Lição 9 -
O Dia do Senhor (Sofonias e Naum)
25 de maio a 1 de junho
Sábado à
tarde Ano
Bíblico: Ne 1–4
VERSO
PARA MEMORIZAR:
“O Senhor será terrível contra eles, porque aniquilará todos os
deuses da Terra; todas as ilhas das nações, cada uma do seu lugar, O adorarão”
(Sf 2:11).
Leituras da Semana:
Pensamento-chave: O juízo está vindo, mas a graça e a misericórdia ainda estão
disponíveis aos que as buscam fervorosamente.
Se os livros dos profetas fossem colocados em ordem cronológica,
Sofonias estaria entre Isaías e Jeremias. Durante o reinado de Manassés, o mais
perverso rei de Judá, a pregação de Sofonias deu apoio a Jeremias e, juntos,
eles ajudaram a desencadear um reavivamento durante o reinado de Josias, neto
de Manassés.
A pregação de Sofonias condenou a extrema corrupção encontrada na sociedade judaica. Ele apontou para a necessidade de arrependimento com base no fato de que o amor de Deus ainda estava chamando Seu povo à humildade e fidelidade. Sua mensagem foi dupla: há uma ameaça de um juízo iminente e universal, que incluirá até mesmo o povo de Deus. No entanto, também há a promessa de que os salvos de todas as nações se unirão ao remanescente de Israel em servir a Deus e desfrutar de Suas bênçãos. A lição desta semana mostra que a mensagem de Sofonias ainda é importante para os que proclamam a divina mensagem de esperança para o mundo caído.
Domingo Ano Bíblico: Ne 5–8
Dia de
trevas
O ponto central da mensagem
de Sofonias é o “Dia do Senhor” (Sf 1:7). Para os profetas bíblicos, o Dia do
Senhor se refere a um período específico de tempo em que Deus intervém nos
assuntos humanos, para salvar e julgar. A maioria das pessoas do antigo Israel
acreditava que nesse dia o Senhor salvaria e exaltaria Israel, enquanto as
nações inimigas seriam destruídas para sempre. Para grande surpresa dos que o
ouviam, o profeta declarou que o Dia do Senhor seria de condenação até mesmo
para o povo de Deus (Sf 1:1-5), porque as pessoas haviam pecado contra Ele (Sf
1:17).
Sofonias comparou o
iminente juízo à destruição de toda forma de vida nos dias do grande dilúvio
(Gn 6–8). A lista da destruição em Sofonias 1:2, 3 foi organizada até certo
ponto em ordem inversa em relação à criação original de Deus: humanidade,
animais terrestres, aves do céu e peixes do mar (compare com Gn 1:20-27).
O profeta advertiu as pessoas de que elas não poderiam pagar para se livrarem
do juízo (Sf 1:18). Nem prata nem ouro os protegeriam da ira do Senhor. As
pessoas complacentes em Jerusalém afirmavam que Deus não fazia bem, nem mal.
Elas simplesmente não esperavam que o Senhor fizesse alguma coisa (Sf 1:12).
Mas os juízos divinos revelam quanto Deus trabalha ativamente para assegurar
que haja um futuro para Seu povo fiel.
Sofonias deixa claro que o juízo divino não é apenas punitivo, mas também
corretivo. O Senhor estende uma promessa de abrigo aos que O buscam (Sf 2:3). O
Dia do Senhor é mais do que o fim do mundo. É o começo do futuro
estabelecimento do governo de Deus, que durará para sempre.
Leia Sofonias
1:18. Que tipo de situações temos enfrentado nas quais todo o dinheiro do
mundo não poderia nos salvar?
Segunda Ano
Bíblico: Ne 9–11
Os
humildes da Terra
Em Sofonias 2:1-3, vemos o
chamado do profeta ao arrependimento. Embora a destruição fosse iminente, ainda
havia tempo para se proteger da calamidade, mas somente se a nação se
arrependesse. Os ímpios que se recusassem a se arrepender, no dia do juízo
seriam consumidos como a palha. No Salmo 1:4 os ímpios também são comparados à
palha e, no fim, eles perecem.
Com as palavras “Buscai ao Senhor”, Sofonias estava encorajando os que se
humilhavam diante de Deus a se manterem firmes na fé. O profeta ensinou que
buscar ao Senhor é o mesmo que procurar justiça e humildade. Essa atitude de
arrependimento era essencial a fim de escapar do juízo vindouro.
2. Sofonias chama o povo arrependido de “mansos da Terra” (Sf
2:3). Como as seguintes passagens lançam luz sobre essa expressão, que também é
traduzida como “humildes da Terra”? Mt
5:3; Sl
76:9; Is
11:4; Am
8:4
Os mansos são os que se
mantêm fiéis a Deus e que são guiados e ensinados por Ele. O salmista diz: “Bom
e reto é o Senhor, por isso, aponta o caminho aos pecadores. Guia os humildes
na justiça e ensina aos mansos o Seu caminho” (Sl 25: 8, 9).
Os humildes são chamados a se prepararem para o juízo iminente, buscando a Deus, a justiça e a humildade.
A possibilidade de sobrevivência para os mansos que são fiéis é expressa pela
palavra porventura. Sobrevivência dependia unicamente da graça divina, e a
graça nunca deve ser desprezada. Diante da destruição iminente, havia esperança
para o futuro em Deus, que é misericordioso. O Senhor havia prometido proteger
todos que confiassem nEle (Jl 3:16; Na 1:7). Esse tipo de confiança expulsa a
autossuficiência, a astúcia e o engano.
“Ninguém é aparentemente mais desamparado, e na realidade mais invencível, do
que a pessoa que sente sua nulidade e confia inteiramente nos méritos do
Salvador. Pela oração, pelo estudo de Sua Palavra, pela fé em Sua constante
presença, a mais fraca das criaturas humanas pode viver em contato com o Cristo
vivo, e Ele a segurará com mão que nunca a soltará” (Ellen G. White, A Ciência do
Bom Viver, p. 182). Qual tem sido sua experiência com essas promessas
maravilhosas? Como você pode aprender a ter esse tipo de comunhão profunda com
o Senhor?
Terça Ano Bíblico: Ne 12, 13
Cidade
corrupta
Um provérbio chinês diz
que a mancha mais escura no quarto está localizada logo abaixo da vela. Esse
provérbio pode ser aplicado à condição moral de Jerusalém no tempo de Sofonias.
O profeta havia acabado de fazer o pronunciamento dos juízos divinos sobre os
países vizinhos de Judá (Sf 2), como a Filístia, no oeste, Moabe e Amom, no
leste, Etiópia, no sul e Assíria, no leste. No entanto, ele não parou por aí e
passou a expor os pecados dos que habitavam na própria cidade de Deus na Terra,
Jerusalém.
3. Leia Sofonias
3:1-5. Quem está sendo condenado, e por quê? Como o povo de Deus, tendo
recebido tanta luz e verdade, pôde se tornar tão corrompido? Como podemos
evitar que a mesma coisa aconteça conosco?
A capital de Judá estava
no centro das preocupações de Sofonias. Ele acusou seus líderes a respeito da
degradação moral da cidade. A corrupção surgiu diretamente do fracasso de seus
líderes em viver de acordo com as funções e responsabilidades que lhes haviam
sido designadas (compare com Jr 18:18; Ez 22:23-30).
O tribunal corrupto dirigido pelos príncipes foi comparado a “leões rugidores”
e os juízes foram caracterizados como “lobos do cair da noite.” O templo não
estava em uma situação melhor porque os sacerdotes não ensinavam a Palavra de
Deus, e os profetas não falavam a verdade.
“Durante o reinado de Josias, a palavra do Senhor veio a Sofonias,
especificando claramente os resultados da continuada apostasia e chamando a
atenção da verdadeira igreja para a gloriosa perspectiva de além. Suas
profecias de juízo impendente sobre Judá se aplicam com igual força aos juízos
que devem cair sobre um mundo impenitente por ocasião da segunda vinda de
Cristo” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 389).
Olhe ao seu redor. Por mais atraente que seja, o mundo está
condenado à destruição final. Não é preciso acreditar na Bíblia para ver como
essa destruição pode acontecer facilmente. Por que o Senhor é a nossa única
esperança, e como podemos aprender a confiar nEle mais e mais e não confiar nas
coisas vãs e vazias deste mundo?
Quarta Ano Bíblico: Et 1–4
O maior
deleite de Deus
“O Senhor, teu Deus, está
no meio de ti, poderoso para salvar-te; Ele Se deleitará em ti com alegria;
renovar-te-á no Seu amor, regozijar-Se-á em ti com júbilo” (Sf 3:17).
Na seção final de seu
livro (Sf 3:9-20), Sofonias passa do tema da ira para o da restauração. Além do
juízo, chegamos aos objetivos finais de Deus. Quando as nações forem
disciplinadas, todas elas invocarão o Senhor e O servirão de todo o coração. Os
lábios do povo serão purificados para que todos adorem e louvem ao Senhor,
servindo-O. Um remanescente pequeno, e também humilde e fiel, sobreviverá em
Judá e tomará o lugar dos líderes orgulhosos.
Ainda mais importante, Deus habitará com Seu povo e corrigirá os erros do
passado. Os fiéis não mais precisarão viver com medo, porque o Senhor estará
com Seu povo, habitando no meio deles. Ele será seu Libertador e Salvador.
“Serão apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante” (Sf 3:13).
Tais bênçãos normalmente fariam com que o povo de Deus se alegrasse nEle, mas o
profeta declarou que será Deus que Se regozijará neles. Seu amor e alegria em
relação ao Seu povo serão tão grandes que Ele exclamará com júbilo por causa
deles.
O grande Rei, o Guerreiro
divino, protegerá e reivindicará Seu povo. Ele nos concederá todos os
benefícios de Sua vitória conquistada para nós na cruz. Ele exaltará o humilde
e transformará a vergonha, sofrimento e alienação em uma experiência de honra, bênçãos
e de Sua própria presença. O coxo e o rejeitado seriam destacados, um tema que
está no centro da mensagem proclamada por Jesus Cristo.
Mesmo em meio a essas advertências terríveis, o Senhor ofereceu esperança ao
Seu povo. Como podemos aprender a ter confiança na promessa da segunda vinda de
Cristo? Como podemos aprender a manter viva essa esperança, especialmente em
momentos de dificuldade, quando o mundo não nos oferece nada além de tristeza?
Quinta Ano Bíblico: Et 5–7
Deus é
nossa força
5. Leia Naum
1–3. O que esses capítulos nos ensinam sobre o caráter de Deus? Como
podemos aplicar o que é visto ali à nossa compreensão dos eventos dos últimos
dias?
A profecia de Naum é a
Palavra de Deus contra os reinos deste mundo representados por Nínive. Quando o
profeta observou o mundo, viu a mão de Deus se movendo contra o Império
Assírio. Ele anunciou que sua capital, Nínive, em breve cairia, para nunca mais
se levantar novamente. Naum falou com absoluta confiança porque conhecia o
caráter de Deus e, pelo dom da profecia (Na 1:1), o Senhor lhe havia mostrado o
que aconteceria. O Senhor não deixará impune o culpado (Na 1:3; Êx 34:6, 7).
Os assírios tinham saqueado muitas nações e tinham desejo insaciável de poder.
Sua crueldade era notória. Como “navalha” de Deus (Is 7:20), eles haviam
tosquiado avidamente seus vizinhos. Então, chegou o momento de quebrar a
navalha. Instrumentos do juízo divino não estão isentos do julgamento. Nínive
não mais existe, mas o testemunho profético permanece vivo. Isso nos faz lembrar
que, embora a justiça de Deus pareça lenta, no fim das contas, nada pode
impedi-la.
Como vimos em uma lição anterior, anos antes do tempo de Naum, os ninivitas,
tendo ouvido a pregação de Jonas, se arrependeram e Deus poupou a cidade. Mas o
arrependimento não durou. O povo voltou aos seus velhos caminhos. Muitos países
que haviam sofrido sob seu jugo opressivo teriam recebido a notícia da queda de
Nínive com estrondosa aclamação. Um mensageiro viria para trazer as boas
notícias (Is 52:7) de que o poder da Assíria estava quebrado e seus deuses
haviam sido derrotados. O povo de Deus poderia novamente adorar em paz (Na
1:15).
Ainda que a ira divina seja grande, maior é a ternura de Sua misericórdia. Ele
protege os que esperam a plenitude da Sua bondade. Naum ensina que Deus cuida
dos que nEle confiam, mas mostra que, com um dilúvio avassalador Ele perseguirá
Seus inimigos com trevas (Na 1:8). Deus estava por trás de tudo, pois Ele havia
determinado que o dia do juízo de Nínive havia chegado.
O profeta mostra que Deus tem grande poder. Diante dEle, toda a criação treme.
Ele não tolera o pecado para sempre. Ao mesmo tempo, Ele é o Salvador dos que
confiam nEle. Não há meio termo. Estamos de um lado ou do outro. Jesus disse:
“Quem não é por Mim é contra Mim” (Mt 12:30).
Sexta Ano Bíblico: Et 8–10
Estudo
adicional
Com infalível exatidão, o
Infinito ainda ajusta conta com as nações. Enquanto Sua misericórdia é
oferecida, com chamados para o arrependimento, essa conta permanece aberta; mas
quando as cifras alcançam certo montante estabelecido por Deus, começa o
ministério de Sua ira. A conta é encerrada. Cessa a divina paciência. A
misericórdia não mais pleiteia em seu benefício” (Ellen G. White, Profetas e
Reis, p. 364).
“Perante os mundos não caídos e o Universo celeste, o mundo terá de dar contas
ao Juiz de toda a Terra, o mesmo que eles condenaram e crucificaram. Que dia de
acerto de contas será esse! O grande dia da vingança de Deus! Cristo não estará
então no tribunal de Pilatos. Pilatos, Herodes e todos os que dEle zombaram, O
açoitaram, rejeitaram e crucificaram, então compreenderão o que significa
sentir a ira do Cordeiro. Seus atos aparecerão diante deles em seu verdadeiro
caráter” (Ellen G. White,Testemunhos para Ministros, p. 132).
Perguntas para reflexão
1. Algumas pessoas do
tempo de Sofonias faziam coisas terríveis contra o Senhor e contra seus
compatriotas, enquanto outras eram complacentes quando tais males ocorriam.
Qual desses dois pecados é pior aos olhos de Deus?
2. Leia novamente o texto de Ellen G. White do livro A Ciência do Bom Viver, p.
182, citado na lição de segunda-feira. O que significa confiar “inteiramente
nos méritos do Salvador”? Como essas palavras nos revelam a grande verdade da
salvação pela fé unicamente em Cristo, e por que essa verdade é tão central
para nossas crenças?
3. Por que é tão fácil, especialmente para os que vivem na riqueza e conforto,
esquecer sua completa dependência de Deus? Como podemos nos proteger dessa
ilusão fatal?
4. Pense mais sobre o Senhor Se alegrando e Se regozijando em Seu povo com
brados de alegria. Costumamos pensar em nós mesmos cantando e nos alegrando em Deus
e no que Ele fez por nós. O que significa que Ele Se alegra e Se regozija em
nós com brados de alegria? Como pode ser isso, considerando o estado patético
em que nos encontramos?
Respostas sugestivas: 1. Será um dia de juízo,
destruição, amargura e aflição; no dia do Senhor, a Terra seria assolada por um
exército de guerreiros poderosos, símbolo do exército do Senhor; o dia do
Senhor seria como fugir de um leão e encontrar um urso. 2. Somente os humildes
serão salvos da ira divina e herdarão o reino de Deus; eles suportarão
perseguição com paciência; Deus dará a recompensa justa aos mansos e aos seus
inimigos. 3. A cidade de Jerusalém, o povo judeu e seus líderes, porque se
afastaram de Deus e de Sua lei, e passaram a oprimir as pessoas. Eles
preferiram o pecado em lugar da santidade. 4. Como o noivo se alegra em sua
noiva, assim Deus Se alegrará em Seu povo; em Jerusalém não se ouvirá mais a
voz de choro nem de clamor. 5. Deus é zeloso e vingador sobre a maldade das
nações; é tardio em irar-Se e grande em poder; é justo e bom, uma fortaleza no
dia da angústia e conhece os que nEle se refugiam. O Senhor condenará os
incrédulos e perversos e resgatará os fiéis.
ESCOLA SABATINA
Texto-chave: Sofonias 3:12, 13, 17
O aluno deverá...
Saber: Que os juízos de Deus mostram Sua grandeza para com todas as pessoas. Muitas, de diferentes nações, virão e O reconhecerão.
Sentir: Alegria no fato de que Deus mostra Seu incomparável amor por Seu povo, ao salvá-lo, deleitar-Se nele, acalmar suas ansiedades e Se alegrar nele com cânticos.
Fazer: Confiar, obedecer e adorar a Deus, como parte do Seu povo remanescente, e servir ao próximo, em resposta à Sua imensa bondade.
Esboço
I. Saber: Conhecer a Deus conduz à adoração
A. A partir do livro de Sofonias, demonstre que Deus quer salvar todos.
B. Como o verdadeiro conhecimento de Deus leva à verdadeira adoração?
II. Sentir: Deus Se alegra
e canta
A. O que você sente ao saber que Deus Se alegra e canta por causa de Seu povo?
B. Como os pais acalmam seus filhos quando eles estão ansiosos, experimentam o fracasso, ou estão com problemas? Como Deus supera as habilidades humanas para confortar? Qual é a diferença da resposta do Pai celestial ao lidar com Seus filhos?
III. Fazer: Viver a ética
do remanescente
A. Como podemos mudar nosso comportamento, em lugar de apenas fazer ajustes?
B. O que significa dizer que o remanescente não cometerá injustiça?
C. Como sua igreja seria diferente se ninguém mentisse ou se comportasse de maneira enganosa?
Resumo: O Deus vivo é o Deus de
todas as nações. Ele não somente ama a todos, mas deseja que todos sejam
salvos. Ele Se deleita quando uma pessoa responde ao Seu amor, vai a Ele,
torna-se uma nova pessoa, e O adora.
Ciclo do
Aprendizado
Motivação
Focalizando a Palavra: Sofonias 2:11; 3:12, 13, 17
Conceito-chave para o
crescimento espiritual: Sofonias
apresentou um Deus maravilhoso que julgará o mundo inteiro. Ele não apenas
anunciou a vinda do Dia do Senhor, mas declarou quem (e como) poderá suportar o
dia do juízo. Em resultado, o remanescente fiel de todas as nações virá e
adorará o único Deus verdadeiro.
Só para o professor: A
lição desta semana enfatiza a imagem de Deus como Juiz que convida as pessoas a
se arrependerem. Esse Deus preserva e salva os remanescentes das nações e de
Judá, abraçando-os com Seu amor incomparável e alegre.
Discussão de abertura
Geralmente, a reação ao juízo de Deus é o medo. Um pregador, que perguntou a
pessoas de todos os continentes do mundo sobre o que elas achavam do juízo de
Deus, disse o seguinte: “Independentemente de etnia, idade, sistema político e
formação educacional, a resposta foi unânime: ‘Medo!’” Qual é a sua primeira reação,
sentimento e pensamento, quando ouve que Deus irá julgá-lo?
Lembre-se sempre de que não somos salvos por causa dos nossos sentimentos, mas
por causa da Palavra de Deus. O Senhor disse que, se confessarmos os nossos
pecados, Ele nos purificará de toda injustiça (1Jo 1:9). Por isso, podemos
confiar nessa promessa. Podemos crer que Deus salva os pecadores arrependidos
(Sf 2:3; 3:12, 13, 17). O significado do nome do profeta Sofonias (O Senhor
esconde ou abriga) é uma poderosa mensagem. O Senhor esconde os que se escondem
nEle no Dia do Senhor. Ele protege, abriga e salva. Todos que confiam no nome
do Senhor serão escondidos e redimidos. Portanto, não precisamos temer o juízo
de Deus.
Perguntas para
discussão:
1. Qual é a sua única esperança no juízo divino?
2. Como as pessoas podem ser salvas? O que a cruz e a vitória de Jesus no
Calvário têm a ver com isso?
Compreensão
Só para o professor: O profeta Sofonias era da
linhagem real do rei Ezequias. Ele viveu no sétimo século antes de Cristo, no
tempo da decadência moral e espiritual e declínio político do povo de Deus. Ele
provavelmente tenha despertado a última reforma entre o povo de Deus em Judá e
exercido influência positiva sobre o rei Josias (641-609 a.C.), que realizou
reavivamento e reforma espirituais. Durante seu reinado, o livro da lei foi
encontrado e o monarca quis fazer tudo de acordo com a Palavra de Deus (2Rs
23:1-25; 2Cr 34:29-32; 34:1-33).
Comentário Bíblico
A expressão “O Dia do Senhor” ocorre sete vezes no livro de
Sofonias (Sf 1:7, 8, 14 [duas vezes], 18; 2:2, 3). Será um dia terrível, um dia
da ira de Deus, e esse dia de juízo está próximo.
Sofonias mencionou a palavra remanescente três vezes (Sf 2:7, 9; 3:13). O
remanescente será formado pelas pessoas resgatadas e salvas no fim.
Quando as pessoas estão em situação muito difícil, da qual não há escapatória,
a única solução é a oração, súplica pela graça e misericórdia de Deus, em
atitude de arrependimento. Em Seu amor, Deus responde ao coração contrito e às
ações humildes.
A mais bonita e encorajadora imagem de Deus no livro de Sofonias é apresentada
no capítulo 3:17, que resume bem as atividades únicas de Deus por Seu povo
fiel.
I. O Senhor é um guerreiro
poderoso
(Recapitule com a classe Êx 15:3.)
Deus é por nós. Ele é um poderoso guerreiro que luta por nós e derrota nossos
inimigos. O pecado, o mal, Satanás e seus aliados não podem prevalecer sobre o
povo de Deus. O Senhor traz vitória e salvação.
Em seu cântico de vitória em Êxodo 15, Moisés expressou a ideia de que Deus é
um guerreiro (Êx 15:3). Ele derrotou o exército do antigo Egito e derrubou o
orgulho e arrogância humanos. A grandeza de Sua majestade destruiu todos os
Seus adversários. Ele é o Vencedor, não por causa de Sua força, mas por Sua
força moral e o poder do Seu amor.
Pense nisto: Jesus é por você. Ele luta por sua salvação porque não quer
perdê-lo, enquanto Satanás deseja destruí-lo. Quais são as armas divinas contra
Satanás? Qual é a base do status divino de Vencedor sobre Satanás?
II. O Senhor Se deleita em você
(Recapitule com a classe Lc 15:7.)
A imagem divina de Sofonias é muito pessoal. É como se o Senhor estivesse nos
dizendo: “Pode ser que algumas pessoas desprezem você e não o levem a sério. Eu
Sou diferente. Você tem enorme valor para Mim. Eu o amo tanto que até morri por
você! Eu o amo mais do que você ama a si mesmo. Eu, seu Deus, regozijo-Me em
você!”
Jesus declarou a razão pela qual Deus Se alegra: “Digo-vos que, assim, haverá
maior júbilo no Céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove
justos que não necessitam de arrependimento” (Lc 15:7).
Pense nisto: Deus Se deleita em Seus fiéis seguidores. O que a descrição feita
por Sofonias nos revela sobre quem Ele é? Que razão Jesus deu para a alegria de
Deus sobre nós?
III. O Senhor o renovará com Seu amor
(Recapitule com a classe Sf 3:17.)
Deus nos fala em Sua linguagem de amor, assim como um pai, com toques amorosos,
beijos e palavras gentis, acalma um filho que está aflito, chorando, com medo e
decepcionado, até que ele fique tranquilo e durma em seus braços, confiando e
descansando nesse amor. Da mesma forma, Deus dá a Seus filhos a certeza de que
eles estão seguros e protegidos em Seu amor e, assim, Ele nos acalma.
Essa expressão bíblica (“renovar-te-á no Seu amor” [verso 17]) também pode ser
traduzida de maneira diferente, que traz outra importante nuance do amor de
Deus. A New American Standard Bible [Nova Bíblia Americana Padrão] traduz a
expressão da seguinte maneira: “Ele Se acalmará em seu amor”. Essa ambiguidade
textual provavelmente seja intencional para lembrar vários sentimentos
positivos. O texto diz que o Senhor “o acalmará com Seu amor” (NKJV; NVI).
Assim, depois de assegurar que nos ama com amor eterno, Ele Se acalma, de modo
que descansemos em Seus braços de amor e desfrutemos o calor de Sua presença.
Pense nisto: Que palavras ou ações de Deus fazem você se sentir seguro em Seus
braços de amor? Como Deus nos acalma com Seu amor? O que significa o fato de
que Deus Se acalma depois de nos assegurar Seu amor?
IV. O Senhor Se alegra em você com júbilo
(Recapitule com a classe Ap 15:3.)
Uma função desse júbilo é expressar amor. Deus manifesta Seu amor e alegria em
nós. Ele canta um cântico especial sobre cada um de nós!
Outra função do cântico de júbilo é expressar vitória. Veja, por exemplo, o
cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro (Gn 49; Êx 15; Ap 15:3).
Pense nisto: Por que recebemos a graça de Deus?
Podemos recebê-la por mérito pessoal?
Pergunta para discussão: Existe algum lugar em que talvez possamos nos esconder de Deus?
Sofonias não diz que podemos nos “esconder” de Deus ou do Dia do Senhor, a fim
de evitá-lo. Ele enfatiza que poderemos ser “escondidos” naquele dia, o que
significa só poderemos ser abrigados “no Senhor”, a fim de ser protegidos e
salvos.
Discussão: Você
não precisa ficar aterrorizado com o juízo de Deus. Ao contrário, você pode ter
plena confiança, ousadia e alegria da salvação diante do juízo divino. Isso é
possível porque o significado primário do juízo divino é justificar, salvar e
libertar as pessoas que têm fé nEle. Comente com a classe textos bíblicos como
Gênesis 15:6, Salmo 76:8, 9, Isaías 35:4, Daniel 7:22, João 5:24, 1 João 2:28 e
4:17. Enfatize a esperança e o Deus que ama as pessoas, quer salvá-las e
expressar Sua misericórdia duradoura, e que não Se alegra com a punição,
condenação ou destruição (Ez 18:23, 32). Destaque a singularidade da calorosa
imagem descrita por Sofonias 3:17. Analise cada expressão com muito cuidado e
em linguagem criativa, de modo que aqueles que o ouvem vejam, entendam e sejam
tocados pela beleza e amor do nosso Deus.
Aplicação
Só para o professor: Deus Se deleita e Se alegra em Seu povo. O que você pode fazer
para que os membros de sua classe sejam mais animados e felizes em suas
interações e relacionamentos com outras pessoas da igreja?
COMENTÁRIO SEMANAL
Luiz Gustavo S. Assis é formado em teologia pelo Unasp Campus 2 e
atualmente exerce a função de pastor distrital no bairro Sarandi, na Zona Norte
de Porto Alegre, RS.
Ampliação
Há alguns anos, conheci a história de um grande pregador chamado
Robert Murray McCheyne, pastor de Saint Peter, em Dundee, na Escócia, no século
19. Dotado de tremenda capacidade intelectual e forte senso de espiritualidade,
ele teve um importante papel no reavivamento da Escócia, no século dezenove,
mas, curiosamente, quando ele estava ausente. Por alguns problemas de saúde,
ele se afastou do ministério por aproximadamente um ano, quando passou algum
tempo na Palestina e no Leste Europeu. Nesse meio tempo, quem assumiu sua
congregação foi um jovem ministro chamado W. C. Burns. Um reavivamento começou
a tomar conta de sua igreja, o que se espalhou por todo o país. Com a saúde
debilitada, McCheyne retornou e pôde ver com seus próprios olhos a resposta de
suas longas orações em favor de sua congregação e por sua nação. Algum tempo
depois, ele morreu com a idade de 29 anos. Apesar de ter realizado um trabalho
nos bastidores, sua participação foi fundamental para aquele reavivamento.
Durante outro reavivamento, dessa vez nos dias do rei Josias, Jeremias estava
sendo tremendamente usado por Deus para acordar a nação de Judá. Nos bastidores
desse reavivamento encontramos Sofonias, quase desconhecido pela maioria dos
cristãos modernos. O mesmo Espírito estava trabalhando na mente e nas palavras
desses dois profetas. Veremos a seguir algumas informações sobre Sofonias e sua
época, bem como sobre seu livro.
I. Conhecendo o Livro
A introdução da obra de
Sofonias é uma das mais completas quando comparada com a dos demais profetas
menores. Somos informados logo no primeiro verso do seu pequeno livro que ele
profetizou nos dias do rei Josias (640-609 a.C.). Algumas informações parecem
indicar que Sofonias estava intimamente relacionado com a realeza de Judá. Veja
o que é mencionado em 1:1: “Palavra do Senhor que veio a Sofonias, filho de
Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de
Josias, filho de Amom, rei de Judá”. Amarias e o rei Manassés eram irmãos.
Gedalias e o rei Amom eram primos. Cusi e o rei Josias eram primos de segundo
grau. Sofonias era primo de terceiro grau de três reis de Judá: Jeoacaz,
Jeoaquim e Zacarias.
É provável que seu ministério tenha ocorrido logo no início do reinado de
Josias, antes do reavivamento e reforma nacionais. Se isso estiver correto, a
mensagem de Sofonias contribuiu para esse direcionamento espiritual da nação
bem como para preparar o caminho para a pregação de Jeremias (cf. Jr 1:1-3).
Judá ainda sofria com os resquícios da apostasia nacional introduzida por
Manassés. O primeiro capítulo de Sofonias menciona adoração a Baal (v. 4) e a
Moloque (v. 5) como parte da vida religiosa dos seus ouvintes. Em 2 Crônicas 33
pode-se ler sobre as práticas pagãs cometidas por Manassés. Em Levítico 20:1-3
Deus proibiu sob pena de morte a adoração a Moloque, que envolvia sacrifícios
de crianças, uma prática muito comum entre os povos vizinhos de Israel.
Salomão, por exemplo, também se envolveu nesse tipo de culto (cf. 1Rs 11:7).
Josias, uma criança de oito anos, assumiu a nação em meio a esse caos
espiritual. Em vez de sucumbir diante do colapso religioso dos seus
contemporâneos, Josias se tornou um grande reformador da religião bíblica no
sétimo século a.C. Falaremos mais sobre o reavivamento e a reforma promovidos
por Josias na última parte deste comentário. Em suma, a exemplo de todos os
outros profetas, a mensagem de Sofonias era uma forte oposição à vida religiosa
e particular dos seus ouvintes.
II. A mensagem de Sofonias
1. Introdução: Anúncio do
julgamento (1:1-3)
2. A iminência do Dia do
Senhor sobre Judá e sobre as nações (1:4-18)
3. O julgamento de Deus
sobre as nações (2:1–3:8)
4. A promessa de redenção
(3:9-20)
a) Julgamento: O principal tema da pregação de Sofonias era a iminência do “Dia
do Senhor” (1:7, 14). Aquele dia seria um momento de julgamento mundial (1:2-3)
e de julgamento específico contra Judá (1:4-6) e outras nações (2:4-15). A
ênfase da mensagem de Sofonias é que o sincretismo religioso – a mistura de
adoração a Deus com idolatria (1:4-6) – termina em destruição (1:9-13) mas
buscar a Deus, e somente Deus, em humildade, resulta em salvação (2:1-3).
b) Restauração: Após esse julgamento, a
intenção divina seria de restauração. Deus purificaria os Seus (3:9), trazendo
regozijo a Jerusalém (3:14-17) e restaurando ambos, Seu povo e a glória de
Jerusalém (3:18-20). Um dos versos bíblicos mais belos se encontra no terceiro
capítulo de Sofonias. “O Senhor, o seu Deus, está em seu meio, poderoso para
salvar. Ele Se regozijará em você; com o Seu amor a renovará, Ele Se regozijará
em você com brados de alegria.” (v. 17) Isso era uma promessa para Judá e
também para nós hoje. Quando nos entregamos em Suas mãos para sermos restaurados,
Ele é poderoso para realizar Sua obra em nós.
III. A relevância da mensagem de Sofonias
A seguir, apresento como o
contexto histórico de Sofonias e sua mensagem podem ser relevantes para sua
unidade da Escola Sabatina.
a) Reavivamento e reforma: Nos últimos anos, a Igreja
Adventista do Sétimo Dia tem chamado a atenção dos seus membros para um assunto
conhecido: reavivamento e reforma. Não se trata de uma
prática ocasional, mas sim de um estilo de vida. Não envolve apenas
alimentação, mas todas as áreas. Como eu administro meu tempo? Como trato minha
família? Como me relaciono com Deus e Sua Palavra? Como cuido do meu corpo? E
outras perguntas mais envolvem esse processo. Creio que podemos retirar alguns
princípios da reforma espiritual de Josias em Judá:
1) Josias retirou todo e qualquer traço de idolatria do seu reino
(2Cr 34:3-7). O que existe em nossas vidas que tira nosso foco da adoração
verdadeira? Um computador? Um time de futebol? O trabalho dos sonhos que nos
consome mais de 12 horas por dia? Nenhum adventista adora uma estátua de
Moloque, mas muitos sacrificam seus filhos e esposa por um simples capricho
egoísta. Pode ser o trabalho, o entretenimento ou a sede por um título
acadêmico. O mesmo pode se dizer de Baal. A promiscuidade daqueles cultos
praticados pelos cananeus ainda persiste em muitos lares cristãos através da internet.
O perigo da idolatria continua real e constante.
2) O livro da Lei foi
encontrado (2Cr 34:14-33). O
mais irônico nesse relato é que ele estava perdido no Templo, o local mais
inesperado para perdê-lo. A Bíblia deve ocupar o centro do culto cristão, não a
periferia. É lamentável quando uma igreja sobrecarrega tanto sua liturgia que
um(a) pregador(a) começa seu sermão quando todos já estão cansados e
desatentos. O mesmo ocorre em muitas famílias, quando, nas 24 horas de um dia,
não se encontram 20 minutos para a leitura bíblica em família. Como disse John
Piper, um pastor evangélico norte-americano, “uma das grandes utilidades do
twitter e facebook será provar no último dia que a falta de oração não ocorreu
por falta de tempo.”
3) A pregação de Sofonias
era bíblica. Em
diversas passagens Sofonias fez alusões ao livro de Deuteronômio. Por exemplo,
compare 1:13, 17 com Dt 28:29, 30. Pode-se notar o mesmo em outras partes do
livro como 2:2, 5, 7, 11 e 3:5, 19, 20. Nesses versos, Sofonias menciona textos
do Pentateuco. O segredo da pregação é sua fundamentação bíblica, não em
histórias, ilustrações ou gracejos. Professores(as) de Escola Sabatina e
pregadores(as) devem apresentar a Bíblia para seus ouvintes, não suas opiniões.
Para que o reavivamento e a reforma sejam sentidos de maneira poderosa em
nossas congregações, devemos remover a idolatria dos nossos lares, dar um
espaço especial para a Palavra de Deus em nosso coração e apresentá-la de
maneira poderosa ao povo.
Orígines, um teólogo cristão do 4º século d.C., escreveu:
“Todo homem para quem
Cristo fala, [...] cada homem [...] que prega a Palavra de Deus para levar
pessoas à salvação – e não meramente os apóstolos e profetas – [...] pode ser
chamadode flecha de Deus. Mas, o que é triste... eu vejo pouquíssimas flechas
de Deus. Há poucos que falam de forma a inflamar o coração do ouvinte,
arrastá-lo para longe dos seus pecados, e convertê-lo para o arrependimento.
Poucos falam de forma que o coração de seu ouvinte seja profundamente
convencido e seus olhos lacrimejem em contrição. Há poucos que revelam a luz da
esperança do futuro, o mistério do Céu e a glória do Reino de Deus de forma que
o efeito de sua pregação fervorosa seja o de persuadir homens a desprezar o
visível e procurar o invisível, rejeitar o temporal e buscar o eterno. Há
pouquíssimos pregadores desse calibre.”Que nossa pregação e ensino levem nossos
ouvintes para mais perto de Deus!
Naum
I. Conhecendo o livro
O autor da lição deste
trimestre utilizou apenas um dia para tratar do livro de Naum. Para auxiliá-lo
na compreensão deste pequeno livro, apresento a seguir algumas informações e
lições que poderão ajudar na recapitulação com seus alunos.
Nome: O nome tem a mesma raiz hebraica (nhm) dos nomes Neemias e Menaem. O
significado principal dessa raiz é “confortado” ou “aquele que é confortado”.
Assim como vimos um jogo de palavras com o nome do profeta Miqueias, no
comentário da lição sete, pode-se notar a mesma prática pelo profeta Naum. Em
1:5 é dito que Judá seria confortada (nhm).
Já em 3:7, não haveria conforto (nhm)
para Nínive. Não somente sua mensagem, mas o próprio nome do profeta era a
garantia de que Deus traria alívio e conforto para os moradores do reino de
Judá.
Origem: Em 1:1 somos informados apenas
que Naum era elcosita, alguém natural de Elcós. Identificar essa localidade
representa um grande desafio dos intérpretes bíblicos. Das várias soluções
propostas, uma parece ser a mais provável. Para alguns, Elcós era uma cidade no
território da antiga Galileia. Séculos mais tarde, Jesus passou boa parte do
Seu ministério nessa região, especialmente em uma cidade chamada Cafarnaum,
isto é, vila de Naum. Quem sabe, a cidade tenha recebido esse nome por estar de
alguma forma relacionada com esse profeta.
Data: Em 3:8, Naum faz referência à
destruição da cidade egípcia de No Amon, mais conhecida pelo seu nome grego
Tebas, capital do Alto Egito, dedicada ao deus Amon, em 663 a.C. Sendo que a
cidade de Nínive, para quem a mensagem de Naum era direcionada, foi destruída
em 612 a.C., é bem provável que o livro tenha sido escrito durante entre 663 e
612 a.C. Nesse período, os assírios experimentaram o sucesso de campanhas
militares e um rápido declínio diante das demais nações, culminando com seu fim
na data mencionada anteriormente.
II. A mensagem de Naum
A pequena obra de Naum
está estruturada da seguinte forma:
O Senhor como Juiz de Nínive (1)
a) A ira de Deus contra
Nínive (1:2-8)
b) O julgamento de Deus sobre
Nínive e a vitória para Judá (1:9-15)
A queda de Nínive (2)
a) O cerco (2:1-10)
b) A desolação (2:11-13)
Ai de Nínive! (3)
a) Os pecados de Nínive
(3:1-4)
b) A iminente condenação
de Nínive (3:5-19)
Como se pode ver, Nínive
foi o foco primário da mensagem de Naum. Em que consistia essa mensagem? Assim
como outros profetas já estudados, o cerne da sua pregação era julgamento e
libertação.
a) Julgamento: De acordo com o profeta, a
destruição de Nínive seria executada pelo próprio Senhor (1:2-3, 8, 14-15). Os
ninivitas fracassaram em viver de acordo com a luz que eles haviam recebido do
profeta Jonas, e experimentaram um reavivamento transitório. Deus é constantemente
apresentado na obra de Naum como um Guerreiro. Ele é retratado como uma figura
militar que luta contra aqueles que Lhe resistem. Para Naum, Deus pune a
violência (2:12; 3:1, 4), a idolatria (2:14), negócios desonestos (3:16), o
materialismo (2:9; 3:4) e a crueldade (3:19). Tais práticas não foram
soterradas com as ruínas de Nínive, ao norte da Mesopotâmia. Se Deus puniu tais
práticas há mais de 2500 anos, não seria um pensamento estranho imaginar que
Ele fará o mesmo com aqueles que se envolvem nesse estilo de vida.
b) Libertação: Esse julgamento sobre os habitantes de Nínive tinha como objetivo
trazer esperança para o reino de Judá que, nessa ocasião, estava sofrendo há
muitos anos nas mãos dos assírios. Deus protegeria os judeus (1:7), libertando-os
da opressão assíria (1:13, 15) e restaurando-os (2:2). Nessa mesma época, o rei
de Judá era Josias, o mesmo mencionado no comentário sobre o profeta Sofonias,
conhecido pelo reavivamento e reforma realizados no território de Judá.
Infelizmente, a promessa de restauração morreu com o rei Josias. O que se viu
depois foi a perda do foco espiritual. Quando Deus é deixado de lado por uma
nação ou por um indivíduo, os planos divinos não podem ser concretizados.
III. A relevância da mensagem de Naum
a) O limite da tolerância divina: Em 1:3 lemos que Deus é
paciente, mas Sua paciência tem limite. Vejamos um exemplo. Quando Deus
prometeu a Abrão que sua descendência tomaria posse da terra de Canaã, isso não
aconteceria até que a iniquidade dos habitantes daquela região alcançasse seu
limite (Gn 15:16). Deus deu mais de quatrocentos anos para que os cananitas se
arrependessem de suas práticas imorais. Melquisedeque, o próprio Abraão, José,
e até mesmo uma prostituta chamada Raabe, foram instrumentos divinos para
chamá-los ao arrependimento. Com Nínive não foi diferente. Por séculos, os
povos do Antigo Oriente Médio tremeram diante do poderio bélico e da sede por
destruição de reis como Salmanaser III, Senaqueribe e Assurbanipal II. Deus
enviou Jonas para alertá-los. Após um período de reavivamento nacional, eles
voltaram para suas antigas práticas. Como diz o texto de 2 Pedro 2:22, “o cão
voltou ao seu próprio vômito; e a porca lavada voltou a revolver-se no
lamaçal.” Não restou outra alternativa senão a destruição. De fato, Deus não
estava blefando. A destruição de Nínive pelos babilônios, juntamente com os
exércitos dos medos e citas, foi definitiva. A ímpia e sanguinária cidade ficou
no esquecimento até a década de 1840, quando o arqueólogo Austen Henry Layard e
sua equipe a descobriram. Será que práticas imorais cometidas dia após dia
estão chegando ao limite da paciência divina? O que dizer da nossa vida?
b) Luz e trevas: Entre a pregação de Jonas
em Nínive e a pregação de Naum contra essa cidade, existe um período de
aproximadamente 100 anos. Jonas foi enviado com uma mensagem de arrependimento
e salvação. Naum, por sua vez, tinha uma mensagem de juízo e condenação. Os ninivitas
não eram ignorantes a respeito daquilo que o Senhor esperava deles. Eles já
tinham recebido uma luz a esse respeito, mas a rejeitaram. Isso me fez lembrar
as palavras de Cristo em Mateus 6:23, “se, porém, os teus olhos forem maus,
todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam
trevas, que grandes trevas serão!”. Pense por um instante na Inglaterra dos
dias de John Wesley e George Whitefield. Havia milhares de pessoas sedentas
pelo evangelho. Um clima de segurança e espiritualidade caracterizava a nação.
Três séculos depois, o que se vê nesse mesmo território é um crescente
desinteresse nacional pelo evangelho. Não se trata apenas de um fenômeno
envolvendo uma nação. Quem sabe, na sua igreja, alguém fervoroso tenha participado
de maneira ativa nos cultos e na pregação do evangelho. Hoje, essa mesma pessoa
se encontra totalmente entregue a um determinado pecado. A luz foi transformada
em trevas. Essa escuridão não é repentina. Ela ocorre quando passamos um dia
sem orar, sem ler as Escrituras. Quando um ano todo se passa e não apresentamos
o evangelho a ninguém. Aquela luz resplandecida no nosso coração se apaga aos
poucos e as trevas tomam conta de todo o ser. Quem sabe, você e eu possamos
estar nesse processo... Se assim for, que mudemos de postura antes que seja
tarde!
Por causa disto, é
provável que a mensagem profética de Sofonias tivesse como endereço o ambiente
político de Judá, conforme sugere Sf. 1:8. NIV Archaeological Study Bible,
p. 1514.
Citado em Michael Green, Evangelism in the Early Church (Grand
Rapids, MI: Eerdmans, 1983), p. 203.
Vídeos
Introdução - Esboço da Lição “Busque ao Senhor e Viva” (aqui).
Esboço da Lição 9 - O Dia do Senhor (Sofonias e Naum) (aqui).