segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ES – Lição 7 - Vida santa (1Ts 4:1-12) – 3º Trim, 2012

 

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Lições da Bíblia

Vida santa (1Ts 4:1-12)

 

Publicado em 09/08/2012 por LicoesdaBiblia "Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação" (1Ts 4:7) Com a participação do pastor José Elias Zanotelli (Presidente da Associação Sul-Riograndense) e do pastor Tiago Fraga (Dir. Associado de Publicações da Associação Central Sul-Riograndense)

 

Fonte: Novo Tempo: Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

 

 

Lição 7 de 11 a 18 de agosto

Vida santa (1Ts 4:1-12)

 

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Jr 4–6

VERSO PARA MEMORIZAR: “Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação” (1Ts 4:7).

Leituras da semana: 1Ts 4:1-12; Mt 25:34-46; Gn 39:9, Jo 13:34, 35

Pensamento-chave: Embora a sexualidade humana seja um dom de Deus, assim como todos os dons, ela pode ser mal utilizada.

Os três capítulos iniciais de 1 Tessalonicenses focalizam principalmente o passado. Nos capítulos 4 e 5, no entanto, Paulo se volta para o futuro. Algumas coisas estavam faltando na fé dos crentes de Tessalônica (1Ts 3:10), e ele queria ajudá-los a corrigir essas deficiências. A carta iniciaria o processo, que seria intensificado somente depois que Paulo se encontrasse com eles novamente.

Começando com 1 Tessalonicenses 4:1, Paulo aprofunda o tema da amizade, apresentado nos primeiros três capítulos, oferecendo conselhos práticos para a vida diária dos tessalonicenses.

A principal área de preocupação (mas não a única) nos versos desta semana trata da má conduta sexual. Embora não seja informado o que, especificamente, motivou essa admoestação, Paulo fala muito claramente sobre a necessidade de evitar a imoralidade sexual. Ele emprega linguagem muito forte, dizendo que aqueles que rejeitam sua instrução não estão rejeitando a ele, mas ao Senhor. No entanto, basta observar o sofrimento causado pela má conduta sexual para entender por que o Senhor falou tão fortemente por meio de Paulo sobre esse tema.

Domingo

Ano Bíblico: Jr 7–9

Progredir cada vez mais (1Ts 4:1, 2)

1. Como os princípios da oração de Paulo em 1 Tessalonicenses 3:11-13 poderiam ser aplicados na vida dos cristãos? Qual é a relação entre essa oração e as instruções de 1 Tessalonicences 4:1-18?

A oração de Paulo em 1 Tessalonicenses 3:11-13 contém uma série de palavras­chave que antecipam o conteúdo de 1 Tessalonicenses 4:1-18. A oração menciona a necessidade de progredir em santidade e mútuo amor, à luz da segunda vinda de Jesus. Todos esses temas apontam para passagens específicas no capítulo 4.

No texto de hoje (1Ts 4:1, 2), Paulo continua abordando a ideia apresentada em 1 Tessalonicenses 3:12 acerca de “aumentar”, embora a conexão seja encoberta pela maioria das traduções modernas. As traduções modernas têm o objetivo louvável de tornar as coisas mais compreensíveis na linguagem de hoje, mas, inadvertidamente, podem esconder as conexões explícitas no original. Na versão King James, fica claro o paralelo entre 1 Tessalonicenses 3:12 e 1 Tessalonicenses 4:1. Em ambos os lugares, Paulo convida os tessalonicenses a aumentar, progredir “cada vez mais” em seu amor de uns pelos outros e para com todos.

Paulo havia começado a construir a estrutura cristã dos irmãos enquanto estivera com eles, mas tinha sido impressionado pelo Espírito Santo a preencher as lacunas (1Ts 3:10) e iluminar o entendimento deles. O resultado seria “mais e mais” do que eles já estavam tentando fazer: viver de modo digno da sua vocação.

Paulo começa o capítulo 4 com a palavra “Finalmente”. Nos capítulos 4 e 5, ele desenvolve o assunto dos capítulos anteriores, nos quais sua amizade com os irmãos é colocada como base para os conselhos práticos que ele dá depois. Eles haviam começado bem. Então, o apóstolo queria que continuassem crescendo nas verdades que tinham aprendido.

Duas menções de Jesus nessa passagem (1Ts 4:1, 15) são especialmente interessantes. Elas indicam que Paulo estava transmitindo o ensino das palavras do próprio Jesus (que mais tarde foram preservadas nos quatro evangelhos). Paulo estava oferecendo mais do que um bom conselho. O próprio Jesus ordenou os comportamentos que ele estava encorajando. Como servo de Cristo, ele estava compartilhando as verdades que havia aprendido de Cristo.

Leia novamente 1 Tessalonicenses 4:1. O que significa andar de modo a “agradar a Deus”? Será que o Criador do Universo realmente Se preocupa com nossa maneira de agir? Como nossas ações realmente podem “agradar a Deus”? Quais são as implicações de sua resposta?

Segunda

Ano Bíblico: Jr 10–13

A vontade de Deus: a santificação (1Ts 4:3)

O texto de 1 Tessalonicenses 4:3-8 forma uma completa unidade de pensamento. A vontade de Deus para cada crente de Tessalônica é “santidade” ou “santificação” (1Ts 4:3, 4, 7). O que Paulo quer dizer por santidade aqui é explicado nas duas frases seguintes. Cada crente deve evitar a “imoralidade sexual” e “controlar o seu próprio corpo” (1Ts 4:3, 4, NVI). Paulo concluiu a unidade de pensamento com três motivações para a vida santa (1Ts 4:6-8): (1) Deus é um vingador nessas questões, (2) Ele nos chama para a santidade, e (3) Ele dá o Espírito para nos ajudar. Na lição de hoje e nos próximos dois dias, estudaremos essa passagem com mais detalhes.

2. Leia 1 Tessalonicenses 4:3 e 7. Qual é a relação entre os dois versos? Qual é a mensagem básica de ambos? Qual é a importância dessa mensagem para nós hoje?

O verso 3 é a continuação do verso 1, em que Paulo lembra aos tessalonicenses de como eles deviam “andar” (RC) ou “viver” (em muitas traduções) – um conceito hebraico usado para descrever o comportamento moral e ético do dia a dia. No verso 3, ele usa outro conceito hebraico para descrever a vida e o crescimento espiritual: “santidade” ou “santificação”.

Uma definição típica de santidade é “separação para uso sagrado.” Mas Paulo dá ao termo um significado mais específico. Santidade é a condição na qual os tessalonicenses estarão na volta de Jesus (1Ts 3:13). Mas, no capítulo 4, ele escolhe uma forma do conceito que enfatiza o processo e não o resultado. É um substantivo de ação: “estar se santificando”, e não apenas um ato de santificação. A vontade de Deus é que estejamos envolvidos nesse processo (1Ts 4:3).

Paulo claramente não apoia um evangelho sem lei. Existem requisitos comportamentais para os que estão em Cristo. No verso 7, o oposto de “santidade” é “impureza” ou “imundícia” (RC). Paulo explica que eles deviam se abster “da imoralidade sexual” (1Ts 4:3, NVI). Em grego, a palavra para “imoralidade sexual” é porneia, que hoje incluiria tudo, de pornografia e prostituição até a atividade sexual fora do casamento.

Embora a salvação seja pela graça de Deus mediante a fé, o cristão deve crescer e sempre se esforçar para alcançar a perfeição prometida em Cristo.

O dom da sexualidade é evidência poderosa do amor de Deus. No entanto, tem sido utilizado de modo tão equivocado que, para muitos, se tornou maldição, causa de grande sofrimento e tristeza. Que escolhas podemos fazer para nos protegermos dos potenciais danos que o abuso desse dom pode trazer?

Terça

Ano Bíblico: Jr 14–16

Não como fazem os gentios (1Ts 4:4, 5)

3. O que devemos fazer com nosso corpo? Que exemplo devemos evitar? Que lição esse texto traz para nós? 1Ts 4:4, 5

Embora a moral discutida pelos filósofos na lição 3 atacasse muitas formas de excesso sexual, nos dias de Paulo, a sociedade pagã tinha pouca ou nenhuma restrição sexual. De acordo com o famoso orador pagão Cícero, “se há alguém que pensa que os jovens deveriam ser proibidos de ter um relacionamento sexual, mesmo com as prostitutas, sem dúvida, é muito rigoroso... mas sua visão é contrária não apenas à licenciosidade desta época, mas também aos costumes e concessões de nossos antepassados. Pois quando isso não foi uma prática comum? Quando isso foi condenado? Quando foi proibido?” (citado em Abraham Malherbe, “As Cartas aos Tessalonicenses”, The Anchor Bible, v. 32B; New York, Doubleday, 2000, p. 235, 236).

Hoje em dia, muitos rejeitam qualquer tipo restrição sexual. Acham que passagens como 1 Tessalonicenses 4:4, 5 foram relevantes principalmente em algum outro tempo e lugar. Mas o mundo antigo não era mais contido sexualmente do que nosso mundo de hoje. A mensagem de Paulo não seria mais aceitável na sociedade daquele tempo do que na de hoje.

A solução de Paulo para o problema do excesso sexual é que cada homem deve “possuir o seu vaso” (1Ts 4:4, RC). A palavra traduzida como “possuir”, em grego normalmente significa “adquirir”. O significado de “adquirir seu vaso” não é claro. Se com o termo “vaso” Paulo quis dizer “mulher” (essa era uma expressão antiga comum para mulher; 1Pe 3:7), ele estava dizendo que todo homem deve procurar um casamento honroso a fim de evitar a promiscuidade sexual.

Mas a maioria das traduções modernas entendem que a palavra “vaso” se refere ao próprio corpo do homem. Nesse caso, a expressão “possuir o seu vaso” deve ser interpretada como “saiba controlar o seu próprio corpo” (NVI).

Em ambos os casos, Paulo claramente confronta a frouxidão moral de sua época. Os cristãos não devem se comportar como os “gentios”. A norma da sociedade em geral não deve servir de regra para nós. O sexo é santo, separado para o casamento entre um homem e uma mulher. Como Paulo ressalta em 1 Tessalonicenses 4:6, o sexo nunca pode ser um assunto casual. Quando praticado fora das normas estabelecidas por Deus, é inevitavelmente destrutivo. Quem já não viu na vida de outros, ou na própria vida, o quanto esse dom pode ser destrutivo, quando abusamos dele?

Quarta

Ano Bíblico: Jr 17–19

De acordo com o plano de Deus (1Ts 4:6-8)

4. O que Paulo disse sobre a imoralidade sexual? 1Ts 4:6-8

Um homem que havia sido sexualmente ativo fora do casamento disse a um pastor: “Quando jovem, aprendi a ver o sexo e o amor como uma e a mesma coisa. Quando me casei, no entanto, descobri que sexo antes do casamento destrói não somente o corpo (eu contraí uma doença venérea), mas também a mente. Embora sejamos cristãos, eu e minha esposa tivemos que lutar com os comportamentos mentais e emocionais que eu trouxe do passado para nosso casamento.”

As restrições da Bíblia não estão ali porque Deus quer nos impedir de sentir prazer. Em vez disso, elas nos protegem dos danos físicos e emocionais que ocorrem como resultado da imoralidade sexual. Restringimos a nós mesmos sexualmente porque nos preocupamos com o impacto de nossa vida sobre a dos outros. Cada pessoa é alguém por quem Cristo morreu e não deve ser explorada sexualmente, de nenhuma forma. Fazer isso é pecar não apenas contra essa pessoa, mas contra Deus também (Gn 39:9). Sexo não está relacionado apenas com nossa maneira de tratar os outros, mas com nosso modo de tratar Cristo na pessoa dos outros (Mt 25:34-46).

Em última análise, o sexo afeta nosso relacionamento com Deus. São os gentios, que não conhecem a Deus, que vivem “com o desejo de lascívia” (1Ts 4:5). É a ignorância de Deus que produz comportamento imoral. Os que ignoram os ensinamentos da Bíblia sobre esse assunto rejeitam não apenas esses ensinamentos, mas também o chamado de Deus e até mesmo o próprio Deus (1Ts 4:8).

Por outro lado, quando seguimos o plano de Deus, o sexo se torna uma bela ilustração do amor abnegado que Ele derramou sobre nós em Cristo (Jo 13:34, 35). Se esse dom for apreciado de acordo com a vontade do Senhor, revelará de modo poderoso o tipo de amor que Deus tem pela humanidade e o tipo de relacionamento que Ele deseja ter com Seu povo.

Em 1 Tessalonicenses 4:7 somos orientados a viver em “santidade”. O que significa isso? Está relacionado com alguma coisa além da conduta sexual? O que mais poderia ser incluído?

Quinta

Ano Bíblico: Jr 20–23

Cuidar do próprio negócio (1Ts 4:9-12)

5. Que aspectos de 1 Tessalonicenses 3:11-13 são reafirmados no texto de 1 Tessalonicenses 4:9-12?

Os gregos tinham diversas palavras para “amor”, duas das quais são encontradas no Novo Testamento. Eros (não encontrada no Novo Testamento) é a palavra grega da qual obtemos a palavra erótico. Refere-se ao aspecto sexual do amor. Ágape é o termo mais usado no Novo Testamento, quando se refere ao amor abnegado. Ele é frequentemente usado em relação ao amor de Cristo por nós, manifestado na cruz.

Outra palavra grega para amor, philos, é destacada em nossa passagem de hoje. Paulo lembrou aos tessalonicenses o que eles já sabiam sobre o “amor fraternal”. A palavra grega para amor fraternal é o termo a partir do qual a cidade de Filadélfia recebeu seu nome. No mundo gentílico, philadelphias se referia ao amor pelos parentes de sangue. Mas a igreja ampliou esse significado para incluir o amor pelos outros cristãos, a família cristã, fundamentada na escolha. Esse tipo de amor familiar é ensinado por Deus e é um milagre da Sua graça.

6. Que admoestação Paulo fez aos tessalonicenses sobre negócios e ocupação no contexto urbano? 1Ts 4:11, 12

A igreja de Tessalônica parecia ter um número de pessoas preguiçosas e perturbadoras. O entusiasmo pela segunda vinda de Jesus pode ter levado alguns cristãos a abandonar seus empregos e a se tornar dependentes dos vizinhos gentios. Mas estar preparado em todos os momentos para testemunhar não significa ser perturbador, intrometido nem preguiçoso no trabalho ou na vizinhança. Para algumas pessoas de fora, o laço mais estreito que terão com a igreja será a impressão produzida pelo comportamento dos cristãos conhecidos.

A solução de Paulo para o problema de Tessalônica foi encorajá-los a ser ambiciosos (“diligenciardes”; “procureis”), não por poder ou influência, mas para viver “tranquilamente” (1Ts 4:11), o que envolveria cuidar do próprio negócio e trabalhar com as próprias mãos. No mundo antigo, o trabalho manual era o principal meio de subsistência. No mundo de hoje, Paulo provavelmente diria: “Sustente a si mesmo e a sua família e guarde um pouco para ajudar os que realmente necessitam”.

Como podemos aplicar essas palavras de Paulo à nossa vida e ao nosso contexto imediato?

Sexta

Ano Bíblico: Jr 24–26

Estudo adicional

Oamor é um princípio puro e santo, mas a paixão sensual não admite restrições nem que lhe ditem regras ou o controle da razão. É cega às consequências e não raciocina da causa para o efeito” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 222).

“[O amor] é puro e santo. Mas a paixão do coração natural é algo totalmente diferente. Enquanto o amor puro coloca o Senhor em todos os seus planos e está em perfeita harmonia com o Espírito de Deus, a paixão é obstinada, imprudente, irrazoável, desafiadora de toda restrição e torna em ídolo o objeto de sua escolha. Na conduta de quem possui o verdadeiro amor, a graça de Deus será mostrada” (Ellen G. White, The Advent Review e Sabbath Herald [Revista Adventista e Arauto do Sábado], 25 de setembro de 1888).

“Os que não querem cair presa dos enganos de Satanás devem guardar bem as vias de acesso ao coração; devem se esquivar de ler, ver ou ouvir tudo quanto sugira pensamentos impuros. Não devem permitir que a mente se demore ao acaso em cada assunto que o inimigo das almas venha a sugerir. O coração deve ser fielmente guardado, pois, de outra maneira os males externos despertarão os internos e a pessoa vagará em trevas” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 518).

Perguntas para reflexão

1. Ellen White falou sobre “guardar as vias de acesso ao coração”. Que implicações esse princípio tem quanto às nossas escolhas de entretenimento e educação?
2. Paulo usa a expressão “cada vez mais” para descrever o crescimento no caráter e no comportamento. O que as igrejas podem fazer para incentivar essa experiência?
3. Se um jovem lhe pedisse pelo menos duas razões práticas para deixar o sexo para “depois do casamento”, o que você lhe diria, e por quê?

Resumo: A sexualidade é um assunto muito pessoal; no entanto, há muito perigo para a igreja quando a imoralidade sexual não é confrontada. Igualmente importante é o tipo de igreja que o mundo vê na vizinhança e no local de trabalho. As diretrizes de Paulo nesses assuntos são tão importantes hoje como foram em seu tempo.

Respostas sugestivas: 1: Os líderes devem estar perto dos fiéis e orar para que o Senhor produza neles o crescimento no amor, na santidade e na pureza, a fim de evitar a conduta pecaminosa e os enganos teológicos que surgirão antes da vinda de Jesus. 2: A vontade de Deus é a nossa santificação, que está em direção oposta à impureza e à prostituição; quando buscamos o Deus santo, abandonamos as coisas impuras. 3: Possuí-lo em santificação e honra; devemos evitar o desejo de lascívia, comum entre os gentios; para não ser dominado pelo pecado, precisamos conhecer a Deus. 4: Visto que Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação, se prejudicarmos nosso irmão, Deus será vingador. 5: O dever de crescer no amor de uns para com os outros; o amor é demonstrado na santidade dos irmãos que trabalham para não ser pesados aos outros e na proteção da honra uns dos outros. 6: Eles deviam viver tranquilamente, cuidando dos próprios negócios, evitando depender dos outros e dando bom exemplo aos não cristãos.

 

Classe Escola Sabatina

Resumo da Lição 7 – Vida santa (1Ts 4:1-12)

 

Publicado em 13/08/2012 por VideosdeEsperanca Pastor Rodrigo Silva fala sobre a vida santa.

 

Fonte: Videos Esperança

 

Texto-chave: 1 Tessalonicenses 4:1-12

O aluno deverá...

Saber: Que o plano de Deus para sua vida inclui o chamado para santidade em todos os aspectos, incluindo a atividade sexual.

Sentir: Disposição de permitir que Deus controle os aspectos públicos e particulares de sua vida.

Fazer: Dar os passos necessários para se afastar do mal e permitir que a vontade de Deus se realize em sua vida.

Esboço

I. Saber: Chamado para a santidade

A. Dificilmente uma carta de Paulo não inclui uma advertência contra imoralidade sexual. O que faz com que esse pecado específico receba tanta atenção inspirada?
B. Por duas vezes Paulo fala aos conversos tessalonicenses para ter uma vida que agrade a Deus “cada vez mais” (
1Ts 4:1, 10). O que essa repetida expressão nos diz sobre a experiência dos tessalonicenses e a natureza da vida cristã em geral?

II. Sentir: Verdadeiro amor pelos outros

A. Paulo adverte contra o desrespeito e a ofensa ao próximo no aspecto da imoralidade sexual? Que tipos de transgressões e ofensas Paulo tinha em mente? Como podemos evita-las?

B. Por que a imoralidade sexual e o genuíno amor não podem estar juntos?

III. Fazer: Abster-se de imoralidade

O chamado para abster-se de imoralidade sexual está acompanhado pela instrução de manter o corpo em santidade e honra. Que conselho você daria a alguém para ajudá-lo a manter seu corpo em santidade e honra?

Resumo: Em um mundo assolado pelo incontrolável desejo e perversão sexual, Deus deseja que Seus seguidores tenham vidas santas, sexualmente puras e edificantes em relação aos outros.

Ciclo do aprendizado

Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Os Cristãos não devem ser controlados pela paixão sexual, mas pelo desejo de agradar a Deus, tendo uma vida santa, marcada pelo controle sexual e pureza.

Só para o professor: A natureza delicada e pessoal da lição desta semana provavelmente deixará muitos alunos constrangidos, incluindo, talvez, o professor. Embora isso possa ocorrer, como Cristãos não podemos mais evitar a questão do comportamento sexual simplesmente porque isso nos deixa desconfortáveis. A Palavra de Deus tem muito a dizer sobre esse assunto e seus conselhos são desesperadamente necessários. Jovens e velhos, solteiros e casados, crentes e descrentes, todos lutam com essa questão. Não perca a oportunidade que esta lição oferece, ao trazer convicção, cura e esperança aos que enfrentam dificuldades nessa área.

A sexualidade humana é uma das forças mais bonitas, poderosas e misteriosas no Universo. Pode unir um homem e uma mulher, como um, criando um vínculo de intimidade e amor que dura por toda a vida. Em forte contraste com isso, ela também pode produzir uma vida de sofrimento e dor, quando se torna o meio de explorar os outros para a satisfação das próprias paixões sexuais. Infelizmente, com muita frequência, as páginas da história estão cheias de histórias de homens e mulheres que experimentaram os males da exploração sexual, em lugar da beleza do amor.

Se o sexo é tão bonito e poderoso quando abordado da maneira correta, mas tão devastador quando usado de forma errada, onde as pessoas devem procurar orientação e direção? Alguns se voltam para celebridades ou para pessoas que aparecem em programas de televisão, outros procuram em revistas, na internet, ou buscam conselhos de amigos. Infelizmente, poucos procuram na Bíblia ou, pelo menos, levam a sério seus conselhos.

De acordo com uma pesquisa realizada com estudantes de graduação da Universidade de Yale, 71% dos entrevistados disseram que sua visão religiosa não afetava “em nada” sua vida sexual. Dos restantes, 19% disseram que seus pontos de vista religiosos afetavam “um pouco” seu comportamento sexual e apenas 10% disseram que a religião influenciava “muito” seu comportamento sexual (http://www.yaledailynews.com/news/2010/feb/11/for-faithful-few-a-balancing-act/).

Os resultados dessa pesquisa sugerem que muitos estudantes têm entendido que as “regras” bíblicas sobre sexo significam que Deus é “contra” o sexo e que Ele não quer que o desfrutemos. Infelizmente a igreja tem, às vezes, ajudado a reforçar essa ideia, caracterizando o sexo como algo sujo e pecaminoso. Entretanto, nada poderia estar mais longe da verdade. Deus criou o sexo. A razão pela qual Ele tem tantas regras a esse respeito é que ele dá muito valor ao sexo. O Senhor também sabe que, por causa do pecado, o sexo muitas vezes é distorcido e abusado. A vontade de Deus é que experimentemos o sexo em seu sentido mais completo e bonito, e isso só acontece quando o aceitamos da forma como Ele nos deu no princípio.

Pense nisto: O que as famílias e igrejas cristãs podem fazer para ajudar os jovens e os mais velhos a entender o valor e a importância de seguir as instruções bíblicas a respeito do comportamento sexual?

Compreensão

Comentário Bíblico

I. A situação nos dias de Paulo

(Recapitule com a classe 1 Tessalonicenses 4:1-3.)

Um dos desafios que Paulo enfrentou como apóstolo dos gentios foi o problema da imoralidade sexual no mundo antigo. Como a lição indica, imoralidade sexual é a tradução da palavra grega porneia, que se refere a qualquer forma pervertida de comportamento sexual, contrária à vontade de Deus, incluindo sexo antes do casamento, adultério, prostituição, pornografia, etc. Os gentios estavam famintos pelo evangelho, mas muitos estavam se esforçando para se afastar das práticas que eram aceitas como parte da cultura na qual eles viviam no dia a dia. Considere a forma como F. F. Bruce resume os relacionamentos disponíveis para o homem no mundo pagão:

“Um homem pode ter uma amante... [hetaera] que poderia oferecer também uma companhia intelectual. O sistema de escravidão tornou mais fácil para que ele tivesse uma concubina..., embora o prazer ocasional estivesse prontamente disponível por meio de uma prostituta... [pornē]. A função de sua esposa era administrar a casa e ser a mãe de seus filhos e herdeiros legítimos” (Word Biblical Commentary, 1 and 2 Thessalonians; Waco, Texas: Word Books, 1982, v. 45, p. 82).

Foi nesse contexto que Paulo teve que lembrar continuamente aos cristãos gentios que, embora o mundo não desaprovasse esse tipo de comportamento, isso era contra a vontade de Deus. A ordem não era apenas para evitar o excesso dos gentios. Paulo os aconselhou a se abster (1Ts 4:3). A palavra que Paulo usa para ”abster-se” significa “evitar todo contato” com a imoralidade sexual, “afastar-se” disso completamente. Na sua carta aos coríntios, Paulo exorta os crentes a fugir “da imoralidade sexual” (1Co 6:18, NVI). Paulo queria que a fosse compreendida. Não se deve brincar com o pecado sexual. Uma vez que ele apanha uma pessoa, se torna muito difícil livrar-se dessas garras mortais.

Pense nisto: Como os cristãos podem seguir a vontade de Deus de ser sexualmente puros, sem ser “puritanos”, evitando a ideia de que o sexo é sujo e pecaminoso?

II. O desígnio de Deus para o comportamento sexual

(Recapitule com a classe 1Ts 4:1-12.)

Um pai sábio entende que proibir um comportamento não é suficiente. Deve-se prover também instrução positiva sobre o que fazer como alternativa. Paulo segue na mesma direção. Em vez de simplesmente dizer aos novos conversos para ficar longe da imoralidade sexual, Ele dá instruções positivas a respeito de como o desejo sexual deve ser satisfeito.

Em vez de permitir que as paixões sexuais os levem de um encontro sexual a outro, Paulo diz que o contexto apropriado para o sexo é o casamento, e mesmo no matrimônio ele deve ser exercitado com domínio próprio e “honra” (1Ts 4:4-5). Como a lição salienta, o verso 4 literalmente diz que os cristãos devem “possuir seu [próprio] vaso”. Embora essa frase seja ambígua, três fatores indicam que ela seja melhor compreendida como referência ao casamento.

Primeiro, frequentemente a palavra vaso é usada em sentido metafórico no Novo Testamento, em referência aos seres humanos (leia At 9:15; 2Co 4:7; 1Pe 3:7). Segundo, o verbo grego para possuir também é usado na tradução grega do Antigo Testamento, em referência ao processo de adquirir o direito de ter uma esposa (Rt 4:10). Finalmente, Paulo diz praticamente a mesma coisa, ainda que em termos mais claros, aos crentes gentios de Corinto. Depois de dizer para fugirem “da imoralidade sexual”, Paulo diz: “Por causa da tentação para a imoralidade sexual, cada homem deve ter sua própria esposa e cada mulher o seu próprio marido” (1Co 7:2, Bíblia ESV, tradução nossa). Isso não quer dizer, obviamente, que o sexo é a única razão para se casar. Em outros textos, Paulo fala muita coisa a respeito da importância do amor no casamento. O assunto aqui é simplesmente que o sexo deve ser reservado ao casamento.

A instrução final de Paulo é que, mesmo no casamento, o comportamento sexual deve ser expresso em santidade e honra. A certidão de casamento não dá ao cônjuge o direito de fazer exigências sexuais ao outro. O casamento deve ser um elo sagrado, no qual homem e mulher se unem em intimidade sexual que glorifica a Deus e edifica um ao outro.

Pense nisso: Uma pesquisa sobre satisfação sexual mostrou que os casais casados experimentavam um grau de satisfação muito maior do que os que estavam envolvidos em atividade sexual fora do casamento (72% contra 31%). Que fatores levam a maior satisfação no casamento do que fora dele?

Aplicação

Perguntas para reflexão

1. Que histórias do Antigo Testamento apresentam exemplos positivos e negativos do comportamento sexual? O que podemos aprender com essas situações?
2. Em que sentido a motivação de agradar a Deus é um princípio melhor para orientar as pessoas do que simplesmente dar-lhes uma lista de regras a seguir?

Perguntas de aplicação

1. A advertência bíblica contra a imoralidade sexual é muito clara: “Abstenha-se disso”. Diante disso, que decisões você precisa tomar em relação aos relacionamentos em que está envolvido ou relação a coisas que você lê ou assiste?
2. Você já se sentiu prejudicado sexualmente por alguém? Como você se sente ao saber que, como Paulo diz, Deus “é o vingador” contra todas estas coisas” (
1Ts 4:6)?
3. Muitos não têm vivido com o grau de pureza e integridade sexual que Deus deseja. Que esperança podemos encontrar na estória do terrível pecado de adultério de Davi e em seu cântico de arrependimento, no Salmo 51?

Criatividade

Atividade: Partilhe com a classe a seguinte situação hipotética e a use como base para comentar a lição:

Um amigo seu argumenta que nossa sociedade tem muitos complexos puritanos relacionados com o sexo e sugere que muitos de nossos problemas terminariam se apenas começássemos a tratar o sexo como qualquer desejo natural, como o ato de beber um copo d’água. Ele diz que se afastássemos todos os tabus religiosos, parássemos de fazer as pessoas se sentirem culpadas, e permitíssemos os relacionamentos sexuais livres, seria muito melhor para todos. O que você responderia?

 

COMENTÁRIOS LIÇÃO 7 – VIDA SANTA

Texto – 1 Tessalonicenses 4:1-12.

 

Pr. José Silvio Ferreira

Secretário Ministerial

Associação Paulistana

No mundo pagão da antiguidade, a ética não estava sob o domínio dos deuses, mas da filosofia. Isso significa que a religião nada tinha a ver com a vida moral dos adoradores. De fato, vários cultos promoviam o que, do ponto de vista cristão, seria considerado imoral. Dionísio (Baco para os romanos), por exemplo, o deus do vinho e da embriaguez, aparece nos relevos, estátuas e mosaicos com videira e uvas entrelaçadas nos cabelos, uma taça inclinada e vazia nas mãos, símbolo de orgia etílica. Os que bebiam somente água eram criticados severamente e até perseguidos por sua sobriedade.

O deus promovia o consumo do vinho e animava o sóbrio a buscar os prazeres sexuais oferecidos por Afrodite, que era o símbolo da licenciosidade e “madrinha” das prostitutas. Os arqueólogos encontraram no Serapion de Tessalônica uma imagem pequena de Dionísio, a qual acomodava um falo removível. O órgão sexual masculino era usado no culto a Afrodite e a Cabirus (veja na Lição 3) deidade popular na cidade (Notas da Archaeological Study Bible).

Portanto, não é de surpreender que os cristãos de Tessalônica, em sua maioria convertidos do paganismo e idolatria, necessitassem de instrução especial acerca da pureza sexual. Paulo oferece a eles e a nós, cristãos do século 21, essa importantíssima instrução em 1 Tessalonicenses 4:3-8.

Progredir cada vez mais (4:1, 2)

A seção estudada nesta semana trata das necessidades específicas que Timóteo mencionou detalhadamente para Paulo, quando chegou a Corinto, vindo de Tessalônica. A igreja estava bem, mas em alguns itens precisava de orientação, como por exemplo, ética sexual, amor fraternal, e importância do trabalho. Observe que o apóstolo colocou grande solenidade em sua linguagem (“exortamos no SenhorJesus”), a fim de fazer tanto mais impressionantes as exortações seguintes sobre a santificação. Ele conhecia bem o perigo que existe em conhecer sem praticar. A fim de evitar acusações de ser culpado de emitir ordens arbitrárias e desejando dar autoridade à sua exortação, o apóstolo destacou duas questões:

A) Essas instruções não são novas. São ordens dadas anteriormente, enquanto Paulo esteve com eles.

B) São dadas pelo Senhor Jesus, ou seja, por ordem dEle. Daí vem sua autoridade.

A autoridade das exortações não provém do destaque de Paulo e dos outros como fundadores da congregação, mas da “autoridade do Senhor Jesus” (v. 2). A suprema autoridade divina respalda a exortação apostólica.

Primeiro, Paulo rogou a seus irmãos que se dedicassem à santidade da vida, evitassem as paixões impuras a que se entregavam os pagãos. As palavras iniciais “quanto ao mais...” assinalam a transição para um novo assunto. Não indicam que o autor tivesse chegado ao fim de sua exposição. Ele se dirigia aos que eram “irmãos”, membros da mesma família cristã. Portanto a forma da exortação é familiar e informal.

Os verbos principais como “pedir” e “exortar” mostram que Paulo não era arrogante, mas certamente falava com autoridade no Senhor Jesus. A exortação de crescer cada vez mais nas virtudes cristãs aparece como um lema geral, mas focaliza especificamente a atitude a respeito do amor fraternal. O apóstolo queria que os tessalonicenses adotassem certa linha de ação.

O desafio era: “continuem progredindo” em sua conduta moral, especificamente com referência ao amor entre os cristãos. Que alcancem um grau mais alto e excelente de moralidade. O escritor reconhecia que os tessalonicenses tinham aplicado, até certo ponto, o ensino moral que ele lhes havia dado. Parte do conteúdo desse ensino destaca a necessidade de “agradar a Deus”. A expressão “é necessário” (“dei” em grego) indica que essa conduta não é opcional, mas é o que se deve fazer. Trata-se de uma obrigação ou um dever, que é imposto por Deus. Os irmãos deviam “andar” ou comportar-se de tal maneira que agradassem a Deus, ou seja, os interesses divinos são a primeira consideração do crente sincero (Comentário de Eugenio Green).

Apesar desse elogio, Paulo sabia que havia deficiências no comportamento de alguns membros da igreja e que eles precisavam de correções.

A vontade de Deus: a santificação (1Ts 4:3)

Lembre-se de que, longe de proibir a imoralidade sexual, os cultos a Dionísio, Afrodite, Osíris e Ísis, Cabirus e Priapus promoviam a permissividade sexual. Assim, para qualquer membro da igreja em Tessalônica, convertido dessas religiões pagãs, era bastante difícil entender como sua conversão a Deus implicava no abandono dos prazeres que seu culto anterior aprovava abertamente.

Diferentemente da ética grega, a ética judaica e a cristã não se organizam em torno de uma coleção de ideais humanos, mas “da vontade de Deus”. E para o Novo Testamento “a vontade de Deus” é uma expressão de Seu plano moral para o ser humano: aquilo que se deve “fazer” e não somente “saber”. A parte da “vontade de Deus” que Paulo enfatizou aqui é que os tessalonicenses fossem santificados. Esse é o chamado central do plano divino para Seu povo.

A santificação é definida aqui como a pureza moral nas relações sexuais em contraste com a “impureza” (v. 7). A palavra grega é “hagiasmos”, que significa o processo da santificação, que começou na conversão e se realiza por meio do poder do Espírito Santo. Embora o crescimento na santificação somente aconteça por meio da agência divina, os tessalonicenses deviam tomar a firme decisão de alinhar sua conduta com “a vontade de Deus”, assim como nós devemos fazê-lo. Nesse caso, significa: apartar-se “da imoralidade sexual”.O termo grego é “porneia” (termo raiz de pornografia, pornográfico), que implica em qualquer relação sexual fora do matrimônio: fornicação, adultério, homossexualismo, incesto, prostituição e bestialidade. Observe que Paulo não chamou a igreja à moderação parcial com respeito “a imoralidade sexual”, mas categoricamente afirmou que os irmãos deviam “abster-se completamente dela” (Eugenio Green).

Não como fazem os gentios (1Ts 4:4, 5)

A Nova Versão Internacional assim traduz o verso 4: “cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa”.

Paulo apresenta aqui um antídoto para a “imoralidade sexual” (v. 3). O que se destaca de início é que esse ensino não é para um grupo seleto da congregação, mas para todos, ou “cada um”. O texto ensina que uma forma de evitar “a imoralidade sexual” é casar-se.

Paulo também deixou claro que o tipo de controle que tinha em mente era aquele que está de acordo com a vontade de Deus: “de maneira santa e honrosa”. A santificação deve dominar todo aspecto do caráter do cristão e especialmente quanto à sua sexualidade. Que não se deixe “levar pelos maus desejos como fazem os pagãos que não conhecem a Deus” (v. 5). A conduta sexual dos irmãos tessalonicenses não deveria ser determinada pelas paixões como ocorria com os pagãos.

O apóstolo estava clamando à igreja do Senhor para que não imitasse a conduta sexual de seus contemporâneos, da qual eles mesmos deveriam ter saído poucos meses antes. Uma vida dominada por paixões lascivas é evidência clara de distanciamento de Deus. Quer dizer, a falta de uma relação com Ele, é a fonte da imoralidade. A fé e a ética estão ligadas de tal maneira que aquele que conhece a Deus não se deixa levar por suas paixões, mas vive conforme “a vontade de Deus”.

De acordo com o plano de Deus (1Ts 4:6-8)

O verso 6 traz a expressão “que ninguém ofenda nem defraude seu irmão”. A expressão encerra a ideia de uma injustiça feita nas relações corriqueiras da vida, e em particular nos negócios do comércio. Tessalônica, com seu comércio tão múltiplo e extenso, certamente oferecia muitas tentações dessa natureza. Os cristãos deveriam dar exemplo da mais escrupulosa honestidade. Cada cristão, e principalmente todo pregador, deve ao mesmo tempo explicar e aplicar a verdade. Mas sempre pelo Senhor Jesus, em Sua autoridade, segundo Sua palavra e Seu Espirito. Fora desse escopo, todo preceito seria letra morta. A palavra “impureza” (v. 7) aqui é tomada em sentido geral e significa as injustiças tanto como os pecados grosseiros da natureza carnal (Bonnet y Schroeder, Comentario del NT, p. 630).

Gostaria de destacar o fato de que Paulo estava falando de santificação e, neste contexto, de abstinência da imoralidade e da impureza. As palavras-chave de todo o parágrafo são: santificação, imoralidade, impureza. Permita-me transcrever aqui um parágrafo de Champlin, a meu ver, muito propício para nossos dias:

“Paulo profere aqui (v. 6) uma ameaça de julgamento divino contra o sexo ilícito e pervertido... O contexto até ao oitavo versículo, parece falar solidamente contra vários abusos sexuais. E até mesmo a exortação ao amor fraternal (v. 9), parece ter sido mencionada em relação a essa questão; pois aquele que seduz a esposa de um irmão, somente porque pode fazê-lo e porque ela o permite, está andando contra todo o amor cristão fraternal. O estudo longo e enfático de Paulo sobre essa questão mostra-nos que a mesma deve ter atingido um ponto crítico na comunidade cristã de Tessalônica, onde era a maior das tentações, tal como se dá hoje em dia entre muitos crentes. Deus é quem Se vinga, tanto nesta vida como na outra, quando um homem defrauda seu irmão em Cristo, seduzindo-lhe a esposa ou de outro qualquer modo maltratando-a. O chamado cristão convoca o indivíduo para a santificação. Ninguém é chamado se também não estiver sendo santificado” (O NT Interpretado Versículo por Versículo).

Entenda bem: Rejeitar o código divino equivale a colocar Deus de lado na vida, tornando-se portador de uma crença inútil. Foi Deus quem nos outorgou o “código moral”, e que nos julgará no tocante ao uso que fizermos dele. Mas Deus mesmo nos oferece o dom do Espírito Santo, que nos dá o poder indispensável para observarmos Seus imperativos morais.

Cuidar do próprio negócio (1Ts 4:9-12)

Nesses versos, Paulo apresentou um novo tema, contudo isso não está isolado do que ele havia acabado de expor. “Amor fraternal” vem do grego “filadélfia”. Enfatiza o sentimento nobre que um ser humano sente por outro, o cuidado que tem pelo outro, assim como cuida de si mesmo. Está em foco o altruísmo. O amor ao próximo é algo “instintivo” se o Espírito Santo habita no indivíduo. Note que Paulo novamente elogiou os crentes de Tessalônica pelos seus pontos positivos, e o fez a fim de que os pudesse exortar a uma prática ainda maior – “a progredirdes cada vez mais...”

O versículo 11 apresenta três breves exortações práticas, todas elas relacionadas ao espírito de fraternidade e às obras da santificação:

A) Que ambicionassem viver tranquilamente,

B) Que se ocupassem de seus próprios afazeres,

C) Que trabalhassem com as próprias mãos.

Fanáticos, intrometidos e ociosos existem em quase todas as igrejas. Às vezes, uma e a mesma pessoa é as três coisas. Por isso as três admoestações se destinam à congregação toda, porque a semente de todos os pecados se acha incrustrada em cada coração (William Hendriksen).

Quando um indivíduo ama, não deseja se tornar uma carga financeira para outros, antes trabalha para que possa doar a outro o que lhe for necessário e que estiver ao seu alcance. Quando alguém ama também se esforça para viver em paz e em tranquilidade, evitando agitação e contendas desnecessárias. Parece que na comunidade cristã tessalonicense havia um grupo de ociosos, com pouca disposição para o trabalho, que preferiam andar à cata de novidades, criando confusão e espalhando maledicências. As três exortações parecem dizer respeito, principalmente, a tais pessoas.

Além do fato de que aquelas pessoas serviam de entrave para a comunidade cristã, porque eram uma sobrecarga financeira, também davam péssima impressão para “os de fora” (v. 12). Estavam prejudicando o conceito que os de fora poderiam fazer do cristianismo. Faltava-lhes continuamente, o que era necessário para si mesmas e para seus familiares, até que a igreja viesse em seu socorro. O trabalho honesto solucionaria muitos desses problemas. O indivíduo que tem possibilidade de trabalhar, mas que por preguiça não o faz, é um estigma para a igreja, uma péssima representação do que significa ser um cristão genuíno (Champlin).

Concluo com Ellen White:

“Agora, como nos dias de Israel, todo jovem precisa ser instruído nos deveres da vida prática. Cada um deve adquirir conhecimentos em algum ramo de trabalho manual que, em caso de necessidade, lhe possa proporcionar um meio de vida. Isso é essencial, não somente como salvaguarda contra as dificuldades da vida, mas em virtude de seu efeito sobre o desenvolvimento físico, mental e moral... A disciplina de serviços bem regulados não é menos essencial em conseguir mente ativa e caráter nobre” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 307).

Somente a comunhão com Deus pode nos manter vitoriosos no processo da santificação. Muito melhor é entregar a Jesus nossa vida inteira!

O autor dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do livro Cristo, Nossa Salvação.

 

Fonte: Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

domingo, 5 de agosto de 2012

ES – Lição 6 - Amigos para sempre (1Ts 2:13–3:13) – 3º Trim, 2012

 

 

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Lições da Bíblia

Lição 6 de 4 a 11 de agosto

Amigos para sempre (1Ts 2:13–3:13)

 

Publicado em 02/08/2012 por LicoesdaBiblia "Que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os Seus santos" (1Ts 3:13). Com a participação do pastor Ronaldo de Oliveira (Presidente da Associação Paulista do Vale) e do pastor Ivan Canhadas (Departamental do Ministério da Família da União Central Brasileira)

 

Fonte: Novo Tempo: Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

 

Lição 6 de 4 a 11 de agosto

Amigos para sempre (1Ts 2:13–3:13)

 

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Is 45–48

VERSO PARA MEMORIZAR: “Que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os Seus santos” (1Ts 3:13).

Leituras da semana: 1Ts 2:13–3:13; Rm 9:1-5; 11:1-12, 24-32; Mt 24:9-22; 10:42

Pensamento-chave: Paulo continuou a elogiar os tessalonicenses pelas coisas boas que viu neles e a encorajá-los em meio à perseguição que estavam enfrentando.

No texto para a lição desta semana, podemos perceber que, para Paulo, os tessalonicenses não eram apenas membros da igreja. Eles eram seus amigos. Havia uma profunda ligação emocional entre Paulo e essas pessoas, e o apóstolo enfatizava esse vínculo enquanto reafirmava o amor que tinha para com eles. Ao mesmo tempo em que eram sinceras, suas palavras também ajudariam a prepará-los para a crítica que se seguiria em breve.

Paulo começou e terminou essa seção com uma oração. Em certo sentido, a passagem inteira é escrita com a oração em mente. Subjacente à ênfase na oração estava o desejo de Paulo de que os tessalonicenses fossem irrepreensíveis e santos (1Ts 3:13; 1Ts 2:19, 20) na segunda vinda de Jesus.

A amizade que Paulo tinha com eles era mais profunda do que as amizades terrenas, pois ultrapassava os limites do tempo e da história. Paulo almejava passar a eternidade com os crentes de Tessalônica. Em parte, esse desejo era o que impulsionava, ao longo da carta, sua intensa preocupação em relação às crenças e ao comportamento deles. Paulo amava essas pessoas e desejava que elas se preparassem para a vinda de Cristo.

Domingo

Ano Bíblico: Is 49–51

O exemplo da Judeia (1Ts 2:13-16)

Ao ler 1 Tessalonicenses 2:13-16 de modo superficial, parece que o texto é um desvio dos temas anteriores: agradar a Deus e cuidar dos novos crentes (1Ts 2:1-12). Mas o verso 13 continua o tema de como os tessalonicenses responderam aos apóstolos e ao evangelho que eles levaram para Tessalônica.

No verso 14, Paulo volta ao tema da imitação. A perseguição em Tessalônica ecoava a perseguição dos cristãos ocorrida anteriormente na Judeia. Alguns judeus perseguiram cristãos judeus na Judeia, ao passo que vizinhos gentios e judeus se uniram para perseguir os cristãos de Tessalônica, que em sua maior parte eram gentios. Aqui Paulo mostrou que a perseguição aos cristãos está ligada a um padrão mais amplo. Os que seguem a Cristo enfrentam oposição e até mesmo perseguição.

1. Que exemplo devemos imitar no contexto da perseguição aos cristãos? Devemos nutrir ódio contra os perseguidores? 1Ts 2:14-16

Paulo revelou seus sentimentos acerca de determinado grupo de judeus que o perseguiram nos lugares em que passou, tentando prejudicar seu trabalho evangelístico, semeando discórdia e oposição aos apóstolos. Textos como 1 Tessalonicenses 2:14-16 (veja também Mt 23:29-38) têm sido grosseiramente pervertidos e distorcidos a fim de “justificar” a perseguição ao povo judeu. Mas esse tipo de aplicação universal vai muito além da intenção de Paulo. Ele estava falando especificamente sobre as autoridades da Judeia (a palavra traduzida como “judeus” em 1 Tesslonicenses 2:14 também pode ser traduzida como “da Judeia”), que colaboraram com os romanos na morte de Jesus e que tinham o objetivo de obstruir a pregação do evangelho, onde e quando pudessem. Na verdade, Paulo parecia estar repetindo o que Jesus já havia dito sobre os que tentavam matá-Lo (Mt 23:29-36).

Devemos ter em mente que Paulo era judeu. Ele não estava difamando uma inteira classe de pessoas. Jesus era judeu. Os primeiros discípulos eram judeus. Apenas judeus formavam o núcleo inicial da igreja. No que diz respeito a Paulo, todo judeu que ele conhecia, como Silas, Barnabé, Timóteo, era potencialmente um amigo para a eternidade (Rm 9:1-5; 11:1-12, 24-32).

Cada pessoa na Terra é um ser humano “por quem Cristo morreu” (Rm 14:15; 1Co 8:11). O preconceito contra classes de pessoas não é apropriado para os que vivem ao pé da cruz.

É fácil apontar o dedo para a igreja por falhas na maneira de tratar classes de pessoas. E quanto a nós? Quanto preconceito étnico permanece em nosso coração?

Segunda

Ano Bíblico: Is 52–55

A esperança e a alegria de Paulo (1Ts 2:17-20)

Nos catorze versos que se estendem de 1 Tessalonicenses 2:17 até o capítulo 3:10, Paulo apresentou um relato cronológico de sua separação dos crentes de Tessalônica. O tema da amizade percorre a passagem. Esses tessalonicenses não eram apenas membros da comunidade de Paulo, mas verdadeiros amigos. Toda a passagem pulsa com profunda emoção.

Paulo desejava que todos os seus conselhos e advertências posteriores (apresentados em 1Ts 4; 5) fossem compreendidos à luz do seu amor e preocupação por eles. E por causa desse amor, ele havia obtido o direito de aconselhar a igreja ali. Os conselhos são mais bem recebidos quando são fundamentados no amor.

2. Por que Paulo desejava rever os tessalonicenses? O que o impedia? O que podemos aprender com o relato? 1Ts 2:17-20

O verbo principal do verso 17 (normalmente traduzido com a ideia de “privar” ou “separar”) tem suas raízes no conceito de se tornar órfão (“orfanado”, RA). Quando Paulo foi forçado a deixar Tessalônica repentinamente, sentiu tão profundamente a perda do relacionamento como se seus pais tivessem falecido. Ele queria muito visitar aqueles irmãos porque sentia muita saudade deles. Eles estavam ausentes em pessoa, mas não no coração. Ele culpou a Satanás por seu atraso. Suas palavras aqui são outro texto na Bíblia que mostra a realidade do grande conflito.

O desejo que Paulo tinha de ver os crentes de Tessalônica, no entanto, estava enraizado em algo mais do que apenas relacionamento cotidiano. O foco estava no fim dos tempos. Paulo aguardava para “apresentá-los” a Jesus após em Sua segunda vinda. Eles eram a validação do seu ministério por Cristo, sua alegria escatológica e motivo de satisfação! Paulo queria que no fim houvesse evidência de que sua vida tinha feito diferença na vida dos outros.

O que essa passagem também deve nos mostrar é que precisamos manter nossas prioridades em ordem. Nossa existência aqui é apenas uma “neblina” (Tg 4:14), mas é uma neblina de alcance eterno. A prioridade de Paulo estava no que é eterno, no que tem valor e importância duradouros. Afinal, se você realmente pensar sobre o destino deste mundo, o que realmente importa, a não ser a salvação dos perdidos?

Como tudo o que fazemos nesta vida afeta, de alguma forma, a salvação dos perdidos? Por mais agradável que seja falar sobre esse ideal, como podemos viver de acordo com ele?

Terça

Ano Bíblico: Is 56–58

A visita do substituto de Timóteo (1Ts 3:1-5)

3. Em que contexto mais amplo Paulo via seus sofrimentos e os dos tessalonicenses? 1Ts 3:1-5; Mt 24:9-22

Paulo estava tão angustiado por estar separado dos tessalonicenses que decidiu abandonar a companhia de Timóteo em Atenas a fim de obter em primeira mão notícia da situação deles. A saudade intensa que sentia deles o levou a preferir estar sem Timóteo, em vez de ficar sem notícias dos tessalonicenses.

Visto que a missão de Timóteo era ser representante, ou substituto de Paulo, o apóstolo fez o possível para reforçar a autoridade de Timóteo diante da igreja. Timóteo era “irmão” de Paulo, “ministro de Deus” e “colaborador no evangelho.” Alguns manuscritos gregos chegam a chamar Timóteo de “colaborador de Deus”. Esse seria um grande elogio. Paulo sabia que a missão seria difícil e fez o possível para abrir o caminho para que Timóteo fosse recebido como se o próprio Paulo tivesse chegado.

Os versos 3 e 4 nos dão uma ideia do que Paulo teria dito aos tessalonicenses se pudesse visitá-los. A palavra específica escolhida para descrever seus sofrimentos é típica de passagens do fim dos tempos, como Mateus 24:9-22. A aflição não deveria ser surpresa. Recebemos advertência sobre isso.

O sofrimento do cristão chama a atenção para os eventos do fim, durante os quais todos os verdadeiros seguidores de Cristo serão perseguidos (Ap 13:14-17). Quando o sofrimento realmente vier, devemos vê-lo como cumprimento da profecia e motivo de encorajamento, não de desânimo. O propósito da profecia não é satisfazer nossa curiosidade sobre o futuro, mas prover uma firme certeza em meio aos desafios que enfrentamos.

No verso 5, Paulo revelou que tinha um motivo adicional para enviar Timóteo. Sua preocupação era que as dificuldades que os tessalonicenses haviam experimentado os levassem a perder a fé e que sua missão em Tessalônica de alguma forma houvesse sido em vão ou não tivesse resultados.

Na prática, o que podemos fazer para estar preparados espiritualmente para as provas inevitáveis que a vida nos traz?

Quarta

Ano Bíblico: Is 59–62

O resultado da visita de Timóteo (1Ts 3:6-10)

4. Timóteo foi enviado para encorajar os tessalonicenses. Que aspectos do relatório de Timóteo trouxeram alegria e encorajamento a Paulo? 1Ts 3:6-8

O “agora, porém” do verso 6 é muito enfático. Paulo não perdeu tempo, mas logo escreveu aos tessalonicenses. No instante em que Timóteo lhe deu a notícia, imediatamente começou a escrever 1 Tessalonicenses.

5. Qual era a razão da vida de oração de Paulo? O que podemos aprender com seu exemplo? 1Ts 3:9, 10

A ausência de palavras como “sempre” e “sem cessar” (1Ts 1:2) sugere que aqui houve algo novo na alegria e na ação de graças de Paulo, além da alegria e ação de graças que ele sempre sentia quando orava pelos tessalonicenses. A alegria e gratidão em 1 Tessalonicenses 3:9, 10 foi uma reação imediata às notícias transmitidas por Timóteo.

O que estava faltando em sua fé (1Ts 3:10)? O texto seguinte não diz. Como podemos ver mais tarde, a preocupação de Paulo em relação à fé dos irmãos era mais prática do que teológica. Os capítulos 4 e 5 indicam que eles precisavam harmonizar a prática à crença. Embora tivessem amor e fé, e estivessem “firmados no Senhor”, a carta demonstrou depois que eles ainda tinham um crescimento importante a alcançar.

Por que a oração é tão importante em nossa caminhada com o Senhor? Quanto tempo você dedica à oração? O que sua resposta lhe diz sobre a importância que você dá a esse assunto? De que forma você pode fortalecer sua vida de oração?

Quinta

Ano Bíblico: Is 63–66

Orações renovadas de Paulo (1Ts 3:11-13)

A segunda vinda de Jesus é um poderoso incentivo para o crescimento espiritual. Cada ato de abuso ou opressão será levado à justiça. Cada ato de amor ou bondade será reconhecido e recompensado (Mt 10:42). Isso significa que todo ato nesta vida, não importa quão pequeno, tem um significado no esquema geral das coisas.

Mas para Paulo era igualmente importante que a segunda vinda de Jesus será uma reunião gloriosa de familiares e amigos, cujos relacionamentos durarão para sempre por causa do que Jesus fez. Os relacionamentos cristãos não têm data de validade. Eles são projetados para durar para sempre. Essa é a ênfase da lição desta semana.

6. O que Paulo incluiu em suas orações pelos tessalonicenses após a chegada de Timóteo? 1Ts 3:11-13

O texto de 1 Tessalonicenses 3:11-13 soa quase como uma bênção no fim de um culto de adoração. Naturalmente, Paulo desejava voltar a Tessalônica e corrigir as deficiências na fé da igreja (1Ts 3:10). Mas mesmo que não pudesse voltar, ele ainda podia suplicar a Deus que motivasse e fizesse com que os tessalonicenses desenvolvessem abundante amor, não apenas entre os irmãos, mas também pelos vizinhos e todos com quem se encontrassem. Esse amor seria um componente importante do caráter deles quando Jesus voltasse.

Um tanto intrigante é o comentário de Paulo no verso 13, de que Jesus virá “com todos os Seus santos”. A palavra santos ou sagrados é normalmente aplicada aos seres humanos no Novo Testamento. Por outro lado, os textos sobre a segunda vinda de Jesus no Novo Testamento normalmente O descrevem como acompanhado por anjos em vez de seres humanos (Mt 24:30, 31; Mc 8:38; 13:27). Então, quem são os “santos” nesse verso?

A solução para esse problema é reconhecer que, no verso 13, Paulo adotou a linguagem de Zacarias 14:5 e aplicou-a à segunda vinda de Jesus. Os “santos” no Antigo Testamento são mais bem compreendidos como anjos (Dt 33:2; Dn 7:10). O Novo Testamento, por outro lado, dá novo significado à palavra santos: Os seres humanos cuja justiça vem de Jesus são santos. Em 1 Tessalonicenses 3:13, no entanto, Paulo reverte para a definição da palavra santos apresentada pelo Antigo Testamento: seres angelicais que estão na presença de Deus. Como tais, eles acompanharão Jesus, o Deus-homem, quando Ele voltar à Terra.

Sexta

Ano Bíblico: Jr 1–3

Estudo adicional

A chegada de Silas e Timóteo, vindos da Macedônia enquanto Paulo se encontrava em Corinto, alegrou muito o apóstolo. Trouxeram-lhe ‘boas notícias’ da ‘fé’ e ‘amor’ dos que haviam aceitado a verdade durante a primeira visita dos mensageiros evangélicos a Tessalônica. O coração de Paulo se comoveu com a mais terna simpatia para com esses crentes que, em meio às provações e adversidades, se haviam mantido fiéis a Deus” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 255).

“O coração daquele que recebe a graça de Deus transborda de amor a Deus e àqueles por quem Cristo morreu. O eu não luta por nenhum reconhecimento. Não ama os outros porque o amam e o agradam, por apreciarem seus méritos, mas por serem propriedade adquirida de Cristo. Se seus motivos, palavras ou atos são malcompreendidos ou mal-interpretados, não se ofende mas prossegue na idêntica maneira de proceder. É bondoso e ponderado, humilde no conceito próprio; contudo é cheio de esperança, sempre confiante na graça e no amor de Deus” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 101, 102).

Perguntas para reflexão

1. Ellen White usou a expressão “pessoas por quem Cristo morreu”. Essa expressão deve ser aplicada a todos os seres humanos na Terra ou apenas aos crentes em Cristo? Se Cristo realmente morreu por todos, por que nem todos são salvos?

2. Qual é a importância do relacionamento anterior quando se trata de aconselhar ou criticar um companheiro cristão? O que podemos aprender sobre isso com o exemplo de Paulo na lição desta semana? Como isso pode nos ajudar em nosso ministério em favor dos outros?

3. O amor e preocupação de Paulo pelos crentes de Tessalônica eram muito evidentes. O amor abranda o coração e torna as pessoas abertas à graça de Deus. Como podemos aprender a amar os outros mais intensamente?

Resumo: Em 1 Tessalonicenses 2:13–3:13, Paulo descreveu os acontecimentos e as emoções do período entre o momento em que ele foi forçado a deixar Tessalônica e a chegada de Timóteo a Corinto com notícias sobre a igreja. A ênfase central do capítulo é a profunda ligação de Paulo com os crentes de Tessalônica.

Respostas sugestivas: 1: O exemplo dos cristãos da Judeia e de Tessalônica, que foram perseguidos por seus compatriotas, mas continuaram evangelizando; devemos perdoar e esperar a ação da ira divina. 2: Ele amava os irmãos; os tessalonicenses eram sua esperança, alegria e glória; Satanás impediu o caminho do apóstolo; os líderes devem lutar para estar perto da igreja amada; essa união não é do interesse do inimigo. 3: O contexto do conflito entre Deus e o tentador, que aflige, persegue e mata os cristãos. 4: As boas notícias sobre a fé e o amor dos irmãos, bem como sua firmeza no Senhor; e também o desejo deles de rever os apóstolos. 5: Gratidão pela alegria fundamentada na experiência dos irmãos e o desejo de vê-los pessoalmente, para reparar as deficiências espirituais deles. 6: Pediu que Deus o dirigisse até os tessalonicenses e que os fizesse crescer no amor, para que o coração deles fosse confirmado em santidade e isento de culpa na vinda de Jesus.

 

Escola Sabatina

Lição 6 de 4 a 11 de agosto

Amigos para sempre (1Ts 2:13–3:13)

 

 

Publicado em 09/07/2012 por VideosdeEsperanca #6 - Amigos para sempre - Esboço da Lição da Escola Sabatina, 3 Trimestre de 2012, da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

 

Fonte: Videos Esperança

 

Texto-chave: 1 Tessalonicenses 2:13–3:13

O aluno deverá...

Saber: Que a genuína fé em Cristo produz relacionamentos afetivos e eternos entre os crentes.

Sentir: O encorajamento e apoio que se surgem dos relacionamentos espirituais estreitos.

Fazer: Decidir ter mais determinação em investir tempo na construção de relacionamentos com os irmãos na fé.

Esboço

I. Saber: Chamados para a comunidade

A. O plano de Deus para redimir o mundo sempre foi acompanhado de um convite para que aqueles que desejassem segui-LO se tornassem parte de Sua comunidade de crentes, não importando se essa comunidade fosse a família de Abraão, a nação de Israel ou a igreja. O que isso mostra sobre a importância que Deus dá à comunidade dos irmãos?

B. O apóstolo Paulo se refere várias vezes à igreja como o "corpo de Cristo" (Rm 12:3-8; 1Co 12:12-31; Ef 4:1-16). O que essa metáfora, ou comparação, revela sobre o tipo de relacionamentos que os crentes devem compartilhar?

II. Sentir: A necessidade de comunidade

A. Que exemplos você vê na natureza, na cultura ou no mundo em geral, que indicam que a vida é melhor quando nos relacionamos com os outros?
B. Quais são as bênçãos de viver em uma comunidade sem obstáculos? Por outro lado, que problemas experimentamos quando a comunidade é desunida?

III. Fazer: Construindo a comunidade

A. Os relacionamentos em sua igreja são fortes? O que você poderia fazer para fortalecer esses relacionamentos?

Resumo: Para que o cristianismo viva à altura do potencial dado por Deus, deve haver genuína e amorosa comunidade entre irmãos.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: A preocupação de Paulo com o bem-estar espiritual dos crentes em Tessalônica ilustra os laços de companheirismo e estreita amizade que unem a vida dos seguidores de Deus.

Só para o professor: Na lição desta semana, consideramos histórias e metáforas na Bíblia que destacam a importância que Deus atribui ao desenvolvimento das comunidades de fé, definidas não apenas pela comunhão com Deus, mas também pela estreita comunhão e amizade entre Seus seguidores.

Entre 1955 e 1965, um psicólogo americano chamado Harry Harlow realizou uma série de testes de isolamento social em filhotes de macacos pelo período de até um ano. Os macacos foram separados de suas mães ao nascer e foram impedidos de desenvolver outros relacionamentos. Os macacos foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo experimentou um isolamento parcial, crescendo em gaiolas individuais de arame. O segundo grupo, porém, experimentou isolamento total de qualquer outro ser vivo. Em seguida, em vários momentos, alguns dos macacos em teste foram apresentados a outros macacos. Os resultados dos testes foram chocantes.

Embora nenhum macaco tenha morrido durante o isolamento, cada um deles desenvolveu graves problemas psicológicos devido à falta de socialização. Quando os macacos foram colocados em sociedade, eles frequentemente experimentaram choque emocional, caracterizado por comportamentos como autoagressão, agitar o corpo de um lado para outro e a incapacidade de formar relações sociais normais. Para alguns, o choque foi tão esmagador que eles se recusaram a comer e acabaram morrendo. O relatório da autópsia especificou como causa da morte a anorexia emocional. Dependendo da extensão de seu isolamento, alguns macacos experimentaram uma recuperação limitada, com uma exceção: os testes determinaram que doze meses de isolamento praticamente eliminaram qualquer chance de recuperação social (Harry F. Harlow et al., “Total Social Isolation in Monkeys”, Proceedings of the National Academy of Sciences [“Isolamento Social Total em Macacos”, Anais da Academia Nacional de Ciências], 54.1; 1965, p. 90, 92, 94).

Embora os testes realizados pelo Dr. Harlow sejam certamente inquietantes, os resultados não devem ser tão surpreendentes. A história da criação deixa claro que Deus colocou em todas as Suas criaturas – seres humanos, aves e animais – a necessidade de relacionamento e comunhão de uns com os outros.

Pense nisto: Depois de criar Adão, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18). Por que os relacionamentos são tão importantes? Por que não era bom que Adão estivesse sozinho?

Compreensão

Comentário Bíblico

I. O destruidor da comunidade

(Recapitule com a classe 1Ts 2:17-20.)

Segundo Lucas, o ministério de Paulo em Tessalônica teve um fim abrupto quando as acusações de um grupo de judeus furiosos incitaram as autoridades locais a expulsar Paulo de Tessalônica. Em sua carta aos Tessalonicenses, Paulo se refere a esse evento, mas ele o encara de uma perspectiva diferente. A origem do problema que estava impedindo o retorno de Paulo a Tessalônica não era uma lei da cidade ou um grupo de judeus enfurecidos. Não, segundo Paulo, o problema foi devido às obras de Satanás. Ele era a fonte principal por trás de todos esses eventos. Embora Paulo se refira a Satanás apenas algumas vezes em suas cartas, sua referência aqui é importante porque aponta para o grande conflito que está sendo travado nos bastidores da história da Terra. Em particular, vemos aqui os esforços de Satanás para impedir a vida em comunidade entre os seguidores de Deus.

Desde a criação dos seres humanos, Satanás tem planejado e conspirado para arruinar o plano de Deus de que Seu povo vivesse em uma comunidade unida e sem obstáculos para com Ele e para com os semelhantes. Ele teve sucesso no início colocando Adão e Eva contra Deus e contra o outro. E desde aquele fatídico dia no Éden, Satanás tem procurado minar o plano de Deus de restaurar os relacionamentos quebrados. Visto que Satanás sabe que, quando os seguidores de Deus se unem há um tremendo poder para o bem, não deve ser nenhuma surpresa que Satanás trabalhe arduamente para causar separação, divisão, alienação e hostilidade entre o povo de Deus. Claro, Satanás não deve receber toda a culpa por isso. Desde que o pecado afeta toda a humanidade, muitas vezes estamos dispostos a promover os planos do maligno mesmo sem o seu impulso.

Pense nisto: Que histórias bíblicas destacam a tentativa incansável de Satanás para minar e destruir os relacionamentos entre os seguidores de Deus? Nessas histórias, como a graça de Deus atua para reparar e curar o que está quebrado?

II. O desejo de companheirismo

(Recapitule com a classe 1Ts 3:1-13.)

Você já se sentiu isolado e sozinho no meio de um grupo de pessoas que você não conhecia ou no qual não se sentia confortável, e desejou ter pelo menos um grande amigo para lhe fazer companhia? Parece que o apóstolo Paulo se sentiu assim em Atenas, depois de decidir enviar Timóteo de volta a Tessalônica para verificar como estavam os novos conversos. Embora seja difícil relacionar todos os eventos de Atos com os de 1 Tessalonicenses, parece que, quando Timóteo partiu para Tessalônica, Silas ainda não havia se encontrado com Paulo. Esse encontro não ocorreria até que Paulo chegasse a Corinto algum tempo depois (At 17:15; 18:5). Isso significa que Paulo mais uma vez estava sozinho em uma cidade idólatra, privado de qualquer companhia cristã, uma situação da qual ele particularmente não apreciava (At 17:16). Por mais desconfortável que fosse essa situação para Paulo, ele estava disposto a fazer um sacrifício, desejando ouvir notícias sobre seus amigos de Tessalônica.

Paulo queria que Timóteo fizesse três coisas por ele, três coisas que, aliás, deveriam ocorrer em todo relacionamento cristão. Primeiro, Paulo queria que Timóteo confirmasse e exortasse (1Ts 3:2) os tessalonicenses em sua fé. A palavra traduzida por confirmar significa "tornar firme” ou “sustentar”.

A palavra exortar significa literalmente encorajar uma pessoa, caminhando ao lado dela para apoiá-la. Uma vez que Paulo não podia viajar para Tessalônica, ele queria que Timóteo fizesse o que ele mesmo gostaria desesperadamente de fazer. Ele queria que Timóteo falasse palavras de encorajamento e apoio que ajudassem os novos crentes a se manter na fé em Jesus durante os tempos difíceis que enfrentavam. Mais do que isso, Paulo também queria que Timóteo verificasse detalhes pessoais sobre a situação deles. O que havia acontecido na ausência de Paulo? Eles estavam conseguindo resistir? Como eles estavam lidando com as tentações? Fortalecer, apoiar e se preocupar com as experiências de vida dos outros: esses são três dos blocos fundamentais para construir os relacionamentos que Deus deseja que Seus seguidores experimentem.

Pense nisto: As relações fortes e encorajadoras entre os crentes fazem parte do plano de Deus para vencer o poder do pecado no mundo e em nossa vida. O que torna esses relacionamentos tão poderosos?

Aplicação

Perguntas para reflexão

1. Que exemplos bíblicos ilustram os relacionamentos espirituais duradouros que Deus deseja que Seu povo experimente?

2. O que podemos aprender sobre os relacionamentos experimentados por Paulo a partir das saudações pessoais e dos nomes de indivíduos no capítulo 16 de Romanos? Enquanto examina essa lista, observe o quanto puder o gênero, etnia e ocupação de cada indivíduo listado.

3. Com base nos comentários de Paulo em 1 Tessalonicenses 3:11-13, qual deve ser o objetivo final dos relacionamentos entre os crentes?

Perguntas de aplicação

1. Embora Paulo tenha passado grande parte de sua vida na estrada, as listas de nomes de pessoas espalhadas ao longo de suas cartas indicam que ele tinha uma estreito relacionamento pessoal com todos os tipos de pessoas. Quantas pessoas você "realmente" conhece em sua igreja? O que você pode fazer para conhecer melhor as pessoas?

2. O comentário de Paulo em 1 Tessalonicenses 3:10 indica que a oração pelos nossos amigos é outro elemento essencial no tipo de relacionamento que Deus deseja que tenhamos com os irmãos. Por quem você está orando na sua igreja? A oração tem aumentado sua fé, bem como a fé e a vida espiritual das pessoas por quem você ora?

3. O que você poderia fazer em sua igreja para incentivar o desenvolvimento de fortes relacionamentos cristãos entre os membros da igreja?

Criatividade

Atividade: Compartilhe com a classe a seguinte parte do famoso poema escrito por John Donne (1572-1631), intitulado "Nenhum Homem é uma Ilha". Depois de ler o poema, pergunte à classe o que o poema diz sobre vida, morte e comunidade. Com base na lição desta semana, o autor vai longe demais no que ele afirma, ou a sua perspectiva está no caminho certo?

"A Igreja é… universal, e assim são todas as suas ações. Tudo o que ela faz pertence a todos. Quando uma criança é batizada, essa ação diz respeito a mim, pois essa criança se torna ligada ao mesmo corpo do qual sou membro, enxertada no corpo do qual Cristo é a cabeça.

E quando a igreja sepulta um homem, essa ação também diz respeito a mim: toda a humanidade provém de um autor, e forma uma única obra… Nenhum homem é uma ilha; completa em si mesma. Todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra. Se um torrão é arrastado pelo mar, a Europa fica diminuída, como se uma península fosse levada. Como se fosse a propriedade de teu amigo ou a tua própria: a morte de qualquer homem me torna reduzido, porque faço parte da humanidade. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti” (John Donne, Devotions Upon Emergent Occasions [Devoções em Ocasiões Emergentes]; Ann Arbor Paperbacks: The University of Michigan Press, 1959, p. 107-109).

Lição 6 – AMIGOS PARA SEMPRE

Texto – 1 Tessalonicenses 2:13–3:13.

Pr. José Silvio Ferreira

Secretário Ministerial

Associação Paulistana

Vou tentar subdividir a passagem a ser estudada nesta semana em tópicos, montando um pequeno esboço. Penso que isso ajudará você na compreensão de seu conteúdo.

Capítulo 2:13-16 – como os tessalonicenses receberam o evangelho:

1. Paulo deu graças a Deus porque eles receberam sua mensagem como a própria palavra divina. Eles souberam sofrer por sua fé a exemplo das igrejas da Judeia, perseguidas pelos judeus (v. 13, 14).

2. O ódio dos judeus foi o mesmo que causou a morte do Senhor, dos profetas e ainda perseguiu os discípulos. Isso tornou os judeus culpados e provocou a ira de Deus sobre eles (v. 15, 16).

Capítulo 2:17-20 – O desejo do apóstolo de se encontrar novamente com os tessalonicenses.

1. Paulo quis por duas vezes voltar a estar junto com os irmãos de Tessalônica (v. 17, 18).

2. Eles são sua alegria e sua coroa de glória para a vinda do Senhor (v. 19, 20).

Capítulo 3:1-5 - continuação - Paulo enviou Timóteo a Tessalônica.

1. Há duas razões para este envio: o apóstolo não mais podia suportar a falta de notícias da jovem igreja e, em segundo lugar, esperava que Timóteo confirmasse seus membros na fé e os exortasse (v. 1-3).

2. Paulo havia predito tribulações e sofrimento a seus irmãos, e os admoestou a não se desanimarem para que seu trabalho não se tornasse inútil (v. 4, 5).

Capítulo 3:6-13 – O regresso de Timóteo; consolo, alegria e votos do apóstolo.

1. As boas notícias trazidas por Timóteo confortaram plenamente Paulo (v. 6-8).

2. O apóstolo ofereceu a Deus profundas ações de graças e orou a fim de que se abrisse o caminho para que ele voltasse a Tessalônica. Pediu também a Deus que seus irmãos fossem mantidos irrepreensíveis para a vinda do Senhor Jesus (v. 9-13). (Fonte: Bonnet e Schroeder, Comentário del NT).

O exemplo da Judeia (2:13-16)

O versículo 13 tem algumas importantes afirmações. A mensagem dos missionários era de Deus. Embora transmitida por agentes humanos, o evangelho vem de Deus. Deve ser tanto ouvido quanto aceito. “Tendo vós recebido”, termo usado com relação a receber um hóspede. Esse receber resulta em algo que se torna um poder ativo que “continua atuando” naqueles que “continuam crendo” (dois verbos no tempo presente indefinido). A eficácia da Palavra se comprova no cristão por meio da fé. Isso quer dizer que a Palavra de Deus somente é de proveito quando está acompanhada de fé por parte dos que a ouvem e aceitam (F. F. Bruce, Comentário Bíblico NVI).

As igrejas cristãs formadas por judeus haviam sofrido cruéis perseguições dos dirigentes judeus, que rechaçaram a mensagem evangélica. Ao olhar para sua experiência e a da igreja nas mãos dos judeus, Paulo viu que a hostilidade deles era continuação de sua atitude perseguidora ao longo de toda a história (veja o discurso de Estêvão em Atos 7). A amargura do apóstolo sugere que a perseguição em Tessalônica, embora realizada pelos gentios, foi instigada pelos judeus (At 17:5-9). Portanto, as duas comunidades cristãs, uma na Palestina e outra na Macedônia, poderiam ter uma simpatia mútua porque haviam passado pelas mesmas dificuldades.

Esses perseguidores, porém, estavam “enchendo a medida de seus pecados” (v. 16). No original grego, o termo é “anapleróo”, “encher plenamente”, “encher até a borda”. Quando os judeus rejeitaram a salvação em Cristo e impediram outros de se beneficiarem do sacrifício do Salvador, encheram “até a borda” a medida de seus pecados. Eles não vão escapar do juízo divino (Seventh Day Adventist Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia], v. 7, p. 244).

A esperança e a alegria de Paulo (2:17-20)

Aqui começa uma nova seção, que se estende até 3:13, em que Paulo expressou seu relacionamento com os tessalonicenses. Ele explicou que o fato de não retornar para vê-los era involuntário, apesar de os inimigos o haverem acusado de falta de interesse. Paulo atribuiu esse impedimento a mais uma das obras deletérias de “Satanás, que nos barrou o caminho”.

“Privados da companhia de vocês” (v. 17), o texto grego diz, literalmente, “tornados órfãos”. Impressiona-me constatar a que ponto chega a ternura de um pastor por suas ovelhas. Paulo não economizou metáforas para expressar seu amor pelos tessalonicenses. Eles estavam “separados apenas no corpo, não no coração” (A Mensagem). Longe de seus olhos, mas bem perto de seu coração.

O versículo 17 ainda traz a expressão “esforçamo-nos ainda mais”, que “combina as ideias de velocidade e diligência” (Morris).

Calvino comentou: “Nosso sentimento de ligação com alguém deve ser muito forte quando achamos difícil esperar [um reencontro] mesmo que [por] um tempo muito breve.” O que Paulo sentia, talvez fosse o equivalente ao que entendemos hoje por esse difuso sentimento humano que a palavra portuguesa “saudade” tenta explicar. Eugene Peterson traduz com as seguintes palavras: “Prezados amigos, vocês não têm ideia da saudade que sentimos de vocês, embora não tenha passado tanto tempo” (A Mensagem).

Ao usar, pela primeira vez nessa carta, a primeira pessoa do singular (v. 18), o apóstolo destacou a profundidade de sua afeição.

A palavra grega “parousia” (“vinda”), que aparece no verso 19, é usada seis vezes nas duas cartas aos tessalonicenses para a segunda vinda de Cristo. Paulo usou o termo com esse sentido somente uma vez mais, em 1 Coríntios 15:23. A vinda de Cristo é apresentada como o momento em que será revelado o fruto das nossas obras de fé. A alegria e a coroa de Paulo naquele dia serão seus amados filhos espirituais, convertidos por meio de seu ministério (Nota de rodapé da Bíblia de Genebra).

A visita do substituto de Paulo (3:1-5)

Lembre-se de que Paulo ficou sozinho desde o tempo em que foi obrigado a deixar a Macedônia, até que Silas e Timóteo se juntaram a ele em Corinto (At 17:14–18:5). Mas estes versos aos tessalonicenses sugerem que ao menos Timóteo, o encontrou em Atenas. Quando Paulo chegou à capital grega, logo percebeu a grande oportunidade apresentada pela culta metrópole pagã e sentiu a necessidade de ter fiéis ajudantes. Por isso, enviou aos companheiros Silas e Timóteo a ordem de “que, o mais depressa possível, fossem ter com ele” (At 17:15).

O texto, objeto de nosso estudo hoje, ainda sugere que Timóteo tenha sido enviado de regresso a Tessalônica quase imediatamente, para ajudar a igreja ali. Deve ter sido muito difícil para Paulo tomar essa decisão que o fez permanecer totalmente só em Atenas. O sacrifício que o apóstolo estava disposto a fazer, privando-se de Timóteo e sua ajuda, indica que as necessidades dos tessalonicenses eram urgentes.

A importância da missão de Timóteo é destacada pelo fato de ele ser recomendado com tanta ênfase como “nosso irmão Timóteo, ministro de Deus no evangelho de Cristo”.  Ele deveria “fortalecer” (literalmente servir de pilastra) e “encorajar” os tessalonicenses em sua fé.

O resultado da visita de Timóteo (3:6-10)

O relatório apresentado por Timóteo, dando conta da fé inabalável dos irmãos em Tessalônica, do amor deles pelo apóstolo e o desejo de vê-lo outra vez, deu a Paulo grande alegria. Esse fato o levou a escrever-lhes imediatamente.

A expressão “boas notícias” é normalmente aplicada à pregação do evangelho. Tão grande foi o contentamento de Paulo diante do que ouviu que a usou aqui. Ele estava sofrendo “privações e tribulação” (v. 7), mas foi encorajado pelas “boas notícias” que Timóteo lhe deu.

“Agora vivemos” (v. 8); Phillips traduz assim: “um sopro de vida para nós”. Esse interesse apaixonado pelos seus filhos espirituais é típico de Paulo; isso tanto demonstra quanto explica seu sucesso como evangelista e pastor. Mais: sua alegria não conduz à autossatisfação, mas à gratidão, “pois que ação de graças podemos tributar a Deus no tocante a vos outros?” (v. 9).

Como seria nossa igreja se seguíssemos de perto o exemplo do maravilhoso pastor que foi Paulo?

Orações renovadas de Paulo (3:11-13)

Aqui o apóstolo registra uma oração específica. Em sua oração ele procurou uma bênção para si mesmo (v. 11) e para eles, os conversos tessalonicenses (v. 12), tendo em mente o advento de Cristo.

O fato de que Deus e Cristo sejam mencionados juntos, destaca a unidade desses dois membros da Divindade. Satanás havia colocado obstáculos no caminho de Paulo. Por essa razão, o apóstolo recorreu ao Pai e a Cristo, pedindo-Lhes que removessem todos os empecilhos e tornassem possível que ele e seus companheiros visitassem outra vez Tessalônica.

Escreveu Ellen White: “Cada um de nós deve construir uma estrutura que deve estar sujeita ao escrutínio do Juiz de toda a Terra. Essa estrutura, que deve se fortalecer diariamente, é nosso caráter; e todo ato – sim, todo pensamento e palavra de nossa vida – é uma pedra na construção. Se, dia após dia, estivermos construindo em nossa vida a nobreza, ações honestas, pensamentos puros, e feitos de bondade, não seremos envergonhados quando a estrutura for avaliada pelo Senhor Jeová; pois será como majestoso templo que permanece firme para sempre” (The Bible Echo, 1/6/1887).

“A obra da santificação já iniciada nos crentes é conduzida à sua plenitude gloriosa na segunda vinda do Senhor. Isso indica o nobre ideal a que Cristo conduz Seus filhos. Capacita-os de tal modo a viver vidas santas, inculpáveis, para que possã apresentar-se sem mancha diante do Juiz do Universo. ‘Irrepreensíveis em santidade’ representa a norma ética e espiritual máxima. O apóstolo crê que uma norma tal pode ser alcançada mediante a graça que Cristo proporciona àqueles Seus seguidores que crescem constantemente em amor. Crer menos que isso seria negar o evangelho” (Seventh Day Adventist Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia], v. 7, p. 249).

“Que o Senhor possa enchê-los de amor, e que ele transborde na vida de cada um, derramando-se sobre todos ao redor, assim como o nosso amor se derrama sobre vocês. Que vocês sejam cheios de força, pureza e confiança na presença de Deus, nosso Pai, quando nosso Senhor Jesus voltar com todos os Seus seguidores” (3:11-13, A Mensagem, Bíblia em Linguagem Contemporânea).

Que Deus faça de nós genuínos cristãos, “amigos para sempre” uns dos outros e de nosso eterno Redentor. Elevo ao Céu esta minha sincera oração por você.

Sobre o autor do comantário

O autor dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do livro Cristo, Nossa Salvação.

 

Fonte:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )