sexta-feira, 27 de julho de 2012

ES – Lição 5 - O exemplo apostólico (1Ts 2:1-12) – 3º Trim, 2012

 

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Publicado em 26/07/2012 por LicoesdaBiblia "Visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nos- so coração" (1Ts 2:4) Com a participação do pastor Adilson Moraes (Departamental de Publicações da União Centro-Oeste Brasileira) e do pastorjames Lima (Departamental de Mordomia Cristã e Comunicação Associação Mato-Grossense)

 

Fonte: Novo Tempo: Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

 

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Lição 5 de 28 de julho a 4 de agosto

O exemplo apostólico (1Ts 2:1-12)

 

Sábado à tarde

Ano Bíblico: Is 20–23

VERSO PARA MEMORIZAR: “Visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração” (1Ts 2:4).

Leituras da semana: 1Ts 2:1-12; At 16; Dt 10:16; Sl 51:1-10; 2Co 8:1-5; Lc 11:11-13

Pensamento-chave: Ao revelar qual deve ser o verdadeiro motivo do ministério, Paulo pode nos ajudar a examinar nosso coração e nossa vida à luz do evangelho.

A lição desta semana marca uma importante transição dos argumentos da primeira carta aos Tessalonicenses. Paulo partiu do foco na igreja (1Ts 1:2-10) para o foco nos apóstolos e na experiência deles em Tessalônica (1Ts 2:1-12). No capítulo anterior, Paulo deu graças a Deus porque os cristãos em Tessalônica seguiram o exemplo dele e, por sua vez, tornaram-se modelos de fidelidade. Agora, em 1 Tessalonicenses 2:1-12, ele examinou com mais profundidade o tipo de vida que permite aos apóstolos atuar como exemplos a ser seguidos.

Embora existam muitas possíveis motivações para o ensino, pregação e serviço, Paulo apontou a mais importante: que o ministério seja agradável a Deus. Paulo estava menos preocupado com o crescimento numérico da igreja do que com seu crescimento, por meio da graça de Deus, nos princípios espirituais corretos.

Nesta lição vislumbramos a vida íntima de Paulo. Ele a expôs de um modo que nos desafia a alinhar nossas esperanças espirituais, sonhos e motivações para que agrademos a Deus e influenciemos os outros de modo correto.

Domingo

Ano Bíblico: Is 24–26

Ousadia no sofrimento (1Ts 2:1, 2)

1. Leia 1 Tessalonicenses 2:1, 2, à luz de Atos 16. Que conexão Paulo fez entre seu ministério anterior em Filipos e seu ministério em Tessalônica?

Em 1 Tessalonicenses 2:1 são retomados os temas do capítulo 1. A expressão “vós, irmãos, sabeis” do verso 1 relembra a mesma linguagem de 1 Tessalonicenses 1:5. E a referência de Paulo à “estada” ou “visita” (NVI) à igreja relembra 1 Tessalonicenses 1:9. Assim, Paulo continuou os temas que ele levantou no primeiro capítulo da carta. O fim do capítulo anterior estava relacionado com o que “todos” sabiam sobre os tessalonicenses. Neste capítulo ele considera o que os leitores sabiam acerca dos apóstolos e o comprometimento deles com a fé.

Paulo lembrou como ele e Silas foram maltratados de modo vergonhoso em Filipos em virtude da pregação do evangelho. No longo caminho de Filipos a Tessalônica, cada passo era uma lembrança dolorosa desse tratamento cruel. Sem dúvida, eles traziam sinais exteriores da dor, mesmo no momento da chegada a Tessalônica. Nesse ponto, teria sido fácil adotar uma abordagem menos direta para o evangelismo na nova cidade. Depois de tudo que tinham acabado de passar, quem iria censurá-los?

Mas os tessalonicenses se mostraram ansiosos por receber a verdade e abertos para ela. A realidade dizia: “Jamais pregue o evangelho novamente.” Mas, no meio da dor e do sofrimento, Deus estava dizendo a Paulo e Silas: “Sejam ousados. Sejam fortes!” Por isso, eles “começaram a ser ousados” (1Ts 2:2, tradução do autor), apesar da probabilidade de que a perseguição se repetisse. Havia um forte e evidente contraste entre sua condição humana (e todas as fragilidades que vêm com ela) e o poder que Deus lhes concedia.

No fim, o Senhor usou essas circunstâncias exteriores para Sua glória. As feridas visíveis dos pregadores evidenciavam duas coisas aos tessalonicenses. Primeira, sua pregação do evangelho realmente era o resultado de sua convicção pessoal. Eles não estavam fazendo isso para benefício pessoal (veja 1Ts 2:3-6). Segunda, ficou claro para os ouvintes que Deus estava de uma forma poderosa com Paulo e Silas. O evangelho que eles pregavam não era apenas uma concepção intelectual, mas era acompanhado pela presença viva do Senhor, como revelado na vida dos apóstolos (v. 13).

O que você apontaria como evidência de que Deus mudou sua vida? Essa evidência é percebida pelos outros?

Segunda

Ano Bíblico: Is 27–29

O caráter dos apóstolos (1Ts 2:3)

2. O que Paulo declarou a respeito dos seus motivos para ensinar e exortar? 1Ts 2:3

Era muito conhecido no mundo antigo o conceito de que havia três chaves para persuadir as pessoas a mudar suas ideias ou práticas. As pessoas julgam o poder de um argumento com base no caráter (em grego: ethos) do orador, na qualidade ou lógica do argumento (logos), e no poder do apelo do orador sobre as emoções ou interesse (pathos) do ouvinte. Em 1 Tessalonicenses 2:3-6, Paulo focalizou o caráter dos apóstolos como um importante elemento da pregação que promoveu mudanças radicais entre os tessalonicenses.

Nesses versos, Paulo traçou um contraste entre ele e os filósofos populares, cuja pregação muitas vezes era motivada pelo benefício pessoal (veja a lição 3). Paulo usou três palavras no verso 3 para descrever possíveis motivações equivocadas para a pregação ou ministério.

A primeira é “engano”, um erro intelectual.

Um pregador podia estar entusiasmado com uma ideia que estivesse simplesmente errada. Poderia estar totalmente sincero, mas iludido. Ele poderia pensar que estivesse fazendo o bem aos outros, mas ser motivado por ideias falsas.

A segunda palavra é “impureza”, ou “imundícia.”

As pessoas são atraídas por indivíduos amplamente conhecidos por seu poder, ideias ou desempenho. Algumas figuras públicas podem ser motivadas pelas oportunidades sexuais que vêm com a fama ou notoriedade.

A terceira palavra é mais bem traduzida por “dolo” ou “fraudulência”.

Nesse caso, o orador estaria ciente de que as ideias apresentadas estavam erradas, mas conscientemente tentaria enganar as pessoas a fim de se beneficiar.

Paulo e Silas não eram motivados por nenhuma dessas coisas. Se tivessem sido, sua experiência em Filipos provavelmente teria feito com que abandonassem a pregação. A ousadia que eles demonstravam em Tessalônica era possível somente pelo poder de Deus atuando por meio deles. O poder que o evangelho teve em Tessalônica (1Ts 1:5) em parte era devido ao caráter dos apóstolos, que brilhava em suas apresentações. Os argumentos lógicos e apelos emocionais não eram suficientes. O caráter deles estava de acordo com suas declarações. Essa autenticidade tem um poder tremendo no mundo de hoje, como tinha nos tempos antigos.

Pense em seus motivos para tudo que faz. Eles são puros, livres de erro, dolo e impureza? Se eles não são o que deveriam ser, como você pode mudar para melhor? Leia Dt 10:16; Fp 4:13 e Sl 51:1-10.

Terça

Ano Bíblico: Is 30–33

Agradar a Deus (1Ts 2:4-6)

3. Qual era a motivação de Paulo para o ministério? Quais eram as alternativas do mundo? Por que muitos não percebem as diferenças e se enganam quanto à pureza dos próprios motivos? Por que é tão fácil alguém se enganar? 1Ts 2:4-6

Apalavra geralmente traduzida como “aprovados” (1Ts 2:4) reflete a ideia de teste ou exame. Os apóstolos permitiram que Deus pusesse à prova a integridade de sua vida e intenções. O objetivo desse teste era garantir que o evangelho que pregavam não seria distorcido pela divergência entre o que eles pregavam e o que praticavam.

Os filósofos populares da época escreviam sobre a importância do autoexame. Eles ensinavam que, se você quiser fazer diferença no mundo, precisa examinar constantemente seus motivos e intenções. Paulo leva essa ideia um passo adiante. Além da autoavaliação, ele foi examinado por Deus. O Senhor verificou que a pregação de Paulo era coerente com sua vida interior. Em última instância, somente Deus merece ser agradado.

Os seres humanos precisam de um senso de valor para atuar. Muitas vezes procuramos esse valor acumulando bens, por meio de realizações ou das opiniões positivas que os outros expressam sobre nós. Mas todas essas fontes de autoestima são frágeis e muito transitórias. A autoestima genuína e duradoura é encontrada apenas por intermédio do evangelho. Quando compreendemos plenamente que Cristo morreu por nós, começamos a experimentar um senso de valor que nada neste mundo pode abalar.

4. Que outras coisas podem motivar os mensageiros? 1Ts 2:5, 6

O conceito de bajulação retoma o tema de agradar pessoas, um fundamento fraco para o evangelismo. Paulo não estava motivado pelo que as outras pessoas pensavam dele. Ele também excluiu outra motivação mundana para o ministério: o dinheiro. Pessoas que foram abençoadas pelo ministério de alguém geralmente ficam ansiosas para dar dinheiro para esse ministério ou para comprar seus produtos. Isso pode tentar os obreiros de Deus a perder o foco da única motivação que realmente importa: agradar a Deus.

O que em sua vida agrada a Deus, e por quê? O que não agrada?

Quarta

Ano Bíblico: Is 34–37

Afeição profunda (1Ts 2:7, 8)

5. Em 1 Tessalonicenses 2:4, a principal motivação de Paulo para o ministério era agradar a Deus. Que motivação adicional Paulo apresentou nos versos seguintes? 1Ts 2:6-8

No mundo de hoje, dinheiro, sexo e poder são frequentemente considerados as principais motivações para o comportamento humano, pelo menos para as pessoas absorvidas pelo interesse próprio. Em 1 Tessalonicenses 2:3-6, Paulo usou uma série de palavras diferentes para descartar motivações semelhantes em relação ao seu ministério. Ganância, imoralidade, engano e bajulação não têm lugar na vida cristã, nem no ministério. Os apóstolos foram motivados principalmente pelo desejo de agradar a Deus em tudo o que faziam.

No verso 6, Paulo mencionou que os apóstolos poderiam ter sido um fardo para os tessalonicenses, ou, literalmente, poderiam ter tentado “impor sua vontade”. Como apóstolos e mestres, eles poderiam ter exigido o reconhecimento de seu status. Poderiam ter esperado favores monetários e ser tratados com honra especial. Mas, em Tessalônica, Paulo recusou qualquer coisa que comprometesse seus motivos, ou que fosse uma pedra de tropeço no caminho dos novos conversos.

Embora sua principal motivação fosse agradar a Deus, nos versos 7 e 8 ele expressou uma motivação adicional: a grande afeição pelos tessalonicenses. O verso 8 usou a linguagem da afeição. Para Paulo, pregar o evangelho era muito mais do que um dever. Ele dedicava ao povo o coração, e até mesmo o ser inteiro.

6. Como as igrejas da Macedônia, incluindo a de Tessalônica, responderam à ternura dos apóstolos? O que isso nos ensina sobre a importância do caráter dos que testemunham aos outros? 2Co 8:1-5

Na lição de segunda-feira, mencionamos as três chaves antigas para a persuasão: o caráter do orador (ethos), a lógica do argumento (logos), e o apelo à emoção ou interesse próprio (pathos). Nos versos 4-6, Paulo enfatizou o caráter dos apóstolos como motivo para segui-los. Nos versos 7 e 8, vemos um apelo ao pathos, o vínculo emocional que se desenvolveu entre os apóstolos e os tessalonicenses.
O evangelho manifesta seu maior poder quando toca o coração.

Pense no caráter de alguém que o influenciou de forma positiva. O que especificamente tocou seu coração? Como você pode imitar essas mesmas características?

Quinta

Ano Bíblico: Is 38–40

Para não ser um fardo (1Ts 2:9-12)

7. Enquanto Paulo esteve em Tessalônica, que outras coisas ele fez, além de pregar o evangelho, e por quê? 1Ts 2:9, 10

A ideia de que Paulo trabalhava “noite e dia” seria um grande exagero, se tomada literalmente. O grego, entretanto, expressa uma ideia qualitativa, e não a quantidade real de tempo despendido. Em outras palavras, Paulo estava dizendo que trabalhava além do chamado do dever, para não sobrecarregá-los. Ele não queria que nada atrapalhasse seu testemunho a eles.

Além disso, ele era muito cuidadoso para se comportar de modo a não causar ofensa diante de Deus nem de outros (1Ts 2:10; Lc 2:52). Paulo e os apóstolos procuravam ser irrepreensíveis em seus relacionamentos para que o evangelho se tornasse o foco central de atenção.

8. Que analogia Paulo usou para descrever sua maneira de tratar os tessalonicenses? O que essa analogia ensina? 1Ts 2:11, 12; Lc 11:11-13

O bom pai provê limites, encorajamento e amor. Ele adapta a educação e disciplina ao caráter único e à condição emocional de cada filho. Dependendo do filho e da situação, o pai pode oferecer incentivo, um “sermão” ou uma punição.

Havia certa tensão na abordagem missionária de Paulo. Por um lado, ele sempre procurava adaptar sua abordagem ao caráter específico e à situação do povo. Por outro lado, ele estava muito preocupado com a autenticidade, de modo que o exterior e o interior fossem uma coisa só. Como alguém pode ser autêntico e genuíno e ainda ser “tudo para com todas as pessoas”?

O segredo era o amor que Paulo tinha por seus conversos. Ele fazia tudo que podia para exemplificar autenticidade. No entanto, percebia que eles não estavam preparados para lidar com algumas coisas (leia também Jo 16:12). Por isso, ele trabalhava com as mãos e adaptava a instrução, tudo para evitar barreiras desnecessárias à aceitação do evangelho. Uma poderosa lição de autossacrifício.

Sexta

Ano Bíblico: Is 41–44

Estudo adicional

Não importa quão alta seja a profissão, aquele cujo coração não está cheio de amor a Deus e aos semelhantes não é verdadeiro discípulo de Cristo. ... Poderá ostentar grande liberalidade; mas se ele, por qualquer outro motivo que não o genuíno amor, entregar todos os seus bens para sustento dos pobres, esse ato não o recomendará ao favor de Deus” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 318, 319).

“Ao mesmo tempo que Paulo tinha cuidado em apresentar aos seus conversos os positivos ensinos da Escritura com relação à devida manutenção da obra de Deus, ... em várias ocasiões, ... trabalhou num ofício para obter a própria subsistência. ...

“É em Tessalônica que primeiro ouvimos a respeito de Paulo trabalhar com as próprias mãos num meio de vida, enquanto pregava a Palavra” (1Ts 2:6, 9; 2Ts 3:8, 9). ...

“Mas Paulo não considerava perdido o tempo assim empregado. ... Dava a seus companheiros de trabalho instruções quanto às coisas espirituais, e dava ao mesmo tempo um exemplo de atividade e de esmero” (Rm 12:11, RC; Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 234-236).

Perguntas para reflexão

1. Na prática, como se pode encontrar alegria ou coragem em meio ao sofrimento? Por que é muito mais fácil falar do que realmente descobrir essa alegria e coragem?

2. Considere alguém cuja vida evidentemente não reflete as alegações de ser cristão. Como essa pessoa influenciou você na caminhada com o Senhor?

3. Quais são as armadilhas de se tornar ligado emocionalmente às pessoas a quem você está partilhando o evangelho? Como podemos estabelecer os limites adequados?

Resumo: Nessa passagem, Paulo abriu o coração para revelar a verdadeira motivação para o ministério. O motivo principal é agradar a Deus, quer agrademos ou não aqueles a quem ministramos. A motivação do dinheiro, sexo e poder não têm lugar no coração decidido a agradar a Deus. O segundo motivo mais importante para o ministério é o amor sincero pelos perdidos. Esses dois motivos são claramente expressos em 1 Tessalonicenses 2:1-12.

Respostas sugestivas: 1: Paulo foi perseguido em Filipos e também em Tessalônica, mas o evangelho obteve frutos em ambos os lugares, pelo poder de Deus e ousadia dos apóstolos; eles tinham coragem de pregar em meio ao sofrimento. 2: Paulo não queria agradar a homens, mas a Deus; sua exortação não tinha engano, impureza nem dolo. 3: Agradar o Senhor, que prova o coração; o mundo busca agradar a homens; quando as pessoas não têm consciência do juízo divino, enganam aos outros e a si mesmos, usando linguagem de bajulação. 4: Intuitos gananciosos; a glória dos homens. 5: Carinho e amor pelas pessoas, como se fossem seus filhos; os apóstolos ofereciam aos irmãos o evangelho e a sua própria vida. 6: Em meio às tribulações, manifestaram alegria e generosidade para com outros cristãos necessitados; dedicaram a vida a Deus e aos apóstolos. 7: Trabalhou arduamente para não viver às custas dos irmãos, vivendo de modo justo, piedoso e irrepreensível, para dar o exemplo à igreja e evitar críticas e acusações. 8: A maneira pela qual o pai trata aos filhos; devemos tratar com amor e carinho as pessoas a quem ministramos, para que vivam de acordo com a vontade de Deus.

Resumo da Lição 5 – O exemplo apostólico (1Ts 2:1-12)

Texto-chave: 1 Tessalonicenses 2:1-12

O aluno deverá...

Saber: Que o testemunho de uma pessoa em favor de Cristo é mais eficaz quando está enraizado na motivação de agradar a Deus e amar os outros.
Sentir: O desejo de cuidar dos outros de modo mais genuíno e de agradar a Deus em tudo o que fazemos.

Fazer: Avaliar as forças motivadoras em nossa experiência cristã.

Esboço

I. Saber: Questão de caráter

A. Considere a lista de qualidades para anciãos e diáconos em 1 Timóteo 3:1-13. Por que o caráter é tão importante para a vida cristã?

B. Que motivações o apóstolo Paulo identifica em 1 Tessalonicenses 2:1-6 como impróprias para um cristão? O que torna essas motivações tão prejudiciais?

II. Sentir: Chamado à integridade

A. Você já testemunhou escândalos na igreja? Que motivações levaram a esses escândalos? E que impacto eles tiveram na igreja, na comunidade e em você?

B. Os modelos são importantes. Infelizmente, muitos dos modelos na sociedade atual minam as coisas que Deus mais aprecia. Paulo foi um modelo positivo para os tessalonicenses (1Ts 1:5, 6; 2:10). Quem são os modelos para Deus hoje? Que tipo de modelo você é na igreja, no local de trabalho ou na família?

III. Fazer: Avaliar nossos motivos

A. Alimentar os motivos errados pode facilmente minar o caráter e prejudicar a causa de Cristo. O que podemos fazer para garantir que os nossos motivos sejam puros?

B. Memorize Miqueias 6:8 e peça que Deus cumpra isso em sua vida.

Resumo: O desejo genuíno de agradar a Deus e amar os outros é a única motivação suficiente para viver de uma maneira que seja um verdadeiro testemunho por Cristo.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: A causa de Cristo é melhor servida quando somos motivados pelo desejo de agradar a Deus em tudo que fazemos e estamos dispostos a colocar as necessidades dos outros realmente antes das nossas.

Provavelmente a maior ameaça que a igreja cristã tem enfrentado nas últimas décadas não vem de fora dela, mas de dentro, em consequência da sempre crescente lista de escândalos que continuam abalando a igreja. Na verdade, infelizmente, uma pesquisa na internet sobre a expressão "escândalos da igreja" facilmente produz milhões de resultados. Embora cada escândalo envolva diferentes nomes, rostos e denominações, todos derivam de uma das três motivações pecaminosas para o ministério: o desejo de poder, dinheiro ou sexo.

O dano desses escândalos à causa de Cristo é desconcertante. Vivemos em uma geração em que a igreja perdeu em grande parte sua autoridade moral. Em vez de ser uma voz de restrição contra a depravação moral, os céticos são rápidos em apontar que a igreja é, muitas vezes, parte do problema. Depois de cada escândalo, mais pessoas começam a se perguntar como a mensagem do cristianismo pode ser verdadeira se parece que ela não faz diferença na vida daqueles que a proclamam.

Seria fácil atribuir esse problema aos líderes, cujos nomes realçam esses escândalos, mas isso realmente não resolve nada. Em vez de culpar alguém, precisamos entender que, exceto pela graça de Deus, qualquer um de nós poderia cair em tentações semelhantes. Afinal, somos todos seres humanos. A melhor atitude a seguir é prestar atenção à advertência dada pelo apóstolo Paulo aos tessalonicenses há dois mil anos sobre os perigos de permitir que nossa motivação para servi ao Senhor seja superada por qualquer tentação de satisfazer nossos próprios desejos.

Pense nisto: O que podemos fazer para ser parte da solução dos escândalos morais que têm atormentado a igreja, em lugar de ser parte dos escândalos?

Compreensão

Comentário Bíblico

I. As motivações de Paulo

(Recapitule com a classe 1 Tessalonicenses 2:1-8.)

Da mesma forma que as pessoas hoje, muitas vezes, são céticas a respeito dos evangelistas da televisão, que parecem mais interessados em dinheiro e fama do que em ajudar os necessitados, as pessoas no mundo antigo também eram céticas acerca dos filósofos itinerantes e oradores públicos, e com razão, pois frequentemente, os "pregadores" itinerantes da época de Paulo eram nada mais do que charlatões que perseguiam a fama e a fortuna.

Temos um quadro impressionante do tipo de trapaceiros religiosos presentes nos dias de Paulo quando consideramos a vida de um homem chamado Alexandre de Abonoteichus. De acordo com Luciano de Samósata, Alexandre era um charlatão por excelência. Durante o segundo século, Alexandre fundou uma seita muito popular centralizada em um deusa serpente chamada Glycon, que supostamente tinha uma cabeça humana, com cabelos loiros. Pessoas de muitos lugares, incluindo o imperador romano Marco Aurélio, foram para ouvir (e pagar pelos) oráculos de Glycon, tal como interpretados por Alexandre. Em apenas um ano, Alexandre recebeu 80.000 dracmas (a dracma era mais ou menos o equivalente a um dia de salário). Realmente era uma fraude lucrativa. O relato de Luciano e as imagens de Glycon podem ser encontradas por meio de pesquisa na internet utilizando a expressão "Luciano de Samósata: Alexandre, o falso profeta".

Para não ser associado a fraudes religiosas, como Alexandre, Paulo faz, em 1 Tessalonicenses 2:1-12, uma ousada defesa de seu ministério. Suas palavras deixam claro que algumas pessoas desconfiavam não apenas de seus ensinamentos, mas até mesmo dos motivos por trás de seu ministério. Em resposta a essas acusações, Paulo argumenta que seu ministério não estava fundamentado em engano , impureza, dolo (1Ts 2:3), nem ganância (v. 5), coisas que certamente eram associados à seita de Glycon.

Vale a pena observar alguns aspectos de três das palavras mencionadas por Paulo. Primeiro, o uso da palavra "impureza" provavelmente tenha conotações sexuais ligadas. Ela é usada com esse sentido em 1 Tessalonicenses 4:7, e Paulo frequentemente a associa à imoralidade sexual em outros lugares (2Co 12:21; Gl 5:19). Isso pode sugerir que alguns pagãos viam com desconfiança a associação de Paulo com as mulheres de destaque em Tessalônica que se haviam convertido ao cristianismo (At 17:4). Segundo, a palavra que Paulo usa em 1 Tessalonicenses 2:3 para "dolo" (RA) ou "fraudulência" (RC) vem de uma palavra que descreve a isca usada para pegar um peixe. Ela se refere a qualquer atividade que procura tirar vantagem de alguém sem que a pessoa perceba. Por último, embora a palavraganância (2:5, NVI) tenha alguma referência ao desejo de ganho financeiro, na verdade é um termo muito mais amplo. Ela vem da combinação de duas palavras gregas: "ter" e “mais”. Assim, ela aponta para o desejo humano generalizado de satisfação própria, em todas as fases da vida.

Pense nisto: Em uma época de charlatões itinerantes, por que era tão importante que Paulo defendesse seus verdadeiros motivos para o ministério? Que implicações isso pode ter para nós hoje?

II. O método de Paulo

(Recapitule com a classe 1 Tessalonicenses 2:9-12.)

Qualquer um pode alegar que seus motivos são justos. Se é verdade ou não é uma questão totalmente diferente. O estilo de vida e o ministério de Paulo, no entanto, deram amplas evidências da veracidade de suas alegações.

Ao contrário de outros mestres itinerantes, que dependiam do apoio financeiro de seus ouvintes, a prática de Paulo era ganhar o seu próprio sustento, trabalhando com as mãos. A razão para essa prática não era que Paulo achava que os ministros não deviam ser pagos pelos seus serviços. Em suas outras cartas, ele afirma claramente que eles devem receber apoio financeiro (1Tm 5:17, 18). Mas quando se tratava de seu próprio ministério, Paulo preferia não pedir dinheiro para que ninguém pudesse acusá-lo de simplesmente procurar ganhos financeiros.

Como, então, Paulo se sustentou em Tessalônica? Sendo fabricante de tendas por profissão (At 18:3; 20:34), Paulo teria ganho seu sustento passando o dia cortando, trabalhando com ferramentas e costurando couro em sua própria oficina ou na de um colega artesão. Embora o trabalho com peles não fosse fácil, a ocupação diária de Paulo era uma oportunidade de conhecer e conversar com as pessoas que precisavam de seus serviços. Sua trajetória como honesto homem de negócios certamente aumentava sua credibilidade na comunidade. Finalmente, depois de um longo dia de trabalho físico, e durante as horas do sábado, Paulo voltava sua atenção seu outro trabalho, do qual ele mais gostava: o privilégio de pregar e ensinar o evangelho àqueles que estavam interessados.

Por que Paulo fazia tudo isso? Ele "fez isso porque desejava que os novos cristãos soubessem que ele estava ali como um pai para seus filhos. Os pais não cobram dos filhos por criá-los, por educá-los para ser as pessoas que devem ser.

"Esse era o significado do trabalho de Paulo" (Tom Wright, Paul for Everyone: Galatians and Thessalonians [Paulo para Todos: Gálatas e Tessalonicenses]; Louisville, Kentucky: Westminster John Knox Press, 2004, p. 98).

Pense nisto: Muitas vezes os céticos dizem que as igrejas só estão interessadas em dinheiro. O que podemos aprender com o método de Paulo para sustentar seu próprio ministério, ao contrário do conceito do ceticismo?

Aplicação

Perguntas para reflexão

1. Em contraste com a acusação de ser um charlatão religioso, que duas metáforas Paulo usa para descrever a si mesmo em 1 Tessalonicenses 2:7, 11? O que essas imagens revelam sobre seu ministério e motivos?

2. As histórias do profeta Balaão no Antigo Testamento (Nm 22) e Simão, o mágico, no Novo Testamento (At 8) falam de dois homens que perderam de vista a verdadeira motivação para o ministério. Como esses homens perderam a direção? Que lições podemos aprender com eles?

Perguntas de aplicação

1. As histórias de José no Egito e Daniel em Babilônia contam a experiência de dois homens que eram fiéis a Deus quando muitos outros não eram. O que podemos aprender com esses homens que nos ajudarão em nossa luta contra as tentações do sexo, poder e dinheiro?

2. Ninguém acorda e repentinamente decide arruinar a própria vida por um capricho. Cada escândalo público na igreja começou com alguém dando pequenos passos em direção às concessões e ao pecado. O que podemos fazer para não seguir por esse mesmo caminho?

3. Embora a Bíblia registre as histórias de pessoas cuja integridade parecia nunca vacilar, ela também fala de homens e mulheres que cometeram erros graves, mas se arrependeram. Que história de arrependimento lhe oferece mais esperança para sua própria experiência? Por quê?

Criatividade

Atividade: Termine o estudo da lição lembrando os alunos de que ninguém é invencível. Todos temos nossas próprias provações e tentações. Mesmo os homens e mulheres mais piedosos que conhecemos lutam contra o pecado. Isso é o que a Bíblia ensina. Todos precisamos de encorajamento e oração.

Se possível, divida a classe em pequenos grupos de duas ou três pessoas para orar. Encoraje as pessoas a mencionar um pedido de oração. Além disso, peça a cada grupo para orar pelos líderes espirituais da igreja, pedindo que Deus os guarde de perder de vista o elevado propósito de seu chamado e que Ele os ajude a ter integridade inabalável.

Comentário Lição 5 – O EXEMPLO APOSTÓLICO

Texto – 1Tessalonicenses 2:1-12.

O tema básico do primeiro capítulo foi a resposta sincera ao evangelho por parte dos conversos de Tessalônica, fato que indicava sua eleição como povo de Deus. Agora, a ênfase muda para a conduta dos apóstolos durante sua estada na cidade.

Todo osegundo capítulo tem um tom apologético.  É uma defesa de Paulo diante dosvários ataques sofridos, direcionadosà sua pessoa, sua mensagem, seus propósitos e métodos. Seus acusadores eram judeus “fora da igreja”. Numa tentativa de desfazer a obra, caluniavam os obreiros. “Paulo se defendeu porque sabia que, se os inimigos fossem bem-sucedidos em suscitar desconfiança em relação à integridade do mensageiro, a mensagem teria sofrido morte natural” (Hendriksen).

Cada líder da igreja (especialmente os ministros do evangelho) deve comportar-se de tal maneira que possa fundamentar-se no testemunho dos membros de sua congregação, caso seja atacado caluniosamente.

Ousadia no sofrimento (2:1-2)

Quando uma frase começa com “porque” (a primeira palavra do verso 1), esperamos que se dê uma razão ou explicação de alguma coisa que a antecedeu. Talvez a conexão esteja em 1:9, onde Paulo menciona de forma breve o tipo de visita que teve em Tessalônica. “Porque vós, irmãos, pessoalmente sabeis que nossa estada entre vós não foi em vão”; assim, 2:1 dá uma explicação do caráter da visita que Paulo realizou em Tessalônica – levou a eles o evangelho.

Provavelmente, apenas poucos dias depois de terem sido severamente castigados, humilhados e presos em Filipos (v.2), Paulo e Silas tivessem começado sua obra em Tessalônica. Depois de castigos tão cruéis, impostores não teriam disposição nem coragem para continuar imediatamente sua obra numa cidade próxima. Talvez seja este o mais forte argumento em favor da legitimidade do ministério de Paulo na Macedônia.

O verso 2 termina com a frase “...para vos anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta”.“Muita luta”, no grego é “agon”, que indica qualquer forma de conflito ou luta. Dessa palavra é que se deriva nosso termo “agonia”. Nessa luta ou agonia, Paulo foi sempre resistindo, em meio às pressões, anunciando o evangelho sem jamais desistir. Era derrubado, mas não vencido, pois tornava a se levantar para continuar a luta. Tudo isso servia para demonstrar o poder do Espírito Santo, que nele atuava (Champlin, o NT Interpretado).

Os críticos de Paulo se esforçavam para desacreditar sua pessoa, lançando contra ele pesadas e levianas acusações. Havia quem dizia em Tessalônica que Paulo estava “fichado na polícia” e que não era mais que um delinquente que estava fugindo da “justiça”, e que não se podia, de maneira alguma, dar ouvidos a um homem dessa índole (Barclay).

Porém, assim como as trevas não podem prevalecer contra a luz, e a mentira não pode triunfar sobre a verdade, as acusações mentirosas dos inimigos não puderam destruir a reputação do apóstolo. Os conversos de Tessalônica conheciam melhor do que ninguém o que significou “a visita missionária” de Paulo à sua cidade e seus efeitos positivos na vida deles.

Paulo reconhecia que sua “ousadia” não era resultado de algum valor natural, mas provinha de Deus. Os apóstolos estavam pregando “o evangelho de Deus”, e o Senhor mesmo lhes havia proporcionado a confiança e energia necessárias para sua intrépida proclamação (Seventh Day Adventist Bible Commentary, v. 7, p. 240).

O caráter dos apóstolos (2:3)

“Nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo”.

A palavra “exortação” usada por Paulo (paraklasis, em grego), indica um apelo, tendo em vista o benefício dos ouvintes. O termo era utilizado para encorajar soldados antes da batalha, e se dizia que o encorajamento era necessário para soldados pagos (mercenários), mas desnecessário para os que lutavam por sua vida e seu país (Chave Linguística do NT Grego).

Conforme argumenta Howard Marshall, três substantivos são usados para expressar as características que Paulo repudia como sendo incompatíveis com a pregação cristã e com o estilo de vida dos pregadores.

Em primeiro lugar o “engano”. O termo não significa intenção de fraudar, mas ignorância ou erro a respeito da verdade acerca de Deus.

Em segundo lugar, o motivo de Paulo não era “impureza”. A palavra se refere à impureza moral, e Paulo a contrasta com a santidade (veja 4:7). Algumas seitas religiosas gregas se associavam com a prostituição ritual.

“Na mente popular não havia nenhuma conexão necessária entre a religião e os princípios morais. As iniciações, em meio a êxtases, que havia em algumas religiões populares eram grosseiramente sensuais” (Robertson). A acusação seria, então, que Paulo procurava convertidos para se entregar a excessos sexuais com eles.

A terceira característica que Paulo negou taxativamente é a de que agia em “dolo”. O termo grego tem o sentido de “colocar a isca no anzol”. Em outras palavras, Paulo não tentava pegar as pessoas em armadilhas prometendo a salvação, como faz um vendedor astuto para vender um produto desnecessário.

Conhecendo um pouco melhor o contexto e quanto eram graves essas acusações contra Paulo, podemos entender a necessidade e a seriedade de sua defesa. Paulo não empregava métodos desonestos para lograr as pessoas a fim de que acreditassem na sua mensagem, em contraste com alguns pregadores helenistas itinerantes, que não tinham escrúpulos quanto a métodos de ganhar seguidores. O homem que rejeitava até mesmo a eloquência (1Co 2:4) não tinha probabilidade nenhuma de apelar à astucia e ao logro para abordar seus ouvintes.

Portanto, no verso 3, Paulo nega as três acusações. Em seguida, ele põe a verdade em contraste com a mentira (v.4). É próprio do estilo paulino o emprego deste método de argumentar: refutação direta da acusação, seguida de uma declaração positiva (veja 1:5; 2:3,4; 2:5ss).

Agradar a Deus (2:4-6)

“A vida de Paulo foi uma exemplificação das verdades que ele ensinava. Nisso repousava seu poder. Seu coração estava cheio de um profundo e permanente senso de sua responsabilidade, e ele trabalhava em íntima comunhão com Aquele que é a fonte de justiça, misericórdia e verdade. Apegava-se à cruz de Cristo como sua garantia única de sucesso. O amor do Salvador era o permanente motivo que lhe dava a vitória nos seus conflitos contra o egoísmo e em suas lutas contra o mal, ao avançar, no serviço de Cristo, contra o desamor do mundo e a oposição de seus inimigos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 507).

Aprecio bastante as declarações de Hernandes em seu comentário das epístolas aos tessalonicenses.Escreveuele:

Paulo foi líder por excelência. Seu legado serve de exemplo para líderes ainda hoje. Há pelo menos, três atributos desse líder servo que devem se repetir em nossa vida:

1. O verdadeiro ministro do evangelho não procura conveniências, mas conversões. Em vez de ganhar a vida pelo evangelho, ele está pronto a dar a vida pelo evangelho.

2. O líder espiritual genuíno não busca lucro, mas trabalho. Paulo não foi a Tessalônica para tirar proveito de seus habitantes, mas para legar algo a eles; não para tirar vantagens, mas para doar. Não foi para ganhar dinheiro, mas para ganhar pessoas. Sua motivação não era o lucro, mas a salvação de outros. Paulo terminou sua vida pobre, sozinho e condenado à morte. Porém, nenhum rei, aristocrata, pensador ou filósofo é mais conhecido e estudado na História do que esse extraordinário apóstolo.

3. O líder espiritual não busca aplauso dos homens, mas a aprovação de Deus. Paulo foi um pastor, não um bajulador. Não pregava para agradar a homens, mas para ser aprovado por Deus. Não buscava reconhecimento humano, mas lutava para ser irrepreensível diante de Deus. Um bajulador se empenha em tornar a mensagem atraente para agradar as pessoas. Busca sua glória pessoal, não a de Deus. Está mais interessado em ser amado na Terra do que ser conhecido no Céu, o que não tem nada ver com o estilo de vida do apóstolo.

Afeição profunda (2:7-8)

“O primeiro capítulo de 1 Tessalonicenses mostra Paulo, o evangelista. O segundo mostra Paulo, o pastor, pois explica de que maneira o grande apóstolo cuidava dos recém-convertidos nas igrejas que havia fundado. Paulo considerava “a preocupação com todas as igrejas” uma responsabilidade maior do que todos os sofrimentos e dificuldades que enfrentava em seu ministério” (Wiersbe, v. 6, p. 212).

O verso 7 contém uma expressão, a meu ver, desafiadora especialmente para os líderes da igreja na atualidade: “...todavia nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos”.

Lutero traduz: “temos sido maternais”, o que está em harmonia com essa formosa e comovedora figura.

Imagine um fariseu falando assim para gentios, que eram considerados pelos judeus como cães odiosos, desprezados e alienados! A graça divina transformou Paulo, fazendo-o participar da gentil humanidade de Cristo, bem como das virtudes morais do Espírito de Deus. Você clama a Deus, cada dia, para queEle o transforme dessa maneira?

Cuidar de crianças exige tempo, energia e dedicação. Paulo não entregava seus bebês espirituais às babás, antes, fazia sacrifícios e cuidava deles pessoalmente. Mostrava-se paciente com os novos cristãos. Filhos não crescem instantaneamente. Todos passam pelas dores do crescimento e enfrentam problemas ao longo do processo de amadurecimento. O amor do pastor e dos anciãos pelos “filhos” espirituais deve ser paciente, constante e benigno, como foi o de Paulo.

“No amor de um homem corajoso e fiel, há sempre uma ponta de ternura maternal; ele reitera aqueles raios de proteção afetuosa que lhe foram dados, quando estavadeitado nos joelhos de sua mãe” (George Elliot).

Os tessalonicenses haviam descoberto que os missionários eram afáveis, agradáveis no falar. Eram meigos, afetuosos em seu modo de tratar os outros. O próprio comentário de Paulo sobre a palavra “amável” se encontra no verso 8 (“estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, a própria vida”), no verso 9 (“...noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós”), 11 e 12 (“...como pai a seus filhos, a cada um de vós exortamos, consolamos e admoestamos”).

Temos que recordar sem cessar: todo aquele que quiser se colocar entre os verdadeiros pastores deve amar as pessoas como Paulo as amava, de modo que a salvação da igreja lhe seja mais preciosa que sua própria vida” (Calvino). Que desafio para nós, líderes da igreja no século 21!

Para não ser um fardo (2:9-12)

O carinhoso termo – irmãos (v.9) – se ajusta muito bem. Paulo, Silas e Timóteo se puseram no mesmo nível dos operários de Tessalônica. Todos eles trabalhavam pela sobrevivência material.

A expressão “trabalho e fadiga” se refere ao fato de que os missionários trabalharam“de noite e de dia” (parte da noite e parte do dia). Além disso, ainda pregavam. Deve ter sido muito difícil encontrar tempo para tudo isso. Entretanto, em razão do evangelho de Deus e do amor pelas pessoas, na maioria simples trabalhadores, o peso era suportado com alegria. Fossem eles do tipo dos “filósofos” ambulantes, e os tessalonicenses não teriam sido tratados com tanta consideração.

No verso 11, o simbolismo muda da ternura maternal para a orientação paternal. Paulo, Silas e Timóteo, enquanto permaneceram em Tessalônica, amavam esses irmãos à semelhança de uma mãe que ama e cuida de seus próprios filhos (v.7), e os admoestavam como um pai. Eles tratavam “a cada um [deles]” (v. 11), realizando individualmente a obra pastoral, ensinando-os, explicando-lhes a Palavra de Deus e exortando-os a aceitarem-na pela fé, vivendo sua vida em sintonia com ela. Tinham levado em conta a imaturidade desses crentes, e assim os amaram com ternura. O propósito de toda essa exortação paternal era que os leitores pudessem “andar”(desenvolver sua vida) de maneira digna de seu relacionamento com Deus (W. Hendriksen).

“Os servos de Deus devem ter o maior cuidado com respeito às doutrinas que ensinam, o exemplo que transmitem e a influência que exercem sobre aqueles com os quais se associam. O grande apóstolo apelou à igreja e a Deus para testemunhar a veracidade e sinceridade da profissão desses servos “tanto vocês como Deus são testemunhas”, ele disse “de como nos portamos de maneira santa, justa e irrepreensível entre vocês” (Ellen G. White, Review and Herald, 11 de dezembro de 1900).

Pr. José Silvio Ferreira

Secretário Ministerial

Associação Paulistana

 

Fonte: Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

 

Classe Escola Sabatina

 

O exemplo apostólico - Esboço da Escola Sabatina(3Trim/12) da Igreja Adventista

 

 

Fonte: Videos de Esperança ( http://www.youtube.com/user/VideosdeEsperanca )

sábado, 21 de julho de 2012

ES – Lição 4 - Alegria e gratidão (1Ts 1:1-10) – 3º Trim, 2012

 

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Fonte: Videos Esperança

 

Lição 4 – de 21 a 28 de julho

Alegria e gratidão (1Ts 1:1-10)

 

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ct 1–4

VERSO PARA MEMORIZAR: “Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações. Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1:2, 3, NVI).

Leituras da semana: 1Ts 1:1-10; 1Co 13; 1Tm 1:15; Gl 5:19-23; Dn 12:2

Pensamento-chave: Paulo tinha muitas coisas boas a dizer aos tessalonicenses, pelo menos quando lhes escreveu a primeira carta. O elogio a eles dirigido é digno de nossa atenção.

Paulo abriu sua primeira carta aos Tessalonicenses enfatizando a oração e destacando quanto orava por eles, o que, por si só, revela o profundo amor e preocupação que ele tinha pela igreja ali.

Nessa passagem, Paulo se alegrava de que os tessalonicenses, como um todo, pareciam se manter fiéis. A vida deles oferecia provas abundantes do poder transformador do Espírito, apesar dos muitos desafios que enfrentavam.

Paulo concluiu o primeiro capítulo comentando como a receptividade dos tessalonicenses para com ele e seus ensinos os tornou verdadeiros “adventistas”. Eles eram crentes que viviam a cada dia na esperança do dia em que Jesus viria do Céu para livrá-los da “ira” que havia “de vir”.

Nesta lição teremos uma visão profunda de como os novos convertidos lidavam com os desafios que vêm depois que o evangelismo ocorre.

Domingo

Ano Bíblico: Ct 5–8

Uma oração de gratidão (1Ts 1:1-3)

Nas palavras de abertura de 1 Tessalonicenses, captamos um vislumbre da abnegação de Paulo. Embora fosse claramente o autor da carta (1Ts 2:18; 3:5; 5:27), ele reconheceu seus colaboradores Silas e Timóteo.

1. Que coisas motivaram a gratidão de Paulo, Silas e Timóteo? O que essas coisas significavam na prática? Como se manifestavam na vida diária? Por exemplo, como “o trabalho que resulta da fé” se expressa na nossa maneira de viver?1Ts 1:1-3

A abertura dessa carta é típica das antigas cartas gregas, mas com uma diferença interessante. À típica introdução grega (“graça”), Paulo acrescentou a saudação familiar judaica “paz” (shalom em hebraico). “Graça” e “paz” – representações apropriadas do que significava a experiência com Jesus.

Quem foi Silvano? O nome é o equivalente em latim do nome aramaico “Silas”. Judeus que viviam fora da Palestina geralmente adotavam nomes gregos ou latinos para acompanhar seus nomes judaicos (foi assim que “Saulo” se tornou “Paulo”). Silas era um cristão de Jerusalém como Marcos, que foi um dos primeiros companheiros de viagem de Paulo. Permitindo que líderes da igreja de Jerusalém fossem com ele em suas viagens missionárias, Paulo estava fazendo seu melhor para manter a unidade da igreja.

2. Que palavras usadas em 1 Tessalonicenses 1:1-3 ficaram famosas devido à forma pela qual apareceram em 1 Coríntios 13? Qual delas recebe a principal ênfase em 1 Coríntios, e por quê?

Em suas orações, Paulo se concentrou na realidade, não em uma espiritualidade alucinante. A fé estimula o trabalho sério. O amor genuíno produz muito trabalho. E a esperança requer muita paciência. Nessas palavras, a ênfase está na ação, não em ideias abstratas. A ordem da fé, amor e esperança varia no Novo Testamento, mas o mais importante dos três é listado por último, em todos os casos (veja1Co 13:13). A ordem em 1 Tessalonicenses 1:3 destaca a importância dos eventos dos últimos dias na mente de Paulo, conforme as duas cartas aos Tessalonicenses.

Paulo também estava grato diante de Deus porque se lembrava de como os tessalonicenses haviam respondido ao evangelho. Paulo provavelmente esperava que a resposta emocional positiva dos irmãos aos elogios apresentados os levasse a ser mais receptivos às preocupações que ele logo iria expressar.

Segunda

Ano Bíblico: Is 1–4

Deus escolheu você (1Ts 1:4)

3. A eleição ou escolha divina significa que não temos escolha? Por outro lado, isso significa que alguém que não foi escolhido por Deus não pode ter salvação, mesmo que a deseje? 1Ts 1:4

O verso 4 continua a mesma sentença iniciada por Paulo no verso 2, com a expressão “damos graças”. Uma das razões pelas quais Paulo dava graças a Deus era que ele sabia que Deus tinha “escolhido” os tessalonicenses.

Alguns cristãos têm levado ao extremo essa ideia de ser “escolhido”. Querem afastar o cristão de qualquer ênfase no estilo de vida ou comportamento. Em vez disso, ensinam que nossa salvação depende da escolha de Deus e não da nossa decisão. Tal ensino também pode levar à ideia de que a graça de Deus é apenas para uns poucos e que, uma vez salva, uma pessoa não pode decidir se perder.

4. Como os textos a seguir nos ajudam a compreender que a salvação é nossa própria escolha? Js 24:15; 1Tm 2:4; Ap 3:20

É impossível obter fé sem o poder divino de atração. No entanto, Deus permite que os seres humanos tomem as próprias decisões em relação a Ele e ao que Ele tem feito por nós. E o que Ele fez por nós foi nos “escolher” em Cristo. Todos fomos “eleitos” para ter a salvação. O fato de que alguns não serão salvos reflete a escolha deles, não a de Deus. A escolha de Deus é que toda a humanidade seja salva. Como Paulo diz em 1 Timóteo 2:4, Deus deseja que “todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (NVI). Mas nem todos reclamarão essa salvação para si mesmos.

Terça

Ano Bíblico: Is 5–7

Segurança em Cristo (1Ts 1:5)

5. Como podemos obter a certeza de que estamos justificados diante de Deus? Na vida dos tessalonicenses, quais eram as três evidências que indicavam que eles estavam justificados diante de Deus? 1Ts 1:5

O verso 5 começa com “pois” ou “porque”. Nesse verso Paulo descreveu os motivos para sua convicção de que os tessalonicenses foram “escolhidos” por Deus (1Ts 1:4). Ele também destacou razões adicionais para suas orações tão cheias de gratidão (1Ts 1:2). Paulo se alegrou com as evidências práticas de que os tessalonicenses responderam a Deus e de que Ele os havia aprovado.

Paulo começou o verso revelando alegria por causa do sinal visível e exterior da posição dos tessalonicenses diante do Senhor. Sua aceitação do evangelho não foi apenas um assentimento mental aos ensinamentos ou doutrina. Sua vida diária revelava a presença e o poder de Deus. Na vida diária da igreja, aconteciam coisas que só podiam ser explicadas como intervenção divina. Orações eram atendidas e vidas, transformadas. A realidade de sua fé se manifestava em suas obras.

6. Como podemos saber se o Espírito Santo está realmente na nossa vida e na igreja? Gl 5:19-23; 1Co 12:1-11

O “fruto” do Espírito é uma poderosa evidência de que Deus está atuando ativamente. Coisas como amor, alegria e paz podem ser falsificadas somente por algum tempo, mas, nas dificuldades dos relacionamentos diários na igreja, o verdadeiro é finalmente separado do falso. Quando o Espírito Santo é uma presença viva, coisas que não são naturais para os seres humanos pecadores começam a se tornar naturais. Os cristãos acabam praticando atos de graça e bondade que não haviam ocorrido antes. Paulo viu muitas evidências de que a vida dos tessalonicenses havia sido transformada pela operação sobrenatural do Espírito.

Para ele, a evidência final de que Deus havia escolhido os tessalonicenses era a profunda convicção e certeza interior que eles demostravam de que o evangelho era verdadeiro e de que Deus estava em sua vida. Embora tais convicções não sejam confirmadas em todos os casos, a firme certeza de que estamos justificados diante de Deus geralmente acompanha o evangelho genuíno.

Quanta certeza da salvação você tem? Em que essa certeza deve estar apoiada?

Quarta

Ano Bíblico: Is 8–10

Fazer o que Paulo faria (1Ts 1:6, 7)

7. Por que os tessalonicenses se tornaram imitadores de Paulo? Como devemos entender isso à luz da ideia de que Cristo é nosso maior exemplo? 1Ts 1:6, 7

A maioria das traduções não mostra isso, mas no verso 6 Paulo continuou a mesma sentença iniciada no verso 2 e estendida até o verso 10. O tema principal dessa longa passagem é a lista dos motivos de Paulo para a gratidão apresentada em suas orações. Os versos 6 e 7adicionam dois itens a essa ação de graças, com base no “porque” (NIV) do início do verso 5. Paulo dava graças (v. 2) porque (v. 5, NVI) os tessalonicenses o imitavam e aos seus colaboradores, e se haviam tornado um exemplo a imitar (v. 6, 7).

Muitas vezes advertimos as pessoas de que é perigoso imitar outras pessoas, a não ser Cristo. Isso é verdade, porque até mesmo as melhores pessoas nos decepcionarão algumas vezes. Mas a realidade é que precisamos de exemplos. As pessoas precisam umas das outras, por vezes, para orientação, conselho e ajuda para lidar com questões específicas e momentos difíceis. Quem nunca experimentou a bênção de um bom conselho e de um bom exemplo?

Além disso, queiramos ou não, uma vez que nos tornamos líderes na igreja, as pessoas nos imitarão. Por isso é muito importante que os cristãos “veteranos” vivam o que pregam e exemplifiquem na vida as coisas que dizem.

Ao mesmo tempo, Paulo apresentou alguns cuidados. Em primeiro lugar, a imitação (v. 6) segue o recebimento do evangelho (v. 5). O foco central dos tessalonicenses estava em receber a Palavra de Deus e aplicá-la diretamente à vida por meio do Espírito Santo. Sempre podemos confiar na Palavra de Deus. Em segundo lugar, Paulo os encaminhou ao Senhor como principal modelo (v. 6). O que Jesus fez, e faria, é um modelo muito mais seguro do que o que o próprio Paulo faria. Afinal, Paulo não tinha ilusões sobre si mesmo nem sobre seu caráter (1Tm 1:15).

Tendo dito isso, no entanto, Paulo afirmou o desejo dos tessalonicenses de imitá-lo como amado professor e conselheiro, e também de se tornarem modelos dignos de imitação. Nesse caso específico, o que estava sendo exemplificado era a alegria no sofrimento. O sofrimento pode tornar alguém mais amargo ou melhor. No contexto do evangelho e do poder do Espírito Santo, os tessalonicenses descobriram a alegria sobrenatural em meio ao sofrimento, assim como Paulo e Silas haviam descoberto antes (At 16:22-25).

Que tipo de modelo você apresenta na igreja? Que coisas em sua vida os outros devem seguir? Em que aspectos seu exemplo precisa ser aperfeiçoado?

Quinta

Ano Bíblico: Is 11–14

Mais evidências da fé (1Ts 1:8-10)

8. Que evidências adicionais da fé dos tessalonicenses foram apresentadas por Paulo? 1Ts 1:8-10

Paulo continuou a sentença iniciada no verso 2, explicando como sabia que os tessalonicenses se tornaram modelo ou exemplo para os outros crentes na Macedônia (onde Tessalônica estava localizada) e Acaia (onde Corinto estava localizada).

Primeiro, eles eram modelo de esforço evangelístico e sucesso. Partindo deles, a Palavra de Deus “propagou-se” (NVI) nessas províncias e além delas. Paulo também considerava que eles tinham uma fé exemplar por causa de sua receptividade a ele e ao evangelho. Eles estavam dispostos a ser ensinados. Também estavam dispostos a fazer mudanças radicais na vida, como abandonar ídolos e outras formas populares de adoração.

A comunicação era relativamente rápida no antigo mundo romano, graças às estradas romanas bem construídas e às frequentes viagens. Assim, a alegação de que a fé que eles tinham era conhecida “por toda parte” pode indicar que as pessoas em lugares como Roma e Antioquia já a haviam mencionado em suas comunicações com Paulo.

Também é verdade que as pessoas querem viver de acordo com as expectativas dos outros. O elogio contém uma expectativa implícita. Elogiando a sua fé de maneira tão irresistível, Paulo os estava incentivando a crescer mais e mais nessa fé.

Parece que havia algo especialmente notável sobre a conversão deles. Sendo pagãos idólatras, eles tiveram que superar duas grandes barreiras. Primeiro foi a “mensagem louca” sobre um Homem que havia sido morto e voltara à vida. E havia o fato de que essa “mensagem louca” era judaica. Muitos gentios provavelmente riram quando ouviram a mensagem cristã. Os tessalonicenses, não. Em vez disso, eles reorganizaram completamente a vida à luz do evangelho.

“Os crentes de Tessalônica eram verdadeiros missionários. Seu coração estava inflamado de zelo pelo seu Salvador, que os livrara do temor da ‘ira futura’ (1Ts 1:10, RC). Mediante a graça de Cristo, uma transformação maravilhosa se havia operado na vida deles; e a Palavra do Senhor, pregada por eles, era acompanhada de poder. Por intermédio das verdades apresentadas, corações foram alcançados e pessoas, acrescentadas ao número dos cristãos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 256).

Leia novamente 1 Tessalonicenses 1:10. Sobre o que Paulo estava falando ali? O que é a “ira vindoura”? O que a ressurreição de Jesus tem a ver com essa questão? Por que essa promessa é tão importante para os que creem? 1Co 15:12-17; Jo 11:24, 25; Dn 12:2.

Sexta

Ano Bíblico: Is 15–19

Estudo adicional

A chegada de Silas e Timóteo, vindos da Macedônia enquanto Paulo se encontrava em Corinto, alegrara muito o apóstolo. Eles trouxeram “boas notícias” da “fé e caridade” dos que haviam aceitado a verdade durante a primeira visita dos mensageiros evangélicos a Tessalônica. O coração de Paulo se comoveu com a mais terna simpatia para com esses crentes que, em meio às provações e adversidades, se haviam mantido fiéis a Deus. Desejou muito visitá-los pessoalmente. Como, porém, isso fosse impossível então, escreveu-lhes.

“Nessa carta à igreja de Tessalônica, o apóstolo expressou sua gratidão a Deus pelas alegres novas do progresso por eles alcançado na fé...

“Muitos dos crentes de Tessalônica se haviam convertido dos ídolos a Deus, ‘para servir o Deus vivo e verdadeiro’... O apóstolo declarou que, em sua fidelidade em seguir ao Senhor, eles haviam sido ‘exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia’” (1Ts 1:6-9, RC; Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 255, 256).

Perguntas para reflexão

1. Pense mais na questão dos modelos, além de Jesus. Que vantagens e desvantagens vêm com eles?

2. Se as pessoas ao seu redor estivessem procurando evidências da fé, o que eles achariam em sua igreja? O que poderia, ou deveria, ser diferente?

3. Por que é tão importante encorajar os outros? Ao mesmo tempo, por que devemos ter cuidado ao fazer isso?

4. Pense na importância da doutrina da volta de Jesus para nossa fé. Que boas razões temos para confiar em algo tão radical, tão diferente de tudo que já aconteceu antes?

Resumo: Paulo encontrou muita alegria em oferecer ações de graças a Deus pelas muitas evidências de Sua obra na vida dos crentes de Tessalônica. Ao compartilhar o conteúdo de suas orações com eles, Paulo esperava motivá-los a continuar crescendo na fé e em seus esforços para evangelizar os outros.

Respostas sugestivas: 1: O trabalho que resultava da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em Cristo; a religião dos tessalonicenses era demonstrada na prática. 2: Fé, amor e esperança; o amor recebe a ênfase principal porque é a base para a fé e a esperança; o amor é a essência e a motivação correta da religião bíblica. 3: A eleição divina é uma oportunidade para todos os seres humanos, mas Deus respeita os que rejeitam sua oferta de salvação; assim, somente os que demonstram fé são confirmados como eleitos. 4: Cabe a nós escolher a quem servir; Deus deseja a salvação de todos; Cristo bate à porta e chama, porém é o ser humano que deve ouvir e abrir a porta. 5: Por meio da convicção, do poder e da presença do Espírito Santo, que revelam o evangelho em nossa vida; os tessalonicenses manifestavam essa experiência. 6: Por meio da manifestação prática do fruto do Espírito, em oposição às obras da carne; a pessoa que recebe o Espírito, recebe Seus dons e realiza Sua obra, segundo Sua vontade. 7: Paulo recebia e pregava a Palavra com alegria, apesar das perseguições; Paulo imitava a Cristo, os tessalonicenses imitavam Paulo e se tornavam modelo para outras igrejas. 8: Deixaram os ídolos, se converteram a Deus, serviam o Deus vivo e verdadeiro e aguardavam a volta do Filho de Deus, que havia ressuscitado e salva da ira vindoura.

Resumo da Lição 4 – Alegria e gratidão (1Ts 1:1-10)

Texto-chave: 1 Tessalonicenses 1:1-10

O aluno deverá...

Saber: Que aceitar o dom divino da salvação em Jesus resulta em uma mudança fundamental na maneira pela qual a pessoa pensa e age.

Sentir: Gratidão para com Deus pela obra que Ele faz na vida dos pecadores.
Fazer: Reconhecer e expressar constantemente as evidências de crescimento espiritual na vida dos outros.

Esboço

I. Conhecer: Graça transformadora

A. Paulo começa cada uma de suas cartas com as palavras graça e paz. Por que ele fazia isso?

B. Por que Paulo se refere repetidamente a Deus Pai, Jesus e o Espírito Santo, nos primeiros dez versos desta carta?

C. Com base no que Paulo diz em 1 Tessalonicenses 1:9, 10, descreva a mudança que ocorreu quando os tessalonicenses se tornaram cristãos.

II. Sentir: Gratidão para com Deus

A. Aprender a ser grato a Deus é uma parte importante da vida cristã. Que motivos Paulo enumera para sua gratidão em 1 Tessalonicenses 1:1-8? Você tem razões semelhantes para ser grato? Você mencionar algumas?

B. Tornar-se cristão é uma mudança fundamental na vida de uma pessoa. Para alguns a mudança é dramática, enquanto para outros é gradual. Como sua vida foi transformada pela graça de Deus?

III. Fazer: Afirmar os outros

A. Como os outros o incentivaram em sua experiência cristã?
B. Você procura incentivar as outras pessoas em sua caminhada com Deus?

Resumo: Os cristãos devem ser gratos pela maneira como a graça de Deus pode transformar a vida de uma pessoa, e encorajar aqueles em cujas vidas Seu Espírito está atuando.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: É importante que os cristãos reconheçam e sejam gratos pelas maneiras como Deus transforma vidas humanas, e estejam dispostos a compartilhar palavras de incentivo com aqueles que necessitam.

Muitos anos atrás, durante uma tentativa de golpe na África, um pai estava há alguns dias preocupado com a segurança de seu filho e da família dele, que vivia perto de um dos palácios presidenciais que tinham sido dominados pelos rebeldes. Finalmente chegou a notícia de que seu filho e sua família estavam a salvo, embora não fossem autorizados a deixar o complexo residencial. Apesar de que o pai estivesse muito aliviado com a notícia, ele ainda estava um pouco preocupado, porque a família de seu filho não estava completamente fora de perigo.

Você já experimentou uma situação como essa, em que estava animado com a notícia que recebida, mas ainda um pouco preocupado a respeito de como tudo terminaria? Foi exatamente assim que o apóstolo Paulo se sentiu depois de ouvir o relatório de Timóteo sobre a condição dos crentes em Tessalônica. Ele ficou encorajado em ouvir que eles se haviam mantido fiéis, mas ainda estava um pouco preocupado porque eles enfrentavam perseguição contínua.

Sabendo como é fácil esquecer o que Deus fez por nós, Paulo começa sua carta afirmando e lembrando os crentes de Tessalônica acerca de todas as maneiras pelas quais Deus havia trabalhado na vida deles. Visto que o desânimo espiritual é uma resposta típica à perseguição, o apóstolo também lembrou-lhes de como eram preciosos. Deus os amava e os havia escolhido. Eles não deviam ficar desanimados. Deus estava ao seu lado.

As palavras de encorajamento de Paulo lembram uma história que ilustra a importância de incentivar uns aos outros espiritualmente. A história é sobre um desanimado recém-convertido que foi falar com o famoso cristão chinês Watchman Nee.

"Não importa quanto eu ore, não importa quanto eu tente, simplesmente não consigo ser fiel ao meu Senhor. Acho que estou perdendo a salvação. Nee disse: "Você vê aquele cachorro ali? É o meu cão. Ele é treinado em casa, nunca faz bagunça, é obediente e só me traz alegria. Na cozinha, tenho um filho, um bebê. Ele faz bagunça, joga a comida ao redor, suja a roupa e desorganiza tudo. Mas quem herdará meus bens? Não o meu cachorro, mas meu filho será o herdeiro. Você é herdeiro de Jesus Cristo, porque foi por você que Ele morreu" (Lou Nicholes, Hebrews: Patterns for Living [Padrões de Vida]; Longwood, Florida: Xulon Press, 2004, p. 31).

Pense nisto: O que podemos aprender com o incentivo de Paulo aos tessalonicenses sobre a maneira pela qual devemos encorajar os outros?

Compreensão

Comentário Bíblico

I. Palavras favoritas de Paulo

(Recapitule com a classe 1Ts 1:1-8.)

Os três primeiros versos de 1 Tessalonicenses apresentam cinco das palavras favoritas de Paulo: graça, paz, fé, amor e esperança. Paulo se refere a cada uma dessas palavras repetidas vezes em suas cartas. Pelo fato de que elas eram fundamentais para sua compreensão do evangelho, devemos considerá-las brevemente.

Graça: O entendimento de Paulo da palavra graça está enraizado no uso dessa palavra nas Escrituras Hebraicas. A palavra se originou em um verbo hebraico que significa literalmente "curvar-se". Ela transmite a ideia de alguém se curvando para ajudar uma pessoa caída a se levantar, quando ela não consegue fazer isso sozinha. A partir desse conceito, a palavra graça passou a significar o ato de estender favor ou bondade a outra pessoa e, muitas vezes, a alguém que não merecesse. No Antigo Testamento, como nas cartas de Paulo, Deus é normalmente descrito como Aquele que estende graça.

Paz: Para Paulo, paz não se refere à tranquilidade semelhante à de um prado silencioso. O conceito que Paulo tinha dessa palavra igualmente vem da forma como ela era usada nas Escrituras Hebraicas. No Antigo Testamento, a palavra para a paz é shalom, que tem um conceito muito positivo e significa estar completo, estar inteiro, prosperar e ter saúde. Esta paz só pode ser encontrada em Deus, que a dá como um dom ao Seu povo (Sl 85:8; 1Cr 22:9, 10; Nm 6:24-26).

Fé: Para Paulo, a fé verdadeira é muito mais do que apenas conhecimento intelectual, mas se manifesta em ação (Gl 5:5, 6). A fé é sempre uma resposta ao que Deus já fez por nós.

Esperança: A esperança que Paulo menciona não é ilusão. É uma confiante expectativa na volta de Jesus (1Ts 1:10). Essa esperança foi a fonte da paciência e firmeza que encorajou os cristãos tessalonicenses a ser fiéis em tempo de perseguição.

Amor: O amor manifestado pelos crentes de Tessalônica não era apenas um sentimento afetuoso e emocional. Paulo diz que seu amor era forte e atuante. Esse tipo de amor não é natural aos seres humanos. A palavra em grego é ágape. Antes que os cristãos começassem a usar essa palavra, raramente ela foi usada na língua grega. Os cristãos a usavam para se referir a um amor não enraizado na atração externa nem na satisfação própria, mas o tipo de amor altruísta visto na vida de Jesus.

Pense nisto: Graça. Paz. Fé. Esperança. Amor. Por que é difícil, senão impossível, descrever o evangelho sem recorrer a essas cinco palavras?

II. A mensagem evangélica de Paulo

(Recapitule com a classe 1Ts 1:9, 10.)

Qual era a essência da apresentação do evangelho que Paulo fazia aos gentios de Tessalônica? Embora Lucas não indique isso em Atos, encontramos algumas indícios naquilo que Paulo diz em 1 Tessalonicenses 1:9, 10, em que ele lembra os novos crentes acerca do que lhes ensinou. Com base nesses versos, chegamos ao quadro a seguir.

O primeiro passo de Paulo na apresentação do evangelho aos gentios era argumentar contra a existência das divindades pagãs adoradas pelos tessalonicenses. Visto que Paulo se refere ao "Deus vivo e verdadeiro" (v. 9), ele certamente argumentava que os pretensos deuses pagãos eram "mortos" e "falsos". O único Deus verdadeiro era o Deus de Israel, o Deus que fez os céus e a Terra, e escolheu e abençoou Israel como Seu povo. Uma vez que o judaísmo fosse difundido nos dias de Paulo, é provável que muitos dos pagãos tivessem ouvido anteriormente acerca do Deus judaico. Paulo provavelmente recorreu a histórias do Antigo Testamento em suas tentativas de convencer os ouvintes sobre o poder desse Deus único sobre toda a Terra.

Depois de convencer os gentios de que o Deus de Israel era o único verdadeiro Deus, Paulo afirmava que Jesus era o Filho unigênito desse único Deus. Não temos certeza se Paulo falava sobre a vida de Jesus antes de Sua morte, já que ele não faz isso no restante de suas cartas. O que é certo, porém, é que o apóstolo falava a respeito de como a morte de Jesus (1Ts 5:10) e Sua ressurreição (1Ts 4:14) foram "necessárias" para restaurar os seres humanos pecadores a um correto relacionamento com Deus. E o mais importante, Ele falava como esse mesmo Jesus em breve voltaria do Céu (1Ts 2:19; 3:13; 4:13-18; 5:1-11) para julgar a Terra.

Pense nisto: Com base no conteúdo da mensagem do evangelho de Paulo, incluindo as cinco palavras essenciais à sua explicação do evangelho, o que Paulo queria dizer quando disse que o evangelho chegou a Tessalônica não somente em palavras, mas em poder?

Aplicação

Perguntas para reflexão

1. De que forma a tríade da fé, esperança e amor é usada em outros lugares do Novo Testamento? (1Co 13:13; Cl 1:4, 5; 1Ts 5:8) Como podemos enfatizar essas características de modo mais pleno na igreja?

2. Paulo inclui o abandono dos ídolos como parte da experiência de conversão dos tessalonicenses. Que tipos de ídolos as pessoas precisam renunciar atualmente a fim de seguir a Cristo?

Perguntas de aplicação

1. A notícia da transformação que ocorreu na vida dos tessalonicenses alcançou toda a Grécia. Que tipo de reputação sua igreja tem dentro e fora de sua comunidade? E como a igreja pode fortalecer ou melhorar a influência de sua fé?

2. De que maneira sua fé "opera", seu amor "atua" e sua esperança permanece firme?

3. Paulo frequentemente fala sobre o poder do evangelho (Rm 1:16; 1Co 1:18; 2Co 12:9; Ef 1:19; 1Ts 1:5). De que forma você experimentou o "poder" do evangelho?

Criatividade
Só para o professor: As seguintes atividades ajudarão a tornar mais pessoais as informações desta lição. Oriente as pessoas a ser breves em suas respostas, a fim de evitar que a conversa seja dominada por apenas uma ou duas pessoas.

Atividade:

1. Convide os alunos a contar sobre o momento em que entenderam o evangelho e decidiram aceitar Jesus como seu Salvador.

2. Peça aos alunos para relatar brevemente a forma específica pela qual a vida deles foi transformada pelo Evangelho.

3. Solicite aos membros da classe para contar brevemente experiências em que foram motivados espiritualmente por algo que alguém disse ou fez por eles.
4. Oriente os alunos a fazer uma lista de formas pelas quais eles podem oferecer encorajamento espiritual a pessoas aflitas.

LIÇÃO 4 – ALEGRIA E GRATIDÃO

Texto: 1 Tessalonicenses 1:1-10.

Na lição desta semana, entramos diretamente no estudo do texto paulino da primeira carta aos tessalonicenses.

Atualmente, ao escrever uma carta ou correspondência eletrônica, seguimos um padrão mais ou menos fixo: dirigimo-nos à pessoa para quem ela será enviada, primeiramente dando o nome do destinatário. Depois ele é cumprimentado. Na conclusão, colocamos uma saudação e escrevemos nosso nome.

Nos tempos de Paulo, também havia uma forma padrão de abertura, com a diferença de que uma carta começava com o nome do remetente. A seguir vinha a menção da pessoa (ou pessoas) a quem se escrevia, e ao nome se juntava a saudação costumeira. “Numa carta como a primeira aos tessalonicenses, a saudação está cheia de significado e viva, com sentimento de simpatia” (Marshall, p. 69).

Uma oração de gratidão (1:1-3)

Paulo mencionou a si mesmo, Silvano e Timóteo como sendo os escritores da carta. Citou os dois colaboradores por uma questão de cortesia, uma vez que era ele mesmo o principal responsável pela epístola. Os destinatários eram os membros da igreja dos tessalonicenses. Igreja significa aqui um grupo local de adoradores, uma congregação de crentes.

Na abertura da carta aparece a expressão “em Deus o Pai, e no Senhor Jesus Cristo”.

“A combinação dos dois termos em seguida a uma só preposição – “em” – estaria indicando que os dois são completamente coordenados, isto é, há referência tanto à primeira quanto à segunda pessoa da Trindade Santa... Isso mostra que, no pensamento do apóstolo, Jesus é tão plenamente divino quando Deus Pai: a mesmíssima essência é possuída pelo Pai e pelo Filho – também pelo Espírito, conforme 2 Coríntios 13:14” (Hendriksen, 52, 53).

Considerando que, às vezes surgem aqui e ali, dentro das fronteiras adventistas, defensores de uma “natureza inferior” para a Pessoa de Jesus Cristo, essa indicação da intimidade ímpar entre o Pai e o Filho no primeiro versículo da epístola é de grande importância, pois é dito que a igreja está “em” ambos.

Concordo com a afirmação de Wiersbe: “A fé, a esperança e o amor são as três virtudes cardeais da vida cristã e as três maiores evidências da salvação. Se os tessalonicenses tivessem continuado a adorar ídolos mortos e, ao mesmo tempo, professassem sua fé no Deus vivo, teriam demonstrado que não faziam parte dos eleitos de Deus” (Wiersbe, v. 6, p. 208).

Deus escolheu você – (1:4)

A vossa eleição é de Deus” – essa declaração é o mesmo que dizer em outras palavras: “a escolha que Deus fez de vós”, ou seja: vocês são o povo escolhido de Deus, literalmente.

“Essa escolha depende do amor de Deus e não do valor das pessoas que O receberam. Os eleitos de Deus são aqueles que demonstram as características de pertencer a Ele, tais como as evidências da fé, do amor e da esperança já mencionados. O fato de Paulo ter empregado a linguagem da eleição não subentende que Deus retirou de outras pessoas a possibilidade da salvação, nem que alguém possa dizer que não foi salvo porque Deus não o chamou” (Marshall, p. 74).

O Comentário Bíblico Adventista tem afirmações categóricas sobre o conceito da eleição bíblica. Por exemplo:

“Nas Escrituras, não há nenhuma declaração que apoie o ensino de que Deus tenha predestinado algumas pessoas para a vida eterna, do qual se deduziria facilmente que Deus tem predestinado o restante da humanidade à fatídica destruição eterna. A doutrina bíblica da eleição implica a vontade de Deus e a do homem em ação conjunta” (v. 7, p. 236).

A eleição divina é um tema comum às duas cartas aos tessalonicenses. Paulo não teve receio de afirmar a essa congregação jovem e de predominância gentílica que esses cristãos eram eleitos de Deus. O apóstolo via neles o fruto da graça eletiva de Deus, manifestada na resposta deles à pregação do evangelho e em seu progresso inicial na santificação.

Segurança em Cristo – (1:5)

No verso 5, Paulo explica por que estava convicto de que os tessalonicenses eram eleitos de Deus: “Porque o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavras, mas também em poder e no Espírito Santo e em plena convicção...”

O termo usado para “poder”, dynamis, é usado geralmente para descrever a energia divina. Pregar em poder, portanto, significa pregar na força e energia do próprio Deus. Palavras humanas seriam inúteis se a mensagem não fosse dada “em poder”. A mensagem deve ser vista como a palavra poderosa de Deus. O poder está estritamente vinculado ao Espírito Santo como sua fonte (Hernandes, p. 36).

Os versos 5 a 9 indicam que havia alguns que afirmavam que Paulo estava envolvido no “negócio da pregação” a fim de obter vantagens. Ele se defendeu apelando para as evidências de orações atendidas e vidas transformadas. A realidade da fé se manifesta em bons frutos.

No verso 5, há ainda uma expressão sugestiva: Paulo não disse “eu cheguei a vós”, mas “o nosso evangelho chegou até vós.” O homem se perdia na mensagem (Barclay).

Fazer o que Paulo faria – (1:6, 7)

Os tessalonicenses se tornaram “imitadores” dos missionários e do Senhor quando receberam a mensagem “em muita tribulação”. Imitar é seguir um exemplo, usualmente num sentido ativo. A igreja imitou o modelo correto.

A palavra “imitadores”, do grego “mimetai” (de onde vêm as palavras mímica, mimetismo), descreve alguém que imita outra pessoa, particularmente para seguir seu exemplo ou ensino (Chave Linguística do NT, 435).

Uma igreja de imitadores conscientes se tornou um modelo a ser imitado. Os imitadores se tornam exemplos, e quem não é imitador não pode se tornar exemplo (W. Hendriksen).

Além de seguir o exemplo de Cristo e de Paulo, os tessalonicenses se tornaram exemplo para os demais crentes. A palavra usada para “modelo”, “typos”, significa marca visível, cópia, imagem, padrão e exemplo. É usada em um sentido ético de padrão de conduta, um exemplo a ser seguido. Trata-se daquilo que deixa uma impressão desejável (Chave Linguística do NT).

A igreja de Tessalônica aprendeu e depois passou a ensinar; tornou-se fonte de inspiração para os crentes de sua província e além dela.

Mais evidências da fé – (1:8-10)

Paulo afirmou – “por toda parte a vossa fé se espalhou”.

Lembre-se de que Tessalônica era um importante e populoso centro comercial, localizado na via Inácia, e no centro do litoral do golfo de Salônica. Portanto, estava ligada a todos os portos do mundo de então. Qualquer notícia podia espalhar-se rapidamente para regiões próximas e distantes. Tudo que tinham a fazer era aproveitar as oportunidades dessa localização estratégica.

Aprecio muito o seguinte arrazoado de William Hendriksen:

Os tessalonicenses “se converteram dos ídolos para servir ao Deus vivo e verdadeiro” (v, 9). Um verbo bastante significativo é empregado aqui para converter-se, e quer dizer:“voltar-se”. Os leitores haviam experimentado uma transformação verdadeira, que se manifestava externamente. A totalidade da sua vida ativa estava então se movendo na direção oposta, para longe dos ídolos, para perto de Deus.

Quando Deus converte alguém, Ele muda essa pessoa por inteiro, não apenas as emoções, mas também a mente e a vontade. A pessoa experimenta uma completa reforma, e tudo isso se torna visível em sua conduta externa.

Foi uma transformação extremamente significativa o deixar os ídolos. Não é fácil rejeitar e lançar fora os deuses que a pessoa cultuou desde criança, e que sempre foram considerados muito reais. Isso é uma revolução religiosa. O culto aos ídolos afetava a vida em todos os seus aspectos. Os tessalonicenses, em especial, tinham considerado esses deuses como verdadeiros e reais, pois o Monte Olimpo, cujo famoso pico era considerado a morada dos deuses, localizava-se a apenas uns 80 quilômetros a sudoeste da cidade. Conforme a mitologia, quando Zeus sacudia sua divina cabeleira cacheada, aquela montanha tremia.

Como resultado da operação da graça de Deus, os olhos dos tessalonicenses foram abertos, e eles viram que seus ídolos eram inúteis. Voltaram-se deles para um Deus vivo e real.

Lembre-se, caro leitor, de que no século em que vivemos ainda existem muitos ídolos. São sofisticados, pluralistas, pós-modernos e se insinuam a todo instante em nossa vida, procurando interferir na religiosidade de cada um de nós. Cuidado! É preciso constante vigilância!

Voltar-se para o Deus vivo e real implica voltar-se constantemente para Seu unigênito Filho e para a salvação por meio dEle. Isso só pode acontecer pela ação do Espírito Santo em nossa vida. Que essa seja a sua experiência. Felicidades.

Pr. JSilvio.

Ministerial – Paulistana

Fonte:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )