domingo, 28 de outubro de 2012

ES – Lição 5 - Crescendo em Cristo – 4º Trim, 2012





Lição 5 - 27 de outubro a 3 de novembro

Crescendo em Cristo





Sábado à tarde
Ano Bíblico: Lc 21, 22

VERSO PARA MEMORIZAR: “Tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz” (Cl 2:15, NVI).

Leituras da semana: Is 35:10; Mc 10:45; Rm 6:12-23; Ef 6:12; Cl 1:16; Gl 4:1-11; Cl 2:15

Pensamento-chave: A vitória de Cristo sobre a cruz define a extensão da vitória na qual o cristão pode crescer.

O item acrescentado às crenças fundamentais da Igreja, votado na 58ª Assembleia da Associação Geral (em 2005), foi intitulado “Crescimento em Cristo”. Quando a declaração é analisada, os seguintes pontos importantes se tornam evidentes: Jesus derrotou os poderes satânicos e as forças do mal; por meio de Cristo, é possível vencer esses poderes, incluindo suas manifestações passadas na vida de alguém; finalmente, há condições para que essas vitórias se realizem na experiência de uma pessoa.

Esses pontos ocuparão nossa atenção nas três próximas lições. Nesta semana examinaremos a natureza da vitória conquistada por Cristo na cruz. Por Sua vitória, não somente sobre o pecado, mas sobre qualquer outra força que atue contra a humanidade e a criação de Deus, Cristo alcançou salvação para nós.

À medida que procuramos compreender o que Cristo realizou em nosso favor, estaremos mais bem preparados para entender o que podemos alcançar em nossa vida agora. Sua vitória pode ser a nossa vitória, se a reivindicarmos para nós, porque, não importa o que Jesus fez por nós, devemos decidir aceitar isso. A vitória não é dada automaticamente a ninguém.

Domingo
Ano Bíblico: Lc 23, 24

A redenção

O cristianismo é “uma religião de redenção”, na qual as pessoas são salvas da ruína do pecado por meio do que outra Pessoa, neste caso Jesus, fez por elas. Assim, a religião cristã pode ser diferenciada de “uma religião da lei”, em que alguém pode mudar seu destino pelos próprios esforços em “fazer boas obras”. Precisamos dessa redenção porque, segundo a Bíblia, sem Cristo as pessoas são escravas do pecado (Jo 8:34) e estão sob sentença de morte (Rm 6:23). Elas não podem se libertar dessas duas condições. A situação do pecador requer intervenção externa, e essa intervenção tem um preço. Como o Novo Testamento ensina de modo tão claro, esse preço foi a morte de Jesus na cruz.

1. Leia os textos bíblicos e marque “s” para sim ou “n” para não: O que está incluído no conceito de redenção? Is 35:10; Mc 10:45; Gl 4:4, 5; Tt 2:14; Hb 9:12; 1Pe 1:18, 19

A) O nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo. ( )

B) O ministério de Cristo no santuário celestial, com base no Seu sangue. ( )

C) O fato de que Deus escolheu uns para a redenção e outros para a perdição. ( )

D) A nossa adoção como filhos de Deus, perdoados e purificados. ( )

Do ponto de vista do Novo Testamento, a morte redentora de Cristo é sacrifical e substitutiva. Ele tomou nosso lugar, sacrificando-Se em nosso favor, sofrendo a nossa morte para que não tenhamos que enfrentá-la. Embora alguns rejeitem essa ideia porque não gostam da noção do sofrimento de alguém no lugar de outro (especialmente no lugar do culpado), essa é a essência da mensagem evangélica.

“A menos que nossa linguística esteja em falta, quando o Novo Testamento fala de redenção, isso significa que Cristo pagou o preço da nossa redenção. Visto que o preço pago deve ser adequado à compra em questão, isso indica uma equivalência, uma substituição” (Leon Morris, The Apostolic Preaching of the Cross [A Pregação Apostólica da Cruz]; Grand Rapids, Wm. B. Eerdman Publishing Co., 1965, p. 61).

Pense em algumas coisas em sua vida que você acha impossível mudar, questões sobre as quais você é absolutamente impotente para resolver. Da mesma forma, somos absolutamente impotentes para nos salvar. Como essa compreensão nos ajuda a entender melhor o que Cristo fez por nós na cruz? Mais importante ainda, como essa verdade maravilhosa da redenção deve afetar nossa vida?

Segunda
Ano Bíblico: Jo 1–3

Escravos libertados

Quando entendemos a redenção como libertação de uma forma de escravidão que necessitava de ajuda “externa”, concluímos que a humanidade pecadora é dominada por uma força ou influência mais forte do que ela mesma. A questão que precisa ser respondida é: Que poder ou instrumento tem escravizado a humanidade pecadora de maneira violenta?

2. Marque “v” para verdadeiro e “f” para falso: De acordo com Romanos 6:12-23 (especialmente os versos 18, 20 e 22), do que Jesus nos liberta? Em que contexto ocorre a libertação?

A) Liberta das obrigações da lei, no contexto do Antigo Testamento. ( )

B) Liberta as nações da política da escravidão. ( )

C) Liberta do pecado, anulando sua condenação e seu domínio em nossa vida prática. ( )

D) Liberta do excesso de santidade, que pode levar ao orgulho. ( )

Pense no que Paulo disse nos versos acima, e no que ele disse em Romanos 6:1-11. Paulo falou sobre o que acontece no batismo cristão. Ele apresentou algumas coisas que deviam ter morrido com Cristo no batismo. Depois de mencionar essas coisas, Paulo desafiou os cristãos, que se uniram a Cristo, a manifestar o senhorio de Cristo, que os “libertou” do poder do pecado.

O resultado é que, segundo Paulo, não importa quanto a nossa natureza tenha sido corrompida pelo pecado, por meio de Cristo podemos ser livres do seu poder escravizante. Quem não viu a devastação que pode ser causada por esse tipo de escravidão? Quem não viu vidas arruinadas pelo pecado? Quem não lutou contra o poder do pecado em sua vida? Esse é, de longe, o maior inimigo que os seres humanos já enfrentaram.

O que torna essa escravidão tão perversa é que ela não é imposta apenas de fora para dentro, mas também tem sua origem dentro de nós. Como podemos ser libertados de uma escravidão, de um cativeiro, que se origina em nós, na nossa própria natureza?

A resposta, como vimos nos versos acima, vem unicamente do poder de Jesus, que conquistou a vitória para nós e que nos oferece o poder para vencer. Por meio de Cristo, somos não apenas perdoados dos nossos pecados; devemos morrer para eles, e ser libertados deles. Eles não mais devem nos dominar. Essas são promessas maravilhosas, poderosas, que todos os que professam o nome de Cristo devem reclamar para si mesmos.

Qual tem sido sua experiência com o poder escravizador e cruel do pecado? Como você pode aprender a se apegar mais às maravilhosas promessas de libertação oferecidas em Jesus?

Terça
Ano Bíblico: Jo 4–6

Principados e potestades: parte 1

A Bíblia descreve nosso mundo como estando sob o domínio das forças do mal, que procuram nos controlar e destruir. O grande conflito é o resultado da atuação do Senhor contra esses poderes. A grande notícia é que, depois da cruz, a vitória contra eles está assegurada. Embora o conflito continue dramático, a vitória pertence a Deus, e dela podemos compartilhar pela fé.

3. O que a Bíblia diz sobre a realidade do conflito? Que grande esperança e promessas encontramos nela? (Marque “v” para verdadeiro e “f” para falso) 1Jo 3:8; 5:19; Jo 12:31; 16:11; Ef 6:12; Cl 1:16; 2:15; Rm 8:38, 39

A) “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para amenizar as obras do diabo.” ( )

B) “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro já não mais está no Maligno.” ( )

C) “A nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades.” ( )

D) Nada “poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus.” ( )

No século 21, muitas pessoas mantêm uma cosmovisão científica. Para essas pessoas, um mundo habitado por forças do mal e dominado por poderes demoníacos hostis é predominantemente visto como um resquício de uma era de superstição e ignorância. Em contraste com isso, a Bíblia apresenta, como parte da realidade do mundo, uma organização de forças hostis incluindo principados e potestades demoníacos. A visão bíblica do mundo é grande o suficiente para abranger a cosmovisão natural e também a sobrenatural.

Em Romanos 8:38, por exemplo, a palavra grega traduzida como “principados” é archai, que poderia se referir a governantes civis e também a poderes sobrenaturais que tentam exercer o domínio do mal sobre os homens. Em Efésios 6:12, a expressão literal “príncipes das trevas deste século” (RC) também poderia ser traduzido como “dominadores deste mundo tenebroso” (RA).

“Evidentemente, Paulo está se referindo a espíritos malignos pessoais, que exercem um grau de autoridade sobre o mundo. Compare a expressão ‘príncipe deste mundo’, que descreve Satanás, em João 12:31; 14:30; 16:11. A personalidade do diabo também estava clara para o revelador” (Ap 2:10; 12:10; The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1.044.

Quarta
Ano Bíblico: Jo 7–9

Principados e potestades: parte 2

Como vimos, a palavra traduzida como “principados” pode se referir a governantes mundiais ou poderes sobrenaturais que tentam exercer controle sobre a vida humana. Outra palavra grega usada em conjunto com o termo “principados” (archai) é a palavra stoicheia, que significa literalmente “elementos”, ou “substâncias ou princípios elementares”. O contexto em que stoicheia é usada revela outros aspectos deste mundo caído, dos quais fomos redimidos pela vitória de Cristo na cruz.

4. Marque um “x” nas respostas certas: Além dos poderes malignos literais, de que outras coisas fomos libertados por Jesus? Cl 2:8, 14, 20; Gl 4:1-11

A) Filosofia ( ); B) Vãs sutilezas ( ); C) Rudimentos do mundo ( ); D) Lei moral, que nos trazia condenação ( ); E) Tradição dos homens ( ).

O Novo Testamento, principalmente o conceito de Paulo sobre os “poderes”, parece ligar seres espirituais a forças ou poderes que governam a vida humana, além de Cristo. Poderiam ser poderes políticos, sociais, tradicionais e até mesmo religiosos. O termo stoicheia, usado em Gálatas 4:3, 9, fala do sistema de paganismo do qual os cristãos da Galácia haviam sido libertados. É usado também em referência a aspectos do antigo sistema legal judaico. Em Colossenses 2:8, 20, refere-­se metaforicamente a princípios filosóficos mundanos.

“Em Isaías 24:21 a expressão ‘os reis da Terra, na Terra’ implica que a expressão ‘no céu, as hostes celestes’ refere-se a Satanás e os anjos maus. Paulo se refere a Satanás como ‘o príncipe da potestade do ar’ (Ef 2:2), e aos invisíveis líderes do mal como ‘dominadores deste mundo tenebroso’ que habitam ‘nas regiões celestes’ (Ef 6:12). Em 1 Coríntios 15:24, 25 Paulo diz que eles serão subjugados por Cristo. Isaías prevê o momento em que os anjos maus e os homens perversos sofrerão punição (leia Mt 25:41;. 2Pe 2:4, 9; Ap 20:10-15; The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 4, p. 198, 199).

A vida é regida por uma série de poderes, pessoais e impessoais. Sem Cristo, o homem está à mercê desses poderes. As pressões do momento presente, para não mencionar o medo do futuro, bem como as exigências da vida, sociedade, tradição, e da ideologia, todas podem exercer influências que podem separar uma pessoa do Senhor. Mas por intermédio de Cristo, fomos libertados, não apenas dos nossos pecados, mas também da escravidão a esses “poderes”. Precisamos entender a natureza dessa vitória e reivindicá-la como sendo nossa.

Além das realidades sobrenaturais existentes, que outras forças e influências lutam contra você? Você precisa identificá-las e reivindicar as promessas de Jesus para vencê-las.

Quinta
Ano Bíblico: Jo 10, 11

Um assassino revelado

Cristo veio ao mundo com o propósito de destruir as obras do diabo (Hb 2:14). Ele fez isso na cruz. Mas, se Cristo foi vitorioso sobre o diabo, os principados e potestades, por que ainda estamos lutando contra eles?

5. Quais são as três expressões usadas por Paulo para descrever o que aconteceu na cruz? Como podemos entender o significado da cruz? Cl 2:15

Complete a resposta:
__________________________________________________________, “expôs ao desprezo” e __________________________________________________________.


Primeiro, Cristo despojou, ou “desarmou” os “poderes”. A palavra grega é apekduomai, que significa literalmente “tirar as roupas de alguém”. Aqui isso pode significar que os poderes foram despojados de suas armas.

Que armas? “A vida vitoriosa de Cristo, que culminou no Calvário, anunciou a condenação do diabo. O disfarce de Satanás foi arrancado. [...] Por Sua cruz Jesus Cristo despojou dos principados e potestades das trevas tanto seu ‘manto oficial’ quanto sua autoridade como príncipes deste mundo, e sua armadura de força na guerra contra a justiça” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista, v. 7], p. 205).

6. Cristo “publicamente [...] expôs [os poderes] ao desprezo”, “fez deles um espetáculo público”. Como os poderes foram expostos publicamente na cruz? Que imagens deles se tornou evidente? Jo 8:44

Complete:

 Ele foi __________________________________________________________ desde o princípio e jamais se firmou na _________________________________________,
porque nele não há _____________________________________________. 

Quando ele profere ______________________________________________________, fala do que lhe é próprio….

O texto também diz que Cristo “triunfou sobre eles”. A palavra grega é thriambeuo e implica uma celebração. Além de tudo que estivesse incluído nesse triunfo, certamente estava o fato de que ele ajudou a revelar que Satanás é assassino.

Por causa da cruz, chegará o dia em que o domínio desses poderes acabará, quando Cristo “houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder” (1Co 15:24), e o último inimigo a ser destruído será a morte (1Co 15:26). Até lá, temos que resistir, combatendo o combate da fé na força de Deus […]

“Satanás viu que estava desmascarado. [...] Revelara-se um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais. Daí em diante sua obra ficou restrita. Estavam quebrados os derradeiros laços de simpatia entre Satanás e o mundo celestial …” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 761).

Sexta
Ano Bíblico: Jo 12, 13

Estudo adicional

Leia de Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 136: “O Livro dos Livros”; História da Redenção, p. 394, 395: “Espiritismo”;O Grande Conflito, p. 511-517: “Invisíveis Defensores do Homem”.

“Uma batalha invisível a olhos humanos está sendo travada. Está em campo o exército do Senhor, buscando salvar pessoas. Satanás e suas legiões também estão em atividade, buscando por todos os meios possíveis, enganar e destruir. [...] Dia a dia prossegue a batalha. Se nossos olhos se pudessem abrir para ver em operação os instrumentos bons e os maus, não haveria frivolidade, vaidade, gracejos e brincadeiras. Se todos se revestissem de toda a armadura de Deus e combatessem corajosamente as batalhas do Senhor, seriam obtidas vitórias que fariam tremer o reino das trevas” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 41).

“Quando os homens procuram viver em harmonia com Deus, descobrem que o escândalo da cruz ainda não findou. Principados, potestades e espíritos do mal nos lugares celestiais, estão voltados contra todos os que se submetem obedientemente à lei celestial. Por isso, longe de causar tristeza, as perseguições devem trazer alegria aos discípulos de Cristo, porque são uma evidência de que seguem os passos de seu Senhor (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 29, 30).

Perguntas para reflexão

1. Leia Hebreus 2:14, 15. A morte é claramente descrita ali como agente de escravidão. Observe, também, a ênfase em nosso medo da morte. Por que temos tanto medo da morte? Como esse medo nos mantém, como o texto diz, em uma espécie de escravidão?

Como o cristão, livre em Cristo, deve ver a morte?

2. Para algumas pessoas a ideia de forças demoníacas é tola superstição; outros são dominados pelo medo dessas coisas. Como podemos encontrar o equilíbrio entre a compreensão da realidade desses poderes e a noção do que Cristo fez por nós na luta contra eles?

3. Quais são alguns exemplos de como as forças do mal controlam ou influenciam diversos poderes mundanos?

4. Como a concepção do grande conflito nos ajuda a entender a continuidade da existência do mal, mesmo após a vitória de Cristo na cruz?

Respostas sugestivas: 1. Sim para as letras A, B e D. 2. As letras A, B e D são falsas. A libertação ocorre no contexto da vida prática e da consagração do corpo ao Senhor. 3. As letras A e B são falsas. 4. As letras A, B, C e E estão certas. 5. A resposta é: “Despojando os principados e as potestades”; “publicamente os expôs ao desprezo”; “triunfou sobre eles na cruz”. 6. A resposta é: Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio…


ESCOLA SABATINA





Resumo da lição 5 – Crescendo em Cristo


Texto-chave: Colossenses 2:15

O aluno deverá:

Conhecer: A total vitória de Cristo na cruz não só sobre o pecado, mas sobre todo outro poder e tradição que mantém a humanidade em cativeiro.

Sentir: A alegria do triunfo de Cristo sobre todos os poderes do mal no mundo e em sua vida pessoal.

Fazer: Unir-se a Cristo, revestir-se da armadura e, em parceria com Ele, lutar pela salvação das pessoas.

Esboço do aprendizado

I. Conhecer: Vitória completa

A. Que sofismas de Satanás Cristo desmascarou na cruz?

B. Que enganosas, filosofias, tradições e poderes sociais e políticos ainda escravizam os habitantes da Terra, e como a vitória de Cristo oferece a energia necessária para superar essas forças?

II. Sentir: Alegria na vitória

A. Que certeza é possível para aquele que confia no triunfo de Cristo na cruz?

B. Apesar de ainda haver luta para vencer o mal, em que base podemos ter alegria e louvar a Deus pelo resultado dessa guerra cósmica?

III. Fazer: As batalhas do Senhor

A. Como os cristãos podem se unir a Cristo nas lutas finais contra as forças do mal?

B. Por que é importante que Cristo use Seus amigos e discípulos como embaixadores pessoais e soldados no conflito aqui neste mundo?

Resumo: Na cruz, Cristo foi vitorioso sobre o mal e demonstrou que os desafios de Satanás ao governo de Deus estavam fundamentados em mentiras.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: No grande conflito entre o bem e o mal, a cruz é um símbolo da vitória sobre o pecado. Embora a batalha continue em direção ao seu clímax final, o cristão experimenta crescimento no contexto do conflito, confiando na vitória de Cristo.

Só para o professor: A lição desta semana expõe os diferentes aspectos do que Cristo realizou na cruz. Enquanto Sua vitória foi completa sobre o pecado, o cristão, mediante uma luta diária contra o pecado em seus muitos e abrangentes efeitos, ainda ocupa o campo de batalha.

Nesta seção de abertura é importante começar a examinar a dinâmica dessa batalha e ver como é possível obter a vitória na vida cristã, apesar da guerra contra o pecado.

Discussão de abertura: Existem muitos tipos diferentes de desafios e batalhas. Alguns são aplicáveis ​​apenas à experiência individual. Muitos consideram os hábitos viciantes como uma batalha, utilizam a expressão " batalha", por exemplo, contra o tabagismo. Outras batalhas demandam esforço coletivo, como na realidade da guerra em defesa da pátria e do lar.

Seja a batalha de natureza individual ou coletiva, o objetivo comum é obter a vitória e vencer o desafio sobre o que poderia ser considerado o inimigo.

Olhando para a dinâmica geral da batalha, notamos que sempre há duas forças opostas que lutam pelo domínio, a fim de conquistar o "prêmio". Também devem ser levados em conta um plano ou estratégia de batalha e também os participantes envolvidos na guerra.

Uma parte significativa na elaboração do plano de batalha é um inventário que avalie as armas necessárias para vencer a luta. Essas armas, juntamente com o plano de execução, são fundamentais para a vitória.

Embora a estratégia, o armamento certo de guerra e o desejo de vitória sejam importantes, também existem outros componentes importantes que não podem ser ignorados. As entrevistas com veteranos de guerra vitoriosos indicam que a fé, a persistência o companheirismo com os outros são essenciais para o sucesso de ganhar a batalha.

As Escrituras retratam a batalha espiritual entre Deus e o mal, originada no Céu, entre Lúcifer e Miguel. Algumas semanas atrás, uma das lições afirmou que os primeiros seres humanos criados se submeteram ao poder do mal, e o pecado entrou na história da Terra. Mesmo assim, a Palavra de Deus também revela que entrou em vigor um plano de batalha contra o pecado.

Hoje, vivemos do outro lado da cruz e da vitória de Cristo sobre o mal, o pecado e a morte. É nesse ponto que devemos considerar a importância do armamento espiritual na batalha pela nossa salvação nesse grande conflito entre o bem e o mal. A vitória é possível com as armas da guerra espiritual, que são a fé, a persistência e o companheirismo com Jesus Cristo, o Vitorioso.

Comente: 1. Qual é o verso bíblico na lição desta semana que encoraja o crente em relação à batalha contra o mal? 2. Qual é o significado da vitória de Cristo sobre a cruz, e que implicações isso tem para nossa vida diária?

Compreensão

Só para o professor: O contexto histórico da carta de Paulo aos Romanos revela o sentimento pastoral de Paulo e também sua habilidade para ensinar, quando se esforçava para orientar e instruir os novos conversos em questões que tinham a ver com sua compreensão espiritual da nova vida em Cristo. Essa instrução é especificamente o tema de Romanos 6. Para o Passo 2, leia cada seção desse capítulo, comentando as diferentes ilustrações que Paulo usa ao tratar de como crescer e viver a vida cristã, em vista da vitória de Cristo na cruz.

Comentário Bíblico

I. Batismo, Morte e Vida

(Leia com a classe Romanos 6:1-11.)

Romanos 6 começa com uma forte reação de Paulo à ideia errônea que, aparentemente, alguns da congregação romana primitiva tinham sugerido. Sua conclusão era que, se a graça era estendida a todos, quanto mais alguém pecasse, mais interessante seria pecar, para que essa graça fosse mais abundante. Paulo usa a ilustração do batismo para refutar essa conclusão errônea e também para ilustrar como deve ser essa nova vida em Cristo.

Na igreja primitiva, o batismo era a evidência de uma confissão de fé pessoal e também de haver deixado para trás a vida anterior, sem Cristo.

Paulo usa essa experiência espiritual na vida do novo converso como um meio de discutir mais profundamente a forma de pensar o estilo de vida anterior e posterior à conversão e as implicações que tem essa reflexão para o novo crente em Cristo.

Paulo explica que o batismo é o sepultamento de tudo o que estava relacionado com a vida anterior. A ação do batismo une o crente a Cristo. Assim como Cristo foi ressuscitado "para a glória do Pai", assim também, no batismo, ocorreu o sepultamento do velho homem e, como na ressurreição, existe uma novidade de vida.

O versículo 11 apresenta a nova atitude e a maneira em que é preciso pensar em um novo estilo de vida: "Assim, considerem-se mortos para a sedução e o poder do pecado, mas vivos para o chamado de Deus por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor" (Phillips).

Pense nisto: O que há de errado com a idéia distorcida de que devemos pecar mais, a fim de receber mais graça? Que significa estar morto para o pecado e vivo em Cristo? Como vamos viver essa verdade por meio do batismo?

II. Armas, ferramentas e instrumentos

(Leia com a classe Romanos 6:12-14.)

Peça que diferentes membros de sua classe leiam Romanos 6:12-14 usando diferentes traduções da Bíblia (se houver). Observe as diferentes palavras usadas ​​no versículo 13 para "instrumentos de injustiça" e "instrumentos de justiça". A tradução Living Bible apresenta uma versão muito boa dessa passagem: "Não deixem mais que o pecado controle seu corpo débil; não cedam a seus desejos pecaminosos. Não permitam que qualquer parte de seu corpo se torne ferramenta da maldade, que seja usado para o pecado, mas dê-se completamente a Deus – cada parte de você – pois você está de volta da morte e deseja ser instrumento nas mãos de Deus, para ser usado ​​para Seus bons propósitos. O pecado nunca precisa voltar a ser seu senhor, pois agora você já não está vinculado à lei em que o pecado o escraviza, mas você está livre sob o favor e a misericórdia de Deus" (v 12-14).

Comente: Como a diferença de palavreado entre instrumento, ferramenta, arma ou membro contribui com uma nova ideia sobre a proporção de nossa vida devemos dar a Deus e como deve ela ser vivida?

III. Escravos de Deus

(Leia Romanos 6:15-23 com a classe.)

Paulo usa uma forte e vívida ilustração em seu ensino sobre o que significa viver uma vida nova em Cristo. Em seu contexto histórico, como ocorria em muitas partes do mundo, ser escravo significava que a pessoa não possuía nenhuma parte de sua vida. Toda a atenção era direcionada para o senhor no que se refere a serviço e tempo. Um escravo não tinha direitos, mas era considerado propriedade de serviço para o senhor.

Neste texto, é interessante o versículo 16: "Você pertence ao poder ao qual escolher obedecer; seja o pecado, cuja recompensa é a morte, ou a Deus, cuja obediência significa a recompensa da justiça" (Phillips). Em outras palavras, referindo-se ao batismo, os que optam por seguir Jesus o fazem livremente, escolhendo um novo Mestre e nova relação de escravidão e serviço ao Senhor.

Observe a grande diferença de nível salarial entre servir ao pecado e se tornar escravos da justiça. A versão Living Bible expressa bem essa consideração: "Naqueles dias em que eram escravos do pecado, vocês não se preocupavam muito com a bondade. E qual foi o resultado? Evidentemente, não é bom, já que agora vocês estão envergonhados de pensar nessas coisas que costumavam fazer, pois todas elas terminam em condenação eterna. Mas, agora, vocês estão livres do poder do pecado e são escravos de Deus, e seus benefícios para você incluem santidade e vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (vs. 21-23).

Comente: Peça que os alunos definam em suas próprias palavras a diferença entre os salários do serviço ao pecado e o "dom gratuito" do Mestre.

Aplicação

Só para o professor: Divida os membros de sua classe em pequenos grupos (de preferência de 3-5 participantes cada).

Atividade: Peça que seus pequenos grupos tracem para um grupo-alvo um plano de batalha para viver uma nova vida de forma vibrante e crescente em Cristo. Por exemplo, o grupo-alvo poderiam ser adultos jovens, novos membros da igreja, avós, etc.

Certifique-se de que, à luz da lição desta semana, você considere o inimigo também em termos de principados e potestades e destaque o meio de obter a vitória em Cristo.

Reagrupe assim que a primeira parte da atividade tiver sido realizada e, em seguida, peça a um membro de cada grupo que descreva à classe o plano de batalha seu grupo.

Criatividade

Só para o professor: Materiais necessários: papel ou cartões de anotações e canetas ou lápis. Está faltado um membro da Escola Sabatina em sua classe? Peça que os membros de sua classe escrevam palavras de incentivo em um cartão ou papel e imediatamente entreguem pessoalmente ou enviem seus bilhetes a esse membro pelo correio (Como alternativa, ou nos casos em que seja preferível ou mais conveniente fazê-lo, visitem, passem um e-mail ou telefonem a essa pessoa). Pratique ser um "instrumento" da justiça de hoje.



COMENTÁRIOS
Lição 5 – Crescendo em Cristo

Carlos T. Timm, graduando em Teologia e Otoniel de Lima Ferreira, D.Min.
Professor de Evangelismo e Crescimento de Igreja.
SALT, IAENE

Introdução

Desde que nasce, o ser humano tem seu processo de crescimento natural, até alcançar a estatura de um adulto. De igual maneira é a vida do cristão, que precisa estar constantemente crescendo em Cristo. Nesse crescimento encontramos barreiras a ser vencidas. Nesta semana estudaremos o meio pelo qual podemos ser vencedores em Cristo Jesus.

Como crescer? Quem pode nos dar a vitória? Somos poderosos o suficiente para vencer? Temos poder para resistir a Satanás? Todas essas perguntas estão em nossa mente diariamente e, na prática, queremos alcançar a vitória através de nossos próprios méritos. Entretanto, esse poder para vencer e ser vitorioso só vem de um lugar, ou melhor, de uma Pessoa: o Salvador, Jesus Cristo.

Em Colossenses 2:15, Paulo mostra que Cristo despojou os principados e potestades triunfando sobre eles na cruz. É por essa vitória, e pelo poder que vem de Jesus, que nós hoje temos condição de vencer as tentações de Satanás. Sobre esse ponto, Ellen White comentou: “Satanás não pode vencer aquele cujo coração deste modo se firma em Deus” (Caminho a Cristo, p. 99).

A redenção

A redenção é algo de que todos necessitam e Paulo afirma que ela ocorre somente de uma forma: “sendo justificados gratuitamente, por Sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24). Tal processo (a redenção) opera um trabalho específico em nossa vida, conforme Efésios 1:7: “no qual temos a redenção, pelo Seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da Sua graça”. Paulo deixa bem claro o significado real da redenção para ele: algo “no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1:14). Então, notamos que a redenção é a remissão dos nossos pecados e que, por sua vez, Cristo é quem tem poder para nos dar a vitória sobre Satanás, sendo Ele mesmo o portador da eterna redenção, “não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo Seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb 9:12). Ellen White tratou desse assunto de modo muito claro: “Nada há na fé que a faça nossa salvadora. A fé não pode remover a culpa. Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. A justificação vem mediante os méritos de Jesus Cristo. Ele pagou o preço para a redenção dos pecadores. Contudo, é somente pela fé em Seu sangue que Jesus pode justificar o cristão” (SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1071).

Escravos libertados

Para o apóstolo Paulo, o “salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). Devemos compreender que, sem o sacrifício de Cristo não teríamos como ser salvos. Pelo sangue derramado na cruz podemos alcançar salvação mediante nosso Salvador, sendo a redenção, um ato de Deus, não somente de salvação, mas também de libertação. Observe a seguinte declaração: “Bem poucos têm uma compreensão do nefando caráter do pecado e se acham inteirados da enormidade da ruína que resultou da transgressão da lei de Deus. Ao examinar o maravilhoso plano da redenção para restaurar o pecador à imagem moral de Deus, vemos que o único meio para a libertação do homem foi provido pela abnegação e a incomparável condescendência e amor do Filho de Deus” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 135). Dessa forma, fica claro que um dos objetivos da redenção é nos libertar das garras do pecado, das tentações do inimigo, enfim, livrar-nos do lamaçal do pecado.

Principados e potestades: parte 1

Chegamos agora ao ponto que é mencionado em nosso Verso para Memorizar: “Despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2:15). Nesse texto, Paulo declarou que as hostes do mal foram todas publicamente expostas ao desprezo. A fim de que esse ato de vitória de Cristo fosse realizado publicamente, a cruz se tornou o melhor lugar, pois nela “Ele foi oprimido e humilhado” (Is 53:7).

O próprio Cristo, falando a respeito de Seu poder sobre o inimigo, disse: “Sobrevindo, porém, um mais valente do que ele, vence-o, tira-lhe a armadura em que confiava e lhe divide os despojos” (Lc 11:22). Em outro momento é dito ainda: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (Jo 12:31). Antes mesmo de Seu sacrifício na cruz, Cristo declarou que “o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 12:31). Sim, o príncipe deste mundo já foi julgado e condenado ao fogo eterno. Porém, todos aqueles que aceitarem a Cristo como seu Salvador pessoal poderão receber a vitória sobre as hostes do mal.

Principados e potestades: parte 2

Conforme visto anteriormente, estávamos presos às ciladas do inimigo, mas Jesus nos livrou de todos os principados e potestades deste mundo. Durante algum tempo se imaginou que principados e potestades fossem somente Satanás e seus anjos. Mas podemos também aplicar esses termos aos governantes. Para Paulo era muito clara a noção de que esses poderes se enquadravam nos modelos políticos e religiosos. Entretanto, ele quis deixar a ideia de que as pessoas também podem ser usadas pelo príncipe das trevas.

Em Colossenses 2:8, 20, o apóstolo fez referência a homens que tentariam desviar os cristãos do caminho do Senhor, problema esse que não era novo. Moisés advertiu o povo de Israel: “Guarda-te, para que não esqueças o Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt 6:12). Em sua natureza pecaminosa, parece ser natural ao homem o querer se desviar dos caminhos de Deus.

Jesus fez a mesma advertência quando esteve na Terra: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7:15). Não somente nos dias de Cristo encontramos falsos profetas, mas atualmente tem se tornado comum ouvir pessoas afirmarem ser o próprio Cristo ou ficarem “profetizando” pelo mundo afora.

Ellen G. White confirma que “Paulo e Barnabé enfrentaram com prontidão essas falsas doutrinas e se opuseram à introdução do assunto aos gentios” (Atos dos Apóstolos, p. 189). Dessa forma, compreendemos quão importante é ter cuidado com o inimigo e suas hostes, mas também com pessoas que nos levem a desviar-nos dos caminhos do nosso Salvador. No mundo atual há vários falsos profetas pregando um evangelho que não está de acordo com aquele ensinado por Jesus.

Um assassino revelado

Com Seu sacrifício, Cristo destruiu todas as obras do diabo. A carta aos Hebreus afirma: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente, participou, para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo” (Hb 2:14). Mas se o pecado foi vencido de uma vez por todas, porque ainda lutamos contra satanás? Em Sua oração sacerdotal, Jesus disse ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17:15). Ainda vivemos neste mundo corrompido, que só será purificado por ocasião da vinda de Cristo e após o milênio, momento em que todo vestígio de pecado será erradicado, com Satanás, seus anjos e os ímpios sendo consumidos pelo fogo.

“A vitória alcançada quando [Cristo] morreu no Calvário, derrotou para sempre o poder acusador de Satanás sobre o Universo e silenciaram suas afirmações de que a abnegação era impossível a Deus, portanto não necessária à família humana” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 341).

Conclusão

Crescer em Cristo é uma difícil tarefa, mas deve ser diariamente colocada como alvo a ser alcançado. Devemos buscar diariamente a Cristo que é fonte da nossa salvação, redenção e santificação.

No meio do processo da comunhão com Cristo está o inimigo lutando para nos derrubar. Contudo, se olharmos fixamente para o Salvador e permanecermos sujeitos a Ele, seguramente seremos salvos das garras do mal. “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).

“Como o plano da redenção começa e finda com um dom, assim deve ele ser levado adiante. O mesmo espírito de sacrifício que nos comprou a salvação habitará no coração de todos quantos se tornarem participantes do dom celestial” (Testemunhos Seletos, v. 2, p. 327).

Que esta semana tenha sido de grande proveito para sua vida! Deixe Cristo reinar em você, sujeite-se a Ele, pois seguramente Ele o livrará de todo mal. Que Deus derrame bênçãos sobre sua vida e que juntos possamos crescer em Cristo Jesus!




quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ES – Lição 4 - Salvação: a única solução – 4º Trim, 2012





NOVO TEMPO - Lições da Bíblia













Lição 4 de 20 a 27 de outubro


Salvação: a única solução






Sábado à tarde
Ano Bíblico: Lc 1, 2

VERSO PARA MEMORIZAR: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

Leituras da semana: Jo 2:25; Jr 17:9; Tt 1:1, 2; Rm 3:19-24; At 2:37; Lc 7:47; Ef 2:1-5

Pensamento-chave: O problema do pecado é muito grande. Devemos ser muito gratos porque a solução foi grande o suficiente para resolvê-lo.

O “problema do pecado” se refere à crise provocada pela queda de Adão e Eva no Jardim do Éden, que trouxe para a Terra o grande conflito entre o bem e o mal. A parte de Deus no conflito é conter e, finalmente, eliminar os efeitos deletérios do pecado, não apenas na Terra, mas sobre a criação como um todo. A ação divina de resgatar a criação dos resultados destrutivos do pecado constitui a doutrina da salvação. E embora essa batalha, pelo menos em termos de salvação, seja realizada na Terra, o tema do grande conflito nos mostra que as questões são, literalmente, universais.


É claro, a doutrina da salvação primeiramente diz respeito a Deus e Sua obra de nos salvar. Mas a humanidade também tem um papel muito importante. Sim, Deus fez uma provisão incrível para a salvação da humanidade. Nossa participação fundamental é responder à seguinte questão: qual será nossa resposta a essa provisão? Na verdade, o destino eterno das pessoas depende dessa resposta.

Domingo
Ano Bíblico: Lc 3–5

A extensão do problema

Visto que a salvação é a solução de Deus para o problema criado pelo pecado, a extensão dos danos do pecado determina a área de atuação dessa solução. O plano de divino não seria uma solução se não fosse capaz de resolver o problema do pecado, não importando o tamanho desse problema.

1. O que os textos a seguir revelam sobre a extensão do problema do pecado? Você tem sofrido com esse problema ou tem percebido a realidade descrita nesses textos?

Quem entre nós não conheceu profunda, pessoal e dolorosamente quanto é perverso o problema do pecado? Enfrentamos a cada momento a realidade do pecado e seus efeitos. Todos os aspectos da existência humana neste planeta estão em grande parte dominados pela realidade do pecado. Da política aos recessos mais íntimos do coração humano, o pecado contaminou a humanidade. É tão perverso que, sem a solução divina, não haveria saída. Devemos ser muito gratos porque a solução foi dada. É chamada de “plano da salvação”, e seu propósito é resolver o problema do pecado.

Segunda
Ano Bíblico: Lc 6–8

A provisão de Deus: parte 1

Os efeitos do pecado não esperaram por um “período de carência.” Seus resultados foram imediatos e exigiram atenção imediata. Por isso, era necessário que algum tipo de provisão estivesse estabelecido quando o pecado se manifestasse. Ellen G. White expressou isso de modo muito claro: “Tão logo o pecado passou a existir, havia um Salvador. Cristo sabia que teria que sofrer, mas Se tornou substituto do homem. Tão logo Adão pecou, o Filho de Deus Se apresentou como garantia para a humanidade, com tanto poder para impedir a condenação pronunciada sobre o culpado como quando morreu na cruz do Calvário” (Comentários de Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 1, p. 1.084).

2. O que os textos a seguir dizem sobre o plano da salvação e o tempo em que ele foi estabelecido? Que grande esperança e promessa podemos encontrar neles?


Pense nas implicações desses textos. O que eles estão dizendo? Basicamente, desde a eternidade, provisões foram feitas por Deus para resolver o problema do pecado. Embora Deus não tenha predestinado a existência dele (se tivesse, seria o responsável pelo mal, uma ideia terrível e blasfema), Ele sabia que o pecado existiria. Por isso, na eternidade passada, Ele fez uma provisão para enfrentá-lo.


Essa é a predestinação bíblica, radicalmente diferente da maneira comum de entender “predestinação”. Foi plano de Deus, desde a eternidade, que todos os seres humanos tivessem salvação em Jesus. O fato de que alguns rejeitem essa salvação não anula a força ou a amplitude da provisão feita. Isso apenas aumenta a tragédia do que significa alguém se perder em face do que foi feito por nós.

Medite na maravilhosa verdade de que, desde a eternidade, o plano de Deus foi que você tivesse salvação. Pense sobre o que isso significa. De que maneira uma verdade como essa deve afetar sua vida?

Terça
Ano Bíblico: Lc 9–11

A provisão de Deus: parte 2

Ao longo da história da salvação, começando com a primeira promessa evangélica (Gn 3:15), por meio do primeiro sistema de sacrifícios (Gn 4:4), da aliança com Abrão (Gn 12:1-3) e dos rituais do santuário israelita (Êx 25:8), tudo devia apontar para Jesus Cristo, e culminar na vida, morte, ressurreição e ministério celestial dEle, a provisão máxima de Deus para resolver o problema do pecado.


Talvez, a gravidade desse problema possa ser melhor compreendida apenas quando entendemos o que foi exigido (a cruz) para que esse assunto fosse resolvido. Somente a cruz prova a incapacidade da humanidade para resolver o problema do pecado por si mesma. Uma situação extrema exigia uma solução extrema, e a morte de Cristo, Deus carregando em Si mesmo os nossos pecados, é uma medida quase tão extrema quanto se poderia imaginar.


A morte sacrificial de Cristo é apresentada nas Escrituras como uma expiação pelo pecado, ou seja, o meio pelo qual ele é tratado em todas as suas manifestações.

3. Como a morte de Cristo supre a necessidade humana de salvação? Examine essa questão a partir das seguintes perspectivas:

A) Justificação/reconciliação (ser aprovado diante de Deus): Lc 18:9-14; Is 53:4-7; Rm 3:19-24, 28; Zc 3:1-4

B) Santificação/regeneração (viver de modo justo diante de Deus): 1Co 6:8-11; Rm 6:1-8
C) Glorificação (certeza da ressurreição para a vida eterna): Jo 5:24, 25; 1Jo 5:9-13; 1Ts 4:16, 17

Pense mais no fato de que o pecado é tão perverso que foi necessária a morte de Cristo na cruz para nos salvar de seu resultado final, a morte eterna. Manter a cruz sempre diante de nós pode ser um impedimento ao pecado?

Quarta
Ano Bíblico: Lc 12–14

A experiência da salvação: parte 1

O pecador é justificado e reconciliado na base objetiva do sacrifício expiatório de Cristo por todos (Rm 5:6-10). A provisão que Deus fez para a justificação e reconciliação da humanidade consigo mesmo por meio da morte de Cristo necessita, no entanto, ser aplicada à experiência do crente. Não basta apenas ter um conhecimento teórico da justificação. Precisamos experimentar o que ela significa.

4. Atos 2:36-38 e Atos 3:19 apresentam o arrependimento como o início da experiência de salvação dos pecadores. Como a natureza do arrependimento como um sentimento de tristeza nos ajuda a conectar a experiência de justificação com a morte de Cristo?

Considere o seguinte comentário: “Coisa alguma atinge tão profundamente a alma quanto a sensação do amor perdoador de Cristo. Quando os pecadores contemplam esse insondável amor divino, exposto na cruz, recebem a mais poderosa motivação possível para arrepender-se. Essa é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento (Rm 2:4)” (Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Nisto Cremos, Casa Publicadora Brasileira, 2010, p. 152).

5. Qual é o papel da fé na experiência da justificação? Rm 3:23-25; Ef 2:8

A Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus (Rm 10:17). Vimos também que, contemplar o amor de Cristo motiva a pessoa ao arrependimento. Portanto, o arrependimento não é prerrogativa especial de uns poucos privilegiados. Em vista desses fatos, a importância do estudo e da contemplação da Palavra de Deus na experiência da justificação deve ser enfatizada.


É a bondade de Deus que conduz ao arrependimento e à justificação. Assim, se eu me arrepender do pecado e experimentar a justificação, Deus é o único que deve receber o crédito. Salvação, portanto, é verdadeiramente um dom da graça divina, pois, na verdade, é pela graça mediante a fé que somos salvos (Ef 2:8).

Quais são algumas maneiras tangíveis e práticas pelas quais você pode encher seu coração e mente com a bondade de Deus, especialmente quando você pensa no que Ele fez por você e nas coisas das quais Ele o poupou?

Quinta
Ano Bíblico: Lc 15–17

A experiência da salvação: parte 2

A experiência da justificação coloca na vida do crente realidades espirituais que dão início a mudanças na vida. Na justificação, o pecador é perdoado (Lc 7:47; Ef 1:7; Rm 4:7), absolvido das acusações de pecado, considerado justo (Rm 5:16, 18; Rm 8:1), e recebe o dom de uma nova vida (Ef 2:1-5; 2Co 5:17).


A base dessa nova experiência é a realidade de que, não importa nosso passado, podemos ser perdoados, absolvidos e purificados diante de Deus.


A morte de Cristo cobre todos os pecados. Não importa se o seu coração o condene (1Jo 3:20), quando você se entrega a Cristo, pela fé, e aceita Sua vida perfeita em lugar de seu “trapo da imundícia” (Is 64:6), você é coberto com a justiça de Cristo. A vida perfeita dEle é creditada a você como se fosse sua.


A questão é: Como uma coisa assim pode acontecer a uma pessoa e não haver uma mudança radical? Essa mudança, ou “novo nascimento”, é parte essencial da experiência de salvação.

6. Com base nos parágrafos acima, escolha a resposta certa: O que é justificação?


A) Atribuição de justiça com base no desempenho espiritual pessoal.


B) Atribuição de justiça com base na graça de Deus associada ao esforço humano.


C) A experiência de ser perdoado, absolvido e considerado justo, pela fé no sangue de Cristo.

D) O presente de Deus aos que já nasceram com propensão para o bem.

7. Com base nos parágrafos acima, marque “f” para falso e “v” para verdadeiro:

Na prática, como experimentamos a justificação?


A) Praticando a justiça para impressionar a Deus e aos outros. ( )


B) Entregando o coração a Cristo e aceitando, pela fé, Sua perfeição em lugar da nossa impureza. (  )


C) Estando em Cristo e andando de acordo com o Espírito. ( )


D) Fazendo minha parte para completar a obra iniciada por Deus. ( )

A experiência do perdão acaba com a vulnerabilidade do pecador à ira de Deus e afasta as barreiras à reconciliação e à comunhão entre Deus e os seres humanos. Uma nova vida se abre para o pecador, que tem o privilégio de viver em comunhão com Cristo, sob a direção e orientação do Espírito Santo.


O arrependimento é o pré-requisito para entrar na experiência do perdão e da justificação, e vem acompanhado da confissão e batismo (At 2:38; 1Jo 1:9).

Onde você estaria se não pudesse confiar na promessa, a cada momento, de que sua aceitação diante de Deus está fundamentada no que Jesus fez por você, e não em si mesmo nem em seu desempenho e obediência à lei?

Sexta
Ano Bíblico: Lc 18–20


Estudo adicional

Leia de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19-26: “Deus conosco”; Ivan T. Blazen, “Salvation” [Salvação], p. 271-313, em Raoul Dederen (editor), Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia].


“O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação ‘do mistério que desde tempos eternos esteve oculto’ (Rm 16:25, RC). Foi um desdobramento dos princípios que têm sido, desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. [...] Deus não ordenou a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a terrível emergência. Tão grande era Seu amor pelo mundo, que concertou entregar Seu Filho unigênito ‘para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna’” (Jo 3:16, RC; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 22).

Perguntas para reflexão


1. O pecado é tão perverso que exigiu a morte do próprio Criador para resolvê-lo. O que a cruz nos revela sobre nossa total incapacidade para nos salvarmos? O que poderíamos acrescentar ao que já foi feito por nós?


2. Alguns acreditam no que é chamado de “expiação subjetiva”, a ideia de que nada a respeito da cruz mudou nossa posição diante de Deus. Pelo contrário, o objetivo da cruz foi, dizem eles, mudar nossa atitude a respeito de Deus, nada mais. Qual é a terrível deficiência dessa teologia? Como poderíamos entender o problema do pecado, se fosse necessário apenas um “ajuste de atitude”, da nossa parte, para resolver essa questão?


3. É possível ter muito conhecimento sobre a salvação e ainda não experimentá-­la? O que você acha do comentário de Ellen G. White de que “a consagração a Deus precisa ser uma questão viva e prática; não uma teoria sobre que se fale, mas um princípio entrelaçado em toda a nossa vida”? (Nossa Alta Vocação, [Meditações Matinais 1962], p. 241). Como podemos viver, na prática, a experiência da salvação?


4. Pense no papel da salvação no contexto do grande conflito. Por que Satanás quer impedir tantas pessoas quanto possível de alcançar a salvação em Jesus? Que meios ele usa contra nós, e como podemos nos proteger contra eles?

Respostas sugestivas: 1. Deus conhece a maldade e o engano do coração humano; o pecado afetou toda a humanidade; o pecado traz morte; o homem é corrupto, ganancioso e mentiroso, inclusive no mundo religioso. 2. Antes dos tempos eternos, Deus planejou e prometeu vida eterna; Ele nos escolheu para a salvação antes da fundação do mundo, por meio de Cristo. 3. (A) Justificação: O Justo morreu pelos injustos e oferece Sua justiça aos que creem; (B) Santificação: O batismo simboliza a morte para o pecado e o renascimento para uma vida de santificação, pelo poder do Cristo que morreu para nos salvar. (C) Glorificação: Quem crê no Filho que morreu por nós tem a vida; na volta de Jesus, os mortos ressuscitarão e os vivos serão glorificados. 4. Quando pensamos no sofrimento e morte de Cristo, por causa dos nossos pecados, nos arrependemos, confessamos nossas faltas e recebemos a justiça de Deus. 5. Somos justificados pela graça e pelo sangue de Cristo, mediante a fé. 6. A resposta certa é a letra C. 7. As letras B e C são verdadeiras.


ESCOLA SABATINA







Resumo da lição 4 – Salvação: a única solução


O aluno deverá:


Conhecer: Esboçar tanto os resultados devastadores do pecado como a solução que Deus lhe deu.


Sentir: A bondade e a grandeza do amor redentor de Cristo e do perdão, da justificação e restauração que Ele torna possível.


Fazer: Arrepender-se e experimentar a nova vida que vem com a aceitação do sacrifício de Cristo.

Esboço do aprendizado


I. Conhecer: Problema grande, Solução maior ainda


A. Como o pecado mudou a natureza humana e a vida neste mundo, bem como no Universo?


B. Qual foi a solução de Deus para o pecado? Quando, no curso da história eterna, foi provida essa solução, e que poder tem para resolver o problema?


II. Sentir: bondade irresistível


A. Por que é importante que cada seguidor de Cristo reconheça em base diária sua grande necessidade como pecador?


B. Por que também é importante refletir em base diária no que Cristo fez em favor do pecador ao morrer na cruz?


C. Como a aceitação do amoroso sacrifício de Deus e aceitação do perdão, justificação e restauração que Ele torna possível transforma o coração humano?


III. Fazer: Arrepender-se e crer


A. O que Deus pede que o pecador faça em resposta ao sacrifício de Cristo?


B. Como o pecador pode ter a certeza da salvação?

Resumo: Sem um Salvador, teríamos que enfrentar a destruição eterna por causa do pecado. No entanto, Deus providenciou uma solução perfeita e abrangente por meio do sacrifício de Cristo, que, se for aceita, oferece perdão, justificação e restauração.

Ciclo do aprendizado


MOTIVAÇÃO

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Pela morte de Cristo na cruz, Deus providenciou a solução final e única para o problema do pecado. Sem essa solução divina, não há maneira de sair do pecado.

Só para o professor: Das muitas questões que confrontam a existência humana, uma das mais intrigantes é: "Quem sou eu? " (2Sm 7:18, NVI). O mundo, em todas as suas confusões, ora nos tenta a nos exaltarmos, ora a nos mergulhar em profundo desespero. Qual é o problema com qualquer uma das respostas do mundo, e qual é a solução? Nossa lição desta semana vai tratar dessa questão.

Atividade de abertura: Quem sou eu? Muitas respostas são possíveis, mas consideraremos quatro. Primeiro, o filósofo diz: "A vida não questionada não vale a pena viver. Conhecimento é poder, e é o poder que me faz ou me quebra." Segundo, a "pessoa primitiva” responde em termos de identificação tribal. Minha segurança está no meu grupo, ninguém mais importa." O problema com o primitivismo é que ele nunca sai da caverna do interesse próprio. Terceiro, pense no "mundano". No universo do mundano, minha identidade, seja nos negócios, na política ou na profissão sou eu mesmo. O Poder se torna meu foco. Na sentença dA vida, o sujeito sou "eu", o verbo é "sou", e o objeto é "eu". Eu sou eu. Nada mais importa.


Nenhuma dessas respostas será suficiente. Assim, voltamos à cruz. Não vemos nossa condição: um pecador procurado por Deus. Na cruz, o pecador vê duas pessoas: "O Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim" (Gl 2:20). O Filho e eu. Com essa perspectiva, posso afirmar que não sou um acidente cósmico neste Universo. Não sou o clímax de um processo evolutivo. Não sou a engrenagem de uma máquina gigante, movendo-se em um ciclo sem sentido. Sou um filho de Deus que se desviou.

Comente: Por que a resposta mais satisfatória para a condição humana só pode ser alcançada se for  estudada à luz do afastamento da cruz e do retorno a ela?

Compreensão

Só para o professor: A Bíblia descreve o ato de "desgarramento" como pecado, afastamento da vontade de Deus, rebelião contra Sua lei, rejeição a Suas legítimas reivindicações e auto afirmação. Tendo o Céu como ponto de partida e o pecado como o fio de prumo que nos desvia desse ideal, essa descida tem uma dimensão vertical. O "desgarramento" também traz uma ruptura horizontal dos relacionamentos – ruptura na família e na comunidade, expressa em forma de atos de orgulho, crueldade, inveja e outros semelhantes. Conduza a classe a uma discussão geral sobre as dimensões verticais e horizontais do pecado.

Comentário Bíblico

Resumo: As formas de lidar com o pecado são variadas. Alguns negam o pecado. Outros consideram o pecado um simples acidente biológico, um acidente sociológico, ou um subdesenvolvimento psicológico. Outros ainda o tratam como uma deficiência moral ou privação econômica. Mas que diz a Bíblia? A lição desta semana aponta para a natureza do pecado, mostra o que Deus tem feito com ele e o que precisamos fazer.

I. O pecado: sua natureza e essência


(Leia ​​com a classe Romanos 7:23-25.)

O pecado é uma intromissão. A Bíblia começa descrevendo o pecado como uma intromissão na perfeita criação de Deus, surgida com a escolha de nossos primeiros pais de lançar sua sorte ao lado de Satanás, em oposição ao lado de Deus (Gênesis 3). A Bíblia termina com o juízo de Deus destruindo o pecado e Satanás e criando um novo Céu e uma nova Terra (Ap 20:11-15, 21:1-5). Entre a abertura e o fechamento, a Bíblia narra a história do pecado da forma como é evidenciado na vida das pessoas e das nações.

O pecado é rebelião contra Deus. No Céu, o pecado começou com a rebelião de Lúcifer contra Deus (Is 14:12-15; Jo 8:44). Na Terra, ela começou com a desobediência de Adão e Eva (Gn 3; Rm 5:12). "O pecado é a transgressão da lei" (1Jo 3:4). Assim, o pecado não é simplesmente um ato ilícito, como avançar um sinal vermelho, mas uma revolta real contra Deus (Sl 51:4; Is 1:2). Além disso, é também a recusa de se submeter a Ele (Rm 8:7) e a escolha de viver em inimizade com Ele (Rm 5:10; Cl 1:21).

O pecado é universal e leva à morte. "Todos pecaram", e todos estão sujeitos à morte (Rm 3:23, 6:23). Isaías dá um prognóstico sombrio da depravação humana: "A cabeça toda está ferida, todo o coração está sofrendo. Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são" (Is 1:5-7, NVI). O significado é claro: toda a pessoa, física, mental, espiritual, emocional, está poluída pelo o pecado (Rm 1:23-25;7:23-25; 5:8, 12) e, conosco, toda a criação geme sob o peso do mal (Rm 8:22). Assim, uma humanidade depravada, uma comunhão distante e uma natureza que geme são testemunhas de um Universo em batalha com as forças do pecado.

Pense nisto: Pecado não é simplesmente revolta, é uma recusa e uma escolha. O que recusamos quando escolhemos o pecado? Em que medida o pecado poluiu a humanidade, e qual é a única cura?

II. Pecado: o que Deus fez?


(Leia com a classe João 3:16.)

Em um texto poderoso, a Bíblia resume o que Deus fez para lidar com o problema do pecado: " “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16, NVI). O ato de Deus dar Seu Filho para morrer na cruz não foi um acidente nem uma decisão tardia. Ele foi concebido em Sua mente "antes da fundação do mundo" (Ef 1:4-7).


A provisão de Deus para o problema do pecado é ao mesmo tempo redentora e cirúrgica. É redentora no sentido de que Deus proveu a redenção da humanidade do pecado pela cruz de Cristo, que reconcilia Deus com o ser humano (2Co 5:19). É cirúrgica no sentido de que aguarda uma hora final em que o pecado e seus resultados serão completamente extirpados da Terra, dando lugar à criação de "novos céus e nova terra" (Is 65:17).

Pense nisto: Como a cruz revela ao Universo tanto a verdadeira maldição do pecado como o verdadeiro sentido da vida?

III. Pecado: O que precisamos fazer


(Leia com a classe Efésios 2:8.)

Por nós mesmos, não podemos fazer nada para nos salvar. A doutrina de que podemos salvar a nós mesmos por meio de boas obras ou rituais é tão antiga quanto o próprio pecado. A cruz, e não a folha da figueira, é a solução para o problema. "O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras, e que jaz à base de toda religião pagã. ... Implantara-o Satanás. Onde quer que seja mantido, os homens não têm barreira contra o pecado" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p 35, 36).


Só Cristo é nosso Redentor. Esta declaração não é resultado de arrogância ou orgulho espiritual ou doutrinário, mas é um reconhecimento da singularidade do que aconteceu na cruz. O caminho escolhido por Deus para lidar com o pecado, pela manifestação de Sua graça, custou a vida de Seu Filho. "Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. "Pelas Suas pisaduras fomos sarados" (Is. 53:5; O Desejado de Todas as Nações, p. 25).


Assim, deve-se notar que o amor e a graça de Deus tornaram possível nossa salvação por meio da cruz (Jo 3:16: Rm 1:16: Ef 2:8; Tt 2:11). Nossa parte é crer e aceitar o que Deus fez em Cristo. Como pecadores, tudo o que precisamos fazer é ir com fé para a cruz. Ali, devemos ver nEle nosso substituto. Devemos nos arrepender de nossos pecados e reconhecer que Ele morreu por nós (Mc 1:15; At 3:19; 16:31; Rm 5:8, 14:15). Pela fé nEle, temos o perdão dos pecados e a redenção (Ef 1:7, 8), justificação (Gl 2:16) e "justiça, e santificação, e redenção" (1Co 1:30). Nada que seja essencial a uma nova vida é negado, e nos tornamos filhos de Deus (Rm 8:14). Recebemos o dom da vida eterna (Rm 5:21, 6:23, 1Jo 2:25).

Pense nisto: Por que a doutrina da salvação pelas obras é tão perigosa? Como procura minar a teologia da cruz, de que podemos ser salvos unicamente por Cristo?

Aplicação
Só para o professor: Toda religião exige que seus seguidores façam o bem, quer como meio de alcançar a salvação, quer para escapar de um ciclo ou dois no processo de reencarnação. Mas, no cristianismo, a salvação não pode ser adquirida por meio de obras. Ellen G. White escreve que o manto de justiça, “tecido no tear do Céu, não tem em si um único segmento de concepção humana." (Parábolas de Jesus, p. 311). Em Cristo, Deus nos aceita como somos, perdoa nossos pecados, nos habilita a fazer o bem e nos adota como Seus filhos.

Perguntas de aplicação


1. Como você pode tornar essa cruz o centro de sua vida?


2. Qual é a responsabilidade dos filhos de Deus para com Seus outros filhos, dentro e fora do redil de salvação?

Criatividade

Só para o professor: A experiência redentora torna possível termos uma mente transformada, que pode considerar a vida e seu entorno a partir de uma perspectiva holística, de conformidade com o plano original de Deus.

Atividade: Tendo em vista essa experiência redentora, como você vai se relacionar com aqueles que estão ao seu redor – seu vizinho que tem uma fé diferente, seu colega de trabalho, que muitas vezes parece desagradável, e aqueles que discordam de você em cultura, política ou raça?


COMENTÁRIOS

Lição 4 – Salvação: a única solução



Por Otoniel de Lima Ferreira, D.Min.
Professor de Evangelismo e Crescimento de Igreja.
SALT, IAENE

Introdução


 “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).


Esse texto mostra a grandeza do coração de Deus, a ponto de levá-Lo a entregar Seu único Filho para morrer em favor da humanidade. NEle está a salvação para o pecador. Cristo afirma: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (vida abundante e com propósito; Jo 10:10, NVI). Então, surge a pergunta: “Por que a maioria das pessoas não está experimentando essa “vida abundante”? Na verdade, todos têm o direito à vida, mas nem todos creem em Jesus. Só recebe essa vida abundante, ou seja, a salvação, aqueles que nEle creem. O dever do cristão é crer e apresentar essa crença a todos aqueles que ainda não conhecem Jesus.


No livro O que é Salvação, de Hans La Rondelle, se encontra a seguinte declaração: Salvação, no contexto bíblico, “é uma experiência de fé que redime noss passado, enche de gozo nosso presente e aguarda com esperança um futuro glorioso” (p. 8). Gosto dessa definição, pois diz exatamente o que a salvação causa no coração do cristão. Na verdade, a salvação está disponível a nós, porém é necessário crer.
Embora seja necessário crer em Jesus para a salvação, isso não é tudo. A Bíblia diz que o diabo também crê em Deus, e estremece:“Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” (Tg 2:19, RC). O diabo crê, estremece, mas não obedece. O cristão precisa crer, estremecer e obedecer. De nada adiantará crer e não obedecer, pois assim não haverá diferença entre o cristão e o maligno.

A extensão do problema


Infelizmente, o problema do pecado não se restringiu aos primeiros habitantes da Terra, mas se propagou com os filhos do casal. O fato de Caim ter matado seu irmão Abel, foi uma extensão trágica do pecado de Adão e Eva que, com certeza, sofreram muito com a morte do filho. Da mesma forma que Deus havia sofrido com a desobediência de seu filho Adão, ele sofreu com a perda de seu filho Abel e com a desobediência de seu filho Caim. Todas as vezes que cometemos pecados devemos estar cientes de que as consequências irão além do que imaginamos. Outras pessoas sofrerão como consequência de meu pecado. Por exemplo: Se um homem comete adultério, várias pessoas serão prejudicadas. Em primeiro lugar, a pessoa traída vai sentir mágoa, rancor e desprezo. E se desse adultério vem a ocorrer o nascimento de uma criança, ela vai crescer sem a presença do pai, gerando uma deficiência na formação do caráter e na educação. Outra consequência é que o pai terá que pagar uma pensão, tendo assim que sustentar duas famílias. O filho cresce desestruturado e forma outra família com as mesmas características, gerando uma extensão do problema que se repete a cada geração.


A consequência final do pecado é a morte eterna. Na carta aos romanos, o apóstolo Paulo declarou que "o salário do pecado é a morte”(6:23). Ele também afirmou: “Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5:12). Esses dois textos mencionados acima nos deixam totalmente perdidos e sem esperança. Pelo fato de Adão ter pecado e recebido a sentença da morte, restou para todos os seres humanos essa triste herança.
Parece que não há solução para o problema que se estende a todas as pessoas. O que nos alegra é que o mesmo texto citado acima diz que “...o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). Jamais devemos cessar de dar glórias a Deus por Seu ato de morrer em nosso lugar. Jamais devemos deixar de amar esse Deus maravilhoso que nos ama e nos restaura. Jamais devemos deixar de pregar sobre esse amor que salva, transforma e liberta o ser humano da escravidão do pecado.

A provisão de Deus   

      
Quando se sente os efeitos do pecado, um sentimento de impotência e fragilidade toma conta do pecador, que não vê nenhuma saída pela qual possa ser liberto. Porém, Deus, em Sua infinita bondade, proveu um plano de salvação, cujo propósito é: “Todo aquele que nEle [Jesus] crê não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).


De acordo com a Bíblia, esse plano foi instituído bem antes de o homem pecar. Por isso o chamamos de a provisão de Deus. Tito declarou: “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt 1:2). A Palavra de Deus ainda declara: Também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em caridade; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade” (Ef 1:3-5). O Comentário Bíblico Adventista comenta: “Paulo aqui estava expressando um pensamento semelhante concernente à igreja, ou o Israel espiritual. Isto é uma eleição geral dos fiéis e não uma eleição individual. O termo usado, nEle, quer dizer que Cristo é a esfera em que a escolha deve ser feita, porque toda vida espiritual é centralizada nEle”. E ainda: “Uma pessoa vindo a Cristo é escolhida para ser salva da mesma forma que uma pessoa que decide participar de um coral é escolhida para cantar”1 (The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 6, ed. Francis D. Nichol; Review and Herald Publishing Association, 1980, 998).


A maior provisão de Deus para o ser humano foi ter enviado Seu Filho para morrer em nosso lugar. Na verdade, a morte de Cristo supre a necessidade humana de salvação pela justificação, reconciliação com Deus e santificação e glorificação, o que motiva o cristão a viver de acordo com a vontade de Deus, aguardando um futuro glorioso.


Devemos glorificar o nome de Deus todos os dias pelo fato de termos recebido do Pai a provisão necessária para viver neste mundo e no mundo por vir. Louvemos a Deus pelo fato de termos direito à salvação, mesmo sem merecermos. Louvemos ao Senhor porque, pela presença do Espírito Santo, somos guiados na jornada da vida cristã e no processo da santificação.

A experiência da salvação

Em uma reunião da Escola Sabatina, um professor  declarou que é muito difícil saber quando se está salvo. “Eu mesmo não tenho certeza da salvação”, disse ele. Na verdade, essa dúvida está no coração de muitos membros da igreja.


Você tem certeza da salvação? Você já experimentou o prazer de ser salvo? Existe um hino no Hinário Adventista que exemplifica a experiência da salvação:


“Que prazer é ser de Cristo, nEle crer e confiar,


Aceitar os Seus ensinos, Sua paz e amor gozar!
CORO:


Cristo! Cristo! Já confio em Teu nome, em Teu poder.
Cristo! Cristo, bem-amado, faze em mim a fé crescer.
Oh, que bênção crer em Cristo, crer no sangue que verteu!
Pois os meus pecados todos sepultou e os esqueceu!
Oh, quão bom é crer em Cristo, ter certeza do perdão!
Receber de Cristo mesmo, vida, paz e salvação.
Sim, feliz eu sou em Cristo, dEle aqui desejo ser;
Quero, pois, humildemente, ao Senhor obedecer.


(Hinário Adventista, 271).


Estar feliz com Cristo e ter prazer em obedecer-Lhe, cumprindo o propósito de Deus para nossa vida, deve ser, com certeza, a alegria da salvação. Uma das maiores alegrias expressas por Paulo tem ver com a salvação de outras pessoas. Paulo tinha um profundo desejo de salvar seus compatriotas israelitas. Ele expressou esse desejo em Romanos 9:1-4: “Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas” (Rm 9:1-4).


Embora esse forte interesse por parte do apóstolo não tenha obtido muito resultado, vemos sua preocupação sempre expressa em sua vida de oração: “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação”2 (Rm 10:1). Em minha opinião, a alegria da salvação está no fato de salvar outros. “Mais bem-aventurado é dar do que receber” (At 20:35). Seria muito egoísmo de nossa parte receber de graça o dom da salvação e não repartir com aqueles que ainda não a têm. Ninguém é tão pobre que não possa compartilhar, nem tão rico que não possa receber. “De graças recebestes, de graça dai” (Mt 10:8).

Conclusão


Nossa oração deve ser: Senhor, “guia-me na Tua verdade e ensina-me, pois Tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia” (Sl 25:5). Há prazer em servir a Cristo, especialmente quando você faz isso por amor. Nosso lema deveria ser: “Paixão por Deus, paixão pelas pessoas, paixão em servir”. Nossa única salvação está em Cristo Jesus, nossa Rocha.

1.The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 6, ed. Francis D. Nichol (Review and Herald Publishing Association, 1980), p. 998.
2. John F. MacArthur, Jr., Alone With God, MacArthur Study Series (Wheaton, IL: Victor Books, 1995), p. 134.