sexta-feira, 18 de maio de 2012

Escola Sabatina: Vislumbres do nosso Deus – Lição 12 Histórias de amor

 

capala12012

 

Lição 12 de 17 a 24 de março

Histórias de amor

clip_image001

Sábado à tarde

Ano Bíblico: Jz 9, 10

VERSO PARA MEMORIZAR: “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Com amor eterno te amei; também com amável benignidade te atraí” (Jr 31:3, RC).


Leituras da semana:
Gn 2:21-25; Êx 20:5; Is 43:4; 62:5; Cantares; Jo 2:1-11

Pensamento-chave: Como devemos entender o lado amoroso de Deus?

O amor é, talvez, o atributo de Deus lembrado com mais facilidade. De fato, não podemos superestimar o amor de Deus, nem esgotar sua profundidade. Mas talvez haja um aspecto de Seu profundo amor que não é devidamente considerado, isto é, Deus como romântico.


Para ter uma perspectiva adequada da natureza romântica de Deus, precisamos lembrar, em primeiro lugar, do período de tempo apresentado na Bíblia. Este livro abrange milhares de anos da história humana, desde o primeiro dia deste mundo até o último, pelo menos antes de sua renovação. E como todos os livros de história, a Bíblia como um todo contém relatos sobre reis e rainhas, guerras, planos de batalha e intriga política.


Nenhum livro de história, no entanto, registra tudo que aconteceu. O mesmo é verdade em relação à Bíblia. Não se encontra um registro histórico exaustivo com a ampla extensão de tempo que a Bíblia abrange. Muitas coisas, é claro, foram omitidas. O mais interessante, porém, é que Deus incluiu romances afetuosos no registro histórico que Ele inspirou os profetas a escrever. A pergunta é: Por que o Senhor incluiu esse tipo de histórias de amor, histórias de romance no que é, em grande parte, um livro de história? Isso nos diz algo sobre a natureza de Deus e sobre a importância que Ele dá ao romance? Nesta semana, estudaremos por que essas histórias estão incluídas e o que podemos aprender com elas.


Nesta semana, ore pelos amigos que serão convidados a estar na sua igreja e na sua casa no dia 31.

Domingo

Ano Bíblico: Jz 11, 12


O primeiro romance

“Disse então o homem: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada” (Gn 2:23, NVI).

Precisamos começar com os capítulos iniciais de Gênesis para considerar o primeiro romance nas Escrituras, que envolveu Adão e Eva, criados por Deus de maneira especial. O homem e a mulher refletiam a imagem do Senhor (Gn 1:26, 27). Eles receberam a vida como resultado do incrível poder criativo de Deus. A complexidade do nosso corpo físico continua sendo um dos testemunhos mais poderosos da sabedoria e força de nosso Criador.

1. Como a Bíblia descreve a intimidade e o relacionamento entre Adão e Eva? Gn 2:21-25

Talvez, o ponto mais evidente desse relato é que os dois estavam ligados de maneira muito íntima e estreita. Deus criou a mulher a partir do corpo do homem. Eles eram, literalmente, da mesma carne e sangue.


Naquele momento Adão irrompeu no que tem sido chamado o primeiro “cântico de amor” ou “poema de amor” da Bíblia, no qual ele reconheceu abertamente que eles estavam ligados um ao outro de maneira muito íntima. Em hebraico, a palavra para “homem” usada por ele no
verso 23 é ish. A palavra que ele usou para “mulher” é ishah, mostrando mais uma vez que eles estavam intimamente ligados um ao outro.


No
verso 24, a Bíblia diz que o homem deixará seus pais e se unirá à sua mulher, e eles serão “uma só carne”, outro poderoso indicador da intimidade planejada para eles. (Alguns se perguntam: Sobre que pais a Bíblia está falando aqui, porque não havia nenhum nesse tempo? A questão é que Moisés escreveu esse relato muitos séculos depois que o evento aconteceu, e usou a história da criação deles para explicar com mais detalhes o que o casamento significava.)


Finalmente, a nudez deles também revelava a intensa ligação e intimidade entre esse primeiro casal.


Qualquer outra coisa que o relacionamento deles implicasse originalmente, o amor romântico certamente era o aspecto mais importante. Deus não é contra o romance. Ao contrário, Ele nos criou como seres capazes de experimentar isso. De fato, esse parece ser um dos elementos básicos que Ele criou em nós.


O amor romântico é uma dádiva maravilhosa de Deus à humanidade. Se você está em um relacionamento romântico adequado, o que você pode fazer para protegê-lo de problemas e dificuldades?


Já ligou ou enviou uma mensagem virtual para seus convidados? Faça isso hoje. Dia 31: Amigos da Esperança e Lares de Esperança!

Segunda

Ano Bíblico: Jz 13–16


Romances bíblicos

ABíblia abrange uma grande extensão da história. No entanto, ela dedica tempo para retratar alguns romances. Havia uma ligação forte, carinhosa entre Abraão e Sara. Ele não a abandonou durante seus longos anos de esterilidade. Na verdade, foi somente pela insistência de Sara que Abraão tomou Hagar como esposa substituta. Os laços de amor entre Abraão e Sara eram fortes (leia Gn 16).


Foi preciso um longo capítulo de Gênesis para registrar a longa viagem do servo de Abraão para encontrar uma esposa para Isaque. O relato inspirado apresenta outra história de amor iniciada no encontro entre Isaque e Rebeca (
Gn 24).


Outro romance ao qual é dedicado bastante tempo na Bíblia é o amor entre Jacó e Raquel. Em traços rápidos foi pintado o quadro da resposta impulsiva e apaixonada de Jacó para Raquel. Além do Cântico dos Cânticos, certamente não há outro exemplo nas Escrituras de um homem e uma mulher se beijando antes do casamento. E se lembrarmos de que Deus é o principal autor das Escrituras, e de que o livro de Gênesis foi escrito por Sua inspiração, veremos que Deus é romântico, porque incluiu na Bíblia essa história de amor e esse beijo (
Gn 29). Se você estivesse escrevendo um livro de história que abrangesse milhares de anos desde a criação da humanidade e sua queda, por que incluiria esse detalhe romântico? No período histórico envolvido no livro de Gênesis, deve haver muitos intervalos de tempo. No entanto, Deus inspirou a inclusão dessas afetuosas histórias de amor.


Examine mais uma vez as histórias desses romances. Não importando o tipo de amor que existia, em muitos aspectos esses relatos são semelhantes aos romances e histórias de amor em todo o mundo, ou seja, essas pessoas enfrentavam muitos desafios e sofriam por causa dos erros de uma ou ambas as partes.

2. Quais foram alguns dos erros que trouxeram tanta dor e sofrimento a esses relacionamentos? Mais importante ainda, o que podemos aprender com seus erros? Gn 16; 25; 28; 29 (leitura dinâmica)

Infelizmente, muitos cometeram erros semelhantes, ou ainda piores. A boa notícia é que Deus não apenas perdoa, mas cura. Quaisquer que tenham sido os erros cometidos nos relacionamentos românticos, como podemos aprender a buscar o perdão e a cura que vêm da cruz?


Continue em oração por seus amigos! Ao longo do dia, reserve momentos para interceder por eles.

Terça

Ano Bíblico: Jz 17–19


O amor de Deus

O livro de Gênesis mostra, desde o início, que o romance devia ser uma parte fundamental da experiência humana. Um homem com uma mulher, ponto final. Esse era o ideal de Deus, o modelo bíblico que exemplificava o que o amor romântico devia ser.


É igualmente fascinante a frequência com que a Bíblia usa a imagem do amor, do casamento, para descrever o tipo de relacionamento de amor que Deus busca ter com Seu povo. Nada deve ser mais íntimo do que o relacionamento entre marido e esposa, exceto a relação individual de uma pessoa com Deus.

3. Que palavra revela o sentimento de Deus para com Seu povo? O que significa essa palavra para Deus? Que problema evitamos quando refletimos nessa atitude divina? Êx 20:5

Muitas vezes, Deus expressa Seu ciúme a respeito de Seu povo (Êx 34:14; Dt 4:24; Jl 2:18). Ciúme é um sentimento que o amante começa a ter quando pensa que sua amada não é fiel a ele. Deus não é uma “força” benigna impessoal, distante e sem sentimentos. Ele é um Ser pessoal com profundo afeto pela família humana. Por mais difícil que seja para nós entendermos, Deus nos ama e, como qualquer amante, Ele sofre por causa da nossa infidelidade.

4. Quais são os sentimentos de Deus para conosco? Como Ele quer Se relacionar com Seu povo? Is 43:4; 62:5; Ez 16:1-15; Jr 31:3; Ap 21:9

A Bíblia ensina claramente que Deus ama profundamente os seres humanos de maneira individual. Esse não é um conceito fácil de entender, simplesmente porque o conceito de Deus, o Criador do Universo, não é um conceito fácil de compreender. Afinal, se mal podemos compreender o Universo como um todo, como podemos compreender Aquele que o criou? Ao mesmo tempo, porém, Deus não apenas declarou Seu amor por nós, Ele o demonstrou de muitas maneiras poderosas. A maior delas, é claro, foi a cruz e o que nela aconteceu. Que outras provas precisamos do amor de Deus por nós além das que foram dadas no Calvário?

O que seria de nós se Deus nos odiasse, ou se fosse indiferente, ou se apenas gostasse de nós? Mas a Bíblia diz que Deus nos ama. O que isso significa para você, pessoalmente, e como essa ideia incrível (de que Deus nos ama) influencia sua maneira de viver?


Estude o material que você vai utilizar no dia do almoço especial com os amigos. É a mensagem de Deus dentro do seu lar!

Quarta

Ano Bíblico: Jz 20, 21


Um livro de romance

Bibliotecas poderiam estar cheias de livros que lidam com a difícil questão do sofrimento humano; difícil especialmente para os que acreditam em um Deus amoroso e todo-poderoso. (Para o ateu, o sofrimento é apenas parte do que significa viver em um Universo sem Deus e sem sentido e que, portanto, não apresenta as difíceis questões filosóficas que estão diante dos cristãos). No entanto, sem a compreensão do grande conflito entre Cristo e Satanás, a maioria dos livros não faz muito progresso (mesmo com uma percepção do drama cósmico, a questão do sofrimento é, de fato, bastante difícil).


Embora a questão do sofrimento humano se relacione com todos os aspectos da vida, também não devemos esquecer os prazeres da vida. Por que o sabor do alimento é tão bom? Por que muitas papilas gustativas se harmonizam de modo tão perfeito para podermos sentir os muitos e variados sabores agradáveis dos alimentos? Por que há tantos matizes de cores? Por que o olho humano é capaz de se conectar e deleitar com todas as cores vivas? Por que existe a alegria da sexualidade matrimonial? A reprodução certamente não exige o tipo de prazer que a atividade sexual oferece. Algumas formas de vida simplesmente se dividem ao meio para se reproduzir. Imaginem se tivéssemos que passar por isso a fim de nos reproduzirmos. Mesmo agora, os seres humanos ocasionalmente usam métodos de inseminação artificial que não envolvem prazer. Por que temos as próprias terminações nervosas necessárias para desfrutar prazer sensorial, até mesmo o prazer sexual?


A resposta para todas essas perguntas é a mesma: é porque Deus nos fez assim. Deus criou os humanos como seres físicos que devem desfrutar prazeres físicos.


Nenhum livro da Bíblia trata melhor desse assunto do que Cântico dos Cânticos. Por que esse livro está na Bíblia? É um livro de puro prazer romântico. Todos os prazeres sexuais incluídos no livro não têm nenhuma conexão com a procriação. O livro explicitamente nos lembra dos prazeres específicos que Deus planejou e desejou para maridos e esposas. As efervescentes fontes do amor romântico têm sua origem em Deus.

5. Como Deus olha para os prazeres da carne no contexto correto? (Folhear os capítulos do livro Cântico dos Cânticos)

É claro, em comparação com muitas práticas rudes e licenciosas da cultura que nos rodeia, as ideias cristãs sobre sexo, casamento e prazeres físicos em geral, podem parecer ultrapassadas, puritanas e restritivas. Mas esses princípios vêm daquele que criou nossos prazeres físicos e que sabe como eles podem ser mais bem apreciados.

Quem, a não ser Deus, pode estimar a dor e o sofrimento causados pelo abuso dessas dádivas maravilhosas? Quem já não foi afetado de uma forma ou de outra por esse tipo de abuso?

Fale a seus amigos sobre o programa especial de sábado na igreja. Diga-lhes que será uma ocasião inesquecível.

Quinta

Ano Bíblico: Rute


Jesus e o romance

6. Qual foi a atitude de Jesus para com o casamento e o amor romântico? O que significa o fato de que Ele abençoou aquela cerimônia de casamento judaico, tão agitado e prolongado naquela época? Jo 2:1-11

Jesus tinha acabado de voltar do deserto da tentação, onde Ele próprio havia bebido o cálice de angústia. Mas dali Ele saiu para dar à família humana o cálice da bênção e para consagrar os relacionamentos afetivos da vida humana. Jesus, que oficiou o primeiro casamento no Jardim do Éden, realizou então Seu primeiro milagre. Onde? Em uma festa de casamento.


Um casamento judaico nos tempos bíblicos era uma ocasião impressionante. Um casamento na pequena aldeia de Caná da Galileia pode ter sido o evento do ano. A festa durava alguns dias. Rabinos e alunos paravam de estudar. Todos traziam presentes e, em troca, se esperava que a família anfitriã mantivesse os convidados bem supridos com comida, bebida e diversão.


A falta de vinho foi mais do que um pequeno desapontamento. Foi uma catástrofe. E a mãe de Jesus foi falar com Ele, descrevendo a situação de emergência. Ela não sugeriu nada, nem foi passiva. Ela falou com os servos da casa e exortou: “Façam tudo o que Ele lhes mandar” (Jo 2:5, NVI).


Jesus então disse aos servos que enchessem seis potes de água. Arqueólogos dizem que, naquela época, um vaso para armazenamento podia conter entre 60 e 90 litros. Estamos falando de pelo menos 360 litros. Alguns estudiosos sugerem pelo menos 460 litros.


O que ocorreu a seguir foi a exclamação entusiasmada do mordomo, felicitando o noivo: “Todos servem primeiro o melhor vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o vinho inferior é servido; mas você guardou o melhor até agora” (Jo 2:10, NVI).


Se cada litro rende seis copos, do tamanho geralmente usado em festas de casamento, no mínimo o total de copos de vinho foi de 2.160. Isso significa que foram servidas 2.160 porções do melhor vinho em uma pequena festa de casamento numa remota aldeia da Galileia. Quando está no casamento, Jesus oferece coisas melhores do que tudo que as pessoas já viram.


Nesse milagre podemos ver o poder criador de Deus, o mesmo poder que criou o mundo. E, no ministério terreno de Jesus, esse poder foi revelado pela primeira vez no contexto de um casamento.

O amor romântico e o casamento são, de fato, presentes maravilhosos de Deus. Devemos lembrar, também, que Jesus nunca foi casado, e assim Ele deixou um exemplo que mostra que nem todos têm que se casar. Pessoas solteiras podem viver de maneira plena, produtiva e feliz, assim como as pessoas casadas.


Lembre-se de que sua casa será mais do que um lar no próximo sábado. Será a porta do Céu aberta para quem você convidou. Neste domingo começa a Semana Santa.

Sexta

Ano Bíblico: 1Sm 1–3


Estudo adicional

Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, o casamento é utilizado para representar a união amorosa e sagrada entre Cristo e Seu povo. Para Jesus, a alegria da festa de casamento apontava para a alegria daquele dia em que Ele levará Sua noiva para a casa do Pai, e os remidos com o Redentor se assentarão à mesa para as bodas do Cordeiro. Ele diz: “Assim como o noivo se regozija por sua noiva, assim o seu Deus se regozija por você” (Is 62:5, NVI). “Nunca mais a chamarão de “Abandonada” (v. 4, NTLH). “Você será chamada de ‘Minha querida’... Pois o Senhor está contente com você... o seu Deus Se alegrará com você” (v. 4, 5, NTLH). “Por causa do Seu amor lhes dará nova vida. Ele cantará e Se alegrará” (Sf 3:17, NTLH).


A Bíblia termina com esse mesmo tema glorioso. “‘…Vamos alegrar-nos e dar-­Lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a Sua noiva já se aprontou. Para vestir-se, foi-lhe dado linho fino, brilhante e puro…’” (Ap 19:6-9, NVI).

Perguntas para reflexão


1. Que práticas da sociedade e cultura atuais podem conduzir ao abuso dos prazeres? O que você pode fazer para instruir os outros, especialmente os jovens, sobre os perigos de abusar desses dons? Ser fiel aos princípios e leis de Deus nos coloca em melhor situação para desfrutar a vida, em comparação com os que seguem os costumes e práticas contrários aos princípios da Palavra de Deus?


2. Nas leis civis que Deus deu a Israel, há outro lembrete da natureza romântica de Deus. Que tipo de lua de mel Deus sugere para um casal recém-casado? (
Dt 24:5). Como podemos compensar as limitações de tempo impostas pela sociedade atual?

Resumo: Para muitas pessoas modernas, Deus foi reduzido a apenas um nobre exemplo. Ou Ele foi diluído a um conceito útil para organizar a paz mundial. No entanto, Ele não é visto como uma personalidade por quem podemos sentir amor. Mas a Bíblia insiste em afirmar que Deus ama de modo ardente. Reflita na diferença que isso faz para as diversas doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Respostas sugestivas: 1: Uma parte de Adão estava em Eva; os dois eram uma só carne, no sentimento e no relacionamento; não havia vergonha. 2: Não esperaram o cumprimento da promessa de Deus; poligamia (Hagar usada por Sara e Jacó usado por Labão); engano, ciúmes e desavenças no lar. 3: Deus tem zelo, cíumes de Seu povo; espera adoração exclusiva; os casais devem procurar um relacionamento de fidelidade total. 4: Amor, satisfação, cuidado, interesse, desejo de viver ao nosso lado e nos cobrir de honra e glória; Deus quer ser o esposo da Sua igreja. 5: Deus Se alegra no amor entre dois seres humanos, que simboliza o amor entre Ele e Seu povo; o amor traz motivação, sentido e plenitude à vida das pessoas; os prazeres do casamento foram idealizados por Deus para nossa felicidade. 6: Honrou o casamento com Sua presença, resolvendo o problema da falta de vinho e mostrando que Sua presença é importante para resolver os problemas mais profundos de um relacionamento duradouro.

Resumo da Lição 12 – Histórias de amor


Texto-chave:
Jeremias 31:3


O aluno deverá...


Conhecer: Exemplos de amor romântico e intimidade retratados nas histórias bíblicas como símbolos do relacionamento que Deus espera ter conosco.


Sentir: A proximidade e intimidade que Deus deseja que tenhamos no casamento e em nosso relacionamento com Ele.


Fazer: Promover o desenvolvimento do romance e intimidade nos contextos apropriados.


Esboço

I. Conhecer: Um Deus romântico


A. Que histórias bíblicas revelam o valor que Deus dá ao amor romântico e ao casamento?


B. Como Deus descreve o ponto culminante de Seus esforços para cativar e conquistar Seu povo para a intimidade espiritual com Ele?


II. Sentir: Jardim do amor


A. O Cântico dos Cânticos descreve os prazeres e intimidades físicos e emocionais de um relacionamento conjugal saudável.


B. Essa descrição traduz a intimidade que Deus deseja experimentar conosco?
C. Como as pessoas solteiras podem satisfazer seus desejos e necessidades de intimidade?


III. Fazer: Intimidade crescente


A. Que tipos de atividades e atitudes promovem o desenvolvimento da intimidade física e emocional?


B. Quais são os contextos em que ocorre a intimidade saudável? Que abusos da intimidade são possíveis, e como podemos evitar esses problemas?


Resumo: Desde o primeiro casamento no Jardim do Éden até o casamento do Cordeiro no Apocalipse e as muitas histórias entre esses dois momentos, as Escrituras revelam a santidade e a beleza do romance, amor e intimidade nos relacionamentos saudáveis.

Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus criou os seres humanos com uma imensa capacidade de dar e receber amor.


Só para o professor: Visto que a lição é principalmente sobre o amor romântico entre marido e mulher, é importante demonstrar sensibilidade para com os membros da classe solteiros ou pessoas afetadas por relacionamentos rompidos ou desequilibrados. Focalize o amor como parte integrante de qualquer relacionamento saudável, e não em relacionamentos exclusivos. Abaixo estão duas opções com as quais começar.

Atividade de abertura 1: Peça que os alunos descrevam, em uma palavra, seu mais forte e mais saudável relacionamento com outra pessoa. Se possível, escreva esses adjetivos em um quadro, onde toda a classe possa ver. Com base na lista compilada no quadro, introduza a lição:


Imagine como seria se você pudesse pegar os pontos fortes de todos os relacionamentos representados no quadro e colocá-los em um relacionamento entre você e alguém especial. Ainda mais maravilhoso seria se você pudesse lacrar esse relacionamento com um pouco de cola à prova de violação para afastar todas as influências negativas. Imagine o estado supremo de felicidade e contentamento que você desfrutaria.


Atividade de abertura 2: Peça que a classe identifique na Bíblia as características dos relacionamentos positivos e saudáveis: Abraão e Sara, Paulo e Timóteo, Noemi e Rute, Jacó e Raquel, e outros. Em seguida, pergunte como um relacionamento saudável melhora a vida.

Compreensão
Só para o professor: Apresente a vida como um feixe de relacionamentos em que as interações são mais do que atos de civilidade e tolerância. A vida é edificar conexões com outras pessoas em um espírito de apoio e intimidade. Deus criou os seres humanos com a capacidade de amar até certo ponto como Ele ama. Quando praticamos a forma divina do amor, enriquecemos um ao outro e a igreja de Deus.


Comentário Bíblico


I. Criados para amar


(Recapitule com a classe
Gn 1:27.)


Há um fio de dependência, responsabilidade e sustento que conecta toda a criação: das plantas aos animais, dos animais ao homem, de ser humano a ser humano. Isolamento não é a ideia de Deus para a existência. No último dia da criação, Deus deu um passo além da codependência, quando criou o homem e a mulher: eles eram semelhantes, mas tão diferentes; dois seres que se completavam e se ligavam um ao outro em um nível que as outras criaturas não eram capazes de alcançar. O amor que o homem e a mulher tinham um pelo outro era uma réplica do amor de Deus por eles. Esse sentimento floresceu e cresceu, porque tanto Adão quanto Eva alimentavam e respeitavam seu relacionamento. O homem e a mulher foram dados um ao outro para que se cuidassem e completassem mutuamente.


O amor é tão essencial para os relacionamentos humanos que, mesmo após a entrada do pecado, ainda existia amor no coração humano. Ao sair do Jardim do Éden, Adão e Eva levaram consigo o amor e, desde então, o amor tem impedido a humanidade de destruir completamente a si mesma. Não importa quanta maldade exista no mundo, sempre há bondade suficiente para nos ajudar a apreciar a vida.


Dependência mútua, apoio durante períodos de dor, empatia e simpatia: todos são expressões de amor, não apenas entre os seres humanos, mas entre Deus e a humanidade. Deus criou a humanidade à Sua própria imagem, para ser e agir como Deus. E mesmo quando a humanidade pecou, Deus não removeu deles a semelhança com a divindade. Que maior expressão de amor Ele poderia ter concedido aos seres humanos que tinham pecado do que ter conservado o amor no coração deles?


Pense nisto: Satanás está bem ciente da importância do amor em nossa vida. Ele se esforça para romper relações amorosas e promover uma existência egoísta. Quais foram algumas das circunstâncias que você teve que superar a fim de mostrar o amor quando você realmente não sentia vontade de amar? Por que é importante compreender o amor como princípio e não apenas como sentimento?


II. Chamados a ser amorosos


(Recapitule com a classe
Gn 2:23.)


A vida realmente é uma cadeia de relacionamentos e conexões: entre você e o cônjuge, filho, pai, Deus, trabalho, amigos, ou animais de estimação. E quanto mais fortes e saudáveis são os relacionamentos, mais contentamento haverá na vida.


De uma forma ou de outra, o amor está no centro da vida satisfatória. Jesus enfatizou isso quando disse: "'Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'” (Mt 22:37-39, NVI). Jesus não poderia tornar a questão do amor mais simples do que isso. Ele disse que construir e manter bons relacionamentos deve ser uma prioridade de cada cristão.


Pense nisto: Deus criou primeiramente Adão e, ao ver que ele precisava de uma companheira, criou Eva. Em sua opinião, por que Deus, em Sua onisciência, não os criou ao mesmo tempo? Será que a criação de Eva depois de Adão ajudou a promover o amor entre eles? De que forma?


III. Escolhidos como amados


(Recapitule com a classe
Is 62:5.)


Ao se comunicar com João sobre Seus planos e Seu amor pela Igreja, Deus usou a figura de um casamento perfeito para descrever Seu relacionamento com o povo. O Senhor sabe que, por causa do nosso desejo natural e inato de amar e ser amado, entenderíamos essa analogia e seríamos capazes de perceber de maneira mais clara as características de Deus.


Mais importante: Deus leva a figura um passo adiante. Ele diz que Seu amor é como o de um homem por sua noiva – não a mulher de muitos anos de rotina (o amor pode se esfriar), mas sua noiva. Esta é a primeira chama do amor que está ansioso para agradar, alegre em perdoar e pronto a ignorar erros. Deus diz que tem por nós um amor do tipo “eterna lua de mel”, a cada dia, o tempo todo. Imagine isso! Não é um relacionamento de tolerância ou compromisso, ou mesmo de benefícios mútuos. É uma relação de profunda intimidade, carinho e amor um pelo outro.


Deus deseja restaurar um relacionamento de amor conosco. Ele já nos ama. A questão é: E quanto ao nosso amor por Ele?


Pense nisto: Nesta semana aprendemos que fomos criados para amar, chamados para ser amorosos e escolhidos como amados. Como você pode refletir melhor o amor de Deus com sua família, colegas de trabalho e igreja?


Deus chama a igreja de Sua noiva. De que forma podemos manter o mesmo tipo de entusiasmo e amor pelo nosso Deus?

Aplicação


Só para o professor: Nesta parte da lição, incentive a classe a descobrir na Bíblia princípios e estratégias de relacionamento. Divida a classe em dois grupos para estudar as seguintes passagens. Depois, reúna a classe para discutir o que os alunos descobriram.

A. O monólogo de Adão na primeira vez em que viu Eva (Gn 2:18-25) foi pronunciado quando ele ainda era um ser sem pecado, no momento em que ele mais refletia seu Criador. Naquela condição de pureza altruísta ele foi capaz de refletir espontaneamente sobre todas as características positivas de sua união com Eva. Que lições podemos aprender desses versos que fortalecerão nossos relacionamentos pessoais? Como um relacionamento mais íntimo com Jesus pode enriquecer nossos relacionamentos pessoais?


B.
Mateus 26:6-13. Este foi um incidente em que Jesus aparentemente aprovou a expressão do amor de maneira despreocupada e a completa falta de bom senso. Qual poderia ser a explicação para essa reação de Jesus? Quais são os tipos de situação em que tais gestos de amor extravagantes são apropriados?

Criatividade
Só para o professor: Esta é uma oportunidade para sua classe estudar formas práticas de implementar os conceitos aprendidos na lição.


Atividade: Peça que a classe sugira formas de fortalecer os relacionamentos pessoais dentro da igreja. Aqui estão alguns exemplos:


A. Programa romântico especial. Em uma noite programada a igreja cuida das crianças gratuitamente, a fim de permitir que os casais passem algum tempo de qualidade juntos.


B. Clube social para os solteiros. Crie uma comissão sob a administração da igreja para coordenar eventos do grupo de modo regular.


C. Eventos envolvendo pai/filho e mãe/filha. Encontre formas de incentivar a ligação da família.

Lição 12 - Histórias de Amor

Sobre o autor: Edilson Valiante nasceu em São Paulo. Formou-se em Teologia em 1979. Por mais de 20 anos serviu como professor da Faculdade Adventista de Teologia. Foi distrital, departamental de Educação e JA. Atualmente é o Secretário Ministerial da União Central Brasileira. Casado com a professora Nely Doll Valiante, possuem um casal de filhos: Luciene e Eduardo.

Introdução

Com exceção da palavra “vida”, a expressão “amor” é o termo bíblico abstrato mais significativo. Pela sua natureza e riqueza de significado, não é fácil a tarefa de defini-lo em todas as nuances e variações.

Na língua portuguesa, o verbo “amar” (e a forma nominal “amor”) tem um significado extremamente amplo, especialmente em nossos dias: querer muito bem, sentir ternura ou paixão, afeição, dedicação, sentir prazer, gostar, praticar ato sexual (físico ou virtual), possuir, desejar, querer, etc.

Amor no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, a palavra mais comum que traduz amor é a expressão hebraica ahab ou a variação aheb. Elas ocorrem cerca de 250 vezes tanto na forma nominal como na verbal. O termo denota um sentido de amor amplo, incluindo o amor romântico e legítimo entre pessoas, o amor fraternal e o amor divino. Sempre tem um sentido forte e intenso, com característica natural, espontânea (não de escolha deliberada), tanto de forma emocional como racional, de abrangência ampla e complexa. Tem o sentido de desejo, de possuir e de estar na presença do objeto amado.

A segunda expressão mais importante para amor no Antigo Testamento é hesed, denotando uma escolha deliberada de afeição e bondade, com um forte sentido de lealdade. Nas nossas Bíblias, hesed normalmente é traduzido por “bondade”, “graça”, “misericórdia” e “amor longânimo”. O termo ocorre mais frequentemente em Gênesis para expressar o amor humano. Em Deuteronômio é comum o sentido de amor a Deus. Também ocorre com certa frequência em Salmos e em Provérbios.

Outra palavra para expressar o sentido de amor no Antigo Testamento é haham. Traduzida normalmente por “amor” e “compaixão”, ela ocorre cerca de 26 vezes no texto hebraico. O significado da raiz da palavra é “nascido do mesmo ventre” e representa a ideia e sentimento do amor entre irmãos.

O significado mais comum dessas expressões é o amor fruto do relacionamento entre um homem e uma mulher. É obvio que o sentido possui uma conotação sexual, mas incluindo um significado de afeição, lealdade, admiração e desejo dentro dos limites das relações legítimas, como no caso de Isaque e Rebeca (Gn 26:67). Pode se referir a uma forma de amor que ainda está fora do âmbito de um casamento, expressando vontade de se casar e cuidar do objeto desse amor, como no caso de Siquém e Diná (Gn 34:3). É muito raro que o Antigo Testamento use o sentido de amor para um relacionamento baseado na luxúria e desregramento sexual (2Sm 13:1).

O sentido de amor como relacionamento sexual está mais presente em Ezequiel (16:33, 36ss; 23:5, 9, 22), mas aparece também em Jeremias (2:25) e em Oseias (3:1). Contudo, quando o Antigo Testamento deseja se referir ao ato sexual especificamente, é usado o termo yada, que é traduzido como “conhecer” e também a expressão sakab, que quer dizer “deitar-se”. Essa duas palavras realmente descrevem o “tornar-se uma só carne” e onde está fundamentado o voto de fidelidade matrimonial.

No livro de Cantares, a conotação do amor entre homem e mulher é complexo e abrangente, significando cuidado, romance, ternura, intimidade e sexo que brotam do íntimo (8:6). Algumas pessoas, movidas por pressuposições contemporâneas só enxergam o aspecto sexual e erótico que, inegavelmente, está presente no livro. Temos que observar, contudo, o caráter “adulto” de como o amor sexual aparece ali descrito.

É abundante no Antigo Testamento o uso das expressões alistadas como amor para definir os relacionamentos humanos numa ampla variedade. É usado para descrever o amor entre pais e filhos, como entre Abraão e Isaque, onde o verbo amar acontece pela primeira vez na Bíblia (Gn 22:2). É frequente para definir o afeto entre uma nora e sua sogra, como Rute e Noemi (4:15), entre amigos como Davi e Jonatas (1Sm 18:1; 2Sm 1:26), entre vizinhos (Lv 19:18) e até o afeto especial de um escravo por seu senhor ao decidir permanecer sob seu domínio (Êx 21:5). O termo é tão amplo em significado que pode definir o sentimento de uma nação por seu líder, como no caso de Davi e Israel (1Sm 18:16) e um rei vassalo (Hirão de Tiro) ao seu senhor (1Rs 5:1). Em Levítico 19:34, aparece o sentido indicado pela lei como recomendando amor ao próximo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. A lei deveria ser amada (Sl 119:97).

Há também ocorrências mais “vulgares” onde a expressão amor é usual: amor por alimento (Gn 27:4); amor ao sono (Pv 20:13); amor à prata (Ec 5:20) e às instruções (Pv 12:1).

Todas estas expressões hebraicas referidas acima também são usadas para expressar o amor de Deus para com os seres humanos. Na maioria das vezes o termo ahab é usado (Dt 7:8; 2Sm 12:24; Pv 3:12; Is 43:4). A palavra hesed enfatiza um relacionamento com base no concerto (Sl 36:7; Is 63:7; 2Cr 1:8). Raham, por sua vez, frequentemente expressa o sentido de solicitude que Deus tem para conosco (Sl 103:13). O amor divino revelado em Is 43:25 é considerado a maior expressão de graça de todo o Antigo Testamento. O amor do Deus verdadeiro é contrastado com o amor pretensamente manifesto pelos outros deuses, porque é um amor que procura, que sofre junto e é desinteressado.

No que diz respeito ao amor dos seres humanos para com Deus é usualmente presente no livro de Salmos. O salmista ama a Deus por causa de sua gratidão (116:1). O povo de Deus é exortado a amar a Deus em toda a sua plenitude (31:23; 145:20; ver também Dt 6:5; 30:6). Normalmente, esse amor advém como reação à iniciativa divina – Deus manifesta Seu amor e o ser humano o aceita ou o rejeita.

Na literatura grega clássica a expressão mais comum para caracterizar amor é eros, que é o amor sexual, sensual, impulsivo e espontâneo. Essa palavra tem sua origem na mitologia onde o deus do amor é Eros. A união sexual dos deuses mitológicos gregos era expressa nas mais variadas formas de culto pagão. Não é difícil compreender que as expressões na língua portuguesa “erótico” e “erotismo” têm sua origem no sentido clássico de eros.

Essa ideia grotesca e sexual de amor acabou por ter seu significado revertido pelos filósofos gregos, especialmente Platão. Para ele, erospassou a significar uma aspiração meramente contemplativa do divino.

É um equívoco dizer que agápe, cuja raiz tem sua origem “no mundo sem cor”, foi usada pelos gregos para definir o amor genuíno, essencial. Raramente essa expressão era empregada no grego clássico, pois indicava apenas o desejo de alguém ou de alguma coisa.

Temos que ressaltar, entretanto, que, a partir dos pais da igreja, houve uma idealização teo-filosófica do termo agápe, dando-lhe um significado de “amor essencial”, contemplativo e místico (a exemplo do eros de Platão).

É surpreendente observar que os tradutores da LXX (Septuaginta - a versão grega do Antigo Testamento, originalmente escrito em hebraico) ignoraram o termo mais comum para amor no grego clássico, eros, por causa de sua conotação acentuadamente sexual. Assim, em lugar do hebraico ahab e seus sinônimos, a LXX passou a empregar a expressão grega agápe. Dessa forma, a tradição judaica eliminou do texto bíblico a influência negativa de eros, que vai aparecer apenas uma vez na LXX, em Provérbios 7:18. Eros está totalmente ausente no texto do Novo Testamento e aparece apenas uma vez nos escritos de Ignácio, um dos pais da igreja do século 2. A LXX usa mais de 300 vezes a expressão agápe, que passa a ter, na cultura judaico-cristã, a conotação de um amor puro e verdadeiro, sentido que não estava presente no grego clássico.

Amor no NT

Como já deixamos estabelecido acima, pela influência da LXX, a palavra grega que expressa o amor erótico, com características meramente sexuais, não aparece no texto grego do Novo Testamento. Duas expressões verbais gregas se destacam para definir o sentido do verbo amar: phileo e agapao (e as formas substantivas agápe e philós).

Philós ocorre 30 vezes no Novo Testamento e expressa um relacionamento próximo, de amizade, estima e afeto terno (Lc 14:12; Jo 11:11 At 19:31). É o termo usado para expressar os “amigos do noivo” em João 3:29. Os discípulos são chamados de “amigos de Jesus” (Lc 12:4), assim como Abraão é chamado philós de Jesus (Tg 2:23) e Pilatos de philós de César (Jo 19:12).

O verbo phileo aparece cerca de 25 vezes no Novo Testamento, com vários significados. É usado para definir o amor parental e filial (Mt 10:37). Jesus amou Lázaro (Jo 11:3, 36) e os discípulos amavam Jesus (Jo 21:15-17).

Phileo é usado para expressar o amor de Deus por Seu Filho (Jo 5:50) e pelo Seu povo (Jo 16:27; Ap 3:19), mas nunca é usado para caracterizar a relação dos seres humanos para com Deus.

É curioso observar que, na expressão “discípulo amado”, usada pelo evangelho de João para definir o autor do evangelho, uma única vez é usado o verbo phileo (20:2) enquanto que nas demais vezes aparece o verbo agapao (13:23; 19:26; 21:7, 20).

A distinção entre o verbo phileo e agapao aparece de forma notável na perícope de João 21:15-17. Jesus inicia Seu diálogo com Pedro perguntando nas duas primeiras vezes: “você Me agapao?” A resposta de Pedro foi: “o Senhor sabe que eu phileo.” Para não deixar Pedro mais constrangido, na terceira vez que Jesus inquire o amor de Pedro, Ele pergunta: “você Me phileo?” e o discípulo responde pela terceira vez “tu sabes que eu phileo.” Assim como Pedro negou três vezes a Cristo, esse lhe questionou por três vezes a fidelidade que deve existir nas relações de amor.

O texto do Novo Testamento também usa três expressões derivadas do verbo phileo: Philadelphia (“amor fraternal”), philanthropia(“amor pela humanidade” - At 28:2 e Tt 3:4) e philarguria (“amor pelo dinheiro” - 1Tm 6:10).

A palavra mais comum no Novo Testamento para amor é agapao. Essa forma verbal aparece 137 vezes e a forma nominal (amor) é usada outras 116 vezes. O sentido da palavra é igual ao equivalente hebraico e é usado nos mais variados sentidos: de Deus para com os seres humanos, destes para com Deus e as relações entre o gênero humano. O termo cognato agapetós ocorre 62 vezes e é geralmente traduzido por “amado”.

Agapao é empregado para descrever a atitude de Deus para com Seu Filho, para com os seres humanos em geral (Jo 17:26; 3:16) e para com aqueles que tem fé em Jesus (Jo 14:21). É usado também para transmitir a vontade de Deus para Seus filhos em relação à atitude destes uns para com os outros (Jo 13:34).

O sentido mais pleno de agapao no Novo Testamento é o de expressar a natureza essencial de Deus: Deus é absolutamente amor e ama incondicionalmente (1Jo 4:8). Esse amor foi demostrado perfeitamente por Jesus (2Co 5:14; Ef 2:4).

Num sentido espiritual, os cristãos são convidados a replicar o amor de Cristo, pois o fruto do Espírito é o amor (Gl 5:22). O amor é manifesto pelo crente quando obedece a lei e os mandamentos (Jo 14:15, 21, 23; 1Jo 2:5; 5:3). Não podemos deixar de citar o famoso capítulo do amor: 1 Coríntios 13.

Por influência da Vulgata latina (texto bíblico em latim, reconhecido pela Igreja Católica como oficial), algumas versões mais antigas traduzem agápe por “caridade” (do latim caritas, que significa “afeição”, “amor”, “estima”).

O verdadeiro sentido do amor bíblico

Em nossos dias, o sentido de amor tem se tornado um clichê. Parece que todas as manifestações egoístas são interpretadas como formas de amor. Nossa preocupação “natural” e “normal” é ser o recipiente do amor, o objeto do que ama, mais do que realmente “amar” – “os outros devem me amar”, quase que por obrigação. São os “outros” que devem me fazer feliz. Filhos cobram amor de pais, pais de filhos. Essa é uma experiência muito comum entre cônjuges, onde um exige o amor do outro, isso sem falar na erotização do termo (“vamos fazer amor?”). Realmente, hoje, não é muito fácil definir amor. Para alguns, amor é “um aglomerado heterogêneo absurdo calculado para esmagar a anatomia do indivíduo que se torna intoxicado com seu poder abominável e irresistível”. Vejam essa definição: “amor é um sentimento que você sente quando sente que irá sentir algo que nunca sentiu antes”.

No sentido bíblico, no entanto, o amor é descrito por Jesus como totalmente destituído do “eu quero”, “eu desejo.” A verdadeira felicidade está “em” amar de forma desinteressada. Amar, biblicamente, é dar-se, entregar-se, servir o outro com extrema afeição. Amor é entrega! Aquele que pensa que amor tem que ver com “agradar a si mesmo” está objetivamente em oposição ao verdadeiro sentido do amor. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu filho único...”(Jo 3:16). Assim, o amor bíblico é em natureza heterocêntrico (centrado no outro) em vez de egocêntrico (centrado em si mesmo).

Além de entrega, o amor ainda possui três elementos que completam seu significado: compromisso (fidelidade), intimidade (sexo, no sentido humano) e dedicação de tempo.

Quem ama, assume um pacto, um concerto, uma aliança de fidelidade, compromisso. O compromisso de Jesus, estabelecido antes da fundação do mundo foi o que O fez demonstrar o maior amor possível à humanidade na cruz.

O casal cristão deve entender que a verdadeira felicidade está em um entregar-se ao outro, especialmente nos momentos íntimos. É o esposo buscando satisfazer as necessidades de prazer da esposa e vice-versa. Quando o sexo é a busca da satisfação própria, egoísta, não é realmente originado no amor e não leva à felicidade.

Quem ama também dedica tempo. Tempo para os filhos, para a família. Tempo não é apenas medido em qualidade, mas, principalmente em quantidade.

Na definição paulina de amor em 1 Coríntios 13, o verdadeiro amante não busca seus próprios interesses (de forma egoísta) nem age inconvenientemente. Agir de forma inconveniente, de acordo com o original grego (askemoneo), é comportar-se de forma sexualmente abusiva, indecente e fora dos limites do amor verdadeiro. O abuso sexual ocorre não apenas quando há a imposição do sexo sobre alguém que não tem poder para resistir o assédio. É quando o sexo é praticado de forma egoísta.

Percebe-se no contexto de Efésios 5:21ss o sentido de amor que Paulo estabelece como genuíno entre marido e esposa. O marido ama (entrega-se) à esposa. Essa, por sua vez, se sujeita ao esposo. Amar e sujeitar-se são expressões sinônimas no contexto bíblico. Isto é, no verdadeiro relacionamento de amor, há uma inter-relação de entregas, de sujeições, em nome do amor. Percebam que no contexto, essa é a forma pela qual Deus ama Sua igreja e essa deve responder com o mesmo valor.

No Grande Conflito, a questão do amor é vital, pois o que não ama verdadeiramente não pode conhecer a Deus. Qual é, portanto, o grande objetivo de Satanás?

A grande acusação de Satanás é que Deus não possui uma natureza amorosa, que Sua lei representa Sua forma egoísta de manter a criação sob Sua sujeição. Faz de tudo para descaracterizar Deus como Criador, Redentor e Senhor, inclusive do sábado.

Naturalmente, se Satanás consegue destruir o significado do amor nos seres humanos, terá conseguido boa parte de seu intento. Assim, ele faz de tudo tanto para destruir a imagem do amoroso Deus como a prática do amor pelos seres humanos.

Em contrapartida, se minha compreensão do amor como um ato de entrega é que me traz felicidade, com muito maior facilidade terei a compreensão de Deus e Sua vontade.

O amor genuíno, cuja fonte essencial é Deus, é a única fonte de felicidade humana. Para um cristão, amor não é um clichê, é uma experiência de felicidade!

O Casamento cristão se difere dos demais

“Como todas as outras boas dádivas de Deus concedidas para a conservação da humanidade, o casamento foi pervertido pelo pecado; mas é desígnio do evangelho restituir-lhe a pureza e beleza” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 64).

“Alcançar a devida compreensão da relação matrimonial é obra da vida inteira” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 64, 105).

Tanto a mulher como o homem se tornam verdadeiramente felizes não apenas por poderem desfrutar da intimidade um do outro, mas por poderem experimentar o verdadeiro sentido do amor bíblico. Vivendo sob um regime de intersujeição sob a perspectiva de Cristo, estaremos restaurando o sentido do casamento às suas dimensões edênicas.

O Amor verdadeiro deve ser tardio em...

desconfiar /condenar /ofender-se /expor /repreender /depreciar /exigir / atrapalhar / ofender-se  provocar

O Amor verdadeiro deve ser pronto em...

confiar  / justificar  / defender-se  / proteger  / suportar  / apreciar  / dar  / ajudar
perdoar  / conciliar

 

Publicado em 12/03/2012 por LicoesdaBiblia "Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Com amor eterno te amei; também com amável benignidade te atraí" Jeremias 31:3 Com aparticipação de Jorge Willians, pastor da igreja de Botafogo da ARJ (Associação Rio do Janeiro), e de Julio Cesar, pastor Departamental de Escola Sabatina ARJSul ( Associação Rio de Janeiro Sul)

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

Nenhum comentário:

Postar um comentário