sexta-feira, 18 de maio de 2012

Escola Sabatina: Vislumbres do nosso Deus – Lição 8 Cuidando da criação

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Lição 8 de 18 a 25 de fevereiro

Cuidando da criação

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Nm 20, 21

VERSO PARA MEMORIZAR: “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo” (Gn 2:15, NVI).


Leituras da semana:
Rm 1:25; 2Pe 3:10-14; Gn 2:15; Ne 13:16-19; Hb 1:3; Sl 100; Gn 1:26-28

Pensamento-chave: Como os cristãos devem se relacionar com o meio ambiente?

Como adventistas do sétimo dia, o que devemos pensar sobre o meio ambiente, especialmente por sabermos que a Terra está corrompida, continuará sendo corrompida, e um dia será destruída e queimada em um grande lago de fogo? “Os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra e as obras que nela há se queimarão” (2Pe 3:10, RC). Acrescente a isso a ordem bíblica para que seres humanos tenham “domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a Terra e sobre todos os répteis que rastejam pela Terra” (Gn 1:26). E não é de admirar que, às vezes, tenhamos dificuldades para saber a maneira correta de lidar com as preocupações ambientais.


Ao mesmo tempo, sendo mordomos de todas as dádivas divinas, não temos a obrigação de cuidar da Terra? Afinal, Deus a criou e declarou que tudo “era muito bom” (
Gn 1:31). Tendo uma mensagem distinta sobre Deus como criador (Ap 14:6, 7),
não deveríamos ter algo a dizer sobre a maneira de tratar a criação de Deus?


Nesta semana, examinaremos o que a Bíblia diz sobre algumas dessas preocupações.

Domingo

Ano Bíblico: Nm 22–24

Movimento de libertação da lagosta!

Anos atrás, um ambientalista entrou em um restaurante de frutos do mar. Ali, diante dele, em um grande tanque, havia meia dúzia de lagostas americanas, que provavelmente não durariam mais uma noite. Os clientes podiam escolher aquela que desejassem comer, e em pouco tempo a lagosta estaria no prato de alguém, talvez ao lado de uma porção de batatas com queijo.


Segurando uma sacola e andando furtivamente, o ambientalista enfiou a mão no tanque, pegou a primeira lagosta em que pôde colocar as mãos, jogou-a na sacola e correu. Ele colocou a lagosta em um tanque no seu carro, dirigiu até a praia, entrou em um helicóptero e sobrevoou o oceano, onde ele colocou a lagosta de volta na água. Um libertador de lagostas atacou novamente!


Existe uma página na internet intitulada “Lobster Liberation” [Libertação das Lagostas], que tenta impedir que as lagostas sejam consumidas pelos seres humanos. Tem até uma seção chamada “Tips for releasing lobsters” [Dicas para libertar lagostas], dizendo o que fazer depois de resgatar as lagostas do restaurante.


Ter interesse pelo meio ambiente é uma coisa, mas furtar lagostas de um restaurante e levá-las, de helicóptero, de volta para o oceano parece um tanto extremo, não é mesmo?


Deixando de lado a estranheza dos libertadores de lagostas, como devemos nos relacionar com as preocupações ambientais? Afinal, Jesus não voltará em breve? Não está nossa mensagem fundamentada na noção de que este mundo está chegando ao fim, de que a Terra está corrompida e não vai durar? Dada a nossa compreensão da segunda vinda de Jesus, realmente precisamos nos preocupar com a Terra?

1. O que a Bíblia ensina sobre o destino final da Terra? Esse ensino deve afetar nossa visão sobre o meio ambiente? De que maneira? 2Pe 3:10-14; Is 51:6; 65:17; Ap 21:1

A Bíblia é muito clara: este mundo, a Terra, não durará. Está destinada a ser destruída por Deus, que promete renová-la, recriá-la e fazer “novo céu e nova Terra”. Embora dificilmente essa seja uma desculpa (como veremos nesta semana) para abusar ou explorar o meio ambiente, isso deve, ao mesmo tempo, nos ajudar a impedir que transformemos o meio ambiente e a Terra em um deus, como muitos têm feito. Ainda que possamos rir dos extremistas, precisamos ter cuidado para não nos envolvermos nos mesmos extremos.

Leia Romanos 1:25. Que lição importante devemos aprender a respeito de como devemos mostrar preocupação e cuidado pela criação?

Segunda

Ano Bíblico: Nm 25–27

Declaração sobre o cuidado da criação

Como os adventistas do sétimo dia consideram a questão do meio ambiente? A seguir, uma declaração oficial, votada pela liderança da Igreja em 1995.


“Os adventistas creem que a espécie humana foi criada à imagem de Deus, representando assim Deus como Seus mordomos, para dominar o ambiente natural de maneira fiel e produtiva.


“Infelizmente, a corrupção e a exploração foram introduzidas na administração da responsabilidade humana. Homens e mulheres têm se envolvido cada vez mais em uma destruição megalomaníaca dos recursos naturais, resultando em grande sofrimento, descontrole ambiental e ameaça de mudança climática. Embora a pesquisa científica precise continuar, as evidências mostram que a crescente emissão de gases nocivos, a diminuição da camada protetora de ozônio, a destruição maciça das florestas americanas e o chamado “efeito estufa” estão ameaçando o ecossistema terrestre.


“Esses problemas são, em sua maioria, devidos ao egoísmo humano e à egocêntrica atividade para se obter mais e mais por meio do aumento da produtividade, do consumo ilimitado e do esgotamento de recursos não renováveis. A causa da crise ecológica está na ganância humana e na recusa em praticar a boa e fiel mordomia dentro dos limites divinos da criação.


“Os adventistas defendem um estilo de vida simples e saudável, no qual as pessoas não participam da rotina do consumismo desenfreado, do acúmulo de bens e da produção exagerada de lixo. Pedimos que haja respeito pela criação, restrição no uso dos recursos naturais, reavaliação das necessidades e reiteração da dignidade da vida criada” (divulgada durante a assembleia da Associação Geral realizada em Utrecht, Holanda, de 29 de junho a 8 de julho de 1995).

2. Como a Bíblia ajuda a entender o raciocínio por trás dessa declaração da Igreja? Gn 1:1, 26; 9:7; Sl 24:1; 100; Tg 5:1, 2, 4, 5; Hb 1:3

Na verdade, como cristãos que acreditam que este mundo, bem como a vida e os recursos nele existentes são dons de Deus, devemos ser os primeiros a procurar cuidar dele. Se você acreditasse que a Terra é apenas uma criação do acaso, produto de forças frias e insensíveis, quase poderia ser justificado por buscar explorá-la para seus próprios interesses. No entanto, quando entendemos que Deus criou e sustenta este mundo é difícil ver como poderíamos fazer outra coisa, senão ser mordomos responsáveis da criação.

Como seu próprio egoísmo pode afetar sua maneira de tratar o meio ambiente? E o que há de errado com a atitude de quem diz: “Bem, sou apenas uma pessoa. Qual é a importância dos meus atos?”

Terça

Ano Bíblico: Nm 28–30


Cuidando da criação

Aquestão de cuidar do meio ambiente não é abordada na Bíblia de forma específica e aberta. Naturalmente, há muitas questões específicas das quais a Bíblia não trata. O que a Bíblia faz, muitas vezes, é nos dar princípios que devem ser aplicados a todas as áreas da vida, que incluem a questão do meio ambiente.

3. Com base no princípio do amor, qual deve ser nossa atitude em relação ao meio ambiente, visto que o mau uso dos recursos pode prejudicar a vida dos outros? Mt 22:37-40

No começo da Bíblia, são dadas indicações de que o ser humano foi chamado para ser mordomo do que Deus tinha dado a Adão na Terra. Embora o contexto seja muito específico, é difícil ver por que esse mesmo princípio não deve permanecer.

4. Originalmente, como a humanidade devia se relacionar com a Terra? Gn 2:15

Observe a relação de reciprocidade. Deus criou este belo ambiente para o homem, que o recebeu como um presente. Veja também como Adão devia se relacionar com o ambiente. Ele devia cultivá-lo e guardá-lo. A palavra traduzida como “guardar” vem da raiz hebraica smr, que significa “cuidar”, “preservar” ou “proteger”. Assim, desde o início, mesmo no mundo anterior ao pecado, Adão foi chamado para ser mordomo do ambiente em que foi colocado. Deus não lhe disse que ele devia explorá-lo, usá-lo para seus propósitos egoístas, nem para tirar dele tudo o que pudesse. Em vez disso, ele foi orientado a cultivá-lo e protegê-lo.


Que razão poderíamos ter para acreditar que esse princípio foi alterado? Na verdade, se Adão foi chamado a fazer isso no mundo antes da entrada do pecado, quanto mais importante seria a boa administração do mundo depois que ele foi arruinado pelo pecado?

Você tem consciência das preocupações ambientais? Você realmente se importa com esse assunto? Qual é a importância disso para você?

Quarta

Ano Bíblico: Nm 31, 32

Sábado e meio ambiente

5. Qual é a influência da ganância humana na questão do cuidado com a criação e da exploração do meio ambiente? Pv 27:20

Como afirma a declaração da Igreja sobre o cuidado da criação, parte da razão para o problema com o meio ambiente hoje se deve ao “ao egoísmo humano e à egocêntrica atividade para obter mais e mais por meio do aumento da produtividade, do consumo ilimitado e do esgotamento de recursos não renováveis.” Em outras palavras, as pessoas querem mais e mais, e o único lugar do qual podem tirar é, basicamente, a Terra. No entanto, utilizar os recursos naturais não é o problema. Ao contrário, o problema é que, não importa o quanto uma pessoa obtenha, nunca é o suficiente. Qual foi a última vez que você ouviu alguém dizer que tinha dinheiro suficiente, independentemente do tamanho de sua riqueza?


Em meio a tudo isso, Deus deu à humanidade a dádiva do sábado.

6. Interromper o trabalho, cessar os esforços para ganhar dinheiro e fazer negócios pode beneficiar o meio ambiente? Pense na guarda do sábado especialmente no contexto do cuidado da criação.


Êx 20:8-11


Ne 13:16-19

Certamente, o sábado está relacionado com a lembrança de que Deus criou o mundo (o que deve nos conscientizar sobre a maneira de tratá-lo), mas também significa descansar da luta para ganhar dinheiro. Devemos guardar o sábado, propositadamente separando um sétimo de nossa vida a cada semana, sem exceção, e não buscando riqueza, dinheiro e bens. Com isso, não apenas temos um poderoso lembrete semanal de que a vida não é apenas ganhar dinheiro, mas também estamos, muitas vezes, nos abstendo do tipo de atividades que, em demasia, prejudicam a Terra.

A guarda do sábado tem sido um meio de ajudar a conter sua ambição e desejo de obter mais? A sedução do dinheiro tem tentado você a transgredir o sábado?

Quinta

Ano Bíblico: Nm 33, 34


O domínio da humanidade

Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a Terra e sobre todos os répteis que rastejam pela Terra... E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela Terra” (Gn 1:26, 28).


Nos dois versos acima, temos uma das primeiras referências bíblicas à maneira pela qual a humanidade deveria se relacionar com o mundo criado. Examine esses versos com atenção e oração, pensando neles no contexto do cuidado da criação e das preocupações ambientais.

7. Com base no exercício acima, responda às seguintes perguntas:


a. A humanidade devia exercer controle total sobre a Terra?


b. O que significa sujeitar e dominar a Terra e tudo o que estava nela? O texto autoriza a humanidade a abusar da criação e contaminá-la?


c.
Gênesis 1:28 diz que eles deviam encher a Terra. O hebraico literal significa “completar a Terra”. Como podemos entender isso em relação à questão de como o ambiente deve ser tratado?

Sem dúvida, a humanidade devia dominar a Terra, pelo menos sob o poder e direção do Senhor. O fato de que esses versos foram dados no mundo anterior à queda, sem pecado, morte e sofrimento, deve nos ensinar que, seja qual for o significado do domínio sobre o mundo, não sanciona a exploração violenta e a devastação do mundo, pois essas coisas certamente não teriam acontecido no mundo anterior ao pecado. Quaisquer que fossem as implicações de sujeição e domínio, não envolviam a destruição do mundo.


Com certeza, muita coisa mudou desde então: a queda, o Dilúvio, a maldição (
Gn 3:17-19), e a degeneração geral causada pelo pecado como um todo. No entanto, seria difícil ver nesses textos algo que justificasse a exploração e destruição do planeta. Na verdade, o que podemos ver nesses textos é a responsabilidade da humanidade, como governante do mundo, para cuidar dele, porque Deus o criou, e tudo era “muito bom”.

Sexta

Ano Bíblico: Nm 35, 36


Estudo adicional

No princípio, Deus Se manifestava em todas as obras da criação. Foi Cristo que estendeu os céus e lançou os fundamentos da Terra. Foi Sua mão que suspendeu os mundos no espaço e deu forma às flores do campo. …


“Ora, o pecado manchou a perfeita obra de Deus, todavia nela permanecem os traços de Sua mão. Mesmo agora, todas as coisas criadas declaram a glória de Sua excelência. Não há nada, a não ser o coração egoísta do homem, que viva para si. Nenhum pássaro que fende os ares, nenhum animal que se move sobre a terra, deixa de servir a alguma outra vida. Folha alguma da floresta, nem humilde haste de erva é sem utilidade. Toda árvore, arbusto e folha exalam aquele elemento de vida sem o qual nenhum homem ou animal poderia existir; e animal e homem servem, por sua vez, à vida da folha, do arbusto e da árvore. As flores exalam sua fragrância e desdobram sua beleza em bênção ao mundo. O Sol derrama sua luz para alegrar a mil mundos. O próprio oceano, a origem de todas as nossas fontes, recebe as correntes de toda a Terra, mas recebe para dar. Os vapores que sobem de sua superfície caem em chuveiros para regar a terra a fim de que ela produza e floresça” (Ellen G. White,
O Desejado de Todas as Nações, p. 20, 21).

Perguntas para reflexão


1. Qual seria sua resposta à pessoa que diz: “Jesus voltará em breve, por que devo me preocupar com o meio ambiente?”


2. Se você tiver recursos, pesquise os benéficos de uma dieta vegetariana para o meio ambiente, em contraste com a dieta que inclua o consumo de carne. Comente com a classe suas descobertas.

Resumo: Sem dúvida, este mundo chegará ao fim. Sim, Jesus voltará em breve. Tudo isso é verdade, mas nada nessas verdades nos dá o direito, nem a autoridade, para contaminar a Terra. Na verdade, devemos cuidar do mundo que nosso Deus criou para nós.

Respostas sugestivas: 1: A Terra será destruída; os injustos, que devastaram a Terra, também serão destruídos. Os salvos não devem destruir a natureza, porque é criação divina, nem adorá-la, porque somente Deus é digno de adoração. 2: Deus designou o ser humano como mordomo da natureza, para cuidar dela e tirar dela o seu sustento, mas a ganância levou o homem a explorar a natureza e os semelhantes. 3: Se amamos a Deus não destruímos a natureza que Ele criou; se amamos nosso próximo não destruímos a natureza que lhe proporciona vida e da qual ele se alimenta. 4: O ser humano devia cultivar e cuidar do jardim do Éden. 5: Os olhos do homem, ou seu coração ganancioso e pecador nunca estão satisfeitos com o que têm. Por isso o homem explora e destrói o ambiente. 6: O descanso semanal renova a saúde e a vida dos animais, trabalhadores e patrões; a cada sete anos o solo também descansava (Êx 23:10, 11); o descanso renova o homem espiritualmente, controlando sua busca pelo ganho material. 7: a. Sim. b. O homem devia dominar a Terra de modo que honrasse a Deus, preservasse a vida humana e também o equilíbrio da natureza; jamais a ação humana devia provocar a morte da natureza. c. Deviam encher a Terra de vida humana, animal e vegetal, cultivando e cuidando de cada aspecto da vida.

Resumo da Lição 8 – Cuidando da criação


Texto-chave:
Gênesis 2:15


O aluno deverá...


Conhecer: O fundamento bíblico para a importância de cuidar do meio ambiente.
Sentir: O valor do meio ambiente e o desejo de cuidar dele como mordomo da propriedade de Deus.


Fazer: Viver de maneira simples, respeitando os recursos naturais como dom de Deus, e minimizar o impacto ambiental negativo do consumismo e desperdício desnecessários.

Esboço


I. Conhecer: Cuidando da nossa casa


A. O que Deus pediu que nossos primeiros pais fizessem por seu lar no jardim?

Como essa obra nos ajuda a compreender nossa obrigação de cuidar do meio ambiente?


B. Como o sábado nos ensina a controlar nossa busca de negócios e bens materiais?


II. Sentir: A beleza da Terra


A. Qual é o valor do mundo natural? O pecado afetou a forma pela qual devemos cuidar do ambiente?


B. Por que nossa compreensão da criação e do Criador poderia influenciar nossa maneira de cuidar do que Ele criou?


III. Fazer: Simplicidade é um dom


A. Como devemos viver neste mundo voltado ao consumismo e "progresso"?


B. Como podemos simplificar nossa vida, a fim de estar mais em sintonia com o mundo natural de Deus?


Resumo: Visto que Deus criou o mundo para ser um lar, não somente para nós, mas para as plantas e animais, e nos pediu que sejamos mordomos da natureza, temos a responsabilidade de respeitar e cuidar do ambiente de tal maneira que glorifique a Deus.


Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Visto que cremos no ato divino de criação e em Sua promessa de recriação, somos chamados a ser mordomos de todo o mundo. Ao fazer isso, adoramos a Deus e servimos aos outros, e também obtemos maior compreensão do cuidado de Deus por todas as Suas criaturas.
Só para o professor: É claro que muitos dos aspectos políticos do ambientalismo são dificultados por outras questões e agendas, mas não devemos permitir que isso nos afaste do nosso papel como mordomos de Deus sobre o mundo natural no qual vivemos e do qual dependemos. Precisamos encontrar formas de recuperar esse papel como representantes de Deus em, e para com o Seu mundo.


Atividade de abertura: Peça que os alunos façam uma lista das questões, problemas ou preocupações ambientais. Escreva essa lista em um quadro ou numa grande folha de papel, se possível. Incentive os alunos a focalizar algumas questões locais, bem como questões mais abrangentes. Escolha algumas questões da lista e conduza uma breve discussão sobre a resposta que o cristão deve dar para cada uma dessas questões: Será que devemos ficar preocupados? Quem ou o que está sendo afetado por essa questão? O que os outros estão fazendo em resposta a esses problemas? O que podemos fazer acerca disso? Permita uma discussão que possa refletir e respeitar uma série de opiniões, sem necessariamente tentar resolver opiniões ou respostas divergentes. Tente manter o foco da discussão em respostas fundamentadas em nossa crença em Deus como criador, nós como mordomos, e os outros como pessoas a quem devemos procurar servir.


Compreensão


Só para o professor: Esta seção convida os alunos a considerar a criação e o cuidado que se deve ter para com ela.


Comentário Bíblico


I. No princípio


(Recapitule com a classe
Gn 1; 2:15; Jo 3:16.)


Vivemos em um mundo criado e amado por Deus. Ele falou e o mundo foi criado, mas não tudo de uma vez. Tudo foi criado aos poucos. Deus foi dando especial atenção a cada componente do Seu mundo. Então, Ele fez criaturas muito especiais, à Sua imagem, os seres humanos, a quem Ele deu a tarefa de cuidar do mundo que havia criado. Apesar da destruição do nosso mundo e de nossa própria degradação, nosso mundo ainda é amado por Deus, como é todo o cosmos (
Jo 3:16), e ainda somos chamados a ser Seus mordomos.


Pense nisto: Como a crença em Deus como Criador deve afetar nossa atitude em relação ao cuidado da criação? Temos falado ou pensado sobre esse assunto de modo satisfatório em nossas discussões sobre as questões da criação? O que significa para você ser um mordomo do mundo criado por Deus?


II. Louvor pela criação


(Recapitule com a classe
Sl 8; 24:1, 2; 100; Ap 14:7.)


Um dos temas que se repetem na Bíblia é o do louvor a Deus como criador do mundo. Esse não se refere apenas ao louvor humano, mas a Bíblia também descreve a própria criação dando louvor a Ele. Às vezes, como no livro de Jó, por exemplo, as maravilhas da criação são até consideradas respostas suficientes para perguntas sobre a maneira pela qual Deus parece organizar o mundo. A criação é regularmente referida como um testemunho poderoso acerca da natureza de Deus e Sua bondade. Ao cuidar da criação, contribuímos com essa avenida de adoração ao Deus criador.


Pense nisto: Dê um exemplo de algo na natureza que o enche de admiração pela criatividade de Deus. As maravilhas da natureza são suficientes para resolver suas perguntas sobre Deus? Ou isso seria muito simplista? Comente com a classe.


III. Observância do sábado e cuidado da criação


(Recapitule com a classe
Êx 20:8-11; Lv 25.)


No livro The Lost Meaning of the Seventh Day [O Sentido Perdido do Sétimo Dia], Sigve K. Tonstad destaca os imperativos do cuidado da criação como algo mais amplo do que a observância do sábado e mais profundo do que o "ambientalismo", que se caracteriza por colocar o mundo natural como pano de fundo para a ação humana no palco do mundo. Ele cita em seu livro Terence Fretheim: "O sábado é, portanto, um recurso concedido por Deus para que todas as criaturas estejam em sintonia com a ordem das coisas criadas. Mais ainda, a observância do sábado é um ato de cuidado para com a criação. Guardar o sábado é participar do plano de Deus para o ritmo da criação. "Então Tonstad pergunta: "A ausência de ‘cuidado da criação’ não é precisamente a realidade que está diante de nós, pessoas que vivem no século 21?” (Berrien Springs, Michigan, Andrews University Press, 2009, p. 122).


Pense nisto: Considerando os princípios mais amplos do sábado, apresentados em Levítico 25, como a observância do sábado está relacionada com o cuidado do ambiente? Como uma compreensão mais profunda desse aspecto do sábado pode influenciar sua guarda desse dia?


IV. Rumo a uma nova criação


(Recapitule com a classe
2Pe 3:10-14; Ap 21:1-5.)


A Bíblia é clara ao afirmar que o mundo como o conhecemos não durará para sempre. Durante e depois da segunda vinda de Jesus, o mundo será purificado pelo fogo. Mas isso não será o fim da história para o nosso planeta. Não voaremos simplesmente para um céu etéreo. Finalmente, este mundo será o nosso lar pela eternidade. Deus recriará a Terra e, mais do que isso, estabelecerá Seu reino aqui.


Pense nisto: Para compreender o plano de Deus, seria importante acreditar na ressurreição física e na vida em uma Terra recriada? A crença na recriação da Terra para ser nosso lar eterno afeta nossa maneira de cuidar do ambiente no presente?


Aplicação
Só para o professor: "A natureza e a Revelação, ambas dão testemunho do amor de Deus" (Ellen White,
Caminho a Cristo, p. 9). Quando o mundo natural é degradado esse testemunho do amor de Deus é diminuído, tanto no contexto da natureza quanto na sua provisão para a vida humana. Ao cuidar da criação, nos unimos a Deus como mordomos, ajudando a preservar esse testemunho de Seu amor.


Perguntas para reflexão


1. Compare a "natureza" e a "revelação" quanto à maneira pela qual elas testemunham do amor de Deus. Qual delas é mais importante? Por quê?


2. Em sua opinião, por que o papel de Deus como criador é uma grande inspiração para o louvor em toda a Bíblia?


3. Por que a mensagem do primeiro anjo de
Apocalipse 14 para o tempo do fim ainda cita a criação como razão para adorar a Deus? Qual é a importância da criação na "outra extremidade" da história?


4. Muitos que acreditam na evolução são profundamente interessados na preservação da criação, como fazem muitos criacionistas. Nossa crença sobre a origem do planeta afeta a maneira pela qual nos preocupamos com o mundo?


5. Os cristãos têm um histórico bom ou ruim quando se trata de cuidar da criação?


6. Qual é a importância do cuidado da criação para a credibilidade do testemunho da Igreja no mundo? Você acha que a Igreja Adventista do Sétimo Dia deve fazer mais para defender e proteger o meio ambiente?


7. A Igreja Adventista do Sétimo Dia há muito tempo tem recomendado uma dieta vegetariana, quando há oportunidade e possibilidade. Teria essa recomendação mais valor pelo fato de que o vegetarianismo é uma das coisas mais importantes que um indivíduo pode adotar para ter uma vida ambientalmente mais sustentável?


8. Faça uma lista de algumas coisas que você pode fazer para diminuir o impacto negativo sobre o meio ambiente. O que você precisa mudar em sua vida para ter êxito nisso?


b
Só para o professor: Estas atividades são destinadas a incentivar os alunos a cuidar ativamente da criação de Deus. Adapte as atividades sugeridas às oportunidades, recursos e necessidades de sua classe, igreja e comunidade.


Sugestões de atividades individuais: Incentive os alunos a passar um tempo contemplando as maravilhas ou belezas da criação. Dependendo das circunstâncias e da situação, isso pode acontecer de variadas maneiras. Ele podem passar um tempo ao ar livre, numa praça, visitar uma reserva natural da região, ou assistir a um DVD que apresente alguns aspectos do mundo criado. Leia, ou distribua cópias da página 9 do livro Caminho a Cristo, para que os alunos façam a leitura. Incentive os alunos a dedicar alguns momentos em oração, louvando a Deus pela criação, e pedindo a orientação para que sejam Seus mordomos.


Sugestões para atividades em grupo: Consulte a lista de questões ambientais feita na atividade de abertura, focalizando especialmente as questões locais, e planeje uma atividade ou evento que a classe ou a igreja possa realizar para dar uma contribuição. Os exemplos podem incluir a limpeza de lixo de uma área da comunidade, plantio de árvores ao redor da igreja ou em algum local público, ajudar uma escola com um projeto de jardinagem ou alguma coisa semelhante, pela qual uma visível diferença possa ser feita como resultado de seu projeto. Entre em contato com os líderes comunitários ou pessoas da comunidade com os quais você possa trabalhar, e defina o dia e a hora para realizar esse projeto. Convide outros membros da igreja para que se unam a você e compartilhem um dia, manhã ou tarde de ação para melhorar o ambiente de sua comunidade. Ao planejar esse evento, ore para que Deus use as pessoas de seu grupo, de modo que sejam mordomos e representem o Senhor nesse projeto.

Comentário Lição 8 – Cuidado da Criação

Sobre o autor: Edilson Valiante nasceu em São Paulo. Formou-se em Teologia em 1979. Por mais de 20 anos serviu como professor da Faculdade Adventista de Teologia. Foi distrital, departamental de Educação e JA. Atualmente é o Secretário Ministerial da União Central Brasileira. Casado com a professora Nely Doll Valiante, tem dois filhos: Luciene e Eduardo.

Introdução

A questão da preservação do meio ambiente e dos recursos naturais do planeta expõem dois grandes paradoxos: um para os que aceitam a teoria da evolução e outro para os que creem na Bíblia, como os adventistas do sétimo dia.

Se a base filosófica para o entendimento do mundo natural vem a partir da teoria da evolução, não se pode negar que exista uma busca desenfreada pela sobrevivência. A sobrevivência do mais apto e a luta pela existência nada têm a ver com a preservação dos recursos naturais, pois nesse modelo a vida é o mero resultado de bilhões de acasos.

A busca indisciplinada pela riqueza e o consumismo desenfreado são subprodutos decorrentes dessa “lei” evolutiva na qual apenas sobrevive o mais apto ou o mais forte.

Outro conceito associado com o evolucionismo (e em certo sentido antagônico ao princípio referido acima) é o senso do progresso. Se há evolução, deverá haver progresso. Contudo, o que mais observamos é a destruição das reservas naturais do planeta. Não se percebe a evolução, mas a involução é evidente! No fundo, o profetismo científico de hoje (como exemplos, destacamos o movimento encabeçado pelo ex-vice-presidente americano Al Gore e o Green Peace, que expõem as tragédias do descontrole ambiental) não pode vislumbrar nada para o planeta a não ser a sua autoimplosão. As avaliações de natureza científica demostram a fragilidade dos sistemas e a brevidade em que o planeta chegaria ao caos. Hoje, os ambientalistas são os pregadores do fim do mundo! São os próprios evolucionistas que estão apontando para o catastrofismo! Em suma, são os evolucionistas que estão apontando para o fim.

Na verdade, o que observamos é que, se a Terra for deixada à mercê do consumismo e do egoísmo desenfreado e ganancioso, o processo degenerativo do planeta pode ser arrastado a padrões de destruição exponenciais irremediáveis.

Os ambientalistas apontam a revolução industrial e o capitalismo selvagem como os grandes algozes dos recursos naturais do planeta.

Durante o período da Guerra Fria, o mesmo profetismo autodestrutivo era patrocinado pela quantidade de bombas nucleares nos arsenais das nações poderosas. Naquela época a extinção da humanidade e o fim do planeta poderiam ocorrer por meio de uma guerra nuclear.

O mais surpreendente e paradoxal em tudo isso é que são os evolucionistas que estão na linha de frente dos programas de eco preservação. Foram eles que se tornaram os guardiões da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade. Essa expressão é a que está mais em moda em nossos dias. Se você quiser comprar ou vender, deverá estar sob o signo da “sustentabilidade”. Alguns deles, não crendo num Deus criador, transformaram a Terra em seu próprio deus. Daí observarmos extremos como o trazido pelo texto da lição sobre a libertação da lagosta.

Boa parte desses ambientalistas e muitos dos que os seguem por modismo estão adotando uma forma de alimentação vegetariana ou “vega”. Há uma procura correta por alimentos chamados “orgânicos”, produzidos sem o uso de agrotóxicos.

Há sabedoria em praticar o regime vegetariano. Estudos científicos recentes verificaram que os adventistas vegetarianos nos EUA vivem em média sete anos a mais que a população americana em geral. Esse tema tem sido objeto de pesquisas sérias com repercussão na mídia, como a reportagem feita pelo SBT em Loma Linda, a publicação de pesquisas pela National Geographic e o documentário transmitido na televisão pública americana, “Os Adventistas”.

Como por um arroubo de lucidez, o que está em voga hoje é a defesa do meio ambiente. O ambientalismo foi adotado pela mídia e os incrédulos são os que conduzem as palavras de ordem. Como exemplo, um dos temas mais discutidos em nossos dias nos meios de comunicação e nas redes sociais é o da utilização ou não de sacolas plásticas em supermercados.

Uma das correntes teológicas em destaque em nossos dias é a eco teologia, tendo como destaque Leonardo Boff. Uma das obras principais sobre o tema é Ecologia, Mundialização, Espiritualidade. Rio de Janeiro: Record, 2008.

Por outro lado, os adventistas estão pregando com muito mais ênfase que a segunda vinda de Jesus se aproxima e, com ela, a destruição da Terra.

“Aquele que há de vir, virá e não tardará” (Hb 10:37). Sem exceção, todas as profecias bíblicas quanto à segunda vinda de Jesus apontam para um fim cataclísmico. Os tons e matizes usados pela profecia deixam claro que logo a Terra será destruída e que “os elementos, ardendo, se desfarão e a Terra e as obras que nela há se queimarão” (2Pe 3:10).

O grande paradigma bíblico da destruição final do planeta é o que já ocorreu por ocasião do Dilúvio (Gn 6–7). Pela incredulidade humana, Deus executou Seu juízo e, novamente, por idêntico motivo, haverá o aniquilamento do mal. Agora, não será mais por água, mas pelo fogo.

Os adventistas são identificados pela teologia moderna como “aniquilacionistas” porque creem que haverá a destruição da Terra precedente à segunda vinda de Jesus e o lago de fogo após o período de mil anos. Após essa destruição haverá a instauração do “novo”: “Novo céu e nova terra” surgirão pelo poder de Deus (Ap 21:1).

A posição teológica prevalente hoje é a defendida por Agostinho (4º e 5º séculos), às vezes identificada como pós-milenismo ou amilenismo. Para ele, durante o período da igreja, todos os seres humanos finalmente se converteriam e Jesus voltaria para consolidar ou estabelecer Seu reino. O movimento pentecostal tem dado destaque ao chamado dispensacionalismo, que no fundo também preconiza a conversão de todos durante os mil anos sob o reinado do próprio Cristo. Assim, o novo céu e a nova Terra seriam construídos de forma gradativa durante o milênio.

Por crerem nos resultados causados pelo Dilúvio, os adventistas são também identificados como catastrofistas. Ao contrário do conceito evolucionista do uniformismo, os catastrofistas afirmam que o Dilúvio provocou alterações físicas tão rápidas e intensas, capazes de organizar a coluna geológica em pouco tempo. Por outro lado, o uniformismo estabelece que a formação da coluna geológica ocorreu por milhares e milhares de anos, possibilitando os longos processos evolutivos.

Ao aceitarmos a realidade do Dilúvio, podemos afirmar com determinação a realidade da destruição da Terra quando Cristo voltar.

Assim, os adventistas são acusados de ser cidadãos que anunciam o pior, a desgraça e não a esperança. Contudo, nossa “bendita esperança” está firmada na fé no Deus Criador e Redentor. Haverá em breve a restauração.

As Leis de Newton e o segundo princípio da termodinâmica ou o princípio da entropia estabelecem que: qualquer sistema isolado, constituído por um grande número de partículas, se abandonados a si mesmo, assume um estado cada vez maior de entropia ou desordem. Como resultado dessa lei, os sistemas acabam passando por processos de degradação, decadência, desgaste e deterioração com o passar do tempo. Tal desintegração de estruturas ocorre tanto nos sistemas físicos como também nos sociais.

A Segunda Lei da Termodinâmica tem sido um dos “espinhos na carne” mais pontiagudos contra o evolucionismo. Como os sistemas podem apresentar evolução se há uma lei inexorável que os leva à entropia?

Se observarmos com cuidado, as estruturas de nosso planeta sofrem hoje não apenas pela ação do princípio da entropia, mas pela intencionalidade humana, voraz, na devastação e destruição desmedida dos recursos naturais. Isso faz com que os processos degenerativos se tornem mais severos. Por isso notamos de forma objetiva as mudanças climáticas que provocam desastres naturais cada vez mais devastadores em todas as partes.

A entropia também é facilmente percebida nas estruturas políticas e sociais. Maldade, insegurança, violência e corrupção estão presentes em todas as partes do planeta. Realmente, como um sinal dos tempos, a iniquidade tem aumentado de forma assombrosa.

O mesmo princípio atua no campo religioso (1Tm 4:1-2; 2Tm 3:1-5). O dragão está realmente irado, como leão, buscando quem possa devorar. Nota-se claramente que as cenas do Grande Conflito estão se tornando mais intensas.

Se, como adventistas, somos os grandes mensageiros que anunciam as catástrofes que irão assolar nosso planeta, por que ter cuidado com a natureza? Não vai ser mesmo tudo destruído em breve? Esse paradoxo se assemelha e está relacionado ao conceito da liberdade religiosa. Sabemos que haverá perseguição aos fiéis no fim dos tempos. Por que, então, não “provocarmos” tais perseguições? Por que nos tornamos pregoeiros da liberdade religiosa em nível mundial? Há necessidade de muita sabedoria e prudência para sobreviver nos últimos dias. Ellen G. White tem revelações claras sobre tais temas que nos têm ajudado a exercitar a cautela.

Por que devemos cuidar da natureza?

Como vimos nas lições anteriores, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a única que aceita a literalidade da semana da criação como descrita em Gênesis 1-2. Tal posicionamento tem implicações:

Em primeiro lugar, nos definimos como defensores do princípio hermenêutico sola scriptura. A semana da criação não aparece apenas em Gênesis, mas em toda a Bíblia.

Na criação se verifica variedade, desígnio e hierarquia. Esses padrões indicam que Deus agiu por meio de um projeto eterno e não por impulso ou, como querem afirmar muitos cristãos hoje, por processos evolutivos que podem ter levado milhões de anos.

A santidade do sábado estabelece diretamente o relacionamento entre Deus, o ser humano e Sua criação. Deus parou de criar porque criou tudo perfeito e o sábado é o memorial dessa criação. Entendemos que a origem do sábado está na criação (cf. Gênesis) e sua aplicação é universal, ou seja, envolve todo ser humano em todas as épocas, o que nos torna muito mais responsáveis pelas estruturas naturais criadas por Deus. Em suma, o sábado nos instiga a ser verdadeiros ambientalistas. Ao interrompermos nossas atividades normais a cada sábado para repousar, estamos declarando que somos contra a ganância e contra o uso desordenado dos recursos naturais. Toda a Terra necessita de descanso.

A Bíblia indica que nosso Deus não é apenas Criador, mas é o mantenedor das estruturas do planeta. A Terra, o sistema em que ela está colocada, a vida, todos necessitam do cuidado especial de Deus. Deus está presente e em ação em toda a Sua criação (Sl 139) e vigia para que tudo esteja sob Sua ordem (Mt 6:25-33). A atuação do Espírito Santo na manutenção e preservação das estruturas do planeta está evidente em Salmo 104:29-30. Nos processos de preservação do planeta está presente o mesmo poder que operou na criação.

Após o Dilúvio, para que fosse possível a preservação da vida humana diante das catastróficas alterações do planeta, Deus operou um processo rápido de reparação da Terra (Gn 8). O mesmo Espírito que pairava sobre as águas em Gênesis 1, pairava então sobre as águas de um planeta que havia sido destruído, mas que se tornaria o lar de Noé e sua família.

A expressão profética para esse cuidado de manutenção criativa é o “segurar os quatro ventos” da Terra (como em Ap 7:1). A expressão “soltar dos ventos” ao se aproximar o fim, indica que as estruturas do planeta estão ficando sem essa proteção. As catástrofes cada vez mais intensas em nossos dias não são apenas resultados da devastação humana da natureza e do efeito estufa. Nessas catástrofes pode haver uma sinergia entre a maldade humana e a justiça divina. Há juízo começando a ocorrer em nossos dias! A manifestação da retirada total do poder mantenedor divino ocorre por ocasião da 7ª praga de Apocalipse 16, que, junto à ira de Deus, levam o planeta à conflagração final.

O conceito da mordomia – A fim de que possamos ter a dimensão correta da ordem dada ao ser humano para que cuidasse da Terra, temos que entender nosso Deus como Criador em plenitude. Isso significa que nosso Senhor não apenas criou o Universo e o mantém, mas é o dono do Universo (Sl 24:1). Se Ele é o dono, não está interessado em possessões, mas em pessoas.

A responsabilidade e o privilégio do ser humano em ser um “mordomo” não dependem da quantidade nem da qualidade de bens ou riquezas que ele tem sob sua possessão. A responsabilidade transcende até mesmo as barreiras religiosas. O mordomo pode ser cristão ou não, adventista ou não. Não importa até mesmo se esse mordomo crê ou não em Deus. Todos devem obrigações a Deus pelo simples fato de estar vivos. É lógico que o cristianismo faz muito mais sentido, pois o ser humano compartilha responsabilidades com Deus no cuidado da Terra por uma razão extremamente honrosa: ter sido criado à imagem de Deus. Criados para ser a "imagem e glória de Deus" (1Co 11:7), Adão e Eva tinham obtido prerrogativas que os faziam bem dignos de seu alto destino. Dotados de formas graciosas e simétricas, de aspecto regular e belo, o rosto resplandecendo com o rubor da saúde e a luz da alegria e esperança, eles apresentavam em sua aparência a semelhança dAquele que os criara. Essa semelhança não se manifestava apenas na natureza física. Todas as faculdades do espírito e da alma refletiam a glória do Criador. Favorecidos com elevados dotes espirituais e mentais, Adão e Eva foram feitos um pouco menores do que os anjos (Hb 2:7), para que não somente pudessem discernir as maravilhas do Universo visível, mas também compreender as responsabilidades e obrigações morais” (Ellen G. White, Educação, p. 20).

Por usar e abusar dos recursos naturais, o ser humano pensante do século 21 finalmente descobriu que nosso planeta não é umacommodity que pode ser explorada infinitamente para vantagens pessoais.

Ao sermos responsabilizados como mordomos, em primeiro lugar, isso nos faz reconhecer Deus como um Ser eterno. O mundo ou o Universo não é Deus em si, governado por “leis naturais eternas” como sugerem as teorias panteístas. Se assim fosse, ao estarem destruindo os recursos naturais, estariam preconizando o fim da própria raça, isto é, estariam “matando o próprio deus Terra”. Em segundo lugar, a mordomia nos faz compreender Deus como um Ser pessoal, que compartilha responsabilidades e, em contrapartida, requer um compromisso de obediência. Em terceiro lugar, ao reconhecermos o nosso papel de verdadeiros mordomos assumimos também a condição de verdadeiros adoradores. Deus é digno de ser adorado por dois motivos: tanto por ser Criador como por ser Redentor. É exatamente desse tema que trata a Primeira Mensagem Angélica. Por último, ao nos definirmos como mordomos de Deus, recusamos o impostor que pretende receber adoração de seus súditos. Satanás, ao contrário de Deus, não está à procura de mordomos, mas de escravos!

O simples fato de Deus responsabilizar o ser humano como mordomo nos torna membros da família de Deus (1Jo 3:1).

Além disso, é dado o poder de escolha ao ser humano. Como mordomos, cada um de nós pode escolher o curso de ação que desejar. Cuidar significa “tomar decisão ativa”. Antes do pecado, havia a possibilidade de o ser humano continuamente aprender, compartilhar e ensinar. O próprio conceito de vida eterna e de mordomia abre, às últimas consequências, o potencial que teriam como mordomos. Se hoje podemos “construir” coisas espetaculares, imaginem se não houvesse o pecado!

A responsabilidade de “cuidar” abrange todas as dimensões: a vida (toda a vida é sagrada, especialmente a nossa, individualmente), o corpo, o tempo (seis dias para “cuidar” dos interesses do mordomo), as habilidades e as posses materiais. Se unificarmos todos esses elementos, podemos dizer finalmente que mordomia tem a ver com o caráter. “Cuidar” corretamente é desenvolver o caráter corretamente!

Como o ser humano recebeu a incumbência de ser mordomo do Deus santo, puro, amoroso e justo, Ele não Se contenta com o mínimo. Muitos de nós nos contentamos em fazer só o mínimo necessário e já achamos que isso é suficiente. O suficiente para Deus é fazermos o máximo, o nosso melhor!

A existência do pecado e a quebra das relações

Deus criou o planeta e a humanidade como uma rede de inter-relacionamentos perfeitos. O ser humano se relacionaria perfeitamente com Deus em resposta ao relacionamento direto de Deus com o ser humano. Homem e mulher seriam tão interdependentes um do outro que teriam no companheirismo sua fonte de felicidade. Ambos também se relacionariam com a natureza de forma equilibrada. O meio ambiente não seria apenas a fonte do trabalho, mas também do lazer. Dele tirariam as energias suficientes para uma alimentação perfeita e, como retribuição, respeitariam a natureza de forma integralmente sustentável.

Foi o pecado que provocou as roturas profundas nos relacionamentos em todas as dimensões: Deus não mais poderia estar face a face conosco. O ser humano, por sua condição natural, não mais procuraria a Deus como seu Criador e Senhor. O casal criado perfeito para viver em amor passaria a viver pelas competições egoístas, podendo levar até à ruptura absurda das relações matrimoniais. Lutero disse que o ser humano pecador se tornou nulo em todas as suas relações. É como se estivesse curvado diante de si mesmo e avistasse apenas seu umbigo. Em sua conexão com o meio ambiente, o ser humano passou a ser o “destruidor” dos recursos naturais, extraindo deles, com muito suor, muito mais que seu sustento. A própria natureza também se voltou contra o ser humano, produzindo cardos e espinhos. (Gn 3:14-19). Por incrível que pareça, muitos chegaram a fazer da natureza seu próprio deus!

A redenção divina busca o restabelecimento das relações perdidas pelo pecado. Deus Se reconciliou conosco por meio de Cristo e nós somos convidados pelo poder do Espírito a reatar tal relacionamento, tornando-nos embaixadores da reconciliação (2Co 5:18-21). Tal restabelecimento de relações deve se estender aos laços familiares: marido, esposa e filhos deverão recompor as inter-relações dominadas pelo egoísmo. E quanto à natureza? O cristão deverá ter uma visão redentiva do meio ambiente. A natureza deve ser observada não com o objetivo e fonte de exploração e de acúmulo de riquezas, mas como um lugar em que podemos encontrar razões para adorar a Deus como Criador. Se crermos em um Deus Criador, certamente veremos Suas mãos atuando na natureza. Para nós, a criação (natureza) evidencia o Criador!

Um novo céu e uma nova Terra serão criados quando terminar o grande conflito. “O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 678).

 

Enviado por LicoesdaBiblia em 06/02/2012 "O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo" Gênesis 2:15 Com aparticipação de Jorge Willians, pastor da igreja de Botafogo da ARJ (Associação Rio do Janeiro), e de Julio Cesar, pastor Departamental de Escola Sabatina ARJSul ( Associação Rio de Janeiro Sul) http://novotempo.com/licoesdabiblia

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

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