terça-feira, 22 de outubro de 2013

ES - Lição 4 - Lições do santuário – 4º Trim, 2013







Lição 4 - Lições do santuário

19 a 26 de outubro







Sábado à tarde

Ano Bíblico: Mc 15, 16

VERSO PARA MEMORIZAR:

“E Me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio deles” (Êx 25:8).

Leituras da Semana:


O santuário é um dos principais instrumentos divinos para nos ensinar o significado do evangelho. Ao estudarmos o santuário nesta semana, a ilustração acima será útil.

A lição desta semana focaliza algumas das principais ideias providas pelo santuário terrestre. Posteriormente, estudaremos o sistema de sacrifícios.

Domingo

Ano Bíblico: Lc 1, 2 

Lugar da presença

1. Qual foi o propósito do santuário terrestre no deserto? Que verdade impressionante isso nos ensina sobre o amor de Deus por nós? Êx 25:8

No Jardim do Éden, o pecado rompeu o relacionamento face a face entre Deus e a humanidade. O pecado privou nossos primeiros pais da livre comunhão com Deus. No entanto, o Criador ainda desejava nos atrair a Ele e desfrutar um profundo relacionamento de aliança com a humanidade caída. Ele começou esse processo ali mesmo no Éden. Séculos mais tarde, ao salvar Israel do Egito e estabelecer o santuário e o sistema de sacrifícios, Deus tomou novamente a iniciativa de trazer a humanidade de volta à Sua presença.

O santuário, portanto, testifica do incessante desejo divino de habitar entre Seu povo. Esse é o plano de Deus (Sl 132:13, 14). Seu objetivo final é relacionamento, e o santuário foi o meio que Ele escolheu para alcançar esse fim. O santuário é a prova concreta da presença divina com Seu povo na Terra.

A partir da descrição do livro de Números capítulo 2, fica evidente que o tabernáculo estava localizado no centro do acampamento quadrado onde, normalmente, no antigo Oriente Médio, o rei colocava sua tenda. Assim, o tabernáculo simboliza que Deus é o Rei de Israel.

Os levitas, por sua vez, colocavam suas tendas ao redor do tabernáculo (Nm 1:53), e as outras tribos acampavam ao redor deles, a certa “distância”, em grupos de três (Nm 2:2). Isso ilustra de forma concreta, tanto a proximidade quanto a distância de Deus.

Outra finalidade do santuário era prover local para um sistema de adoração centralizado e divinamente ordenado. Uma vez que a presença de Deus no meio do povo era prejudicada por suas impurezas e falhas morais, Ele proveu um sistema de sacrifícios e ofertas mediante os quais pecadores poderiam viver e permanecer na presença de um Deus santo.

Assim, nesse contexto, o santuário revelou detalhes sobre o plano da redenção, que incluía não apenas os sacrifícios, mas também o ministério sacerdotal.

No santuário, o Criador do Universo (Jo 1:1-3), humilhou-Se para habitar entre pessoas sem lar, peregrinos no deserto. Como esse fato ajuda a evitar os preconceitos étnicos, sociais ou culturais contra as pessoas?


Segunda

Ano Bíblico: Lc 3–5 

“Sede santos”

Tomarás o óleo da unção, e ungirás o tabernáculo e tudo o que nele está, e o consagrarás com todos os seus pertences; e será santo. Ungirás também o altar do holocausto e todos os seus utensílios e consagrarás o altar; e o altar se tornará santíssimo” (Êx 40:9, 10).

Êxodo 40:9, 10 mostra que o santuário devia ser considerado “santo”. A ideia básica da santidade é separação e singularidade, bem como o senso de pertencer a Deus.

“O ritual simbólico era o elo entre Deus e Israel. As ofertas sacrificais tinham o propósito de prefigurar o sacrifício de Cristo e, assim, preservar no coração das pessoas uma fé inabalável no Redentor vindouro. Para que o Senhor aceitasse seus sacrifícios, continuasse presente com elas e, por outro lado, para que o povo tivesse um correto conhecimento do plano da salvação e uma compreensão adequada de seu dever, era da máxima importância que fossem mantidas, por parte de todos os que estavam associados ao santuário, santidade de coração e pureza de vida, reverência a Deus e estrita obediência aos Seus requisitos” (Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 2, p. 1116).

2. Qual é a principal razão para que o povo seja santo? Lv 19:2; 1Pe 1:14-16

A santidade de Deus nos transforma e separa para um objetivo especial. Sua santidade é a maior motivação para a conduta ética do Seu povo em todos os aspectos da vida (Lv 19), seja a observância das leis dietéticas (Lv 11:44, 45), a santificação do sacerdote (Lv 21:8) ou o abandono das paixões anteriores (1Pe 1:14). Obviamente, Deus deseja que cresçamos em santidade à medida que nos aproximamos dEle. Essa mudança só pode acontecer mediante a submissão da nossa natureza pecaminosa e disposição de fazer o que é certo, independentemente das consequências.

Ao pensar em seus hábitos, gostos, atividades, etc., quanto do que você é, e do que faz, pode ser considerado “santo”? É uma pergunta difícil, não é mesmo?

Terça

Ano Bíblico: Lc 6–8 

Utensílios do santuário

3. Leia Êxodo 31:2-11. O que esses versos nos ensinam sobre a fabricação dos objetos do santuário terrestre? Que relação existe com Gênesis 1:2? (Leia também Êx 25:9)

De todos os objetos do santuário, a arca do testemunho era o símbolo supremo da presença e santidade de Deus. Seu nome é derivado das duas tábuas de pedra da lei, chamadas de “testemunho” (Êx 32:15, 16), e que foram colocadas dentro da arca (Êx 25:16, 21).

Sobre a arca foi colocado o “propiciatório” [a tampa da arca], sobre o qual havia dois querubins que o cobriam com suas asas (Êx 25:17-21). Ele é apropriadamente chamado de “tampa da expiação” (Êx 26:34, NVI, versão em inglês), pois transmite a ideia de que nosso misericordioso e compassivo Deus reconciliou o povo com Ele e providenciou tudo para que ele mantivesse um relacionamento de aliança com o Senhor.

Esse era o lugar em que, uma vez por ano, no Dia da Expiação (Yom Kippur, em hebraico), ocorria a expiação pelo povo e o santuário (Lv 16:14-16). Em Romanos 3:25, Paulo se refere a Jesus como “tampa da expiação” ou “propiciatório” (geralmente traduzido como “propiciação” ou “sacrifício de expiação”), pois o próprio Jesus é o lugar da redenção, Aquele por meio de quem Deus fez expiação pelos nossos pecados.

No lugar santo, o primeiro compartimento, o candelabro provia luz continuamente (Lv 24:1-4), e o altar do incenso produzia a fumaça protetora que ocultava do sacerdote a presença de Deus (Lv 16:12, 13). Sobre a mesa para o pão da presença eram colocados 12 pães, representando as doze tribos de Israel. Pratos, recipientes para incenso, tigelas e taças (Êx 25:29, 30) também foram colocados sobre a mesa. Embora pouca informação seja dada sobre o significado desses itens, parece que eles representavam os elementos de uma refeição de aliança (lembrando Êx 24:11) e serviam como lembrete constante da aliança de Deus com o povo.

Leia Romanos 3:25-28. Que grande esperança podemos tirar da promessa de salvação “pela fé, independentemente das obras da lei”?

Quarta

Ano Bíblico: Lc 9–11 

Centro de atividades divinas e comunitárias

4. Leia 1 Reis 8:31-53. O que mais esse texto nos ensina sobre a função do santuário?

Na cerimônia de dedicação do templo recém-construído, o rei Salomão apresentou sete casos de orações específicas que poderiam ser feitas no templo, e que exemplificam o amplo papel dele na vida dos israelitas. O templo era um lugar para buscar perdão (v. 30); para fazer juramentos (v. 31, 32); para fazer súplicas em situações de derrota (v. 33, 34); para fazer petições em períodos de seca (v. 35, 36) ou em outros desastres (v. 37-40). Ele era também um lugar de oração para o estrangeiro (v. 41-43), bem como lugar de petição pela vitória (v. 44, 45).

Que o templo foi concebido para ser uma “Casa de Oração para todos os povos” (Is 56:7) torna-se evidente a partir do fato de que Salomão imaginou o indivíduo israelita, o estrangeiro e todo o povo como suplicantes.

5. O santuário era basicamente o centro ideológico de toda atividade em Israel. A religião não era parte da vida do fiel, nem mesmo uma das mais importantes. Ela era a vida. O que isso nos diz sobre o papel da fé em nossa vida?

Quando as pessoas queriam receber conselhos ou julgamento, ou quando se arrependiam de seus pecados, iam para o santuário. O santuário também foi o centro da vida de Israel durante os anos no deserto. Quando Deus desejava Se comunicar com o povo, fazia isso a partir do santuário (Êx 25:22). Por isso, ele é apropriadamente chamado de “Tenda do Encontro” (Lv 1:1, NVI) ou “tenda da congregação”.

Sua vida de oração é profunda e rica? Ela fortalece sua fé e muda sua vida? Talvez a primeira pergunta que você precisa fazer é: Quanto tempo eu passo em oração?

Quinta

Ano Bíblico: Lc 12–14 

“Até que entrei no santuário”

Repetidamente, os Salmos mostram que o santuário desempenha papel importante no relacionamento entre os fiéis e Deus. Bem conhecida é a firme convicção de Davi expressa no fim do Salmo 23, de que ele “[habitaria] na Casa do Senhor para todo o sempre” (v. 6). O maior desejo de Davi no Salmo 27 era o de estar na presença do Senhor, uma presença que era mais bem experimentada no santuário. A fim de mostrar quanto amava o santuário, Davi usou ampla variedade de expressões para se referir a ele, chamando-o de casa do Senhor, templo, tabernáculo e tenda. Era ali que se podia meditar e “contemplar a beleza do Senhor” (Sl 27:4).

As atividades de Deus no santuário ilustram alguns pontos cruciais: Ele mantém seguro o adorador e o ocultará em seu tabernáculo, mesmo em tempos difíceis (Sl 27:5). Deus provê refúgio seguro e garante paz de espírito a todos os que vão à Sua presença. Essas expressões conectam a beleza de Deus ao que Ele faz por Seu povo. Além disso, o ritual do santuário com seu significado simbólico mostra a bondade e a justiça de Deus.

O objetivo final do desejo mais profundo de Davi não era simplesmente estar no santuário, mas que o Senhor estivesse presente com ele. Por isso Davi resolveu buscar a Deus (Sl 27:4, 8).

6. Leia o Salmo 73:1-17. Que ideias Asafe obteve depois de entrar no santuário?

No Salmo 73, Asafe abordou o problema do sofrimento. Ele não conseguia entender o aparente sucesso dos ímpios (v. 4-12) enquanto os fiéis eram afligidos. Ele mesmo quase escorregou (v. 1-3), mas entrar no santuário fez diferença (v. 13-17). Ali Asafe pôde ver o mesmo poder e glória que Davi mencionou no Salmo 63:2 e reconhecer que as condições daquele momento um dia mudariam e a justiça seria feita. Ele pôde refletir novamente sobre a verdade e receber a reafirmação de que os ímpios estão em terreno escorregadio (Sl 73:18-20) e os fiéis estão seguros (v. 21-28). Para os que buscam a Deus, o santuário se torna um lugar de confiança, uma fortaleza de vida, onde Deus os colocará “sobre uma rocha” (Sl 27:5). A partir da verdade ensinada pelo ritual do santuário, podemos realmente aprender a confiar na bondade e na justiça de Deus.

Sexta

Ano Bíblico: Lc 15–17 

Estudo adicional

Leia de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 343-358: “O Tabernáculo e Suas Cerimônias”.

“Para a edificação do santuário, grandes e dispendiosos preparativos eram necessários; grande quantidade dos materiais mais preciosos e caros era exigida; mas o Senhor aceitava apenas ofertas voluntárias. “De todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a Minha oferta” (Êx 25:2, RC), foi a ordem divina repetida por Moisés à congregação. A devoção a Deus e o espírito de sacrifício eram os primeiros requisitos ao se preparar uma habitação para o Altíssimo” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 343).

Perguntas para reflexão

1. É difícil ver justiça neste mundo. Sem a esperança final da justiça de Deus, por que não haveria nenhuma esperança de justiça?

2. Alguém escreveu: “O tabernáculo é um pedaço de terra santa em meio a este mundo que perdeu seu caminho”. O que isso significa para você?

3. Leia 1 Pedro 1:14-16. De que forma você entende a santidade de Deus? O que significa ser santo? Como podemos nos tornar santos?

4. Os filhos de Eli são um exemplo de pessoas que estavam “perto” de Deus, mas que perderam o apreço por Sua santidade (1Sm 2:12-17). Como você pode evitar perder o senso da santidade de Deus? Por que oração, estudo da Bíblia e obediência são fundamentais para preservar a consciência da Sua santidade?

5. “A parte mais importante do ministério diário era a oferta efetuada em favor do indivíduo. O pecador arrependido trazia a sua oferta à porta do tabernáculo e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima, confessava seus pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si para o sacrifício inocente. Pela sua própria mão era então morto o animal, e o sangue era levado pelo sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do véu, atrás do qual estava a arca que continha a lei que o pecador havia transgredido. Por essa cerimônia, mediante o sangue, o pecado era figuradamente transferido para o santuário” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 354). Como essa citação nos ajuda a compreender a forma pela qual a “salvação pela fé” era revelada no ritual do santuário?

Respostas sugestivas: 1. Prover um lugar para que Deus habitasse com Seu povo de maneira mais visível. Deus nos ama e quer estar perto de nós. 2. A santidade de Deus. 3. O Espírito de Deus, que participou da criação da Terra, também instruiu e inspirou os homens na construção do santuário e seus utensílios. 4. Israel e outras nações deveriam orar no santuário ou voltados para o santuário, em busca de julgamento, perdão, restauração e bênçãos. 5. “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11:6). A fé não deve ser um recurso para resolver dificuldades, mas uma maneira de viver. É ser fiel e confiar em Deus sempre. 6. Ao entrar no santuário, Asafe contrastou a aparente prosperidade dos ímpios com a glória e santidade de Deus e compreendeu qual seria o fim deles. Uma vida sem Deus não tem nenhum valor.







ESCOLA SABATINA


Lição 4 - Lições do santuário

19 a 26 de outubro 

Texto-chave: Gênesis 22:1-19

O aluno deverá...

Conhecer: A beleza, verdade e bondade de Deus na mensagem do santuário.

Sentir: Imitar a experiência de Davi no santuário.

Fazer: Experimentar não apenas a “oração do santuário”, mas a “vida do santuário”.

Esboço

I. Conhecer: Beleza, verdade e bondade no santuário

A. A busca de Davi estava centralizada no santuário (Sl 27:4). Isso foi um alvo temporário ou foi o objetivo de toda a sua vida?

B. Davi desejava “contemplar a beleza do Senhor” refletida no santuário. O que isso realmente envolvia?

C. Davi também desejava “aprender [a verdade de Deus] no Seu templo” (Sl 27:4, RC). Qual é a “verdade presente” da mensagem do santuário a ser investigada atentamente nestes últimos dias?

D. Davi também viu “a bondade do Senhor” no santuário (Sl 27:13). Que experiências foram incluídas nesse encontro (Sl 27:6-12)?

E. A mensagem do santuário é um estilo de vida. Pela fé, é possível entrar agora no santuário celestial confiantemente e permanecer ali (Hb 4:16; 6:19, 20; 10:19-22; 12:22-24). Isso se refere apenas a uma experiência de oração ou a algo mais?

II. Sentir: Tornando real a experiência do santuário

Como podemos imitar o desejo de Davi de estar no santuário? Como podemos ter um estilo de vida que experimente a beleza, verdade e bondade de Deus no santuário?

III. Fazer: Experimentar a vida do santuário

Decidir experimentar a “oração do santuário” e a “vida do santuário” de modo mais incessante.

Resumo:Podemos aprender e experimentar lições da beleza, verdade e bondade no santuário. 

Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Salmo 27:4

Conceito-chave para o crescimento espiritual: As lições do santuário podem ser sintetizadas em três qualidades: “beleza, verdade e bondade”, resumidas no cântico de Davi para o santuário (Sl 27).

Somente para o professor: No Salmo 27:4, Davi corajosamente identifica seu objetivo único na vida, sua grande súplica: “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida.” A “casa do Senhor” é outro termo para o santuário. A busca sincera de Davi estava focalizada no santuário! No Salmo 27, ele resume a tríplice experiência que desejava ter no santuário. O verso 4 mostra duas facetas dessa experiência: “contemplar a formosura do Senhor e aprender [a verdade] no seu templo” (RC, itálicos acrescentados). A palavra hebraica traduzida como “aprender” (ou meditar), Baqar, refere-se a um exame cuidadoso da evidência a fim de determinar a verdade de uma matéria. Na parte final do salmo (no verso exatamente em paralelo com o verso 4) Davi aponta o terceiro aspecto da experiência do santuário que ele desejava ter: “[ver] a bondade do Senhor” (v. 13). Beleza, verdade, bondade, de acordo com os filósofos, constituem a “tríplice estrela de valor”, pela qual realmente vale a pena viver e morrer. (Em Patriarcas e Profetas, p. 595, essas três qualidades são enfatizadas.) Davi insiste que todos esses valores estão envolvidos na mensagem do santuário.

Atividade de abertura: Pergunte aos alunos: “Se você tivesse apenas um pedido a fazer ao Senhor, somente um objetivo para buscar na vida, o que escolheria?” Peça que os membros da classe compartilhem suas respostas e, em seguida, leia a resposta inspirada a essa pergunta, no Salmo 27:4, 13.

Pense nisto: Quando Davi escreveu o Salmo 27, ele era “um fugitivo a quem se procurava prender, encontrando ele refúgio nas rochas e cavernas do deserto” (Ellen G. White, Educação, p. 164). Comente: O foco principal de Davi sobre o santuário ocorreu unicamente nesse tempo de circunstâncias especiais, ou permaneceu como sua paixão a vida inteira? (leia 2Sm 7:1-13; 1Cr 22; 28; e 29:1-9; e os numerosos salmos de Davi referindo-se ao santuário.)

Comentário Bíblico

I. Baluarte da beleza

(Recapitule com a classe Sl 27:4.)

A palavra hebraica no´am, traduzida como “beleza” é um termo dinâmico, descrevendo a beleza que estimula o espectador por seu encanto e graça. Davi desejava contemplar no santuário essa beleza do Senhor, uma beleza que o Senhor possui em Si mesmo (Seu caráter) e que o Senhor também concede. O salmista escreveu: “força e formosura, no Seu santuário” (Sl 96:6). “Adorai o Senhor na beleza da santidade” (Sl 29:2; 96:9). Pelo menos catorze diferentes palavras hebraicas para “beleza” são empregadas pelos escritores bíblicos inspirados em sua descrição dessa experiência estética em conexão com o santuário.

O santuário do deserto “era uma estrutura magnificente. [...]

“Nenhuma linguagem pode descrever a glória do cenário apresentado dentro do santuário [...] tudo não era senão um pálido reflexo dos esplendores do templo de Deus no Céu” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 347, 349). Imagine apenas os metais preciosos: de acordo com Êxodo 38:24, 25, a construção dessa tenda portátil no deserto utilizou mais de uma tonelada de ouro (29 talentos e 730 siclos = 1.000 kg) e quase 4 toneladas de prata (100 talentos e 1.775 siclos = 3.440 kg). Imagine a beleza incomparável do templo de Salomão, que foi “a estrutura mais magnificente” já erigida por “mãos humanas”, e no entanto era apenas um “pálido reflexo” da “imensidade e glória” do santuário celestial” (O Grande Conflito, p. 414).

Para ajudar sua imaginação, considere que, em 1 Crônicas 22:14, Davi coletou para uso no templo 100 mil talentos de ouro, cerca de 3.500 toneladas (que valem bilhões de dólares) e um milhão de talentos de prata, cerca de 35 mil toneladas. Sobre a beleza do santuário aprendemos que (1) Deus é um grande amante do que é belo (Êx 28:2, 40; 2Cr 3:6); (2) O caráter de Deus revelado no santuário é lindo. Por exemplo, Sua santidade (Lv 19:2; Sl 96:9); (3) Os divinos caminhos da salvação, tipificados no santuário (Sl 77:13), são belíssimos; e (4) Ele anseia conceder-nos o mesmo caráter belo (1Pe 1:16).

Pense nisto: Como deve ser a beleza da arquitetura e decoração dos “santuários” das nossas igrejas?

II. Templo da verdade

(Recapitule com a classe Sl 27:4, parte b.)

Davi não apenas desejava ver a beleza do Senhor no santuário, mas “aprender [a verdade] no Seu templo” (RC). A mensagem do santuário não é apenas uma experiência de incrível beleza, mas também é uma busca reflexiva e diligente da verdade.

Nos 150 salmos, há em média uma referência explícita ao santuário para cada salmo, e essas referências sugerem muitas verdades relacionadas ao santuário, como adoração e louvor (Sl 96:9; 150:1), Juízo (Sl 11:4, 5) e oração (Sl 28:2). O salmista ia ao santuário quando estava tentando entender por que os maus prosperam enquanto os justos sofrem, e no santuário (talvez enquanto assistia o fogo consumindo o sacrifício, o que representa o castigo divino sobre o pecado), ele compreendeu “o fim deles” (Sl 73:17). A verdade presente da mensagem do santuário para estes últimos dias está concentrada especialmente nos livros apocalípticos de Daniel e Apocalipse, que estudaremos em lições posteriores. Cada um de nós deve estudar a mensagem do santuário por nós mesmos, buscando diligentemente compreender sua verdade à luz das Escrituras.

Pense nisto: Que aspectos da “verdade presente” da mensagem do santuário são mais centrais e mais fortemente contestados hoje em dia?

III. Fortaleza da bondade

(Recapitule com a classe Sl 27:5-13.)

Não é suficiente ver a beleza da tipologia do santuário ou compreender a verdade do santuário para estes últimos dias. O santuário não é apenas um objeto de contemplação estética ou estímulo intelectual. É uma realidade viva. Davi mostrou como a “bondade de Deus” encontrada no santuário é experimentada na vida prática. Ele descreveu como encontrou proteção e defesa no santuário (v. 5, 11, 12), e mostrou que essa compreensão o levou espontaneamente à alegre adoração (v. 6b). E no ápice do salmo, Davi apresentou o sentido último do santuário como comunhão pessoal com o Deus do santuário: “Quando Tu disseste: Buscai o Meu rosto, o meu coração Te disse a Ti: O Teu rosto, Senhor, buscarei” (v. 8, RC). O salmo para o santuário termina com uma esperança para o futuro, quando ocorrerá a vindicação final junto com a revelação plena de Deus no Seu santuário (v. 14).

Pense nisto: 1. O assunto do santuário é uma mensagem de beleza, verdade e bondade para você? 2. Qual é a relevância da doutrina do santuário para sua vida pessoal? De que forma isso é uma realidade viva?

Aplicação

Somente para o professor: A planta do santuário do deserto ilustra o plano da salvação (veja a lição de domingo). O arranjo dos vários móveis do santuário ilustra os principais passos que damos ao ir a Jesus e permanecer em conexão com Ele em adoração e oração. Siga o sacerdote no divino “caminho do santuário”:

1. Entre em Sua presença (pátio) com ação de graças (Sl 100:4).

2. Experimente o arrependimento, a confissão e o perdão junto ao altar de sacrifício, que representa a cruz (Hb 13:10-13; Lv 4; veja a lição 5).

3. Encontre a purificação do pecado e renovação diária na bacia (Tt 3:5; a palavra grega loutron traduzida como “lavar” também significa “bacia”).

4. Encontre diariamente o alimento espiritual da Palavra de Deus, na mesa dos “pães da presença” (Êx 25:30, NVI; Jo 6:48, 63; Dt 8:3).

5. Receba o poder do Espírito Santo no candelabro (Ap 4:5).

6. Ofereça orações de intercessão junto ao altar de incenso (Ap 8:4).

7. Encontre profunda purificação no trono de Deus, representado pela arca (Lv 16:30; veja a lição 6).

Atividades práticas

Somente para o professor: O livro de Hebreus dá a mais poderosa lição do santuário: Podemos entrar agora no santuário celestial pela fé, com ousadia, e, pela fé, até mesmo “viver” no santuário celestial (Hb 4:16; 6:19, 20; 10:19-22; 12:22-24).


COMENTÁRIO SEMANAL


Autor: João Antônio Rodrigues Alves, Mestre em Teologia pelo UNASP, e doutor em Teologia pela Universidad Adventista del Plata. Pastor distrital em Nova Venécia (ES). Casado com a Profa. Me. Daisy Kiekow de Britto Rodrigues Alves, tem dois filhos, Emerson e Karina.

E-mail: rodriguesalves_ja@yahoo.com.br

Editoração: Pr. Eduardo Rueda e Pr. André Oliveira Santos:
andre.oliveira@cpb.com.br
Revisão: Rosemara Santos

Ampliação

Introdução

Há uma riqueza de símbolos no santuário, destinados a ensinar, de maneira clara e dramática, as verdades do evangelho. Ali encontramos a verdade acerca da presença de Deus com Seu povo, o chamado à santidade, os móveis com todo seu significado no plano da salvação, o santuário como o centro da vida do povo de Deus e também como o lugar em que todas as dúvidas relativas a um sentido para a vida poderiam ser respondidas. Esse é o nosso estudo da semana.

DOMINGO
A morada de Deus

Deus fez um santuário – o jardim do Éden – e nele colocou o homem, para ali habitar e desfrutar a plena comunhão com o Criador. Por causa do pecado, o homem foi expulso desse santuário, sendo assim privado da presença amiga de Deus. Para romper o abismo de separação, Deus ordenou que o homem fizesse um santuário para Ele habitar com os seres humanos (Êx 25:8). Perceba o contraste: o homem rejeitou o santuário feito por Deus; Deus habitou no santuário feito pelo homem. Deus visitou o homem no santuário do Éden; o homem visitou (encontrou) Deus no santuário do deserto. No fim dessa história de encontros e desencontros, o homem voltará ao santuário de Deus, a Nova Jerusalém, e Deus mesmo estará com Suas criaturas (Ap 21:3). Em certo sentido, é um retorno ao santuário do Éden. E o que significa tudo isso? Presença, proximidade, comunhão.

O tabernáculo no deserto ocupava o próprio centro do acampamento, geográfica e simbolicamente. A vida do povo estava ali centralizada. De fato, essa era sua vida. Lembremo-nos de que, antes da ordem para construir o santuário, o povo era cativo no Egito, e não podia desfrutar de maneira tão especial a companhia de Deus. Somente após sua libertação, sua redenção, é que poderia usufruir as bênçãos da presença de seu Libertador. Por isso, o santuário é chamado “tenda do encontro” ou “tenda da congregação”. Nesse espaço Deus e Seu povo poderiam se encontrar (Êx 40:32). Deus está acessível a Seu povo.

Mas, como um povo impuro, pecador, poderia estar na presença de um Deus santo? É o que veremos no decorrer de nosso estudo.

SEGUNDA-FEIRA 
“Sede santos”

A santidade é um atributo de Deus por excelência. Em todo o Universo, somente Ele é intrinsecamente santo. Ele é louvado por Sua santidade (Êx 15:11). Os Salmos e Isaías frequentemente se referem a Deus como Santo (Is 1:4; 5:19; Sl 99). Na visão de Isaías, os anjos cantam a Deus aclamando-O “Santo, Santo, Santo” (Is 6:3). No Novo Testamento, Jesus Se dirige a Deus como “Pai santo” (Jo 17:11). Na oração do Senhor encontramos a petição “Santificado seja o Teu nome” e, no Apocalipse, repete-se o tríplice “Santo” de Isaías (cf. Ap 4:6-10). “Que Deus é santo significa que Ele é exaltado, impressionante no poder, glorioso na aparência, puro em Seu caráter” (J. E. Hartley, Word Biblical Commentary: Leviticus, p. 312).

Em Levítico 19:2 encontramos uma base racional para o mandamento de santidade: devemos ser santos porque Deus é santo. Teologicamente, essa doutrina é conhecida como a imitatio dei, ou “imitação de Deus”. Devemos imitar a santidade de Deus. Mas não é uma tarefa fácil definir a santidade. Em termos simples, o “santo” é diferente do profano ou comum. Portanto, o verso poderia ser traduzido assim: “Sereis distintos”, significando que o povo de Deus, ao imitá-Lo, preservaria suas características distintivas em relação a todos os que não praticam a “imitação de Deus”. “A santidade de Deus é contagiante” (Ibid.) e, assim contagiados, os fiéis devem perseguir um “estilo de vida diferente” (B. A. Levine, The JPS Torah Commentary, Leviticus [1989], p. 56) daquele praticado por outras pessoas. Estar na presença santa de Deus produz uma separação do pecado e de tudo o que contamina. E o contrário também é correto: para experimentar a presença santificadora de Deus, os fiéis se separam do pecado.

Mas Levítico 19 apresenta de forma prática o caminho da santidade, que envolve todos os aspectos da vida diária: “fidelidade no culto (3–8, 12, 21, 22, 27, 28, 30, 31), expressão de amor e respeito nos relacionamentos interpessoais (11, 13, 14, 17, 18, 19, 20, 29, 32–34), e a prática da justiça nos negócios e nos tribunais (vv 15, 16, 35, 36). Todas essas leis revelam o desejo de Deus de que Israel pusesse todas as áreas de sua vida em conformidade com Seu santo caráter” (Hartley, p. 312). No caso do sábado, Deus o santificou, assim Seu povo deve imitá-Lo e também santificar o dia de sábado. Deus mostra o caminho, e Seu povo segue (Levine, p. 256). E a importância disso é que a observância apropriada do sábado é “essencial para a vitalidade espiritual” (Hartley, p. 312), e uma vida espiritual sadia resulta em santidade.

TERÇA-FEIRA 
Utensílios do santuário

O complexo do santuário consistia em três áreas: o pátio, o lugar santo e o lugar santíssimo. Cada uma dessas áreas parece indicar algum grau de santidade e as diferentes pessoas que poderiam acessá-las. Por exemplo, os adoradores e levitas tinham acesso ao pátio; os sacerdotes ao lugar santo; e o sumo-sacerdote ao lugar santíssimo, uma única vez ao ano.

O altar de sacrifícios, situado no pátio do santuário, estava associado à presença do Senhor. Por meio do altar, os israelitas tinham acesso a Deus (Sl 43:4).

A pia, situada entre o altar de sacrifícios e a entrada do lugar santo (Êx 30:17-21), era usada pelos sacerdotes para lavar suas mãos e pés antes de oficiar no altar ou de entrar no santuário, para preservar sua pureza. A ideia era que Deus e a impureza são incompatíveis e que, portanto, aqueles que desejam ter acesso a Deus devem estar puros (Sl 24:3, 4; At 22:16; Ef 5:26; 1Co 6:11).

A mesa com os pães da presença, no lugar santo, indicava o Senhor como o Provedor do alimento para Seu povo (Ez 16:19; Jo 6:48-51).

O candelabro, também no lugar santo, foi confeccionado de maneira a sugerir a imagem de uma árvore, talvez lembrando a árvore da vida, e apontava para Deus como a fonte da vida. O candelabro, com sua luz sempre a brilhar, estava associado com a onipresença de Deus, e o óleo que o alimentava, com o poder do Espírito do Senhor (ver Zc 4:10, 6; cf. Ap 4:5).

O altar de incenso estava situado no lugar santo, mas bem em frente do véu que dava acesso ao lugar santíssimo. O incenso, na Bíblia, representa as orações do povo de Deus que sobem até Ele (Sl 141:2; Ap 5:8; 8:3, 4). Simbolicamente, o incenso é um elo entre Deus e Seu povo (Ef 5:2; 2Co 2:14-17; Fp 4:18).

A arca do concerto, ou do testemunho, situada no lugar santíssimo, “era o símbolo supremo da presença e santidade de Deus”. Os querubins sobre a arca estão associados à soberania de Deus (1Sm 4:4; Sl 80:1; 99:1) e com Sua presença como líder e protetor de Seu povo (Nm 10:33-36). Sobre a arca, estava o “propiciatório”, ou “assento (sede) da misericórdia”, “lugar em que os pecados são expiados ou apagados” (kapporeth), que deriva do verbo kipper (expiar, fazer expiação).
Portanto, o termo kapporeth (propiciatório) sugere a função dessa parte da arca. Entre os querubins, se manifestava a glória de Deus garantindo a expiação para o pecador arrependido.

Em Romanos 3:25, lemos: “a quem Deus propôs, no Seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a Sua justiça, por ter Deus, na Sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos.” Observe o vínculo que o apóstolo estabeleceu entre a propiciação e o sangue de Jesus (v. 25). O sacrifício de Jesus na cruz pavimenta o caminho que o homem agora pode percorrer em seu retorno a Deus. A morte de Cristo é o meio pelo qual Deus elimina o pecado do Seu povo. Jesus é nossa propiciação, o nossokapporeth, o “assento (ou lugar) de misericórdia”, o meio pelo qual encontramos propiciação.

Ellen White faz um comentário digno de reflexão acerca desse assunto: “O Pai nos ama, não em virtude da grande propiciação; mas sim proveu a propiciação por isso que nos ama. Cristo foi o instrumento pelo qual Ele pôde derramar sobre um mundo caído Seu infinito amor. ‘Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo’ (2Co 5:19). Na agonia do Getsêmani, na morte sobre o Calvário, o coração do infinito Amor pagou o preço de nossa redenção” (Caminho a Cristo, p. 13, 14).

QUARTA-FEIRA
Centro de atividades divinas e comunitárias

Para os israelitas, encontrar a Deus no santuário era um ato de adoração. Ali suas necessidades eram satisfeitas. Suas ansiedades eram acalmadas. Saber que Deus estava ali, tão perto, o mais perto que Lhe era possível estar de Seus filhos, apaziguava os corações. A certeza da presença do Pai tem essa propriedade. Eles sabiam que encontrariam no Pai refúgio e conforto. Suas orações seriam ouvidas e sua sede espiritual seria saciada (ver Sl 43:2, 4, 5; 18:6; 63:1, 2).

No templo, os fiéis demonstravam sua gratidão, pagavam seus votos (Sl 66:13-15), confessavam seus pecados e buscavam o perdão do Senhor (Sl 32). As bênçãos e a justiça divinas estavam disponíveis no santuário (Sl 24:3-5).

Resumindo, a vida do povo de Deus girava ao redor do santuário/templo. Nos dias atuais, em que há uma especialidade para cada problema, não existe um centro ao qual recorrer. Existem muitos e, pela atitude de pretensos fiéis, Deus parece não estar em nenhum deles. Enquanto Deus busca proximidade com Seu povo, este parece optar pelo distanciamento, e o Senhor é aquele plano “z”, o último, depois que todas as alternativas humanas foram experimentadas e fracassaram. O resultado é uma vida vazia, destituída de sentido e propósitos, com suas consequências dolorosas e inevitáveis.

Mas o caminho do santuário ainda se encontra aberto para todo aquele que deseja se aproximar do Pai e experimentar a presença de Deus em sua vida.

QUINTA-FEIRA
“Até que entrei no santuário”

O Salmo 73 produz respostas semelhantes em leitores diferentes, independentemente de tempo, lugar ou posição. Os leitores se sentem aliviados e fortalecidos com palavras tão antigas e que se encaixam perfeitamente em sua condição atual. Parece que o salmista escreveu pensando no caso particular de cada leitor. E por que isso ocorre? Porque, desde a entrada do pecado no mundo, o homem tem lutado com o problema da existência do mal e a atuação de um Deus justo e bom. Muitas vezes, gostaríamos de ver a justiça de Deus em ação, mas isso não acontece. Os que levam uma vida pecaminosa nem sempre são punidos, enquanto os justos frequentemente parecem não ser recompensados. E nos vem à mente o pensamento: “O crime compensa”. O Salmo 73 trata desses assuntos – a prosperidade dos ímpios, o problema do mal e a posição do filho de Deus frente a tudo isso.

O grande problema aqui é que, inicialmente, o salmista estava concentrado nos ímpios, e sua percepção da realidade foi distorcida, visto que seu foco estava mal dirigido. Foi levado a pensar apenas em termos humanos: “ímpios x justos”. Quem está ganhando? O que vale mais a pena? Parece que uma vida baseada no engano, na mentira, na malícia, produz resultados mais favoráveis a uma “boa” vida. Os ímpios prosperam, gozam de boa saúde, ocupam posições destacadas, livres de preocupação, e parece que não lhes falta nada. Por outro lado, muitos fiéis experimentam a pobreza, enfermidades, a morte de pessoas queridas, etc. E essa situação parece se prolongar além do que consideramos suficiente.

O ponto crucial desse salmo é encontrado no verso 17 – “até que entrei no santuário e atinei com o fim deles [dos ímpios]”. A experiência do salmista no santuário o levou a olhar a realidade da perspectiva correta, isto é, da perspectiva de Deus. Se antes ele estava confuso, perplexo, desorientado, sua experiência no santuário, refletindo na grandeza, santidade, poder, amor e justiça de Deus deu-lhe uma nova orientação e aplacou sua angústia. Somente quando Deus ocupa o centro de nossa visão, passamos a ver as coisas como elas realmente são. Os ímpios, por escolherem uma vida sem Deus, estão destinados a perecer (v. 27). Os justos, por confiarem a vida nas mãos de Deus, estão destinados à salvação e felicidade eterna (v. 24).

Como já disse alguém: “Não escreva seu diário ao findar o dia.” A verdadeira compreensão de tudo o que nos aconteceu, ou acontece, nem sempre ocorre imediatamente. Pode demandar toda a nossa vida. Ou ainda pode transcender o nosso tempo neste mundo, e somente na eternidade encontraremos as respostas que buscamos. O que fazer enquanto isso? O salmista indica o caminho: “Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio” (v. 28). Aqui ele afirma sua crença na presença eterna de Deus, e sua disposição em permanecer fiel ao Senhor, proclamando “todos os Seus feitos” (v. 28).

Para reflexão: No santuário celestial Cristo permanece realizando Sua obra em favor dos fiéis, respondendo suas dúvidas, sustentando-os com Seu poder. Para quem estamos olhando hoje? Para os ímpios? Aos que nos feriram ou magoaram? Testemunhas falsas? Aos mentirosos? Precisamos corrigir o foco, olhar para Cristo em Seu santuário, e desfrutar a paz que resulta de saber que todas as coisas, ainda que as evidências pareçam indicar o contrário, estão sob Seu controle, e que Ele dará a palavra final a tudo que acontece no mundo em geral e na vida de Seus servos em particular.

Conclusão

Todo o rico simbolismo presente no santuário afirma a realidade de Deus, Sua presença e cuidado para com Seu povo, o desejo de que este seja uma nação santa, pura, em um mundo contaminado pelo pecado, confiando na expiação de Cristo na cruz do Calvário, e esperando o cumprimento de Suas promessas, mesmo contra todas as evidências.

Vídeos

Introdução - Esboço da Lição "O Santuário" (aqui).

Esboço da Lição - 4 Lições do santuário (aqui). 



Fonte: CASA PUBLICADORA BRASILEIRA  http://www.cpb.com.br/

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

ES - Lição 3 – Sacrifíciol – 4º Trim, 2013




Lição 3 – Sacrifício


12 a 19 de outubro






Sábado à tarde

Ano Bíblico: Mt 24–26

VERSO PARA MEMORIZAR:

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1).


Leituras da Semana:


O conceito de sacrifício é fundamental em todo o evangelho. Nas línguas bíblicas, as palavras para “sacrifício” frequentemente retratam a ideia de aproximar-se, e de trazer algo para Deus. O significado básico do hebraico para oferta ou sacrifício descreve o ato de se aproximar, o ato de trazer algo à presença de Deus. O equivalente grego significa “dádiva” e descreve a apresentação de um sacrifício.

Da mesma forma, a palavra oferta vem do latim offerre, a apresentação de uma dádiva. A palavra sacrifício é uma combinação do latim sacer (sagrado) e facere (fazer), e se refere ao ato de tornar algo sagrado.

Nesta semana, examinaremos alguns dos sacrifícios que os fiéis ofereceram a Deus. Descobriremos que Deus sempre pediu sacrifícios, e hoje Ele ainda pede.

Certamente, e acima de tudo, Deus proveu o principal sacrifício, de Si mesmo, na pessoa de Jesus Cristo.


Domingo

Ano Bíblico: Mt 27, 28 

O primeiro sacrifício

1. Qual foi a resposta de Deus a Adão e Eva depois que eles pecaram? Gn 3:9-21

Adão e Eva viviam em um mundo perfeito, em um jardim semelhante a um santuário, e o Criador mantinha comunhão face a face com eles. O primeiro pecado deles abriu um abismo quase intransponível em seu relacionamento com Deus. No entanto, Deus já havia planejado uma forma de superar essa quebra de confiança e, antes mesmo de qualquer julgamento contra eles, o Senhor lhes deu a esperança de um Salvador (Gn 3:15).

“Adão e Eva se achavam como criminosos diante de seu Deus, aguardando a sentença, que a transgressão havia atraído sobre eles. Antes, porém, de ouvirem falar nos cardos e espinhos, na dor e na angústia que lhes caberia em quinhão, e do pó a que deveriam voltar, escutaram palavras que lhes deviam inspirar esperança. Se bem que devessem sofrer [...], poderiam aguardar no futuro a vitória final” (Ellen G. White, Para Conhecê-Lo [MM 1965], p. 16).

O Senhor lhes mostrou o fundamento principal dessa vitória quando, imediatamente depois do pronunciamento de Seu julgamento, Ele fez para eles vestes de pele para cobrir sua nudez e vergonha. Embora não declarado, pode ser razoável supor que um animal inocente teve que morrer por isso, e talvez até mesmo que esse ato tenha sido entendido como uma espécie de sacrifício (Gn 3:21).

A provisão divina de vestes para os culpados se tornou um ato simbólico. Assim como os sacrifícios no santuário do deserto garantiam o relacionamento especial entre Deus e Seu povo, as vestes no Jardim asseguraram aos culpados a imutável boa vontade de Deus para com eles.

Portanto, desde os primeiros dias da história humana, os sacrifícios ensinaram que os seres humanos pecadores poderiam encontrar união com Deus, mas apenas mediante a morte de Jesus, prefigurada nesses sacrifícios.

Releia Gênesis 3:9-21. Mesmo antes de Deus proferir o juízo contra o casal culpado, Ele lhes deu a promessa da “vitória final”. O que isso diz sobre a atitude de Deus para conosco, mesmo em nossa condição de pecado?

Segunda

Ano Bíblico: Mc 1–3 

Tipos de ofertas

Nos tempos do Antigo Testamento, os fiéis podiam trazer ofertas em diferentes ocasiões e em diversas circunstâncias pessoais. As diferentes ofertas que eles eram autorizados a “apresentar” incluíam animais limpos, cereais, bebidas e outras coisas. O sacrifício de animais é o elemento mais antigo no serviço do santuário e, com o ministério sacerdotal, está no centro do culto israelita. Vida religiosa sem sacrifícios era inconcebível.

2. Quais tipos de ofertas são descritas nos textos a seguir? Êx 12:21-27; Lv 2:1-3; Êx 25:2-7; Lv 4:27-31

Deus estabeleceu o sistema de sacrifícios para que os fíeis pudessem entrar em íntimo relacionamento com Ele. Por isso, as ofertas poderiam ser trazidas em diferentes situações: ação de graças, expressão de alegria e celebração, dádiva, pedido de perdão, apelo penitencial, como símbolo de dedicação, ou para restituição.

Entre os mais importantes tipos de ofertas estavam o holocausto (Lv 1) e as ofertas de cereais (ofertas de manjares; Lv 2), bem como os sacrifícios pacíficos (ofertas de comunhão; Lv 3), ofertas de purificação (Lv 4), e a oferta de reparação (pela transgressão ou pela culpa; Lv 5:14–6:7). As três primeiras eram ofertas voluntárias, que deviam lembrar ao doador (e a nós) que, no fim, tudo o que somos e temos pertence a Deus. O holocausto simboliza a dedicação total de quem faz a oferta. A oferta de cereais simboliza a dedicação de nossos bens materiais a Deus, sejam eles alimentos, animais, ou qualquer outra coisa. Os sacrifícios pacíficos eram a única oferta da qual o participante recebia uma parte para consumo pessoal.

Os outros dois sacrifícios eram obrigatórios. Relembravam às pessoas que, embora as transgressões tenham consequências, elas podem ser “curadas”. A oferta de purificação, muitas vezes chamada de “oferta pelo pecado”, era oferecida após a contaminação ritual ou depois que uma pessoa se tornava consciente de uma contaminação moral pelo pecado.

A ampla função das ofertas mostra que cada aspecto de nossa vida deve estar sob o controle de Deus. Como você pode entregar completamente a Ele o que você tem e o que você é? O que acontece quando você não faz isso?


Terça

Ano Bíblico: Mc 4–6 

Sacrifício no Monte Moriá

3. Leia Gênesis 22:1-19. O que Abraão aprendeu sobre sacrifício?

Qual foi o propósito de Deus nesse incrível desafio à fé do patriarca? A vida de Abraão com Deus sempre foi acompanhada pelas promessas divinas: a promessa da terra, descendentes e bênçãos; a promessa de um filho e de que Deus cuidaria de Ismael. Abraão sacrificava, mas sempre à luz de alguma promessa. No entanto, na situação descrita em Gênesis 22, Abraão não recebeu nenhuma promessa divina. Em vez disso, ele foi instruído a sacrificar a promessa viva, seu filho. Prosseguindo conforme a ordem de Deus, Abraão mostrou que o Senhor era mais importante para ele do que qualquer outra coisa.

“Foi para impressionar Abraão com a realidade do evangelho, bem como para lhe provar a fé, que Deus o mandou matar seu filho. A angústia que ele sofreu durante os dias tenebrosos daquela terrível prova foi permitida para que ele compreendesse por sua própria experiência algo da grandeza do sacrifício feito pelo infinito Deus para a redenção do homem. Nenhuma outra prova poderia ter causado a Abraão tal tortura de alma, como fez a oferta de seu filho. Deus deu Seu Filho a uma morte de angústia e ignomínia” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 154).

Quanto ao sacrifício, Abraão compreendeu dois princípios essenciais. Primeiro, ninguém, senão o próprio Deus pode oferecer o verdadeiro sacrifício e o meio de salvação. Certamente o Senhor proverá. Abraão eternizou esse princípio ao chamar o lugar de “YHWH Jireh” [Jeová Jiré], que significa “O Senhor Proverá”. Segundo, o sacrifício real é de substituição, que salva a vida de Isaque. O carneiro foi oferecido “em lugar de” Isaque (Gn 22:13). Esse animal, que Deus proveu, prefigurou o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, sobre quem “o Senhor fez cair [...] a iniquidade de nós todos” (Is 53:6, 7; At 8:32).

Que impressionante entrega a Deus! Podemos imaginar como deve ter sido essa experiência para Abraão? Pense sobre a última vez que você teve de avançar pela fé pura e fazer algo que lhe causou muita angústia. O que você aprendeu com suas ações?


Quarta

Ano Bíblico: Mc 7–9 

Vida por vida

4. Leia Levítico 17:10, 11. Que função Deus deu ao sangue?

Numa passagem em que Deus instruiu os israelitas a não comer sangue, Ele proveu uma razão interessante para essa proibição: o sangue representa a vida, e Deus tornou o sangue sacrifical um resgate pela vida humana. Uma vida, representada pelo sangue, resgata outra vida. O princípio de substituição, que se tornou explícito no Monte Moriá, quando Abraão ofereceu o sangue do carneiro em lugar do sangue de seu filho, está firmemente ancorado nos requisitos legais de Deus para o antigo Israel.

Como em Gênesis 22, Deus mostra que Ele mesmo provê o meio para a expiação. Em hebraico, há uma ênfase na palavra “Eu”, na expressão “Eu o dei a vocês” (Lv 17:11, NVI). Não podemos prover nosso próprio resgate. Deus deve concedê-lo.

O conceito é diferente do de outras religiões que utilizam sacrifícios. Na Bíblia, não é o ser humano que se aproxima de Deus na tentativa de acalmá-Lo, mas é Deus que oferece o meio para que a pessoa entre em Sua santa presença. Em Cristo, o próprio Deus oferece o sangue para o resgate.

5. Leia 1 Samuel 15:22 e Miqueias 6:6-8. Quais são alguns dos perigos do sistema de sacrifícios?

Deus nunca pretendeu que o sistema de sacrifícios fosse um substituto para a atitude do coração. Ao contrário, os sacrifícios deviam abrir o coração do fiel para o Senhor. Se perdermos de vista o fato de que os sacrifícios expressam um relacionamento espiritual entre Deus e as pessoas, e que todos eles apontam para um sacrifício muito maior, Jesus Cristo, podemos facilmente confundir o ritual de sacrifícios com um aparelho automático para fazer expiação. Além do sacrifício, Deus deseja realmente que nosso coração esteja em paz com Ele (Sl 51:16, 17). Constantemente, os profetas de Israel acusaram o povo de falsa piedade e o exortaram a “[praticar] a justiça, e [amar] a misericórdia, e [andar] humildemente com o [seu] Deus” (Mq 6:6-8; Compare com Is 1:10-17).

De que forma enfrentamos o mesmo perigo apresentado acima? Por que é tão difícil perceber que podemos estar fazendo a mesma coisa que os antigos israelitas fizeram? Como podemos evitar esse erro?

Quinta

Ano Bíblico: Mc 10–12 

Sacrifícios hoje: o sacrifício vivo

A terminologia do sistema de sacrifícios funcionou muito bem ao descrever o conceito cristão primitivo do que significava ter uma vida totalmente consagrada a Deus. Na verdade, mesmo quando Paulo estava pensando em seu martírio, ele descreveu a si mesmo como uma libação (oferta de bebida; Fp 2:17; 2Tm 4:6).

7. Que mensagem específica encontramos em Romanos 12:1? De que forma devemos manifestar essa verdade em nossa vida?

“Sacrifício vivo” significa que toda a pessoa é consagrada a Deus. Inclui a dedicação do corpo (Rm 12:1), bem como a transformação do ser interior (v. 2). Devemos ser separados (“santos”) para o propósito único de servir ao Senhor. Os cristãos se apresentarão inteiramente ao Senhor por causa das “misericórdias de Deus”, descritas em Romanos 12:1-11, que apresentam Cristo como nosso sacrifício, o meio da nossa salvação.

Nesse contexto, o apelo de Paulo é que os cristãos imitem Cristo. A verdadeira compreensão da graça de Deus leva a uma vida consagrada a Ele e ao serviço de amor pelos outros. Submeter o próprio eu e os desejos pessoais à vontade de Deus é a única resposta razoável ao supremo sacrifício de Cristo por nós.

No fim, deve haver harmonia entre nossa compreensão da verdade espiritual e doutrinária e nosso serviço aos outros. Cada aspecto da vida deve expressar o genuíno compromisso do cristão com Deus. A verdadeira adoração nunca é apenas interior e espiritual, mas deve abranger atos exteriores de serviço altruísta. Afinal de contas, pense no que o Senhor fez por nós.

Sexta

Ano Bíblico: Mt 21–23 

Estudo adicional

“Tinha sido difícil, mesmo para os anjos, apreender o mistério da redenção, isto é, compreender que o Comandante do Céu, o Filho de Deus, devia morrer pelo homem culpado. Quando foi dada a Abraão a ordem para oferecer seu filho, isso atraiu o interesse de todos os entes celestiais. Com ânsia intensa, observavam cada passo no cumprimento daquela ordem. Quando à pergunta de Isaque: “Onde está o cordeiro para o holocausto?”, Abraão respondeu: “Deus proverá para Si o cordeiro” (Gn 22:7, 8, RC), e quando a mão do pai foi detida estando a ponto de matar seu filho, e foi oferecido o cordeiro que Deus provera em lugar de Isaque, derramou-se então luz sobre o mistério da redenção, e mesmo os anjos compreenderam mais claramente a maravilhosa provisão que Deus havia feito para a salvação do homem” (1Pe 1:12; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 155).

Perguntas para reflexão

1. “Nossos pés andarão em Seus caminhos, nossos lábios falarão a verdade e espalharão o evangelho, nossa língua trará cura, nossas mãos levantarão os que caíram, e realizarão muitas tarefas comuns, como cozinhar, limpar, digitar e costurar. Nossos braços abraçarão os solitários e necessitados de amor, nossos ouvidos ouvirão o clamor dos aflitos, e os nossos olhos olharão com humildade e paciência para Deus” (John Stott, Romans [Romanos]; Downers Grove, Illinois; InterVarsity, 1994, p. 322). De que forma essa citação mostra o significado de ser um “sacrifício vivo”? Por que somente morrendo para o próprio eu podemos ser capazes de viver assim?

2. Um dos grandes problemas que o povo enfrentou foi considerar o sistema de sacrifícios como fim em si mesmo, e não como meio para alcançar uma vida consagrada a Deus, manifesta no serviço de amor aos outros. De que forma nós, adventistas do sétimo dia (que recebemos tanta luz), estamos em perigo de seguir pelo mesmo caminho, talvez ao pensarmos que as grandes verdades que possuímos sejam um fim em si mesmas, e não um meio para um fim?

3. Pense mais sobre a história de Abraão e Isaque no Monte Moriá. Por mais inquietante que seja essa história, pode-se argumentar que ela foi planejada para inquietar e causar consternação e angústia. Por que alguém diria que essa história foi planejada, entre outras coisas, para evocar essas emoções no leitor?

Respostas sugestivas: 1. Nas vestes de peles, Deus mostrou o perdão dos pecados. 2. Cordeiro pascal; oferta de manjares; ofertas voluntárias; sacrifício pelo pecado. 3. Sacrifícios humanos não podem resolver o problema do pecado; somente Deus pode oferecer o verdadeiro sacrifício salvífico; o cordeiro substituiu Isaque; Jesus nos substituiu na cruz. 4. O sangue representava vida e simbolizava a remissão dos pecados. 5. Separados da justiça, obediência e humildade, os sacrifícios não têm valor. 6. Consagração do nosso corpo, nossa mente e os recursos a Deus e ao próximo; sacrifícios de louvor e gratidão. 7. Ao contrário dos animais mortos, nosso sacrifício é nossa vida santa e agradável a Deus. Por isso, é preciso consagrar tudo que temos: corpo, mente e espírito.


ESCOLA SABATINA



Texto-chave: Gênesis 22:1-19

O aluno deverá...

Conhecer: A importância do sistema sacrifical do Antigo Testamento.

Sentir: Perceber, a partir dos sacrifícios do Antigo Testamento, a natureza terrível do pecado e o grande custo da nossa salvação.

Fazer: Contemplar regularmente o cumprimento do sistema de sacrifícios em Cristo, o “Cordeiro de Deus”.

Esboço

I. Conhecer: O sistema sacrifical do Antigo Testamento

A. O sistema sacrifical foi introduzido por Deus após a queda (Gn 3:15, 21). Como a primeira promessa evangélica (Gn 3:15) implica a expiação substitutiva do Messias?

B. O significado do sistema sacrifical foi compreendido por Abraão, especialmente em sua experiência no Monte Moriá. Quais características de Gênesis 22 revelam o amor do Pai em não negar que Seu Filho morresse por nós?

C. O ritual da Páscoa (Êx 12) provê uma das mais abrangentes prefigurações do sacrifício de Cristo. Que elementos básicos de Seu sacrifício são prenunciados nesse ritual?

II. Sentir: O horror do pecado e o alto custo da expiação retratados nos sacrifícios de animais

Como a visualização dos sacrifícios do Antigo Testamento nos ajuda a avaliar melhor a monstruosidade do pecado e o custo infinito da morte expiatória de Cristo?

III. Fazer: Contemplar Cristo nas sombras

Decidir passar tempo de qualidade na próxima semana contemplando a obra expiatória de Cristo, prefigurada no sistema sacrifical do Antigo Testamento.

Resumo: O sistema de sacrifícios do Antigo Testamento faz uma poderosa descrição do multifacetado significado da morte sacrifical de Cristo no Calvário.


Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: João 1:29

Conceito-chave para o crescimento espiritual: O sistema sacrifical do Antigo Testamento proveu um retrato antecipado do profundo significado do sacrifício de Cristo. Ele também tipificou a experiência dos cristãos que se ofereceriam como “sacrifício vivo” (Rm 12:1).

Somente para o professor: 
Uma professora de seminário conta a experiência de quando, na ocasião da Páscoa, relutantemente acompanhou o marido pela região dilacerada pelo conflito na Terra Santa, em direção ao topo do Monte Gerizim. Ali, os poucos samaritanos remanescentes ainda sacrificam cordeiros pascais. Quando os cordeiros foram levados ao matadouro, ela desviou os olhos. Mas no último minuto, ela olhou. Quão terrível foi a morte deles. Enquanto via as criaturas inocentes lutando contra a faca, ela intimamente se revoltava contra a insensibilidade do sacerdote, que oferecia o sacrifício. Mas, ainda mais, ela considerou revoltante a ideia do sistema sacrifical. Por que animais inocentes tinham que morrer a fim de prefigurar a morte de Jesus? No caminho de volta naquela noite, à luz da lua cheia da Páscoa, ela derramou sua amargura contra Deus, pela crueldade dos sacrifícios de animais, até que subitamente a luz do Céu penetrou em sua mente obscurecida. Ela finalmente começou a entender o ponto: o pecado é tão terrível que custou a vida do inocente Cordeiro de Deus. Esse sacrifício foi a única maneira pela qual Deus poderia levar pessoas com o coração endurecido a ver como o pecado era terrível, como era alto o custo da nossa salvação.

Escola Sabatina Comentário Bíblico

I. O sistema sacrifical introduzido no Éden

(Recapitule com a classe Gn 3:9-21.)

Na primeira promessa evangélica, encontrada em Gênesis 3:15, o sacrifício substitutivo do Messias, Descendente da mulher, já foi poderosamente retratado. Imagine a cena: O Descendente, Cristo, tira a sandália, por assim dizer, desnuda o calcanhar, e pisa voluntariamente em uma víbora venenosa. Isso retrata o Descendente voluntariamente entregando a vida para matar a serpente. Mesmo sabendo que isso custaria Sua vida, Cristo Se ofereceu para conscientemente pisar na cabeça da víbora mais mortal no Universo: a serpente chamada Satanás.

Gênesis 3:21 indica que Deus vestiu Adão e Eva com peles, o que implica o sacrifício de animais. Como sabemos que esse ato de vesti-los se refere a algo mais do que apenas cobrir sua nudez física, a fim de mantê-los aquecidos na atmosfera fria após a queda? O texto deixa claro que sua nudez após o pecado era mais do que a nudez física. Depois que eles se haviam coberto com folhas de figueira, Adão confessou a Deus que ele ainda estava nu (v. 10). Assim, a nudez era também da alma, ou seja, a culpa, que precisava ser coberta por algo mais do que vestes físicas. Em vez de folhas de figueira de suas próprias obras, com as quais eles tentaram em vão cobrir sua nudez, Deus os cobriu com as vestes de um substituto. Em lugar de seu sangue, o sangue de uma vítima inocente foi derramado (em paralelo com a oferta pelo pecado de Levítico 4:29, os pecadores humanos provavelmente teriam matado o animal sacrifical). Ali foi anunciado o sacrifício substitutivo do Messias, em favor da humanidade. O próprio Deus instituiu, e instruiu Adão e Eva com relação ao sistema sacrifical.

Pense nisto: Ellen G. White escreveu: “No momento em que o ser humano se rendeu às tentações de Satanás, e fez precisamente o que Deus lhe havia dito que não fizesse, Cristo o Filho de Deus, Se pôs em pé entre os vivos e os mortos, dizendo: ‘Caia sobre Mim a penalidade. Ficarei no lugar do homem. Ele terá outra oportunidade’” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista, v. 1, p. 1193). Por que o aspecto substitutivo do sacrifício de Cristo é tão importante em nossa salvação?

II. Abraão e o sistema de sacrifícios

(Recapitule com a classe Gn 22:1-19.)

A narrativa de Gênesis 22 descreve a prova divina de Abraão, na qual Deus pediu que ele oferecesse seu filho Isaque no Monte Moriá. Essa prova pode ser o ápice das prefigurações do evangelho no Antigo Testamento, revelando com antecedência como o Pai e o Filho estariam envolvidos na angústia do sacrifício expiatório. Jesus disse: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se” (Jo 8:56).

Quando Abraão viu o dia de Jesus? O apóstolo Paulo citou Gênesis 22 (v. 18) e, especificamente, indicou que as Escrituras “[preanunciaram] o evangelho a Abraão” (Gl 3:8). No hebraico de Gênesis 22:17, 18, como em Gênesis 3:15, a palavra para “Descendente” ou “Semente” (zera’) é usada primeiramente no sentido coletivo para se referir a numerosos descendentes. Em seguida, restringe-se a um significado singular (marcado por pronomes singulares, embora algumas traduções modernas não mostrem isso), para focalizar a única Semente Messiânica em quem “serão benditas todas as nações da Terra” (Gn 22:18). A experiência de Isaque no Monte Moriá estava, portanto, explicitamente ligada ao sacrifício do Messias vindouro. Paulo também aponta para o espírito de sacrifício do Pai, que “não poupou [não negou] Seu próprio Filho” (Rm 8:32), usando a mesma linguagem que Deus usou duas vezes acerca de Abraão no Monte Moriá (Gn 22:12, 16).

Pense nisto: Como Gênesis 22 e a narrativa do sacrifício de Abraão em Gênesis 15 (especialmente os versos 6-18) nos ajudam a compreender melhor o evangelho da justificação pela fé?

III. O sistema sacrifical levítico: a Páscoa

(Recapitule com a classe Êx 12:21-27.)

Entre os muitos sacrifícios do sistema levítico, talvez nenhum prefigure de modo tão abrangente o sacrifício de Cristo quanto o ritual multifacetado da Páscoa. Considere os seguintes pontos:

1. Importância fundamental: A Páscoa marca o “princípio dos meses” (Êx 12:2, RC).

2. Foco no cordeiro (símbolo de Jesus) (Êx 12:3; Jo 1:29).

3. Tempo exato (Êx 12:5; Jo 13:1; 18:28; 19:14): Jesus morreu às 3 horas da tarde do décimo quarto dia de Nisan, no momento em que os primeiros cordeiros pascais deviam ser mortos.

4. Um sacrifício completo e perfeito (Êx 12:5, 46; 1Pe 1:19; Jo 19:33, 36).

5. Um sacrifício amplo, de abrangência plena (Êx 12:4; Jo 3:16; Rm 3:23, 24; 5:6, 8, 18; 1Tm 4:10).

6. Apropriação pessoal do sacrifício (Êx 12:7, 8; Jo 6:53; 1Jo 1:7, 9).

7. Sacrifício propiciatório, substitutivo. O cordeiro devia ser assado no fogo (Êx 12:8). É possível ainda observar os cordeiros da Páscoa sendo assados sobre as fogueiras no cume do Monte Gerizim, enquanto os samaritanos continuam a observar esse ritual a cada primavera. As duas varas de madeira, colocadas transversalmente na carcaça do cordeiro a fim de mantê-lo aberto para assar, tomam a forma de cruz. Os fogos da ira divina (Sl 89:46; Sf 1:18; Hb 12:25, 29) foram derramados sobre Jesus, quando Ele tomou sobre Si os pecados do mundo e recebeu o castigo que nós merecíamos.

A palavra Páscoa em hebraico encerra o termo pelo qual a festa é chamada, pesach, que significa “passar ou saltar por cima”. Deus anunciou a Moisés: “Quando Eu vir o sangue, passarei por vós [pasach], e não haverá entre vós praga destruidora, quando Eu ferir a terra do Egito” (Êx 12:13; comparar com v. 23). Isso era uma prefiguração do sacrifício substitutivo de Jesus.

(Para mais detalhes, consulte “Ponder the Passover” [Considere a Páscoa], Shabat Shalom [Sábado de Paz] 53, no 1 [2006], p. 4-9, acessível em www.andrews.edu/~davidson/).

Pense nisto: O sacrifício do Messias vindouro segue como um “fio vermelho” em todo o Antigo Testamento. Cite outras passagens que apresentam esse tema fundamental do evangelho.

Aplicação

Somente para o professor: Ajude a classe a perceber o horror de tirar a vida de um animal inocente – a terrível visão da morte dos animais, o cheiro de sangue e das carcaças queimando – a fim de avaliar mais o custo da morte de Cristo pelo nosso pecado.

Atividades práticas

Somente para o professor: Na conhecida passagem de Ellen G. White, citada na semana passada, “Seria bom para nós passarmos diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 83), ela diz: “Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito.”


COMENTÁRIO SEMANAL


Autor: João Antônio Rodrigues Alves, Mestre em Teologia pelo UNASP, e doutor em Teologia pela Universidad Adventista del Plata. Pastor distrital em Nova Venécia (ES). Casado com a
Profa. Me. Daisy Kiekow de Britto Rodrigues Alves, tem dois filhos, Emerson e Karina.
E-mail: rodriguesalves_ja@yahoo.com.br

Editoração: Pr. André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisão: Rosemara Santos

Ampliação

Introdução

“Misericórdia quero, e não sacrifício” (Os 6:6). Como harmonizar essas palavras de Deus com o sistema de sacrifícios do AT e com a afirmação de que mesmo hoje Deus pede sacrifícios de Seus filhos?

Na verdade, o sistema sacrifical foi usado por Deus para transmitir a preciosa verdade de que a cura para todos os males trazidos pelo pecado estava disponível. E isso por provisão divina, e não humana. Se o pecado separou a humanidade pecadora de Deus, o sacrifício supremo de Cristo, para quem apontava todo o sistema levítico, nos aproxima, nos leva de volta ao Pai.

DOMINGO
O primeiro sacrifício

Deus dissera a Adão e Eva que, no dia em que comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente morreriam (Gn 2:17). Como sabemos, eles desobedeceram a Deus e comeram do fruto proibido. A morte os aguardava. Essa era a palavra de Deus. Por isso o medo invadiu seus corações. Descobriram que estavam nus. Embora trágica em suas consequências, a intervenção misericordiosa de Deus impediu que tal episódio se tornasse desesperador. É nesse contexto, da perda de seu estado de inocência e santidade, que nossos primeiros pais ouviram a promessa da expiação por meio de Cristo. Quando compreendemos o que foi perdido no Éden, o que éramos, o que poderíamos ter sido mediante a comunhão íntima com o Criador, e aquilo que somos hoje como consequência do pecado, entendemos um pouco de nossa total dependência da obra de Cristo em nosso favor. Nesse ponto, é possível apreciar a obra do calvário, e aceitar a oferta de salvação que o Céu nos oferece gratuitamente na pessoa de Jesus.

Como resolver o problema? “O salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Alguém devia morrer. No capítulo 3 de Gênesis estão em contraste as roupas de folhas de figueira, preparadas pelo homem (v. 7), representando seu esforço pessoal para cobrir sua nudez (salvação pelas obras) e a vestimenta de pele, feita por Deus (v. 21), que é o dom do Céu para a humanidade caída, a justiça pela fé. No verso 15, Deus preanunciou a vinda do Salvador para esmagar a cabeça da serpente. Somente Deus pode resolver o problema do pecado, e isto a um preço inimaginável, incapaz de ser compreendido pelo pecador: a vida do Filho de Deus. O primeiro sacrifício, a primeira morte, apontava para o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8).

SEGUNDA-FEIRA 
Tipos de ofertas

O sistema sacrifical foi ordenado por Deus e ocupava um lugar no centro da vida nacional do povo de Deus do passado. Havia um contínuo sacrifício sempre a queimar no altar do holocausto, acrescido de outros voluntários, e demais ofertas prescritas na lei mosaica. O fogo sempre a arder, a fumaça sempre subindo, naturalmente despertava no coração de todos uma consciência da malignidade do pecado, tanto nacional como pessoal. Por aproximadamente 1.400 anos as ofertas apresentadas no santuário serviram como uma representação vívida do Messias que um dia seria oferecido em sacrifício em favor de todo aquele que crer (Jo 3:16). Os sacrifícios apontavam para Ele e foram cumpridos nEle.

O sistema sacrifical do AT provia as bases para que o pecador pudesse ser restaurado às bênçãos do concerto. Aquele que se encontrava sob o peso da culpa podia trazer seu sacrifício. Uma vez realizado o sacrifício, o indivíduo recebia o perdão (Lv 4:26, 31). Encontra-se aqui a ideia de substituição: o pecador, que devia morrer, permanecia vivo, enquanto o animal sacrifical morria em seu lugar. Dessa forma, o pecador era reconciliado em seu relacionamento com Deus.

Os diferentes tipos de ofertas abrangiam todos os aspectos da vida do adorador: “ação de graças, expressão de alegria e celebração, dádiva, pedido de perdão, apelo penitencial, atitude de dedicação, ou restituição”.

Para reflexão: Temos aproveitado a oferta superior de Cristo para restaurar nosso relacionamento com o Pai? Temos entregado nossa vida no altar de Deus, como oferta ao Senhor?

TERÇA-FEIRA 
Sacrifício no Monte Moriá

A experiência de Abraão, ao se dispor a oferecer o próprio filho em sacrifício, obedecendo incondicionalmente à ordem de Deus, é uma lição de fé que desafia a mente secular. O que estaria envolvido nesse pedido tão inusitado? Que lições podemos aprender?
 
No caso de Abraão, ele foi provado – e aprovado – em sua lealdade a Deus, prestando perfeita obediência à ordem de Deus. Sua angústia durante aquela prova permitiu-lhe compreender, “por sua própria experiência algo da grandeza do sacrifício feito pelo infinito Deus para a redenção do homem” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 154).

O apóstolo Paulo declara que o Evangelho foi “preanunciado” a Abraão (Gl 3:8). Isso ocorreu quando Abraão foi detido pela voz urgente do anjo, que fez parar o sacrifício de Isaque. Ato contínuo, Abraão viu um carneiro, a provisão divina, o substituto, que morreria em lugar de Isaque. Mais uma vez encontramos a ideia de que alguém tem que morrer para salvar o pecador. É o próprio Deus quem provê o substituto. Nesse caso, um carneiro. No Novo Testamento Deus envia Seu próprio Filho e oferece o perfeito sacrifício em favor da humanidade.

Algumas lições: (1) Fé se manifesta em obediência completa à Palavra de Deus, mesmo quando parece um absurdo; (2) fé é entregar a Deus o melhor que temos, e nada reter; (3) fé é confiar que “o Senhor proverá”. No caso de Abraão, a provisão somente foi feita por Deus após Abraão demonstrar sua disposição em ir até o fim e sacrificar seu filho Isaque.

Para reflexão: Até onde estamos dispostos a permitir que nossa fé nos leve? Estamos prontos a subir o Monte Moriá, seja ele qual for em nossa experiência?

QUARTA-FEIRA
Vida por vida

Qual é o significado do sangue sacrifical? Deus explica: “A vida da carne está no sangue” (Lv 17:11-14). O sangue sacrifical representava a substituição: a vida do animal, que era entregue à morte, em lugar da vida daquele que apresentava a oferta. O próprio Deus concedeu esse poder ao sangue. O hebraico é enfático: Deus “deu”, “concedeu”, “atribuiu”. O sangue em si mesmo não efetua expiação, mas somente o sangue de um animal sacrificado diante de Deus, de acordo com o ritual prescrito. Embora existam outras formas prescritas para expiação, a manipulação do sangue da vítima oferecida em sacrifício é o meio primário de expiação dado por Deus ao Seu povo. Assim, Deus concedeu ao pecador uma forma visível para receber o perdão de seus pecados.

“Toda vítima moribunda era um símbolo de Cristo, lição que era gravada na mente e no coração na mais solene e sagrada cerimônia, e positivamente explicada pelos sacerdotes. Os sacrifícios foram explicitamente planejados pelo próprio Deus a fim de ensinar essa grande e importante verdade de que só pelo sangue de Cristo há perdão de pecados.” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 107).

Para reflexão: Jesus deu Sua própria vida, como o Cordeiro sacrifical, sofrendo a morte que era nosso salário, para que, por Sua morte, tenhamos a vida que Lhe pertence. O que estamos dispostos a oferecer a Deus, em gratidão pela expiação de nossos pecados mediante o sangue de Jesus?

QUINTA-FEIRA
Sacrifícios hoje: o sacrifício vivo

O sacrifício de Jesus na cruz do Calvário foi perfeito, único e completamente suficiente para a salvação de todo aquele que crê. Sendo assim, que sacrifícios são requeridos hoje do cristão? O Novo Testamento é claro. Dentre outras coisas, doações para os necessitados. Paulo utiliza a linguagem cultual – “aroma suave” – para descrever as dádivas que ele mesmo recebeu dos filipenses, equiparando-as a um “sacrifício” oferecido a Deus (Fp 4:18). Ainda que Paulo fosse o beneficiário imediato da generosidade deles, o beneficiário final era o próprio Deus. Aquilo que se faz pelo servo, Paulo, em verdade se faz pelo Mestre, Cristo.

Embora o termo “sacrifício” faça referência aos sacrifícios oferecidos a Deus no culto do santuário, com o passar o tempo, ainda nos tempos do Antigo Testamento, adquiriu significados que incluem “o espírito quebrantado” e o “coração compungido e contrito” (Sl 51:17). No Novo Testamento os sacrifícios oferecidos a Deus são identificados como “louvor” (cf. Sl 50:14 – “sacrifício de ações de graça”), a “prática do bem”, “mútua cooperação” e “generosidade” (Hb 13:15, 16). Paulo afirma que isso é “aceitável e aprazível a Deus” (Fp 4:18). Essa é a verdadeira adoração.

Além disso, em Romanos 12 Paulo “roga”, “apela”, “exorta”, “encoraja”, os cristãos para que expressem sua fé na vida diária. Como podemos fazer isso?
Pela apresentação de nossos corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (v. 1). Visto que Cristo já Se ofereceu como sacrifício final, os cristãos não são obrigados a sacrificar/matar animais, porém devem apresentar um “sacrifício vivo” de si mesmos. Não se oferecer para morte, mas para a vida. Mas esse “sacrifício vivo” é qualificado por Paulo como “santo”, ou seja, “separado”, “consagrado” a Deus. É viver como alguém nascido de novo, uma nova criatura. Andar em novidade de vida. Diferente da vida anterior, quando ainda não haviam recebido os benefícios da expiação do sangue de Cristo. No pensamento cristão se incorpora a ideia de pureza e libertação do pecado. “Assim, o corpo físico do crente, colocado à disposição de Deus, apresentado a Ele, é santo, tanto no sentido de ser separado para o Seu uso, como no sentido de ser utilizado para fins puros e justos, e assim, livre de práticas pecaminosas” (Wuest, K. S. [1997, c. 1984]. Wuest's Word Studies from the Greek New Testament [Rm 12:1]. Grand Rapids: Eerdmans). Por essa razão o cristão não se conforma com este mundo, isto é, não assume uma expressão exterior que não vem de seu interior, que não representa a vida interior de seu coração. O cristão não assume como seus os pensamentos, as filosofias, os valores, as opiniões, os comportamentos, etc, prevalecentes no mundo. Em vez de se conformar, o cristão se transforma (Gr. Metamorphoomai), ou seja, o seu exterior apresenta as características de uma pessoa renovada em seu ser interior, com aspirações, esperanças, valores, etc., diferentes dos encontrados no “mundo”.

Para reflexão: Que tipo de sacrifícios tenho apresentado a Deus em minha vida? Minha vida agrada a Deus? Se não, o que preciso fazer para mudar essa situação?

Conclusão

Se o pecado introduziu a alienação entre o homem pecador e o Deus santo, Cristo estabeleceu as bases para a reconciliação através de Seu todo-suficiente sacrifício na cruz. NEle os sacrifícios encontraram o seu fim, visto que não tinham valor em si mesmos, à parte da fé no Cordeiro que viria. Por outro lado, a aceitação do sacrifício expiatório de Cristo deve produzir na vida do cristão hoje alguns resultados que são identificados como “sacrifícios” oferecidos a Deus, que poderíamos resumir em consagração a Deus e a Seu serviço, verdadeiro louvor, praticar o bem, oferecer/partilhar nossas dádivas aos necessitados, sustentar valores consistentes com a Palavra de Deus e viver como cidadãos do reino dos céus, ainda que estejamos neste mundo.

Vídeos

Introdução - Esboço da Lição "O Santuário" (aqui).
Esboço da Lição - 3 Sacrifício (aqui). 



Fonte: CASA PUBLICADORA BRASILEIRA  http://www.cpb.com.br/