NOVO TEMPO - Lições da Bíblia
Lição 4 de 20 a 27 de outubro
Salvação: a única solução
Sábado à tarde
|
Ano Bíblico: Lc 1, 2
|
VERSO PARA MEMORIZAR: “Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo
o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
Pensamento-chave: O
problema do pecado é muito grande. Devemos ser muito gratos porque a solução
foi grande o suficiente para resolvê-lo.
O “problema do pecado” se refere à
crise provocada pela queda de Adão e Eva no Jardim do Éden, que trouxe para a
Terra o grande conflito entre o bem e o mal. A parte de Deus no conflito é
conter e, finalmente, eliminar os efeitos deletérios do pecado, não apenas na
Terra, mas sobre a criação como um todo. A ação divina de resgatar a criação
dos resultados destrutivos do pecado constitui a doutrina da salvação. E embora
essa batalha, pelo menos em termos de salvação, seja realizada na Terra, o tema
do grande conflito nos mostra que as questões são, literalmente, universais.
É claro, a doutrina da salvação primeiramente diz respeito a Deus e Sua obra de
nos salvar. Mas a humanidade também tem um papel muito importante. Sim, Deus
fez uma provisão incrível para a salvação da humanidade. Nossa participação
fundamental é responder à seguinte questão: qual será nossa resposta a essa
provisão? Na verdade, o destino eterno das pessoas depende dessa resposta.
Domingo
|
Ano Bíblico: Lc 3–5
|
A extensão do problema
Visto que a salvação é a solução
de Deus para o problema criado pelo pecado, a extensão dos danos do pecado
determina a área de atuação dessa solução. O plano de divino não seria uma
solução se não fosse capaz de resolver o problema do pecado, não importando o
tamanho desse problema.
1. O que os textos a seguir revelam sobre a extensão do problema do
pecado? Você tem sofrido com esse problema ou tem percebido a realidade
descrita nesses textos?
Quem entre nós não conheceu
profunda, pessoal e dolorosamente quanto é perverso o problema do pecado?
Enfrentamos a cada momento a realidade do pecado e seus efeitos. Todos os
aspectos da existência humana neste planeta estão em grande parte dominados
pela realidade do pecado. Da política aos recessos mais íntimos do coração
humano, o pecado contaminou a humanidade. É tão perverso que, sem a solução
divina, não haveria saída. Devemos ser muito gratos porque a solução foi dada.
É chamada de “plano da salvação”, e seu propósito é resolver o problema do
pecado.
Segunda
|
Ano Bíblico: Lc 6–8
|
A provisão de Deus: parte 1
Os efeitos do pecado não esperaram
por um “período de carência.” Seus resultados foram imediatos e exigiram
atenção imediata. Por isso, era necessário que algum tipo de provisão estivesse
estabelecido quando o pecado se manifestasse. Ellen G. White expressou isso de
modo muito claro: “Tão logo o pecado passou a existir, havia um Salvador.
Cristo sabia que teria que sofrer, mas Se tornou substituto do homem. Tão logo
Adão pecou, o Filho de Deus Se apresentou como garantia para a humanidade, com
tanto poder para impedir a condenação pronunciada sobre o culpado como quando
morreu na cruz do Calvário” (Comentários de Ellen G. White, Seventh Day
Adventist Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 1, p. 1.084).
2. O que os textos a seguir dizem sobre o plano da salvação e o tempo
em que ele foi estabelecido? Que grande esperança e promessa podemos encontrar
neles?
Pense nas implicações desses
textos. O que eles estão dizendo? Basicamente, desde a eternidade, provisões
foram feitas por Deus para resolver o problema do pecado. Embora Deus não tenha
predestinado a existência dele (se tivesse, seria o responsável pelo mal, uma
ideia terrível e blasfema), Ele sabia que o pecado existiria. Por isso, na
eternidade passada, Ele fez uma provisão para enfrentá-lo.
Essa é a predestinação bíblica, radicalmente diferente da maneira comum de
entender “predestinação”. Foi plano de Deus, desde a eternidade, que todos os
seres humanos tivessem salvação em Jesus. O fato de que alguns rejeitem essa
salvação não anula a força ou a amplitude da provisão feita. Isso apenas
aumenta a tragédia do que significa alguém se perder em face do que foi feito
por nós.
Medite na maravilhosa verdade de
que, desde a eternidade, o plano de Deus foi que você tivesse salvação. Pense
sobre o que isso significa. De que maneira uma verdade como essa deve afetar
sua vida?
Terça
|
Ano Bíblico: Lc 9–11
|
A provisão de Deus: parte 2
Ao longo da história da salvação,
começando com a primeira promessa evangélica (Gn
3:15), por meio do primeiro sistema de sacrifícios (Gn
4:4), da aliança com Abrão (Gn
12:1-3) e dos rituais do santuário israelita (Êx
25:8), tudo devia apontar para Jesus Cristo, e culminar na vida, morte,
ressurreição e ministério celestial dEle, a provisão máxima de Deus para
resolver o problema do pecado.
Talvez, a gravidade desse problema possa ser melhor compreendida apenas quando
entendemos o que foi exigido (a cruz) para que esse assunto fosse resolvido.
Somente a cruz prova a incapacidade da humanidade para resolver o problema do
pecado por si mesma. Uma situação extrema exigia uma solução extrema, e a morte
de Cristo, Deus carregando em Si mesmo os nossos pecados, é uma medida quase
tão extrema quanto se poderia imaginar.
A morte sacrificial de Cristo é apresentada nas Escrituras como uma expiação
pelo pecado, ou seja, o meio pelo qual ele é tratado em todas as suas
manifestações.
3. Como a morte de Cristo supre a necessidade humana de salvação?
Examine essa questão a partir das seguintes perspectivas:
A)
Justificação/reconciliação (ser aprovado diante de Deus): Lc
18:9-14; Is
53:4-7; Rm
3:19-24, 28; Zc
3:1-4
Pense mais no fato de que o pecado
é tão perverso que foi necessária a morte de Cristo na cruz para nos salvar de
seu resultado final, a morte eterna. Manter a cruz sempre diante de nós pode
ser um impedimento ao pecado?
Quarta
|
Ano Bíblico: Lc 12–14
|
A experiência da salvação: parte 1
O pecador é justificado e
reconciliado na base objetiva do sacrifício expiatório de Cristo por todos (Rm
5:6-10). A provisão que Deus fez para a justificação e reconciliação da
humanidade consigo mesmo por meio da morte de Cristo necessita, no entanto, ser
aplicada à experiência do crente. Não basta apenas ter um conhecimento teórico
da justificação. Precisamos experimentar o que ela significa.
4. Atos
2:36-38 e Atos
3:19 apresentam o arrependimento como o início
da experiência de salvação dos pecadores. Como a natureza do arrependimento
como um sentimento de tristeza nos ajuda a conectar a experiência de
justificação com a morte de Cristo?
Considere o seguinte comentário:
“Coisa alguma atinge tão profundamente a alma quanto a sensação do amor
perdoador de Cristo. Quando os pecadores contemplam esse insondável amor
divino, exposto na cruz, recebem a mais poderosa motivação possível para
arrepender-se. Essa é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento (Rm
2:4)” (Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo
Dia, Nisto Cremos, Casa Publicadora Brasileira, 2010, p. 152).
A Bíblia diz que a fé vem pelo
ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus (Rm
10:17). Vimos também que, contemplar o amor de Cristo motiva a pessoa ao
arrependimento. Portanto, o arrependimento não é prerrogativa especial de uns
poucos privilegiados. Em vista desses fatos, a importância do estudo e da
contemplação da Palavra de Deus na experiência da justificação deve ser
enfatizada.
É a bondade de Deus que conduz ao arrependimento e à justificação. Assim, se eu
me arrepender do pecado e experimentar a justificação, Deus é o único que deve
receber o crédito. Salvação, portanto, é verdadeiramente um dom da graça
divina, pois, na verdade, é pela graça mediante a fé que somos salvos (Ef
2:8).
Quais são algumas maneiras
tangíveis e práticas pelas quais você pode encher seu coração e mente com a
bondade de Deus, especialmente quando você pensa no que Ele fez por você e nas
coisas das quais Ele o poupou?
Quinta
|
Ano Bíblico: Lc 15–17
|
A experiência da salvação: parte 2
A experiência da justificação
coloca na vida do crente realidades espirituais que dão início a mudanças na
vida. Na justificação, o pecador é perdoado (Lc
7:47; Ef
1:7; Rm
4:7), absolvido das acusações de pecado, considerado justo (Rm
5:16, 18; Rm
8:1), e recebe o dom de uma nova vida (Ef
2:1-5; 2Co
5:17).
A base dessa nova experiência é a realidade de que, não importa nosso passado,
podemos ser perdoados, absolvidos e purificados diante de Deus.
A morte de Cristo cobre todos os pecados. Não importa se o seu coração o
condene (1Jo
3:20), quando você se entrega a Cristo, pela fé, e aceita Sua vida perfeita
em lugar de seu “trapo da imundícia” (Is
64:6), você é coberto com a justiça de Cristo. A vida perfeita dEle é
creditada a você como se fosse sua.
A questão é: Como uma coisa assim pode acontecer a uma pessoa e não haver uma
mudança radical? Essa mudança, ou “novo nascimento”, é parte essencial da
experiência de salvação.
6. Com base nos parágrafos acima, escolha a resposta certa: O que é
justificação?
A) Atribuição de justiça com base no desempenho espiritual pessoal.
B) Atribuição de justiça com base na graça de Deus associada ao esforço humano.
C) A experiência de ser perdoado, absolvido e considerado justo, pela fé no
sangue de Cristo.
D) O presente de Deus aos que já
nasceram com propensão para o bem.
7. Com base nos parágrafos acima, marque “f” para falso e “v” para
verdadeiro:
Na prática, como experimentamos a justificação?
A) Praticando a justiça para impressionar a Deus e aos outros. ( )
B) Entregando o coração a Cristo e aceitando, pela fé, Sua perfeição em lugar
da nossa impureza. ( )
C) Estando em Cristo e andando de acordo com o Espírito. ( )
D) Fazendo minha parte para completar a obra iniciada por Deus. ( )
A experiência do perdão acaba com
a vulnerabilidade do pecador à ira de Deus e afasta as barreiras à
reconciliação e à comunhão entre Deus e os seres humanos. Uma nova vida se abre
para o pecador, que tem o privilégio de viver em comunhão com Cristo, sob a
direção e orientação do Espírito Santo.
Onde você estaria se não pudesse
confiar na promessa, a cada momento, de que sua aceitação diante de Deus está
fundamentada no que Jesus fez por você, e não em si mesmo nem em seu desempenho
e obediência à lei?
Sexta
|
Ano Bíblico: Lc 18–20
|
Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 19-26: “Deus conosco”;
Ivan T. Blazen, “Salvation” [Salvação], p. 271-313, em Raoul Dederen (editor),
Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do
Sétimo Dia].
“O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da
queda de Adão. Foi a revelação ‘do mistério que desde tempos eternos esteve
oculto’ (Rm 16:25, RC). Foi um desdobramento dos princípios que têm sido, desde
os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. [...] Deus não ordenou
a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a
terrível emergência. Tão grande era Seu amor pelo mundo, que concertou entregar
Seu Filho unigênito ‘para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a
vida eterna’” (Jo 3:16, RC; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 22).
Perguntas para reflexão
1. O pecado é tão perverso que exigiu a morte do próprio Criador para
resolvê-lo. O que a cruz nos revela sobre nossa total incapacidade para nos
salvarmos? O que poderíamos acrescentar ao que já foi feito por nós?
2. Alguns acreditam no que é chamado de “expiação subjetiva”, a ideia de que
nada a respeito da cruz mudou nossa posição diante de Deus. Pelo contrário, o
objetivo da cruz foi, dizem eles, mudar nossa atitude a respeito de Deus, nada
mais. Qual é a terrível deficiência dessa teologia? Como poderíamos entender o
problema do pecado, se fosse necessário apenas um “ajuste de atitude”, da nossa
parte, para resolver essa questão?
3. É possível ter muito conhecimento sobre a salvação e ainda não experimentá-la?
O que você acha do comentário de Ellen G. White de que “a consagração a Deus
precisa ser uma questão viva e prática; não uma teoria sobre que se fale, mas
um princípio entrelaçado em toda a nossa vida”? (Nossa Alta Vocação,
[Meditações Matinais 1962], p. 241). Como podemos viver, na prática, a experiência
da salvação?
4. Pense no papel da salvação no contexto do grande conflito. Por que Satanás
quer impedir tantas pessoas quanto possível de alcançar a salvação em Jesus?
Que meios ele usa contra nós, e como podemos nos proteger contra eles?
Respostas sugestivas: 1.
Deus conhece a maldade e o engano do coração humano; o pecado afetou toda a
humanidade; o pecado traz morte; o homem é corrupto, ganancioso e mentiroso,
inclusive no mundo religioso. 2. Antes dos tempos eternos, Deus planejou e
prometeu vida eterna; Ele nos escolheu para a salvação antes da fundação do
mundo, por meio de Cristo. 3. (A) Justificação: O Justo morreu pelos injustos e
oferece Sua justiça aos que creem; (B) Santificação: O batismo simboliza a
morte para o pecado e o renascimento para uma vida de santificação, pelo poder
do Cristo que morreu para nos salvar. (C) Glorificação: Quem crê no Filho que
morreu por nós tem a vida; na volta de Jesus, os mortos ressuscitarão e os
vivos serão glorificados. 4. Quando pensamos no sofrimento e morte de Cristo,
por causa dos nossos pecados, nos arrependemos, confessamos nossas faltas e
recebemos a justiça de Deus. 5. Somos justificados pela graça e pelo sangue de
Cristo, mediante a fé. 6. A resposta certa é a letra C. 7. As letras B e C são verdadeiras.
ESCOLA SABATINA
Resumo da lição 4 – Salvação: a
única solução
O aluno deverá:
Conhecer: Esboçar tanto os resultados
devastadores do pecado como a solução que Deus lhe deu.
Sentir: A bondade e a grandeza do amor
redentor de Cristo e do perdão, da justificação e restauração que Ele torna
possível.
Fazer: Arrepender-se e experimentar a nova
vida que vem com a aceitação do sacrifício de Cristo.
Esboço do aprendizado
I. Conhecer: Problema grande,
Solução maior ainda
A. Como o pecado mudou a natureza humana e a vida neste mundo, bem como no
Universo?
B. Qual foi a solução de Deus para o pecado? Quando, no curso da história
eterna, foi provida essa solução, e que poder tem para resolver o problema?
II. Sentir: bondade
irresistível
A. Por que é importante que cada seguidor de Cristo reconheça em base diária
sua grande necessidade como pecador?
B. Por que também é importante refletir em base diária no que Cristo fez em
favor do pecador ao morrer na cruz?
C. Como a aceitação do amoroso sacrifício de Deus e aceitação do perdão,
justificação e restauração que Ele torna possível transforma o coração humano?
III. Fazer: Arrepender-se e
crer
A. O que Deus pede que o pecador faça em resposta ao sacrifício de Cristo?
B. Como o pecador pode ter a certeza da salvação?
Resumo: Sem
um Salvador, teríamos que enfrentar a destruição eterna por causa do pecado. No
entanto, Deus providenciou uma solução perfeita e abrangente por meio do
sacrifício de Cristo, que, se for aceita, oferece perdão, justificação e
restauração.
Ciclo do aprendizado
MOTIVAÇÃO
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Pela morte de Cristo na cruz, Deus
providenciou a solução final e única para o problema do pecado. Sem essa
solução divina, não há maneira de sair do pecado.
Só para o professor: Das
muitas questões que confrontam a existência humana, uma das mais intrigantes é:
"Quem sou eu? " (2Sm 7:18, NVI). O mundo, em todas as suas confusões,
ora nos tenta a nos exaltarmos, ora a nos mergulhar em profundo desespero. Qual
é o problema com qualquer uma das respostas do mundo, e qual é a solução? Nossa
lição desta semana vai tratar dessa questão.
Atividade de abertura: Quem sou eu? Muitas respostas são
possíveis, mas consideraremos quatro. Primeiro, o filósofo diz: "A vida
não questionada não vale a pena viver. Conhecimento é poder, e é o poder que me
faz ou me quebra." Segundo, a "pessoa primitiva” responde em termos
de identificação tribal. Minha segurança está no meu grupo, ninguém mais
importa." O problema com o primitivismo é que ele nunca sai da caverna do
interesse próprio. Terceiro, pense no "mundano". No universo do
mundano, minha identidade, seja nos negócios, na política ou na profissão sou
eu mesmo. O Poder se torna meu foco. Na sentença dA vida, o sujeito sou "eu",
o verbo é "sou", e o objeto é "eu". Eu sou eu. Nada mais
importa.
Nenhuma dessas respostas será suficiente. Assim, voltamos à cruz. Não vemos
nossa condição: um pecador procurado por Deus. Na cruz, o pecador vê duas
pessoas: "O Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por
mim" (Gl
2:20). O Filho e eu. Com essa perspectiva, posso afirmar que não sou um
acidente cósmico neste Universo. Não sou o clímax de um processo evolutivo. Não
sou a engrenagem de uma máquina gigante, movendo-se em um ciclo sem sentido.
Sou um filho de Deus que se desviou.
Comente: Por
que a resposta mais satisfatória para a condição humana só pode ser alcançada
se for estudada à luz do afastamento da cruz e do retorno a ela?
Compreensão
Só para o professor: A
Bíblia descreve o ato de "desgarramento" como pecado, afastamento da
vontade de Deus, rebelião contra Sua lei, rejeição a Suas legítimas
reivindicações e auto afirmação. Tendo o Céu como ponto de partida e o pecado
como o fio de prumo que nos desvia desse ideal, essa descida tem uma dimensão
vertical. O "desgarramento" também traz uma ruptura horizontal dos
relacionamentos – ruptura na família e na comunidade, expressa em forma de atos
de orgulho, crueldade, inveja e outros semelhantes. Conduza a classe a uma
discussão geral sobre as dimensões verticais e horizontais do pecado.
Comentário Bíblico
Resumo: As
formas de lidar com o pecado são variadas. Alguns negam o pecado. Outros
consideram o pecado um simples acidente biológico, um acidente sociológico, ou
um subdesenvolvimento psicológico. Outros ainda o tratam como uma deficiência
moral ou privação econômica. Mas que diz a Bíblia? A lição desta semana aponta
para a natureza do pecado, mostra o que Deus tem feito com ele e o que
precisamos fazer.
I. O pecado: sua natureza e essência
O pecado é uma intromissão. A
Bíblia começa descrevendo o pecado como uma intromissão na perfeita criação de
Deus, surgida com a escolha de nossos primeiros pais de lançar sua sorte ao
lado de Satanás, em oposição ao lado de Deus (Gênesis
3). A Bíblia termina com o juízo de Deus destruindo o pecado e Satanás e
criando um novo Céu e uma nova Terra (Ap
20:11-15, 21:1-5).
Entre a abertura e o fechamento, a Bíblia narra a história do pecado da forma
como é evidenciado na vida das pessoas e das nações.
O pecado é rebelião contra Deus.
No Céu, o pecado começou com a rebelião de Lúcifer contra Deus (Is
14:12-15; Jo
8:44). Na Terra, ela começou com a desobediência de Adão e Eva (Gn
3; Rm
5:12). "O pecado é a transgressão da lei" (1Jo
3:4). Assim, o pecado não é simplesmente um ato ilícito, como avançar um
sinal vermelho, mas uma revolta real contra Deus (Sl
51:4; Is
1:2). Além disso, é também a recusa de se submeter a Ele (Rm
8:7) e a escolha de viver em inimizade com Ele (Rm
5:10; Cl
1:21).
O pecado é universal e leva à
morte. "Todos pecaram", e todos estão sujeitos à morte (Rm
3:23, 6:23).
Isaías dá um prognóstico sombrio da depravação humana: "A cabeça toda está
ferida, todo o coração está sofrendo. Da sola do pé ao alto da cabeça não há
nada são" (Is 1:5-7, NVI). O significado é claro: toda a pessoa, física,
mental, espiritual, emocional, está poluída pelo o pecado (Rm
1:23-25;7:23-25; 5:8, 12)
e, conosco, toda a criação geme sob o peso do mal (Rm
8:22). Assim, uma humanidade depravada, uma comunhão distante e uma
natureza que geme são testemunhas de um Universo em batalha com as forças do
pecado.
Pense nisto: Pecado
não é simplesmente revolta, é uma recusa e uma escolha. O que recusamos quando
escolhemos o pecado? Em que medida o pecado poluiu a humanidade, e qual é a
única cura?
II. Pecado: o que Deus fez?
Em um texto poderoso, a Bíblia
resume o que Deus fez para lidar com o problema do pecado: " “Porque
Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nele
crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16, NVI). O ato de Deus
dar Seu Filho para morrer na cruz não foi um acidente nem uma decisão tardia.
Ele foi concebido em Sua mente "antes da fundação do mundo" (Ef
1:4-7).
A provisão de Deus para o problema do pecado é ao mesmo tempo redentora e
cirúrgica. É redentora no sentido de que Deus proveu a redenção da humanidade
do pecado pela cruz de Cristo, que reconcilia Deus com o ser humano (2Co
5:19). É cirúrgica no sentido de que aguarda uma hora final em que o pecado
e seus resultados serão completamente extirpados da Terra, dando lugar à
criação de "novos céus e nova terra" (Is
65:17).
Pense nisto: Como
a cruz revela ao Universo tanto a verdadeira maldição do pecado como o
verdadeiro sentido da vida?
III. Pecado: O que precisamos fazer
Por nós mesmos, não podemos fazer
nada para nos salvar. A doutrina de que podemos salvar a nós mesmos por meio de
boas obras ou rituais é tão antiga quanto o próprio pecado. A cruz, e não a
folha da figueira, é a solução para o problema. "O princípio de que o
homem se pode salvar por suas próprias obras, e que jaz à base de toda religião
pagã. ... Implantara-o Satanás. Onde quer que seja mantido, os homens não têm
barreira contra o pecado" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p 35, 36).
Só Cristo é nosso Redentor. Esta declaração não é resultado de arrogância ou
orgulho espiritual ou doutrinário, mas é um reconhecimento da singularidade do
que aconteceu na cruz. O caminho escolhido por Deus para lidar com o pecado,
pela manifestação de Sua graça, custou a vida de Seu Filho. "Cristo foi
tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele
tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha
participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não
tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que
a Ele pertencia. "Pelas Suas pisaduras fomos sarados" (Is.
53:5; O Desejado de Todas as Nações, p. 25).
Assim, deve-se notar que o amor e a graça de Deus tornaram possível nossa
salvação por meio da cruz (Jo
3:16: Rm
1:16: Ef
2:8; Tt
2:11). Nossa parte é crer e aceitar o que Deus fez em Cristo. Como
pecadores, tudo o que precisamos fazer é ir com fé para a cruz. Ali, devemos
ver nEle nosso substituto. Devemos nos arrepender de nossos pecados e
reconhecer que Ele morreu por nós (Mc
1:15; At
3:19; 16:31; Rm
5:8, 14:15).
Pela fé nEle, temos o perdão dos pecados e a redenção (Ef
1:7, 8), justificação (Gl
2:16) e "justiça, e santificação, e redenção" (1Co
1:30). Nada que seja essencial a uma nova vida é negado, e nos tornamos
filhos de Deus (Rm
8:14). Recebemos o dom da vida eterna (Rm
5:21, 6:23, 1Jo
2:25).
Pense nisto: Por
que a doutrina da salvação pelas obras é tão perigosa? Como procura minar a
teologia da cruz, de que podemos ser salvos unicamente por Cristo?
Aplicação
Só para o professor: Toda
religião exige que seus seguidores façam o bem, quer como meio de alcançar a
salvação, quer para escapar de um ciclo ou dois no processo de reencarnação.
Mas, no cristianismo, a salvação não pode ser adquirida por meio de obras.
Ellen G. White escreve que o manto de justiça, “tecido no tear do Céu, não tem
em si um único segmento de concepção humana." (Parábolas de Jesus, p. 311). Em Cristo, Deus nos aceita
como somos, perdoa nossos pecados, nos habilita a fazer o bem e nos adota como
Seus filhos.
Perguntas de aplicação
1. Como você pode tornar essa cruz o centro de sua vida?
2. Qual é a responsabilidade dos filhos de Deus para com Seus outros filhos,
dentro e fora do redil de salvação?
Criatividade
Só para o professor: A
experiência redentora torna possível termos uma mente transformada, que pode
considerar a vida e seu entorno a partir de uma perspectiva holística, de
conformidade com o plano original de Deus.
Atividade: Tendo
em vista essa experiência redentora, como você vai se relacionar com aqueles
que estão ao seu redor – seu vizinho que tem uma fé diferente, seu colega de
trabalho, que muitas vezes parece desagradável, e aqueles que discordam de você
em cultura, política ou raça?
COMENTÁRIOS
Lição 4 –
Salvação: a única solução
Por Otoniel de Lima Ferreira, D.Min.
Professor de Evangelismo e
Crescimento de Igreja.
SALT, IAENE
Introdução
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16).
Esse texto mostra a grandeza do coração de Deus, a ponto de levá-Lo a entregar
Seu único Filho para morrer em favor da humanidade. NEle está a salvação para o
pecador. Cristo afirma: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente”
(vida abundante e com propósito; Jo 10:10, NVI). Então, surge a pergunta: “Por
que a maioria das pessoas não está experimentando essa “vida abundante”? Na
verdade, todos têm o direito à vida, mas nem todos creem em Jesus. Só recebe
essa vida abundante, ou seja, a salvação, aqueles que nEle creem. O dever do
cristão é crer e apresentar essa crença a todos aqueles que ainda não conhecem
Jesus.
No livro O que é Salvação, de Hans La Rondelle, se encontra a
seguinte declaração: Salvação, no contexto bíblico, “é uma experiência de fé
que redime noss passado, enche de gozo nosso presente e aguarda com esperança
um futuro glorioso” (p. 8). Gosto dessa definição, pois diz exatamente o que a
salvação causa no coração do cristão. Na verdade, a salvação está disponível a
nós, porém é necessário crer.
Embora seja necessário crer em Jesus para a salvação, isso não é tudo. A Bíblia
diz que o diabo também crê em Deus, e estremece:“Tu crês que há um só Deus;
fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres
tu saber que a fé sem as obras é morta?” (Tg 2:19, RC). O diabo crê, estremece,
mas não obedece. O cristão precisa crer, estremecer e obedecer. De nada
adiantará crer e não obedecer, pois assim não haverá diferença entre o cristão
e o maligno.
A extensão do problema
Infelizmente, o problema do pecado não se restringiu aos primeiros habitantes
da Terra, mas se propagou com os filhos do casal. O fato de Caim ter matado seu
irmão Abel, foi uma extensão trágica do pecado de Adão e Eva que, com certeza,
sofreram muito com a morte do filho. Da mesma forma que Deus havia sofrido com
a desobediência de seu filho Adão, ele sofreu com a perda de seu filho Abel e
com a desobediência de seu filho Caim. Todas as vezes que cometemos pecados
devemos estar cientes de que as consequências irão além do que imaginamos.
Outras pessoas sofrerão como consequência de meu pecado. Por exemplo: Se um
homem comete adultério, várias pessoas serão prejudicadas. Em primeiro lugar, a
pessoa traída vai sentir mágoa, rancor e desprezo. E se desse adultério vem a
ocorrer o nascimento de uma criança, ela vai crescer sem a presença do pai,
gerando uma deficiência na formação do caráter e na educação. Outra
consequência é que o pai terá que pagar uma pensão, tendo assim que sustentar
duas famílias. O filho cresce desestruturado e forma outra família com as
mesmas características, gerando uma extensão do problema que se repete a cada
geração.
A consequência final do pecado é a morte eterna. Na carta aos romanos, o
apóstolo Paulo declarou que "o salário do pecado é a morte”(6:23). Ele
também afirmou: “Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm
5:12). Esses dois textos mencionados acima nos deixam totalmente perdidos e sem
esperança. Pelo fato de Adão ter pecado e recebido a sentença da morte, restou
para todos os seres humanos essa triste herança.
Parece que não há solução para o
problema que se estende a todas as pessoas. O que nos alegra é que o mesmo
texto citado acima diz que “...o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). Jamais devemos cessar de dar glórias a
Deus por Seu ato de morrer em nosso lugar. Jamais devemos deixar de amar esse
Deus maravilhoso que nos ama e nos restaura. Jamais devemos deixar de pregar
sobre esse amor que salva, transforma e liberta o ser humano da escravidão do
pecado.
A provisão de
Deus
Quando se sente os efeitos do pecado, um sentimento de impotência e fragilidade
toma conta do pecador, que não vê nenhuma saída pela qual possa ser liberto.
Porém, Deus, em Sua infinita bondade, proveu um plano de salvação, cujo
propósito é: “Todo aquele que nEle [Jesus] crê não pereça mas tenha a vida
eterna” (Jo 3:16).
De acordo com a Bíblia, esse plano foi instituído bem antes de o homem pecar.
Por isso o chamamos de a provisão de Deus. Tito declarou: “Em esperança da
vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos
séculos” (Tt 1:2). A Palavra de Deus ainda declara: Também nos elegeu nEle
antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle
em caridade; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para Si
mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade” (Ef 1:3-5). O Comentário
Bíblico Adventista comenta: “Paulo aqui estava expressando um
pensamento semelhante concernente à igreja, ou o Israel espiritual. Isto é uma
eleição geral dos fiéis e não uma eleição individual. O termo usado, nEle,
quer dizer que Cristo é a esfera em que a escolha deve ser feita, porque toda
vida espiritual é centralizada nEle”. E ainda: “Uma pessoa vindo a Cristo é
escolhida para ser salva da mesma forma que uma pessoa que decide participar de
um coral é escolhida para cantar”1 (The Seventh-day Adventist Bible
Commentary, v. 6, ed. Francis D. Nichol; Review and Herald Publishing
Association, 1980, 998).
A maior provisão de Deus para o ser humano foi ter enviado Seu Filho para
morrer em nosso lugar. Na verdade, a morte de Cristo supre a necessidade humana
de salvação pela justificação, reconciliação com Deus e santificação e
glorificação, o que motiva o cristão a viver de acordo com a vontade de Deus,
aguardando um futuro glorioso.
Devemos glorificar o nome de Deus todos os dias pelo fato de termos recebido do
Pai a provisão necessária para viver neste mundo e no mundo por vir. Louvemos a
Deus pelo fato de termos direito à salvação, mesmo sem merecermos. Louvemos ao
Senhor porque, pela presença do Espírito Santo, somos guiados na jornada da
vida cristã e no processo da santificação.
A experiência da salvação
Em uma reunião da Escola Sabatina,
um professor declarou que é muito difícil saber quando se está salvo. “Eu
mesmo não tenho certeza da salvação”, disse ele. Na verdade, essa dúvida está
no coração de muitos membros da igreja.
Você tem certeza da salvação? Você já experimentou o prazer de ser salvo? Existe
um hino no Hinário Adventista que exemplifica a experiência da salvação:
“Que prazer é ser de Cristo, nEle crer e confiar,
Aceitar os Seus ensinos, Sua paz e amor gozar!
CORO:
Cristo! Cristo! Já confio em Teu nome, em Teu poder.
Cristo! Cristo, bem-amado, faze em
mim a fé crescer.
Oh, que bênção crer em Cristo,
crer no sangue que verteu!
Pois os meus pecados todos
sepultou e os esqueceu!
Oh, quão bom é crer em Cristo, ter
certeza do perdão!
Receber de Cristo mesmo, vida, paz
e salvação.
Sim, feliz eu sou em Cristo, dEle
aqui desejo ser;
Quero, pois, humildemente, ao
Senhor obedecer.
(Hinário Adventista, 271).
Estar feliz com Cristo e ter prazer em obedecer-Lhe, cumprindo o propósito de
Deus para nossa vida, deve ser, com certeza, a alegria da salvação. Uma das
maiores alegrias expressas por Paulo tem ver com a salvação de outras pessoas.
Paulo tinha um profundo desejo de salvar seus compatriotas israelitas. Ele
expressou esse desejo em Romanos 9:1-4: “Digo a verdade em Cristo, não minto,
testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho
grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser
anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas,
segundo a carne. São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as
alianças, a legislação, o culto e as promessas” (Rm 9:1-4).
Embora esse forte interesse por parte do apóstolo não tenha obtido muito
resultado, vemos sua preocupação sempre expressa em sua vida de oração:
“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua
salvação”2 (Rm 10:1). Em minha opinião, a alegria da salvação está no fato de
salvar outros. “Mais bem-aventurado é dar do que receber” (At 20:35). Seria
muito egoísmo de nossa parte receber de graça o dom da salvação e não repartir
com aqueles que ainda não a têm. Ninguém é tão pobre que não possa
compartilhar, nem tão rico que não possa receber. “De graças recebestes, de
graça dai” (Mt 10:8).
Conclusão
Nossa oração deve ser: Senhor, “guia-me na Tua verdade e ensina-me, pois Tu és
o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia” (Sl 25:5). Há prazer em
servir a Cristo, especialmente quando você faz isso por amor. Nosso lema
deveria ser: “Paixão por Deus, paixão pelas pessoas, paixão em servir”. Nossa
única salvação está em Cristo Jesus, nossa Rocha.
1.The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 6, ed.
Francis D. Nichol (Review and Herald Publishing Association, 1980), p. 998.
2. John F. MacArthur, Jr., Alone With God, MacArthur Study
Series (Wheaton, IL: Victor Books, 1995), p. 134.
Nenhum comentário:
Postar um comentário