sexta-feira, 18 de maio de 2012

Escola Sabatina: Vislumbres do nosso Deus – Lição 5 A santidade de Deus

 

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Lição 5 de 28 de janeiro a 4 de fevereiro

A santidade de Deus

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Sábado à tarde

Bíblico: Êx 32, 33

VERSO PARA MEMORIZAR: “Exaltem o Senhor, o nosso Deus; prostrem-se, voltados para o Seu santo monte, porque o Senhor, o nosso Deus, é santo” (Sl 99:9, NVI).


Leituras da semana:
Mt 11:10; Mc 1:2; Gn 2:3; Jó 42:5, 6; Lc 5:1-11; Lc 4:31-36; Is 6:1-3; Ap 4:8, 9

Pensamento-chave: As Escrituras dão muita atenção à santidade de Deus. O que essa santidade nos diz acerca de como é Deus e o que isso significa para o plano da salvação?

Um dos pressupostos fundamentais dos escritores bíblicos é o de que o Deus do Céu existe. Nenhum deles jamais expressou qualquer dúvida sobre isso e nenhum deles fez qualquer tipo de tentativa de provar isso. A existência de Deus é um princípio, um ponto de partida, Assim como um axioma em geometria.


Em vez disso, encontramos entre os 66 livros da Bíblia uma extensa narração de como é Deus e como Ele Se relaciona conosco, seres caídos a quem Ele deseja resgatar.


A lição desta semana focaliza um aspecto da natureza de Deus que é fundamental nas Escrituras: a santidade de Deus. Sim, Deus é amor. Sim, Deus ordena que O chamemos de “Pai”. Sim, Deus é paciente, perdoador e solícito.


Mas, segundo as Escrituras, Sua santidade é fundamental para nossa compreensão de Deus. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a santidade de Deus alicerça a revelação de Si mesmo. Esse tema aparece através das Escrituras, de uma ou de outra maneira.


O que significa dizer que Deus é santo? Como a Bíblia descreve Sua santidade? E como nós, seres impuros, podemos nos relacionar com um Deus como esse?

Domingo

Ano Bíblico: Êx 34–36


“Está escrito”

Mesmo um estudo superficial da história da igreja deixa claro que é muito fácil desenvolver ideias sobre Deus e então adorar essas ideias, em lugar de adorar o próprio Deus revelado na Bíblia. Como o cético Voltaire ironizou: “Deus fez o homem à Sua imagem, e o homem retribuiu a honra”. Podemos nem mesmo perceber que temos uma compreensão incompleta ou falsa de Deus.


Assim, precisamos retornar às Escrituras e comparar nosso pensamento sobre Deus com o que é ensinado ali. Esse estudo deve incluir ambos os Testamentos, pois em ambos o Senhor nos falou. Este ponto é importante porque alguns têm argumentado que o Deus revelado no Novo Testamento é diferente do que é revelado no Antigo. Essa não é uma posição aceita pelos adventistas do sétimo dia, nem é uma posição ensinada na Bíblia.

1. Que frases aparecem frequentemente nos profetas do Antigo Testamento? Jr 7:1-3

Milhares de vezes as mensagens proféticas do Antigo Testamento estão entremeadas com a frase “assim diz o Senhor” ou uma equivalente. Isso deve nos lembrar de que não somente o profeta estava falando para Deus, mas o próprio Deus estava falando, por meio do profeta.


Ao mesmo tempo, o Novo Testamento está cheio de referências ao Antigo Testamento. De fato, toda a teologia do Novo Testamento está intrinsecamente ligada ao Antigo Testamento. Como é possível, por exemplo, entender o sacrifício de Jesus, à parte de todo o sistema de sacrifícios revelado no Antigo Testamento? Quantas vezes Jesus, bem como os escritores do Novo Testamento, se referiram às passagens do Antigo Testamento, a fim de apoiar seus argumentos e ideias? Todo o Novo Testamento encontra seu fundamento teológico no Antigo. Não há justificativa para nenhuma divisão radical entre eles. Toda a Escritura, ambos os Testamentos, é inspirada pelo Senhor (
2Tm 3:16).

2. Qual é a ligação entre o Novo Testamento e o Antigo? Como Jesus, bem como os escritores do Novo Testamento, viam o Antigo Testamento? Mt 4:4; 11:10; Mc 1:2; 7:6; Jo 12:14, 15; At 13:33; Rm 3:10; Gl 3:13; 1Pe 1:16; 1Co 5:7

Mark Twain disse uma vez que não eram as partes da Bíblia que ele não entendia que o incomodavam; eram as partes que ele entendia. Quem não encontra, às vezes, trechos enfadonhos na Bíblia? Diante do que a Bíblia diz sobre si mesma (2Tm 3:16), como devemos reagir às partes que não entendemos, ou de que talvez nem mesmo gostemos? (1Co 13:12).

Segunda

Ano Bíblico: Êx 37, 38


Ser separado

3. Qual é a primeira vez em que o conceito de “santidade” (da mesma raiz que, muitas vezes, é traduzida como “santificado”) é mencionado nas Escrituras? Qual é a importância do fato de que a primeira coisa considerada santa na Bíblia é o tempo? Gn 2:3

Esse texto nos dá a primeira compreensão da santidade. Mostra que alguma coisa, nesse caso o tempo, é “separada” daquilo que está em torno dela. O sétimo dia, em si, não é diferente de nenhum outro período de 24 horas de pôr do sol a pôr do sol. O que o torna diferente, “santo”, é a declaração divina. Ele o separa do restante da semana.


A palavra hebraica ali para “santificou” significa “tornou santo” ou “declarou santo”. Santidade, portanto, sugere algo especial sobre o que é “santo”, algo que o separa do que não é santo.


Até certo ponto, essa ideia deve nos ajudar a entender a santidade de Deus. Ele é separado de todas as outras coisas na criação. Ele é separado de modo transcendental, muito acima e além de qualquer coisa que possamos realmente compreender. Ser santo é ser “outro”, ser diferente de maneira especial, como acontece com o sábado do sétimo dia.

4. O que destaca a santidade de Deus, em comparação com os falsos deuses? Êx 15:11; 1Sm 2:2; Sl 86:8-10; Sl 99:1-3; Is 40:25

Esse conceito de santidade deve nos ajudar a entender mais a diferença entre um Deus santo e uma raça de pecadores. Deus é separado de nós, não apenas porque Ele é o Criador e nós, as criaturas, mas porque somos seres caídos. Tudo isso deve nos ajudar a entender mais o que Cristo fez por nós.

Mesmo tendo sido criados à imagem de Deus, de que forma somos radicalmente diferentes dEle? Como essas diferenças nos ajudam a entender nossa necessidade de um Salvador? Faça uma lista dessas diferenças e leve para a classe no sábado.

Terça

Ano Bíblico: Êx 39, 40


Arrepender-se no pó e na cinza

Depois de suportar sofrimento desumano nas mãos de Satanás, Jó clamou: “Meus ouvidos já tinham ouvido a Teu respeito, mas agora os meus olhos Te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42:5, 6, NVI).

5. Como Jó percebeu a santidade de Deus, em contraste com a pecaminosidade humana? Que aspecto do evangelho pode ser visto na reação de Jó ao encontro com Deus? O que mudou na visão dele acerca de si mesmo? Jó 42:5, 6

O profeta Ezequiel, a quem Deus graciosamente enviou aos israelitas (embora eles estivessem cativos em Babilônia como resultado de sua infidelidade), também experimentou a impressionante presença de Deus. O que aconteceu? (Ez 1:28).


Jacó teve que fugir de casa após enganar seu pai Isaque e seu irmão gêmeo Esaú. Qual foi a resposta de Jacó depois de sua visão noturna da escada para o Céu e de Deus falando com Ele? (
Gn 28:16, 17).


Enquanto Israel permanecia acampado no Sinai, o Senhor novamente desceu na nuvem sobre o monte e Se manifestou a Moisés. Como Moisés reagiu? (
Êx 34:8).


Daniel, outro profeta durante o cativeiro babilônico de Israel, também recebeu importantes visões de Deus, enquanto servia como alto funcionário do governo.

6. Embora repetidamente ouvisse que era amado no Céu, como Daniel reagiu quando recebeu uma visão de Deus? Por que você acha que ele teve essa reação? Dn 10:5-8

Embora esses homens fossem fiéis, piedosos e justos (eles eram até mesmo profetas!), suas reações à presença de Deus foram de medo, tremor e adoração. Sem dúvida isso ocorreu porque, entre outras coisas, eles tiveram um senso da própria indignidade e pecaminosidade, em contraste com a santidade de Deus. Em sua própria maneira, essas passagens sugerem a necessidade de um Salvador, um substituto, alguém para transpor o abismo entre o Deus Santo e criaturas pecaminosas como nós. Graças ao Senhor, temos essa ponte em Jesus.

Imagine você tendo uma experiência semelhante à de um desses homens mencionados acima. Como você reagiria, e por quê?

Quarta

Ano Bíblico: Lv 1–4


“Afasta-Te de mim!”

No Antigo Testamento, encontramos um consistente histórico de respostas humanas ao Deus santo. E no Novo Testamento? Alguns cristãos modernos argumentam que o Antigo Testamento apresenta um quadro primitivo e ultrapassado de Deus: um Ser severo e muito propenso à ira. Mas quando Jesus veio ao mundo, Ele era o Deus da graça e do amor. Sabemos, é claro, que essa é uma visão distorcida da Bíblia e do caráter desse Deus que não muda.

7. O que os escritores do Novo Testamento ensinam sobre a santidade de Deus? Como isso mostra a coerência entre o Antigo e o Novo Testamento acerca da santidade de Deus? Lc 5:1-11

Depois que esses pescadores trabalharam durante toda a noite, mas sem sucesso, Jesus proporcionou uma pesca miraculosa para Seus esforçados discípulos. Quando isso ocorreu, se poderia pensar que uma resposta humana normal seria gratidão a Jesus por essa extraordinária ajuda financeira.


A resposta de Pedro, porém, estava focalizada em outra coisa. Sua reação foi muito parecida com a dos personagens do Antigo Testamento que encontraram o Senhor.


“Mas Pedro não cuidava agora de barcos e cargas. Esse milagre, acima de todos quantos havia presenciado, foi para ele a manifestação de poder divino. Viu em Jesus alguém que tinha toda a natureza sob Seu comando. A presença da divindade revelou sua própria impiedade. Amor por seu Mestre, vergonha de sua incredulidade, gratidão pela complacência de Cristo e, sobretudo, o sentimento de sua impureza na presença da pureza infinita, tudo o subjugou. Enquanto os companheiros punham em segurança o conteúdo da rede, Pedro caiu aos pés do Salvador, exclamando: ‘Senhor, retira-Te de mim, porque sou pecador’” (
Lc 5:8; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 246).


Por que essa reação? É porque não mais estamos no Jardim do Éden, onde Adão e Eva, antes da queda no pecado, saudavam a presença de Deus no frescor do anoitecer. Essa íntima comunhão mudou drasticamente logo depois da queda, quando o casal correu e se escondeu. Não mudou muita coisa desde então. Na verdade, essa reação continua ao longo das Escrituras. Sempre que um ser humano encontra o Deus vivo, há o espanto inicial de finalmente ver a verdadeira profundidade do próprio pecado.

Quando foi a última vez em que você examinou atentamente sua natureza pecaminosa? Uma visão terrível, não é? Qual é sua única esperança, e por quê?

Quinta

Ano Bíblico: Lv 5–7


Quando demônios falam

8. Que testemunho foi dado pelo demônio sobre a santidade de Cristo? Que lições podemos tirar dessa história sobre a santidade de Deus? Lc 4:31-36

Demônios, que são anjos caídos, se lembram de quem Jesus realmente é, e mesmo eles, em sua maldade, ódio e rebelião, são constrangidos a reconhecer Sua santidade. Observe, também, que eles temiam que Ele os destruísse. Por que tanto medo? Deve ter sido porque, sendo tão cheios de pecados, mesmo os demônios temem diante da santidade de Deus, até certo ponto da mesma forma que os seres humanos pecaminosos fazem.


No último livro da Bíblia, João descreve uma visão dada por Deus (
Ap 1:12-17). João, às vezes, é mencionado como o apóstolo que teve a maior compreensão do amor de Deus. No entanto, ao encontrar o santo Deus, ele apresentou a mesma reação que vimos no Antigo Testamento.


Além disso, uma visão de como os seres celestiais adoram a Deus no santuário celestial revela uma imagem semelhante à que Isaías descreveu séculos antes em uma visão (
Is 6:1-3).

9. O que João ouviu os seres celestiais ao redor do trono dizendo? Ap 4:8, 9

Embora Deus seja amor, e todos os seres celestiais O adorem, podemos ver que, ao redor do trono celestial de Deus, o hino de adoração não é “Deus é amor, amor, amor”. Os seres celestiais também não clamam: “Deus é bom , bom, bom”. Em lugar disso, dia e noite, esses seres poderosos exclamam: “santo, santo, santo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso” (NVI). Ainda que todo o Céu esteja envolvido no ministério do amor de Deus e da salvação ao mundo, seres celestiais ao redor do trono de Deus dia e noite louvam Sua santidade. Sendo seres sem pecado, eles ficam admirados com Sua santidade, mas não se escondem com medo dela, como os seres caídos.


Em todos os encontros humanos com o divino, como descritos nas Escrituras, nunca se encontra sinal de que Deus seja assustador. Em vez disso, o que vemos é que, à luz penetrante de Sua santidade, os seres humanos finalmente se veem como realmente são. E isso é assustador. Nas Escrituras, quando as pessoas realmente encontram o Deus do Céu, não existem palmas, tapinhas nas costas, nem cânticos alegres. Ao contrário, há humilhação e arrependimento pessoal. Cada um vê e admite sua culpa pessoal, sem desculpas e sem referências às faltas dos outros. Como as nossas palavras, nossa vida e nossas ações seriam diferentes se vivêssemos com a sensação constante, não somente da presença de Deus, mas também de Sua santidade!

Sexta

Ano Bíblico: Lv 8–10


Estudo adicional

Quando Cristo Se coloca diante da multidão de negociantes no templo, “silencia o tumulto. O som do comércio e das negociações cessa. O silêncio se torna penoso. Apodera-se da assembleia um sentimento de respeito. É como se estivessem citados perante o tribunal de Deus, para responder por seus atos. Olhando para Cristo, veem a divindade irradiando através do invólucro humano. A Majestade do Céu está como o Juiz há de estar no derradeiro dia... com o mesmo poder de ler o coração. Seu olhar percorre rapidamente a multidão, abrangendo cada indivíduo. Seu porte parece elevar-se acima deles, em imponente dignidade, e uma luz divina ilumina Seu semblante. Fala, e Sua clara, retumbante voz – a mesma que, do Sinai, havia proclamado a lei que sacerdotes e principais agora transgridem – ouve-se ecoar através dos arcos do templo: “Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de Meu Pai um mercado (Jo 2:16, NVI).


“... Com zelo e severidade nunca antes por Ele manifestados, derruba as mesas dos cambistas... Ninguém pretende questionar Sua autoridade... Oficiais do templo, sacerdotes que especulavam, corretores e mercadores de gado, com suas ovelhas e bois, saem precipitadamente do lugar, com o único pensamento de escapar à condenação de Sua presença” (Ellen G. White,
O Desejado de Todas as Nações, p. 158).

Perguntas para reflexão


1. Por que a justiça própria e a satisfação pessoal, especialmente acerca da própria condição espiritual, é um engano muito perigoso? O que nos ajuda a perceber esse engano?


2. Pense numa pessoa “santa”, que parece justa, honesta e pura. Alguém “separado” das pessoas. Como você reage à presença dela? Ela faz você se sentir bem ou mal, e por quê?

Resumo: Pode ser mais agradável se concentrar no amor de Deus, em vez de Sua santidade, mas isso seria distorcer a verdade. Compreender Sua santidade, e, em contrapartida, a nossa pecaminosidade, é crucial para entender o que significa a expiação, por que ela é tão desesperadamente necessária, e por que teve um preço tão elevado.

Respostas sugestivas: 1: Assim diz o Senhor; Palavra do Senhor. 2: As palavras do Novo Testamento são fundamentadas nas palavras do Antigo Testamento. Jesus e os escritores do Novo Testamento citaram o Antigo Testamento muitas vezes. 3: Na ocasião em que Deus descansou, abençoou e santificou o sábado. A santificação do tempo ajuda as criaturas a manter na mente a lembrança de sua origem e de seu relacionamento com o Criador. 4: Feitos gloriosos e tremendos; não há nenhum outro além de Deus; Suas obras são incomparáveis; Ele é o Criador, digno de adoração. 5: Ao ver a santidade de Deus, Jó desprezou sua impureza; diante da grandeza de Deus, se arrependeu, se humilhou e mudou de atitude. 6: Diante da visão da santidade de Cristo, em contraste com sua indignidade, Daniel ficou sem forças, muito pálido e quase desfaleceu. 7: Ao perceber o milagre da pesca, operado pela palavra de Jesus, Pedro não se sentiu digno de estar perto de Jesus. 8: O demônio reconheceu que Jesus era o Santo de Deus. Mesmo reconhecendo a verdade, a impureza do demônio tornava necessária sua expulsão. 9: “Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, que era, que é e que há de vir.”

Resumo da Lição 5 – A santidade de Deus


Texto-chave:
Salmos 99:9


O aluno deverá...

Saber: Comparar e contrastar as reações dos demônios, da humanidade caída, e dos anjos não caídos diante da santidade de Deus.


Sentir: Discernir profundamente as diferenças entre um Deus santo e justo e a natureza da humanidade decaída.


Fazer: Adorar diariamente aos pés do nosso Deus maravilhoso e santo.

Esboço

I. Conhecer: Diante da impressionante porta do Céu


A. Quais foram as reações dos personagens bíblicos que tiveram uma visão de Deus ou testemunharam a divindade de Cristo se manifestando através da humanidade?


B. Por que eles responderam à presença divina dessa maneira?

II. Sentir: Na presença de um Deus santo

A. É importante meditar na santidade de Deus, a fim de compreender o que O torna santo.


B. Visto sermos tão cheios de pecado, como podemos responder adequadamente à santidade de Deus, assim como os anjos fazem diante do trono?

III. Fazer: Adorar aos Seus pés


A. O que podemos fazer para manter diariamente diante de nós as descrições bíblicas do trono de Deus e Sua santa presença?


B. Embora possamos nos aproximar de Seu trono com confiança por causa do sangue de Cristo que nos purifica, como podemos ainda responder à Sua santidade com nosso corpo, mente e coração no ato de adoração?


Resumo: Deus é tão enaltecido que até mesmo os seres celestiais que estão continuamente diante do trono ficam constantemente impressionados por Sua natureza santa. É vital e necessário que nós, sendo seres caídos, reconheçamos Sua santidade e dEle busquemos a justiça e o sangue purificador.

Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: A justiça de Deus O coloca muito acima de nós em pureza, perfeição, glória e luz, e devemos honrar Sua santidade.
Só para o professor: Se possível, use recursos visuais para ajudar a classe a imaginar as histórias de alguns dos encontros sagrados mencionados nas Escrituras.

Atividade de abertura: Faça desenhos relacionados com os itens abaixo ou peça que alguém desenhe as figuras, ou divida a classe em grupos e peça a cada grupo que encene uma das histórias para que o restante da classe descubra qual é o episódio: 1. O número sete (Gn 2:2); 2. A escada do sonho de Jacó, na qual anjos subiam e desciam (Gn 28:10-19); 3. O trono e a brasa viva tocando a boca de Isaías (Is 6:1-6); 4. A sarça ardente (Êx 3); 5. Os incensários de Nadabe e Abiú (Lv 10); 6. A nuvem repousando sobre o tabernáculo no deserto (Nm 9:15-20; 12), 7. O poderoso guerreiro que apareceu a Josué (Js 5:13-15); 8. O carro sobre o qual estava a arca e Uzá tentando segurar a arca (2Sm 6:1-7.); 9. A arca no templo de Dagom com o ídolo em pedaços diante dela (1Sm 5; 6).


Comente o seguinte: Que histórias essas figuras/encenações trazem à mente? O que é comum nessas histórias? Como as pessoas nesses episódios sabiam que esses itens ou pessoas eram santos? O que os tornava santos? Quais foram as reações dos personagens nessas histórias diante do que era santo? Por que Deus quis ensinar acerca da santidade ao Seu povo?


Pense nisto: Fale sobre algumas das coisas santas com que lidamos hoje, como a ceia do Senhor, o casamento, o púlpito, o santuário e a Bíblia. O que os torna santos? Nosso relacionamento com esses itens e circunstâncias é diferente do nosso relacionamento com o que é secular?


Compreensão


Só para o professor: É uma honra poder separar tempo para contemplar a natureza santa de Deus. Agora pode ser um bom momento para se ajoelhar em oração novamente, pedindo a bênção de Deus sobre este estudo especial.


Comentário Bíblico


I. Tempo e relacionamentos sagrados


(Recapitule com a classe
Gn 2:2, 3; Êx 20:8.)


Tudo o que Deus faz é bom e deve ser honrado e respeitado, incluindo nossos corpos. No entanto, Deus fez duas coisas na criação que Ele abençoou e santificou de maneira especial. "Então tiveram origem o casamento e o sábado, instituições gêmeas para a glória de Deus no benefício da humanidade” (Ellen G. White,
O Lar Adventista, p. 341). O próprio Criador uniu as mãos de Adão e Eva e instituiu a lei do casamento pela qual eles se tornaram um. "Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom, era a lei da mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem" (p. 341).


O sábado era essencial para a humanidade, mesmo antes da queda, e antes que a forma de trabalho conhecida atualmente se tornasse parte da nossa vida. Mesmo no paraíso, era importante que nossos primeiros pais deixassem de lado seus interesses e ocupações, maravilhosos como fossem, e passassem um tempo especial contemplando mais plenamente o que Deus havia criado. Isso despertava neles gratidão, à medida que refletiam sobre a perfeição, sabedoria e poder do Criador e reconheciam que tudo que desfrutavam provinha de Suas mãos.


Poder compartilhar seu prazer diante das belas cenas da natureza completava a felicidade de Adão e Eva, de tal maneira que nem mesmo a companhia dos anjos poderia ter feito. (Veja Ellen G. White,
Patriarcas e Profetas, p. 46). O sábado é um tempo em que a família e os amigos podem fortalecer seus laços de relacionamento, enquanto apreciam as coisas de Deus juntos.


Pense nisto: Como Cristo honrou o sábado? Que tipo de atividades em especial Ele procurava fazer no sábado? Qual é o significado de Seu ato final de descansar no sábado?


II. Encontros sagrados


(Recapitule com a classe
Gn 28:10-19; Êx 3; Is 6:1-6.)


No segundo dia de sua fuga de casa, Jacó, se sentindo culpado, rejeitado, solitário e desesperado, chorou enquanto suplicava perdão e a certeza de que não estava abandonado. Ele não sentiu alívio, nem mesmo certeza de que Deus o tinha ouvido. Mas naquela noite Jacó sonhou que o Céu estava aberto para ele, com uma escada transpondo o abismo, com anjos subindo e descendo. Embora tenha sido necessária a vida inteira para que ele entendesse completamente o que Deus estava lhe mostrando nesse sonho, ele percebeu que tinha um Salvador e uma conexão com o Céu. Essa maravilhosa revelação de Deus o afetou de tal maneira que ele distinguiu o local como sagrado e o chamou Betel: a casa de Deus.


Betel veio a ser o lugar especial para o qual Deus conduziu Jacó depois que seus filhos haviam demonstrado tanta crueldade e falsidade no massacre de Siquém. Jacó ficou horrorizado e entristecido com seu comportamento, e foi subjugado pela preocupação relacionada com a possível vingança das nações vizinhas. No entanto, enquanto a família viajava para Betel, Jacó contou à sua família a história de sua primeira viagem para longe de casa e o sonho que Deus lhe deu em Betel. Ao relatar a história, seu coração se enterneceu e o coração de seus filhos foram tocados pelo poder de Deus. Eles desistiram de seus ídolos e brincos e, no momento em que chegavam a Betel, estavam preparados para adorá-Lo ali. Deus renovou a promessa da Sua aliança com Jacó em Betel e mudou seu nome para Israel (
Gn 35:9-15).


Outros lugares em que Deus Se encontrou com Seu povo nem sempre foram separados, incluindo a sarça ardente, onde Deus falou com Moisés ou o lugar em que Deus, como guerreiro, Se revelou a Josué. Mas eles foram sagrados naquele momento, considerados assim por Deus. Moisés e Josué tiveram que tirar as sandálias dos pés. Encontros sagrados exigiam outras atitudes, tais como purificação rigorosa (no Monte Sinai, por exemplo). Os que se encontravam com Deus se prostravam e escondiam o rosto.


"A humildade e a reverência devem caracterizar o comportamento de todos os que vão à presença de Deus. Em nome de Jesus podemos ir perante Ele com confiança; não devemos, porém, nos aproximar dEle com ousadia presunçosa, como se Ele estivesse em nosso próprio nível... Tais pessoas devem se lembrar de que se acham diante dAquele a quem serafins adoram, perante quem os anjos velam o rosto. Deus deve ser grandemente reverenciado; todos os que em verdade se compenetram de Sua presença, se prostram com humildade perante Ele e, como Jacó, ao contemplar a visão de Deus, exclamarão: ‘temível é este lugar! Não é outro, senão a casa de Deus; esta é a porta dos Céus’” (
Gn 28:17, NVI; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 252).

Pense nisto: De quais outros encontros sagrados nas Escrituras você se lembra? Quais foram as circunstâncias desses encontros?


III. Lugares e coisas sagrados


(Recapitule com a classe
Lv 10; Gn 9; Gn 12.)


Nadabe e Abiú subiram a montanha com os 70 anciãos e testemunharam a glória de Deus de uma forma especial. Eles haviam acabado de ajudar seu pai Arão e Moisés a dedicar o tabernáculo e, além disso, tinham passado por uma cerimônia especial de purificação e dedicação ao sacerdócio. A santa presença de Deus era evidente no tabernáculo na coluna de fogo. Mas tendo seu pai sido condescendente, não exigindo respeito pela sua autoridade, eles não tinham aprendido a respeitar e honrar os requisitos justos de Deus. Embora soubessem que a adoração no tabernáculo exigia preparação cuidadosa e solene, estavam parcialmente embriagados. Isso entorpeceu suas percepções morais, e eles não conseguiram ver a diferença entre o santo e o profano.


O juízo veio rapidamente, à vista da congregação. Deus disse a Moisés que orientasse Arão a não ficar de luto. Embora o pai entendesse que, em grande parte, os pecados de seus filhos fossem resultado de sua negligência do dever, e ainda que seu coração estivesse partido pela angústia, ele não podia simpatizar com o pecado nem levar as pessoas a murmurar contra o juízo divino.


Pense nisto: Para um estudo adicional, leia
Patriarcas e Profetas, p. 704-711.

Aplicação


Só para o professor: Comente as seguintes questões a fim de ajudar os membros da classe a fazer uma aplicação pessoal da lição.

Aplicação pessoal


1. Que preparativos são necessários para ajudá-lo a santificar não apenas as horas do sábado, mas ter um cuidado especial com os limites do sábado e as horas de seu início e fim?


2. Que coisas sua classe da escola sabatina pode fazer para criar uma atmosfera mais sagrada em seus cultos de adoração na igreja, bem como para os momentos de devoção pessoal e em família?

Criatividade


Só para o professor: Sugira as seguintes atividades: 1. Planeje algumas refeições e atividades especiais com sua família e amigos para o próximo sábado. 2. Talvez seja possível fazer planos a longo prazo com sua família, incluindo os sábados dos próximos meses. 3. Honre o seu casamento na próxima semana, realizando uma noite romântica.

Lição 5 - A santidade de Deus

Sobre o autor: Edilson Valiante nasceu em São Paulo. Formou-se em Teologia em 1979. Por mais de 20 anos serviu como professor da Faculdade Adventista de Teologia. Foi distrital, departamental de Educação e JA. Atualmente é o Secretário Ministerial da União Central Brasileira. Casado com a professora Nely Doll Valiante, possuem um casal de filhos: Luciene e Eduardo.

Introdução

Um dos elementos fundamentais da natureza distinta de Deus, como revelado na Bíblia, é Sua santidade.

A palavra santidade também é usada para caracterizar a resposta à graça divina que deve fazer parte do povo de Deus quando ele se permite ser transformado à Sua semelhança.

No Antigo Testamento, a expressão qados, “santo” e qodes, “santidade” aparecem mais de 830 vezes. Já no grego do Novo Testamento, a palavra hagios, “santo”, seus derivados e cognatos ocorrem mais de 260 vezes.

Conceito de santidade no Antigo Testamento

Embora não seja comum prestarmos atenção ao tema da santidade, sem nenhum exagero, esse é o elemento que transpassa todos os outros no que se refere à descrição veterotestamentária do caráter de Deus (Sl 99:3, 5, 9). No Novo Testamento, essa característica não é tão evidente, mesmo porque se entende que o Antigo Testamento é base e fonte de todas as suas pressuposições teológicas.

A primeira ocorrência do termo santidade que aparece na Bíblia refere-se ao sábado. A declaração divina transformou um dia normal de 24 horas em um dia especial, distinto, único. Se Deus determinou o sábado como santo, o que o ser humano poderá fazer para destituí-lo dessa santidade?

A santidade de Deus:

A ideia básica que se destaca na santidade de Deus é a de Sua unicidade e distinção, Sua qualidade em ser único, Sua diferenciação de tudo o mais que existe; Aquele que não pode ser confundido com nenhuma outra coisa, principalmente com os falsos deuses (Êx 15:11). A santidade de Deus revela Sua distinção de tudo o que foi criado. Assim, a santidade reflete em altíssimo grau a distinção absoluta que existe entre criatura e Criador.

Como decorrência dessa unicidade se estabelece o conceito de santidade que nos é mais comum: a perfeição moral divina. Deus possui a total liberdade em não poder ser acusado de imperfeição (Sl 89:35). Mais que isso: diante de Sua presença, tudo o mais que não é perfeito demonstra seu estado de imperfeição. Um exemplo clássico é o segundo chamado de Isaías ao ofício profético, descrito no capítulo 6. Diante do coro angelical exaltando a santidade de Deus, o ser humano se mostrou extremamente frágil e pecador a ponto de antever a morte. Foi a santidade de Deus que trouxe ao coração de Isaías a certeza de sua pecaminosidade (6:5).

O canto reverente dos serafins indica também que, mesmo que eles não possuíssem nenhum traço de pecado, a perfeição deles estava aquém e era dependente da perfeição de Deus. O Criador e Senhor de tudo é, em essência, santo, e essa santidade O distingue de qualquer outro ser.

Isaías 6 expõe outro conceito sobre a santidade de Deus – a glória de Sua presença. Assim, glória e santidade são ideias complementares quando se descreve a natureza de Deus.

A proclamação tripla da santidade de Deus (“santo, santo, santo”) é conhecida teologicamente por trisagion. Essa fórmula é única no Antigo Testamento (aparece novamente no Apocalipse). Nenhum outro atributo da natureza de Deus é assim descrito.

Alguns comentários indicam que essa era a forma da língua hebraica para estabelecer o superlativo, mas esse argumento se decompõe por sua característica única.

Outros estudiosos da Bíblia entendem que essa tripla repetição indica uma fórmula pré-trinitariana.

L. Farnell em sua obra Attributes of God nota que “qualquer que seja a crença teísta adotada, santidade faz parte da essência da ideia” (p. 186).

Quando Isaías contemplou a santidade de Deus, reconheceu seu estado e foi justificado pela fé, seu senso de missão se tornou claro. Podemos concluir que é a santidade de Deus que nos impulsiona para a proclamação do evangelho. Será que, sem o senso dessa santidade, poderemos realmente testemunhar?

Conforme citado no texto da lição, outros exemplos de reconhecimento da santidade de Deus são: Jó, Jacó, Ezequiel e Daniel.

“Sempre que um ser humano encontra o Deus vivo, há o espanto inicial de finalmente ver a verdadeira profundidade do seu próprio pecado” (texto da lição – quarta-feira). Os povos antigos evidenciavam essa reação pelo ato de rasgar as vestes e se cobrir com trapos, pó e cinza.

A santidade de Deus está refletida em Sua demanda por adoração exclusiva. Essa exigência é muito bem estabelecida nos primeiros dois mandamentos. Em outras palavras, quando adoramos, devemos ter em mente a santidade de Deus. Culto não é um programa onde buscamos entretenimento... Se fizéssemos uma reflexão mais cuidadosa da santidade de Deus, nossa adoração certamente seria muito mais cuidadosa.

Santidade não faz parte da natureza de nenhuma outra deidade em qualquer outra religião, antiga ou moderna. Por isso, cultos a outras divindades sempre estão ligados ao prazer, à autossatisfação e à sensualidade.

Assim, santidade é sempre exigida na adoração do verdadeiro Deus. Não podemos adorar a Deus de qualquer maneira, trazendo diante dEle qualquer coisa (música, mente, etc.).

Há uma conexão íntima entre a santidade de Deus e Sua justiça. A santidade de Deus não é inócua, inconsequente ou simplesmente um conceito etéreo. A santidade de Deus é proativa e assegura o direito que tem de monitorar a conduta do Seu povo. No Antigo Testamento, Deus estava sempre indicando a incompatibilidade do comportamento de Israel diante de Seu caráter. Um exemplo desse aspecto é encontrado em Amós 2:7. Quando pai e filho possuem a mesma mulher, a santidade de Deus é violada. Por causa da desobediência, a ira de Deus entra em ação. Quando Seu povo só é santo na aparência ou no nome, mas não de fato, Deus não pode por Sua justiça deixar de expressar Seu desprazer em termos de julgamento (Os 13:4-14; Am 4:2; Ez 2:17-22). Essa foi a história de Israel. Qual tem sido a nossa? Da mesma forma, a crueldade profana das outras nações ofendem a santidade e a justiça de Deus e, por isso, recebem punição (Ez 38:17-23).

A santidade almejada em Israel

No Antigo Testamento, santidade não é inerente a Israel, mas uma qualidade cuja fonte se encontra no próprio Deus. Como em Deus, a santidade de Seu povo também se mostra dúplice. O primeiro aspecto é evidente em sua condição privilegiada de ser o povo escolhido, distinto, único, em contraste com as outras nações. Israel era a possessão exclusiva de Deus. Essa escolha não foi em virtude da proeminência de Israel, um povo ínfimo numericamente ao ser comparado com outros povos. Foi por eleição, pelo amor e propósito de Deus (Dt 7:7ss). O segundo aspecto foi exposto quando Israel foi movido a honrar Deus por meio de sua obediência e fidelidade ao concerto (Êx 19:5ss). Essa era santidade adquirida (Lv 11:44ss; Dt 28:9). Deveria ser a nação modelo, fonte de atração dos povos para o conhecimento do Deus verdadeiro. Infelizmente, a história deixou claro que Israel não honrou a santidade de Deus.

O conceito de santidade permeava a vida de Israel. A terra era santa por ser um presente dado por promessa ao povo. Jerusalém era a cidade de Deus, onde se manifestava a Sua presença no santuário (etimologicamente “o lugar onde está a santidade”), mais particularmente, no lugar santíssimo do templo. Os serviços realizados no templo eram santos. A arca e todos os utensílios do templo eram santos.  Quando a arca foi tomada pelos filisteus, o entendimento era que a glória de Deus se havia apartado (1Sm 4:22). Os levitas deveriam ser santos e purificar-se. O Dia da Expiação era santo. Até as guerras contra as nações pagãs eram consideradas santas, pois eram agentes do Santo para trazer juízo. O sábado era santo. O dízimo era santo. O problema é que Israel reduziu a mero cerimonialismo a santidade de Deus.

A santidade no ovo Testamento

Como era de se esperar, o Novo Testamento mantém o entendimento sobre santidade do Antigo Testamento. Por exemplo, lemos que Deus é santo (1Pe 1:15), dos santos anjos (Lc 9: 26), dos santos profetas (At 3:21), dos primogênitos que são santos (Lc 2:23), de um sacerdócio santo (1Pe 2:5), da nação santa (1Pe 2:9), da cidade santa (Mt 4:5), das Santas Escrituras (Rm 1:2), etc. O Novo Testamento faz alusões claras à santidade como estando em conformidade com a natureza de Deus em vez de um envolvimento meramente cerimonial.

A santidade da divindade:

O Pai é santo. Na oração sacerdotal, Jesus aludiu ao Seu Pai como santo (Jo 17:11). Ao ensinar os discípulos a orar, Jesus os instruiu para que reconhecessem o Pai como digno de ser aclamado com honra, como único – “santificado seja o Teu nome” (Mt 6:9). O vidente de Patmos registrou o louvor dos anjos ao Pai na mesma fórmula já descrita por Isaías – o trisagion (Ap 4:8). O apelo dos mártires por vindicação reconhece a santidade de Deus (Ap 6:10). O Cântico do Cordeiro cantado pelos que venceram a besta alude à exclusividade da santidade do Pai (Ap 15:4).

O Filho é santo. A predição angélica de que Maria teria um Filho incluía a observação de que a “criança” seria reconhecida como santa (Lc 1:35). Até os demônios reconheceram Sua santidade (Mc 1:24 ou Lc 4:31-36). Depois de Sua ressurreição, os primeiros cristãos oravam fazendo referência à santidade de Jesus (At 4:27, 30 - ver também At 2:27; 13:35; Hb 7:26).

O Espírito é santo. Embora o Antigo Testamento não deixe de se referir ao Espírito, Ele é habitualmente descrito como o “Espírito do Senhor”. Já no Novo Testamento, Espírito Santo é o nome mais comum atribuído à Terceira Pessoa da divindade. Nos Evangelhos sinóticos Ele é representado como repousando sobre Jesus e O fortalecendo no cumprimento de Sua missão (Lc 4:14, 18). Quando os escribas chegaram a atribuir as obras de Jesus a espíritos malignos, Jesus declarou que este seria um pecado imperdoável, isto é, blasfemar contra o Espírito Santo (Mc 3:22-30). No livro de Atos, o Espírito Santo assume a liderança da igreja por meio da iluminação, capacitação e direção dos servos de Cristo (1:8; 2:4; 5:32; 13:2; 16:6ss). É o Espírito o responsável por manter a igreja pura (At 5:1-11). Acima de tudo, no Novo Testamento o Espírito é o promotor da santidade (1Ts 4:7ss; 1Co 6:19).

A santidade dos filhos de Deus: No Novo Testamento, os seguidores de Cristo são chamados a ser santos e a conduzir-se como santos.

Chamados para a santidade. Tendo em vista o paralelismo óbvio entre o povo de Israel e a igreja do Novo Testamento, não é de se surpreender que os filhos de Deus sejam considerados santos em virtude de sua condição. Os cristãos são considerados santos em virtude do chamado que receberam.

Parece contraditório que Paulo tivesse tratado os irmãos da igreja de Corinto como santos (1Co 1:2; 3:17), tendo em vista a longa lista de pecados que eles estavam praticando. Algumas traduções tentam suavizar essa aparente contradição colocando a santidade como algo a ser obtido no futuro (“chamados para ser santos”). Contudo, o que Paulo estava falando é que eles eram santos por ter sido chamados, refletindo assim sua posição em relação a Deus e não necessariamente sua condição. Os cristãos foram colocados à parte por Deus em Cristo.

Em 1 Coríntios 6:11, os cristãos foram separados dos demais porque “foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.” Paulo não afirma que os cristãos se haviam tornado santos em caráter, mas que foram declarados como santos por ter sido chamados por Deus. Essa ideia é confirmada porque o termo “santificados” precede a palavra “justificados”. O cristão nunca será justo em si, mas é reconhecido ou declarado justo mesmo não sendo nem merecendo. Um paralelo pode ser tirado do próprio apostolado de Paulo. Ele não foi um apóstolo por ter sido reconhecido assim pela igreja, mas o era por ter sido declarado e chamado para ser um apóstolo.

Com isso, não quero dizer que a condição de santidade não tenha nada a ver com o caráter e a conduta do cristão. O que está sendo afirmado é que a santidade é resultante de um chamado feito por Deus a todos os que aceitam Cristo como Senhor. Esse chamado motiva ou direciona o cristão a se entregar, sem reservas, ao poder do Espírito que atuará na transformação de sua vida, objetivando a santidade de caráter. Pedro deixa isso evidente: “Assim como é santo Aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: ‘sejam santos, porque Eu sou santo’” (1Pe 1:15-16).

Santos em caráter: Como observamos, é evidente que o chamado para ser santo também implica, consequentemente, uma mudança de vida, no moldar do caráter, o que pode ser chamado de processo de santificação.

Embora cada crente deva estar envolvido na transformação de seu caráter, esse processo nada tem de meritório. O único fator a ser considerado é a decisão de colocar a vida, sem reservas, nas mãos do Deus santo..A salvação já é um dom concedido pela graça e não merece discussão. Contudo, desde que passo a ser filho de Deus, devo desejar reproduzir em mim os traços da família, que é a vontade de Deus.

O ponto de partida para o desenvolvimento do caráter é a compreensão de que a graça recebida de Deus espera, clama por uma resposta. Em Romanos 12:1, Paulo chama essa resposta como a entrega da vida, “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. O verso 2 declara como esse processo toma lugar: a despeito de lutas e tentações vencidas, pela renovação da mente o cristão se permite ser transformado até “experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Quando contemplamos a glória (santidade de Deus), nossos pecados são revelados, deles nos arrependemos e os abandonamos. E, assim, “segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor que é Espírito” (2Co 3:18).

Devemos observar que nessa transformação, o Espírito Santo é o grande agente capacitador, mas não o padrão a ser seguido. Este é Jesus Cristo. É Cristo que deve ser formado em nós (Gl 4:19). As igrejas pentecostais erroneamente têm colocado sobre o “Espírito” a essência da experiência cristã.

Arrependimento, oração e leitura da Palavra são indispensáveis nesse processo de crescimento espiritual, de santificação.

O programa de reavivamento e reforma focaliza de forma correta a transformação de caráter que cada crente que aguarda a vinda de Jesus deve experimentar.

Podemos, contudo, destacar três possíveis desvios no processo de santificação.

O primeiro deles é o antinomianismo (não há necessidade de guardar a lei). Assim pensam: desde que fui chamado para ser santo, já estou salvo. Não necessito, portanto, transformar minha vida à semelhança de Cristo. Ele já fez isso por mim na cruz para que eu viva uma vida de liberdade nEle. O antinomianismo é facilmente refutado porque é impossível imaginar que a vida cristã continue sendo uma vida de pecado (Rm 6:1-6). Entretanto, a mornidão laodiceana leva muitos a viver esse erro na prática cristã.

O segundo é o perfeccionismo. Essa tendência é oposta ao antinomianismo. Na busca de se tornarem semelhantes ao caráter de Cristo, as pessoas imaginam poder viver sem pecado. A vida de perfeição é sempre colocada na Bíblia como um alvo a ser atingido na glorificação. Embora Paulo pareça favorecer o perfeccionismo em 2 Coríntios 7:1, quando descreve sua própria experiência religiosa parece estar longe dessa proposta (Fp 3:12). Para Paulo, essa é uma experiência futura (1Co 13:10) que envolverá toda a comunidade cristã (Ef 4:13).

O perfeccionismo sempre foi uma “tentação” para alguns adventistas ou por não entenderem o real significado do pecado ou pelo desejo desvairado de pertencer à “última geração”. É raro, mas temos lido e ouvido declarações que afirmam que a última geração dos adventistas viverá sem cometer pecados e, só então, Jesus voltará. A perfeição de caráter (ou perfeccionismo) da última geração é “a condição” para a segunda vinda de Cristo.

Para uma breve discussão sobre o assunto, ver G. Knight, ed., Questões sobre Doutrina, CASA.

A terceira dificuldade em entender o tema da santidade vem do movimento pentecostal. Santidade é identificada com a manifestação de sinais, milagres e maravilhas. O centro da experiência religiosa não é Cristo e a necessária transformação de caráter, mas a vivência de uma mística miraculosa, identificada erroneamente como pentecostal. Assim, a prática do dom de línguas e exorcismos passa a ser evidência de uma vida santificada, ou movida pelo Espírito.

A santificação final

Com a compreensão que temos do Grande Conflito, sabemos por experiência pessoal que a batalha entre a carne e o espírito é algo real e nos acompanhará até a segunda vinda de Jesus. Embora Cristo tenha trazido a libertação sobre o poder do pecado, a presença do pecado perdurará até o fim (1Ts 5:23). Nossos corpos ainda estão sob o efeito da doença, da decrepitude e da morte. Por que, então, nosso caráter estaria totalmente liberto do pecado? Perfeição é algo que nos será concedido no “dia do Senhor”, quando o que é corruptível será revestido de incorruptibilidade (1Co 15:53).

Por outro lado, sabemos que é vital para o crente a experiência da transformação de caráter na santificação. Sem ela ninguém verá o Senhor (Hb 12:14).

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é. Todo aquele que nEle tem esperança purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro” (1Jo 3:2-3).

 

 

nviado por LicoesdaBiblia em 26/01/2012 "Exaltem o Senhor, o nosso Deus; prostrem-se, voltados para o Seu santo monte, porque o Senhor, o nosso Deus, é santo" Salmos 99:9 Com a participação de Lourival Gomes, pastor Presidente da ACP (Associação Central Paranaense) e de Moisés Mattos, pastor Presidente da ACSR (Associação Central Sul-Riograndense). http://novotempo.com/licoesdabiblia

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

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