sábado, 30 de junho de 2012

ES– Lição 1 - O evangelho chega a Tessalônica – 3º Trim, 2012

 

Lição em vídeo

 

Publicado em 29/06/2012 por VideosdeEsperanca Neste trimestre teremos o Pr. Rodrigo Silva e convidados especiais para os comentários da lição da Escola Sabatina III Trimestre de 2012 - Epístolas aos Tessalonicenses

 

Fonte:

Advir ( http://www.advir.com.br/ )

 

Lição em texto

 

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Lição 1 – de 30 de junho a 7 de julho

O evangelho chega a Tessalônica

 

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Sl 86–89

VERSO PARA MEMORIZAR: “Também agradecemos a Deus sem cessar, pois, ao receberem de nossa parte a Palavra de Deus, vocês a aceitaram não como palavra de homens, mas segundo verdadeiramente é, como Palavra de Deus, que atua com eficácia em vocês, os que creem” (1Ts 2:13, NVI).

Leituras da semana: At 16:9-40; 17:1-4, 12; Jr 23:1-6; Is 9:1-7; Is 53; Rm 1:16

Pensamento-chave: A certeza das promessas de Deus deve estar apoiada na confiança nas Sagradas Escrituras.

O jovem pastor auxiliar sentou-se do lado de fora da igreja com uma jovem senhora que tinha acabado de ser batizada. Para sua surpresa, ela disse: “Preciso ser batizada de novo.”

Quando o pastor perguntou por que desejava fazer isso, ela respondeu: “Há coisas que eu não disse ao pastor distrital sobre o meu passado.”

Assim começou uma longa conversa sobre o perdão oferecido por Cristo. Ela prestou atenção de modo ávido. Quando o pastor terminou de orar com ela, uma forte chuva de repente encharcou os dois. Com os olhos brilhando, a jovem disse: “Estou sendo batizada novamente!”

Um Deus bondoso, muitas vezes, oferece sinais vivos, como essa chuva inesperada, para assegurar aos cristãos que eles estão justificados diante dEle. Mas nossa confiança em Deus será alicerçada ainda mais solidamente quando estiver fundamentada no claro ensino de Sua Palavra. Nesta lição veremos que o cumprimento da profecia proveu firme segurança para os novos cristãos em Tessalônica.

Domingo

Ano Bíblico: Sl 90–99

Os pregadores pagam um preço

1. Por que os filipenses reagiram de modo tão negativo ao evangelho? Que lição aprendemos com essa reação e que precauções devemos adotar diante desse risco? De que outras formas esse princípio pode se manifestar, mesmo na vida dos cristãos? At 16:9-40

O evangelho é a boa notícia das ações poderosas de Deus em Cristo que levam ao perdão, aceitação e transformação (Rm 1:16, 17). Por meio do pecado, o mundo inteiro foi condenado; por intermédio da morte e ressurreição de Jesus, todo o mundo recebeu uma nova oportunidade de ter a vida eterna que Deus originalmente desejou para toda a humanidade. A poderosa obra de Deus foi realizada por nós sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8). Essa obra de redenção foi efetuada fora de nós, por Jesus, e a ela nada podemos acrescentar. No entanto, o evangelho se torna real em nossa vida unicamente quando aceitamos não apenas sua condenação de nossos pecados, mas o divino perdão desses pecados por meio de Jesus.

Sendo que o evangelho é uma notícia tão boa, e é gratuito, por que alguém iria resistir-lhe ou lutar contra ele? A resposta é simples: aceitar o evangelho exige que deixemos de confiar em nós mesmos e nas coisas materiais, como dinheiro, poder e atração sexual. Essas coisas são boas quando submetidas à vontade e aos caminhos de Deus. Mas quando as pessoas se apegam a essas questões triviais que substituem a segurança do evangelho, sua mensagem e os que a proclamam se tornam uma ameaça.

Leia 1 Tessalonicenses 2: 1, 2. Paulo e Silas entraram em Tessalônica sofrendo, carregando no corpo as feridas e hematomas resultantes da violenta surra que receberam e da prisão em Filipos (At 16:22-24). Porém, sinais do grande poder de Deus (At 16:26, 30, 36) os haviam encorajado. Eles entraram ousadamente na sinagoga de Tessalônica, apesar da dor que sentiam, e falaram novamente do Messias que havia mudado a vida deles e os enviara em uma missão de pregar as boas-novas em lugares em que não tinham sido ouvidas antes.

Se não formos cuidadosos, que coisas do mundo podem nos afastar do Senhor? Por que é tão importante manter a cruz e seu significado sempre no centro de nossos pensamentos, especialmente quando a atração do mundo parece mais forte?

Segunda

Ano Bíblico: Sl 100–105

A estratégia de pregação de Paulo

2. Quais foram os passos estratégicos seguidos por Paulo ao trabalhar em Tessalônica? At 17:1-3

Embora 1 Tessalonicenses estivesse entre as primeiras cartas de Paulo, tanto sua teologia quanto sua estratégia missionária estavam bem desenvolvidas no tempo em que ele chegou a Tessalônica.

O primeiro passo na estratégia missionária de Paulo era frequentar a sinagoga local aos sábados. Naturalmente, o sábado era um bom momento para alcançar grande número de judeus. No entanto, estava funcionando ali mais do que apenas uma estratégia missionária. Paulo teria tomado tempo para oração e adoração no sábado, mesmo que nenhum judeu nem alguma sinagoga estivessem disponíveis (At 16:13).

Naqueles dias, era comum que os judeus convidassem os visitantes para falar na sinagoga, especialmente se eles tivessem vivido em Jerusalém, como havia sido o caso de Paulo e Silas. A congregação era ávida para ouvir notícias da vida judaica em outros lugares. Eles também se interessavam por novas ideias que os visitantes tivessem descoberto em seus estudos das Escrituras. Assim, a estratégia de Paulo se ajustava ao ambiente da sinagoga.

O segundo passo na estratégia de Paulo era pregar diretamente das Escrituras que eles conheciam, o Antigo Testamento. Ele também começava com um tópico de grande interesse para os judeus daquela época: o Messias (“o Cristo” é o equivalente grego de “Messias” em hebraico; At 17:3). Utilizando textos do Antigo Testamento, Paulo demonstrava que o Messias teria que sofrer antes de obter a glória com que os judeus estavam familiarizados. Em outras palavras, a versão popular e gloriosa da missão do Messias era apenas uma parte do quadro. Quando o Messias aparecesse pela primeira vez, Ele seria um Servo sofredor e não um conquistador real.

Em terceiro lugar, tendo estabelecido uma nova imagem do Messias em sua mente, Paulo passava a contar a história de Jesus. Ele explicava como a vida de Jesus correspondia ao padrão da profecia bíblica que ele tinha acabado de compartilhar com eles. Sem dúvida, ele acrescentava histórias sobre suas próprias dúvidas e oposição anteriores, e também falava do poder convincente de seu encontro pessoal com o Cristo exaltado. De acordo com Lucas 24:25-27, 44-46, a estratégia de pregação de Paulo em Tessalônica seguiu o mesmo padrão que Jesus havia usado com Seus discípulos depois da ressurreição.

Observe que Paulo procurava alcançar as pessoas onde elas estavam e usava aquilo com que elas estavam familiarizadas. Por que essa estratégia é tão importante? Pense naqueles que você deseja alcançar. Como você pode aprender a começar onde eles estão e não onde você está?

Terça

Ano Bíblico: Sl 106–110

Duas visões do Messias

Desde os tempos antigos, os leitores do Antigo Testamento têm notado uma variedade de perspectivas nas profecias que apontam para o Messias. Muitos judeus e os primeiros cristãos identificaram duas grandes vertentes nas profecias messiânicas. Por um lado, havia textos que apontavam para um Messias majestoso: um rei conquistador que traria justiça ao povo e estenderia o domínio de Israel até os confins da Terra. Por outro lado, havia textos que sugeriam que o Messias seria um Servo sofredor, humilhado e rejeitado. O erro de muitos estava em não entender que todos esses textos se referiam à mesma pessoa, em diferentes aspectos da Sua obra, em momentos diferentes.

3. Que características teria o futuro libertador? Existe algum tipo de “conflito” entre as imagens apresentadas? Jr 23:1-6;Is 9:1-7; 53:1-6; Zc 9:9

Antes da vinda do Messias, esses textos eram intrigantes. Por um lado, os textos messiânicos com ênfase na realeza normalmente não continham indício de sofrimento ou humilhação. Por outro lado, os textos com ênfase no Servo sofredor geralmente descreviam o Messias como tendo pouco poder ou autoridade terrena. Uma forma pela qual os judeus da época de Jesus resolviam esse problema era ver o Servo sofredor como símbolo de toda a nação e seus sofrimentos no decorrer do exílio e da ocupação. Removendo esses textos da equação messiânica, muitos judeus esperavam o Messias real ou conquistador. A exemplo de Davi, esse rei expulsaria os ocupantes e restauraria o lugar de Israel entre as nações.

Evidentemente, o grande problema de remover da equação os textos sobre o Servo sofredor é que há, de fato, passagens significativas do Antigo Testamento que misturam as duas principais características do Messias. Elas descrevem a mesma pessoa. O que é menos claro, à primeira vista, é se essas características ocorrem ao mesmo tempo ou uma após a outra.

De acordo com Atos 17:2, 3, Paulo conduziu os judeus de Tessalônica através desses textos messiânicos do Antigo Testamento e, ao mesmo tempo, examinou seu significado.

Nos tempos antigos, os judeus estavam confusos sobre a primeira vinda do Messias. Hoje, encontramos muita confusão sobre a segunda vinda. O que isso deve nos dizer sobre a necessidade de realmente procurar compreender a verdade da Bíblia? Por que a falsa doutrina pode ser tão problemática?

Quarta

Ano Bíblico: Sl 111–118

Sofrimento antes da glória

Jesus, assim como Paulo, estudava o Antigo Testamento e chegou à conclusão de que o Messias “devia” “sofrer estas coisas, para entrar na Sua glória” (Lc 24:26, NVI). “Devia”, em Lucas 24:26, traduz a mesma palavra de Atos 17:3, em que Paulo diz que o Messias “deveria sofrer” (NVI). Para Jesus e Paulo, a ideia do sofrimento antecedendo a glória foi incluída nas profecias muito antes que elas ocorressem. A questão é: com que base do Antigo Testamento eles chegaram a essa conclusão?

Eles provavelmente tivessem notado que os personagens mais importantes do Antigo Testamento tiveram um longo período de sofrimento antes de entrar no período glorioso de sua vida. José passou cerca de treze anos na prisão antes de assumir o cargo de primeiro ministro do Egito. Moisés passou 40 anos guiando ovelhas pelo deserto antes de desempenhar sua função como o poderoso líder do Êxodo. Davi passou muitos anos como fugitivo, parte desse tempo em terras estrangeiras, antes de ser elevado à realeza. Daniel foi prisioneiro de guerra, e foi até mesmo condenado à morte, antes de ser elevado à posição de primeiro ministro da Babilônia. Na história desses servos de Deus do Antigo Testamento há prenúncios do Messias, que também sofreria e seria humilhado, antes de ser elevado à Sua plena função real.

O ponto culminante dessa convicção do Novo Testamento é o texto do Antigo Testamento mais citado no Novo Testamento: Isaías 53. O Servo sofredor de Isaías era um homem de dores, desprezado e rejeitado (Is 53:2-4). Como um cordeiro do santuário, Ele seria abatido por causa dos nossos pecados (Is 53:5-7), de acordo com a vontade do Senhor (Is 53:8-10). Mas “depois do sofrimento de Sua alma” (Is 53:11, NVI), Ele justificaria muitos e receberia uma herança poderosa (Is 53:12).

Para os escritores do Novo Testamento, Isaías 53 foi a chave para o papel do Messias. Paulo certamente pregou sobre esse texto em Tessalônica. De acordo com Isaías 53, o Messias não pareceria majestoso nem poderoso no momento da Sua primeira manifestação. Na verdade, Ele seria rejeitado por muitos de Seu próprio povo. Mas essa rejeição seria o prelúdio para a manifestação do Messias glorioso da esperança judaica. Com isso em mente, Paulo foi capaz de mostrar que o Jesus que ele havia conhecido era, de fato, o Messias que o Antigo Testamento tinha predito.

4. Com espírito de oração, leia Isaías 53. Que símbolos indicam que Jesus sofreria antes de Sua glória? O que Ele sofreu para que você tivesse a vida eterna? À luz desse amor divino, em que posição Cristo deve estar em nossa vida?

Quinta

Ano Bíblico: Sl 119

Nasce uma igreja

5. Que classes de pessoas formaram o núcleo da igreja de Tessalônica? At 17:1-4, 12

Uma parte da estratégia missionária de Paulo era levar a mensagem primeiramente ao judeu e também ao grego (Rm 1:16). Durante o ministério de Paulo, os judeus regularmente recebiam a primeira oportunidade de ouvir e aceitar o evangelho. E o fato é que, de acordo com a Bíblia, na época de Paulo, muitos judeus aceitaram Jesus como o Messias. Mais tarde, quando a igreja começou a apostatar e rejeitar a lei, especialmente o sábado, tornou-se cada vez mais difícil para os judeus aceitar Jesus como o Messias, porque, afinal, que Messias anularia a lei, especialmente o sábado?

Como o texto mostra, alguns dos judeus de Tessalônica foram persuadidos pela exposição que Paulo fez dos textos messiânicos relacionados à história de Jesus. Um deles, Aristarco, foi mais tarde um colaborador de Paulo e, em certo momento, até companheiro de prisão (Cl 4:10, 11; At 20:4). Outro, Jasom, era aparentemente rico o suficiente para abrigar a igreja em sua casa, depois que os cristãos já não eram bem-vindos na sinagoga. Ele também proveu pelo menos uma parte da fiança necessária para evitar a prisão de Paulo (At 17:4-9).

Os “gregos tementes a Deus” (At 17:4, NVI) são geralmente identificados com os gentios que ficavam encantados com o judaísmo, frequentavam a sinagoga, mas não se convertiam. Esse era um fenômeno generalizado nos dias de Paulo. Esses gentios se tornaram uma ponte natural para que Paulo alcançasse os gentios que não tinham nenhum conhecimento do judaísmo nem do Antigo Testamento.
A característica judaica, e relativamente rica, da igreja de Tessalônica em seu início, é enfatizada em
Atos 17 (como no verso 12), em que preeminentes gregos também se tornaram crentes. Contudo, é claro que, no tempo em que foi escrita a primeira carta aos Tessalonicenses, a igreja para a qual Paulo estava escrevendo era, em grande parte, composta de gentios (1Ts 1:9) das classes trabalhadoras (1Ts 4:11).

O que podemos ver aqui é o caráter universal do evangelho, o fato de que ele se destina a todos os povos, classes e raças; para ricos ou pobres, gregos ou judeus, porque a morte de Cristo beneficiou o mundo inteiro. É por isso que a mensagem adventista do sétimo dia é para todo o mundo (Ap 14:6), sem exceções fundamentadas em etnia, nacionalidade, classe social ou situação econômica. É muito importante manter essa missão sempre diante de nós. Assim também é importante que não nos tornemos isolados, absortos em nossos próprios pensamentos e mais interessados em manter o que temos do que em avançar para além dos limites confortáveis que, talvez até inconscientemente, estabelecemos para nós mesmos.

Sexta

Ano Bíblico: Sl 120–134

Estudo adicional

Desde os dias de Paulo até o presente, Deus, pelo Seu Espírito Santo, tem estado a chamar tanto judeus como gentios. “Para com Deus não há acepção de pessoas” (Rm 2:11), declarou Paulo. O apóstolo se considerava devedor “tanto a gregos como a bárbaros” (Rm 1:14), bem como a judeus; mas jamais ele perdeu de vista as decididas vantagens que os judeus haviam possuído sobre outros, “primeiramente”, porque “as palavras de Deus lhe[s] foram confiadas” (Rm 3:2, RC). Declarou ele: “O evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1:16; Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 380).

“Paulo recorreu às profecias do Antigo Testamento... Pelo inspirado testemunho de Moisés e dos profetas, provou cabalmente que Jesus de Nazaré era o Messias, e demonstrou que, desde os dias de Adão, foi a voz de Cristo que falara por intermédio dos patriarcas e profetas” (Ibid, p. 222; veja a extensa quantidade de textos do Antigo Testamento que seguem nas páginas 222-229).

“Na proclamação final do evangelho, quando deve ser feito um trabalho especial pelas classes de pessoas até aqui negligenciadas, Deus espera que Seus mensageiros tomem interesse especial pelo povo judeu, o qual eles encontram em todas as partes da Terra... Ao verem o Cristo da dispensação evangélica retratado nas páginas das Escrituras do Antigo Testamento, e perceberem a clareza com que o Novo Testamento explica o Antigo, suas adormecidas faculdades despertarão e eles reconhecerão Cristo como o Salvador do mundo. Muitos receberão Cristo pela fé como seu redentor” (Ibid. p. 381).

Perguntas para reflexão

1. Paulo abordava os judeus de sua época com base nas profecias messiânicas do Antigo Testamento. Até que ponto essa abordagem é proveitosa hoje com os judeus, especialmente os judeus seculares que podem até não estar familiarizados com as profecias do Antigo Testamento?

2. Como as profecias da Bíblia podem ser apresentadas para influenciar seus amigos e vizinhos de maneira mais eficaz? Por exemplo, como Daniel 2 poderia ajudar alguém de perspectiva secular ou não bíblica a confiar na Bíblia?

Resumo: Uma série de pontos importantes foram estudados nesta primeira semana. Acima de tudo, devemos lembrar a importância que a Palavra de Deus tem na nossa vida, na nossa missão e no nosso testemunho.

Respostas sugestivas: 1: Porque uma jovem foi libertada de um espírito de adivinhação, o que prejudicou os interesses financeiros de algumas pessoas. Devemos estar preparados para a perseguição, mas não devemos provocá-la. 2: Paulo começou pregando aos judeus na sinagoga, aos sábados. Com base nas Escrituras, ele demostrou a necessidade do sofrimento e ressurreição de Cristo. 3: Seria pastor das ovelhas, descendente de Davi, sábio e justo, salvador glorioso e rei humilde; sofreria em lugar dos pecadores. 4: Renovo; raiz de uma terra seca; cordeiro; ovelha muda sacrificada em lugar dos transgressores. Jesus deve ser o primeiro em nossa vida. 5: Judeus convertidos, gregos piedosos e mulheres de alta posição.

Resumo da Lição 1 – O evangelho chega a Tessalônica

Texto-chave: Atos 17:1-4

O aluno deverá...

Reconhecer: Que o sofrimento e a morte de Cristo foram o cumprimento das profecias do Antigo Testamento.

Sentir: Certeza de que sua fé não é despropositada, mas enraizada no plano final de Deus de salvar o mundo.

Fazer: Compartilhar com os outros a certeza de sua fé.

Esboço

I. Conhecer: Morto desde a fundação do mundo

A. Jesus é descrito em Apocalipse 13:8 como o "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo". O que isso indica sobre a natureza e origem do plano de Deus para redimir o mundo?

B. Por que foi necessário que Cristo sofresse e morresse para que o mundo fosse restaurado? Por que Deus não podia simplesmente ter ignorado o pecado de Adão e Eva?

C. O apóstolo Paulo se refere a Cristo como "nosso Cordeiro pascal” (1Co 5:7). Por que o cordeiro pascal é um tipo de Cristo?

II. Sentir: Salvo por outro

Se você tivesse sido o filho mais velho de uma família judaica no Egito durante a Páscoa, que tipo de emoções você teria experimentado na manhã seguinte?

III. Fazer: Compelido a compartilhar

Como sua gratidão pelo gratuito dom da salvação tem compelido você a dedicar sua a Ele?

Resumo: O sofrimento e morte de Cristo não foi, em última análise, um erro de justiça, mas o cumprimento do plano de Deus de redimir o mundo. Essa compreensão pode nos dar confiança na Palavra de Deus e em Seu amor por nós, como aconteceu com os novos crentes em Tessalônica.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: O sofrimento e morte de Cristo não foi, em última análise, um erro de justiça, mas parte do plano divino para lidar com o pecado e restaurar os pecadores à comunhão ininterrupta com Deus.
Só para o professor: Nesta semana examinaremos por que a Escritura diz que foi "necessário" que o Messias sofresse e morresse a fim de cumprir o plano de Deus para redimir o mundo.

Em 5 de agosto de 2010, aconteceu um desastre numa mina de metais preciosos no Chile, quando 700.000 toneladas de rocha caíram na entrada principal da mina, prendendo 33 mineiros a 700 metros abaixo do solo. As equipes de resgate já haviam quase desistido de encontrar sobreviventes, mas finalmente, após 17 dias perfurando em diferentes áreas da mina, uma broca voltou à superfície trazendo um bilhete que dizia: "Todos nós aqui no abrigo estamos bem. "Miraculosamente, os mineiros haviam sobrevivido, embora quase tivessem morrido de fome. Imediatamente foram elaborados planos para perfurar um túnel de escape.

Enquanto muitos ficaram frustrados porque o túnel levaria mais de dois meses para ser perfurado, outros estavam preocupados porque o tamanho do túnel, que se estendia por 700 metros pés através da rocha sólida, fosse muito pequeno.

Por que o túnel tinha que ser tão pequeno? Embora os engenheiros tivessem explicações detalhadas, a resposta simples foi que isso era "necessário" para que o resgate tivesse sucesso. Um túnel de escape maior (em uma mina muito explorada e que tinha mais de um século de existência) era simplesmente demasiado perigoso.

Pense nisto: A situação dos mineiros chilenos pode ser comparada com a nossa necessidade de resgate divino. Quanto dos detalhes sobre a "necessidade" do plano de resgate de Deus precisamos de entender?

Compreensão

Só para o professor: Peça que os alunos escrevam em um papel três razões para acreditar na cruz e aceitar os benefícios do sacrifício de Cristo.

Comentário Bíblico

I. A necessidade do sofrimento e morte de Cristo

(Recapitule com a classe At 17:1-4.)

De acordo com Lucas, um componente central da apresentação do evangelho aos tessalonicenses foi o fato de que o sofrimento e a morte de Cristo não foram um erro trágico, mas uma "necessidade" divina. A palavra grega traduzida como "necessário" (dei) é uma palavra significativa para Lucas. Ela ocorre dezoito vezes em seu evangelho e vinte e duas vezes no livro de Atos. Lucas usa essa palavra para indicar que os eventos da vida de Jesus não foram meramente o resultado do acaso, mas parte de um plano divino revelado nas Escrituras para redimir a raça humana.

A primeira vez que Lucas usa essa palavra em seu evangelho ocorre quando José e Maria perderam de vista a Jesus, quando Ele estava com doze anos de idade, em Jerusalém (Lc 2:41-51). Quando eles finalmente O encontraram no templo, Jesus disse que não deveria ter sido nenhuma surpresa que Ele estivesse ali porque era "necessário" [Eu devia, NVI] que Ele estivesse "na casa de [Seu] Pai" (Lc 2:49, RA). Essa mesma mensagem básica ocorre várias vezes em Lucas, quando Jesus fala sobre vários aspectos de Sua vida. Jesus fala sobre Sua necessidade divina de pregar o evangelho (Lc 4:43), de curar uma mulher aleijada no sábado (13:16), de participar da refeição na casa de Zaqueu e, mais importante e com mais frequência, da necessidade de Seu sofrimento, rejeição e morte em Jerusalém (Lc 13:33; 17:25; 22:37; 24:7, 26).

Embora seja fácil ver a "necessidade" por trás de alguns desses eventos, como a cura de alguém para demonstrar o amor de Deus, por que também foi "necessário" que Jesus sofresse e morresse, como parte do plano de Deus para salvar o mundo? Deus não poderia simplesmente ter ignorado o pecado ou, para usar uma metáfora do golfe, ter nos dado uma segunda chance que não exigisse Sua morte?

Mesmo que ignorar um pecado pareça uma coisa fácil de fazer, Deus não poderia ter feito isso sem comprometer Sua justiça e santidade. O pecado não é um problema trivial. É inteiramente oposto a Deus. O pecado é mal, causa sofrimento e morte. Ignorar o pecado teria sido o equivalente a justificar sua existência. Deus não poderia fazer isso. Sua natureza exigiu que Ele resolvesse o problema do pecado. No entanto, como um Deus de amor, Ele também queria oferecer misericórdia aos pecadores.

A fim de ser justo ao lidar com o pecado e ser misericordioso no trato com os pecadores, Deus decidiu assumir o castigo e a penalidade de nossos pecados. Ele fez isso enviando Jesus para ser nosso Substituto. Jesus morreu a morte que nós merecemos, para que tivéssemos a vida que Ele merecia. É exatamente isso que o apóstolo Paulo explica em Romanos 3:26, onde ele diz que a morte de Jesus tornou possível que Deus fosse "justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus".

Pense nisto: A Bíblia repetidamente descreve Deus como sendo justo ao lidar com o pecado e ao mesmo tempo amoroso no trato com os pecadores. Que imagens distorcidas surgiriam se enfatizássemos apenas um desses atributos?

II. A "loucura" da cruz

(Recapitule com a classe Ro 1:16.)

Enquanto os primeiros cristãos viam o sofrimento e morte de Cristo como uma parte "necessária" do plano de Deus para redimir o mundo, judeus e gentios não viam dessa maneira. A ideia de que o Messias aguardado há muito tempo devesse ser crucificado parecia absurda para os judeus. O Messias devia ter derrotado os inimigos de Israel, não ter sido crucificado por eles. Os romanos também pensavam que os cristãos estavam iludidos em seguir a Jesus. Quem adoraria alguém que fosse, pelo menos na mente de um romano, um criminoso crucificado? Do ponto de vista do mundo, a cruz era um objeto de vergonha e derrota, e não algo a ser venerado.


Em um pedaço de grafite antigo descoberto em Roma, aproximadamente do tempo de Paulo, podemos ter um vislumbre do tipo de zombaria e desprezo que os cristãos devem ter experimentado como resultado de sua fé. Curiosamente, essa descoberta, conhecida como o grafite de Alexamenos, também parece ser o mais antigo desenho conhecido da crucifixão de Jesus. Ele retrata uma cena de crucifixão, em que o indivíduo na cruz tem a cabeça de um burro, mas o corpo de um homem. Ao lado da cruz, um jovem pode ser visto ajoelhado em adoração. Rabiscada abaixo da cruz está a declaração: "Alexandre adora [seu] deus." A mensagem é óbvia: os cristãos eram vistos como estúpidos por acreditar em Jesus. Nesse tipo de ambiente, não é de admirar que, ao escrever aos Romanos, Paulo tivesse que lembrar-lhes de que o evangelho do Jesus crucificado e ressuscitado não era algo de que se devia envergonhar, mas algo de que se devia gloriar (Rm 1:16). Foi por meio da "loucura" (1Co 1:18) da cruz que Cristo venceu o poder do pecado e da morte.

Pense nisto: A mensagem da cruz de Jesus continua a ser ridicularizada pelos incrédulos. O que podemos fazer para incentivar as pessoas da igreja a não ficar "envergonhadas" da cruz, mas se gloriar nela?

Aplicação
Só para o professor: Incentive os alunos a usar as questões a seguir como uma maneira de pensar sobre a necessidade da morte de Cristo a partir de uma perspectiva bíblica.

Perguntas para reflexão

1. Lucas conta como, depois da ressurreição, Jesus repreendeu dois discípulos no caminho de Emaús por não reconhecerem que o Antigo Testamento havia indicado a "necessidade" do sofrimento e rejeição do Messias. Que eventos e histórias do Antigo Testamento apontam para a "necessidade" da morte de Jesus?
2. Que histórias e eventos das Escrituras, em algum momento do tempo, podem ter parecido como falhas ou erros da justiça, se já não conhecêssemos o fim dessas histórias? Como isso pode nos encorajar em nossa caminhada cristã?

Perguntas de aplicação

1. Por que a mensagem da cruz continua a ser uma pedra de tropeço para os seres humanos?

2. A realidade do sofrimento é uma das questões mais difíceis que impedem as pessoas de acreditar na existência de um Deus todo-poderoso e amoroso. Embora certamente não existam respostas fáceis ou rápidas para o problema do sofrimento, que conforto e esperança encontramos no pensamento de que havia necessidade do sofrimento de Cristo em nosso favor?

3. O fato de que Paulo precisou encorajar os cristãos de Roma a não se "envergonhar" do evangelho (Rm 1:16) indica que os cristãos estavam sendo ridicularizados publicamente por suas crenças. De que forma os cristãos são ridicularizado hoje?

Criatividade

Só para o professor: Muitas pessoas nunca pensam realmente sobre a necessidade de que Jesus viesse como nosso Substituto. Use a seguinte atividade para ajudar os alunos a refletir sobre essa questão, considerando em primeiro lugar suas próprias circunstâncias.

Atividade: Peça aos alunos para refletir sobre acontecimentos em sua vida quando foi necessário que alguém viesse em seu auxílio. O que teria acontecido sem essa ajuda? E como eles expressaram sua gratidão? Depois de compartilhar várias histórias, dirija a conversa de volta para a lição, perguntando o que teria acontecido se Deus não tivesse feito por nós o que foi "necessário"? Como devemos expressar nossa gratidão a Ele?

Novo trimestre. Como a igreja adventista mundial faz há anos, a cada três meses brinda-nos com novo bloco de temas a ser estudado. Quem acompanha com dedicação estes estudos, e são muitos os que o fazem, pode se tornar grande conhecedor da Palavra de Deus. Para as próximas treze semanas tocou-me o privilégio de contribuir na elaboração dos comentários; desta vez sobre as duas cartas de Paulo aos Tessalonicenses. Assim, gostaria de ter a chance de entrar em seu computador, para juntos crescermos na maturidade cristã.

Espero você a cada semana.

Pr. JSilvio

Comentário - LIÇÃO 1 – O Evangelho chega a Tessalônica

SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO

Inicialmente, vamos relembrar, de forma rápida, o itinerário de Paulo em sua segunda viagem missionária e a entrada do evangelho na Europa. Observe que os labores do apóstolo na Ásia Menor são reduzidos, porque o Espírito Santo o impulsionou para a Europa, cenário das maiores realizações evangélicas de sua segunda viagem (anos 49 a 52).

1. Partida - Atos 15:36-41

No mesmo ano do Concílio de Jerusalém (49 d.C.), Paulo e Barnabé, decidiram visitar as igrejas que haviam constituído cerca de quatro anos antes, em Chipre, Panfília, Pisídia e região da Galácia.

Paulo não aceitou a proposta de Barnabé para levar com eles o jovem João Marcos. A discussão foi acalorada a ponto de se separarem. Barnabé viajou para Chipre com seu sobrinho e Paulo, acompanhado por Silas, atravessou a Síria e Cilícia. Este distanciamento dos dois grandes evangelistas foi transitório. Posteriormente, Paulo mudou seu conceito acerca de João Marcos (veja Cl 4:10; 2Tm 4:11).

2. Itinerário até Trôade - Atos 16:1-10

O trajeto para Derbe foi bastante difícil. Deveriam iniciar a travessia dos montes Tauros pelas “portas da Cilícia”. Transpostos esses montes, seguiram pela vasta planície da Licaonia, provavelmente inundada nessa época do ano (aceita-se que tenha sido na primavera de 49), e transformada em um grande pântano. Não menos de 10 dias eles devem ter gasto na viagem entre Tarso e Derbe.
Em Listra, Paulo voltou a se encontrar com Timóteo, que decidiu dedicar-se ao ministério.

3. Outras localidades visitadas:

a. Frígia – uma região não bem definida na Ásia Menor Ocidental, de limites mais raciais que políticos. As cidades de Colossos e Laodiceia, sobre o rio Lico, formavam parte da Frígia.

b. Galácia – originalmente uma região pequena ocupada por gauleses vindos da Europa no século III a.C. Mais tarde, teve seus limites ampliados ao unir-se a Roma, e se tornar, finalmente, uma província romana (25 a.C.). É provável que, nessa visita, Paulo tenha padecido da enfermidade mencionada em Gálatas 4:13-15 (talvez uma infecção ocular).

c. Ásia – era uma província romana, com capital em Éfeso. O Espírito Santo não permitiu que pregassem ali. Tampouco em Mísia (região no extremo noroeste da Ásia Menor nas margens do estreito de Dardanelos). A intenção dos pregadores era visitar a Bitínia (província situada no litoral sul do Mar Negro, incluía cidades como Niceia e Nicomédia), no que também foram impedidos pelo “Espírito de Jesus”.

d. Assim, chegaram ao porto de Trôade (v. 8), colônia romana, cidade livre e porto da Mísia, no mar Egeu, frente à Europa. Ali Paulo teve a visão do jovem macedônio, que o chamava imperativamente à Macedônia.

A partir de Atos 16:10, Lucas se une ao grupo, como indica o uso da primeira pessoa do plural empregada até a chegada a Filipos.

É claro que, naquela época, não havia uma linha separando a Ásia da Europa. Os missionários que navegavam pelo norte do mar Egeu só tinham consciência de estar viajando de uma província para outra, e não de um continente para outro, já que ambos os lados do mar Egeu pertenciam ao Império Romano. Campbell Morgan afirma: “A invasão da Europa certamente não estava na mente de Paulo, mas, evidentemente, estava na mente do Espírito.” A evangelização da Europa começou quando Paulo pisou na terra que hoje é a faixa longa e estreita do nordeste da Grécia.

OS PREGADORES PAGAM UM PREÇO

1. A obra em Filipos – Atos 16:12-40

Durante a navegação de Trôade a Neápolis não houve inconvenientes. Os 230 quilômetros que separam ambas as povoações foram percorridos em dois dias, passando pela ilha de Samotrácia, no Egeu (mar que separa a Grécia da Ásia Menor) mais ou menos na metade do caminho.

Neápolis, localizada na Trácia, era porto de Filipos, devido a sua proximidade (15 km). Filipos não era a capital da Macedônia, porém, uma povoação de importância. Antigamente, chamava-se Krenides (lugar de pequenos mananciais), porém tomou seu nome depois da reconstrução realizada por Filipe II, no século IV a.C. Mais tarde, foi transformada em colônia romana e teve seus direitos ampliados, transformando-se em verdadeira extensão da cultura imperial romana.

Em Filipos, iniciaram-se os labores evangelísticos do apóstolo Paulo na Europa.

2. Incidentes que mais se destacam do trabalho em Filipos:

a. A conversão de Lídia, mulher de Tiatira, que se dedicava ao comércio de púrpura, provavelmente viúva. Ela aceitou o evangelho, e com ela, sua família. Sua casa se abriu para receber os mensageiros do Senhor, embora pareça não ter sido fácil convencê-los, a julgar pela expressão de Atos 16:15: “... nos constrangeu a isso”.

b. Uma escrava possessa. Literalmente, ela possuía “um espírito de píton”. Uma referência à serpente da mitologia que vigiava o templo de Apolo e o oráculo de Delfos. Por meio da adivinhação, essa pitonisa propiciava lucro e alimentava a ganância de seus senhores. Foi utilizada por Satanás para estorvar o trabalho da equipe evangelística. Por vários dias, ela os acompanhou gritando: Estes homens são servos do Deus Altíssimo” (At 16:17). Talvez o motivo final fosse lançar descrédito sobre o evangelho, associando-o ao ocultismo na mente das pessoas.

Finalmente, Paulo, perturbado por essa cotidiana interferência, ordenou ao espírito que a abandonasse.

c. Encarceramento dos discípulos. F. F. Bruce comenta: “Quando Paulo exorcizou o espírito que a possuía, exorcizou também a fonte de renda deles.” Os exploradores da jovem adivinha promoveram habilmente um tumulto de grandes proporções. Levaram Paulo e Silas ao fórum e, diante de uma multidão agitada e de juízes desorientados, foram acusados. Os juízes decidiram atuar com presteza deixando de lado as instâncias correspondentes a um processo judicial. Rasgaram as roupas dos pregadores, que foram açoitados barbaramente e lançados numa cela interior, presos ao cepo, com recomendações de total vigilância por parte do carcereiro.

“Os pregadores pagam um preço.”

d. A libertação. A partir de então, os acontecimentos se sucederam rapidamente. Os juízes que haviam retornado a suas casas, felicitando-se pela grande capacidade de dissolver os distúrbios, logo se viram confrontados com evidências tais, que compreenderam a injustiça que haviam cometido.

A atitude de Paulo e Silas em sua dolorosa situação impressionou completamente o carcereiro e os demais presos. Ellen G. White afirma: “Todo o Céu estava interessado nos homens que estavam sofrendo por amor a Cristo, e anjos foram enviados a visitar o cárcere. A seus passos a Terra tremeu. As pesadas portas do cárcere se abriram de par em par; as cadeias e grilhões caíram das mãos e pés dos presos, e uma brilhante luz inundou a prisão” (Atos dos Apóstolos, 215).

e. Fatos posteriores. O carcereiro, recuperado das fortes emoções que o haviam transtornado e quase o levaram ao suicídio, “com profunda humildade pediu que lhe mostrassem o caminho da vida [...]. Uma influência santificadora se difundiu entre os presos e todos estavam dispostos a escutar as verdades expostas pelos apóstolos” (Atos dos Apóstolos, 217).

Os líderes da cidade receberam as informações já bem cedo, naquela manhã, e decidiram libertar de imediato os presos. Porém, “Paulo e Silas haviam sido encarcerados publicamente e se negaram a ser postos em liberdade secretamente, sem a devida explicação por parte dos magistrados”. Estes, profundamente alarmados, sobretudo ao serem informados de que os presos eram cidadãos romanos, dirigiram-se pessoalmente ao cárcere, apresentaram suas desculpas e rogaram que Paulo e Silas saíssem da cidade. Feitos os arranjos necessários, os apóstolos concordaram. Despedindo-se dos irmãos, partiram.

Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, Paulo e Silas receberam a força do Senhor para pregar o evangelho em Tessalônica. Calvino se referiu à “invencível coragem mental e perseverança infatigável da cruz.”

A ESTRATÉGIA DE PREGAÇÃO DE PAULO

Paulo, o missionário, tinha como estratégia proclamar a mensagem nos grandes centros, fazer uso das sinagogas, usar as profecias do Antigo Testamento como base de sua abordagem, tentando mostrar aos ouvintes uma nova imagem do Messias. O emprego dessa estratégia fica tão evidente em Tessalônica como em qualquer outra parte.

“Por três sábados consecutivos, Paulo pregou aos tessalonicenses, arrazoando com eles sobre as Escrituras, a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Mostrou-lhes que a expectativa dos judeus relacionada com o Messias não estava de acordo com a profecia, pois essa anunciava um Salvador vindo em humildade e pobreza, e que seria rejeitado, desprezado e assassinado” (Ellen G. White, Redemption: or the Teachings of Paul and His Mission to the Gentiles [Redenção: ou os Ensinos de Paulo e Sua Missão aos Gentios], p. 44).

DUAS VISÕES DO MESSIAS

Escreve o Dr. Raoul Dederen: “Duas linhas de predições dizem como seria a vinda do FiIho: Ele devia vir como Salvador do pecado, conforme prefigurado nos sacrifícios do AT (Gn 4:3, 4; Lv 1:3-9), anunciado pelos profetas (Is 52:13, 14; 53:3-6; Dn 9:26), e como Rei de Seu reino (Sl 2; Jr 23:5, 6). A ideia de servo desempenha papel importante na compreensão do NT sobre a obra e a missão de Jesus. Essa ideia vem diretamente de quatro canções de Isaías conhecidas como “canções do servo” (Is 42:1-4; 49:1-6; 50:4-9; 52:13–53:12). Jesus fez uma citação direta de Isaías 53:12, atestando Sua consciência de que a figura veterotestamentária do servo estava se cumprindo nEle (Lc 22:37)” (Tratado Teológico Adventista, p. 191).

Outro profeta, Jeremias fala de um “Renovo Justo”. Mesmo que a “árvore” da família de Davi tivesse sido cortada, um “renovo” cresceria e se tornaria o Rei da nação. Esse rei seria reto e governaria com justiça. O nome dele é “Jeová Tsidkenu” – “Senhor, Justiça nossa”. Esse nome exaltado aplica-se somente a Jesus Cristo (2Co 5:21). Quando depositamos nossa fé em Cristo, a justiça dEle nos é imputada (contrário de amputada), e somos declarados justos diante de Deus. É nisso que consiste ser “justificado pela fé” (Rm 3:21–5:11; Wiersbe, v. 4, 141).

SOFRIMENTO ANTES DA GLÓRIA

Em determinado momento de Seu ministério, Jesus começou a combinar dois conceitos bíblicos, aparentemente incompatíveis: o Filho do Homem exaltado e majestoso de Daniel 7:13 e o Servo sofredor de Isaías 53. Quando Cristo afirmou que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate...” (Mc 10:45), os judeus que esperavam um Messias político se decepcionaram. Não entenderam corretamente o alcance dessas profecias. Insistiram em permanecer com a expectativa e o foco na chegada de um Messias guerreiro, libertador. Esse líder político-militar deveria libertá-los do jugo romano. Várias vezes quiseram alçar Jesus ao poder, como líder guerreiro, contra Roma. Tudo porque desprezaram o aspecto sofredor do Servo de Deus, como anunciado nas profecias do AT.

Por outro lado, para Cristo o verdadeiro significado de “servir”, era “dar a Sua vida em resgate”. Toda a missão do Salvador está contida nessas palavras. Em realidade, Jesus estava dizendo que o Filho do Homem, antes devia vir como Servo. Ele uniu em Sua Pessoa os dois grupos de profecias messiânicas. O “Filho do Homem” nesse momento era o Servo. Nenhum Rabi jamais fez isso. Aqui está o gênio de Jesus Cristo. Ele compreendeu muito bem toda a Sua missão presente de sofredor, sem negar Sua missão futura de Juiz, exaltado e glorioso.

Paulo entendeu de maneira clara essa verdade bíblica e a expôs poderosamente em sua abordagem aos tessalonicenses. A matéria apresentada nas lições de terça e quarta é bastante esclarecedora. Trata do fato de que o Messias deveria vir como “Servo sofredor, Homem de dores” (Is 53) antes de Se manifestar em glória. Isaías 53 foi a chave para o papel do Messias. Paulo se empenhava em anunciar Jesus. Ele identificou o Jesus da história com o Cristo das Escrituras.

A interpretação messiânica de Isaías 53 teve o apoio dos rabinos até o século XII. Depois disso, estudiosos judeus começaram a interpretar a passagem como uma descrição dos sofrimentos de Israel como nação. Porém, como Israel poderia ter morrido por seus próprios pecados (v. 8)? Israel nunca foi inocente de pecado, e dessa forma, jamais poderia ser condenado injustamente (v. 9). O profeta escreveu sobre um indivíduo inocente, não sobre uma nação culpada. Deixou bem claro que esse inocente morreu pelo pecado para que os culpados pudessem ser libertos.

O Servo que Isaías descreve é o Messias. O Novo Testamento, que apresenta mais citações ou alusões a Isaías 53 do que a qualquer outro capítulo do Antigo Testamento, afirma que esse Messias-Servo é Jesus de Nazaré, o Filho de Deus (Wiersbe).

Este magnífico cântico de quinze versículos, divididos em cinco estrofes de três versos, é a “Canção do Servo”. Cada uma dessas estrofes revela uma importante verdade sobre o Servo e sobre o que Ele fez por nós. Escreveu o estudioso do Antigo Testamento, Dr. Kyle Yates: “Essas cinco estrofes incomparáveis são o Monte Everest da profecia messiânica”. Assim como essa montanha, Isaías 53 se destaca pela beleza e grandiosidade de suas palavras, e tudo porque revela Jesus Cristo e nos leva ao Calvário, o Everest de nossa salvação.

Nasce uma Igreja

Os que têm hoje a desafiadora missão de plantar igrejas devem aprender com o apóstolo dos gentios estratégias para isso. A maioria dos convertidos em Tessalônica deve ter sido de gentios, até mesmo idólatras pagãos. Mesmo assim, Lucas se concentra em sua missão aos judeus, que durou apenas três semanas. Alguns deles, talvez, tivessem deixado suas sinagogas para se juntarem a uma igreja cristã. Lucas descreve as diversas respostas ao ministério de Paulo. Muitos creram, pois seu evangelho “chegou em poder”. Os convertidos afluíam de quatro seções da comunidade: judeus, gregos, tementes a Deus e mulheres distintas. Entre eles estavam Aristarco e Secundo, que mais tarde se tornaram companheiros de viagem de Paulo, e até, no caso de Aristarco, seu companheiro na prisão (At 20:4; 27:2).

Paulo era mais que apenas um pastor. Era pioneiro, sempre com os olhos em novos campos a conquistar. Como plantador de igrejas, Paulo estava disposto a deixar para outros a tarefa de regá-las (1Co 3:6). Estava muito mais interessado em desbravar novos territórios (Rm 15:20).

Foi através desses homens singularmente qualificados, que Jesus continuou a realizar Sua obra e ensinar, para estabelecimento da igreja cristã no primeiro século. Hoje, igualmente, Ele necessita de homens e mulheres semelhantes para o término da evangelização do mundo no século 21.

Pr. JSilvio

Ministerial – Associação Paulistana

 

Fonte:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Escola Sabatina: Evangelismo e Testemunho - Lição 13 - Um ministério perpétuo

 

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Lição 13 – de 23 a 30 de junho

Um ministério perpétuo

 

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Sl 51–55

VERSO PARA MEMORIZAR: “Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei? É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se tornou uma árvore, e as aves do céu fizeram ninhos em seus ramos” (Lc 13:18, 19, NVI).

Leituras da semana: Jo 4:7-30; At 2:42; 11:19-23; 2Tm 2:1-7; 2Co 5:18-20

Pensamento-chave: Evangelismo e testemunho são o meio pelo qual a semente de mostarda (a igreja de Deus) se torna uma grande árvore que enche o mundo.

Você pode ter ouvido dizer ou pode até mesmo ter dito: “Eu já fiz a minha parte. Agora deixarei a tarefa para os mais jovens.” Ou: “Fui líder de evangelismo durante muito tempo. Agora vou deixar que as pessoas mais novas assumam a liderança.”

Em certo sentido, esse tipo de declaração é compreensível. As pessoas envelhecem, às vezes sua saúde falha ou outras circunstâncias da vida as impedem de manter a liderança nos ministérios da igreja. Às vezes as pessoas simplesmente ficam esgotadas e precisam de uma pausa. Além disso, também, alguns podem acreditar que o Senhor os chama a cumprir Sua vontade em outras áreas do trabalho da igreja.

No entanto, há uma grande diferença entre mudar a ênfase do ministério e deixar de ministrar. Enquanto temos fôlego devemos, de uma forma ou de outra, continuar ministrando.

Nesta semana focalizaremos nossa necessidade de permanecer envolvidos nos ministérios de evangelismo e testemunho. Não importa qual seja nossa função na igreja, sempre haverá oportunidade de nos envolvermos em algum ministério.

Domingo

Ano Bíblico: Sl 56–61

Evangelismo e testemunho incessante

Épreciso enfatizar novamente que testemunho e evangelismo devem continuar enquanto houver pessoas que necessitam de salvação. É plano de Deus salvar tantas pessoas quanto possível. Entretanto, os que aceitaram Jesus como Salvador pessoal são chamados a trabalhar com Deus nessa obra de salvar. Não importa quem somos, onde estamos e em que circunstâncias nos encontramos; se nosso coração está em sintonia com Cristo, se temos profunda apreciação pelo que Ele fez por nós e pelo que Ele nos pede que façamos em resposta, sempre teremos oportunidade de testemunhar e ministrar.

1. O que a mulher samaritana encontrou na pessoa e nas palavras de Jesus que a impeliu a compartilhar com os habitantes da sua cidade? Que princípios do testemunho encontrados nesse relato podem nos ajudar na obra de alcançar os outros? Jo 4:7-30

Parece que Jesus seguiu uma “fórmula” simples quando falou com a mulher de Samaria: 1. Ele chamou sua atenção: “Dê-me um pouco de água” (v. 7, NVI); 2. Ele despertou seu interesse: “Como o Senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?” (v. 9, NVI); 3. Ele criou um desejo: “Senhor, dê-me dessa água” (v. 15, NVI); 4. Ele produziu convicção: “Senhor, vejo que é profeta” (v. 19, NVI); e 5. Ações posteriores: “Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que Ele não é o Cristo?” (v. 29, NVI).

Esses cinco estágios de evangelismo não precisam necessariamente ocorrer em um único encontro como aconteceu com Jesus e a mulher junto ao poço de Jacó. Eles podem acontecer durante um período em que você continua a testemunhar para alguém. As situações variam muito, mas os princípios vistos nessa passagem podem ser amplamente aplicados às nossas tentativas de alcançar as pessoas.

Além disso, embora a conversa inicial estivesse relacionada com a água literal, o objetivo de Jesus era fazer com que a mulher samaritana desejasse beber a água da vida. No fim, ainda que sejamos chamados a ajudar as pessoas nas situações em que as encontramos, e a ministrar às suas necessidades da forma que podemos, nunca devemos nos esquecer de que sua maior necessidade é a salvação em Jesus.

Quantas vezes você aproveita as oportunidades de testemunhar ou de ministrar? Não é verdade que muitas vezes encontramos pessoas que, apesar da interação conosco, não têm a mínima ideia da doutrina em que acreditamos, dos princípios que defendemos nem da esperança que temos? Como podemos nos tornar testemunhas mais eficientes?

Segunda

Ano Bíblico: Sl 62–67

Um ambiente estimulante

Uma parte vital da evangelização ocorre na igreja a cada semana. Esse aspecto do evangelismo é chamado de “nutrição” e “integração”. Temos sido muito bons em convidar as pessoas para nossas igrejas, mas nem sempre temos criado com tanta eficiência um ambiente que incentive as pessoas a voltar e se firmar na comunhão. Se devemos fazer discípulos, precisamos dar atenção ao estabelecimento e sustentação de cada novo cristão.

O que isso significa? “Estabelecer” dá a ideia de colocar alguma coisa sobre uma base firme e permanente. É ajudar a proporcionar ao recém-convertido um alicerce de fé e comunhão. A ideia de “nutrir” geralmente é explicada por conceitos como “cultivar, criar, cuidar, promover, treinar e educar”. Quando alguém aceita o Senhor Jesus como Salvador pessoal, todas essas áreas do estabelecimento e nutrição devem ser aplicadas espiritual e socialmente dentro da comunidade cristã. Em outras palavras, um novo cristão precisa ser desenvolvido, cuidado, estimulado, treinado e educado nos caminhos do Senhor.

“Companheirismo” é fundamental. Nesse ambiente, as pessoas tocam e influenciam umas às outras. Os que se unem a uma igreja devem receber atenção por meio da comunhão espiritual.

2. Qual é a importância da comunhão espiritual entre os cristãos? Por que isso é especialmente importante no caso de novos cristãos, aqueles que vêm para a igreja por meio do nosso evangelismo e testemunho? 1Jo 1:7; At 2:42; 11:19-23;20:35 e Rm 1:11, 12

A palavra nós em 1 João 1:7 nos revela que, embora devamos andar na luz, individualmente, devemos também andar na luz em comunidade. Se os cristãos andarem na luz, haverá comunhão e unidade. Consequentemente, haverá um ambiente de crescimento, no qual as pessoas focalizarão a vontade de Deus para sua vida e o encorajamento de uns aos outros na caminhada cristã. Embora seja importante ajudar os novos membros a se sentir felizes e satisfeitos na igreja, também é importante levá-los a se tornar discípulos no sentido mais pleno da palavra, o que inclui o desenvolvimento da capacidade de levar outros a um relacionamento salvífico com o Senhor Jesus.

Sua igreja dedica atenção à consolidação dos novos membros de modo planejado? Como você pode se tornar mais envolvido em ajudar a nutrir os novos membros (ou até mesmo os “mais antigos”), em relação a esse assunto?

Terça

Ano Bíblico: Sl 68–71

Formando instrutores

No mundo em que vivemos, as pessoas estão sempre mudando. As igrejas locais estão regularmente efetuando transferências de membros que vêm e vão, e muitas vezes lamentam a perda de membros capazes que se dedicavam a ministérios importantes. Devido a essa possível transferência de habilidades, e visto que o ministério de evangelismo e testemunho da igreja local deve continuar se expandindo, há grande necessidade de multiplicar esses ministérios.

3. Que princípios a respeito da formação de instrutores podemos tirar das instruções de Paulo a Timóteo? Como devemos aplicar esses princípios em nosso trabalho para o Senhor, seja qual for a função que desempenhamos? 2Tm 2:1-7

Paulo apresentou a Timóteo a importância de ver o quadro mais amplo do trabalho da igreja, em relação à sua extensão e duração. Os ministérios pastoral e de ensino não devem ser centralizados apenas em um homem. Eles devem ser a obra de grande número de testemunhas e evangelistas na igreja. Basicamente, Paulo estava dizendo a Timóteo que treinasse outros para a liderança na igreja porque, finalmente, a geração mais antiga de líderes morreria. Um princípio da instrução a Timóteo é que aqueles a quem ele instruísse, por sua vez também ensinariam aos outros, garantindo assim que a missão da Igreja no mundo fosse contínua e expansiva. Isso está em harmonia com o chamado de Jesus para que haja mais trabalhadores na seara.

Dizem: “Dê a um homem um peixe e você o alimentará por um dia; ensine-o a pescar e você o alimentará e à sua família enquanto ele viver”. O problema é que, se o homem não transmitir aos filhos sua habilidade de pescar, a geração seguinte passará fome. Talvez o ditado devesse ser modificado: “Dê a um homem um peixe e você o alimentará por um dia; ensine um homem a pescar e a transmitir seu conhecimento e técnicas de pescaria, e um número incontável de pessoas continuarão a ser alimentadas”. Essa é a diferença entre formar pessoas e treiná-las para ser instrutores.

Pense em sua experiência. Alguém já lhe ensinou como testemunhar aos outros? Você já pediu para ser treinado quanto à maneira de testemunhar aos outros? Comente com a classe.

Quarta

Ano Bíblico: Sl 72–77

Resgatando pessoas afastadas

Apóstata é uma palavra que gostaríamos de eliminar do vocabulário cristão. No entanto, o fato é que muitas pessoas se afastam da igreja e de um relacionamento de salvação com o Senhor. Embora as pessoas às vezes nos deixem por causa da doutrina, na maioria das vezes elas nos deixam por outros motivos, geralmente conflitos pessoais e coisas semelhantes. Independentemente das razões, precisamos fazer tudo o que pudermos para criar um ambiente de amor e carinho que motive os que se unem conosco a permanecer entre nós, apesar dos problemas pessoais que surgem inevitavelmente.

Ao mesmo tempo, precisamos ter um ministério para cuidar dos ex-membros e dos membros que não mais estão frequentando, como parte do planejamento do nosso programa de testemunho e evangelismo. Uma rápida olhada na lista de membros de muitas igrejas provavelmente revelará que há muito mais nomes na lista do que pessoas que frequentam o culto a cada sábado. Esses nomes podem ser o início de um ministério especial em favor das pessoas que Deus jamais deixou de amar intensamente.

4. Com base no contexto da reconciliação realizada por Cristo, que princípio podemos aplicar em nossa igreja? Qual é a importância do ministério da reconciliação para os que seguiram a Deus no passado, mas dEle se afastaram? 2Co 5:18-20

Resgatar ex-membros é um ministério especial. Além disso, esse ministério é tão evangelístico quanto a obra de alcançar pessoas que jamais aceitaram a Cristo antes. A própria palavra reconciliação implica que anteriormente houve uma unidade e comunhão entre o homem e Deus, e que foi restaurada por meio de Jesus Cristo. Da mesma forma, recebemos agora um ministério de reconciliação que inclui o esforço para alcançar os que, no passado, adoraram conosco.

Na verdade, é possível argumentar que, em Mateus 10:5, 6, Jesus enviou Seus discípulos para reconquistar os judeus que se haviam afastado de um relacionamento salvífico com seu Senhor. Assim, é inteiramente apropriado que nós hoje também participemos do trabalho em favor das pessoas que têm uma história especial com Deus e Sua igreja.

Pense naqueles que deixaram a igreja e na razão pela qual eles fizeram isso. Há alguma pessoa com quem você poderia restabelecer contato e recomeçar a amizade, a quem você poderia ministrar e procurar reconectar com a igreja? Ore buscando descobrir como fazer isso.

Quinta

Ano Bíblico: Sl 78–80

A porta dos fundos

Você já notou como as pessoas lamentam o fato de que muitas vezes os membros da igreja saem “pela porta dos fundos”? Elas até declaram firmemente que a porta dos fundos da igreja deve ser fechada, mas falham em nos mostrar como fechar essa porta ou até mesmo a localização dela. Algumas igrejas em crescimento podem pensar que sua porta dos fundos está fechada, mas na realidade pode estar acontecendo simplesmente que mais pessoas estão entrando pela porta da frente do que saindo pela porta dos fundos. Embora seja melhor que mais pessoas estejam entrando pela porta da frente do que saindo pela porta dos fundos (o que ocorre em alguns lugares), ainda assim queremos fazer o que for possível para conservar nossos membros.

Descobrir qual é a porta dos fundos e tentar fechá-la exigirá estratégias que são, de fato, evangelísticas, visto que nossa missão não é simplesmente ganhar pessoas para Deus, mas também conservá-las.

5. Por que os cristãos devem se reunir regularmente? Quando nos reunimos para a comunhão, temos encorajado uns aos outros? Como podemos intensificar esse princípio? Hb 10:25

A decisão de deixar a comunhão geralmente não é tomada subitamente. Em vez disso, a maioria das pessoas passa por um processo de afastamento silencioso. Assim como, para elas, aproximar-se de Cristo e da igreja foi uma jornada, o processo de saída é outra jornada. Na maioria das vezes, o afastamento não é uma estratégia conscientemente planejada. Pouco a pouco, as pessoas começam a ficar desligadas, desencantadas e insatisfeitas com as coisas na igreja. Talvez, em alguns casos, com razão. Portanto, procuremos estar cientes da jornada dos que nos rodeiam na igreja.

6. Que admoestações podem nos ajudar a manter fechada a porta dos fundos? O que você e sua igreja podem fazer para viver essas importantes verdades? Rm 14:13; Gl 5:13; Ef 4:32

Uma igreja carinhosa, que continua cuidando, é um lugar no qual todos estão concentrados em seu relacionamento pessoal com Jesus. Eles têm um conceito claro do valor que Jesus dá a cada indivíduo. Fechar a porta dos fundos envolve se aproximar das pessoas, descobrindo suas necessidades, na medida em que elas estejam dispostas a compartilhar, e atender a essas necessidades, quando for apropriado. Isso é algo que nenhum programa da igreja pode proporcionar. Apenas pessoas amorosas e carinhosas conseguem fazer isso.

Sexta

Ano Bíblico: Sl 81–85

Estudo adicional

Os envolvidos em um ministério de testemunho devem dar atenção à forma pela qual possam fazer com que seu ministério seja contínuo, e não um evento ocorrido uma única vez. O que você deve fazer?

1. Tenha disposição para compartilhar a liderança, em vez de ser uma banda de uma só pessoa.

2. Faça o que for possível para manter diante da igreja a importância do ministério de sua equipe. Isso incluirá relatórios periódicos à comissão geral de evangelismo, informações no boletim da igreja, informativo especial, cartazes no quadro de avisos e solicitação de verbas no orçamento da igreja.

3. Procure constantemente pessoas que você possa convidar para participar de sua equipe ou para formar outra equipe. Se alguém se oferecer para participar da equipe, isso é bom; no entanto, será melhor convidar individualmente as pessoas.

4. Realize regularmente eventos de treinamento.

Perguntas para reflexão

1. Sua igreja tem um programa de treinamento evangelístico? Como melhorar a situação?
2. “Precisamos ser canais através dos quais Deus possa enviar luz e graça ao mundo. Os infiéis precisam ser recuperados. Precisamos apartar-nos de nossos pecados, pela confissão e pelo arrependimento, humilhando nosso orgulhoso coração perante Deus. Torrentes de poder espiritual serão derramadas sobre aqueles que estão preparados para recebê-las” (Ellen G. White,
Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 46). O que é necessário, e por que, para ajudar a trazer as pessoas de volta para a igreja e para a maravilhosa mensagem da “verdade presente”?
3. Quando as pessoas se afastarem da igreja, vamos amá-las e manter contato com elas; vamos evitar julgá-las e chamá-las de “apóstatas” ou, ainda pior, não atiremos contra elas citações de Ellen White sobre pessoas que se afastam. Em vez disso, vamos usar essas experiências tristes para, como disse Paulo, examinar se estamos na fé (
2Co 13:5) e perguntar se poderíamos ter feito alguma coisa de modo diferente a fim de ajudar a manter essas pessoas entre nós. E ainda mais importante, vamos evitar alguma atitude que torne mais difícil a volta delas.

Respostas sugestivas: 1. Jesus derrubou preconceitos; ofereceu vida eterna; conhecia a mulher; ensinou-lhe sobre adoração; a mulher falou de sua experiência. 2. Jesus está na luz; se andarmos na luz, teremos comunhão com Ele e com os que estão na luz; a comunhão traz segurança espiritual. 3. Devemos nos fortalecer na graça; transmitir o conhecimento a pessoas fiéis, que devem intruir a outros, e assim sucessivamente. 4. Deus nos reconciliou consigo por meio de Cristo; Jesus reconcilia outras pessoas com Ele por meio de nós. 5. Na congregação recebemos orientações e exortações que nos preparam para a volta de Jesus, e encorajamos os irmãos. 6. Não julgar uns aos outros; não usar a liberdade para pecar; servir aos outros pelo amor; bondade, compaixão e perdão.

Resumo da Lição 13 – Um ministério perpétuo

Texto-chave: Lucas 13:18, 19

O aluno deverá...

Saber: Que não há “aposentadoria” do ministério espiritual e que devemos, ao mesmo tempo, transmiti-lo aos outros por meio de orientação e discipulado.
Sentir: A experiência de comunhão e serviço que assegura o crescimento dos novos cristãos e oferece reconciliação aos que se afastaram da comunhão.
Fazer: Orientar e treinar outros nos ministérios em que são habilitados.

Esboço

I. Saber: Ministério perpétuo

A. Por que devemos considerar que nosso trabalho de compartilhar o evangelho e promover o crescimento da igreja jamais está concluído?

B. Como Cristo nos ensinou a capacitar os outros? Como podemos orientar outras pessoas para assumir os ministérios pelos quais somos apaixonados?

II. Sentir: Alimentando e reconciliando

A. Que atitudes são importantes ao nutrir nos novos cristãos a comunhão e o senso de que pertencem à família da igreja?

B. Que atitudes são importantes quando procuramos reconciliar os que se tornaram desiludidos e perderam o senso de comunhão no corpo de Cristo?

III. Fazer: Discipulado

A. Como podemos ajudar os novos cristãos a criar novos laços de amizade e se firmar na comunhão?

B. O que podemos fazer para orientar os novos crentes no serviço? Como podemos ajudá-los a encontrar seu lugar como obreiros no reino de Deus?

Resumo: Visto que somos filhos de Deus, sempre procuraremos promover Seu reino, ministrar aos Seus filhos e compartilhar tudo o que sabemos de Sua bondade.

Ciclo do aprendizado

Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: A força da vida cristã é o profundo relacionamento de amor com Deus. Uma vibrante e saudável caminhada com Ele se manifesta no desejo permanente de salvar os perdidos.

Só para o professor: Conte a seguinte história com suas próprias palavras. O ponto mais importante que ela apresenta é que o evangelismo pode, às vezes, ser difícil, mas devemos continuar na força do Senhor.

Numa tarde de sábado, uma igreja reuniu os jovens para uma atividade de testemunho na comunidade. A igreja havia comprado uma série de folhetos. Após algumas orientações de segurança, os jovens e seus líderes entraram nos carros e saíram para semear as sementes para o reino de Deus.

Tendo estacionado em vários cantos da cidade, começaram a distribuir os folhetos para as pessoas que passavam. No início, muitos jovens estavam apreensivos, mas a cada folheto entregue eles se tornavam cada vez mais ousados, tendo até mesmo longas conversas com estranhos.

Então, um dos adolescentes entregou um folheto a um homem dentro de um carro parado em um cruzamento. O homem pegou o folheto com um sorriso. Ele tirou o acendedor de cigarros e queimou o folheto, antes de jogá-lo na rua e acelerar enquanto dava uma risada.

Pense nisto: Como o ato de desdém do homem que queimou o folheto afetou o rapaz que lhe havia entregado o material? O que esse episódio nos diz sobre o mundo em que somos chamados a ministrar? O que você, como líder, diria a alguém, jovem ou idoso, que experimentasse um insulto semelhante?

Compreensão
Só para o professor: Jesus viveu um ministério perpétuo. Ele nos deixou o exemplo. Sua vida jamais foi dividida em compartimentos. Ele viveu “uma” vida, que O habilitou a ministrar aos outros com muita eficiência.

Comentário Bíblico

I. Um novo paradigma

(Recapitule com a classe Jo 4:7-30; Mt 28:18-20.)

A ênfase da lição de domingo sobre os passos do evangelismo é instrutiva. Há um processo pelo qual as pessoas são levadas de uma vida de pecado para uma vida de entrega a Deus. Essa obra do reino é o grande chamado da vida do cristão (Mt 28:18-20). Esse chamado exige muito dos que o aceitam.

Quando Jesus percebeu a oportunidade de dar "água viva" à mulher samaritana, Ele estava consciente de todos os tabus que quebraria ao falar com ela, um dos quais era o ódio racial que existia entre judeus e samaritanos (leia um pouco mais sobre essa história em 2Rs 17:23-29; Ed 4). O Comentário Bíblico Adventista [The SDA Bible Commentary] diz: "O ódio racial mantinha judeus e samaritanos tão distantes que eles evitavam o convívio social, se possível" (v. 5, p. 938).

Pense nisto: O que as ações de Jesus nos dizem sobre a importância de compartilhar a mensagem da salvação a todo custo? Que outros tabus culturais Jesus quebrou ao Se aproximar da mulher samaritana? Que lições existem para nós na comunicação de Jesus com essa mulher, apesar de sua má reputação?

II. Comunhão profunda

(Recapitule com a classe At 2:42.)

Na lição de segunda-feira, aprendemos que a comunhão cristã é uma das formas pelas quais Deus fundamenta os novos cristãos na fé. A palavra koinonia, usada por Paulo em Atos 2:42, significa compartilhar, unidade, estreita associação, companheirismo, participação, sociedade, comunhão e fraternidade. Koinonia é a unidade iniciada e dirigida pelo Espírito Santo.

Os novos cristãos mencionados em Atos se entregavam de todo o coração a Deus e ao serviço uns dos outros. Eles comiam juntos. Há comunhão mais íntima entre amigos do que compartilhar uma refeição? Jesus foi repreendido porque comia com os pecadores (Lc 15:2). Devemos notar aqui que os crentes não relegam a comunicação e o companheirismo a um determinado dia da semana ou a certa forma de foco ministerial. Eles não se reúnem apenas quando a igreja sai para realizar um ministério em algum lugar. Os cristãos possuem uma cultura espiritual de solicitude e de testemunho.

Pense nisto: A Escola Sabatina é um dos ministérios essenciais da igreja local. Ela pode ser uma experiência que ofereça cuidado e crescimento? Além de proporcionar a oportunidade de estudar a verdade, para que outro propósito a Escola Sabatina existe? Depois de ser atacados durante a semana pelo diabo, como podemos encorajar os que vão à Escola Sabatina?

III. O alvo em vista

(Recapitule com a classe Mt 28:18-20.)

A lição desta semana termina com um duplo foco na recuperação dos membros perdidos e na conservação de todos os membros, de modo que nenhum deles deixe a comunhão.

À medida que novos membros se unem à igreja, há uma sensação palpável de entusiasmo. Muitas vezes, os membros antigos veem isso como prova de que Deus está abençoando a igreja e que a igreja está ativamente envolvida no ministério ao qual foi chamada. Os novos membros são conduzidos ao ministério ativo e preparados para o serviço. Igrejas que crescem têm uma aura sobre elas. Isso pode levar a uma espécie de negligência em relação ao ministério para a comunidade mais ampla? Essas igrejas podem se tornar focalizadas em si mesmas, enquanto professam cumprir a comissão evangélica?

Em seu livro desafiador The Externally Focused Church [A Igreja Focalizada para Fora], os autores Rick Rusaw e Eric Swanson escreveram: "Igrejas focalizadas para dentro se concentram em trazer pessoas para dentro da igreja e gerar atividades ali. ... Essas são boas igrejas, cheias de pessoas boas. O que elas fazem é vital, mas não é suficiente para que sejam igrejas sadias. Adoração, ensino e devoção pessoal são absolutamente necessários para desenvolver a capacidade interna essencial a fim de manter o foco externo. No entanto, se todos os recursos humanos e financeiros são aplicados dentro das quatro paredes da igreja, não importando que as coisas pareçam ser "espirituais", algo está faltando" (Loveland, Colorado; Group Publishing, 2004, p. 16).

Pense nisto: Como você pode ajudar sua igreja a cumprir a comissão evangélica de Mateus 28:18-20 e evitar a obsessão pelo que acontece dentro de suas quatro paredes?

Aplicação

Só para o professor: Como podemos aplicar os processos de avaliação à nossa vida pessoal? Incentive os membros da classe a responder às perguntas abaixo, formulando as respostas a partir de sua experiência pessoal com Deus.

Perguntas para reflexão

1. Algumas igrejas estabelecem um processo claro para a incorporação dos novos cristãos na comunhão e no trabalho da igreja. Que coisas devem ser incluídas em tal processo? O que não deve ser incluído?

2. Leia Gálatas 6:2. O que os membros do corpo de Cristo devem fazer pelos outros membros? Por quê? De que maneiras específicas essa ética de cuidar dos outros fortalece o trabalho da igreja?

Perguntas de aplicação

1. Leia Hebreus 10:25. Parte desse verso transmite o senso de urgência a respeito de nos reunirmos como família de cristãos. Alguns membros acreditam que podem se concentrar melhor em Deus adorando pela internet, em vez de ir à igreja. O que você diria para convencê-los a começar a frequentar a igreja?

2. Algumas igrejas têm uma cultura de comunhão tão forte que as pessoas de fora dificilmente podem ter acesso a ela. O que os membros podem fazer para romper com a cultura exclusivista na igreja?

3. Como sua classe da Escola Sabatina pode ajudar a recuperar os membros afastados da igreja? Qual é o papel da oração nesse processo?

4. Como a Escola Sabatina pode apoiar a missão mundial da igreja? A missão mundial é um dos principais focos da Escola Sabatina.

Perguntas para testemunhar

1. Testemunhar pode ser um processo "sujo". Quando participamos dele, nossa vida, muitas vezes, se envolve com pessoas que têm problemas significativos. Como podemos continuar a ministrar aos que sofrem quando suas dores começam a complicar nossa vida?

2. Que contribuição, além de dinheiro, os idosos podem dar aos esforços evangelísticos da igreja? Como isso pode se tornar uma parte essencial dos esforços de uma congregação para alcançar os de dentro e os de fora?

Criatividade

Só para o professor: Peça que um aluno leia Hebreus 11:21. O objetivo deste exercício final é a aceitação do chamado ao ministério por toda a vida. Jacó tinha muitas falhas. Ele cometeu muitos erros, porém Deus o perdoou, o abençoou e o habilitou a abençoar os outros. Mostre que, no caso de morrermos antes da vinda de Jesus, devemos ser totalmente consumidos, tendo consagrado tudo a Deus!

O incidente mencionado em Hebreus 11:21 ocorreu em Gênesis 48. Jacó era um homem idoso, cego e fraco. Ele havia sofrido muito e aprendido duras lições nas mãos de Deus. Enquanto se preparava para a morte, continuou seu ministério, principalmente para com a família. Abençoou os filhos de José, Manassés e Efraim, e adorou a Deus até o fim da vida.

1. Como foi a vida de Jacó? Apesar de sua falta de fidelidade, em alguns momentos, o que a história dele revela sobre a misericórdia de Deus para conosco?

2. O que a família de Jacó sofreu como resultado de seus pecados e falhas como pai?

3. Que momento mudou sua vida para sempre? O que Deus fez por ele (Gn 32:26-28)?

Comentários - Um ministério perpétuo

Pr. Marcelo E. C. Dias

Professor do SALT/UNASP

Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews
mecdias@hotmail.com

II. O Mestre Jesus

A iniciativa do discipulado se origina no chamado de Jesus (Mc 1:17; 2:14; Mt 4:19; 9:9). A resposta a esse chamado, no entanto, envolve reconhecer e crer na identidade de Jesus, obedecê-Lo (Mc 1:18, 20), dedicar total lealdade a Ele (Lc 14:25-28; Mt 19:23-30) e participar na Sua missão. Esse chamado é o começo de algo novo. Isso significa deixar para trás a vida antiga (Mt 8:34-37; Lc 9:23-25), encontrar nova vida na família de Deus (Mt 12:46-50) e ser enviado pelo Pai para o mundo (Jo 20:21). Porém, o chamado para o discipulado de Jesus também veio acompanhado de um convite para se considerar o custo do discipulado (Lc 9:57-62; 14:25-33).

“Quando Jesus chamou homens e mulheres para O seguir, Ele ofereceu um relacionamento pessoal consigo mesmo, não simplesmente um estilo de vida alternativo nem práticas religiosas diferentes nem uma nova organização social” (Evangelical Dictionary of World Missions, p. 279). Através desse relacionamento os díscipulos foram conhecendo os mistérios do reino de Deus (Lc 8:10) tanto pela associação como pela explicação (Robert E. Coleman, The Master Plan of Evangelism). Não importa quão avançado o discípulo de Jesus esteja, ele sempre será um discípulo de Jesus.

Com o objetivo final de se tornar mais semelhante a Jesus, o Mestre (Mt 10:24-25; Lc 6:40), se poderia resumir os aspectos do desenvolvimento espiritual em três:

(1) Permanecer na Palavra de Jesus como a verdade que rege todas as áreas da vida (Jo 8:31-32);

(2) Amar uns aos outros como Jesus amou Seus discípulos (Jo 13:34-35);

(3) Frutificar, incluindo o fruto do Espírito Santo (Gl 5:22-26), novos discípulos (Jo 4:3-38), justiça e boas obras (Fl 1:11; Cl 1:10) e testemunho de proclamação ao mundo (Jo 20:21).

Portanto, o discipulado foi central no ministério terrestre de Jesus, assim como deve ocupar um lugar central na missão da igreja, em todos os tempos, ao fazer discípulos em todas as nações e ajudar os novos discípulos no crescimento espiritual (Evangelical Dictionary of World Missions, p. 278). Uma igreja assim é uma comunidade de discípulos. Na Grande Comissão final, Jesus enfatizou a importância do discipulado como responsabilidade dos Seus discípulos, em todo o tempo e em todos os lugares. Se começamos o trimestre comentando sobre a Grande Comissão e sua essência (ver comentário da lição 1), concluímos o estudo ressaltando a ordem central de Cristo, que foi a de fazer discípulos.

II. Discipulado

Naturalmente, o discipulado de Jesus continua até os dias de hoje e deveria seguir as características da prática, quando instituída por Ele. Por isso, não há como enfatizar demais que “discipulado não é um programa nem um evento; é um modo de vida. Não é por um tempo limitado, mas para toda a nossa vida. Discipulado não é para iniciantes apenas; é para todos os crentes, em cada dia da sua vida” (Bill Hull, The Complete Book of Discipleship, p. 24). De forma resumida, discipulado significa constantemente aprender e seguir o Mestre.

Robert E. Coleman identifica, de forma didática, oito passos desse processo: (1) seleção, (2) associação, (3) consagração, (4) transmissão, (5) demonstração, (6) delegação, (7) supervisão e (8) reprodução. É importante lembrar que, na prática, esses estágios geralmente não acontecem de maneira organizada, sequencial e segmentada, mas o desenvolvimento de um discípulo maduro certamente incluirá todas elas.

Da mesma forma, o amadurecimento do cristão é representado de maneira didática por Rick Warren (The Purpose-driven Life) em quatro etapas: (1) Comprometido em ser membro; (2) comprometido em amadurecer; (3) comprometido em ministrar; e (4) comprometido em ser missionário. Essa compreensão do discipulado como processo que envolve tempo e relacionamentos tem inspirado vários programas que incluem ciclos de 40 dias de dedicação especial ao crescimento espiritual.

Refletindo sobre maneiras de se assemelhar a Jesus, Hull sugere seis áreas que

precisam ser transformadas no ser humano:

(1) mente: crer naquilo que Jesus acreditava;

(2) caráter: viver do jeito que Jesus viveu;

(3) relacionamentos: amar como Jesus amava;

(4) hábitos: praticar o que Jesus praticava;

(5) serviço: ministrar como Jesus ministrava; e

(6) influência: liderar como Jesus liderava (p. 130).

Apesar de o processo de discipulado ter sido comum no Seu tempo, a singularidade do discipulado de Jesus estava em quatro aspectos:

1. Em quem Ele escolheu: Jesus escolheu pessoas com paixão e sede espiritual. Pessoas comuns que pudessem se relacionar com todos e que teriam a disponibilidade de aprender.

2. Tinha por base unicamente a amizade e o respeito comum: Jesus ilustrou Sua crítica aos fariseus através do Seu sistema de discipulado sem ambições egoístas nem hipocrisia.

3. Redefiniu o que significa ser um discípulo: Pessoas que amam umas às outras como a si mesmas, e a Deus acima de todas as coisas.

4. Demonstrou como aplicá-lo hoje: Jesus foi o modelo de discipulador.

Por isso, Dietrich Bonhoeffer, no clássico The Cost of Discipleship, afirma que “cristianismo sem discipulado é sempre cristianismo sem Cristo. Ele permanece uma ideia abstrata, um mito que tem um lugar para a paternidade de Deus, mas omite Cristo como o Filho vivo” (p. 64).

III. Crescimento espiritual

"Entre as lições quase inumeráveis ensinadas pelos vários processos do crescimento, algumas das mais preciosas são apresentadas na parábola do Salvador, sobre a semente. ... A germinação da semente representa o começo da vida espiritual e o desenvolvimento da planta é uma figura do desenvolvimento do caráter. Não pode haver vida sem crescimento" (Ellen White, Maravilhosa Graça [MM 1974], p. 195).

Seguindo o modelo dos seres vivos, a vida humana obedece às mesmas etapas: nascimento, crescimento e morte. Como cristãos, no entanto, escrevemos uma biografia diferente, que apresenta novo nascimento, crescimento, descanso e vida eterna.

Em diferentes épocas, fases distintas dessa experiência foram enfatizadas pela Igreja, geralmente, priorizando o novo nascimento – a conversão e o batismo. Hoje, a Igreja tem assumido uma posição bem mais equilibrada e saudável, compreendendo a importância de focalizar não só o novo nascimento, mas também o crescimento do cristão. Na assembleia da Associação Geral, em 2005, a doutrina número onze foi acrescentada, refletindo esse pensamento.

Em Efésios 4:14 e 15, Paulo reconheceu a possibilidade de pessoas estagnarem em um estágio inicial em sua vida espiritual, comparando-as com crianças (nepioi, no original grego, também usada em Mateus 11:25 e Romanos 2:20). No entanto, o Comentário Bíblico Adventista ressalta que a ênfase nesse caso é negativa. "Somos incentivados a nos tornar como ‘crianças’, (paidia, no original) em Mateus 18:2-4, quanto à humildade e confiabilidade, mas não na impulsividade e imaturidade." A mesma exortação ao crescimento é feita em 1 Pedro 2:1-3, 2 Pedro 3:18 e por Paulo em 2 Coríntios 7:1.

IV. Eu, um discípulo

Uma exortação deve ser dada quanto aos fatores que dificultam o crescimento espiritual. Berndt D. Wolter (Como se faz um cristão,Ministério, nov.-dez./2011, p. 9-10) explica algumas percepções distorcidas:

(1) influência da coletividade: espera-se que aconteça com todos;

(2) transferência de responsabilidade: espera-se um empurrão espiritual do grupo;

(3) pensamento fatalista: espera-se que só aconteça com alguns;

(4) atitude de espectador: espera-se que o grupo faça enquanto assisto; e

(5) inveja espiritual: espera-se ser o que alguém é.

Há ainda outros mitos comuns relacionados com essas percepções que impedem o desenvolvimento espiritual do cristão.

(1) "Dentro da igreja, todos estão crescendo espiritualmente de forma igual": Na família de Deus o crescimento é um processo individual. E vale lembrar que alguns crescem mais rapidamente do que outros. Enquanto outros crescem mais vagarosamente, mas oscilam menos.

(2) "Na igreja não existe responsabilidade fraternal":"Um dos planos divinos para o desenvolvimento é a comunicação. O cristão deve adquirir forças, fortalecendo outros. ‘O que regar também será regado’ (Pv 11:25). Isso não é somente uma promessa; é uma lei divina, uma lei pela qual Deus designa que as correntes de benevolência, como as águas do grande abismo, sejam postas em constante circulação, refluindo à sua fonte. No cumprimento a essa lei está o segredo do crescimento espiritual” (Ellen White, Maravilhosa Graça[MM 1974], p. 283).

"A verdadeira santificação vem por meio da operação do princípio do amor. ... A vida daquele em cujo coração Cristo habita, revelará a piedade prática. O caráter será purificado, elevado, enobrecido e glorificado. A doutrina pura estará entretecida com as obras de justiça. Os preceitos celestiais serão mesclados com as práticas santas" (Ellen White, Atos dos Apóstolos, p. 560).

Por ser natural que cada um esteja em um estágio diferente do crescimento, a Palavra também orienta nesse convívio, dando a responsabilidade aos irmãos de não escandalizarem uns aos outros (Mt 18:6-9). Ainda para com os irmãos da igreja, é necessário tato espiritual. A compreensão sobre o processo de crescimento certamente deve se refletir no tratamento e apoio que se oferece entre as pessoas. O oposto disso, obviamente, era a maneira fria, calculista e desprovida de espiritualidade com que os fariseus tratavam os pecadores, motivo pelo qual foram repreendidos por Jesus.

(3) "O crescimento espiritual gera um crescimento automático da igreja":Na maioria dos casos, o crescimento espiritual leva a um crescimento da igreja, sim, mas nem sempre é automático. Sob a condução do Espírito Santo, esse é o resultado natural. No caso da experiência pessoal, alguém poderia dizer que santificação é o processo pelo qual o cristão, em sua comunhão com Deus, a cada momento, passa a ser menos do mundo e mais no mundo (Jo 17:14-15). Em outras palavras, a vontade e o caráter são transformados pelo amor de Deus e o testemunho desenvolvido pelo Seu poder. Para que o crescimento espiritual seja completo em cada etapa, é necessário que essa experiência inclua a utilização dos dons na pregação do evangelho e no testemunho pessoal.

(4) "Durante o crescimento espiritual não pecarei mais":Uma história procura ilustrar essa questão. Uma menina aceitou Jesus como seu Salvador e se tornou membro da igreja local. "Você era uma pecadora, antes de receber o Senhor Jesus em sua vida?" perguntou um diácono zeloso. "Sim, senhor", ela respondeu. "Bem, você ainda é uma pecadora?" insistiu o homem. "Francamente, sinto que sou mais pecadora do que nunca." "Mas, então, qual foi a mudança real que você experimentou?" "Não sei bem explicar isso, mas eu era uma pecadora que corria atrás do pecado. Agora, sou uma pecadora que corre do pecado!"

(5) "O crescimento espiritual só acontece até os 60 anos":É relatado que, quando Pablo Casals, o virtuoso catalão, completou 95 anos, um repórter iniciante o questionou: "Sr. Casals, aos 95 anos, sendo o maior violoncelista que já viveu, por que o senhor ainda pratica seis horas por dia?" E Casals respondeu: "Porque eu acho que ainda estou progredindo."

ILUSTRAÇÃO

C.S. Lewis conta que, quando criança, com frequência tinha dor de dente. No entanto, ele sabia, que, se chamasse a mãe, ela lhe daria algo para tomar que não deixaria doer o dente, durante aquela noite e ele poderia dormir. Mas ele não procurava a mãe até que a dor se tornava insuportável. A razão era a seguinte: ele não duvidava de que ela daria um analgésico para ele, mas também sabia de outra coisa: ela o levaria ao dentista no dia seguinte. Ele não conseguia o que queria, sem levar a segunda parte, que não era desejada. Sua vontade era eliminar a dor momentânea. A da mãe era eliminá-la de forma permanente.

C.S. Lewis conclui a comparação dizendo que Deus é como o dentista. Muitas pessoas O procuram para curar um pecado particular. Bem, Ele vai sanar aquele problema, mas não vai parar ali. Pode ser que aquilo seja o que você tenha pedido, mas uma vez que você se coloca sob Seus cuidados, Ele lhe dará o tratamento completo: uma vida transformada.

“Fazer discípulos não tem nada a ver com ganhar pessoas para uma filosofia ou torná-las pessoas boas, que sorriem sempre. Em vez disso, a Grande Comissão lança uma missão de resgate; todos os seguidores recebem ordens com autoridade total para agir onde quer que estejam. Discipulado envolve salvar pessoas delas mesmas e da condenação eterna, permitindo que o poder transformador de Deus as mude de dentro para fora” (Bill Hull, A Complete Book of Discipleship, p. 27). O segredo é que uma pessoa transformada pode mudar o mundo.

"Se nos fosse possível obter plena compreensão de Deus e Sua verdade, não haveria para nós novas descobertas de verdades, nem maior conhecimento, nem desenvolvimento adicional. ... Graças a Deus que não é assim! Sendo que Deus é infinito, e que nEle estão todos os tesouros da sabedoria, poderemos, durante toda a eternidade, estar sempre pesquisando, sempre aprendendo, sem nunca esgotar as riquezas de Sua sabedoria, bondade ou poder" (Ellen White, Maranata, o Senhor Vem, [MM 1977], p. 363).

Sikberto Marks

Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)

Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original

www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

Verso para memorizar: “Com que se parece o Reino de DEUS? Com que o compararei? É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se tornou uma árvore e as aves do céu fizeram ninhos em seus ramos” (Luc. 13:18 e 19, NVI).

Introdução de sábado à tarde

Como se entende o verso acima? Resumidamente, o Reino de DEUS está em permanente crescimento. Sempre se expande.

Por um lado, DEUS é o Criador, e frequentemente agrega novas criações, embora tenha parado de fazer isso após a intromissão do pecado no Universo. Por um lado, na pessoa, esse reino se inicia minúsculo, mas cresce indefinidamente. E ainda por outro lado, a igreja iniciou pequenina, mas cresceu, foi perseguida, encolheu-se, contudo no tempo do fim tornou a crescer. E abrangerá pessoas no mundo inteiro, acolherá homens e mulheres de todos os lugares do planeta, e muitos, crendo o que a igreja ensina, serão salvos para a vida eterna.

“Durante séculos de trevas espirituais a igreja de Deus tem sido como uma cidade edificada sobre um monte. De século em século, através de sucessivas gerações, as puras doutrinas do Céu têm sido desdobradas dentro de seus limites. Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção. É o cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de transformar corações.

“"A que", perguntava Cristo, "assemelharemos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos?" Mar. 4:30. Ele não podia empregar os reinos do mundo como uma similitude. Na sociedade nada achou com que o pudesse comparar. Os reinos da Terra se regem pela supremacia do poder físico; mas do reino de Cristo são banidos cada arma carnal, cada instrumento de coerção. Este reino deve erguer e enobrecer a humanidade. A igreja de Deus é o recinto de vida santa, plena de variados dons e dotada com o Espírito Santo. Os membros devem encontrar sua felicidade na felicidade daqueles a quem ajudam e abençoam” (Atos dos Apóstolos, 12).

Primeiro dia: Evangelismo e testemunho incessante

O verdadeiro cristão nunca cessa de trabalhar pela salvação de vidas humanas. Ele morre trabalhando, assim como JESUS, que trabalhou até pendurado na cruz. Só parou ao expirar. Ainda, a influência dos verdadeiros cristãos continua após sua morte.

Tenhamos em mente um casal de pessoas bem idosas. Elas não podem mais fazer nada, como se diz. Nem andam mais, senão que precisam de amparo de outros, até para as necessidades higiênicas. Podem elas continuar trabalhando pela vida eterna de outras pessoas? Podem sim. Mas como? Agora elas trabalharão pelo método mais poderoso possível a qualquer ser humano: o seu testemunho de vida, ou seja, o que os outros falam a respeito da vida delas. Se foram pessoas de boa reputação cristã, nessa situação fala bem alto o seu passado. Outros comentam positivamente. Há os que se inspiram na vida delas. Também há pessoas que as usam como exemplo em seus trabalhos. E assim por diante. Tais pessoas são como JESUS: de alguma maneira trabalham quando já foram imobilizadas pela vida. JESUS já não podia mais mover-se na cruz. A única coisa que podia fazer era falar. E isso Ele fez. Salvou um dos ladrões; perdoou os pecados dos que O crucificaram (foi para perdoar que estava ali); criou condições para que a Sua mãe tivesse quem pudesse cuidar dela (apesar de ter outros filhos); e fez o principal: tornou-Se o Salvador do mundo, pendurado numa cruz. Vejam só que coisa! Os habitantes desse planeta têm sua esperança na decisão tomada por um homem, um único homem, pregado rusticamente em dois pedaços de madeira. Ali Ele fez o trabalho mais importante em todos os tempos, desde que há vida nesse planeta.

Do mesmo modo, quantos são os velhinhos que trabalham poderosamente, já imobilizados pela idade! Às vezes são poucas e sussurradas palavras, mas que comovem os corações e alertam seres humanos. Nessa situação fala não somente a experiência de vida, mas a fé inabalável munida do poder do ESPÍRITO SANTO. Se tal testemunho não comove alguma pessoa, será que vai ter que ressuscitar algum dos grandes profetas mortos para sensibilizar? JESUS mesmo disse que nem assim se moveria o coração insensível.

Portanto, se pessoas em seus últimos momentos de vida, ‘sem fazerem nada’ fazem muito mais, quem sabe, do que quando estavam na ativa, o que dizer de quem ainda tem condições de agir? Isso leva a uma reflexão profunda: quem age no tempo da plenitude de suas forças, quando esta lhe faltar, seu testemunho permanecerá pelo valor de seu caráter relatado por outros. Que DEUS abençoe aqueles que, pela doença ou pela idade, ainda trabalham com grande poder, de sua cama, de onde certamente sairão para uma cova. Ou melhor, de onde, quando acordarem, se verão diante da face do Salvador, em quem creram e em quem esperaram até seu último momento de vida.

Esta obra não pode parar, ou, dito de maneira mais realista, ela não irá parar, mesmo que eu ou você não façamos a nossa parte. E mesmo que os mais poderosos inimigos deste planeta, sejam seres humanos sejam espíritos, desencadeiem a oposição mais poderosa imaginável. Um homem velhinho ou uma senhora velhinha, cuja luz se esteja apagando, mas cujo coração esteja ligado a DEUS, sua oração, mesmo balbuciada, ou só no pensamento, quando nem mais os olhos se abrem, tem poder superior a todas as hostes dos demônios e humanos reunidos. É importante saber que, ao lado de DEUS, não há condição desfavorável, seja pendurado numa cruz seja deitado numa cama.

Segunda: Um ambiente estimulante

Esse é um tema vital para a salvação de pessoas. Elas vivem em seu ambiente social, ao qual se adaptaram e do qual se tornaram dependentes. É um ambiente, geralmente de noitadas desregradas, festas com álcool, cigarros, som alto e glutonaria. Filmes imorais e também violentos. Novelas e outros programas altamente nocivos ao caráter. Práticas de vida condenáveis, como sonegação, pirataria de direitos autorais e pouca atenção a valores e princípios de vida com ética e com caráter bem fundamentado. Tudo regado a mais explícita falta de moralidade.

Aí a pessoa conhece a verdade. Entende e aceita. É tanta mudança que deve ocorrer que pode, por vezes, vacilar, mas vai em frente. Descobre a realidade da vida eterna. Percebe que existe um estilo superior de se viver já nessa Terra. Encanta-se com tudo isso, e principalmente que existe um DEUS de puro amor. Nos primeiros tempos sente uma experiência interessante de vida. Ela é batizada, e esse é um grande dia.

Porém, aí, aos poucos, vem uma ou outra experiência de decepção. Estamos nos baseando em fatos reais (vide, mais adiante, o comentário de 4ª feira). Essa experiência torna-se angustiosa. A família não tem ambiente social. Os velhos amigos pressionam, e novos amigos são poucos, ou nem existem. Entraram para a igreja verdadeira, mas não encontraram uma sociedade acolhedora. Sentem falta de pertencer a um grupo onde possam interagir, ter convívio, conversar, sentirem-se seres sociais, como foram criados por DEUS.

Então o que acontece? Voltam para a antiga sociedade de onde vieram, largando tudo o que haviam recebido. Ou melhor, largam a vida eterna, porque sociabilidade não haviam recebido. A vida eterna é uma promessa para o futuro, mas a sociabilidade é a condição necessária de vida no presente, enquanto esse tão almejado futuro não vem. Receberam JESUS, que lhes foi oferecido, mas quem lhes deu JESUS, não os acolheu como amigos. Perceberam-se uma família fora do ninho.

Quando isso acontece, houve grave falha por parte da igreja, como um todo. Se formos uma comunidade de crentes socialmente bem integrados, então iremos atrair pessoas, mesmo sem grande esforço evangelístico. Mas se for como a ilustração acima, então até devemos orar para que DEUS não nos dê novos interessados pelo batismo, pois a experiência de descobrir algo superior e ter que largar por não poder sustentar é decepcionante.

Terça: Formando instrutores

A lição de hoje é de caráter prático e é importante para o crescimento das igrejas e grupos. Mas ela deve ser posta em prática. Nada resolve estudarmos e ficar tudo como antes desse estudo. Temos que mudar urgentemente com relação a formação de líderes na igreja.

Hoje o autor foi muito feliz. Em poucas linhas expôs o problema e também a solução. Qual é o problema? É a escassez de liderança na igreja e a dependência de poucas pessoas capazes de dinamizar o funcionamento da igreja ou grupo. É necessário que, mesmo grupos com poucos irmãos, isolados de outra igreja mais numerosa, sejam dinâmicos a tal ponto que possam criar condições atraentes de programação, e inventarem novidades coerentes com os nossos princípios para quebrar a monotonia. Ainda que, quando os líderes que estiverem na ativa não puderem mais atuar, que já haja outros em ação, tanto para que aqueles sejam substituídos quanto para que a carga deles seja distribuída a maior número de pessoas.

Um dos nossos grandes problemas é a falta de liderança na igreja, em especial, nas menores e mais humildes e nos grupos do interior. Falta qualificação de pessoas para essa atividade. Resulta em igrejas pequenas e grupos desanimados, com programas sem atrativos, sempre a mesma coisa, com baixa contribuição espiritual. Pensando nisso, estamos elaborando um vídeo a fim de colaborar na formação de lideranças locais. Nós devíamos ter preocupação em formar liderança em todos os lugares onde se abrem novos grupos ou igrejas. Isso não é difícil, mas quase nada é feito, e em grande parte dos casos, absolutamente nada é feito. Não faz sentido um tremendo evangelismo só para depois abandonar os recém-conversos à sua própria sorte. Aqui vai um apelo aos profissionais ‘leigos’ da igreja: tomemos a iniciativa de realizar cursos de formação de líderes para lugares onde isso é uma carência. Sabemos que uma iniciativa oficial da igreja não haverá. Quem for empresário, gerente, ou que tiver formação e for líder em sua atividade, deixe de pregar e de dar estudos bíblicos, se for o caso, e dedique-se à manutenção do que já foi alcançado, e crie cursos de treinamento para a formação desse tipo de líder, para fortalecer a igreja. Será que esse é um apelo tolo?

Quarta: Resgatando pessoas afastadas

Faremos uma inversão dos assuntos. Mesmo mantendo os títulos, abordaremos o que vem amanhã, e no estudo de quinta abordaremos o de hoje. É o mais lógico.

Para esse assunto, vamos analisar um estudo muito bom elaborado pelo Pr. Rubén Pereyra, Doutor em Ministério pela Andrews University. Quais são as causas mais relevantes da apostasia? Resumidamente elenquemos o que ele dispôs em seu estudo. Esse estudo não é recente, mas é facilmente perceptível o quanto ainda é atual em nossos dias.

“A motivação do, ou dos mensageiros que participam da campanha”, ou seja, o alcance da “quota de produção” ou alvo de batismos. Diz o pastor: “Em algumas das igrejas que mais crescem solidamente, nota-se uma maior ênfase na pregação da verdade do que nas cifras estatísticas, resultando assim em mais decisões que perduram. A excessiva pressão sobre números que é dada em certos círculos da Igreja, produz uma tensão que resulta em profissionais desprovidos da verdadeira motivação redentora.”

“Tipo de experiência prévia ao batismo. A diferença entre proselitismo e conversão está, basicamente, no fato de que no primeiro caso se convence ou se conquista a pessoa a mudar de igreja, filiando-se a uma outra...” “Tal experiência não terá profundidade suficiente para a sobrevivência após o "nascimento". No livro Evangelismo lê-se de tais experiências: "A salvação não está em ser batizado, em ter nosso nome nos livros da igreja, nem em pregar a verdade. Mas em uma viva união com Jesus Cristo para ser renovado no coração..." Evangelismo, pág. 319.” ... “Nosso evangelismo deveria ser fruto de encontro e experiência com Cristo através do conhecimento. Não de conhecimento e prática das normas cristãs somente, mas impregnadas do amor por Cristo e de uma entrega total a Ele.” ... “Qual seria, pois, a solução? Um enfoque menos teológico e mais experimental do que é o cristianismo, enfatizando a fé, a entrega, a conversão, baseando tudo no conhecimento de Cristo e no Espírito Santo.”

O novo converso necessita de um ambiente caloroso, receptivo, de uma nova sociedade que o acolha fraternalmente, o tempo todo. O Pr. Rubén explica isso detalhadamente, que por razão de espaço, reduzimos aqui, em itens:

“O espírito de alegria, de fraternidade e fidelidade que existe na igreja. O desapontamento que produz uma igreja desunida ou adormecida pode ser fatal para quem vibra com seu primeiro amor.

A inspiração que recebe o novo membro ao ser integrado na atividade missionária. Exigir que ele faça atividades que deve cumprir como obrigação religiosa pode enfadar o novo membro. Por outro lado, a participação motivada pelo grande amor à verdade e a Cristo é um tonificante contra um possível estado de desânimo.

O apoio nos momentos de luta. Logo em seguida ao batismo podem vir tempos difíceis como rejeição dos familiares e amigos, conflitos na adaptação à nova forma de viver, dificuldades para a observância do sábado, ou ainda incertezas quanto a sua nova fé. Sentir-se abandonado em momentos assim pode ser fatal para um novo membro.

A edificação espiritual promovida pelo próprio crente. Em um folheto intitulado "Equipamento de Sobrevivência para Cristãos Novos", escrito por Ralph Neighbour Jr. e publicado pela Convention Press (7a. Edição, 1982) estão descritas algumas "fases pelas quais passam quase todos os novos cristãos, e as maneiras de evitar o fracasso". São elas:

A fase da lua-de-mel. Cheia de felicidade.

A fase da luta. A antiga natureza quer ressuscitar.

A fase da dúvida. E uma experiência similar à do recém casado que acreditava que tudo seria mel...

A fase do pânico. O novo membro passa a fazer um estudo mais profundo da verdade; uma investigação desesperada para certificar-se de que deu o passo correto.

A fase do "cristão silencioso". Aquele que guarda sua fé e não testemunha, passando a engrossar as fileiras dos "cristãos do serviço secreto".

Pois bem, nem todos passam exatamente pelas fases acima. Elas são fruto de estudos feitos já há algum tempo. Esse material está disponível para quem desejar na íntegra:

http://www.horatranquila.com.br/o_bom_pastor/livros/o_problema_da_apostasia.doc. O estudo indica, em resumo, o seguinte: quando um membro sai da igreja, a maior parte da culpa é da igreja e de sua liderança. E a maior causa da apostasia certamente ocorre por falta de ambiente social, não tanto por falta de conhecimento espiritual. Assim sendo, não parece difícil resolver as causas do problema. É uma mudança de cultura, do individualismo para uma convivência social mais prazerosa, espiritualmente bem fundamentada.

Quinta: A porta dos fundos

Então hoje comentaremos o tema de ontem. O que fazer para evitar que as pessoas saiam, e como trazer de volta as que saíram?

Do estudo de ontem, baseado no Pr. Rubén, podemos resumir em três pontos as razões da saída:

1º) A motivação do evangelista, ou seja, quem buscou as pessoas basicamente para batizar, não para salvar. Isso leva a um conhecimento superficial das doutrinas bem como a uma decisão precipitada pelo batismo. Depois que a pessoa descobre quais dificuldades vai enfrentar, não tem o preparo para a luta. É algo como mandar para a guerra um soldado, muito bem armado (no caso é a Bíblia), mas que não foi instruído sobre como manusear sua arma e munição. Quando estoura uma batalha, ele fica sem saber o que fazer, e faz tudo errado.

2º) Entrar na igreja sem experiência com CRISTO. Por isso, torna-se uma pessoa que olha mais para os outros membros que para CRISTO, para tentar saber como se deve proceder para ser cristão. E nessa tentativa, ele olha para os membros que têm as fraquezas que ele também tem.

3º) O ambiente não é caloroso, de alegria, de integração, de acolhimento, nem há apoio para as lutas que certamente deverá enfrentar. Batizou-se, agora se vire por conta própria. Quem o trouxe à igreja desapareceu, os demais membros nunca estiveram comprometidos, e veem essa pessoa como mais um estranho que um irmão. Não houve preparo da igreja para receber pessoas que foram resgatadas do inferno, local que elas muitas vezes amavam.

4º) Faltou edificação espiritual, isto é, a aquisição de mais conhecimento pós batismo. Um cristão nunca deve deixar de estudar e de crescer espiritualmente. E a igreja deve motivar a todos para seguirem esse caminho. Esse foi o caminho dos bereanos: estudar, pesquisar e se aprofundar. Eles conferiam se o que o pregador falava era mesmo assim. Eles desenvolverem o saudável espírito crítico, que é a capacidade de procurar erros em si mesmo e o cuidado para que outros não nos influenciem para caminhos errados.

Mais coisas interessantes poderiam ser acrescentadas. Por exemplo, a antiga “operação resgate”, da qual já não se fala mais. Programas esporádicos para os afastados são como uma brincadeira com eles, pois se faz esse programa, e depois mais nada. A nossa atitude para com vidas humanas precisa mudar muito. Resumindo tudo, em poucas palavras, necessitamos, todos, de mais fraternidade.

Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

Esses assuntos são importantes demais para esquecermos. Às vezes, coisas relevantes. Os conselhos do autor da lição para se manter o ministério contínuo são bons, mas faltou o principal: a busca do poder do ESPÍRITO SANTO, justamente Quem nos foi dado para essa finalidade. O ESPÍRITO SANTO nosso Senhor deixou para esses dias finais. Ele será concedido em grande medida para a finalização da obra de evangelização do mundo. Até se pode dizer: uma pessoa ou um grupo que confia no poder do ESPÍRITO SANTO pode até esquecer das 4 recomendações da lição, o seu trabalho correrá bem, e terá apoio.

Vamos a mais algumas recomendações que também são bem importantes:

1ª) Ser humilde, não querer destaque para si, trabalhar para a honra e glória de DEUS e para o bem do próximo, assim como JESUS;

2ª) Andar com DEUS, assim como Enoque;

3ª) Ser fiel a DEUS e Seus princípios de caráter, em tudo o que fizer, assim como Daniel;

4ª) Fazer tudo com esforço, fazer o melhor, e buscar o crescimento na capacidade necessária para o trabalho que desempenha e também buscar desenvolvimento espiritual, assim como José do Egito;

5ª) Ao cair em pecado, estar sempre disposto a se arrepender, e a mudar tudo o que descobrir de errado em sua vida, assim como Davi;

6ª) Ser capaz de distinguir o correto do errado, assim como Elias e João Batista;

7ª) Amar a todos e servir por amor, sempre dispostos a perdoar, mas também não fechando os olhos para os corruptores, assim como JESUS.

Essa lista de bons exemplos pode ser aumentada em muito. Temos Noé, os apóstolos, Moisés, Ester, Noemi e Rute, Dorcas, os patriarcas, e muitos outros. Cada um dos personagens bíblicos teve seus pontos fracos e pontos fortes. O conjunto dos pontos fortes de todos deles se aproxima do que foi JESUS, o perfeito. Se seguirmos apenas o modelo de JESUS, estaremos imitando o que havia de correto nos grandes homens e mulheres do passado e do presente que honraram a DEUS, e que fizeram relevantes trabalhos em favor de seus semelhantes.

“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e o mais Ele fará” (Sal. 37:5).

 

Publicado em 22/06/2012 por LicoesdaBiblia "Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei? É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se tornou uma árvore, e as aves do céu fizeram ninhos em seus ramos" Lc13:18, 19 Com a participação do pastor Fernando Rios (Secretário da Associação Sul de Rondênia) e do pastor Nelson Silva (Presidente da Missão Oeste do Pará (MOPa)

 

Fontes:


Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )