:11), um problema que já existia desde os dias de Esdras e Neemias. Por causa disso, é seguro afirmar que o livro tenha sido escrito em algum momento do 5º século a.C., em meados de 450 a.C.

Após a reconstrução do templo, nos dias de Ageu e Zacarias, os israelitas se afundaram num estado de apatia espiritual. Tornaram-se desiludidos em relação ao futuro e céticos quanto às promessas de Deus. Esses sintomas geralmente levam a práticas perigosas como as que veremos a seguir. Foi para essa audiência apática que Deus falou por meio de Malaquias.

II. A mensagem de Malaquias

1. A aliança de amor por Israel (1:1-5)

2. Reprovação da infidelidade de Israel (1:6–2:16)
a) A infidelidade dos sacerdotes (1:6–2:9)
b) A infidelidade do povo (2:10-16)

3. A vinda do Senhor (2:17–4:6)
a) Sua vinda trará purificação e julgamento (2:17–3:5)
b) Arrependimento é necessário para a vinda do Senhor (3:6-18)
c) É certo que virá o Dia do Senhor (4)

a) A infidelidade de Israel: Malaquias repreendeu o povo por ter caído novamente na infidelidade. Os sacerdotes mostravam desprezo pelo nome de Deus ao oferecerem animais doentes ou deficientes (1:6-14) e por violarem a aliança (2:1-9). Os homens de Israel estavam se casando com mulheres idólatras de outras nações, enquanto se divorciavam das suas esposas israelitas (2:10-16), e o povo estava em falta com Deus nos dízimos (3:8-12). O profeta demonstrou ao povo aquilo que Deus esperava do Seu povo (1:7-8) – tanto no culto como no estilo de vida. O que é mais chocante nessa infidelidade é o descaso dos israelitas diante de tudo o que Deus já havia feito e demonstrado a eles. “Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado?” (1:2). Será que a demonstração do amor divino tinha sido feita de maneira tão enigmática que não era reconhecida? Quando não tiramos um tempo diário para relembrar em meditação e oração aquilo que Deus fez ao longo das páginas das Escrituras e na nossa vida, a tendência é reagir como os israelitas.

Há alguns anos conheci a história de um assistente social que trocou uma carreira promissora de advogado para ajudar pessoas carentes no Harlem, bairro com sérios problemas sociais em Nova York. William Stringfellow descreveu a reação dele diante de um dos jovens desse bairro:

“Ele é sujo, ignorante, arrogante, desonesto, desempregado, não confiável, feio, rejeitado, sozinho. E ele sabe disso. Sabe que não tem nada digno de elogio. Ele não tem nada para oferecer. Não há nada que desperte amor por ele. É indigno de ser amado. No entanto, é exatamente [pelo fato] de que ele não merece o amor de outro que ele representa todos nós. Porque nenhum de nós é diferente dele nesse sentido. Todos nós somos indignos de ser amados. Mais do que isso, a vida desse garoto nos revela algo além de si mesmo. Ela nos [conduz ao] Evangelho, a Deus, que nos ama apesar de O odiarmos; que nos ama apesar de não [correspondermos ao Seu] amor; que nos ama apesar de não O agradarmos; que nos ama, não por causa de nós mesmos, mas por causa de Si mesmo; que nos ama livremente; que nos aceita, mesmo que não tenhamos nada aceitável para Lhe oferecer. No íntimo da existência detestável desse menino está o segredo escandaloso da Palavra de Deus.”

Quando olhamos para nosso coração, é fácil perceber que não merecemos esse maravilhoso amor de Deus.

b) Julgamento: Deus julgaria aqueles que praticavam o mal (2:17-3:5; 4:1) mas aqueles que O honravam seriam salvos e recompensados (3:16-18; 4:2-3). A adoração fiel a Deus sempre seria lembrada e recompensada (3:13-18).

III. A relevância da mensagem de Malaquias
A mensagem de Malaquias é relevante para nossa vida em pelo menos quatro áreas:

Família: O casamento está sob constante ataque. Essa maravilhosa instituição divina tem sido escarnecida em filmes, novelas, músicas e livros. Por exemplo, de acordo com o IBGE, em 1984 tivemos 30.847 divórcios. Já em 2007, esse número subiu assustadoramente para 179.342. Muitos não mais levam a sério o casamento justamente pelo exemplo de muitos cristãos. Deus é explícito em Malaquias: “Eu odeio o divórcio” (2:16). Não creio que Deus seja o único a odiar o divórcio. Filhos também o odeiam. A esposa abandonada e o marido traído também. É lógico que, diante de abusos físicos e verbais a situação se torna insustentável, mas de maneira geral, o divórcio representa uma triste cicatriz na vida dos que estão envolvidos. Por outro lado, é necessário enfrentar os problemas e buscar ao Senhor em oração, não ignorá-los imaginando que, ao fazer isso eles se resolverão. Robert Murray McCheyne estava certo quando disse que a marca do hipócrita é ser cristão em toda parte, menos em casa.

Mandamentos (3:7): Não é somente em assuntos familiares que temos deixado a desejar como igreja. Os mandamentos de Deus também estão sendo tratados de maneira leviana. Muitos cristãos, mesmo estando cientes das recomendações de Levítico 11, não se importam em consumir esporadicamente algum alimento de origem suína. Outros, não se sentem incomodados em fazer uso moderado de vinho. O que dizer daqueles que, por serem tão obcecados por futebol, naturalmente acompanham uma partida da sua seleção ou time nas sagradas horas sabatáticas? Dois mil e quatrocentos anos depois de Malaquias, me questiono se somos melhores que os israelitas da época do profeta.

Dízimo (3:10): A Bíblia promete prosperidade material para os dizimistas fiéis? Não! Ela promete “bênçãos sem medida” (Ml 3:10). A ideia de “bênção” não tem que ver somente com finanças. A paz, os filhos, a saúde, uma família estruturada e a própria presença de Deus são considerados bênçãos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Valores monetários não são o único tipo de benção que Deus promete em Sua Palavra. No entanto, nossa fidelidade ao Senhor não deve ser motivada por interesse, mas pela gratidão pelo que Ele tem feito por nós.

Ao convidar Seu povo a ser fiel nos dízimos, Deus faz um pedido estranho e raro na Bíblia: “Fazei prova de Mim.” Ao longo da Bíblia, é comum vermos o contrário: Deus provando os seres humanos (Gn 22:1; Sl 11:5; 26:2; 66:10; 81:8, Pv 17:3). Deus pedindo para ser colocado à prova, além de raro, é curioso. Homens como Acaz, Gideão, Moisés e Elias são alguns que colocaram Deus à prova. Todos esses personagens estavam em situações especiais, assim como Malaquias. Numa época marcada pelo ceticismo e falta de compromisso com a verdade, Deus convida Seus filhos a renovar a confiança nEle por meio da fidelidade.

Um último detalhe a respeito de Malaquias 3:10: Deus promete abrir as “janelas do Céu” e derramar “bênçãos sem medida”. A mesma expressão “janelas” ou “comportas do Céu” (‘arubot hashamaim em hebraico) é usada em Gênesis 7:11 para descrever o início do dilúvio. Em Gênesis, essas janelas se abriram para destruir o que os seres humanos já haviam destruído: a Terra. Em Malaquias, elas se abririam para abençoar aqueles que se aproximassem do Soberano do Universo de maneira completa.

Adoração (1:6-2:9): Se na época de profetas como Sofonias e Oseias o problema de Israel era a idolatria, Malaquias estava enfrentando outro problema. Tratava-se do desinteresse na adoração. Logo nos primeiros versos do livro é possível ver um total descaso para com a adoração. Deus mesmo ironizou Seus adoradores sugerindo que eles levassem os animais oferecidos a um governante local para saber se ele aceitaria ou não! Note bem: esse problema não foi comum apenas durante o 5º século a.C. Podemos presenciá-lo e praticá-lo nos nossos cultos.

Lembro-me de uma ocasião em que agendei um horário com um cônsul alemão que residia em Porto Alegre. Meu objetivo era obter uma bolsa de estudos num renomado instituto de língua alemã na capital gaúcha. Tomei cuidado para ser pontual e apresentei-me com um traje que demonstrasse meu respeito e seriedade por aquele momento. No consulado, pediram que eu desligasse meu celular e o deixasse num determinado lugar. Enquanto aguardava meu horário, comecei a comparar minha preparação para me apresentar diante de um ser humano e a forma pela qual costumo me apresentar diante de Deus. Podemos pensar que não há necessidade de pontualidade, nem que nosso vestuário seja tão importante assim. Ou que não haja problemas em utilizar alguns aplicativos de um Ipad, Iphone ou de um smartphone qualquer enquanto se canta um hino ou o sermão é pregado.

Se Deus é quem Ele afirma ser, Ele é digno de uma adoração apresentada com todo o nosso ser, não apenas com nossa presença física. William Temple (1881–1944), arcebispo de Canterbury, Inglaterra, assim descreveu a adoração:

“Adoração é a submissão de todo o nosso ser a Deus. É tomar consciência da Sua santidade; é o sustento da mente com Sua verdade; é a purificação da imaginação pela Sua real beleza; é a abertura do coração ao Seu amor; é a rendição da vontade aos Seus propósitos. E tudo isso se traduz em adoração, a mais íntima emoção”

Adoração não ocorre apenas na igreja. Para o cristão, a diferença não está entre o sagrado e o secular. A diferença está entre o sagrado e o profano. Uma vida de adoração é o ideal cristão. Um hino escrito por Charles Wesley, no século 17, tem me acompanhado há algum tempo:

Tu que veio do alto, ó, Senhor,
Para trazer o puro fogo celestial e calor;
A chama do amor sagrado acender
Para no simples altar do meu coração Sua vida trazer.


Deixe-a por Sua glória arder
Com Sua chama inextinguível prevalecer,
E que trêmula, à Sua fonte retornar
Na oração humilde e no louvor ardente habitar.


Jesus, o desejo de meu coração venha confirmar
Pelo Senhor trabalhar e falar e pensar;
Mas deixe-me o fogo sagrado manter, 
E ainda Seus dons em mim crescer.

Para Sua vontade perfeita me preparar, Meus atos de amor e fé repetidos desabrochar,
Até que a morte sele Sua infinita bondade,
E torne completo meu sacrifício e verdade.
Faça das palavras desse hino sua oração e torne sua vida um sacrifício aceitável a Deus.





William Stringfellow, The Christian Century, 10 May 1961.

William Temple citado em David Watson, I Believe in Evangelism (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1976), p. 157.

Vídeos

Introdução - Esboço da Lição “Busque ao Senhor e Viva” (aqui).

Esboço da Lição 13 - Para que não nos esqueçamos (Malaquias) (aqui). 




quarta-feira, 19 de junho de 2013

ES - Lição 12 - O melhor presente do Céu (Zacarias) – 2º Trim, 2013






Lição 12 - O melhor presente do Céu (Zacarias)

15 a 22 de junho








Sábado à tarde

Ano Bíblico: Sl 1–9 

VERSO PARA MEMORIZAR:

“O Senhor, seu Deus, naquele dia, os salvará, como ao rebanho do Seu povo; porque eles são pedras de uma coroa e resplandecem na terra dEle” (Zc 9:16).


Leituras da Semana:


Pensamento-chave: Zacarias tem algumas profecias messiânicas maravilhosas que apontam para Jesus e confirmam nossa fé nEle.

No centro da mensagem bíblica está a mais bela história contada, do Deus Criador que, na pessoa de Seu Filho, deixou a glória do Céu para salvar a humanidade do pecado e da morte. Na segunda metade de Zacarias há várias profecias messiânicas, promessas proféticas do Antigo Testamento sobre Jesus, Aquele que fez tudo isso por nós.

Essas promessas específicas foram dadas primeiramente ao povo de Deus que vivia nos perigosos tempos de Zacarias, a fim de mantê-lo concentrado na promessa de redenção. Embora não devamos ignorar o contexto original dessas profecias, a importância delas nunca deve se limitar ao seu cumprimento no passado. Em vez disso, analisaremos de que forma elas foram cumpridas em Jesus, em termos universais, pois elas influenciam o destino final do mundo e não apenas do antigo Israel e de Judá.

Domingo

Ano Bíblico: Sl 10–17 

“O manto de um judeu”

Apartir do capítulo 8, o livro de Zacarias dá uma guinada radical. Uma série de mensagens enviadas pelo Senhor anunciam o futuro do mundo e o papel do povo de Deus nesse contexto. Algumas das passagens desses capítulos são difíceis de entender, mas o futuro final é claramente definido.

1. Que princípios apresentados em Zacarias 8 são relevantes para nós hoje e para o chamado que recebemos de Deus?

Deus planejou que Jerusalém fosse novamente um lugar seguro em que as pessoas idosas pudessem se assentar nas praças repletas de meninos e meninas brincando (Zc 8:4, 5). Para aqueles que habitavam em uma cidade invadida pelos conquistadores, a promessa de ruas seguras para jovens e idosos parecia um sonho.

Em vez de permanecer para sempre uma nação pequena, subordinada, o povo de Deus devia ser um ímã para o qual as nações seriam atraídas para adorar o Senhor, o Rei de toda a Terra (Zc 14:9). A expressão “todas as línguas” em Zacarias 8:23 indica que a profecia prevê um movimento mundial.

Assim como havia mostrado a Isaías (Is 2) e a Miqueias, contemporâneo de Isaías (Mq 4), Deus também mostrou a Zacarias que chegaria o dia em que multidões de muitas cidades e nações, iriam a Jerusalém para orar e buscar o Senhor. A presença de Deus em Sião seria largamente reconhecida, assim como Suas bênçãos sobre os que O adoram.

Os relatos dos evangelhos dizem que essas promessas messiânicas começaram a se cumprir no ministério de Jesus Cristo. Em certa ocasião, por exemplo, Jesus disse: “Eu, quando for levantado da Terra, atrairei todos a Mim mesmo” (Jo 12:32).
A igreja de Cristo em nosso tempo, também chamada de “Israel de Deus” (Gl 6:16), tem o privilégio de participar dessa missão. Devemos levar a luz da salvação até os confins da Terra. Dessa forma, o povo de Deus pode ser uma grande bênção ao mundo.

Leia Zacarias 8:16, 17. Enquanto a igreja está buscando reavivamento e reforma, como podemos evitar as coisas que desagradam a Deus?



Segunda

Ano Bíblico: Sl 18–22 

O Rei da paz

2. Como o Novo Testamento aplica a profecia de Zacarias 9:9 a Jesus? Mt 21:9; Mc 11:9, 10; Lc 19:38; Jo 12:13-15

A entrada triunfal de Jesus foi a ocasião em que o futuro Rei entrou em Jerusalém montado em um jumento. Na Bíblia, regozijar-se e aclamar com júbilo são ações especialmente associadas à celebração de Deus como Rei (Sl 47; 96; 98). Esse amável governante trará justiça, salvação e paz duradoura e Seu domínio se estenderá até os confins da Terra.

Quando Jesus entrou em Jerusalém de modo triunfal, montado em um jumento, apenas alguns dias antes de Sua morte, muitas pessoas aclamaram Sua chegada. Alguns se alegraram, na esperança de que Cristo derrotasse o poder de Roma e estabelecesse o reino de Deus em Jerusalém. Mas, em vez de aceitar ser rei de Israel, Jesus morreu na cruz e depois ressuscitou. Não há dúvida de que Ele decepcionou muitos de Seus seguidores, aqueles que procuravam um líder militar. Mal sabiam eles, porém, que o que eles queriam não era nada em comparação com o que eles alcançariam por meio da morte de Jesus.

“Cristo estava seguindo o costume judaico nas entradas reais. O animal que montava era o mesmo cavalgado pelos reis de Israel e a profecia havia predito que assim viria o Messias a Seu reino. Logo que Ele Se sentou no jumentinho, um grande grito de triunfo ressoou nos ares. A multidão O aclamou como Messias, seu Rei. Jesus aceitou então a homenagem que nunca antes havia permitido e os discípulos consideraram isso uma prova de que suas alegres esperanças se realizariam, e eles O veriam estabelecido no trono. O povo ficou convencido de que a hora de sua emancipação se aproximava” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 570).

Muito tem sido escrito acerca do grande entusiasmo da multidão em relação a Jesus quando tudo estava bem. No entanto, quando as coisas não iam bem, muitos daquela mesma multidão se afastaram dEle (e alguns ficaram abertamente contra Ele). O que podemos aprender com esse incidente sobre o perigo das falsas expectativas? Por exemplo, você reivindica uma promessa de cura, ou de vitória sobre o pecado, e as coisas não acontecem como você espera. Como podemos desenvolver uma fé inabalável, mesmo quando as coisas não saem de acordo com nossas esperanças, planos e orações?



Terça

Ano Bíblico: Sl 23–30 

Ele foi traspassado

Os capítulos 12 a 14 de Zacarias revelam várias coisas que poderiam ter acontecido se Israel tivesse sido fiel a Deus.

Primeiramente, o Senhor teria possibilitado a vitória total sobre os poderes do mal e as nações hostis que haviam tentado se opor ao Seu plano de salvação (Zc 12:1-9). Embora Jerusalém devesse ser o instrumento de Deus para esse triunfo, a vitória teria vindo pela intervenção do Senhor. No fim, o inimigo teria sido totalmente derrotado e destruído.

Zacarias 12:10 marca a transição do movimento da libertação física, do que teria acontecido se Israel tivesse sido fiel, para a libertação espiritual do povo fiel de Deus. Após a vitória, o povo de Deus aceitaria seu Senhor. O divino Espírito de graça e de súplicas seria derramado sobre os líderes e o povo. Essa obra de convencer, realizada pelo Espírito, resultaria em amplo arrependimento e reavivamento espiritual, algo que nossa igreja está buscando.

Quando Deus derrama Seu Espírito, as pessoas olham para Aquele a quem traspassaram e choram por Ele como alguém chora a morte de um filho único. A palavra hebraica para “traspassaram” (daqar) frequentemente descreve algum tipo de violência física, geralmente resultando em morte (Nm 25:8; 1Sm 31:4).

A intensidade do sofrimento das pessoas é reforçada pela constatação de que seus próprios pecados causaram a morte de Jesus Cristo.

3. Leia Zacarias 12:10. Como o apóstolo João ligou essa passagem com a crucificação de Cristo e Sua segunda vinda? Jo 19:37; Ap 1:7

É interessante que uma interpretação tradicional judaica afirma que esse verso aponta para a experiência do Messias. Evidentemente, os judeus estão certos: o verso está falando de Jesus e Sua morte na cruz (Is 53).

“As cenas do Calvário requerem a mais profunda emoção. A esse respeito vocês estarão desculpados se manifestarem entusiasmo. Nossos pensamentos e imaginação jamais poderão compreender plenamente que Cristo, tão excelente, tão inocente, devesse sofrer tão dolorosa morte, suportando o peso dos pecados do mundo” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 213).

Como você pode crescer na apreciação do significado da morte de Cristo e do que ela lhe oferece?


Quarta

Ano Bíblico: Sl 31–35 

O Bom Pastor

Durante séculos, judeus e cristãos leitores da Bíblia encontraram no livro de Zacarias numerosas referências ao Messias e aos tempos messiânicos. Os cristãos têm compreendido que essas passagens se aplicam à vida e ministério de Jesus Cristo: o Rei triunfante e, no entanto, pacífico (Zc 9:9), Aquele que foi traspassado (Zc 12:10), o Pastor que foi ferido (Zc 13:7).

Em Zacarias 13:7-9, foi revelada ao profeta uma cena em que a espada do juízo do Senhor vai contra o Bom Pastor. Em ocasião anterior, o profeta viu a espada sendo levantada contra o “pastor inútil” (Zc 11:17). Mas nesta passagem (Zc 13:7-9), o Bom Pastor é ferido e o rebanho se dispersa. Sua morte resulta em grande aflição e prova para o povo de Deus, durante as quais alguns perecem. No entanto, todos os fiéis são purificados.

4. Leia Mateus 26:31 e Marcos 14:27. Como Jesus aplicou essa profecia ao que aconteceria naquela noite? O que a fuga dos discípulos diante da adversidade (Mt 26:56; Mc 14:50) nos ensina sobre a fidelidade de Deus, em contraste com a infidelidade humana?

A imagem de Deus como Pastor é encontrada em muitos lugares na Bíblia. Começa com o livro de Gênesis (Gn 48:15) e termina com o Apocalipse (Ap 7:17). Por meio de Ezequiel, Deus repreendeu os pastores infiéis de Seu povo, prometeu procurar as ovelhas perdidas e cuidar delas (Ez 34). Aplicando essas palavras a Si mesmo, Jesus declarou que Ele é o bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas (Jo 10:11).

Pense nas vezes em que você foi infiel ao Senhor. Apesar disso, como Ele continua a lhe mostrar misericórdia e graça? Qual deve ser sua resposta a essa misericórdia e graça?

  
Quinta

Ano Bíblico: Sl 36–39 

Rei de toda a Terra

5. Leia Zacarias 14. O que aprendemos com essa passagem?

No último capítulo de seu livro, Zacarias descreveu um dia em que todas as nações impenitentes se unirão contra Jerusalém. Mas no último momento, o Senhor intervirá, libertando Seu povo e estabelecendo Seu reino eterno na Terra. Depois que todos os Seus oponentes forem destruídos, todas as nações adorarão o único Deus verdadeiro. O Senhor será Rei sobre toda a Terra. Ele será o único Senhor e Seu nome será exaltado acima de todos os nomes. O grande “EU SOU” expressa tudo o que Deus é e sempre será. Embora essas coisas devessem ter acontecido se Israel tivesse permanecido fiel, elas ainda se cumprirão em escala maior, durante a redenção final do povo de Deus.

Quando Zacarias anunciou a vinda do Messias, não traçou uma linha de separação entre a primeira e a segunda vinda. Como foi o caso com outros profetas, ele viu o futuro reino do Messias como glorioso. Somente à luz da primeira vinda podemos distinguir entre as duas vindas de Cristo. Podemos também sentir gratidão por tudo o que Ele realizou para nossa salvação no Calvário. Assim, podemos aguardar com alegria, na esperança do reino eterno de Deus (Dn 7:14).

A seção final desse livro profético descreve Jerusalém em toda a sua glória, exaltada, habitada e segura. Os salvos de todas as nações participarão da adoração ao Rei eterno. Toda a cidade de Jerusalém se encherá com a santidade do templo.

Quando essas promessas gloriosas são estudadas juntamente com o ensino geral da Bíblia, chegamos à conclusão de que o cumprimento final dessas previsões terá lugar na Nova Jerusalém, onde o povo de Deus se reunirá e O adorará para sempre. Isso tudo acontecerá somente após a segunda vinda de Jesus. Os temas dos seus eternos louvores serão a divina salvação, Sua bondade e poder, como vemos na conclusão do famoso cântico de Moisés: “O Senhor reinará por todo o sempre” (Êx 15:18). Os antigos profetas e o povo fiel do passado olhavam com grande expectativa para esse evento culminante.

Pense na redenção final que nos foi prometida: um novo céu e uma nova Terra sem pecado, morte, sofrimento, nem perdas. Que razões você tem para essa esperança, e como você pode mantê-­las diante de você a cada dia, especialmente em tempos de angústia, medo e dor?

Sexta

Ano Bíblico: Sl 40–45 

Estudo adicional

Nos dias mais sombrios de seu longo conflito com o mal, à igreja de Deus têm sido dadas revelações do eterno propósito de Jeová. A Seu povo tem sido permitido olhar para além das provas do presente aos triunfos do futuro quando, findo o conflito, os redimidos entrarão na posse da Terra prometida. Essas visões de glória futura, cenas pintadas pela mão de Deus, devem ser estimadas por Sua igreja hoje, quando o conflito dos séculos está chegando rapidamente ao fim, e as bênçãos prometidas devem ser logo experimentadas em toda a sua plenitude [...]

“As nações dos remidos não conhecerão outra lei senão a lei do Céu. Todos serão uma família unida e feliz, revestida com as vestes de louvor e ações de graças. Sobre essa cena, as estrelas da manhã cantarão juntas e os filhos de Deus exultarão de alegria, enquanto Deus e Cristo Se unirão proclamando: ‘Não haverá mais pecado nem morte’” (Ap 21:4; Ellen G . White, 
Profetas e Reis, p. 722, 732, 733).
Perguntas para reflexão

1. Por mais que os seres humanos tenham se esforçado para melhorar as coisas em nosso mundo, elas continuam piorando. Segundo a Bíblia, somente quando Cristo voltar, o planeta será transformado no paraíso que tanto almejamos. Embora conheçamos essa verdade, por que ainda somos chamados a trazer todo o conforto, cura e consolo possíveis a este mundo?

2. A lição de quinta-feira apontou o fato de que muitas profecias do Antigo Testamento falam sobre as duas vindas de Jesus de uma forma que parecem se referir a um evento apenas. O que isso nos diz sobre o íntimo relacionamento entre a primeira e a segunda vinda de Jesus, em termos do plano da salvação? Por que sem a primeira vinda de Cristo não poderia haver a segunda, e por que sem a segunda vinda, a primeira não teria sido proveitosa?

3. O que podemos aprender com o estudo de Zacarias, a fim de nos prepararmos para o derramamento do Espírito Santo, que é vital para o reavivamento e reforma de que tanto necessitamos?

Respostas sugestivas: 1. Deus tem promessas de salvação e restauração para Seu povo. Se confiarmos nessas promessas, viveremos para agradar o Senhor, falando a verdade com nosso semelhante e julgando retamente nossas questões, segundo a verdade, em favor da paz; não pensaremos mal no nosso coração contra o próximo, nem amaremos o juramento falso. Assim, nosso testemunho atrairá o mundo inteiro para o Senhor. 2. Os evangelhos confirmaram que Ele cumpriu a profecia de Zacarias, porque entrou em Jerusalém como Rei e Salvador, descendente de Davi, sentando em um jumentinho. 3. Mostrou que a profecia se cumpriu quando Jesus foi traspassado por um soldado e se cumprirá novamente na Sua segunda vinda, quando os inimigos contemplarão Sua glória. 4. Jesus disse que Ele seria ferido e os discípulos seriam dispersos, cumprindo assim o simbolismo de Zacarias. Jesus foi ferido, mas continuou firmemente em Sua obra de salvação, enquanto os discípulos ficaram com medo e fugiram. 5. Deus punirá Seu povo e salvará o remanescente fiel; as nações serão julgadas e castigadas; Jerusalém e a terra dos judeus serão restauradas; no fim, todas as nações O adorarão. Os povos que não adorarem o Senhor, serão destruídos.


ESCOLA SABATINA


Texto-chave: Zacarias 3:10

O aluno deverá...

Saber: Que o dom supremo de Deus à humanidade foi enviar à Terra o Messias, Jesus Cristo.

Sentir: Que as profecias messiânicas demonstram a preocupação de Deus com nossa situação e a solução divina para o problema do pecado.

Fazer: Cultivar fé no Messias que veio voluntariamente à Terra para salvar a humanidade, embora isso tenha causado Seu sofrimento e morte.

Esboço

I. Saber: A certeza das profecias messiânicas

A. O que os diferentes títulos dados ao Messias e as cenas de Sua vida falam sobre Suas realizações?

B. O que as predições sobre a primeira vinda do Messias têm em comum com nossa preparação para Sua segunda vinda?

C. O que significa a ideia de que o povo de Deus resplandecerá na Sua terra como as joias de uma coroa?

II. Sentir: Traspassado por você

A. Que emoções enchem seu coração quando você percebe que Alguém sofreu e morreu por você, para que você pudesse viver?

B. O que aconteceria se nosso Redentor, o Messias, não tivesse vindo?

III. Fazer: Cultivar fé em Jesus Cristo

A. Na prática, como você pode ajudar os outros a desenvolver emoções profundas por Cristo ao estudar as cenas do Calvário?

B. Como você pode crescer na fé em Jesus?

Resumo: Jesus Cristo veio ao mundo no momento exato, a fim de salvar os que nEle cressem. Essa é a maior história e o mais decisivo evento ocorrido no mundo. Nosso destino futuro depende de nosso relacionamento com o Messias que veio e voltará novamente. 


Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando a Palavra: Zacarias 12:10

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Conhecer Cristo pessoalmente é vital para a nossa vida espiritual. O cumprimento das profecias messiânicas relacionadas com a primeira vinda de Jesus nos dá a certeza de que Ele virá outra vez. Sem essa esperança da segunda vinda de Jesus Cristo, a vida não teria sentido. Fé e confiança em Jesus resultam em vida eterna (Jo 17:3).
Só para o professor: A última parte do livro de Zacarias (capítulos 9–14) é geralmente classificada como escatológica ou apocalíptica, o que significa que essas profecias se concentram no tempo do fim. Os últimos dias tiveram início com a primeira vinda de Jesus (Hb 1:1, 2; At 2:17; 1Pe 1:20; 4:7; 2Pe 3:3), mas culminam com Sua segunda vinda. O profeta Zacarias apresenta profundas predições messiânicas, e os escritores dos evangelhos aplicam algumas delas diretamente à vida de Jesus Cristo.

Discussão de abertura

Reflita com sua classe sobre o significado do seguinte pensamento: Esperança é vital em uma situação que parece sem esperança.

1. Por que é importante que as pessoas tenham esperança? Compartilhe exemplos reais de como a esperança ajudou alguém a sobreviver em um momento de crise.

2. O que acontece quando pessoas doentes ou prisioneiros de guerra perdem a esperança? Por que os cristãos são voltados para a esperança?

Compreensão

Só para o professor: O apóstolo Paulo falou sobre três conceitos fundamentais: fé, esperança e amor (1Co 13:13). Esta lição enfatiza a esperança. Focalize o conceito de esperança e explique-o a partir de diferentes ângulos.


Comentário Bíblico

I. Sete profecias messiânicas no livro de Zacarias

Ainda que as profecias messiânicas de Zacarias sejam desafiadoras e às vezes enigmáticas, a ideia principal fica clara: Cristo está vindo. É interessante que os profetas Isaías e Zacarias tiveram mais a dizer sobre o Messias vindouro do que qualquer outro profeta do Antigo Testamento.

1. A primeira profecia messiânica 

(Recapitule com a classe Zc 3:8, 9.)

Três títulos maravilhosos para o Messias aparecem nessa passagem (o profeta Isaías já os havia mencionado). O Messias é chamado de “Meu Servo” (v. 8; leia também Is 42; 49; 50; 52; 53), “Renovo” (v. 8; Is 4:2) e “Pedra” (v. 9; Is 28:16), mas dessa vez uma descrição específica é adicionada: a Pedra tem sete olhos e sobre ela está gravada uma inscrição [ou uma escultura lavrada, RA] (v. 9). Mais tarde, o Messias também remove o pecado e purifica as pessoas. A visão termina com uma imagem de segurança, paz, felicidade, em que as pessoas desfrutam de companheirismo porque o Messias reina (v. 10).

2. A segunda profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 6:12, 13.)

A coroação do sumo sacerdote Josué (Zc 6:11) é retratada como um tipo para o Messias. Jesus Cristo, o Renovo, finalmente será coroado como Rei e ao mesmo tempo será o Sacerdote. Em Israel, esses dois ofícios eram separados, mas o Messias iria combiná-los em Sua Pessoa. Ele mesmo seria o Rei-Sacerdote e reinaria em Seu trono. Somente Jesus Cristo tem essa posição. Ele é o Sumo Sacerdote que Se assenta no trono como Rei (Sl 110; Hb 7).

3. A terceira profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 9:9, 10.)

Zacarias descreve o Messias como Rei justo e humilde, montado em um jumento. O cumprimento dessa profecia é descrito em Mateus 21:5 e João 12:15, e é aplicado à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém no domingo de Sua última semana antes da crucificação.

4. A quarta profecia messiânica 

(Recapitule com a classe Zc 10:4.)

Zacarias 10:4 começa com a expressão “Dele”, o que levanta a questão acerca de quem é “ele”. O antecedente mais adequado é o Senhor (leia o v. 3). Isso significa que o Messias viria do Senhor, isto é, do Pai celestial. Esse verso messiânico muito curto apresenta quatro títulos maravilhosos para Jesus Cristo. Ele é a “pedra angular”, ou seja, o fundamento de todas as coisas (Sl 118:22; Is 28:16; compare com Mt 21:42); Ele é a “estaca da tenda”, que nos liga a Ele em justiça e sobre quem as pessoas podem lançar todas as suas preocupações, medos, ansiedades e fardos (Is 22:22, 23); Ele é o “arco de guerra”, ou seja, sendo o Guerreiro divino, Jesus é o símbolo da força (Êx 15:2, 3; Sl 7:1; 27:1); e Ele é o (absoluto ou soberano) “Governante”. NEle você pode confiar totalmente.

5. A quinta profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 11:4-14.)

Nessa passagem mais difícil, o Messias é descrito como o bom Pastor rejeitado a quem o Senhor pediu para cuidar do rebanho. Sem entrar em detalhes sobre as complexas figuras dessa seção bíblica, o verso 12 menciona a expressão “eles me pagaram trinta moedas de prata” (NIV) e o verso 13, a frase “Por isso tomei as trinta moedas de prata e as atirei no templo do Senhor, para o oleiro” (NVI). As expressões desses versos são aplicadas ao episódio em que Judas traiu Jesus Cristo por trinta moedas de prata e ao que os chefes dos sacerdotes fizeram com o dinheiro depois que Judas o devolveu (Mt 27:3, 6-9).

6. A sexta profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 12:10-14.)

Zacarias apresentou uma profecia sobre a reação da casa de Davi e dos habitantes de Jerusalém quando Jesus fosse crucificado: “Olharão para Mim, Aquele a quem traspassaram, e chorarão por Ele como quem chora a perda de um filho único” (v. 10, NVI). O quadro é sombrio: as pessoas olham para o Messias e choram amargamente por Ele, porque O traspassaram. Essa imagem da morte do Messias é usada em João 19:37 (compare com Sl 22:16; Is 53:5). Nossa necessidade de olhar para Jesus com fé é ressaltada em João 3:14, 15 (compare com Nm 21:9; Is 45:22; Hb 12:2).

7. A sétima profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 13:6-9.)

Nessa última passagem messiânica, o Messias é visto como Pastor, companheiro íntimo do Senhor, ferido pela espada. Quando o pastor fosse ferido, as ovelhas seriam espalhadas. Essa situação foi aplicada à dispersão dos apóstolos de Jesus nos evangelhos (Mt 26:31, 56; Mc 14:27, 49, 50).

A profecia sobre a maneira com que os pés do Messias estariam “sobre o Monte das Oliveiras” (Zc 14:4, 5) vai além do alcance da primeira vinda de Jesus Cristo. Ainda que Jesus Cristo tivesse andado sobre o Monte das Oliveiras durante Sua primeira vinda, essa predição proclama que o Monte das Oliveiras será dividido em dois. O cumprimento dessa profecia ultrapassa até mesmo a segunda vinda de Jesus porque, no momento da segunda vinda Ele não tocará o chão, mas permanecerá a certa altura (1Ts 4:16, 17). Todo o cenário se encaixa melhor com Sua terceira vinda depois do milênio, quando a Nova Jerusalém descerá “e todos os santos, com Ele” (Zc 14:5). Zacarias 14:6-9 descreve as condições da Nova Terra (Ap 21; 22).

Pense nisto: Peça que os alunos definam, em suas próprias palavras, os diferentes títulos de Jesus Cristo, expressos no livro de Zacarias. O que esses títulos revelam sobre Jesus?

II. Esperança que não o deixa envergonhado

(Recapitule com a classe Fp 1:20.)

O profeta Zacarias usou uma expressão muito original: “presos de esperança” (Zc 9:12). Temos esperança, mas, ao mesmo tempo, não somos livres. Somos prisioneiros, e esperamos a libertação futura. Esperamos um mundo melhor, que somente Jesus Cristo pode estabelecer. A esperança no Messias, o Rei, traz a solução definitiva para o profundo problema do pecado e do sofrimento, porque Ele agora estabelece o reino da graça e, posteriormente, estabelecerá o reino da glória.

Perguntas para reflexão

1. Como você se sente sendo “preso de esperança”? O que essa expressão especial significa para você?

2. Que textos bíblicos dão certeza da segunda vinda de Jesus Cristo? Quais deles você conhece de memória? Compartilhe com a classe seu texto favorito.

3. A primeira parte do nosso nome, adventistas do sétimo dia, se refere à bem-aventurada esperança. Como podemos ser mensageiros e portadores dessa esperança para os outros?

Aplicação

Só para o professor: Peça que os alunos memorizem as sete profecias messiânicas do livro de Zacarias e respondam às perguntas abaixo.


COMENTARIO SEMANAL


Luiz Gustavo S. Assis é formado em teologia pelo Unasp Campus 2 e atualmente exerce a função de pastor distrital no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, RS.

Ampliação

O comentário desta semana terá como foco três passagens da segunda parte do livro de Zacarias, que fazem referência a um Messias vindouro, e que, apesar de traspassado, também é triunfante. Os textos a ser analisados serão: o Rei da paz (9:9), Aquele que foi traspassado (12:10), o Pastor que foi ferido (13:7). Após essa avaliação, faremos alguns comentários sobre Zacarias 14.

I. O Rei da Paz (9:9) - “Alegra-te muito, ó Filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”.

Se você está bem familiarizado com os relatos da última semana do ministério de Jesus, deve se lembrar de que esse texto de Zacarias é citado quando Jesus estava entrando em Jerusalém montado em um jumentinho (cf. Mt 21:4, 5; Jo 12:14, 15). Essa prática, o uso de um texto do Antigo Testamento no Novo, tem sido motivo de inúmeros debates nos últimos anos. Alguns sugerem que os autores do Novo Testamento simplesmente escolhiam um texto qualquer da porção das Escrituras Hebraicas e o inseriam em outro contexto. Já outros notam que, ao citar um texto do Antigo Testamento, o autor bíblico tinha em mente um contexto mais amplo, não meramente um verso isolado. É nesse contexto mais amplo do Antigo Testamento que pode ser encontrado o sentido para a escolha do texto por parte do autor bíblico. Vejamos isso nesta passagem de Zacarias.

Por que Zacarias menciona um rei montado em um jumento e como isso está relacionado com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém? Existem pelo menos três motivos para essa descrição:

1) Jumentos eram animais tradicionais para procissões de reis e governantes entre os povos do Antigo Oriente Médio (cf. Jz 10:4; 12:14; 2Sm 16:2); portanto, ao usar esse animal, Jesus estava implicitamente apresentando a Si mesmo como Rei do Seu povo.

2) O fato de Jesus entrar em Jerusalém montado num jumento, e na época da Páscoa, traria à mente do público expectativas messiânicas enraizadas em alguns textos bíblicos (Gn 49:10; Is 62:11; Zc 9:9). Sendo assim, a imagem de um rei montado em um jumento se aproximando de Jerusalém era indubitavelmente entendida como a chegada do Rei messiânico. Ou seja, Jesus não estava apenas Se identificando como Rei, mas também como Messias e proclamando uma era de restauração através do Seu povo.

3) Ao longo do Antigo Testamento, cavalos estão associados com guerras e orgulho humano; porém, jumentos poderiam representar a imagem de uma humildade pacífica. Com isso em mente, quem sabe Jesus estivesse fazendo uma demonstração da natureza da Sua realeza (Dt 17:16; 2Sm 15:1; Sl 20:6-9; 33:16-18; 147:10, 11; Pv 21:31; Zc 9:9, 10).

Foi com isso em mente que Mateus e João citaram Zacarias 9:9 referindo-se à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

II. Aquele que foi traspassado (12:10) – “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito de graça e de súplicas; olharão para Aquele a quem traspassaram; pranteá-Lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por Ele como se chora amargamente pelo primogênito.”

Esse texto foi utilizado por João em duas ocasiões (Jo 19:37; Ap 1:7) para se referir a Jesus. Como o autor da lição mencionou, o verbo hebraico daqar (traspassar) tem a conotação de violência física que resulta em morte (cf. Nm 25:8; 1Sm 31:4). Tendo em mente esse contexto mais amplo do Antigo Testamento, poderíamos citar duas passagens clássicas que falam de Alguém que sofreria uma espécie de morte que chamaria a atenção de “muitos”: Isaías 52:13–53:12 e Daniel 9:24-27. Em ambas as passagens, se pode ver uma morte substitutiva, e consequentemente a redenção de muitos possibilitada por essa morte. Claramente, esses textos encontraram seu cumprimento em Cristo Jesus (cf. Mt 26:26-30).

Além disso, o texto de Zacarias faz menção ao sofrimento dAquele que foi traspassado. Isso me fez lembrar de um antigo texto chamado “O Longo Silêncio”, citado pelo falecido teólogo anglicano John Stott, na sua clássica obra “A Cruz de Cristo”:

“No fim dos tempos, bilhões de pessoas estavam espalhadas numa grande planície perante o trono de Deus. A maioria fugia da luz brilhante que se lhes apresentava pela frente. Mas alguns grupos falavam animadamente — não com vergonha abjeta, mas com beligerância. "Pode Deus julgar-nos? Como pode Ele saber acerca do sofrimento?", perguntou uma impertinente jovem de cabelos negros. Ela rasgou a manga da blusa e mostrou um número que lhe fora tatuado num acampamento de concentração nazista. "Nós suportamos terror... espancamentos... tortura... morte!”

“Em outro grupo um rapaz negro abaixou o colarinho. "E que dizer disto?", perguntou ele, mostrando uma horrível queimadura de corda." Linchado... pelo único crime de ser negro!”

“Em outra multidão, uma colegial grávida, de olhos malcriados, murmurava: "Por que devo sofrer? Não foi culpa minha."

“Por toda a planície havia centenas de grupos como esses. Cada um deles tinha uma reclamação contra Deus por causa do mal e do sofrimento que Ele havia permitido no Seu mundo. Quão feliz era Deus por viver no Céu onde tudo era doçura e luz, onde não havia choro nem medo, nem fome nem ódio. O que sabia Deus acerca de tudo o que o homem fora forçado a suportar neste mundo? Pois Deus leva uma vida muito protegida, diziam.

“De modo que cada um desses grupos enviou seu líder, escolhido por ter sido o que mais sofreu. Um judeu, um negro, uma pessoa de Hiroshima, um artrítico horrivelmente deformado, uma criança talidomídica. No centro da planície tomaram conselho uns com os outros. Finalmente, estavam prontos para apresentar seu caso. Antes que pudesse qualificar-Se para ser Juiz deles, Deus deve suportar o que suportaram. A decisão deles foi que Deus devia ser sentenciado a viver na Terra — como homem!

"Que Ele nasça judeu. Que haja dúvida acerca da legitimidade de seu nascimento. Seja dado a Ele um trabalho tão difícil que, ao tentar realizá-lo, até mesmo Sua família pensará que Ele está louco. Que Ele seja traído por seus amigos mais íntimos, que enfrente acusações falsas, seja julgado por um júri preconceituoso, e condenado por um juiz covarde. Que Ele seja torturado.

"Finalmente, que Ele conheça o terrível sentimento de estar sozinho. Então que Ele morra. Que morra de tal forma que não haja dúvida de que morreu. Que haja uma grande multidão de testemunhas que o comprovem."

“E quando o último acabou de pronunciar a sentença, houve um longo silêncio. Ninguém proferiu palavras. Ninguém se moveu. Pois, de súbito, todos sabiam que Deus já havia cumprido Sua sentença.”

O Deus apresentado nas páginas sagradas não Se limita às fronteiras celestiais. Em determinado momento da história, Ele assumiu a natureza humana e sofreu de maneira intensa para proporcionar a nós aquilo que não somos capazes de conseguir por nós mesmos.
Como disse Lutero, "Senhor Jesus, Tu és a minha justiça, e eu o Teu pecado. Levaste sobre Ti o que era meu; mas depuseste sobre mim o que éTeu. Tu Te tornaste o que não eras, para que eu pudesse me tornar o que eu não era."

III. O Pastor que foi ferido (13:7) – “Desperta, ó espada contra o Meu pastor e contra o Homem que é o Meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos; fere o Pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para os pequeninos.”

Existem algumas passagens do Antigo Testamento onde Deus é retratado como um Pastor (cf. Ez 34; Jr 23). No caso de Ezequiel, o próprio Deus promete procurar as ovelhas que se perderam e lhes oferecer cuidado e proteção. Zacarias (13:7) tinha essas ovelhas em mente quando falava a respeito de um pastor ferido. O próprio Jesus aplicou a Si mesmo essas palavras em Mateus 26:31. Não somente ali, mas ao declarar “Eu sou o bom Pastor” (Jo 10:11), Jesus estava ecoando esses versos escritos séculos antes de Sua aparição na Palestina do 1º século d.C. Há novamente o indicativo da morte do Pastor nesse texto. Como o próprio Jesus disse posteriomente, “o bom Pastor dá a vida por Suas ovelhas” (Jo 10:11). Uma das mais belas reflexões sobre isso pode ser encontrada numa desconhecida espístola a um certo Diognetus, datada do 2º século d.C.: "Ó doce troca! Ó operação inescrutável! Ó benefícios que ultrapassam todas as expectativas! Que a impiedade de muitos fosse oculta em apenas Um justo, e que a justiça de Um justificasse a muitos transgressores."

Perspectiva profética

Um fenômeno comum entre os profetas do Antigo Testamento é  chamado de “perspectiva profética”. É quando algumas visões se entrelaçam e levam o profeta a descrevê-las como acontecendo no mesmo momento. Por exemplo, estudaremos na próxima lição o livro do profeta Malaquias. Em 3:1, ele estava se referindo claramente à primeira vinda de Jesus, que seria anunciada por João Batista. Já o verso 2 é uma referência à segunda vinda de Cristo. Ambas estão descritas como acontecendo ao mesmo tempo. O mesmo fenômeno ocorre em Zacarias 14.Os eventos ali descritos alcançam o cumprimento final nas últimas páginas do Apocalipse. Quem sabe, na mente de Zacarias não existiria um período tão grande entre suas visões sobre o Messias e esse capítulo.

Os judeus dos dias de Cristo conheciam muito bem essas profecias do Antigo Testamento. No entanto, eles se concentraram mais nesse aspecto triunfante do Messias, em vez de em Seu sofrimento e morte. Hoje, podemos correr um perigo parecido. Enquanto muitos estão estudando profecias bíblicas, a tendência é demorar-se em questões periféricas e em especulações, enquanto o maior dos acontecimentos está prestes a ocorrer. As profecias não foram dadas para satisfazer nossa curiosidade, mas sim para que tenhamos o foco certo e vivamos de maneira coerente com o evento que estamos aguardando.