sexta-feira, 25 de maio de 2012

Escola Sabatina: Evangelismo e Testemunho - Lição 9 - Liberdade para ministrar

 

capala22012

 

Lição 9 de 26 de maio a 2 de junho

Liberdade para ministrar

 

la922012

 

Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ne 5–8

VERSO PARA MEMORIZAR: “Como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10:15, RC).

Leituras da semana: Êx 18:13-26; Mt 7:17, 18; At 6:1-8; Jo 4:36; At 15:36-40

Pensamento-chave: Não é suficiente que as pessoas sejam treinadas para o evangelismo e testemunho; elas devem trabalhar ativamente em favor das pessoas.

Muitos membros da igreja lamentam o fato de que, embora estejam prontos para assistir a seminários de capacitação sobre testemunho e evangelismo, quando voltam à sua igreja, não são encorajados a se envolver no trabalho. Consequentemente, muitas igrejas que não são realmente ativas nas atividades evangelísticas e de testemunho não estão cientes acerca das pessoas bem treinadas em seu meio. Ocasionalmente alguns oferecerão voluntariamente seus serviços, mas muitos outros concluirão que não são necessários nem desejados.
A maneira mais bem-sucedida de sufocar o envolvimento dos membros na atividade da igreja é negar-lhes a participação em áreas nas quais eles estão habilitados a atuar. É responsabilidade de cada igreja local descobrir onde e como cada membro pode contribuir com as estratégias de testemunho e evangelismo. Todos os que estão dispostos têm um lugar. A chave é descobrir qual é esse lugar.


Nesta semana, estudaremos o conceito de enviar missionários de modo planejado e as formas pelas quais o envolvimento máximo dos membros contribui para a harmonia geral da igreja e para o crescimento espiritual e numérico.

Domingo

Ano Bíblico: Ne 9–11


Responsabilidade compartilhada

Muitos dedicados líderes de igreja têm interrompido ou, na melhor das hipóteses, diminuído sua eficiência por falta de vontade de compartilhar a responsabilidade do ministério. Esse problema não é uma novidade gerada pelo mundo moderno com seu ritmo acelerado. Até Moisés, o grande líder do Antigo Testamento, precisou de ajuda para ter visão mais ampla a respeito da liderança compartilhada. Podemos aprender muito com sua experiência e com o bom conselho recebido de seu sogro Jetro.

1. Conforme o conselho de Jetro, quem deveria assumir o trabalho de julgar as questões mais simples entre o povo? Êx 18:13-26, especialmente o verso 22

Podemos apenas imaginar quanto tempo Moisés teria sido capaz de manter uma agenda de trabalho fora da realidade. Da mesma forma, só podemos supor até que ponto Moisés estava ciente da disponibilidade de auxiliares capazes. No entanto, o que a história revela é que havia muitos homens capazes e dispostos a ajudar. Moisés precisaria permitir que eles se envolvessem, delegando a eles determinadas funções de liderança.


O ministério no qual os líderes da igreja devem voluntariamente tomar parte inclui o testemunho e evangelismo. Os princípios da responsabilidade devidamente organizada e compartilhada que encontramos na experiência de Moisés são de valor inestimável aos nossos esforços para ganhar pessoas para o reino de Deus.

2. Por que Moisés escolheu homens com semelhantes qualidades, mas deu a eles variados graus de responsabilidade? Que talentos específicos podem ter determinado suas funções? Como esses princípios se aplicam às estratégias evangelísticas das igrejas atuais? Êx 18:21, 25

Provavelmente tenha sido a natureza profundamente espiritual da tarefa de falar em nome de Deus que tornou Moisés relutante em compartilhar suas responsabilidades. Nós também sentimos a tremenda responsabilidade de falar às pessoas sobre Deus e em nome de Deus. Nosso testemunho e evangelismo é um assunto sério. Somos cuidadosos porque a vida eterna está em jogo. E embora isso deva nos levar a ter cuidado quanto à forma de proceder, devemos estar sempre dispostos a envolver todos na tarefa de evangelizar e alcançar pessoas.

Segunda

Ano Bíblico: Ne 12, 13


Arriscar para alcançar sucesso

Os membros da igreja têm um tremendo potencial para o ministério. Muitos são entusiastas com o envolvimento nas estratégias evangelísticas da igreja, mas, às vezes, os líderes são relutantes em deixar que eles se envolvam. Por trás do pensamento de que apenas “os profissionais podem fazer o trabalho” está o medo de que os membros da igreja façam ou digam algo errado, fazendo com que as pessoas se afastem de Cristo e de Sua igreja. Infelizmente, essa resistência ao envolvimento dos membros está tão arraigada que prevalece mesmo quando as pessoas foram devidamente treinadas para um ministério. O Espírito Santo e Suas promessas não são apenas para os líderes, mas para todos os que estão dispostos a se entregar ao Senhor com fé e submissão, para todos os que estão dispostos a negar a si mesmos e trabalhar para a salvação dos outros.

3. Que princípio ensinado por Jesus deve aliviar os temores dos líderes preocupados? Como podemos distinguir entre os frutos bons e maus, e como a liderança da igreja como um todo deve se envolver nesse processo? Como podemos fazer isso sem julgar os outros? Mt 7:17, 18

Se toda árvore boa produz bons frutos, os líderes da igreja devem se concentrar nas árvores boas e que estão crescendo. Assim como acontece com tudo que se relaciona com nossa resposta ao chamado do evangelho, precisamos primeiramente ser alguém para Jesus antes de ter sucesso em fazer coisas para Ele. Se dermos a devida atenção à obra de conduzir pessoas a um relacionamento significativo e cada vez mais profundo com Jesus, o Espírito Santo fará com que elas produzam o fruto correto. Nossa parte é liderar, ensinar e treinar. A parte de Deus é abençoar o ministério dessas pessoas. Precisamos confiar nelas e em Deus. Se dermos a devida atenção ao crescimento espiritual e habilidades práticas, podemos acreditar que as pessoas produzirão o fruto correto do sucesso evangelístico. Certamente, pode haver um elemento de risco, dependendo do ministério realizado e do nível de treinamento, mas devemos lembrar que nem mesmo os discípulos, que tiveram o maior Mestre da História, ganharam todas as pessoas a quem apelaram.

Você já sentiu que seus dons e talentos não foram apreciados? Qual pode ter sido a causa? Faça uma avaliação pessoal e verifique se a culpa está com você e com alguma atitude sua (orgulho, e assim por diante) e não em outras questões.

Terça

Ano Bíblico: Et 1– 4


Adaptando trabalhadores para a colheita

Quando as pessoas demonstram interesse em aprender mais sobre Deus e Sua igreja, devemos escolher com cuidado os que receberão a tarefa do testemunho. Em uma sociedade multicultural, faríamos bem em designar alguém da mesma nacionalidade e língua do interessado e, possivelmente, alguém de uma faixa etária similar. Além disso, poderíamos considerar a maturidade espiritual, conhecimento bíblico, habilidades de comunicação e experiência de salvação do missionário. Em outras palavras, devemos levar a sério a adaptação do obreiro àqueles com quem eles estão trabalhando.


Quando se trata de testemunho e evangelismo, não existe algo como “tamanho único” ou uma solução que sirva para todos os casos. A jornada da vida de cada pessoa é única, e isso vale para a jornada espiritual. No entanto, embora exista essa singularidade, também há semelhanças na experiência das pessoas, e existe bom senso em ajustar da melhor forma possível a experiência do cristão e a do interessado.

4. Que diferentes tarefas eram realizadas pelos cristãos? Quais foram os resultados quando os ministérios e habilidades específicos foram harmonizados? At 6:1-8

Observe a progressão destes eventos: os discípulos foram informados de um problema urgente, e pediram que os cristãos escolhessem sete homens para lidar com o problema. Os crentes trouxeram os nomes selecionados aos discípulos, que os nomearam com a imposição das mãos. E o número dos discípulos se multiplicava grandemente.


Embora Estêvão e os outros seis escolhidos devessem “servir às mesas”, não parece que a qualificação para essa tarefa fosse a capacidade de organizar e distribuir alimentos. Os cristãos ainda procuravam homens cheios do Espírito, porque seu ministério em favor das viúvas judias de fala grega também seria uma obra de testemunho e evangelismo. Assim, vemos que esses homens recém-nomeados foram vitais para a evangelização da igreja primitiva por terem liberado os evangelistas da linha de frente e também apoiado ativamente sua obra (v. 8). Mais uma vez podemos afirmar que, seja qual for o ministério em que os membros se envolvam, direta ou indiretamente seu trabalho será uma contribuição e apoio às atividades de testemunho e evangelismo da igreja.


Embora os talentos naturais, dons espirituais e treinamento específico sejam importantes para um ministério espiritual bem-sucedido, as atitudes pessoais são ainda mais importantes. Note que em Atos 16:1-5 e 4:36, 37, Timóteo e Barnabé fizeram tudo o que foi preciso para apoiar o ministério evangélico. Barnabé ofereceu seus recursos pessoais e Timóteo se submeteu à circuncisão para não ofender alguns judeus. As lições para nós são, de fato, óbvias.

Quarta

Ano Bíblico: Et 5–7


Crescimento espiritual por meio do trabalho

Uma igreja não pode colocar a espiritualidade automaticamente no coração de seus membros. No entanto, é uma grande verdade que, quando os cristãos respondem ao chamado de Deus para ser discípulos, sua caminhada pessoal com o Senhor se aprofunda e se fortalece. Embora não devamos nos envolver no testemunho e evangelismo apenas como tentativa de crescer espiritualmente, quando realizadas com amor genuíno por Deus e pelos perdidos, essas atividades trazem inúmeras bênçãos espirituais a todos os envolvidos.

5. Qual é a relação entre a prática voluntária da vontade divina e o crescimento no conhecimento de Deus e na espiritualidade? Jo 7:17

Como uma pessoa que procura a verdade pode ter certeza de que encontrou a verdade genuína? No verso 17, Jesus apresenta uma verdade que ajuda a todos os que desejam segui-Lo. Os que estão dispostos a fazer a vontade de Deus podem saber se uma doutrina é ou não de Deus. Como isso pode ocorrer? Evidentemente, há um crescimento espiritual através da ligação com Deus. Os que vivem de acordo com a verdade bíblica que conhecem receberão maior luz.


Há uma forte conexão entre ouvir e fazer (Ap 1:3). Os que fazem a vontade de Deus, por menos que a conheçam, são abençoados com um relacionamento cristão cada vez mais profundo que, unido ao estudo da Bíblia com espírito de oração, levará a mais amplas revelações da verdade e a um estimulante crescimento espiritual.

6. Qual é o salário espiritual recebido como resultado do envolvimento na colheita de pessoas? Que comunhão espiritual é sugerida na imagem do semeador e do ceifeiro se alegrando juntos? Jo 4:36

Muitos comentaristas sugerem que os discípulos estavam ceifando onde João Batista e Jesus tinham semeado. A própria mulher samaritana, evidentemente, havia plantado algumas sementes do evangelho entre o povo de sua cidade. Como eles devem ter se alegrado juntos, quando a colheita espiritual amadurecida foi recolhida no reino! Quando respondemos ao chamado de Deus para nos envolvermos na conquista de pessoas, esse vínculo, essa proximidade e crescimento espirituais brotam como resultado natural de estarmos na equipe divina.

Sua fé se tornou mais forte por meio de seu testemunho pessoal, tanto nas situações de vitória quanto nas de derrota? O trabalho de testemunhar influencia seu relacionamento com o Senhor?

Quinta

Ano Bíblico: Et 8–10


Harmonizando por meio do envolvimento

Há um fenômeno que às vezes é difícil explicar, mas pode ser mais bem descrito como “Influência circular”. No que diz respeito à harmonia e envolvimento, a influência circular funciona assim: ao envolver pessoas, você promove harmonia, que, por sua vez, incentiva o envolvimento das pessoas, o que, por sua vez, promove a harmonia. Você pode ver o princípio da influência circular no trabalho. Está claramente demonstrado no velho ditado: “Os que estão puxando os remos não têm tempo para balançar o barco.”


Houve algumas decisões importantes feitas no desenvolvimento da organização da igreja primitiva que poderiam ter causado grandes conflitos, mas as preferências pessoais dos cristãos foram submetidas ao que era melhor para a tarefa que seu Senhor lhes tinha dado.

7. Considere o importante processo da nomeação de Matias. Embora não lancemos sortes hoje, que pontos fundamentais eles estavam procurando ali, e que princípios podemos tirar desse exemplo para a obra do ministério hoje? At 1:15-26

É claro que, sempre que os seres humanos estão trabalhando juntos, há possibilidade de conflitos. Estamos certos em pensar que o maligno está trabalhando para minar a eficácia dos cristãos. É perfeitamente justo, então, que recapitulemos brevemente um incidente no ministério evangelístico da igreja primitiva, no qual houve um conflito real.

8. O que causou a diferença de opinião entre Paulo e Barnabé? Qual foi o resultado de sua discordância, e o que podemos aprender com isso? At 15:36-40

Em uma viagem missionária anterior, João Marcos havia deixado Paulo e seus outros companheiros e voltado para Jerusalém. Parece que esse incidente (At 13:13) tornou Paulo relutante em levar João Marcos com ele nessa nova viagem. Por outro lado, Barnabé achava que, se o levassem, haveria benefício para o próprio João Marcos e também para o empreendimento missionário. Consequentemente, enquanto Paulo escolheu Silas para acompanhá-lo, Barnabé viajou com João Marcos.


Em lugar de permitir que as diferenças pessoais ofuscassem a tarefa evangelística, eles enviaram dois grupos de testemunho. Embora Paulo e João Marcos tenham trabalhado juntos novamente de modo proveitoso (2Tm 4:11), naquela ocasião anterior eles não permitiram que suas diferenças interferissem na missão.

Sexta

Ano Bíblico: Jó 1, 2


Estudo adicional

Dependendo do programa de testemunho e evangelismo que você está planejando, os prazos específicos variam de acordo com as diferentes estratégias e prioridades utilizadas para alcançar o alvo. No entanto, existem alguns pontos gerais a considerar.


1. Registre o que você procura alcançar ao longo dos próximos doze meses. Especifique alvos em termos de pessoas e discipulado, e não apenas a conclusão dos programas.


2. Escreva um planejamento de procedimentos. Ele deve incluir importantes períodos de treinamento, datas para início e término do programa e as datas específicas para avaliação.


3. Ao elaborar as principais etapas do programa, certifique-se de que você também especificou quais indivíduos ou equipes são responsáveis em cada etapa.


4. Especifique como as estratégias de seu programa se integram com o programa geral da igreja. Mencione onde e como as outras estratégias da igreja apoiarão sua estratégia e onde o trabalho de sua equipe fortalecerá o programa da igreja.


5. Considere se seu programa será permanente ou se ele será repetido no ano seguinte. Isso ajudará a determinar que tipo de treinamento deverá ser realizado.

Perguntas para reflexão


O que Deus espera da igreja em relação à conquista de pessoas? O que a igreja pode fazer para ajudar os membros a entender as expectativas de Deus? Como as citações abaixo se aplicam a você?


“Deus espera serviço pessoal da parte de todo aquele a quem confiou o conhecimento da verdade para este tempo. Nem todos podem ir como missionários para terras estrangeiras, mas todos podem ser missionários entre os familiares e vizinhos” (Ellen G. White,Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 30).


“A todos que se tornam participantes de Sua graça, o Senhor aponta uma obra a ser feita em favor de outros. Individualmente, devemos permanecer em nosso lugar, dizendo: “Eis-me aqui. Envia-me!” (Is 6:8, NVI; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 222).

Respostas sugestivas: 1. Chefes de mil, chefes de cem, de cinquenta e de dez; homens capazes e tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos da avareza. 2. Considerou as habilidades, o potencial de cada um deles e a influência exercida nas famílias e tribos; e contou com a orientação divina. 3. A pessoa pode produzir frutos bons ou maus; não devemos julgar antes que os frutos apareçam; devemos avaliar com sabedoria. 4. Serviam alimento às viúvas; oravam e ministravam a palavra; operavam milagres; com os diáconos a igreja passou a crescer mais. 5. A pessoa que deseja fazer a vontade de Deus conhecerá e entenderá a doutrina verdadeira e conhecerá pessoalmente o Senhor. 6. O salário são as pessoas conquistadas; semeador e ceifeiro compartilham da mesma alegria pelo trabalho que realizaram juntos. 7. A pessoa devia ter acompanhado o grupo de Jesus; devia testemunhar acerca da ressurreição e devia ser indicada por Deus. 8. A presença de Marcos na equipe; a equipe se dividiu; devemos evitar discórdias; Deus dirige a igreja, apesar das divergências.

Resumo da Lição 9 – Liberdade para ministrar


Texto-chave: Romanos 10:15


O aluno deverá...


Saber:
Por que e como cada membro da igreja deve se envolver na pregação do evangelho de Cristo.


Sentir: Os estreitos laços de harmonia desenvolvidos quando trabalhamos unidos para salvar pessoas.


Fazer: Responder "Eis-me aqui, envia-me" (Is 6:8, NVI) ao chamado para ministrar em casa, na comunidade e até no campo mundial.


Esboço


I. Conhecer: Compartilhando o fardo


A. Por que alguns obreiros do evangelho, treinados profissionalmente, relutam em compartilhar o ministério com leigos relativamente inexperientes? O que pode ser feito para aumentar a confiança da liderança nos esforços dos leigos?
B. Qual é a responsabilidade da liderança na preparação dos membros da igreja para o ministério, e qual é o papel do Espírito Santo nessa tarefa?


II. Sentir: Desenvolvendo harmonia


A. O trabalho unido para salvar pessoas promove a harmonia e promove a unidade na igreja.


B. Que atitudes ajudam a desenvolver laços estreitos quando os membros da igreja trabalham juntos na causa de Cristo?


III. Fazer: “Eis-me aqui”


A. Como responderemos ao chamado feito pela liderança da igreja ou pela comissão de nomeações para alguma atividade no ministério?


B. Que campo de trabalho combina mais com seus talentos, idade e disposição? Que campo de trabalho pode tirar você da zona de conforto, mas ainda refletir um chamado para o ministério que deve ser atendido?


Resumo: Os membros da igreja têm um campo de trabalho em que, com treinamento adequado, liderança e a bênção do Espírito Santo, eles podem utilizar seus dons espirituais e relacionamentos sociais no ministério.


Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Não basta ser “evangelista de poltrona”. Somente quando colocamos em prática a teoria podemos experimentar a alegria incrível de ser um embaixador de Cristo.


Só para o professor: Muitas vezes, há um enorme abismo entre saber e fazer. Nesta semana, ajude os alunos a identificar os obstáculos comuns para a ação, e leve-os a descobrir maneiras práticas de traduzir a teoria do testemunho em um compromisso pessoal de testemunhar ativamente.

Atividade de abertura: Em 20 de setembro de 2004, uma mulher de 25 anos, inconsciente e sangrando muito, estava com a cabeça na sarjeta em uma rua movimentada no sul de Londres. Câmeras de vigilância no local captaram imagens de pelo menos 12 veículos diminuindo a velocidade, desviando-se da mulher e seguindo adiante.


Em Nova York, em 18 de abril de 2010, um homem de 32 anos foi esfaqueado quando tentou ajudar uma mulher que estava sendo atacada por um assaltante armado com uma faca. Mais uma vez, câmeras de vigilância registraram a cena em que pelo menos 25 pessoas passaram – uma delas parou para tirar uma foto em seu celular – enquanto o homem ferido sangrou até a morte na calçada (A. G. Sulzberger e Mick Meenan, “Questions Surround a Delay in Help for a Dying Man,” [Perguntas Sobre a Demora em Ajudar um Homem Agonizante], New York Times, 25 de abril de 2010).


A relutância em oferecer ajuda a um desconhecido é o que os psicólogos chamam de "efeito do espectador". Em um famoso experimento, em 1973, John Darley e Daniel Batson, psicólogos da Universidade de Princeton estudaram esse fenômeno dentro do contexto religioso. Eles pediram a alguns seminaristas do Seminário Teológico de Princeton que preparassem um sermão e depois caminhassem até o prédio ao lado para apresentá-lo. Alguns alunos foram orientados a pregar sobre a parábola do bom samaritano. Quando os estudantes deixaram o prédio, um por um, para apresentar os sermões, encontraram um homem "caído em um beco, de cabeça baixa, olhos fechados, tossindo e gemendo."


Quais alunos estavam mais propensos a parar e ajudar? A questão mais importante não era saber se os alunos haviam preparado um sermão sobre o bom samaritano, mas se os seminaristas tinham sido alertados de que estavam atrasados ou não. Dos que foram informados de que havia tempo de sobra, 63 por cento pararam para ajudar o homem. Dos que foram avisados de que estavam atrasados, apenas 10 por cento pararam para ajudar.


Pense nisto: Segundo a Pesquisa Adventista Mundial de 2002, menos de 40 por cento dos adventistas estão envolvidos em compartilhar sua fé com a comunidade. Estamos sucumbindo ao "efeito do espectador" quando se trata de traduzir nosso conhecimento e crenças para a prática?

Atividade: Os psicólogos explicam a "dissonância cognitiva" como a tendência que os seres humanos têm de "racionalizar" emoções contraditórias ou crenças. Por exemplo: "Sim, acredito que Cristo nos chama para ser Suas testemunhas. Mas isso não é minha responsabilidade. Outras pessoas testemunharão melhor do que eu.” Com a ajuda da classe, compile uma lista das racionalizações comuns, que nos levam a passar de largo diante das oportunidades de testemunho. (Por exemplo: "Não é meu trabalho"; "Não é meu 'dom'"; "Há outros mais qualificados"; "Preciso de treinamento adequado.") Mantenha essa lista na mão para a atividade de encerramento.

Compreensão


Só para o professor: Ao longo das Escrituras, Deus chama Seu povo para a ação. Ajude a classe a entender que esse chamado para testemunhar não é um "acréscimo opcional" para os seguidores de Cristo, mas uma incumbência pessoal.


Comentário Bíblico


I. De quem é a responsabilidade, afinal?


(Recapitule com a classe Êx 18:13-26; At 6:1-8.)


Essas duas narrativas bíblicas, de Moisés e da igreja cristã primitiva, estão separadas por um imenso abismo de tempo e circunstâncias. No entanto, ao ler as duas histórias, procure paralelos entre as situações descritas. Avançando um pouco mais, como muitos dos mesmos desafios se refletem em sua igreja, no século vinte e um?


Pense nisto: Por que a delegação de responsabilidade às vezes é tão difícil de fazer? (Falta de confiança? Relutância em abrir mão do controle pessoal? Dificuldade em acreditar que os outros podem fazer o trabalho tão bem quanto nós? Relutância em sobrecarregar os outros?) Quais são alguns dos possíveis resultados se os líderes de evangelismo deixarem de compartilhar as responsabilidades?


Na história de Êxodo, observe o conselho do sogro de Moisés (v. 19-23). De que forma esse conselho (v. 20, treinar/ensinar; v. 21, harmonizar as tarefas com as competências; v. 22, orientar) descreve um processo eficaz para a delegação de responsabilidades dentro de uma comunidade espiritual?


Embora as estruturas sociais do Império Romano no primeiro século geralmente fossem rígidas, a igreja cristã primitiva tentou refletir o ideal de Cristo de uma "família" de fiéis, unida na fé e na missão (Gl 3:8). O cristianismo oferecia às mulheres o respeito e considerável participação na vida da igreja (Rm 16:1, 2;. Fp 4:2, 3), o que não era acessível na cultura pagã nem sob a lei judaica.


Pense nisto: Em sua congregação, existem grupos constantemente ignorados quando se trata de planejar e executar as atividades missionárias? Por exemplo, os jovens, mulheres e minorias étnicas ou culturais são bem representados? Se não, por quê? Como a diversidade pode fortalecer o programa de evangelismo de uma igreja?

II. Além da “zona de conforto do cristianismo"


(Recapitule com a classe Jo 4:36; Mt 7:17; Lc 6:43-45.)


Quando nossa fé não mais produz "fruto" em nossos relacionamentos e atividades cotidianas, já nos desviamos para o perigoso reino da "zona de conforto do cristianismo". Leia as palavras de Cristo em Mateus 5:13 e 2 Pedro 1:5-9, observando particularmente o verso 8. Quais são os sintomas espirituais de alguém que perdeu a sua "salinidade" ou que se tornou ineficiente e improdutivo em sua fé?


Atividade: Com a ajuda da classe, faça uma lista de personagens das Escrituras, cuja vida foi transformada quando eles escolheram se tornar participantes ativos na missão dada por Deus. (Como ponto de partida, pode ser útil analisar Hebreus 11, "a lista de chamada" dos grandes homens e mulheres de fé, apresentada pelo apóstolo Paulo.)


1. O que acontece, espiritualmente, com os indivíduos que se recusam a ser meros espectadores no grande plano de Deus?


2. Como a vida desses homens e mulheres ilustra que a fé não é um conceito espiritual abstrato, que funciona melhor em isolamento? Por outro lado, como a vida deles mostra que a fé tende a nos empurrar para a confusa realidade da vida?


3. Como as evidências sugerem que a fé e a ação motivada pela fé não podem jamais ser efetivamente separadas?


Aplicação


Só para o professor: Com base nos princípios acima, peça que os alunos avaliem sua comunidade. Como devemos planejar a motivação e preparação dos fiéis para testemunhar?

O historiador George Knight pregou um sermão, na sessão da Conferência Geral do ano 2000, em Toronto, no Canadá, no qual ele imaginou diferentes estratégias utilizadas pelo diabo em suas tentativas de prejudicar a missão da igreja. Ele disse: "Se eu fosse o diabo, faria dos pastores e administradores o centro do trabalho da igreja. Deve ter sido do diabo a ideia de que só o pastor deve pregar, dar estudos bíblicos, ser o principal ganhador de pessoas, tomar e executar todas as decisões pela igreja” (George Knight, “Se eu fosse o diabo”, Adventist Review, 4 de janeiro, 2001, p. 8-15).


Perguntas para reflexão


1. Essa descrição do papel do pastor reflete a realidade de sua congregação?
2. Quais são alguns dos passos práticos que uma congregação pode dar a fim de combater o mito do "profissional conquistador de pessoas", isto é, a ideia de que as pessoas não podem ser ganhas para Cristo por alguém que não seja pastor ou evangelista?
3. Se você fosse o diabo, que outras estratégias usaria para manter os membros sentados nos bancos da igreja como espectadores, e não como participantes na conquista de pessoas?


Pense nisto: O que ajuda os jovens a amadurecer na fé e criar raízes profundas na igreja? De acordo com um estudo de 10 anos de jovens adventistas do sétimo dia na América do Norte, os três principais fatores são: (1) ter uma verdadeira vida de fé e devoção; (2) compartilhar a fé; (3) envolver-se no serviço.


Considere a programação dos jovens em sua congregação. A ideia de testemunho e serviço recebe alta prioridade? Em sua opinião, por que esses fatores apareceram perto do topo da lista, acima de itens como "qualidade da educação religiosa na igreja e na escola (número 5 da lista)", "firme confiança nas doutrinas adventistas (número 8)", e até mesmo "um clima familiar caloroso e encorajador” (número 10)"?


A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem muito a dizer sobre teologia e crenças. Mas será que temos enfatizado os aspectos cognitivos, proposicionais da nossa fé, em detrimento dos aspectos experimentais? Como podemos ser tão eficientes em viver a verdade de Deus quanto somos em prová-la?


Criatividade


Só para o professor: Não importa quanto saibamos a respeito de testemunho, só permitiremos que sua força atue em nossa vida e em nossa comunidade se realmente testemunharmos. Ajude sua classe a dar o primeiro passo para colocar a teoria na prática.

Atividade: Considere estas duas citações:


"Nossa confissão de Sua fidelidade é o meio escolhido pelo Céu para revelar Cristo ao mundo.... mas o que será mais eficaz é o testemunho de nossa própria experiência" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 347).


"No mundo pós-moderno, precisamos contar nossas histórias pessoais: impuras, imperfeitas e irregulares, e não colocadas em uma fórmula. Precisamos relatar nossas histórias para que os pós-modernos percebam o significado por trás das histórias: a nossa fé" (Ed Hindson e Ergun Caner, eds., The Popular Encyclopedia of Apologetics [A Enciclopédia Popular de Apologética; Eugene, Oregon, Harvest House Publishing, 2008, p. 400).


Divida a classe em duplas. Convide cada dupla a comentar sobre a pessoa a quem eles gostariam de compartilhar sua história pessoal de salvação durante a próxima semana. Sugira que eles se revezem encenando o testemunho a ser apresentado, cada um partilhando sua experiência com a fidelidade e a presença de Deus. Reúna novamente a classe e pergunte: O que foi bom a respeito de compartilhar a maneira pela qual Deus o guiou em sua vida? O que foi difícil? O que poderia tornar a experiência mais fácil?


Reflexão: Leia Efésios 6:19, 20, e depois releia a lista de obstáculos ao testemunho que a classe criou no Passo 1. Convide os membros da classe que desejarem a orar a respeito de desafios específicos da lista, pedindo a Deus a coragem de falar destemidamente em Seu nome, não importando as circunstâncias.

Comentário - Liberdade para Ministrar

Pr. Marcelo E. C. Dias


Professor do SALT/UNASP


Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews
mecdias@hotmail.com

No mandado de Deus para o homem (ver comentário da lição 2), Ele espera que o ser humano use sua capacidade para interagir com Ele, inclusive na missão. Uma das grandes dificuldades, próprias do mundo em pecado, é evitar as deturpações desse relacionamento. De um lado, está a tendência de apresentar a missão como um processo unicamente dependente dos esforços humanos. Do outro lado, a tendência é retratar a missão como um processo praticamente sem o engajamento humano.


Essa relação tem provado ser especificamente delicada em relação à organização, planejamento e liderança da missão. Daí a relevância deste estudo reconhecendo a total harmonia entre o ser humano e o Ser divino em todas as etapas da missão, para que o corpo de Cristo tenha verdadeira liberdade para ministrar. O objetivo do estudo desta semana é entender como a estrutura da missão influencia os membros da igreja a descobrir maneiras práticas de traduzir a teoria do testemunho em um compromisso pessoal de testemunhar ativamente.

I. Organização Missionária

Começando pelo conceito mais amplo, é importante lembrar que a missão de Deus é histórica, concreta e envolve o chamado e edificação de um povo. Na Bíblia, a ilustração do corpo de Cristo implica em um corpo visível, concreto e organizado com o propósito de cumprir a missão. Efésios 4:16 faz uma referência clara a esse aspecto: “...o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.” Literalmente, existe uma ênfase na união e integridade do corpo, cujas partes permanecem juntas e operam em harmonia, e a maneira pela qual essas estruturas são formadas é essencial para o testemunho da igreja.


A maioria das iniciativas missionárias da história, à medida que cresceram e se desenvolveram, contaram com algum tipo de organização. Como tem sido observado, no segundo estágio de qualquer movimento, após a introdução e o arranque inicial, durante a fase de intenso crescimento, a organização acontece como um processo natural. No caso da igreja adventista, não foi diferente. Logo no seu início Deus, deu instruções para a organização da igreja. Hoje, tipicamente, existe a organização do trabalho evangelístico em todos os níveis da Igreja.


Os líderes da igreja local, portanto, têm o desafio contínuo de manter a organização atualizada, ágil e fiel aos propósitos evangelísticos de Deus. Por um lado, a má organização pode engessar o impulso missionário e o processo de planejamento e organização das atividades. A igreja se torna ainda mais ineficaz quando quase não existe organização. Algumas tendências emergentes, hoje, apontam para essa última opção. É importante buscar meios de manter a organização eficiente, em vez de desorganizar a missão.


A responsabilidade da igreja local inclui descobrir onde e como cada membro pode contribuir nas estratégias de testemunho e evangelismo da igreja de acordo com os dons do Espírito e o contexto no qual está inserida a igreja. Estratégias missionárias inteligentes evitam a duplicação do trabalho, buscam novos focos para a mensagem adventista, utilizam os meios da melhor forma, se contextualizam e estão atentas aos recursos mais eficientes.


C. Peter Wagner ressalta a fidelidade e a função do mordomo como princípios importantes para a organização da missão. De forma simples, ele argumenta: “já que sabemos que a vontade do Mestre é fazer discípulos de todas as nações, temos a responsabilidade, como bons administradores, de usar os recursos que Ele nos deu para realizar essa tarefa” (Perspectivas, p. 567).


“Deve ser realizada na igreja uma obra bem organizada, para que seus membros saibam como comunicar a luz a outros e assim fortalecer a própria fé e aumentar seu conhecimento. Ao repartirem o que de Deus receberam, serão firmados na fé. A igreja que trabalha é igreja viva” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 68).

II. Planejamento Missionário

Considerando mais especificamente a organização missionária, é necessário mencionar o planejamento. Robert E. Coleman, no seu livro clássico de evangelismo, O Plano Mestre de Evangelismo, explica que plano é o princípio organizacional pelo qual o objetivo da sua vida é realizado. Talvez não estejamos conscientes sobre o plano o tempo todo, mas nossas ações revelam certo padrão no centro das decisões (p. 107, em inglês).


Muitos estudos têm demonstrado os propósitos do ministério de Jesus e Sua intencionalidade em termos de público-alvo, planejamento geográfico, intensidade no treinamento dos discípulos, oportunismo na Sua revelação como Filho de Deus e progressividade nos passos do plano salvífico. Coleman salienta quatro aspectos amplos:


(1) O objetivo de Jesus era claro. Jesus esteve concentrado em Sua missão de salvar (Lc 2:49). A encarnação era o desdobramento no tempo exato do plano que Deus tinha traçado desde o princípio (Gl 4:4). Ninguém seria excluído do Seu propósito salvífico (Jo 4:42).


(2) Sua meta era a vitória. Sua vida seguiu princípios condizentes com Seus objetivos. Tudo o que fez e disse era parte de um todo que tinha significância e contribuía para o propósito final.


(3) Seu método incluía os recursos humanos. Essa metodologia ficou ainda mais evidente quando Jesus começou a recrutar os discípulos. O passo seguinte foi passar muito tempo com eles como parte do seu “treinamento” para que fossem obedientes e leais.


(4) A estratégia se desenvolveu a partir da inauguração do Seu reino. Em vez de impressionar as multidões, o objetivo principal dEle era reunir pessoas que liderassem esse movimento que alcançaria a todos (Jo 17:20, 21, 23). Através do Espírito Santo, a multiplicação de discípulos faria Seu reino crescer e levaria o anúncio do evangelho a todo o mundo.


Paulo utilizou princípios estratégicos semelhantes: (1) Paulo tinha um plano: aonde ele queria ir e por quê; (2) Paulo trabalhava em equipe. Ele nunca viajava sozinho (como foi enfatizado no comentário da lição 7); (3) Paulo tinha uma estratégia evangelística. Ele sempre começava pelas sinagogas e de lá saía em busca dos gentios; (4) Paulo tinha um programa de acompanhamento. Ele enviava ajudantes designados para as igrejas iniciadas; e (5) Paulo, apesar do seu plano, era flexível para mudar os detalhes de acordo com a orientação do Espírito Santo e de acordo com o contexto cultural.


Apesar dos modelos bíblicos, várias incompreensões a respeito do planejamento são observáveis na prática. Eis os argumentos principais:

1. O planejamento é uma ferramenta secular. No entanto, na Bíblia, não parece haver essa distinção.

2. O planejamento elimina ou reduz a função e a orientação do Espírito Santo. Essa compreensão admite um divórcio entre planejar e seguir a orientação do Espírito Santo, quando, na realidade, a importância de seguir a orientação de Deus não nega a responsabilidade de planejar.

3. A tirania do urgente. Com frequência, atividade é confundida com eficiência, e o urgente com o essencial.

4. Falta de preparo da liderança e leigos da igreja. Quando decidem planejar, seguem um modelo inadequado que rapidamente desanima a todos (Henry Kloop, The Ministry Playbook, p. 28).

Outras críticas também frequentes envolvem a ideia de que o planejamento assume um ambiente predizível, tende a ser feito em isolamento, não pode ser formalizado em um sistema e leva muito tempo.


Ellen G. White destaca a correta relação entre Deus e Seus filhos quanto ao planejamento: “Não nos esqueçamos de que, ao aumentarmos a atividade, seremos bem-sucedidos em fazer a obra que tem de ser realizada e há o perigo de confiar em planos e métodos humanos. Haverá tendência para orar menos, e ter menos fé. Correremos o perigo de perder o senso de nossa dependência de Deus, o único que pode fazer com que nosso trabalho seja bem-sucedido; mas se bem que essa seja a tendência, que ninguém pense que o instrumento humano tenha de fazer menos. Não, ele não tem de fazer menos, porém mais, mediante a aceitação do celeste dom, o Espírito Santo” (Serviço Cristão, p. 98).

III. Liderança missionária

Finalmente, a prática missionária envolve os líderes que estão à frente da organização e dos planejamentos missionários. Muitos se entusiasmam com as estratégias evangelísticas da sua igreja, mas a liderança não faz provisão para que essas pessoas se envolvam. “O objetivo da liderança é formar e capacitar um povo que demonstre e anuncie o propósito e a direção de Deus através de Jesus Cristo” (Missional Church, p. 183).


A Bíblia está repleta de exemplos de líderes que se empenharam para desenvolver respostas estratégicas às circunstâncias em prol do cumprimento da missão. Alvin Reid (Evangelism Handbook) sugere sete princípios para a liderança missionária inspirados no exemplo de Jesus e nos ensinamentos bíblicos:


(1) Lidere com confiança no chamado de Deus. O ambiente do evangelismo é uma luta entre o bem e o mal, que não hesitará em usar todos os tipos de circunstâncias e pessoas para questionar sua capacidade como instrumento de Deus.


(2) Lidere capacitando outros líderes.  A evidência dada àqueles que lideram a missão pode se tornar um alimento ao ego e uma barreira ao princípio da capacitação de outros para que muito mais possa ser feito.


(3) Lidere com humildade. No mundo competitivo de hoje, no curto prazo, este princípio parecerá uma fraqueza, mas a longo prazo garantirá a eficiência do líder.


(4) Lidere para a excelência em Cristo. A função dos líderes é prover visão e esperança para o povo de Deus e ajudá-lo a entender o impacto que pode exercer na vida de outros, segundo o plano de Deus para sua vida.


(5) Lidere pela fé. Em meio a todos os tipos de tendências passageiras da sociedade e, às vezes, da igreja, a fé em Deus será o norte orientador que conduzirá o líder.


(6) Lidere pela definição de realidade. A disposição em servir elucidando a realidade segundo a Palavra de Deus autenticará a liderança mais do que as características da sua personalidade.


(7) Lidere pelo seu caráter. Somente esse princípio garantirá sua influência em situações diversas.

IV. Minha liderança


Um estudo, publicado em 2008 pelo Christian Post, indicou que o mau planejamento é um dos responsáveis pela falta de desenvolvimento das igrejas. Somente 29% dos líderes afirmaram ter um plano claro para sua igreja. Quase a metade (44%) afirmou que não entende porque as coisas não dão certo, enquanto 30% afirmaram estar confusos quanto a saber onde investir tempo e esforços. Quarenta por cento dos entrevistados concordaram que a igreja raramente tira tempo para refletir e planejar apropriadamente. Menos de 60% das igrejas revisam regularmente os métodos e resultados dos eventos e programas. Um dos diretores da LifeWay Researchapontou que cada igreja deveria utilizar membros com o dom de organizar pessoas e processos. Segundo ele ainda, "a eficácia do ministério da igreja local é anulado pela fraca organização."


Como líder é importante responder estas perguntas: minha liderança tem influenciado positivamente para que as pessoas se envolvam na missão? Elas são testemunhas mais eficientes em função disso?

Ilustração


O grande líder Conde Nikolaus von Zinzendorf (1700-1760) resumiu sua ambição em uma frase: “Tenho uma paixão: é Ele, somente Ele”. Zinzendorf transformou sua paixão em realidade ao renovar o movimento Morávio. Antes mesmo que os movimentos missionários modernos existissem, os morávios estabeleceram igrejas além-mar e chegaram a ter três vezes mais membros lá do que nas igrejas que os enviaram. Um em cada 92 morávios serviu como missionário intercultural. Assim, no século 18, num período de 20 anos, a igreja dos morávios enviou mais missionários para o mundo do que todas as igrejas protestantes em 200 anos! (Oswald Sanders, Spiritual Leadership, p. 14)


“Carecemos hoje de Neemias na igreja - não de homens capazes de pregar e orar apenas, mas de homens cujas orações e sermões sejam animados de firme e sincero propósito. O procedimento seguido por esse patriota hebreu na realização de seus planos devia ser ainda adotado pelos pastores e dirigentes. Havendo eles delineado seus planos, deveriam expô-los perante a igreja de maneira que lhes atraísse o interesse e a cooperação. Fazei que o povo compreenda os planos e tome parte na obra, e hão de se interessar pessoalmente em sua prosperidade. O êxito que acompanhou os esforços de Neemias mostra o que podem realizar a oração, a fé e uma ação sábia e enérgica” (Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 177).

 

Publicado em 25/05/2012 por LicoesdaBiblia "Como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!" Rm 10:15 Com a participação do pastor Fernando Rios (Secretário da Associação Sul de Rondênia) e do pastor Nelson Silva (Presidente da Missão Oeste do Pará (MOPa)

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

terça-feira, 22 de maio de 2012

Rede Novo Tempo

 

 

REDE NOVO TEMPO ( http://novotempo.com/ )

Escola Sabatina: Evangelismo e Testemunho - Lição 8 - Preparação para evangelizar e testemunhar

 

 

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Lição 8 de 19 a 26 de maio

Preparação para evangelizar e testemunhar

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: 2Cr 29–31

VERSO PARA MEMORIZAR: “Disse Jesus: ‘Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens’” (Mt 4:19, NVI).

Leituras da semana: Mt 4:19; 11:1-11; 10:1-14; 1Pe 5:8; 2Pe 3:9

Pensamento-chave: Por mais importante que seja o treinamento adequado, precisamos primeiramente estar fundamentados em nosso relacionamento com Jesus, para que estejamos “devidamente habilitados” para testemunhar com eficácia em favor de nossa fé.

Émuito improvável que uma pessoa que não tem certeza pessoal da salvação seja capaz de conduzir outra a um relacionamento íntimo e salvífico com Jesus (embora isso aconteça). Eles podem ser capazes de convencer os outros a acreditar em algumas doutrinas da Bíblia e em alguns fatos, datas bíblicas e gráficos. Tais convicções e crenças podem até mesmo levar as pessoas a fazer mudanças significativas no estilo de vida. No entanto, visto que boas ações podem ser realizadas à parte de Jesus Cristo, é imperativo que todo treinamento para testemunho e evangelismo enfatize os aspectos doutrinários e espirituais. Para ser um verdadeiro evangelista, é preciso ter uma firme compreensão e experiência do “evangelho eterno” (Ap 14:6). É esse evangelho que finalmente produz crença, confissão, conversão, certeza e discipulado.


Nesta semana veremos que preparar as pessoas para evangelizar e testemunhar de modo espiritual e habilidoso é, de fato, um princípio bíblico. Veremos também que precisamos incentivar as pessoas a tornar isso uma realidade em sua igreja local.

Domingo

Ano Bíblico: 2Cr 32, 33


Necessidade de treinamento

Em Mateus 9:37, Jesus disse aos discípulos que a colheita era grande, mas os trabalhadores eram poucos. Hoje, a colheita é infinitamente maior e os trabalhadores ainda são relativamente poucos. Há grande necessidade de se enviar para a colheita trabalhadores bem treinados e preparados. Embora seja sempre verdade que a influência do Espírito Santo é o principal fator no sucesso do testemunho e do evangelismo, ainda assim, é importante que aqueles a quem Deus chama para o serviço sejam treinados por meio de instrução formal, observação e participação. De acordo com Efésios 4:11, 12, deve haver um esforço determinado que capacite as pessoas para os muitos e variados aspectos do ministério e do serviço.


Deus prometeu abençoar os líderes com certos dons que os ajudarão a atuar como instrutores para o ministério. No entanto, não é demais enfatizar o fato de que os evangelistas, pastores e professores não estão seguindo as orientações bíblicas se estiverem fazendo todo o trabalho sozinhos e não estiverem preparando outros para o serviço. Todos que estão se preparando para a obra do testemunho e evangelismo devem ser levados à forte convicção de que é realmente a vontade de Deus que o mundo seja salvo do pecado, de que a obra designada por Deus para a igreja é alcançar o mundo perdido e de que é a vontade de Deus que Sua igreja cresça no mundo.

1. O que significa o fato de que a primeira ordem de Jesus apresentada na Bíblia são as palavras “Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens”? O que essas palavras significam para nós, com nossa compreensão das mensagens dos três anjos? Temos nos dedicado mais a “pescar homens” ou a “cuidar dos nossos barcos”? Mt 4:19; Mc 1:17; Mt 28:19

É significativo que Jesus não tenha chamado os discípulos para ser pescadores de homens. Ele não disse: “Sigam-Me, e sejam pescadores de homens”. Ele disse: “Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens”. Logo no início de sua associação formal com Jesus, esses homens compreenderam que estavam entrando em um treinamento importante. Jesus os chamou a um ambiente de aprendizagem no qual seriam treinados para a tarefa à qual Ele os havia chamado. Os discípulos aprenderiam muito através da observação e prática. Somente quando eles tivessem aprendido, no contexto local, o que e como fazer, Jesus apresentaria a eles uma missão mundial. Sem a devida instrução, treinamento e desenvolvimento espiritual pessoal dos obreiros, a tarefa de levar o evangelho à nossa vizinhança pareceria impossível.

Segunda

Ano Bíblico: 2Cr 34–36


Aprendendo pela observação

Existem dois aspectos da aprendizagem para os que desejam servir ao Senhor, e um leva ao outro. O primeiro aspecto é aprender a conhecer Jesus. O segundo é aprender a compartilhá-Lo e apresentar o que Ele oferece à humanidade decaída.

2. Que coisas os discípulos observaram na multiplicação dos pães e peixes para as cinco mil pessoas? Que lições essa experiência trouxe para seu futuro ministério? Considere também aspectos que não estejam especificamente mencionados nos relatos dos evangelhos. Mt 14:13-21; Mc 6:30-44; Lc 9:10-17; Jo 6:1-14; Leia também Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 364-371.

Como deve ter sido emocionante não apenas ouvir o maior Pregador, mas também observar Sua apresentação enquanto Ele pregava sobre o reino de Deus (Lc 9:11), de maneira que os corações desejassem o reino da graça!


O princípio da aprendizagem através da observação é aplicável a todos. A aprendizagem por meio dos livros ou das instruções faladas deve ser sempre desenvolvida por meio de observação e envolvimento. Jesus esperava que os discípulos de João Batista aprendessem com o que haviam observado.

3. O que os discípulos de João Batista haviam observado e o que Jesus esperava que eles dissessem a João como resultado de suas observações? Que lição Jesus ensinou não apenas a João, mas também aos Seus discípulos? Mt 11:1-11

João Batista anteriormente havia apresentado Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Entretanto, quando João foi preso e não mais teve oportunidade de pregar, Ele ouvia apenas relatos de segunda mão acerca do ministério de Jesus. Parece que sua experiência na prisão fez com que surgissem dúvidas em sua mente a respeito de Cristo. Quando surgem dúvidas, devemos ir a Jesus, e foi exatamente isso que João fez. Jesus enviou os discípulos de João de volta para dizer a ele o que tinham visto e ouvido. Assim como o relatório deles encorajou João, imaginamos como as coisas que eles tinham visto devem ter influenciado seu próprio testemunho e ministério evangelístico.

Na maioria dos casos, não podemos realizar os milagres operados por Jesus. Porém, com a disposição de morrer para o eu e viver para os outros, o que podemos fazer em nossa própria esfera que reflita a obra que Jesus fez aqui na Terra?

Terça

Ano Bíblico: Ed 1–3


Aprender fazendo

Não importa quantos livros uma pessoa leia sobre seu esporte favorito e não importa quantos jogos sejam assistidos. Se alguém quiser ser um jogador, terá que colocar os equipamentos e sair a campo. Chamamos isso de experiência prática, aprender fazendo, e sem isso a pessoa simplesmente não está preparada para a tarefa. Essa verdade universal se aplica igualmente ao testemunho e ao evangelismo do cristão. Às vezes, ouvimos pessoas dizerem que não querem se envolver porque não estão completamente preparadas. Elas precisam entender que a participação ativa é parte vital da preparação. Começar pequeno, passo a passo, crescendo continuamente, é o caminho a percorrer. À medida que o Espírito Santo nos guia, crescem nossas habilidades, experiência e confiança.

4. Jesus preparou Seus discípulos e depois os enviou. Por mais diferente que seja nossa situação hoje, o que podemos aprender com o fato de que Jesus os enviou, significando que isso era parte de seu treinamento? Mt 10:1-14

Jesus ensinou os discípulos “na sala de aula”, por assim dizer. Também os levou ao campo onde eles aprenderam observando o que Ele fazia. Depois que Cristo os havia capacitado com poder para curar os enfermos, ressuscitar os mortos e expulsar os demônios (v. 8), Ele os enviou sozinhos. Contudo, note a quantidade de instrução que Ele deu quando os enviou. Jesus os instruiu sobre o que pregar, que milagres realizar, o que não levar com eles, com quem se hospedar e quando abandonar um infrutífero campo de trabalho. Seguramente, podemos imaginar que eles receberam outras instruções também. Todavia, muitas lições importantes só seriam aprendidas com essa interação prática. Essa passagem mostra o treinamento prático em sua melhor forma. Eles não podiam ministrar àqueles com quem não entrassem em contato. Esse é um ponto que nunca devemos esquecer.

5. Que semelhanças existem entre as instruções que Jesus deu aos doze e aos setenta? Que princípios podemos aprender a partir de Suas instruções para aplicar em nosso trabalho? Lc 10:1-11

Embora inicialmente Jesus tivesse enviado os setenta a lugares a que Ele mesmo pretendia ir em breve (v. 1), o Senhor sabia o que os discípulos e outros missionários enfrentariam ao tentar espalhar o evangelho depois de Sua ascensão, quando tivessem que lutar sozinhos. As instruções dadas aos setenta discípulos quando eles foram enviados indica que Jesus os estava preparando para os desafios futuros.

Quarta

Ano Bíblico: Ed 4–6


Aprendendo com as falhas

Às vezes podemos falhar em alcançar todos os alvos estabelecidos para uma atividade evangelística específica. Isso significaria que fracassamos totalmente? Claro que não! Independentemente da estratégia empregada, teremos vitórias e derrotas. Por exemplo, se não conseguimos alcançar os alvos estabelecidos para o batismo, podemos ter colocado alvos inalcançáveis, ou essa atividade pode ter sido mais um projeto de semeadura do que um programa de colheita. Em resumo, por mais que pensemos que o campo está pronto para a colheita, ainda pode ser apenas a época de semeadura. Nem sempre temos condições de saber.

6. Que poder trabalha para prejudicar suas tentativas de ganhar pessoas para Deus? Como a consciência dessa ameaça nos ajuda a preparar e executar com mais eficácia as estratégias de evangelismo e testemunho? 1Pe 5:8

Em todas as nossas tentativas de ganhar pessoas para Cristo, enfrentamos um inimigo sobrenatural, muito ativo em influenciá-las contra o evangelho. Às vezes, quando soltamos a mão do Senhor, o mal pode causar alguns problemas aos nossos esforços no trabalho de Deus.


Assim como aconteceu com Adão e Eva no Jardim do Éden, as falhas podem, às vezes, nos levar a entrar no jogo da culpa, uma das ferramentas mais bem-sucedidas de Satanás para trazer desarmonia entre o povo de Deus. Em vez de procurar pessoas e lançar sobre elas a culpa, seria melhor fazer uma avaliação séria, honesta e profunda, lembrando que até mesmo Jesus, o maior pregador/evangelista, não ganhou todas as pessoas a quem Ele apelou.

7. O que os discípulos fizeram quando se depararam com falhas em seu ministério? Compare Lc 10:17 com Mt 17:14-20

Embora eles tivessem recebido o poder sobre os espíritos malignos e de fato tivessem sido bem-sucedidos em expulsá-los, é evidente que às vezes eles não conseguiram cumprir a missão para a qual Jesus os tinha capacitado. Em tais ocasiões, eles foram a Cristo e Lhe pediram que explicasse o que estava acontecendo e por quê (Mt 17:19). Levar ao Senhor as situações enfrentadas em nosso evangelismo e testemunho é uma parte importante do nosso esforço para entender as razões do fracasso e as formas de fazer o trabalho com mais sucesso.

Quinta

Ano Bíblico: Ed 7–10


Aprendendo com o sucesso

Há duas áreas em que podemos aprender com o sucesso. Existe a área que pode ser chamada de prática, ou de procedimentos, e a área que pode ser chamada de cooperação espiritual. Embora se possa argumentar corretamente que há um aspecto espiritual em ambas as áreas, lidaremos com elas separadamente, a fim de destacar melhor o que pode ser aprendido com sucesso.


Na área prática, ou de procedimentos, aprendemos com o que realmente fazemos. Por exemplo, aprendemos a sequência mais aceitável na qual devemos apresentar os estudos bíblicos em nossa região. Aprendemos qual é o melhor local para as reuniões, que tipo de publicidade atrai mais pessoas e uma série de outras escolhas práticas e de procedimentos que melhor se adaptam ao nosso território específico.

Cooperação espiritual é a ênfase no fato de que Deus está intensamente envolvido no testemunho e evangelismo do cristão. Afinal, é a vontade de Deus que todos sejam salvos.

8. Que propósito divino devemos ter em mente em nossas atividades de testemunho? Que ações divinas e humanas asseguram o testemunho? Deixar de suplicar essas bênçãos pode prejudicar nosso esforço? 2Pe 3:9; 1Co 3:6

Não adianta plantar se ninguém regar a semente. Da mesma forma, não adianta regar se você não colocar a água onde as sementes estão plantadas. E mesmo que o semeador e o que rega façam tudo corretamente, ainda assim não haverá crescimento, a menos que Deus o conceda. Quando vemos a bênção de Deus trazendo sucesso aos nossos humildes esforços, aprendemos até que ponto Deus está e deseja estar envolvido em nossos esforços. Aprendemos a confiar mais nEle. Aprendemos a importância de uma estreita cooperação espiritual com Deus, à medida que nos esforçamos para alcançar as pessoas por quem Cristo morreu, porque, entre as pessoas a quem você testemunha, não há nenhuma por quem Cristo não tenha morrido e a quem Ele não deseje salvar. É muito importante nunca esquecer essa verdade fundamental.

9. Sentimos a necessidade real e prática da participação de Jesus em nosso ministério de evangelismo e testemunho? Como podemos, individualmente ou como equipe missionária, experimentar verdadeiramente a dependência de Cristo? O que precisamos mudar para ter esse tipo de conexão com Ele? Jo 15:5

Sexta

Ano Bíblico: Ne 1–4


Estudo adicional

Tenha em mente os seguintes pontos:


1. O ideal é que toda a congregação esteja envolvida no estabelecimento de alvos e na orientação da igreja.


2. Inicialmente planeje para o próximo ano. Uma estratégia de doze meses é suficiente para começar. Depois você pode adicionar mais planos.


3. Ajude o pessoal a saber exatamente o que se espera deles. Quando as pessoas não têm certeza do que, quando e como fazer, o ritmo de uma igreja em direção aos seus alvos pode ser diminuído ou interrompido.

Perguntas para reflexão


1. “Toda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 149). Como é o desempenho de sua igreja nessa área? Se não é muito bom, o que pode ser feito para melhorar?


2. “Cada dia Satanás tem seus planos a executar – certos desígnios que embaraçarão o caminho daqueles que são testemunhas de Jesus Cristo. Ora, a menos que os vivos agentes humanos de Jesus Cristo sejam submissos, mansos e humildes de coração, por ter aprendido de Jesus, cairão ao ser tentados, tão certamente como vivem, pois Satanás é vigilante, perspicaz e usa artimanhas, e os obreiros, se não forem homens de oração, serão apanhados de surpresa. Ele os surpreende, como um ladrão de noite, e os leva cativos. Então opera na mente dos indivíduos, pervertendo suas ideias pessoais e moldando seus planos. … (Ellen G. White, Evangelismo, p. 101). Como podemos lidar com o perigo apresentado nesse texto? Qual é nossa única defesa?


3. Comente com a classe sobre alguém, ou sobre algum projeto evangelístico que tem sido bem-sucedido. O que vocês podem aprender com eles? Como podem aplicar aquilo que poderia funcionar em seu território, percebendo que cada situação é diferente e que as coisas que funcionam em um lugar podem não funcionar em outro?

Respostas sugestivas: 1. Jesus procurava e preparava “pescadores de homens”; devemos “pescar” pessoas e transformá-las em “pescadores” de pessoas. 2. Compaixão pelas pessoas; apenas milagres resolvem certos problemas; havia relatórios da obra; importância do repouso. 3. Cegos, coxos e leprosos curados; pregação do evangelho aos pobres; Jesus queria que os discípulos levassem a João Batista essas notícias. 4. Jesus instruiu os discípulos, deu-lhes autoridade espiritual e estabeleceu sua missão; depois os enviou. 5. Cura de enfermos; não levar dinheiro; pregar o reino dos céus; saudação da paz; repreensão aos rebeldes; aceitar hospedagem. 6. O diabo trabalha para devorar os que pregam e os que ouvem a mensagem; precisamos confiar em Deus e atuar com sabedoria. 7. Perguntaram a Jesus qual era a causa do fracasso; o segredo era a fé; nos momentos de vitória, eles apresentaram relatórios. 8. Deus deseja salvar a todos e espera pelo arrependimento; devemos confiar na influência de diferentes instrumentos usados por Deus. 9. Manter a oração, estudo da Bíblia e meditação; lembrar que as dificuldades só podem ser vencidas por meio do poder de Deus.

Resumo da Lição 8 – Preparação para evangelizar e testemunhar


Texto-chave: Mateus 4:19


O aluno deverá...


Conhecer: Os diferentes métodos de treinamento que Cristo usou ao preparar Seus discípulos para pregar o evangelho.


Sentir: Humildade para confiar na direção e correção que Cristo oferece, em todos os esforços evangelísticos corporativos e no testemunho pessoal.


Fazer: Observar e participar de um treinamento prático para evangelismo e outros ministérios pessoais e programas da igreja.


Esboço


I. Conhecer: Sob o treinamento de Cristo


A. Como Cristo usou a instrução, observação, participação e cooperação para ensinar aos Seus discípulos as habilidades no ministério?


B. Que métodos semelhantes são usados hoje na preparação de trabalhadores para a obra nos campos de colheita do mundo?


II. Sentir: Siga-Me


A. Quais são as nossas únicas garantias de sucesso ao partilhar o evangelho de Cristo?


B. O que podemos aprender com as tentativas fracassadas dos discípulos de curar o rapaz endemoninhado? A que Cristo atribuiu seu fracasso?


C. O que pode causar derrotas em nosso trabalho para Cristo? Como devemos reagir diante das falhas, de uma forma que construa, em lugar de destruir, o corpo de Cristo?


III. Fazer: Treinamento prático


A. Quais são os tipos de treinamento disponíveis para nós e que devemos aproveitar?


B. Em que procedimentos práticos podemos nos envolver para obter treinamento prático no testemunho e evangelismo?

Resumo: Da mesma forma que os discípulos de Cristo aprenderam pela instrução direta, observação, participação e cooperação, podemos utilizar métodos similares para aprender a ministrar aos outros para sua salvação.


Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Jesus nos capacita com o conhecimento, habilidades e treinamento necessários para ser testemunhas eficientes.


Só para o professor: Use a seguinte atividade a fim de ajudar a classe a identificar as ferramentas necessárias para compartilhar o evangelho.

Atividade de abertura: Leve diversas ferramentas para a classe, tais como tesoura, plaina, fita métrica, batedeira, pincel, etc. Comente como cada ferramenta permite que o trabalhador realize seu objetivo. Seria muito difícil fazer o trabalho sem as ferramentas adequadas? Pergunte se alguém está disposto a compartilhar uma experiência sobre a tentativa de fazer um trabalho sem o equipamento apropriado.


Se houver profissionais na classe, tais como médico, enfermeiro, advogado, assistente social, professor, entre outros, pergunte sobre as habilidades de que esses trabalhadores necessitam em seu trabalho. Qual é a diferença entre essas habilidades e os instrumentos físicos que utilizamos? (Se possível, peça aos profissionais que preparem sua resposta antecipadamente, a fim de apresentar uma informação bem planejada.)


Pense nisto: Quais são as ferramentas necessárias aos que trabalham para salvar pessoas? Como podemos encontrar essas ferramentas e aprender a usá-las?


Compreensão


Só para o professor: Use este estudo para analisar como podemos nos preparar para realizar a obra de Deus.

Comentário Bíblico


I. “Olhando para o Céu”, parte 1: Os bastidores da alimentação dos cinco mil
(Recapitule com a classe
Mt 14:13-21; Mc 6:30-44; Lc 9:10-17; Jo 6:1-14.)


A alimentação dos cinco mil deu aos discípulos de Cristo a oportunidade de observar, em primeira mão, muitas lições valiosas que podiam ajudar a prepará-los para seu futuro ministério. No entanto, não apenas o milagre em si, mas o contexto em que ele ocorreu trazem lições importantes para nós, assim como aconteceu com eles.


Em primeiro lugar, o milagre ocorreu pouco depois que João Batista foi decapitado. A Bíblia diz que quando Jesus ouviu essa notícia, Ele Se retirou para um lugar deserto. Jesus, plenamente divino e plenamente humano, estava sentindo os efeitos diretos e a maldição final do pecado – a morte, uma condição não natural. Ele era luz, ordem e vida. A morte era trevas, desordem e destruição. Mas, como homem, Ele teve que Se deparar com a morte de João e não fazer nada para revertê-la. Ele poderia ter proferido a frase que iria recolocar a cabeça de seu primo, separada do corpo pelo carrasco de Herodes. Em vez disso, Jesus suportou a perda a fim de experimentar plenamente o que significa ser privado de um ente querido pela espada da injustiça e crueldade insensível, a fim de compartilhar plenamente das tristezas e dores dos seres humanos e estar habilitado para confortá-los.


Além disso, Ele suportou tudo isso para anunciar às futuras gerações que se unissem à Sua causa que alguns seriam chamados a sofrer a morte de mártir, e que todos os que desejassem ter uma vida piedosa suportariam perseguição. A grande lição para Seus discípulos é que Jesus, o Criador de nossas emoções, não negou Suas próprias emoções.


Mas, para Jesus, as coisas jamais foram tão fáceis quanto são para nós. Jesus nem mesmo podia sofrer como um homem normal. Não sem interrupções.


Em primeiro lugar, os doze voltaram da pregação do evangelho, com muita necessidade de contar a Jesus sobre sua experiência. Ele percebeu que eles estavam esgotados e não tinham sequer separado tempo para comer. Cuidou das necessidades deles, convidando-os a ir para um lugar tranquilo onde pudessem descansar, comer e conversar, longe das multidões ruidosas. Aqui havia outra lição para Seus discípulos naquele tempo e também para os de hoje. Ele demonstrou o respeito e a compaixão que líderes e pastores devem estender aos membros de sua equipe. Ele cuidou primeiramente das necessidades deles. Quando eles estavam em perigo de trabalhar excessivamente, os levou à parte para descansar e se renovar, para que reunissem forças para a prova seguinte. Jesus comungou com eles, ouvindo suas experiências, reafirmando Seu interesse em seus esforços e incutindo neles o sentimento de responsabilidade pelo trabalho feito para Ele.


Jesus foi interrompido novamente. Dessa vez, quando a multidão apareceu no local de refúgio, os discípulos estavam ali para testemunhar, em primeira mão, como Jesus lida com a intrusão. Jesus poderia ter reagido com irritação. Em vez disso, a Bíblia nos diz que Ele reagiu com compaixão. Esse amor O habilitava a sempre perceber as verdadeiras necessidades das pessoas. O povo parecia como ovelhas sem pastor. E, como tais, Ele as viu não como intrusas, mas como uma oportunidade para dar-lhes o pão da vida. Ele não negou nada a eles: curou seus enfermos e lhes ensinou muitas coisas. Assim, Jesus deu uma demonstração visível de como lidava graciosa e abnegadamente com aqueles a quem Ele procurava salvar, mesmo nos momentos mais estressantes.


Pense nisto: O que a resposta de Jesus à morte de João nos ensina sobre Sua visão acerca das nossas necessidades emocionais? Como podemos encontrar o equilíbrio entre cuidar da saúde emocional e dedicação total à causa de Deus? O que a resposta de Jesus a essas duas interrupções nos diz sobre a maneira pela qual devemos lidar com os colegas de trabalho e outras pessoas? O que podemos aprender sobre o modo de lidar com as situações estressantes?


II. “Olhando para o Céu”, parte 2: Jesus, o pão da vida

A noite estava chegando, e os discípulos procuravam instruir Jesus dizendo que era hora de mandar o povo embora. Aqui está uma lição importante para nós: sempre que nós, os alunos, procuramos ensinar a Jesus, o Mestre, o que Ele deve fazer ou a maneira de fazer as coisas, esquecemos qual é o nosso lugar. Devemos nos sentar aos pés de Jesus em humilde submissão, esperando pacientemente por Sua instrução. Os discípulos reconheceram a fome e a exaustão da multidão. No entanto, parece que eles tinham se esquecido de que essa havia sido a sua própria condição pouco tempo antes. A terna preocupação de Jesus pelas necessidades dos discípulos devia ter inspirado neles a preocupação pelos outros. Mas, em vez disso, em sua imperfeita sabedoria humana, eles disseram a Jesus que despedisse a multidão.


Observe a resposta de Jesus. Ele poderia ter repreendido severamente os discípulos por sua falta de compaixão. No entanto, Ele não censurou a fraqueza deles nem desabafou Sua frustração com sua dureza de coração. Em vez disso, sendo sempre o grande Mestre, Ele procurou usar o momento para instruí-los acerca do altruísmo em cuidar dos outros e prover suas necessidades, assim como Ele havia procurado suprir as necessidades dos discípulos anteriormente. Quanta bondade em que, apesar da fraqueza dos discípulos, Jesus não os constrangeu em frente à multidão! Em vez disso, Ele procurou usar as falhas deles como uma ferramenta para aperfeiçoar a compreensão deles e os reabilitar por meio de uma grande lição sobre a maneira bondosa pela qual Deus supre todas as nossas necessidades.


Jesus poderia ter transformado as pedras aos Seus pés em pães ou ter feito o maná cair do Céu. Mas, se Ele tivesse feito isso, teria privado os discípulos da lição valiosa pela qual mostrou a importância de unir os esforços deles aos Seus. A lição nos cinco pães e dois peixes serve para mostrar que, na obra de Deus, tudo o que levarmos a Ele jamais será suficiente para realizar o trabalho. Mas, quando unimos aos dEle os nossos recursos, embora insignificantes, Ele pode operar miraculosamente para multiplicar nossos talentos e dons em Seu serviço.


Os discípulos estavam ocupados considerando a magnitude da multidão e a insignificância dos recursos entre eles. Mas Jesus, o pão da vida, estava “olhando para o Céu” (Mt 14:19, NVI). Ele demonstrou aos discípulos para onde seus olhos, e os nossos, devem estar voltados, eternamente. Olhando para a Terra, não podemos ver o que Deus fará por nós. Olhando para o Céu, não deixaremos de ver como Deus suprirá o que nos falta em cada circunstância, se apenas colocarmos o que temos em Suas mãos.


Pense nisto: Que esperançosa certeza a alimentação dos cinco mil nos dá no trabalho de distribuir o pão da vida para as pessoas famintas por salvação?

Aplicação


Só para o professor: Use a seguinte atividade para destacar as habilidades práticas nas quais seus alunos podem se especializar para servir os outros. Você precisará de duas folhas de papel de diferentes cores ou um quadro de escrever. Peça aos alunos que reflitam sobre a seguinte citação e, em seguida, completem o exercício abaixo.

Perguntas de aplicação


"Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito ao nos aproximarmos do povo. O Salvador Se misturava com os homens como uma pessoa que desejava o seu bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava às suas necessidades e granjeava sua confiança. Ordenava, então: "Segue-Me" (Jo 21:19; Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 143).


Distribua as duas folhas de papel. Em uma folha colorida peça aos alunos que escrevam as coisas que eles sabem fazer ao mostrar simpatia, ministrar às necessidades e ganhar a confiança das pessoas. Na outra folha, peça aos alunos que escrevam as habilidades que eles desejam aprender. (Uma opção é usar um quadro para criar essas duas listas com a ajuda da classe, se os alunos tiverem disposição de compartilhar seus pontos fortes e necessidades.)


Peça que alguns dos alunos exemplifiquem algumas das habilidades que eles têm. Por exemplo, alguém que é bom em lembrar nomes pode demonstrar como se lembra do nome de um novo conhecido e, em seguida, contar como essa habilidade ajuda as pessoas a se sentirem valorizadas.


Faça a lista das habilidades que os alunos gostariam de desenvolver e crie um plano para desenvolver treinamento nessas áreas.


Criatividade


Só para o professor: Sugira a realização das seguintes idéias durante a semana.

1. Acompanhe alguém que tenha habilidade no testemunho, evangelismo, hospitalidade ou outro ministério que você gostaria de desenvolver. Escreva em um diário as técnicas que você observar. Separe um tempo para comentar essas técnicas com a pessoa e ajudá-la em um projeto no qual ela possa supervisionar seu desenvolvimento.


2. Encontre um mentor que esteja disposto a se encontrar com você por um breve momento a cada semana para incentivá-lo e ajudá-lo no desenvolvimento de uma habilidade que ele tem e que você deseja aprender.

Comentário Preparação para Evangelizar e Testemunhar

Pr. Marcelo E. C. Dias
Professor do SALT/UNASP
Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews
mecdias@hotmail.com

Seguindo o pensamento-chave da lição desta semana, que ressalta a importância do relacionamento com Jesus como preparação principal para evangelizar e testemunhar, vamos explorar esse tema, que certamente poderia ter sido enfatizado mais cedo no trimestre (foi mencionado de relance na lição 6).

I. Espiritualidade apaixonada

A missão de Deus é uma atividade essencialmente espiritual. Isso significa que o contexto, os agentes, os objetivos e o poder interagem e pertencem tanto à esfera natural como à sobrenatural. Isso significa que a missão jamais pode ser equivalente a estratégias de marketing, programas políticos ou desenvolvimentos sociais meramente humanos. O Pacto de Lausanne confirma “a necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater essa batalha com as armas espirituais da verdade e da oração... Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes à aceitação do mundanismo em nossos atos e ações, ou seja, ao perigo de capitularmos diante do secularismo.”


Nesse contexto, o ser humano só se torna um verdadeiro coobreiro de Deus quando também desenvolve sua vida espiritual, como a lição aponta, através de:


(1) entrega diária à vontade de Deus,


(2) desejo diário de morrer para si mesmo,


(3) manter a graça de Deus diariamente perante si,


(4) lembrança diária daquilo que Jesus fez pela humanidade e


(5) lembrança diária da resposta humana ao amor dEle através do engajamento na missão.


Portanto, como defende Michael Frost, a cruz deve ser o paradigma missionário para a santidade, com a ênfase correta do modelo de Jesus demonstrada na sua aproximação daqueles que precisam conhecê-Lo e não no distanciamento deles (The Road to Missional, p. 81). Distorções da compreensão bíblica sobre espiritualidade e santidade levam à atitude de superioridade, isolamento e legalismo.


Ser um discípulo de Cristo envolve o compromisso de se tornar mais semelhante a Ele, incluindo o carregar diariamente de Sua cruz (Lc 9:23), conformar-se ao padrão de vida demonstrado na morte de Jesus na cruz e a obediência a Deus ao ponto de levar a cruz. A encarnação de Jesus molda uma espiritualidade robusta já que “a cruz é o supremo ato de engajamento” com a humanidade (The Road to Missional, p. 90).


Para ilustrar esse princípio, Christian Schwarz aponta para resultados da sua pesquisa que mostram que a qualidade da vida espiritual, incluindo a oração e o estudo da Bíblia estão diretamente relacionados com o perfil de uma igreja vibrante. Ele conclui que “precisamos cultivar uma espiritualidade que seja verdadeiramente fundamentada na Palavra de Deus, dirigida pelo Espírito Santo e focalizada no mundo” (Color Your World with Natural Church Development, p. 110).


“Jesus não teve pecado, mas cresceu em Nazaré. Ele era santo, mas comia e bebia com pecadores, coletores de impostos e prostitutas. Ele foi glorificado enquanto estava pendurado nu e ensanguentado na cruz” (The Road to Missional, p. 90).

II. Espiritualidade disciplinada

Na preparação para evangelizar e testemunhar, alguns hábitos espirituais são especialmente importantes. O estudo da Bíblia foi claramente recomendado por Paulo a Timóteo em 2 Timóteo 2:15. Para o cristão, a meditação não significa esvaziar a mente, mas continuamente contemplar uma verdade. Finalmente, louvor e ação de graças. Lucas inclui um relato surpreendente de discípulos louvando após terem sido açoitados por pregar sobre Cristo, em Jerusalém (At 5:  40-42). Tem a ver com aprender a estar contente apesar das circunstâncias.


“Muitas outras disciplinas espirituais poderiam ser exploradas. O foco dessas disciplinas é o crescimento no amor a Deus e aos outros. Os cristãos devem crescer no amor de Deus,  desfrutando dEle e O buscando; se submetendo a Ele em obediência; se arrependendo perante Ele; tendo comunhão com Ele através de oração e adoração; temendo-O, confiando nEle e agradecendo-Lhe em todas as circunstâncias de vida. Eles O buscam como pessoas tomadas pelo Espírito Santo cujo anseio por Ele vem da obra do Espírito Santo neles” (Introducing World Mission, p. 181).


Todas as disciplinas espirituais e traços de caráter mereceriam mais espaço neste comentário, mas vamos tratar um pouco mais sobre aoração, que tem sido amplamente destacada pela missiologia. Além dos momentos específicos de oração, a ideia é desenvolver uma vida de oração.


Quatro motivos especiais de oração relacionados com a missão:

1. Ore pela sua vida espiritual. Como nos relembra Ronaldo Lidório, “antes de servir para expor o evangelho de Deus, a Igreja foi revestida de autoridade para ser santa, fiel e viver toda a plenitude do evangelho” (Perspectivas no Movimento Cristão Mundial, p. 208). A autoridade de Deus deve transformar a vida do missionário para que este possa ter autoridade no testemunho.

2. Ore por ousadia e coerência no testemunhar. A oração descrita em Atos 4:29-31 e o seu contexto são um exemplo claro da importância dessa dependência de Deus ao testemunhar. Uma observação importante é que os apóstolos não oraram para interromper a oposição, mas pediram ousadia e liberdade para proclamar o evangelho. Em Efésios 6: 18-20 encontram-se as mesmas expressões referindo-se à preparação para a batalha espiritual, inclusive mencionando a necessidade de se revestir da armadura de Deus.

3. Ore pelos demais obreiros na missão. Mateus 9:38 é o texto clássico sobre a necessidade de mais pessoas envolvidas na missão.

4. Ore por aqueles para os quais você testemunhará e então ore com eles. Robert Speer afirmou que “a evangelização do mundo... depende primeiramente de um reavivamento da oração”. Isso inclui orar para que Deus abra as portas (Cl 4:3) e pelos que têm o entendimento cegado (2Co 4:4).

De acordo com uma pesquisa recente, em 73% das igrejas saudáveis é normal ver pessoas orando juntas. Momentos de oração espontânea em cultos, grupos ou classes são comuns na vida dessas igrejas. Aqueles que lideram a igreja passam tempo em oração, antes de conduzir o Corpo. Os que frenquentam ali dizem ter vontade de orar mais quando vão à igreja. Essas congregações são humildemente dependentes de Deus para manter sua vitalidade. Segundo os entrevistados, “a oração é nossa ligação para receber compreensão de Deus sobre Sua Palavra e prosseguir em obediência à Sua missão” (Transformational Church, p. 125).


Uma atitude de oração deve levar a um maior desejo de agir. Se isso não acontece, alguma coisa está errada. Deus atua onde as pessoas oram. Onde Deus atua, existe transformação. Um exército marcha em pé, mas a igreja do Deus vivo marcha ajoelhada(S. Joseph Kidder, The Big Four, p. 101).

III. Espiritualidade transformada

Como resultado da vida espiritual, alguns traços de caráter resultantes são especialmente relacionados com o evangelismo e o testemunho. As características do fruto do Espírito (Gl 5:22, 23) são a principal ênfase desta seção. Todo esse processo de preparação espiritual é obra do Espírito Santo na vida do cristão. A lição ressalta uma dinâmica interessante daqueles que começam a servir a Deus e ficam a par das próprias necessidades espirituais. Ao pedirem e receberem a contínua presença do Espírito Santo são habilitados para um ministério constante. Em 1 Timóteo 3:1-13 e Tito 1:6-9 encontram-se listas de características importantes para aqueles que se engajam na missão. Aqui estão algumas em destaque:

1. Dependência genuína de Deus. Essa característica está relacionada com a submissão à soberania de Deus e disposição de obedecer-Lhe. Além disso, essa dependência leva a pessoa a priorizar os princípios em lugar dos sentimentos; e a voz de Deus em vez da opinião pública.

2. Humildade para aprender. Essa atitude está relacionada com a compreensão real de que outros são importantes, são usados por Deus, inclusive para ensinar e preparar para a missão. A tentação está em pensar que só temos a oferecer e nunca a receber.

Juntamente com essa percepção está o reconhecimento da própria limitação e pequenez diante da totalidade dos propósitos de Deus (At 20:19).

3. Empatia. Isso significa mais do que entender a outra pessoa, enxegar o mundo como ela enxerga, é calçar os sapatos dela. Essa característica não é exclusiva dos extrovertidos, mas daqueles que têm uma escala de valores moldada pelo reino de Deus e que não hesitam em decidir pelas pessoas em vez das tarefas. Levar em conta as consequências de longo alcance das suas decisões faz parte dessa característica.

4. Tolerância à flexibilidade. Talvez essa seja a mais difícil de aprender já que exige dependência de Deus e está relacionada  com o permitir que o Espírito Santo altere os planos humanos segundo Lhe apraz. Essa característica é demonstrada quando alguém se revela tolerante e capaz de interagir com tipos diferentes de pessoas e, apesar das diferenças e maneiras de apresentar seus argumentos, não se sentir ameaçado e evitar críticas improdutivas sobre os que estão recebendo o evangelho.

5. Perseverança. Essa é a habilidade de permanecer em determinada situação e ter atitude positiva, mesmo em face de dificuldades. Isso é diferente de teimosia ou recusa em aceitar a orientação de Deus. Está mais relacionado com priorizar o sacrifício em vez do conforto (Introducing World Mission, p. 176-178).

IV. Minha vida espiritual

Apesar de a Faculdade de Teologia ser o local para o treinamento formal dos pastores, em função do foco da lição, vamos ressaltar a importância da igreja local no preparo dos cristãos para a missão. Estudar sobre algo é diferente de viver algo. “O contato de longo prazo, o ensino da Palavra, a vida em comunidade e o crescimento mútuo de cristãos que se amam e ajudam uns aos outros a viver dignamente no Senhor é a melhor escola missionária” (Bárbara Burns, “O Papel da igreja local no preparo missionário”, em: Perspectivas no Movimento Cristão Mundial, p. 753).


Bárbara Burns indica cinco áreas principais em que a igreja tem maior responsabilidade e condições de ajudar na formação dos membros:

1. Atitude para com Deus. A maioria das pessoas com quem convivemos tem uma ideia bastante secular sobre Deus que, no caso dos cristãos, é moldada primariamente no lar e então na igreja. Quem é o Deus que os adventistas vão apresentar às pessoas?

2. Atitude para com a mensagem do evangelho. Muitos esforços evangelísticos hoje têm apresentado um evangelho distorcido com ênfase na prosperidade e nas necessidades humanas, e nem sempre no pecado, na cruz, no sangue sacrifical de Jesus e na esperança da ressurreição.

3. Atitude para com a Palavra de Deus. A Bíblia não é um mero livro, é a revelação de Deus. Com que visão e conteúdo da Palavra os membros têm sido enviados por nossas igrejas?

4. Atitude para com a própria igreja. As imagens que prevalecem a respeito da igreja: um clube, um hospital, uma empresa, uma sociedade secreta, ou uma família, um corpo, um canal por onde Deus demonstra o seu amor e sua glória àqueles que não O conhecem.

5. Atitude para com o povo. A igreja pode ajudar na formação das pessoas e ser um modelo de como orar, se interessar, se mobilizar, quebrar preconceitos e ser humilde no contato com as pessoas.

“No ministério, a maior tentação é o desejo de alcançar status. Esse é um dos maiores empecilhos para o evangelismo na igreja. Muitas igrejas hoje estão prejudicadas no seu evangelismo porque líderes ... estão mais preocupados com sua condição pessoal do que com o crescimento evangelístico da igreja do Senhor... Quando somos jovens e as oportunidades surgem, tipicamente dizemos ‘Por que eu, Senhor?’ surpresos de que Deus poderia salvar e usar pessoas como nós. Mas ao nos tornarmos experientes, estudados e enfatuados somos mais tentados a dizer ‘Por que não eu, Senhor?’ imaginando porque não fomos escolhidos para esta ou aquela posição” (Alvin Reid, Evangelism Handbook, p. 201).


É importante parar e questionar se sua espiritualidade é apaixonada pelo semelhante. Tem você desenvolvido hábitos que o protegem e o ajudam na batalha espiritual diária, e que auxiliam na transformação do seu caráter, especialmente através da oração? Além do seu relacionamento pessoal, sua igreja local é um centro de preparo para o testemunho.

Ilustração
Em 1874, a Igreja Adventista enviou oficialmente seu primeiro missionário intercultural: J. N. Andrews. Devido à necessidade urgente de missionários em outros países, nesse caso, a Europa, um mês após a decisão oficial, Andrews e seus filhos partiram rumo à Suíça. Na ocasião da escolha de Andrews, Ellen White declarou que estavam enviando o homem mais habilidoso entre eles. Andrews se destacava pelas suas habilidades linguísticas, acadêmicas, sua longa experiência na igreja, seu serviço como editor e seus anos como presidente da Associação Geral. Todas essas habilidades se mostraram importantes nas várias iniciativas missionárias, mas, acima de tudo, Andrews se destacou pela sua dependência genuína e entrega total a Deus.


E. M. Bounds, que escreveu muito sobre a oração, disse que “pessoas são o método de Deus. A igreja está procurando métodos melhores, enquanto Deus está buscando pessoas melhores” (citado em Out of the Salt Shaker, p. 239).

 

Publicado em 18/05/2012 por LicoesdaBiblia "Disse Jesus: 'Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens'" Mt 4:19 Com a participação do pastor Davi Franca (Capelão da Clínica São Roque da Associação Paulistana; AP) e do pastor Berndt Wolter (Diretor do NUMCI (Núcleo de Missões e Crescimento de Igreja)

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )