Lição 6 - Ansioso
para perdoar (Jonas)
4 a 11 de maio
Sábado à tarde Ano Bíblico:
1Cr 10–12
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Com a voz do agradecimento, eu Te oferecerei sacrifício; o que
votei pagarei. Ao Senhor pertence a salvação!” (Jn 2:9).
Leituras da Semana:
Pensamento-chave: O livro de Jonas revela, entre outras
coisas, que Deus está mais disposto a perdoar do que nós geralmente estamos.
A história de Jonas é uma das mais conhecidas da Bíblia. O profeta
havia sido enviado por Deus para advertir Nínive da iminente destruição. Ele
suspeitava que esse povo não hebreu pudesse se arrepender de seus pecados e que
Deus o perdoaria. Sendo profeta verdadeiro, Jonas sabia que o plano de Deus era
salvar Nínive, não destruí-la. Talvez por isso ele, no início, tentou fugir. No
entanto, devido a forças além de seu controle, Jonas mudou de ideia e obedeceu
à ordem de Deus.
Em resposta à sua pregação, toda a cidade acreditou na mensagem e se arrependeu
de uma forma que, infelizmente, não aconteceu com Israel e Judá. Jonas,
entretanto, tinha uma série de lições importantes a aprender. A história mostra
como Deus estava ensinando pacientemente ao Seu profeta mesquinho e teimoso o
significado da graça, da misericórdia e do perdão.
Domingo Ano Bíblico: 1Cr
13–16
O profeta desobediente (Jonas 1)
Não se sabe muito sobre Jonas ou seus antecedentes familiares.
Conforme 2
Reis 14:25, ele viveu no norte de Israel e
ministrou durante o oitavo século antes de Cristo. O mesmo texto revela que
Jonas previu uma expansão territorial do reino de Israel.
Historicamente, Nínive era uma das três grandes cidades da Assíria, um importante
país situado junto ao rio Tigre. Visto que Deus é o Senhor de todas as nações e
que todos os povos são responsáveis diante dEle (Am 1–2), Ele enviou Seu servo
Jonas para que avisasse os ninivitas sobre a destruição iminente. A ordem
divina de clamar contra Nínive (Jn 1:2) também pode ser traduzida como “pregar
para ela”.
A cruealdade dos assírios era notória. Cerca de um século mais tarde, o profeta
Naum chamou Nínive de “cidade sangrenta, toda cheia de mentiras e de roubo” (Na
3:1). Jonas foi enviado para anunciar a mensagem de Deus para essas pessoas.
Entre outras coisas, talvez tenha sido o medo dos odiados assírios que motivou
a atitude de Jonas. Quando instruído por Deus a fazer uma viagem para Nínive,
no oriente, o profeta se recusou e tentou fugir de navio para Társis, no
ocidente.
No começo, todas as coisas pareciam dar certo para Jonas, mas o Senhor enviou
uma grande tempestade contra o navio, a fim de ensinar ao Seu servo a lição de
que ninguém pode se esconder de Deus.
Jonas fugiu de Deus porque não queria cumprir a vontade dEle. Hoje, as pessoas
fogem de Deus por muitas razões. Algumas, porque não O conhecem pessoalmente.
Outras rejeitam até mesmo a ideia de Deus e Sua Palavra. Embora seus motivos
variem, em muitos casos, elas fazem isso para escapar da culpa que sentem por
sua maneira de viver. Afinal, se não há um poder superior a quem devamos
responder, por que não fazer tudo que quisermos? Há até mesmo cristãos que
evitam Deus quando Ele os chama a fazer algo que não querem fazer, algo contrário
à sua natureza inerentemente egoísta e pecaminosa.
1. Por que não podemos fugir de Deus? Sl
139:1-12
Que sentimentos a verdade apresentada no Salmo 139 desperta em
você? Considere assim: cremos que Deus não apenas vê tudo o que fazemos, mas
conhece até mesmo nossos pensamentos. Mantemos essa compreensão, ou temos a
tendência de questioná-la e apagá-la de nossa mente? Será que estamos tão acostumados
com essa ideia, que simplesmente não damos muita atenção a ela?
Independentemente das razões, haveria diferença em sua atitude se, em todos os
momentos, você fosse sensível ao fato de que Deus conhece todos os seus
pensamentos?
Segunda Ano Bíblico: 1Cr 17–20
Testemunha relutante
Jonas 1 mostra que o Senhor desejou impedir a fuga do profeta. Por
isso, Ele trouxe uma tempestade tão severa que ameaçou provocar um naufrágio.
Os marinheiros invocaram seus deuses em busca de ajuda. Devido à força da
tempestade, eles pensaram que alguém devia ter provocado a ira dos deuses.
Tiraram a sorte para decidir quem seria a primeira pessoa que, dando
informações sobre si mesma, pudesse explicar essa afronta. Para lançar a sorte,
cada indivíduo trouxe uma pedra ou um pedaço de madeira identificado. Os
objetos foram colocados num recipiente que foi agitado até que um deles foi
sorteado. A sorte recaiu sobre Jonas, que confessou seus pecados e pediu que os
marinheiros o atirassem no mar.
Essa história é notável porque os marinheiros não hebreus agiram positivamente,
enquanto Jonas foi apresentado em uma visão negativa. Embora adorassem muitos
deuses, os marinheiros mostraram grande respeito pelo Senhor a quem oraram.
Eles também foram compassivos para com Jonas, o servo do Senhor, razão pela
qual saíram de seu caminho para tentar remar de volta à terra. Finalmente,
concordaram com a ideia de que Jonas devia ser jogado ao mar. Depois que
fizeram isso, a tempestade parou e, em gratidão, os marinheiros ofereceram
sacrifícios ao Senhor.
A confissão de fé em Deus como Criador do mar e da terra ressalta
a futilidade das tentativas do profeta de escapar da Sua presença. A cessação
imediata da tempestade depois que os homens jogaram Jonas no mar mostrou-lhes
que o Senhor, como Criador, tinha o controle do mar. Devido a isso, os
marinheiros adoraram o Senhor ainda mais. A Bíblia não diz quanto tempo durou o
recém-descoberto temor e respeito pelo Criador. Não há dúvida, porém, de que eles
aprenderam alguma coisa sobre Deus com essa experiência.
Mal podemos compreender muitas das maravilhas do mundo em torno de nós, muito
menos tudo o que está além do alcance dos nossos sentidos e até mesmo da nossa
imaginação. Como o Criador fala com você por meio do que Ele fez?
Terça Ano Bíblico: 1Cr 21–24
O salmo de Jonas
Quando Jonas foi lançado ao mar, um grande peixe o engoliu por
ordem de Deus. Jonas deve ter pensado que a morte realmente seria a única forma
de escapar da missão de pregar em Nínive. Mas o grande peixe (não chamado de
baleia no livro de Jonas) foi um instrumento de salvação para o profeta. Ao
contrário de Jonas, essa criatura respondeu prontamente às ordens de Deus (Jn
1:17; 2:10).
A providência divina atuou de uma forma incrível e, por mais que algumas
pessoas zombem da história, Jesus testemunhou de sua veracidade (Mt 12:40) e
até mesmo a usou em referência à Sua própria morte e ressurreição.
3. Jonas 2 muitas vezes é chamado de salmo de Jonas. O que o
profeta havia aprendido? Que princípios espirituais podemos tirar desse
capítulo? Jn
2
O salmo de Jonas celebra a divina libertação das perigosas
profundezas do mar. É a única parte poética do livro. Nela Jonas relembra sua
oração em busca de ajuda enquanto estava afundando nas águas profundas e
enfrentando a morte certa. Ao tomar plena consciência de sua salvação, ele
agradeceu a Deus por isso. O hino indica que Jonas estava familiarizado com os
salmos bíblicos de louvor e ação de graças.
O voto de Jonas provavelmente consistisse em um sacrifício de ação de graças.
Ele estava agradecido porque, embora merecesse morrer, Deus mostrou-lhe
extraordinária misericórdia. Apesar de sua desobediência, Jonas ainda se
considerava fiel a Deus porque não tinha sucumbido à adoração de ídolos. Apesar
de suas muitas falhas de caráter, ele estava determinado a ser fiel à sua
vocação.
Às vezes, é preciso que enfrentemos uma experiência terrível para
abrir o coração ao Senhor, para perceber que Ele é a nossa única esperança e
salvação. Pense em uma experiência que você teve e em que viu claramente a mão
do Senhor atuando em sua vida. Por que é tão fácil esquecer a maneira pela qual
o Senhor nos guia, quando surgem provações?
Quarta Ano Bíblico: 1Cr
25–27
Missão vitoriosa
Depois de um livramento tão miraculoso, quando Deus o mandou pela
segunda vez a pregar em Nínive, Jonas obedeceu imediatamente. Em sua pregação (Jn
3:1-4), Jonas usou uma linguagem que lembrava a destruição de Sodoma e
Gomorra (Gn 19). Mas, no original hebraico, a palavra para “subverter” ou
“destruir” (Gn 19:21, 29; Jn 3:4), usada na pregação de Jonas, também pode ter
o significado de “mudar a direção” ou “transformar” (Êx 7:17, 20; 1Sm 10:6). A
pregação da mensagem divina não foi em vão.
A maior conquista da carreira profética de Jonas foi o arrependimento da cidade
de Nínive. Depois dos marinheiros, os ninivitas foram o segundo grupo de não
hebreus do livro de Jonas a se voltar para Deus, e tudo por causa da interação
com o imperfeito mensageiro do Senhor. Os resultados foram surpreendentes! Para
se humilhar diante de Deus, o povo de Nínive vestiu roupas de panos de saco,
colocou cinzas sobre a cabeça e jejuou. Todos esses foram sinais exteriores de
tristeza e arrependimento.
4. Leia Mateus
12:39-41 e 2
Crônicas 36:15-17. O que esses versos nos ensinam
sobre a importância do arrependimento?
A imagem de um poderoso monarca assírio se humilhando em cinzas
diante de Deus é uma forte censura a muitos dos orgulhosos governantes e do
povo de Israel, pelo menos os que rejeitaram persistentemente o chamado
profético ao arrependimento. Por causa da ênfase do livro de Jonas na graça e
no perdão de Deus, o povo judeu o lia todos os anos, no ponto culminante do Dia
da Expiação, que celebrava o perdão de Deus para seus pecados.
“Nosso Deus é um Deus de compaixão. Ele trata os transgressores da Sua lei com
longanimidade e terna misericórdia. E ainda, em nossos dias, quando homens e
mulheres têm tantas oportunidades de se familiarizar com a lei divina, revelada
nas Sagradas Escrituras, o grande Governador do Universo não pode olhar com
satisfação para as ímpias cidades, onde reina a violência e o crime. Se as
pessoas dessas cidades se arrependessem, como fizeram os habitantes de Nínive,
muito mais mensagens como a de Jonas seriam anunciadas” (Ellen G. White, The
Advent Review e Sabbath Herald [A Revista do Advento e o Arauto do Sábado], 18
de outubro de 1906).
Leia Jonas
3:5-10. O que esses versos revelam sobre a
natureza do verdadeiro arrependimento? Como podemos aplicar esses mesmos
princípios à nossa vida?
Quinta Ano Bíblico: 1Cr 28,
29
Perdoado, mas incapaz de perdoar
5. Leia Jonas
4. Que lições importantes o profeta precisava
aprender? Como sua hipocrisia foi revelada?
Jonas 4 revela algumas coisas surpreendentes sobre o profeta. Ele
parecia preferir morrer em lugar de testemunhar sobre a graça e o perdão de
Deus. Embora tivesse se alegrado em seu livramento da morte (Jn 2:7-9), visto
que Nínive vivia, ele preferia morrer (Jn 4:2, 3).
Em contraste com Jonas, Deus é retratado na Bíblia como Alguém que não tem
“prazer na morte do perverso” (Ez 33:11). Jonas e muitos de seus compatriotas
se alegraram nas misericórdias especiais de Deus para com Israel, mas queriam
Sua ira sobre seus inimigos. Essa dureza de coração é repreendida severamente
pela mensagem do livro de Jonas.
Que lições podemos aprender com os erros de Jonas? Como o preconceito
compromete nosso testemunho cristão?
Dizem, com razão, que o livro de Jonas é um manual sobre a maneira de não ser
um profeta. Jonas era um profeta de espírito rebelde e prioridades equivocadas.
Ele não podia controlar seu desejo de vingança. Era mesquinho e mal-humorado.
Em vez de se alegrar na graça que Deus mostrou também aos ninivitas, Jonas
permitiu que seu orgulho egoísta e pecaminoso o tornasse ressentido.
Em suas últimas palavras, Jonas pediu a morte (Jn 4:8, 9), enquanto as últimas
palavras de Deus foram uma confirmação de Sua graça imensurável, uma afirmação
da vida.
O livro de Jonas é deixado em aberto. Seus versos finais confrontam os leitores
com uma questão importante que permanece sem resposta: Será que a mudança
miraculosa no coração dos ninivitas resultou em mudança radical no coração de
Jonas?
Há muita coisa na história de Jonas que é difícil de entender, especialmente
sobre o próprio Jonas. Talvez, porém, a lição mais clara é a de que a graça e o
perdão divinos vão muito além dos nossos. Como podemos aprender a ser mais
bondosos e perdoadores com os que não merecem, como Deus foi com Jonas e com os
ninivitas?
Sexta Ano Bíblico: 2Cr 1–4
Estudo adicional
Sempre que estão em necessidade, os filhos de Deus têm o precioso
privilégio de apelar a Ele em busca de ajuda. Não importa quão inadequado seja
o lugar, o ouvido misericordioso de Deus está aberto ao seu clamor. Por mais
desolado e escuro que seja o local, ele pode ser transformado em um verdadeiro
templo pelo filho de Deus que ora” (Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible
Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 4, p. 1003).
“Confuso, humilhado e incapaz de compreender o propósito de Deus em poupar
Nínive, ainda assim Jonas havia cumprido a comissão a ele concedida de advertir
a grande cidade e, embora o acontecimento predito não se tivesse realizado, a
mensagem de advertência era de Deus e ela cumpriu o propósito que Ele lhe havia
designado. A glória de Sua graça foi revelada entre os pagãos” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 272, 273).
Como as citações acima nos ajudam a entender com mais clareza as mensagens do
livro de Jonas?
Perguntas para reflexão
1. O livro de Jonas ensina que Deus tem pleno controle da
natureza. Imagine que um de seus amigos perca um membro da família por causa de
um desastre natural. Como você explicaria a ele que Deus ainda está no comando,
apesar dos desastres que assolam partes do mundo e destroem muitas vidas?
2. Leia o último versículo do livro de Jonas. O que ele nos ensina sobre nossa
responsabilidade pela missão de evangelizar todos os cantos da Terra?
3. Na parábola do servo incompassivo (Mt
18:21-35), Jesus comparou Deus a um rei irado que revogou seu perdão e
lançou na prisão o servo que anteriormente havia sido perdoado. Deus revoga Seu
perdão? Alguns cristãos argumentam que Ele não faz isso. Qual é a nossa posição
sobre esse assunto?
4. Para muitas pessoas mergulhadas no secularismo, a ideia de um homem sendo
engolido vivo e permanecendo dentro de um “grande peixe” não é algo para ser
levado a sério. Como vimos anteriormente, no entanto, Jesus testemunhou
claramente sobre a veracidade da história. Como a história de Jonas nos ajuda a
perceber que uma visão antissobrenaturalista da realidade é realmente estreita
e limitadora?
Respostas sugestivas: 1. Deus sabe tudo sobre minha vida e
está em todos os lugares. Ele tem todo o poder. 2. Deus do Céu, criador do mar
e da terra; Jonas declarou que o Senhor é o único Deus verdadeiro, pela
capacidade de criar. 3. Deus responde à nossa oração; Deus permite que as ondas
nos envolvam para que mudemos de atitude; Ele nos perdoa e nos dá uma nova
oportunidade de servir; Deus salvou o profeta das profundezas do mar; é inútil
confiar em ídolos. 4. O milagre mais importante é o arrependimento. Por isso,
muitos ninivitas serão salvos, ao contrário de muitos israelitas. O povo de
Deus foi levado em cativeiro porque não se arrependeu de seus pecados. 5.
Embora Deus alerte a respeito das consequências do pecado, Ele deseja ajudar a
todos; Deus ama os pecadores, mas odeia o pecado; o perdão divino alcança todas
as etnias; Jonas reconheceu que precisava do perdão, mas não queria que os
pagãos fossem perdoados. Jonas foi hipócrita porque teve compaixão de uma
planta, mas não teve misericórdia dos habitantes de Nínive.
ESCOLA SABATINA
Auxiliar
– Resumo
Texto-chave: Jonas 2:9
O aluno deverá...
Conhecer: A compaixão de Deus como força motivadora para abordagem de pessoas
que diferem dele em crença e estilo de vida.
Sentir: Que a verdadeira obediência deve ser uma submissão voluntária a
Deus, que brota de um coração grato por conhecer o caráter do Senhor.
Fazer: Desejar cultivar, graças ao desejo de Deus de salvar a todos, uma
atitude calorosa e amorosa para com os que precisam da sua ajuda.
Esboço
I. Conhecer: A salvação vem do Senhor
A. Observe que, na história de Jonas, Deus salva diferentes pessoas: profeta,
marinheiros, ninivitas. O que isso diz sobre a vontade de Deus de salvar toda a
humanidade?
B. Como Deus exerce compaixão sobre as pessoas ao lidar com seus pecados?
II. Sentir: Perdoado e perdoando
A. Por que Jonas foi tão implacável, embora tivesse experimentado o perdão de
Deus?
B. Como você pode evitar o sentimento de forte preconceito para com seu
público, enquanto prega, ensina ou compartilha Cristo?
C. Qual foi a atitude de Jonas, quando finalmente foi a Nínive, e o que isso
revela sobre sua obediência a Deus?
III. Fazer: A compaixão de Deus
A. Como você pode cultivar o calor da compaixão divina, evitando a frieza de
Jonas, ao se aproximar de pessoas diferentes de você?
B. Como você pode ajudar os outros a desenvolver atitudes adequadas em
situações transculturais e em sociedades nas quais existem racismo?
C. Que diferença faria em nossas igrejas, lares e vizinhança se cada membro da
igreja mostrasse verdadeira compaixão?
Resumo: Deus salvou marinheiros, ninivitas e também o Seu
profeta desobediente. Sua compaixão é aberta a todos, alcança até mesmo os
piores pecadores, transcende fronteiras, e vai além dos nossos limites e
entendimento humanos.
Ciclo do Aprendizado
Motivação
Focalizando a Palavra: Jonas 4
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Não há um grupo
especial ou povo “escolhido” exclusivamente designado para receber a graça de
Deus. Sendo assim, o perdão de Deus está disponível a todos.
Só para o professor: Tire algum tempo com sua classe para
refletir sobre o que torna o perdão difícil ou fácil.
Pesquisa realizada na Universidade de Miami mostrou que as pessoas
são mais propensas a perdoar quando os relacionamentos são caracterizados por
duas qualidades: (a) proximidade e compromisso com o relacionamento e (b) alto
grau de arrependimento e reparações feitas pelo culpado após o erro.
http://www.psy.miami.edu/faculty/mmccullough/papers/forgiveness_feeling_connected_pspb.pdf,
p. 12.
Mas o que dizer de situações, como a que Jonas enfrentou, nas quais a demonstração
do amor e perdão de Deus exige que olhemos para além das ações ofensivas do
passado, cometidas por um grupo de pessoas com quem não temos nenhum
relacionamento pessoal? Além disso, em muitas dessas situações não há
manifestação pública de arrependimento, por iniciativa humana, com relação às
ações passadas! Você já esteve em uma situação na qual o pensamento do perdão
era tão insuportável que você sentiu ser melhor, usando as palavras de Jonas,
“morrer do que viver”? (Jn 4:3).
Comente com a classe: O que torna o perdão fácil, e o que o torna difícil?
Por que às vezes parece que o perdão é um erro da justiça? Jonas achou que
realmente as pessoas más “ficavam impunes”? Por que isso não é verdade?
Compreensão
Só para o professor: Peça que os alunos partilhem seus
sentimentos com relação aos que não fazem parte da nossa igreja. O que precisa
melhorar em nossa maneira de lidar com eles?
Comentário Bíblico
Perdoando o imperdoável
(Recapitule com a classe Jonas 4:1-3.)
Jonas, filho da sofredora nação israelita, foi enviado a um território hostil
para ajudar uma nação a evitar um juízo que, em seu pensamento, ela merecia.
Implícita na ira de Jonas estava sua falta de vontade para ver os ninivitas
como dignos de perdão. Nínive era uma cidade muito voltada para a guerra e
parte importante do Império Assírio, que tinha o maior exército já visto no
Oriente Médio ou do Mediterrâneo
Provavelmente os ninivitas tivessem cometido tantas atrocidades
que mereciam o juízo e, talvez, Jonas quisesse que eles recebessem a
retribuição justa.
Diante da relutância de Jonas em ver o “inimigo” se arrepender, podemos
perguntar: Onde está o amor, a terna preocupação e bondade no livro de Jonas? A
palavra hebraica traduzida como “benignidade”, chesed, é central na ética
judaica e é repetida em toda a Bíblia.
Alguns estudiosos judeus modernos afirmam que toda a Torá começa e
termina com chesed (http://en.wikipedia.org/wiki/Chesed).
Como a lição de segunda-feira indica, vemos muito mais bondade e respeito por
Deus nas ações dos marinheiros pagãos do que em Jonas. Vemos também abertura e
arrependimento no coração dos ninivitas. Vemos preocupação na voz de Deus. Mas,
e quanto a Jonas? Ele lutava com a ira. Ficou transtornado porque o povo de
Nínive se arrependeu e porque Deus concedeu misericórdia a eles, como o profeta
sabia que aconteceria, uma vez que o Senhor é “clemente, e misericordioso, e
tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que [Se arrepende] do mal” (Jn
4:2).
A história de Jonas fala dos caminhos miraculosos de Deus e Sua capacidade de
Se envolver em atos sobrenaturais. Ela ensina jovens e idosos a estar abertos
ao milagre e a esperar mais do que nossos olhos e leis humanas da ciência dizem
que é possível. Em níveis mais complexos, a história ensina uma das mais
profundas lições espirituais que devemos aprender: nenhuma pessoa está além da
cura efetuada pela misericórdia e graça de Deus. Porém, Jonas, pecador salvo
pela graça divina, ficou extremamente infeliz porque o povo de Nínive também
recebeu essa graça. Essa história mostra o ensino revolucionário de que a graça
de Deus é para todos e desafia as noções e atitudes fanáticas, muitas vezes
mantidas por “crentes” para com os “descrentes”.
A história de Jonas esclarece uma das verdades mais centrais e, ao mesmo tempo,
mais difíceis de aceitar, na mensagem do evangelho: O perdão e redenção são
para todos que abrem o coração a Deus. Origem étnica, crença e nacionalidade
jamais serão fatores na equação divina. O amor de Deus e a comunhão em Sua
família são universais. E o mais importante, as ações do passado (mesmo que
tenham sido terríveis, injustas e lamentáveis) nunca serão intransponíveis para
o coração arrependido. Não há obstáculo que um coração arrependido não possa
cruzar. Não há passado que Deus não possa perdoar.
Pense nisto: Diante dessa boa notícia, por que nós, como Jonas, temos
tanta dificuldade em perdoar? Em vez de julgar Jonas com severidade, incentive
a classe a olhar para ele com simpatia. O profeta deu uma resposta muito humana
ao Seu chamado. O que o perdão divino para os inimigos de Israel diz sobre Deus
e sobre a maneira pela qual devemos perdoar os que nos ferem ou prejudicam?
Aplicação
Só para o professor: Todos nós temos algo para perdoar e
alguma coisa da qual precisamos ser perdoados. Ore a Deus, seu conselheiro e
melhor amigo, falando com Ele sobre o que você está sofrendo. Os que ainda
enfrentam sofrimentos duradouros, recentes ou difíceis, talvez ainda estejam
aprendendo a lidar com sua dor. Outros podem ter encontrado um modo de esquecer
o assunto. Alguns podem estar experimentando o perdão em seu íntimo. A oração
será um auxílio vital, não importa em que ponto da jornada estejamos. A
atividade a seguir é planejada para ajudar você a entrar em uma conversa com
Deus sobre o perdão.
COMENTÁRIOS
Luiz Gustavo S. Assis é formado em teologia pelo Unasp Campus 2 e
atualmente exerce a função de pastor distrital no bairro Sarandi, na Zona Norte
de Porto Alegre, RS.
Ampliação
Jonas é, sem dúvida, o mais conhecido de todos os profetas
menores. Ainda não conheci nenhuma criança que soubesse a história de Oseias ou
Amós, mas é difícil encontrar uma criança cristã que não esteja de alguma forma
familiarizada com a história de Jonas. Mas isso não significa que o livro de
Jonas seja uma história infantil. Na verdade, nós adultos podemos ter profundos
momentos de meditação a partir das situações descritas ao longo dos quatro
capítulos do livro. Tópicos como perdão, justiça, obediência, onisciência
divina e arrependimento podem facilmente ser abordados a partir da história de
Jonas. Como disse o autor e filósofo cristão Ravi Zacharias, “gastamos tempo
demais tentando entender o que aconteceu dentro do grande peixe e nos esquemos
de pensar no que estava acontecendo dentro do coração de Jonas”.
1. Conhecendo o livro
Existem aqueles que afirmam que o livro de Jonas não passa de uma
alegoria ou uma simples lenda. No entanto, existem alguns elementos na própria
narrativa que sugerem fortemente que se trata de uma história real. Vejamos
alguns deles brevemente:
a) Personagem: Jonas
é mencionado em 2 Reis 14:25, mostrando que ele era profeta no reino de Israel
e exerceu seu ministério profético em meados do 8º século a.C., e foi
contemporâneo de outros profetas como Oseias e Amós. Estamos diante de um
personagem histórico. O curioso é que Jonas se tornou conhecido por ser um
profeta de Deus para uma nação pagã, a Assíria.
b) Aspectos literários: A forma introdutória do livro: “Veio a Palavra do Senhor a
Jonas, filho de Amitai, dizendo” (v. 1) é importante indicativo da intenção do
seu autor. Trata-se da mesma forma introdutória de livros como Oseias, Joel,
Miqueias, Sofonias, Ageu e Zacarias. Além disso, a primeira palavra hebraica do
livro “vayehi” (‘e aconteceu’ ou ‘e veio’) é a mesma do começo de outros livros
históricos (cf. Js 1:1; Jz 1:1; Rt 1:1; 1Sm 1:1; 2Sm 1:1; Ed 1:1; Et 1:1). Como
cristãos, aceitamos a historicidade de livros como Josué, Rute, 1 Samuel e 2
Samuel. Por que imaginar que o livro de Jonas seria diferente?
c) Ambiente histórico: O falecido especialista em documentos assírios Donald J.
Wiseman, publicou um fascinante artigo em 1979 demonstrando como as informações
sobre Nínive no livro de Jonas são compatíveis com as informações sobre seu
tamanho, sua população e seus costumes nos tabletes cuneiformes e também nas
escavações arqueológicas feitas ali desde a década de 1840.
Foi A. W. Tozer quem disse certa vez: “Dê-me Gênesis 1:1, e o
restante da Bíblia não será nenhum problema para mim”. Se as primeiras frases
das Escrituras são verdadeiras – e acredito que são – não deveríamos ficar
incomodados com uma história em que um homem é engolido por um grande peixe e
depois de passar três dias lá dentro, sai e cumpre sua missão profética!
Permita-me mencionar algo mais sobre isso. Existe uma antiga e importante
igreja em Chipre que abriga os ossos de um importante personagem bíblico. Nessa
igreja pode-se ler uma inscrição: “Lazáro, duas vezes morto, amigo de Jesus”.
Para Aquele que é capaz de ressuscitar uma pessoa morta há quatro dias, não
vejo como problema manter alguém por três dias dentro de um animal marinho.
2. A mensagem de Jonas
Um esboço básico do livro de Jonas pode ser apresentado da
seguinte forma:
Jonas foge de Deus (1–2)
a) O chamado de Jonas e a fuga (1:1-3)
b) A tempestade (1:4-6)
c) A desobediência de Jonas revelada (1:7-10)
d) A punição de Jonas e seu livramento (1:11–2:1; 2:10)
e) A oração de Jonas (2:2-9)
Jonas relutantemente cumpre sua missão (3-4)
a) A resposta de Jonas (3:1-4)
b) A resposta dos ninivitas
(3:5-9)
c) O arrependimento dos ninivitas (3:10–4:4)
d) O diálogo entre Deus e Jonas (4:5-11)
Ao longo desses quatro capítulos, três temas saltam imediatamente
de suas páginas, dois dos quais relacionados diretamente com Deus e um
relacionado conosco:
a) Soberania divina: Deus foi quem comandou tudo nessa história. Ele controla a vida, a
natureza e todas as coisas (cf. 1:4, 9, 15, 17; 2:10; 4:6-8). Nesse livro, Deus
Se mostra preocupado com todos: Jonas, os marinheiros, os ninivitas e até mesmo
os animais (cf. 4:11). Longe de ser Alguém passivo, Seu plano estava em
execução para os moradores daquela “grande cidade”.
b) Compaixão e misericórdia de Deus: Para aqueles que conhecem um pouco da
história do povo assírio, ver Deus preocupado em oferecer a eles uma “segunda
chance” chega a ser chocante. Veja, por exemplo, a parte de um documento do rei
assírio Assurbanipal II, que reinou entre os anos 884-859 a.C.:
“Eu construí uma coluna contra a cidade deles, arranquei a pele de
todos os chefes que se revoltaram contra [mim] e cobri a coluna com a pele
deles. Emparedei alguns dentro da coluna, empalei alguns em estacas na coluna,
e amarrei outros em estacas ao redor da coluna. [...] Cortei os braços e pernas
dos oficiais, dos oficiais reais que se rebelaram. [...] Queimei muitos cativos
de entre eles a fogo e levei muitos cativos. Cortei o nariz, as orelhas e os
dedos de alguns; furei os olhos de muitos. Fiz uma coluna com os vivos e outra
de cabeças, e amarrei suas cabeças aos troncos das árvores ao redor da cidade.
Queimei no fogo seus jovens e servos. Capturei vinte homens vivos e os
emparedei nas paredes de seu palácio.”
Esse não parece ser o tipo de pessoa que estaríamos dispostos a perdoar. No
entanto, de maneira estranha para nós, o amor de Deus consegue ser revelado
para homens como Ashurbanipal II e outros tantos! Diante dessa manifestação de
amor, Deus esperava o arrependimento dos ninivitas (cf. 3:10; 4:2, 11). Como
pode ser visto em 4:1, Jonas estava realmente indignado (em hebraico, esse
verso tem uma força muito maior do que em português) por Deus ter essa
característica de perdoador. Quem sabe também podemos ter o mesmo sentimento
quando vemos alguém com um histórico tão negativo sendo batizado e sendo
abençoado por Deus de maneira especial. Como seres humanos pecadores, podemos
nos sentir como Jonas. Seria bom ter em mente a parábola do credor imcompassivo
(cf. Mt 18:23-35). Nós somos aqueles que temos uma dívida impagável com o Rei,
mas que foi perdoada por Ele. Ficar irritados com as “pequenas dívidas” dos
outros é um tanto insensato. Longe de ser um ensinamento fácil, o amor de Deus
é um dos tópicos mais profundos, senão o mais profundo de toda a Escritura.
Falando sobre isso, Ellen G. White escreveu:
“Todo o amor paternal que veio de geração em geração através do coração humano,
toda fonte de ternura que se abriu na alma do homem, não passam de tênue riacho
em comparação com o ilimitado oceano, quando postos ao lado do infinito e
inesgotável amor de Deus. A língua não o pode expressar, nem a pena é capaz de
o descrever. Podemos meditar nele todos os dias de nossa vida; podemos
esquadrinhar diligentemente as Escrituras a fim de compreendê-lo; podemos
reunir toda faculdade e poder a nós concedidos por Deus, no esforço de
compreender o amor e a compaixão do Pai celestial; e todavia, existe ainda um
infinito para além. Podemos estudar por séculos esse amor; não obstante jamais
poderemos compreender plenamente a extensão e a largura, a profundidade e a
altura do amor de Deus em dar Seu Filho para morrer pelo mundo. A própria
eternidade nunca o poderá bem revelar” (Testemuhos Seletos, v. 2, p.
337)
Podemos apreciar algumas fagulhas desse amor na história de Jonas!
c) Missão: Se
os dois primeiros assuntos tinham relação com Deus, este último tem a ver
conosco. Deus aproveitou a fragilizada nação assíria durante a péssima
administração do rei Ashur-Dan III (Cerca de 773-756 a.C.) para ofercer uma mensagem
de salvação. Os assírios vinham de derrotas militares, problemas diplomáticos,
períodos de fome, um eclipse ocorrido em 15 de junho de 763 a.C. – que era
interpretado como um mal presságio – e outros problemas. A mensagem de Jonas
era um convite para a restauração da nação. De certa forma, esse livro é uma
antecipação da ordem de Cristo para pregar o evangelho para todas as nações
(cf. Mt 28:18-20; Jn 1:1-2; 3:1-2), até mesmo para aqueles que se opõem a ela
(4:11; Mt 5:44). No coração do evangelho há uma mensagem de reconciliação (cf.
2Co 5:20). A maldade trará punição (Jn 1–2; 3:4), mas “a salvação vem do
Senhor” (Jn 2:9).
3. A relevância da mensagem de Jonas
Podemos extrair algumas lições práticas do livro de Jonas para
aplicar à nossa vida:
a) Jonas e sua audiência: A responsabilidade de transmitir
uma mensagem divina é algo grandioso. No entanto, Jonas tinha alguns motivos
que o levaram a fugir. Particularmente, me identifico com esse ponto da
história. Na minha primeira campanha de colportagem em São José dos Pinhais,
PR, em 2002, lembro-me de ter passado na frente de uma residência repleta de
pessoas. Era véspera de Natal e eu não desejava incomodá-las oferecendo alguns
livros e uma oração no encerramento da visita. Em meu íntimo, a timidez falou
mais alto e passei adiante. Dois dias depois, notei um grande movimento naquela
mesma casa. Para minha triste surpresa, os cinco membros daquela família se
haviam envolvido num acidente no dia anterior e todos perderam a vida [...] Ao
olhar para trás, consigo discernir alguns pensamentos relacionados com aquele
dia. Não creio que Deus permitiria que toda uma família morresse sem ter tido
ao menos uma oportunidade de reconciliação com Ele. Mas, ao mesmo tempo, eu
fugi de minha responsabilidade como Seu mensageiro. Hoje, minha timidez ainda
incomoda, mas sabendo que outros tantos que estão sob minha responsabilidade
podem morrer, esforço-me para honrar meu compromisso, como cristão, de
proclamar a mensagem da cruz.
b) Jonas e sua mensagem: Jonas conhecia muito bem sua
teologia. Em Jonas 4:2, ele cita uma conhecida passagem de Êxodo 34:6-7.
Doutrina não era o problema do profeta. Mas, como disse alguém, a jornada mais
longa para se fazer é aquela entre a mente e o coração. Conhecimento bíblico
muitas vezes não é o suficiente. Precisamos nos identificar com a mensagem que
portamos. Quando se avalia os motivos pelos quais os jovens abandonam a igreja,
não se trata apenas de dificuldades intelectuais não respondidas pelo pastor ou
outro líder da igreja. Muitas vezes, trata-se da hipocrisia notável em muitos
membros da congregação. Homens e mulheres com um discurso, mas vivendo algo bem
diferente. Alerte sua unidade da Escola Sabatina sobre esse perigo.
c) Jonas e seu conforto: Em vez de se dirigir a Nínive, no
leste, Jonas foi para Társis, em direção oposta. É impossível determinar com
certeza onde essa cidade ficava. As evidências disponíveis até o momento
apontam Espanha, Cartago (no norte da África), e Sardenha como possíveis locais
da antiga Társis. O falecido assiriólogo Cyrus Gordon defendia a identificação
desse local como a Espanha. De acordo com ele, Társis era um paraíso terrestre.
Em vez de Jonas exercer sua função profética, o que vemos aqui é o profeta
fugindo da responsabilidade e buscando seu conforto. Não seria isso um forte
alerta para nós hoje? É comum vermos um convite para o envolvimento missionário
na igreja e alguns poucos se disponibilizando. É lógico que nem todos têm o
mesmo dom de dar estudos bíblicos ou pregar, mas o que é tão importante a ponto
de deixar nossos imãos e irmãs ocupados demais para se envolverem com a
pregação do evangelho? Como Jonas, muitos podem estar em busca do conforto.
Para uma introdução às principais descobertas arqueológicas
relacionadas com persongens, locais e eventos, ver Gerald A. Klingbeil, As
pedras ainda clamam, disponível em:
Jo Ann Davidson, “Jonas: Lições de um profeta para os últimos dias”, em “O
Futuro: A visão adventista dos últimos acontecimentos”, Alberto Timm, Amin
Rodor, Vanderlei Dorneles (eds.), (Unaspress, 2004), p. 29. Davidson oferece
outros argumentos literários que endossam a ideia da historicidade do relato de
Jonas. Mencionamos apenas esses por questões relacionadas a espaço. Na verdade,
é importante lembrar que Jo Ann Davidson escreveu uma lição da Escola Sabatina
sobre Jonas, em 2003.
Donald J. Wiseman, Jonah’s Nineveh, in Tyndale Bulletin 30 (1979),
p. 29-52. Uma das
grandes contribuições deste artigo, originalmente apresentado em forma de
palestra em 1977, é a possibilidade do arrependimento nacional registrado no
terceiro capítulo do livro de Jonas estar relacionada com um terremoto que ocorreu
durante o governo do rei assírio Ashur-Dan, que foi contemporâneo de Jeroboão
II, rei de Israel, isto é, na mesma época do ministério do profeta Jonas (cf.
2Rs 14:25).
Diversos documentos mesopotâmicos falam de como eventos como
terremotos, eclipses e períodos de fome, eram interpretados como presságios
negativos das divindades e, portanto, eram lembretes da débil condição
espiritual da nação. Por que não imaginarmos Deus utilizando essa mentalidade e
o terremoto referido anteriormente para despertar o interesse dos ninivitas?
Geoffrey T. Bull, The City and the Sigh: An Interpretation of the Book
of Jonah, p. 109, 110.
NIV Archaeological Study Bible, p. 1469.
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