terça-feira, 22 de maio de 2012

Escola Sabatina: Evangelismo e Testemunho - Lição 8 - Preparação para evangelizar e testemunhar

 

 

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Lição 8 de 19 a 26 de maio

Preparação para evangelizar e testemunhar

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: 2Cr 29–31

VERSO PARA MEMORIZAR: “Disse Jesus: ‘Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens’” (Mt 4:19, NVI).

Leituras da semana: Mt 4:19; 11:1-11; 10:1-14; 1Pe 5:8; 2Pe 3:9

Pensamento-chave: Por mais importante que seja o treinamento adequado, precisamos primeiramente estar fundamentados em nosso relacionamento com Jesus, para que estejamos “devidamente habilitados” para testemunhar com eficácia em favor de nossa fé.

Émuito improvável que uma pessoa que não tem certeza pessoal da salvação seja capaz de conduzir outra a um relacionamento íntimo e salvífico com Jesus (embora isso aconteça). Eles podem ser capazes de convencer os outros a acreditar em algumas doutrinas da Bíblia e em alguns fatos, datas bíblicas e gráficos. Tais convicções e crenças podem até mesmo levar as pessoas a fazer mudanças significativas no estilo de vida. No entanto, visto que boas ações podem ser realizadas à parte de Jesus Cristo, é imperativo que todo treinamento para testemunho e evangelismo enfatize os aspectos doutrinários e espirituais. Para ser um verdadeiro evangelista, é preciso ter uma firme compreensão e experiência do “evangelho eterno” (Ap 14:6). É esse evangelho que finalmente produz crença, confissão, conversão, certeza e discipulado.


Nesta semana veremos que preparar as pessoas para evangelizar e testemunhar de modo espiritual e habilidoso é, de fato, um princípio bíblico. Veremos também que precisamos incentivar as pessoas a tornar isso uma realidade em sua igreja local.

Domingo

Ano Bíblico: 2Cr 32, 33


Necessidade de treinamento

Em Mateus 9:37, Jesus disse aos discípulos que a colheita era grande, mas os trabalhadores eram poucos. Hoje, a colheita é infinitamente maior e os trabalhadores ainda são relativamente poucos. Há grande necessidade de se enviar para a colheita trabalhadores bem treinados e preparados. Embora seja sempre verdade que a influência do Espírito Santo é o principal fator no sucesso do testemunho e do evangelismo, ainda assim, é importante que aqueles a quem Deus chama para o serviço sejam treinados por meio de instrução formal, observação e participação. De acordo com Efésios 4:11, 12, deve haver um esforço determinado que capacite as pessoas para os muitos e variados aspectos do ministério e do serviço.


Deus prometeu abençoar os líderes com certos dons que os ajudarão a atuar como instrutores para o ministério. No entanto, não é demais enfatizar o fato de que os evangelistas, pastores e professores não estão seguindo as orientações bíblicas se estiverem fazendo todo o trabalho sozinhos e não estiverem preparando outros para o serviço. Todos que estão se preparando para a obra do testemunho e evangelismo devem ser levados à forte convicção de que é realmente a vontade de Deus que o mundo seja salvo do pecado, de que a obra designada por Deus para a igreja é alcançar o mundo perdido e de que é a vontade de Deus que Sua igreja cresça no mundo.

1. O que significa o fato de que a primeira ordem de Jesus apresentada na Bíblia são as palavras “Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens”? O que essas palavras significam para nós, com nossa compreensão das mensagens dos três anjos? Temos nos dedicado mais a “pescar homens” ou a “cuidar dos nossos barcos”? Mt 4:19; Mc 1:17; Mt 28:19

É significativo que Jesus não tenha chamado os discípulos para ser pescadores de homens. Ele não disse: “Sigam-Me, e sejam pescadores de homens”. Ele disse: “Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens”. Logo no início de sua associação formal com Jesus, esses homens compreenderam que estavam entrando em um treinamento importante. Jesus os chamou a um ambiente de aprendizagem no qual seriam treinados para a tarefa à qual Ele os havia chamado. Os discípulos aprenderiam muito através da observação e prática. Somente quando eles tivessem aprendido, no contexto local, o que e como fazer, Jesus apresentaria a eles uma missão mundial. Sem a devida instrução, treinamento e desenvolvimento espiritual pessoal dos obreiros, a tarefa de levar o evangelho à nossa vizinhança pareceria impossível.

Segunda

Ano Bíblico: 2Cr 34–36


Aprendendo pela observação

Existem dois aspectos da aprendizagem para os que desejam servir ao Senhor, e um leva ao outro. O primeiro aspecto é aprender a conhecer Jesus. O segundo é aprender a compartilhá-Lo e apresentar o que Ele oferece à humanidade decaída.

2. Que coisas os discípulos observaram na multiplicação dos pães e peixes para as cinco mil pessoas? Que lições essa experiência trouxe para seu futuro ministério? Considere também aspectos que não estejam especificamente mencionados nos relatos dos evangelhos. Mt 14:13-21; Mc 6:30-44; Lc 9:10-17; Jo 6:1-14; Leia também Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 364-371.

Como deve ter sido emocionante não apenas ouvir o maior Pregador, mas também observar Sua apresentação enquanto Ele pregava sobre o reino de Deus (Lc 9:11), de maneira que os corações desejassem o reino da graça!


O princípio da aprendizagem através da observação é aplicável a todos. A aprendizagem por meio dos livros ou das instruções faladas deve ser sempre desenvolvida por meio de observação e envolvimento. Jesus esperava que os discípulos de João Batista aprendessem com o que haviam observado.

3. O que os discípulos de João Batista haviam observado e o que Jesus esperava que eles dissessem a João como resultado de suas observações? Que lição Jesus ensinou não apenas a João, mas também aos Seus discípulos? Mt 11:1-11

João Batista anteriormente havia apresentado Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Entretanto, quando João foi preso e não mais teve oportunidade de pregar, Ele ouvia apenas relatos de segunda mão acerca do ministério de Jesus. Parece que sua experiência na prisão fez com que surgissem dúvidas em sua mente a respeito de Cristo. Quando surgem dúvidas, devemos ir a Jesus, e foi exatamente isso que João fez. Jesus enviou os discípulos de João de volta para dizer a ele o que tinham visto e ouvido. Assim como o relatório deles encorajou João, imaginamos como as coisas que eles tinham visto devem ter influenciado seu próprio testemunho e ministério evangelístico.

Na maioria dos casos, não podemos realizar os milagres operados por Jesus. Porém, com a disposição de morrer para o eu e viver para os outros, o que podemos fazer em nossa própria esfera que reflita a obra que Jesus fez aqui na Terra?

Terça

Ano Bíblico: Ed 1–3


Aprender fazendo

Não importa quantos livros uma pessoa leia sobre seu esporte favorito e não importa quantos jogos sejam assistidos. Se alguém quiser ser um jogador, terá que colocar os equipamentos e sair a campo. Chamamos isso de experiência prática, aprender fazendo, e sem isso a pessoa simplesmente não está preparada para a tarefa. Essa verdade universal se aplica igualmente ao testemunho e ao evangelismo do cristão. Às vezes, ouvimos pessoas dizerem que não querem se envolver porque não estão completamente preparadas. Elas precisam entender que a participação ativa é parte vital da preparação. Começar pequeno, passo a passo, crescendo continuamente, é o caminho a percorrer. À medida que o Espírito Santo nos guia, crescem nossas habilidades, experiência e confiança.

4. Jesus preparou Seus discípulos e depois os enviou. Por mais diferente que seja nossa situação hoje, o que podemos aprender com o fato de que Jesus os enviou, significando que isso era parte de seu treinamento? Mt 10:1-14

Jesus ensinou os discípulos “na sala de aula”, por assim dizer. Também os levou ao campo onde eles aprenderam observando o que Ele fazia. Depois que Cristo os havia capacitado com poder para curar os enfermos, ressuscitar os mortos e expulsar os demônios (v. 8), Ele os enviou sozinhos. Contudo, note a quantidade de instrução que Ele deu quando os enviou. Jesus os instruiu sobre o que pregar, que milagres realizar, o que não levar com eles, com quem se hospedar e quando abandonar um infrutífero campo de trabalho. Seguramente, podemos imaginar que eles receberam outras instruções também. Todavia, muitas lições importantes só seriam aprendidas com essa interação prática. Essa passagem mostra o treinamento prático em sua melhor forma. Eles não podiam ministrar àqueles com quem não entrassem em contato. Esse é um ponto que nunca devemos esquecer.

5. Que semelhanças existem entre as instruções que Jesus deu aos doze e aos setenta? Que princípios podemos aprender a partir de Suas instruções para aplicar em nosso trabalho? Lc 10:1-11

Embora inicialmente Jesus tivesse enviado os setenta a lugares a que Ele mesmo pretendia ir em breve (v. 1), o Senhor sabia o que os discípulos e outros missionários enfrentariam ao tentar espalhar o evangelho depois de Sua ascensão, quando tivessem que lutar sozinhos. As instruções dadas aos setenta discípulos quando eles foram enviados indica que Jesus os estava preparando para os desafios futuros.

Quarta

Ano Bíblico: Ed 4–6


Aprendendo com as falhas

Às vezes podemos falhar em alcançar todos os alvos estabelecidos para uma atividade evangelística específica. Isso significaria que fracassamos totalmente? Claro que não! Independentemente da estratégia empregada, teremos vitórias e derrotas. Por exemplo, se não conseguimos alcançar os alvos estabelecidos para o batismo, podemos ter colocado alvos inalcançáveis, ou essa atividade pode ter sido mais um projeto de semeadura do que um programa de colheita. Em resumo, por mais que pensemos que o campo está pronto para a colheita, ainda pode ser apenas a época de semeadura. Nem sempre temos condições de saber.

6. Que poder trabalha para prejudicar suas tentativas de ganhar pessoas para Deus? Como a consciência dessa ameaça nos ajuda a preparar e executar com mais eficácia as estratégias de evangelismo e testemunho? 1Pe 5:8

Em todas as nossas tentativas de ganhar pessoas para Cristo, enfrentamos um inimigo sobrenatural, muito ativo em influenciá-las contra o evangelho. Às vezes, quando soltamos a mão do Senhor, o mal pode causar alguns problemas aos nossos esforços no trabalho de Deus.


Assim como aconteceu com Adão e Eva no Jardim do Éden, as falhas podem, às vezes, nos levar a entrar no jogo da culpa, uma das ferramentas mais bem-sucedidas de Satanás para trazer desarmonia entre o povo de Deus. Em vez de procurar pessoas e lançar sobre elas a culpa, seria melhor fazer uma avaliação séria, honesta e profunda, lembrando que até mesmo Jesus, o maior pregador/evangelista, não ganhou todas as pessoas a quem Ele apelou.

7. O que os discípulos fizeram quando se depararam com falhas em seu ministério? Compare Lc 10:17 com Mt 17:14-20

Embora eles tivessem recebido o poder sobre os espíritos malignos e de fato tivessem sido bem-sucedidos em expulsá-los, é evidente que às vezes eles não conseguiram cumprir a missão para a qual Jesus os tinha capacitado. Em tais ocasiões, eles foram a Cristo e Lhe pediram que explicasse o que estava acontecendo e por quê (Mt 17:19). Levar ao Senhor as situações enfrentadas em nosso evangelismo e testemunho é uma parte importante do nosso esforço para entender as razões do fracasso e as formas de fazer o trabalho com mais sucesso.

Quinta

Ano Bíblico: Ed 7–10


Aprendendo com o sucesso

Há duas áreas em que podemos aprender com o sucesso. Existe a área que pode ser chamada de prática, ou de procedimentos, e a área que pode ser chamada de cooperação espiritual. Embora se possa argumentar corretamente que há um aspecto espiritual em ambas as áreas, lidaremos com elas separadamente, a fim de destacar melhor o que pode ser aprendido com sucesso.


Na área prática, ou de procedimentos, aprendemos com o que realmente fazemos. Por exemplo, aprendemos a sequência mais aceitável na qual devemos apresentar os estudos bíblicos em nossa região. Aprendemos qual é o melhor local para as reuniões, que tipo de publicidade atrai mais pessoas e uma série de outras escolhas práticas e de procedimentos que melhor se adaptam ao nosso território específico.

Cooperação espiritual é a ênfase no fato de que Deus está intensamente envolvido no testemunho e evangelismo do cristão. Afinal, é a vontade de Deus que todos sejam salvos.

8. Que propósito divino devemos ter em mente em nossas atividades de testemunho? Que ações divinas e humanas asseguram o testemunho? Deixar de suplicar essas bênçãos pode prejudicar nosso esforço? 2Pe 3:9; 1Co 3:6

Não adianta plantar se ninguém regar a semente. Da mesma forma, não adianta regar se você não colocar a água onde as sementes estão plantadas. E mesmo que o semeador e o que rega façam tudo corretamente, ainda assim não haverá crescimento, a menos que Deus o conceda. Quando vemos a bênção de Deus trazendo sucesso aos nossos humildes esforços, aprendemos até que ponto Deus está e deseja estar envolvido em nossos esforços. Aprendemos a confiar mais nEle. Aprendemos a importância de uma estreita cooperação espiritual com Deus, à medida que nos esforçamos para alcançar as pessoas por quem Cristo morreu, porque, entre as pessoas a quem você testemunha, não há nenhuma por quem Cristo não tenha morrido e a quem Ele não deseje salvar. É muito importante nunca esquecer essa verdade fundamental.

9. Sentimos a necessidade real e prática da participação de Jesus em nosso ministério de evangelismo e testemunho? Como podemos, individualmente ou como equipe missionária, experimentar verdadeiramente a dependência de Cristo? O que precisamos mudar para ter esse tipo de conexão com Ele? Jo 15:5

Sexta

Ano Bíblico: Ne 1–4


Estudo adicional

Tenha em mente os seguintes pontos:


1. O ideal é que toda a congregação esteja envolvida no estabelecimento de alvos e na orientação da igreja.


2. Inicialmente planeje para o próximo ano. Uma estratégia de doze meses é suficiente para começar. Depois você pode adicionar mais planos.


3. Ajude o pessoal a saber exatamente o que se espera deles. Quando as pessoas não têm certeza do que, quando e como fazer, o ritmo de uma igreja em direção aos seus alvos pode ser diminuído ou interrompido.

Perguntas para reflexão


1. “Toda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 149). Como é o desempenho de sua igreja nessa área? Se não é muito bom, o que pode ser feito para melhorar?


2. “Cada dia Satanás tem seus planos a executar – certos desígnios que embaraçarão o caminho daqueles que são testemunhas de Jesus Cristo. Ora, a menos que os vivos agentes humanos de Jesus Cristo sejam submissos, mansos e humildes de coração, por ter aprendido de Jesus, cairão ao ser tentados, tão certamente como vivem, pois Satanás é vigilante, perspicaz e usa artimanhas, e os obreiros, se não forem homens de oração, serão apanhados de surpresa. Ele os surpreende, como um ladrão de noite, e os leva cativos. Então opera na mente dos indivíduos, pervertendo suas ideias pessoais e moldando seus planos. … (Ellen G. White, Evangelismo, p. 101). Como podemos lidar com o perigo apresentado nesse texto? Qual é nossa única defesa?


3. Comente com a classe sobre alguém, ou sobre algum projeto evangelístico que tem sido bem-sucedido. O que vocês podem aprender com eles? Como podem aplicar aquilo que poderia funcionar em seu território, percebendo que cada situação é diferente e que as coisas que funcionam em um lugar podem não funcionar em outro?

Respostas sugestivas: 1. Jesus procurava e preparava “pescadores de homens”; devemos “pescar” pessoas e transformá-las em “pescadores” de pessoas. 2. Compaixão pelas pessoas; apenas milagres resolvem certos problemas; havia relatórios da obra; importância do repouso. 3. Cegos, coxos e leprosos curados; pregação do evangelho aos pobres; Jesus queria que os discípulos levassem a João Batista essas notícias. 4. Jesus instruiu os discípulos, deu-lhes autoridade espiritual e estabeleceu sua missão; depois os enviou. 5. Cura de enfermos; não levar dinheiro; pregar o reino dos céus; saudação da paz; repreensão aos rebeldes; aceitar hospedagem. 6. O diabo trabalha para devorar os que pregam e os que ouvem a mensagem; precisamos confiar em Deus e atuar com sabedoria. 7. Perguntaram a Jesus qual era a causa do fracasso; o segredo era a fé; nos momentos de vitória, eles apresentaram relatórios. 8. Deus deseja salvar a todos e espera pelo arrependimento; devemos confiar na influência de diferentes instrumentos usados por Deus. 9. Manter a oração, estudo da Bíblia e meditação; lembrar que as dificuldades só podem ser vencidas por meio do poder de Deus.

Resumo da Lição 8 – Preparação para evangelizar e testemunhar


Texto-chave: Mateus 4:19


O aluno deverá...


Conhecer: Os diferentes métodos de treinamento que Cristo usou ao preparar Seus discípulos para pregar o evangelho.


Sentir: Humildade para confiar na direção e correção que Cristo oferece, em todos os esforços evangelísticos corporativos e no testemunho pessoal.


Fazer: Observar e participar de um treinamento prático para evangelismo e outros ministérios pessoais e programas da igreja.


Esboço


I. Conhecer: Sob o treinamento de Cristo


A. Como Cristo usou a instrução, observação, participação e cooperação para ensinar aos Seus discípulos as habilidades no ministério?


B. Que métodos semelhantes são usados hoje na preparação de trabalhadores para a obra nos campos de colheita do mundo?


II. Sentir: Siga-Me


A. Quais são as nossas únicas garantias de sucesso ao partilhar o evangelho de Cristo?


B. O que podemos aprender com as tentativas fracassadas dos discípulos de curar o rapaz endemoninhado? A que Cristo atribuiu seu fracasso?


C. O que pode causar derrotas em nosso trabalho para Cristo? Como devemos reagir diante das falhas, de uma forma que construa, em lugar de destruir, o corpo de Cristo?


III. Fazer: Treinamento prático


A. Quais são os tipos de treinamento disponíveis para nós e que devemos aproveitar?


B. Em que procedimentos práticos podemos nos envolver para obter treinamento prático no testemunho e evangelismo?

Resumo: Da mesma forma que os discípulos de Cristo aprenderam pela instrução direta, observação, participação e cooperação, podemos utilizar métodos similares para aprender a ministrar aos outros para sua salvação.


Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Jesus nos capacita com o conhecimento, habilidades e treinamento necessários para ser testemunhas eficientes.


Só para o professor: Use a seguinte atividade a fim de ajudar a classe a identificar as ferramentas necessárias para compartilhar o evangelho.

Atividade de abertura: Leve diversas ferramentas para a classe, tais como tesoura, plaina, fita métrica, batedeira, pincel, etc. Comente como cada ferramenta permite que o trabalhador realize seu objetivo. Seria muito difícil fazer o trabalho sem as ferramentas adequadas? Pergunte se alguém está disposto a compartilhar uma experiência sobre a tentativa de fazer um trabalho sem o equipamento apropriado.


Se houver profissionais na classe, tais como médico, enfermeiro, advogado, assistente social, professor, entre outros, pergunte sobre as habilidades de que esses trabalhadores necessitam em seu trabalho. Qual é a diferença entre essas habilidades e os instrumentos físicos que utilizamos? (Se possível, peça aos profissionais que preparem sua resposta antecipadamente, a fim de apresentar uma informação bem planejada.)


Pense nisto: Quais são as ferramentas necessárias aos que trabalham para salvar pessoas? Como podemos encontrar essas ferramentas e aprender a usá-las?


Compreensão


Só para o professor: Use este estudo para analisar como podemos nos preparar para realizar a obra de Deus.

Comentário Bíblico


I. “Olhando para o Céu”, parte 1: Os bastidores da alimentação dos cinco mil
(Recapitule com a classe
Mt 14:13-21; Mc 6:30-44; Lc 9:10-17; Jo 6:1-14.)


A alimentação dos cinco mil deu aos discípulos de Cristo a oportunidade de observar, em primeira mão, muitas lições valiosas que podiam ajudar a prepará-los para seu futuro ministério. No entanto, não apenas o milagre em si, mas o contexto em que ele ocorreu trazem lições importantes para nós, assim como aconteceu com eles.


Em primeiro lugar, o milagre ocorreu pouco depois que João Batista foi decapitado. A Bíblia diz que quando Jesus ouviu essa notícia, Ele Se retirou para um lugar deserto. Jesus, plenamente divino e plenamente humano, estava sentindo os efeitos diretos e a maldição final do pecado – a morte, uma condição não natural. Ele era luz, ordem e vida. A morte era trevas, desordem e destruição. Mas, como homem, Ele teve que Se deparar com a morte de João e não fazer nada para revertê-la. Ele poderia ter proferido a frase que iria recolocar a cabeça de seu primo, separada do corpo pelo carrasco de Herodes. Em vez disso, Jesus suportou a perda a fim de experimentar plenamente o que significa ser privado de um ente querido pela espada da injustiça e crueldade insensível, a fim de compartilhar plenamente das tristezas e dores dos seres humanos e estar habilitado para confortá-los.


Além disso, Ele suportou tudo isso para anunciar às futuras gerações que se unissem à Sua causa que alguns seriam chamados a sofrer a morte de mártir, e que todos os que desejassem ter uma vida piedosa suportariam perseguição. A grande lição para Seus discípulos é que Jesus, o Criador de nossas emoções, não negou Suas próprias emoções.


Mas, para Jesus, as coisas jamais foram tão fáceis quanto são para nós. Jesus nem mesmo podia sofrer como um homem normal. Não sem interrupções.


Em primeiro lugar, os doze voltaram da pregação do evangelho, com muita necessidade de contar a Jesus sobre sua experiência. Ele percebeu que eles estavam esgotados e não tinham sequer separado tempo para comer. Cuidou das necessidades deles, convidando-os a ir para um lugar tranquilo onde pudessem descansar, comer e conversar, longe das multidões ruidosas. Aqui havia outra lição para Seus discípulos naquele tempo e também para os de hoje. Ele demonstrou o respeito e a compaixão que líderes e pastores devem estender aos membros de sua equipe. Ele cuidou primeiramente das necessidades deles. Quando eles estavam em perigo de trabalhar excessivamente, os levou à parte para descansar e se renovar, para que reunissem forças para a prova seguinte. Jesus comungou com eles, ouvindo suas experiências, reafirmando Seu interesse em seus esforços e incutindo neles o sentimento de responsabilidade pelo trabalho feito para Ele.


Jesus foi interrompido novamente. Dessa vez, quando a multidão apareceu no local de refúgio, os discípulos estavam ali para testemunhar, em primeira mão, como Jesus lida com a intrusão. Jesus poderia ter reagido com irritação. Em vez disso, a Bíblia nos diz que Ele reagiu com compaixão. Esse amor O habilitava a sempre perceber as verdadeiras necessidades das pessoas. O povo parecia como ovelhas sem pastor. E, como tais, Ele as viu não como intrusas, mas como uma oportunidade para dar-lhes o pão da vida. Ele não negou nada a eles: curou seus enfermos e lhes ensinou muitas coisas. Assim, Jesus deu uma demonstração visível de como lidava graciosa e abnegadamente com aqueles a quem Ele procurava salvar, mesmo nos momentos mais estressantes.


Pense nisto: O que a resposta de Jesus à morte de João nos ensina sobre Sua visão acerca das nossas necessidades emocionais? Como podemos encontrar o equilíbrio entre cuidar da saúde emocional e dedicação total à causa de Deus? O que a resposta de Jesus a essas duas interrupções nos diz sobre a maneira pela qual devemos lidar com os colegas de trabalho e outras pessoas? O que podemos aprender sobre o modo de lidar com as situações estressantes?


II. “Olhando para o Céu”, parte 2: Jesus, o pão da vida

A noite estava chegando, e os discípulos procuravam instruir Jesus dizendo que era hora de mandar o povo embora. Aqui está uma lição importante para nós: sempre que nós, os alunos, procuramos ensinar a Jesus, o Mestre, o que Ele deve fazer ou a maneira de fazer as coisas, esquecemos qual é o nosso lugar. Devemos nos sentar aos pés de Jesus em humilde submissão, esperando pacientemente por Sua instrução. Os discípulos reconheceram a fome e a exaustão da multidão. No entanto, parece que eles tinham se esquecido de que essa havia sido a sua própria condição pouco tempo antes. A terna preocupação de Jesus pelas necessidades dos discípulos devia ter inspirado neles a preocupação pelos outros. Mas, em vez disso, em sua imperfeita sabedoria humana, eles disseram a Jesus que despedisse a multidão.


Observe a resposta de Jesus. Ele poderia ter repreendido severamente os discípulos por sua falta de compaixão. No entanto, Ele não censurou a fraqueza deles nem desabafou Sua frustração com sua dureza de coração. Em vez disso, sendo sempre o grande Mestre, Ele procurou usar o momento para instruí-los acerca do altruísmo em cuidar dos outros e prover suas necessidades, assim como Ele havia procurado suprir as necessidades dos discípulos anteriormente. Quanta bondade em que, apesar da fraqueza dos discípulos, Jesus não os constrangeu em frente à multidão! Em vez disso, Ele procurou usar as falhas deles como uma ferramenta para aperfeiçoar a compreensão deles e os reabilitar por meio de uma grande lição sobre a maneira bondosa pela qual Deus supre todas as nossas necessidades.


Jesus poderia ter transformado as pedras aos Seus pés em pães ou ter feito o maná cair do Céu. Mas, se Ele tivesse feito isso, teria privado os discípulos da lição valiosa pela qual mostrou a importância de unir os esforços deles aos Seus. A lição nos cinco pães e dois peixes serve para mostrar que, na obra de Deus, tudo o que levarmos a Ele jamais será suficiente para realizar o trabalho. Mas, quando unimos aos dEle os nossos recursos, embora insignificantes, Ele pode operar miraculosamente para multiplicar nossos talentos e dons em Seu serviço.


Os discípulos estavam ocupados considerando a magnitude da multidão e a insignificância dos recursos entre eles. Mas Jesus, o pão da vida, estava “olhando para o Céu” (Mt 14:19, NVI). Ele demonstrou aos discípulos para onde seus olhos, e os nossos, devem estar voltados, eternamente. Olhando para a Terra, não podemos ver o que Deus fará por nós. Olhando para o Céu, não deixaremos de ver como Deus suprirá o que nos falta em cada circunstância, se apenas colocarmos o que temos em Suas mãos.


Pense nisto: Que esperançosa certeza a alimentação dos cinco mil nos dá no trabalho de distribuir o pão da vida para as pessoas famintas por salvação?

Aplicação


Só para o professor: Use a seguinte atividade para destacar as habilidades práticas nas quais seus alunos podem se especializar para servir os outros. Você precisará de duas folhas de papel de diferentes cores ou um quadro de escrever. Peça aos alunos que reflitam sobre a seguinte citação e, em seguida, completem o exercício abaixo.

Perguntas de aplicação


"Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito ao nos aproximarmos do povo. O Salvador Se misturava com os homens como uma pessoa que desejava o seu bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava às suas necessidades e granjeava sua confiança. Ordenava, então: "Segue-Me" (Jo 21:19; Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 143).


Distribua as duas folhas de papel. Em uma folha colorida peça aos alunos que escrevam as coisas que eles sabem fazer ao mostrar simpatia, ministrar às necessidades e ganhar a confiança das pessoas. Na outra folha, peça aos alunos que escrevam as habilidades que eles desejam aprender. (Uma opção é usar um quadro para criar essas duas listas com a ajuda da classe, se os alunos tiverem disposição de compartilhar seus pontos fortes e necessidades.)


Peça que alguns dos alunos exemplifiquem algumas das habilidades que eles têm. Por exemplo, alguém que é bom em lembrar nomes pode demonstrar como se lembra do nome de um novo conhecido e, em seguida, contar como essa habilidade ajuda as pessoas a se sentirem valorizadas.


Faça a lista das habilidades que os alunos gostariam de desenvolver e crie um plano para desenvolver treinamento nessas áreas.


Criatividade


Só para o professor: Sugira a realização das seguintes idéias durante a semana.

1. Acompanhe alguém que tenha habilidade no testemunho, evangelismo, hospitalidade ou outro ministério que você gostaria de desenvolver. Escreva em um diário as técnicas que você observar. Separe um tempo para comentar essas técnicas com a pessoa e ajudá-la em um projeto no qual ela possa supervisionar seu desenvolvimento.


2. Encontre um mentor que esteja disposto a se encontrar com você por um breve momento a cada semana para incentivá-lo e ajudá-lo no desenvolvimento de uma habilidade que ele tem e que você deseja aprender.

Comentário Preparação para Evangelizar e Testemunhar

Pr. Marcelo E. C. Dias
Professor do SALT/UNASP
Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews
mecdias@hotmail.com

Seguindo o pensamento-chave da lição desta semana, que ressalta a importância do relacionamento com Jesus como preparação principal para evangelizar e testemunhar, vamos explorar esse tema, que certamente poderia ter sido enfatizado mais cedo no trimestre (foi mencionado de relance na lição 6).

I. Espiritualidade apaixonada

A missão de Deus é uma atividade essencialmente espiritual. Isso significa que o contexto, os agentes, os objetivos e o poder interagem e pertencem tanto à esfera natural como à sobrenatural. Isso significa que a missão jamais pode ser equivalente a estratégias de marketing, programas políticos ou desenvolvimentos sociais meramente humanos. O Pacto de Lausanne confirma “a necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater essa batalha com as armas espirituais da verdade e da oração... Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes à aceitação do mundanismo em nossos atos e ações, ou seja, ao perigo de capitularmos diante do secularismo.”


Nesse contexto, o ser humano só se torna um verdadeiro coobreiro de Deus quando também desenvolve sua vida espiritual, como a lição aponta, através de:


(1) entrega diária à vontade de Deus,


(2) desejo diário de morrer para si mesmo,


(3) manter a graça de Deus diariamente perante si,


(4) lembrança diária daquilo que Jesus fez pela humanidade e


(5) lembrança diária da resposta humana ao amor dEle através do engajamento na missão.


Portanto, como defende Michael Frost, a cruz deve ser o paradigma missionário para a santidade, com a ênfase correta do modelo de Jesus demonstrada na sua aproximação daqueles que precisam conhecê-Lo e não no distanciamento deles (The Road to Missional, p. 81). Distorções da compreensão bíblica sobre espiritualidade e santidade levam à atitude de superioridade, isolamento e legalismo.


Ser um discípulo de Cristo envolve o compromisso de se tornar mais semelhante a Ele, incluindo o carregar diariamente de Sua cruz (Lc 9:23), conformar-se ao padrão de vida demonstrado na morte de Jesus na cruz e a obediência a Deus ao ponto de levar a cruz. A encarnação de Jesus molda uma espiritualidade robusta já que “a cruz é o supremo ato de engajamento” com a humanidade (The Road to Missional, p. 90).


Para ilustrar esse princípio, Christian Schwarz aponta para resultados da sua pesquisa que mostram que a qualidade da vida espiritual, incluindo a oração e o estudo da Bíblia estão diretamente relacionados com o perfil de uma igreja vibrante. Ele conclui que “precisamos cultivar uma espiritualidade que seja verdadeiramente fundamentada na Palavra de Deus, dirigida pelo Espírito Santo e focalizada no mundo” (Color Your World with Natural Church Development, p. 110).


“Jesus não teve pecado, mas cresceu em Nazaré. Ele era santo, mas comia e bebia com pecadores, coletores de impostos e prostitutas. Ele foi glorificado enquanto estava pendurado nu e ensanguentado na cruz” (The Road to Missional, p. 90).

II. Espiritualidade disciplinada

Na preparação para evangelizar e testemunhar, alguns hábitos espirituais são especialmente importantes. O estudo da Bíblia foi claramente recomendado por Paulo a Timóteo em 2 Timóteo 2:15. Para o cristão, a meditação não significa esvaziar a mente, mas continuamente contemplar uma verdade. Finalmente, louvor e ação de graças. Lucas inclui um relato surpreendente de discípulos louvando após terem sido açoitados por pregar sobre Cristo, em Jerusalém (At 5:  40-42). Tem a ver com aprender a estar contente apesar das circunstâncias.


“Muitas outras disciplinas espirituais poderiam ser exploradas. O foco dessas disciplinas é o crescimento no amor a Deus e aos outros. Os cristãos devem crescer no amor de Deus,  desfrutando dEle e O buscando; se submetendo a Ele em obediência; se arrependendo perante Ele; tendo comunhão com Ele através de oração e adoração; temendo-O, confiando nEle e agradecendo-Lhe em todas as circunstâncias de vida. Eles O buscam como pessoas tomadas pelo Espírito Santo cujo anseio por Ele vem da obra do Espírito Santo neles” (Introducing World Mission, p. 181).


Todas as disciplinas espirituais e traços de caráter mereceriam mais espaço neste comentário, mas vamos tratar um pouco mais sobre aoração, que tem sido amplamente destacada pela missiologia. Além dos momentos específicos de oração, a ideia é desenvolver uma vida de oração.


Quatro motivos especiais de oração relacionados com a missão:

1. Ore pela sua vida espiritual. Como nos relembra Ronaldo Lidório, “antes de servir para expor o evangelho de Deus, a Igreja foi revestida de autoridade para ser santa, fiel e viver toda a plenitude do evangelho” (Perspectivas no Movimento Cristão Mundial, p. 208). A autoridade de Deus deve transformar a vida do missionário para que este possa ter autoridade no testemunho.

2. Ore por ousadia e coerência no testemunhar. A oração descrita em Atos 4:29-31 e o seu contexto são um exemplo claro da importância dessa dependência de Deus ao testemunhar. Uma observação importante é que os apóstolos não oraram para interromper a oposição, mas pediram ousadia e liberdade para proclamar o evangelho. Em Efésios 6: 18-20 encontram-se as mesmas expressões referindo-se à preparação para a batalha espiritual, inclusive mencionando a necessidade de se revestir da armadura de Deus.

3. Ore pelos demais obreiros na missão. Mateus 9:38 é o texto clássico sobre a necessidade de mais pessoas envolvidas na missão.

4. Ore por aqueles para os quais você testemunhará e então ore com eles. Robert Speer afirmou que “a evangelização do mundo... depende primeiramente de um reavivamento da oração”. Isso inclui orar para que Deus abra as portas (Cl 4:3) e pelos que têm o entendimento cegado (2Co 4:4).

De acordo com uma pesquisa recente, em 73% das igrejas saudáveis é normal ver pessoas orando juntas. Momentos de oração espontânea em cultos, grupos ou classes são comuns na vida dessas igrejas. Aqueles que lideram a igreja passam tempo em oração, antes de conduzir o Corpo. Os que frenquentam ali dizem ter vontade de orar mais quando vão à igreja. Essas congregações são humildemente dependentes de Deus para manter sua vitalidade. Segundo os entrevistados, “a oração é nossa ligação para receber compreensão de Deus sobre Sua Palavra e prosseguir em obediência à Sua missão” (Transformational Church, p. 125).


Uma atitude de oração deve levar a um maior desejo de agir. Se isso não acontece, alguma coisa está errada. Deus atua onde as pessoas oram. Onde Deus atua, existe transformação. Um exército marcha em pé, mas a igreja do Deus vivo marcha ajoelhada(S. Joseph Kidder, The Big Four, p. 101).

III. Espiritualidade transformada

Como resultado da vida espiritual, alguns traços de caráter resultantes são especialmente relacionados com o evangelismo e o testemunho. As características do fruto do Espírito (Gl 5:22, 23) são a principal ênfase desta seção. Todo esse processo de preparação espiritual é obra do Espírito Santo na vida do cristão. A lição ressalta uma dinâmica interessante daqueles que começam a servir a Deus e ficam a par das próprias necessidades espirituais. Ao pedirem e receberem a contínua presença do Espírito Santo são habilitados para um ministério constante. Em 1 Timóteo 3:1-13 e Tito 1:6-9 encontram-se listas de características importantes para aqueles que se engajam na missão. Aqui estão algumas em destaque:

1. Dependência genuína de Deus. Essa característica está relacionada com a submissão à soberania de Deus e disposição de obedecer-Lhe. Além disso, essa dependência leva a pessoa a priorizar os princípios em lugar dos sentimentos; e a voz de Deus em vez da opinião pública.

2. Humildade para aprender. Essa atitude está relacionada com a compreensão real de que outros são importantes, são usados por Deus, inclusive para ensinar e preparar para a missão. A tentação está em pensar que só temos a oferecer e nunca a receber.

Juntamente com essa percepção está o reconhecimento da própria limitação e pequenez diante da totalidade dos propósitos de Deus (At 20:19).

3. Empatia. Isso significa mais do que entender a outra pessoa, enxegar o mundo como ela enxerga, é calçar os sapatos dela. Essa característica não é exclusiva dos extrovertidos, mas daqueles que têm uma escala de valores moldada pelo reino de Deus e que não hesitam em decidir pelas pessoas em vez das tarefas. Levar em conta as consequências de longo alcance das suas decisões faz parte dessa característica.

4. Tolerância à flexibilidade. Talvez essa seja a mais difícil de aprender já que exige dependência de Deus e está relacionada  com o permitir que o Espírito Santo altere os planos humanos segundo Lhe apraz. Essa característica é demonstrada quando alguém se revela tolerante e capaz de interagir com tipos diferentes de pessoas e, apesar das diferenças e maneiras de apresentar seus argumentos, não se sentir ameaçado e evitar críticas improdutivas sobre os que estão recebendo o evangelho.

5. Perseverança. Essa é a habilidade de permanecer em determinada situação e ter atitude positiva, mesmo em face de dificuldades. Isso é diferente de teimosia ou recusa em aceitar a orientação de Deus. Está mais relacionado com priorizar o sacrifício em vez do conforto (Introducing World Mission, p. 176-178).

IV. Minha vida espiritual

Apesar de a Faculdade de Teologia ser o local para o treinamento formal dos pastores, em função do foco da lição, vamos ressaltar a importância da igreja local no preparo dos cristãos para a missão. Estudar sobre algo é diferente de viver algo. “O contato de longo prazo, o ensino da Palavra, a vida em comunidade e o crescimento mútuo de cristãos que se amam e ajudam uns aos outros a viver dignamente no Senhor é a melhor escola missionária” (Bárbara Burns, “O Papel da igreja local no preparo missionário”, em: Perspectivas no Movimento Cristão Mundial, p. 753).


Bárbara Burns indica cinco áreas principais em que a igreja tem maior responsabilidade e condições de ajudar na formação dos membros:

1. Atitude para com Deus. A maioria das pessoas com quem convivemos tem uma ideia bastante secular sobre Deus que, no caso dos cristãos, é moldada primariamente no lar e então na igreja. Quem é o Deus que os adventistas vão apresentar às pessoas?

2. Atitude para com a mensagem do evangelho. Muitos esforços evangelísticos hoje têm apresentado um evangelho distorcido com ênfase na prosperidade e nas necessidades humanas, e nem sempre no pecado, na cruz, no sangue sacrifical de Jesus e na esperança da ressurreição.

3. Atitude para com a Palavra de Deus. A Bíblia não é um mero livro, é a revelação de Deus. Com que visão e conteúdo da Palavra os membros têm sido enviados por nossas igrejas?

4. Atitude para com a própria igreja. As imagens que prevalecem a respeito da igreja: um clube, um hospital, uma empresa, uma sociedade secreta, ou uma família, um corpo, um canal por onde Deus demonstra o seu amor e sua glória àqueles que não O conhecem.

5. Atitude para com o povo. A igreja pode ajudar na formação das pessoas e ser um modelo de como orar, se interessar, se mobilizar, quebrar preconceitos e ser humilde no contato com as pessoas.

“No ministério, a maior tentação é o desejo de alcançar status. Esse é um dos maiores empecilhos para o evangelismo na igreja. Muitas igrejas hoje estão prejudicadas no seu evangelismo porque líderes ... estão mais preocupados com sua condição pessoal do que com o crescimento evangelístico da igreja do Senhor... Quando somos jovens e as oportunidades surgem, tipicamente dizemos ‘Por que eu, Senhor?’ surpresos de que Deus poderia salvar e usar pessoas como nós. Mas ao nos tornarmos experientes, estudados e enfatuados somos mais tentados a dizer ‘Por que não eu, Senhor?’ imaginando porque não fomos escolhidos para esta ou aquela posição” (Alvin Reid, Evangelism Handbook, p. 201).


É importante parar e questionar se sua espiritualidade é apaixonada pelo semelhante. Tem você desenvolvido hábitos que o protegem e o ajudam na batalha espiritual diária, e que auxiliam na transformação do seu caráter, especialmente através da oração? Além do seu relacionamento pessoal, sua igreja local é um centro de preparo para o testemunho.

Ilustração
Em 1874, a Igreja Adventista enviou oficialmente seu primeiro missionário intercultural: J. N. Andrews. Devido à necessidade urgente de missionários em outros países, nesse caso, a Europa, um mês após a decisão oficial, Andrews e seus filhos partiram rumo à Suíça. Na ocasião da escolha de Andrews, Ellen White declarou que estavam enviando o homem mais habilidoso entre eles. Andrews se destacava pelas suas habilidades linguísticas, acadêmicas, sua longa experiência na igreja, seu serviço como editor e seus anos como presidente da Associação Geral. Todas essas habilidades se mostraram importantes nas várias iniciativas missionárias, mas, acima de tudo, Andrews se destacou pela sua dependência genuína e entrega total a Deus.


E. M. Bounds, que escreveu muito sobre a oração, disse que “pessoas são o método de Deus. A igreja está procurando métodos melhores, enquanto Deus está buscando pessoas melhores” (citado em Out of the Salt Shaker, p. 239).

 

Publicado em 18/05/2012 por LicoesdaBiblia "Disse Jesus: 'Sigam-Me, e Eu os farei pescadores de homens'" Mt 4:19 Com a participação do pastor Davi Franca (Capelão da Clínica São Roque da Associação Paulistana; AP) e do pastor Berndt Wolter (Diretor do NUMCI (Núcleo de Missões e Crescimento de Igreja)

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

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