sexta-feira, 18 de maio de 2012

Escola Sabatina: Evangelismo e Testemunho - Lição 5 - Evangelismo e testemunho seqüenciais

 

capala22012

 

Lição 5 de 28 a 5 de maio

 

Evangelismo e testemunho seqüenciais

 

clip_image001

Sábado à tarde

Ano Bíblico: 2Rs 20, 21

VERSO PARA MEMORIZAR: “Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições” (1Co 3:2, NVI).


Leituras da semana:
Mt 25:35-40; 1Co 3:1-3, 1Pe 2:2; Jo 6:54-66, Lc 8:4-15

Pensamento-chave: No evangelismo e testemunho, é importante que primeiramente apresentemos a verdade simples do evangelho.

Evangelismo sequencial é uma estratégia fundamentada no entendimento de que as pessoas avançam de um programa da igreja para outro quando os programas são organizados na sequência correta. Isso, no entanto, tem que ser feito corretamente ou pode fazer mais mal do que bem.


O Verso para Memorizar mostra que Paulo percebia o fato de que podemos arruinar nosso trabalho pelo excesso. Podemos comunicar na sequência errada um conteúdo muito complexo, de modo que o nosso receptor se sinta sufocado diante do volume, não consiga compreender a profundidade do significado, ou fique relutante em aplicar pessoalmente o que aprendeu. Assim como a dieta de um bebê começa com leite e, gradualmente, passa a incluir alimentos sólidos, os “bebês” em Cristo devem receber alimento espiritual que possa ser assimilado por sua compreensão espiritual ainda em desenvolvimento.


Nesta semana, examinaremos como as estratégias e programas de evangelismo e testemunho podem ser combinados, como eles se desenvolvem e se apoiam mutuamente durante o projeto evangelístico sequencial da igreja.

Domingo

Ano Bíblico: 2Rs 22, 23


Evangelismo sequencial e necessidades sentidas

Como já observamos nas semanas anteriores, a descoberta de necessidades sentidas pelos indivíduos ou pela comunidade influenciará nossa forma de abordar as pessoas, os programas e serviços que oferecemos a elas. Quando entendemos as necessidades que as pessoas sentem, estamos em melhores condições de planejar uma sequência de programas que atenda às necessidades básicas, seja do indivíduo ou da comunidade.

1. Quais eram as duas necessidades que Jesus desejava suprir? Como podemos fazer o mesmo por aqueles que almejamos alcançar? Lc 9:11

Sem dúvida, muitos que vinham a Jesus estavam buscando primeiramente Sua capacidade de aliviar o sofrimento físico. Certamente, Jesus queria ajudá-los fisicamente, mas Ele também desejava atender a uma necessidade que talvez não fosse muito percebida pelas pessoas – a necessidade de cura espiritual.


Hoje, ainda que o povo de Deus seja ativo em atender às necessidades das pessoas e da comunidade, ele deve seguir o exemplo de Jesus e, de alguma forma, ajudar a conduzir a mente dos outros para as questões eternas.

2. Quais são as cinco necessidades a que devemos atender? Levamos a sério essa missão ou achamos que isso é apenas uma metáfora? Se realmente aceitarmos esse dever, que diferença haverá em nossas ações? Mt 25:35-40

Ministrar de alguma forma em favor daqueles a quem Jesus ama e por quem deu Sua vida é ministrar ao próprio Jesus. Isso demonstra que Ele está intimamente relacionado com Sua criação. Quando as pessoas sofrem, Ele Se preocupa com elas e tem compaixão delas. Devemos fazer o mesmo. Mateus 25:35-40 indica que atender às necessidades das pessoas nem sempre tem que ser parte de uma estratégia fixa da igreja. Quando necessidades são descobertas, devem ser supridas, não importando em que ponto a igreja esteja em sua estratégia sequencial. Embora muitas pessoas avancem de um programa para outro, à medida que seu interesse espiritual aumenta, outras precisam do alimento espiritual imediatamente.


A igreja não precisa abandonar a sequência de programas e eventos planejados, mas deve ser capaz de responder a toda eventualidade. Em todos os momentos, a igreja deve ter uma equipe preparada e recursos adequados para ajudar os que precisam.

Segunda

Ano Bíblico: 2Rs 24, 25


Leite e alimento sólido

3. Teologicamente, o que significa leite, alimento sólido e crescimento espiritual? Quais são os sinais de deficiência no crescimento espiritual? 1Co 3:1-3; 1Pe 2:2

Evidentemente, os membros da igreja de Corinto não haviam ido muito longe em seu desenvolvimento espiritual depois de Paulo ter estabelecido o grupo. Conseqüentemente, quando pregou a eles, sua mensagem foi um apelo para que se entregassem a Deus e crescessem espiritualmente, até o ponto em que pudessem compreender as profundas verdades do evangelho. Sua pregação nesse momento teria enfatizado mais a aceitação do evangelho do que a edificação espiritual. Paulo não pregaria sobre os temas mais profundos enquanto as pessoas não tivessem maturidade espiritual suficiente para entendê-los e responder a eles.


Ao buscar alcançar as pessoas, devemos sempre estar atentos à estratégia de Paulo. Devemos levar as pessoas a se entregarem a Cristo e, depois, podemos esperar que elas aceitem as verdades profundas de Sua Palavra que podem transformar a vida.


A sequência evangelística pode se referir a uma estratégia em longo prazo ou a um processo breve. Quando as pessoas avançam através de uma sequência de programas até o ponto em que estão abertas ao chamado de Deus, elas podem ser conduzidas a assistir a uma série evangelística completa ou receber uma série de estudos bíblicos. Seja qual for o programa, o princípio continua sendo o mesmo: primeiro o leite (temas simples do evangelho para começar um relacionamento) e, em seguida, o alimento sólido (verdades mais profundas e mais decisivas que levam a um compromisso firme).

4. Por que Jesus não apresentava toda a verdade de uma só vez? Como saber o momento certo? Como podemos aplicar esse princípio em nossa maneira de lidar com os outros? Jo 16:12

Um recém-convertido, adventista do sétimo dia, estava tão emocionado com a verdade aprendida que desejava dizer a todos. Muitas vezes, o primeiro assunto que ele compartilhava com os outros, era o ensinamento sobre a “marca da besta”. Embora bem-intencionado, ele era um excelente exemplo de como a verdade precisa ser apresentada de forma sequencial.

Terça

Ano Bíblico: 1Cr 1–3


Verdades decisivas

Uma verdade decisiva é um ensino bíblico que, uma vez compreendido, desafia a pessoa a fazer mudanças significativas em suas crenças pessoais ou em seu estilo de vida. Algumas verdades decisivas, como a observância do sábado e evitar alimentos imundos, afetam tanto as crenças quanto o estilo de vida. Isso ressalta mais uma vez a necessidade de levar as pessoas a aceitar Cristo antes de exortá-las a fazer coisas para Ele.

5. Que verdade decisiva fez com que alguns se afastassem de Jesus? Que lição podemos aprender com esse fato? Que “verdades decisivas” ainda precisam ser aceitas para que assumamos um compromisso total com Jesus? Jo 6:54-66

Na multiplicação dos pães e peixes, muitos testemunharam e se beneficiaram do alimento oferecido por Jesus. No dia seguinte, eles O seguiram, a fim de ser alimentados novamente. Quando Jesus tentou desviar a mente deles para as coisas espirituais, usando a ilustração de Seu corpo e sangue, muitos se afastaram dEle. O problema não era que eles não pudessem compreender a verdade da salvação unicamente por meio de Cristo, e sim que eles se recusavam a aceitá-la. Quando seus desejos pessoais não foram atendidos, eles escolheram se afastar de Jesus.

6. Como é posta à prova a autenticidade do amor? Como nos saímos nesse teste? Jo 14:15

Mais cedo ou mais tarde, virá o tempo em que uma professa crença será posta à prova pelo chamado à ação. A realidade é que, às vezes, em qualquer etapa do processo de evangelização, as pessoas se afastam quando são confrontadas com verdades decisivas. No entanto, a experiência tem mostrado que as pessoas respondem de modo mais fácil e positivo a uma verdade decisiva quando já tem sido cultivado um relacionamento de amor com o Salvador. Em outras palavras, o evangelismo realizado na sequência correta traz os melhores resultados.


Jesus tinha muitas coisas para dizer aos discípulos, mas sabia que naquele momento eles não as entenderiam (
Jo 16:12). Sua promessa de que o Espírito Santo os guiaria a toda a verdade (Jo 16:13) se estende ao nosso tempo, para nós mesmos e para aqueles que procuramos levar a Cristo.

Quarta

Ano Bíblico: 1Cr 4–6


Medindo o crescimento espiritual

Não há garantia de que influenciamos as pessoas de forma espiritual simplesmente porque transmitimos informações bíblicas por meio de uma palestra pública, seminário ou estudo bíblico. Muitas pessoas têm assistido a uma série evangelística, a um seminário sobre o Apocalipse, a uma série de estudos bíblicos, ou talvez a todos os itens mencionados. Embora possam ter obtido uma compreensão intelectual da verdade bíblica, isso não significa que eles tenham integrado essas verdades à própria vida.


Como podemos ter mais certeza de que nossos ouvintes estejam sendo influenciados pela verdade e de que sua vida esteja sendo transformada?


Fazer perguntas é uma forma importante e eficiente de avaliar a compreensão e o crescimento espiritual das pessoas, ao longo de cada estudo bíblico. É melhor fazer perguntas abertas que incentivem uma resposta informativa e que não possam ser respondidas simplesmente com um sim ou não.


Algumas dessas perguntas podem ser: Em sua opinião, o que esses versos estão nos dizendo? Como você pode compartilhar essa verdade com um amigo? Como você se sente acerca da promessa de Deus para você? Em razão do que foi estudado, que mudanças precisam ocorrer na sua atitude para com os outros e em sua maneira de viver? Como essas verdades o ajudam a amar mais a Jesus? De todas as coisas que você aprendeu, o que mais o impressionou? O que lhe trouxe mais esperança? O que lhe trouxe mais medo?


Os estudos bíblicos e as apresentações evangelísticas devem ser planejados em uma seqüência lógica e ordenada. Primeiramente, são apresentados os estudos mais simples e fáceis de entender, enquanto os estudos mais complexos da série deverão ser apresentados mais tarde, quando a compreensão do estudante da Bíblia estiver ampliada.

7. Por que um Deus que conhece tudo faz perguntas específicas? Fazer perguntas pode ajudar as pessoas a crescer na graça de Deus? Gn 3:9, 13; Mt 16:13-15; 22:41-46; Mc 9:33; Lc 2:46

Quinta

Ano Bíblico: 1Cr 7–9


Preparando uma colheita

Conduzir uma pessoa em sua jornada espiritual é como a preparação para uma colheita. Quem já cultivou uma horta sabe que há um prazo definido e uma sequência de passos a seguir para que a desejada colheita seja obtida. Devemos remover as ervas daninhas, cavar o solo, plantar as sementes e regá-las. É necessário também criar o ambiente apropriado para as plantas. Algumas necessitam de plena luz solar, enquanto outras precisam de alguma sombra. Além disso, é necessário proteger as plantas de aves e de pragas de jardim. Em outras palavras, as plantas de uma horta devem ser cuidadas desde o momento em que a semente é colocada no solo até que a planta se torne madura e frutífera. Para pessoas na jornada espiritual, um processo semelhante começa antes do batismo e deve continuar posteriormente. O ideal é que a pessoa seja alimentada até que seja capaz de começar a nutrir outras pessoas. Essa verdade ressalta novamente a natureza vital de uma seqüência planejada, que ofereça o prazo correto, execute as medidas certas e crie o melhor ambiente de cuidado e proteção.

8. Qual é o nosso desafio com relação à nutrição da semente lançada em terra boa? Que passos devemos dar e qual deve ser o objetivo final do processo? Lc 8:4-15; Jo 16:7, 8, 13

A explicação de Jesus sobre a parábola revela alguns fatos interessantes. O verso 12 sugere que algumas pessoas começaram a crer, mas foram desviadas pelo diabo antes que sua crença fosse firmemente estabelecida. O verso 13 descreve alguns que receberam a palavra com alegria – eles acreditaram por algum tempo, mas, quando tentados, seguiram em outra direção. O verso 14 menciona outro grupo que ouviu, mas não chegou à maturidade cristã. Muitas pessoas começaram a jornada em direção a Cristo e Seu reino, mas em várias etapas do caminho aconteceram coisas que impediram um progresso em seu crescimento.


Para se obter uma boa colheita, raras vezes é suficiente apenas semear. Nosso desafio, como igreja e como indivíduos, é semear a semente do evangelho e nutrir sequencialmente os que estão começando a jornada até a maturidade.

Que parte da parábola melhor descreve sua experiência espiritual? Que escolhas você pode fazer para melhorar sua situação?

Sexta

Ano Bíblico: 1Cr 10–12


Estudo adicional

Não esperaríamos que as oportunidades de treinamento evangelístico distrital, mencionadas na lição três, sejam descobertas, planejadas e assistidas em apenas uma semana. No entanto, é importante pensar no seu público-alvo enquanto está considerando o treinamento e onde seu ministério se encaixa nos planos da igreja.


Os seguintes pontos merecem consideração:


1. Em consulta com líderes de evangelismo, defina seu programa de evangelismo e o público-alvo. Considerar seu público-alvo ajudará você a se concentrar em todos os aspectos do processo. Por exemplo, com relação a um programa para crianças, será melhor divulgá-lo em escolas e em bairros onde existem muitas famílias jovens. Outros públicos-alvo podem ser: aposentados, desempregados, estudantes, etc.
2. Focalizar um público-alvo vai ajudá-lo a escolher melhor sua equipe, local, tempo e estratégias de acompanhamento. Isso também ajudará numa avaliação eficaz no encerramento do seu programa e lhe dará um foco específico de oração.
3. Considere os jovens e adultos que frequentam a igreja, mas ainda não são batizados ou pessoas que frequentemente participam de programas especiais da igreja ou da Escola Adventista.

Perguntas para reflexão


1. “Uma verdade recebida no coração abrirá espaço para outra verdade” (Ellen G. White,
Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 449). Em que sequência devem ser apresentadas as verdades, para que alcancemos as pessoas de modo mais eficaz? Por que a morte de Cristo deve sempre estar na vanguarda do que ensinamos?
2. “Cristo atraiu a Si o coração de Seus ouvintes, pela manifestação de Seu amor, e então, pouco a pouco, à medida que podiam suportar, Ele lhes desdobrava as grandes verdades do reino…” (Ellen G. White,
Evangelismo, p. 57). O que você prefere ser: um cristão amoroso com uma doutrina errada ou um cristão insensível com uma doutrina correta? Será que existe uma terceira opção?

Respostas sugestivas: 1. Ensinava verdades espirituais e supria necessidades físicas, como cura de doenças. 2. Alimento, bebida, abrigo, roupa e carinho. Se reconhecermos a importância dessa missão, a demonstraremos na prática. 3. Leite: conceitos básicos da verdade. Alimento sólido: verdades mais profundas. Ciúmes e contendas indicam falta de crescimento. 4. As pessoas não estavam preparadas para suportar. Precisamos conhecer as pessoas e ter sabedoria e prudência em nosso trabalho. 5. A da salvação por meio do sangue e do corpo de Cristo. Somente pela graça podemos aceitar verdades que exigem mudanças. 6. Pela obediência aos mandamentos de Deus. 7. Para que as pessoas refletissem em sua vida, avaliassem suas crenças, aprendessem novas verdades e crescessem na graça. 8. Por meio da Palavra e da convicção do Espírito, ajudar as pessoas, para que elas perseverem, amadureçam e assim produzam frutos.

Resumo da Lição 5 – Evangelismo e testemunho sequenciais


Texto-chave:
2 Coríntios 3:2


O aluno deverá...


Saber: Por que é importante organizar em sequência a apresentação do evangelho, começando com as verdades simples, voltadas para o relacionamento, e prosseguindo até as verdades mais decisivas que levam ao comprometimento.


Sentir: Empatia pelas necessidades físicas e espirituais das pessoas.


Fazer: Promover um ambiente de estímulo e proteção para o crescimento da semente do evangelho naqueles a quem ministramos.


Esboço

I. Conhecer: Do relacionamento ao compromisso


A. Como Cristo considerou as necessidades no desenvolvimento das sementes do evangelho, plantadas em Seus discípulos e em outros ouvintes?


B. Por que as verdades que promovem um relacionamento com Deus devem ser apresentadas antes das verdades decisivas, que exigem compromisso e mudança?


C. Perguntas abertas podem nos ajudar a entender o grau de crescimento espiritual daqueles com quem estamos trabalhando.


II. Sentir: Pastor carinhoso


A. No ministério, por que é importante atender tanto as necessidades espirituais quanto as físicas? Como Jesus exemplificou essa abordagem?


B. Em que episódios as pessoas foram supridas por Cristo nas necessidades físicas, mas rejeitaram as verdades espirituais?


III. Fazer: Protegendo o crescimento delicado


A. Quais são os vários desafios dos novos cristãos que estão se desenvolvendo em nossa família e comunidade?


B. Como podemos nutrir e proteger esses novos cristãos enquanto desenvolvem estabilidade na fé?


Resumo: Devemos apresentar as verdades do evangelho que primeiramente levam as pessoas a um amoroso e salvífico relacionamento com Cristo e, em seguida, desafiar os novos cristãos ao compromisso e à obediência.


Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Ministrar às pessoas e conduzi-las em uma caminhada mais próxima de Jesus requer paciência e planejamento.


Só para o professor: Ao estabelecer boas práticas de ensino da Bíblia e de testemunho, é útil considerar como Jesus, Paulo e Pedro levavam as pessoas a Deus, em uma sequência lógica e sensível às necessidades delas.

História de abertura: Imagine seu primeiro dia na escola. Você está animado e ao mesmo tempo nervoso a respeito de sua experiência iminente. Entrando na sala de aula, você é calorosamente saudado pela professora, que o convida a sentar-se em uma carteira cheia de livros. Depois do toque do sino para início das aulas, o professor lhe pede que abra o livro de física no capítulo intitulado "Mecânica Quântica e Integrais de Trajetória". Visto que você ainda não aprendeu a ler, é um pouco difícil encontrar a página certa. Você começa a se perguntar se é esperto o suficiente para estar na escola.


Pense nisto: Embora não esperemos que um aluno da primeira série faça trabalhos do nível universitário, quantas vezes, em nossa bem-intencionada avidez em testemunhar, tentamos oferecer o "alimento sólido" da Bíblia a alguém antes de estabelecer primeiramente relacionamento pessoal e compreensão dos ensinamentos básicos da Bíblia?


Compreensão


Só para o professor: Mostre que as pessoas devem receber o alimento espiritual conforme sua capacidade de assimilação, assim como acontece com os bebês. Muitas vezes, o primeiro contato com a verdade ocorre por meio de um gesto de amor.

Comentário Bíblico


I. Ministério cristão


(Recapitule com a classe
Mt 25:35-40; Dt 15:7-11; Jó 29:12-16; Is 58:6, 7.)


Os atos enumerados ali são simples: alimentar os famintos, dar aos sedentos algo para beber, ser hospitaleiro para com os estranhos, dar roupas aos necessitados, visitar os que estão doentes ou na prisão. Esses atos de amor não exigem nenhum treinamento nem habilidade especiais, apenas o coração cheio de amor pelos necessitados. Além disso, Jesus nos assegura que, quando fazemos essas coisas por alguém, é como se estivéssemos ministrando diretamente a Ele.


Cuidar dos pobres e necessitados há muito tempo tem sido uma característica dos que amam a Deus. Já no tempo de Moisés, os israelitas receberam a seguinte instrução: "Não endureçam o coração, nem fechem a mão para com o seu irmão pobre" (Dt 15:7, NVI). Ao examinar sua vida, Jó se lembrou de que ajudava os pobres, os órfãos, as viúvas, e de que era "o pai para os necessitados" (Jó 29:16, NVI).


Pense nisto: Em
Isaías 58:6, 7, o "jejum" que Deus escolhe é notavelmente semelhante à lista encontrada em Mateus 25:35-40. Peça que a classe leia e compare esses dois textos, anotando as semelhanças. Por que esses atos de caridade são tão importantes para Deus? Por que estamos ministrando também a Jesus quando aliviamos o sofrimento dos necessitados? A Bíblia prioriza a obra de aliviar as necessidades físicas das pessoas antes de tratar suas necessidades espirituais?


II. Primeiro o leite, depois o alimento sólido


(Leia em voz alta com a classe
1Pe 2:1, 2; 1Co 3:1-3.)


Ambas as passagens se referem ao leite como alimento para os novos na fé. Em
1 Pedro 2:2, notamos que os recém-nascidos na fé são incentivados a desejar "de coração o leite espiritual puro [da palavra, Bíblia King James]" para se tornar mais fortes na fé. A fim de experimentar esse crescimento, o verso anterior aponta a necessidade de pôr de lado toda malícia, engano, hipocrisia, inveja e calúnia.


Infelizmente, parece que os crentes de Corinto ainda estavam lutando com essas questões (
1Co 3:3). Como resultado, seu crescimento espiritual foi prejudicado, e eles ainda não estavam prontos para aprender as verdades espirituais mais profundas que Paulo desejava compartilhar.


Tanto na nutrição espiritual quanto na física, a progressão da dieta vai do leite básico ao "alimento sólido" mais substancial, do tipo que pode ser mais facilmente digerido, uma vez que a compreensão do novo cristão tenha se desenvolvido.


Comente com a classe: Por que os recém-nascidos recebem leite em vez de alimento sólido para a nutrição e crescimento? Por que Pedro exortou os novos cristãos a pôr de lado os atributos negativos citados em
1 Pedro 2:1 antes de beber "o leite puro [da palavra]"? Quais são alguns dos ensinamentos bíblicos mais fáceis que constituem o "leite", e quais são alguns dos mais profundos que vão além dos pontos básicos?


Pense nisto: Em relação aos cristãos de Corinto, está escrito que "aqueles a quem foram dirigidas essas palavras não estavam se alimentando de Cristo e, por isso, não haviam avançado no conhecimento espiritual. Paulo disse: "Dei-lhes leite” – as verdades mais claras e simples, adequadas para os novos convertidos na fé; "não alimento sólido” – o alimento espiritual sólido, nutritivo, adequado para os que têm progredido no conhecimento das coisas divinas. Eles estavam vivendo em um nível espiritual baixo, permanecendo nas verdades superficiais que não exigem muita reflexão nem investigação profunda" (Ellen G. White, Manuscrito 70, 1901).


III. Discurso duro


(Recapitule com a classe
Jo 6:54-66.)


Ao ler esse duro discurso, é importante voltar um pouco na passagem e ler mais do ensinamento de Jesus, começando com o
verso 41. Ali vemos vários pontos básicos levantados por Jesus que ajudam a nos preparar para a passagem desafiadora, a partir do verso 54. Os pontos incluem: (1) aceitar Jesus como Filho de Deus, enviado pelo Pai; (2) compreender que é Deus que nos atrai a Si mesmo; (3) não apenas ouvir, mas aprender; (4) aceitar Jesus como nosso Salvador, para ter vida eterna. Depois desses pontos básicos (o "leite"), Jesus apresentou o alimento mais sólido ao oferecer a Si mesmo como o Pão da Vida. Mais do que apenas o maná diário que alimentou os israelitas no deserto, Jesus nos convida a participar dEle para ser eternamente satisfeitos.


Comente com a classe: Por que Jesus usou uma metáfora tão vívida em
João 6:54-66? Será que os ouvintes realmente acharam que Jesus estava incentivando o canibalismo, ou eles estavam usando esse discurso duro como desculpa para se afastar quando Jesus não atendeu às suas expectativas? Justifique sua resposta. Quando confrontados com um ensinamento difícil, também somos tentados a fazer a mesma coisa?


Pense nisto: "Cristo usou a figura de comer e beber para representar a intimidade com Ele de que necessitam todos os que finalmente participarão com Ele em Sua glória. O alimento temporal que ingerimos é assimilado, dando força e consistência ao corpo. De modo semelhante, quando cremos nas palavras do Senhor Jesus e as aceitamos, elas passam a fazer parte de nossa vida espiritual, trazendo luz e paz, esperança e alegria, e fortalecendo a vida como o alimento material fortalece o corpo" (Ellen G. White, Exaltai-O [Meditações Matinais, 1992] p. 106).


IV. Mesma semente, solos diferentes


(Recapitule com a classe
Lc 8:4-15; Mt 11:15; Hb 2:1.)


O semeador da parábola em Lucas seguia o típico método antigo de semear com as mãos um grande campo, lançando punhados de sementes enquanto caminhava. Seu objetivo era fazer com que o máximo possível de sementes caísse e crescesse no solo bom, mas, inevitavelmente, algumas sementes se perdiam. Não era culpa do semeador que algumas sementes não produzissem. Todos as sementes eram iguais, era o solo que fazia a diferença.


Essa parábola tem duplo significado: (1) encoraja-nos a ser como a boa terra, onde a semente cresce e produz "boa colheita, a cem por um" (Lc 8:8, NVI); (2) como o semeador da parábola, devemos semear generosamente a semente da Palavra de Deus (
v. 11), embora entendamos que nem todas as sementes criarão raízes e crescerão. No entanto, não devemos ficar desanimados, mas continuar semeando.


Pense nisto: Jesus termina a parábola declarando: "Aquele que tem ouvidos, ouça!" (Mt 13:43, NVI). Está registrado que Jesus pronunciou esse apelo sincero pelo menos 10 vezes no Novo Testamento, depois de alguns dos Seus ensinamentos mais importantes (
Mc 7:16; Lc 14:35; Ap 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22).

Aplicação
Só para o professor: Solicite dois voluntários para ler o diálogo da cena a seguir. Depois da encenação, peça à classe que elabore um diálogo que ilustre melhor a sequência do "leite para a comida sólida".

Novo estudante da Bíblia: Estou feliz porque você veio estudar a Bíblia comigo. Eu tenho desejado compreendê-la melhor.


Professor de Bíblia: Eu estou contente em estar aqui. Pensei que, visto que você foi criado como católico romano, poderia estar interessado em estudar sobre a marca da besta em nossa primeira lição.


Estudante da Bíblia: Marca da besta? Parece um pouco estranho. Poderíamos começar com outro assunto? Estou triste porque minha avó acabou de morrer. Mas, embora eu saiba que ela está no Céu agora, não posso deixar de me sentir tão triste.


Professor de Bíblia: Oh, não! Sua avó não está no Céu. Ela está...


Estudante da Bíblia: O quê? Você acha que ela está no inferno? Você simplesmente não sabe como ela era santa! (Estudante pega um maço de cigarros.)


Professor de Bíblia: Por favor, não fume! Isso me deixa enjoado. Além disso, você não sabe que o seu corpo é o templo de Deus e que você deve cuidar melhor desse templo?


Estudante da Bíblia: Bem... Não sei exatamente o que você quer dizer. Mas, de toda maneira, por que você não experimenta um desses sanduíches de presunto? Espero que isso ajude você a se sentir melhor do estômago.


Professor de Bíblia: Hum... Sinto muito. Penso que preciso ir agora. Podemos reprogramar nossos estudos bíblicos para outro momento?


Estudante da Bíblia: Eu não sei. Eu não tenho certeza de que esteja tão interessado no estudo da Bíblia, afinal.


Criatividade


Só para o professor: O objetivo desta atividade é ajudar os alunos a desenvolver confiança na sequência eficaz do estudo da Bíblia, para que sejam supridas as necessidades dos diferentes estudantes.

Atividade: Em uma folha de papel, faça uma lista das 28 crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas deixe as crenças sem numeração e com a ordem trocada. Entregue uma cópia para cada aluno. Convide seus alunos a olhar a lista e colocar uma estrela ao lado das cinco principais crenças básicas (ou "leite") e um círculo ao lado das cinco principais crenças avançadas (ou "alimento sólido"). Em seguida, divida a classe em duplas ou pequenos grupos (dependendo do tamanho da classe) e os instrua a numerar as crenças em uma ordem que constituiria uma boa sequência de estudo bíblico para alguém que queira entender os ensinamentos da Bíblia.


Incentive os membros da classe a iniciar um pequeno grupo de estudos da Bíblia em sua casa, local de trabalho (muitos empregadores permitem tal atividade durante o dia, no intervalo para o almoço), ou em outros locais em que haja receptividade. Lembre-os de organizar a sequência de tópicos do estudo da Bíblia de forma adequada para seu grupo específico de estudos.

Evangelismo e testemunho sequenciais

Pr. Marcelo E. C. Dias


Professor do SALT/UNASP


Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews


mecdias@hotmail.com

1. O Contexto

Um dos objetivos da missão é que a Palavra habite entre todas as famílias da humanidade hoje tão verdadeiramente como quando Jesus viveu aqui. Através do Espírito, o corpo de Cristo hoje também deve estar presente entre povos em todas as culturas e nações em todos os tempos para apresentar Jesus. Logo no início da igreja, no Pentecostes, a ação sobrenatural do Espírito Santo sendo derramado sobre os que ouviram o sermão de Pedro, que eram de muitas nacionalidades diferentes, em sua própria língua, confirma a intenção divina de que Sua igreja se espalhe nas diferentes culturas.


Missão envolve mais do que simplesmente persuadir pessoas a aceitar o evangelho intelectualmente. É necessário que o evangelho penetre em cada aspecto da vida das pessoas, individual e coletivamente – um processo dinâmico que envolve transpor as culturas.
Por isso, é imprescindível entender os elementos que influenciam a identidade das pessoas e suas comunidades, e que constituem a cultura. Paul Hiebert define cultura como “um sistema mais ou menos integrado de ideias, sentimentos e valores e os padrões de comportamento e produtos associados com eles, que é compartilhado por um grupo de pessoas” (Anthropological Insights for Missionaries, p. 30). Cada cultura ainda apresenta subculturas, associadas a regiões geográficas, dialetos, costumes, etc.


No dia a dia, essas três dimensões agem simultaneamente. As pessoas pensam a respeito de coisas, têm sentimentos sobre elas e fazem julgamentos sobre o que é certo e errado com base nos pensamentos e sentimentos. A dimensão mais profunda da cultura é acosmovisão. Esta é formada pelas pressuposições e estruturas mentais que explicam, dão significado e avaliam a realidade. Segundo Hiebert, a cosmovisão ajuda a responder as questões existenciais, dar segurança emocional, validar as normas culturais, integrar a cultura de uma pessoa, monitorar as diferenças culturais e avalizar a realidade (Transforming Worldviews, p. 30).


O que mais importa aqui são alguns princípios básicos sobre o relacionamento do cristão com a cultura. Primeiramente, vale ressaltar que nenhuma cultura está livre da influência do pecado. Por outro lado, dificilmente uma cultura está tão completamente perdida que não demonstre aspectos da bondade e graça de Deus. Em segundo lugar, Lesslie Newbigin ressalta que o evangelho sempre é expresso em termos condicionados culturalmente (Foolishness to the Greeks, p. 4), no entanto, o relacionamento entre evangelho e cultura é complexo e multidimensional. O evangelho, por exemplo, assimila alguns aspectos da cultura e rejeita outros, exortando a transformação.


Quatro passos simples para iniciar este estudo poderiam ser enumerados assim:

1. A cultura é importante para Deus;

2. A cultura deve estar sujeita ao Deus da cultura;

3. Apesar dos traços de pecado, a estrutura da cultura é utilizada por Deus para os Seus propósitos;

4. O processo de sensibilidade à cultura começa com a leitura e o estudo da Bíblia.

2. A Encarnação de Cristo

Essa relação entre o evangelho e a cultura está presente em toda a Bíblia e no processo de transmissão da mesma. Os quatro evangelhos são exemplos de esforços feitos para contar a história de Jesus para auditórios diferentes, com diferentes características culturais; Paulo explica essa relação no seu ministério: “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1Co 9:22).


A missiologia vê na encarnação de Cristo o modelo missionário por excelência, a validação da importância do contexto e os princípios para o relacionamento com a cultura. O estudo sobre a historicidade e natureza de Cristo, que não é o objetivo aqui, combina o aspecto humano e o divino necessários para a missão do Messias e exalta o aspecto encarnacional do plano da salvação. Portanto, o prólogo do evangelho de João e sua revelação sobre a identificação de Deus com a humanidade através de Jesus para demonstrar  Seu amor e  Seus propósitos salvíficos lançam luz sobre esse modelo a ser imitado pelos Seus discípulos.


René Padilla sugeriu que, em certo sentido, “Deus Se contextualizou em Jesus Cristo” (Mission Between the Times, p. 83). Os evangelhos testificam de que Jesus nasceu em um tempo, lugar e cultura específicos, e que viveu, cresceu, trabalhou, ministrou e morreu como um ser humano. Na Sua humanidade, Ele foi um judeu palestino “nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4). Jesus participou das celebrações e tradições daquela cultura, falou aramaico, e tinha fisionomia daquela região.


Quando Jesus ensinava as verdades eternas, Ele usava, com frequência, os recursos e ilustrações locais utilizando linguagem, histórias e provérbios conhecidos, apesar de desafiá-los a um novo entendimento. Ele fala sobre pescar, semear, sal, luz, com o objetivo de apresentar os princípios do reino de Deus. E então ordena que os discípulos atentem para as necessidades das pessoas que eles encontrarão (Mt 10:8).


Essa compreensão deve resultar em maior humildade ao reconhecer o que Deus realizou através de Jesus (Fp 2:6-8) e ao se engajar na missão de Deus.

3. A Missão

O Evangelho torna-se verdadeiras boas-novas quando provê respostas para um povo particularmente vivendo em um tempo específico. O objetivo final, no entanto, não é simplesmente tornar o evangelho compreensível, mas permitir que o poder do evangelho atue naquele contexto para a transformação daquelas pessoas. Se o nascimento e vida de Jesus demonstram a importância do Seu ministério encarnacional, Sua morte e ressurreição apontam exatamente para o aspecto transformacional.


O grande perigo de não se compreender o relacionamento entre o contexto e o evangelho é que podemos ficar satisfeitos com pessoas que mudam o comportamento exterior no processo de evangelismo, mas não mudam sua cosmovisão, algo mais interior. O resultado a médio e longo prazos é que os desafios do viver diário eventualmente levam aquela pessoa a retornar à sua orientação anterior. Na prática, ou o cristianismo se estabeleceu sempre num nível muito superficial ou houve um mero sincretismo, isto é, diluição da verdade ou mistura de elementos essenciais do cristianismo com elementos pagãos.


Se a apresentação do evangelho ignorar o contexto local, seguramente aquela cultura, ou alguma característica dela, não será desafiada pela verdade bíblica. Por isso, como Paulo de Oliveira identifica, “o propósito final da missão adventista é criar uma cosmovisão moldada biblicamente em qualquer contexto cultural” (Worldview: Vital for Mission and Ministry in the 21st Century).


A cosmovisão das pessoas a ser alcançadas provê a estrutura para a comunicação, as perguntas e necessidades daquelas pessoas são um guia para a ênfase da mensagem e os dons culturais daquelas pessoas tornam-se o meio de expressão (Evangelical Dictionary of World Missions, p. 225). Daí a importância de estudar e ser sensível ao contexto. Uma vez que se conheça aqueles a quem se está pregando, será mais fácil apresentar o evangelho de forma eficaz. Esse princípio é válido para o testemunho individual e para o planejamento das igrejas.

1. Na prática, o primeiro passo é identificar os fatores básicos que informam sobre o seu público: geografia, demografia, costumes e valores, principalmente, espirituais. Pense na sua igreja e na diversidade entre os membros.

2. Em seguida, é importante analisar as maiores necessidades das pessoas, o que ajuda justamente a mostrar a relevância do evangelho para elas. Aqueles que estão em um momento de transição ou sob tensão, experimentando mudanças drásticas (divórcio, doença terminal, casamento, vícios, perda de emprego, morte de parentes próximos, problemas familiares, etc) costumam ser mais receptivos ao evangelho.

3. Finalmente, deve-se focalizar as necessidades espirituais. Cada pessoa é diferente e está num estágio diferente na jornada espiritual. Por isso, a importância daquilo que a lição chama de evangelismo sequencial. É importante dar leite àqueles que estão iniciando, mas também é importante adicionar berinjela e pimentão aos que já têm condições de desfrutar do sabor e nutrientes sofisticados desses alimentos.

Um dos maiores erros cometidos nesse sentido é imaginar que todos são iguais e que existe um método “tamanho único”. Isso implica em ignorar o papel do cristão nesse processo de aplicar o evangelho à sua vida, interagir com seu próximo e apresentá-lo como um testemunho vivo, que é a resposta para o vazio e os problemas específicos de cada um. Esse processo não pode ser engessado em programas, mas estimulado através deles, para que cada membro possa exercer seu ministério. Explorando um pouco mais a ilustração da alimentação, verifica-se que na sociedade de hoje, a insistência no alimento enlatado se tornou a norma, mas o plano de Deus envolve uma refeição caseira.


“A igreja, através do Espírito Santo, continuamente desafia, incorpora e transforma elementos da cultura para que esteja sob o senhorio de Cristo” (Evangelical Dictionary  of World Missions, p. 225). Como disse Orlando Costas, o teste final é articular “a fé de maneira que seja não apenas intelectualmente coerente, mas espiritualmente elevadora, e portanto capaz de levar o povo de Deus a ser transformado na sua maneira de viver e estar comprometido com a missão de Deus ao mundo” (citado em Contextualization in the New Testament, p. 305).


As orientações oficiais da igreja sobre esse assunto destacam que a contextualização é motivada pela responsabilidade de cumprir a comissão evangélica em um mundo diverso, sendo fiel às Escrituras e significativo para a nova cultura. A contextualização intencional é bíblica, legítima e necessária. Sem ela a igreja corre os riscos de má comunicação e incompreensão, perda de identidade e sincretismo. A unidade da igreja global requer exposição regular de uns aos outros, à cultura dos outros e à compreensão dos outros, “a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundida do amor de Cristo” (Ef 3:18) (http://www.adventist.org/beliefs/guidelines/main-guide7.html).


Apocalipse 5:9 é uma descrição do encontro futuro dos salvos que representa a missão encarnacional de Deus, através do Seu Espírito e da Sua igreja, em todas as culturas.

4. O Meu Contexto

Testemunhar envolve contar a sua história de transformação, como foi abordado na primeira lição, um processo para a vida toda. Por isso, é importante começar estudando a própria cultura (e subculturas), já que ninguém consegue se divorciar dela, e tentar descobrir por que as coisas são feitas do jeito que são feitas. O que é que nunca foi desafiado pelo evangelho na minha maneira de pensar e agir? Quais são os costumes culturais que nunca foram tocados pela verdade bíblica? Será que existe alguma parte do “jeitinho brasileiro” que colocamos numa categoria intocável pela Bíblia?


Algumas perguntas que você pode se fazer, especialmente aplicadas à religião:


O que o brasileiro (você) faz (comportamento)?


O que o brasileiro acha bom ou melhor (valores)?


O que o brasileiro pensa ser verdadeiro (crenças)?


O que o brasileiro pensa ser real (cosmovisão)?


Depois desse exercício diário de humildade e santidade, devemos nos colocar nas mãos de Deus para o Seu propósito de nos tornar agentes de transformação.


Apesar de a missão ser inclusiva (a todo o mundo e todos os grupos étnicos), em geral, será mais natural, para você, testemunhar àqueles com quem você tem mais identificação cultural. Pessoas da sua região, estado, cidade, bairro, seguramente têm mais em comum do que as demais.


Lembre-se de como você pensava antes de aceitar a Jesus e tornar-se membro da igreja.  Quanto mais tempo passa, menos a gente pensa como antes – o que, em alguns aspectos, é muito positivo, pois representa uma transformação.


Portanto, o cristão mantém sua identidade como um indígena, no sentido de pertencer àquela cultura, e ao mesmo tempo um peregrino, porque sua identidade suprema está no reino de Deus.


Ellen G. White afirmou que “muitos não compreendem a necessidade de se adaptarem às circunstâncias, e ir ao encontro do povo. Não se identificam com aqueles a quem desejam auxiliar em atingir a norma bíblica do cristianismo. Alguns deixam de ter êxito, porque confiam unicamente no poder do argumento, e não clamam sinceramente a Deus em busca de Sua sabedoria para dirigi-los, e de Sua graça para lhes santificar os esforços (Obreiros Evangélicos, p. 381).


“A transformação de uma cultura ocorre quando o povo de Deus vive no temor do Senhor e caminha na luz da Palavra de Deus” (Sherwood Lingenfelter, Transforming Culture, p. 180). O Pacto de Lausanne afirma que “Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura local”. “Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus.”

Ilustração


Certa vez, uma menina explicou a encarnação desta maneira: “Algumas pessoas não estavam ouvindo os sussurros de Deus, então Ele enviou Jesus para proclamar a salvação em alta voz.” O pensamento do cientista J. Robert Oppenheimer de que  “a melhor maneira de transmitir uma ideia é embalá-la em uma pessoa” complementa a explicação.


Certamente a humanidade tem se apresentado ensurdecida pelos altos sons competidores e pelas consequências inflamatórias das próprias decisões. A mensagem da salvação em Cristo precisa ser dada com a clareza e eloquência encontradas no testemunho de um discípulo de Jesus, como você.

 

 

Publicado em 17/04/2012 por LicoesdaBiblia "Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições" 1Co 3:2 Coma participação do pastor Marcos Militão (Presidente da Missão Sergipe (Mse) e o pastor Otimar Gonçalves (Presidente da MiSAL - Missão Alagoas)

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

Nenhum comentário:

Postar um comentário