Lição 1 de 29 de
dezembro a 5 de janeiro
Jesus, Criador do céu e
da Terra.
Vídeo Novo Tempo - Lições da Bíblia
Sábado à tarde
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Ano Bíblico: Ap 20–22
VERSO PARA MEMORIZAR: “No
princípio, criou Deus os céus e a Terra” (Gn
1:1).
Somente algo maior que a
criatura pode tê-la criado. Assim, apenas um Ser maior que o Universo poderia
tê-lo criado. Esse Ser é o Deus revelado na Bíblia, a quem adoramos e servimos
porque, entre outras coisas, Ele é nosso Criador.
Aprendemos também que esse Deus, que criou o Universo e formou bilhões de galáxias em toda a extensão do cosmos, é o mesmo que veio à Terra para viver entre nós como ser humano e, ainda mais surpreendente: para sofrer a punição pelos nossos pecados.
Às vezes ouvimos falar de coisas “muito boas para ser verdade”. No entanto, o que poderia ser melhor para nós, pecadores neste mundo caído e doloroso, do que conhecer a verdade maravilhosa do amor do nosso Criador, um amor tão grande que fez com que Ele descesse na pessoa de Cristo e ligasse a Si cada um de nós com laços que nunca podem ser quebrados?
Em resposta a uma verdade tão maravilhosa, como devemos viver?
Ano Bíblico: Repassar o
Novo Testamento
No princípio
No princípio, criou Deus os céus e a Terra” (Gn 1:1).
Há muitas verdades
profundas nesse texto simples. Uma delas é que o Universo teve um começo.
Embora essa ideia possa não parecer tão radical hoje, ela vai contra a antiga
crença em uma criação ocorrendo eternamente. De modo geral, a noção de que o
Universo teve um início não foi aceita até o século 20, quando o modelo do “Big
Bang” acerca das origens foi estabelecido. Até então, muitos acreditavam que
ele sempre houvesse existido. Muitos resistiram ao conceito da criação do
Universo porque isso implicava algum tipo de Criador (na verdade, o nome “Big
Bang” tinha a intenção de zombar da noção de um Universo criado). Mas a
evidência de que o Universo teve um início se tornou tão forte que quase todos
os cientistas a aceitaram, pelo menos por enquanto (os pontos de vista
científicos, mesmo aqueles considerados sacrossantos, muitas vezes são
alterados ou refutados).
Assim como Gênesis 1:1, o texto de Hebreus 11:3 é cheio de mistério e de coisas
inexplicáveis ao nosso conhecimento atual. No entanto, o texto parece nos dizer
que o Universo não foi formado a partir de matéria preexistente, mas foi criado
pelo poder da Palavra de Deus. Isto é, matéria e energia foram trazidas à
existência pelo poder de Deus.
Criação do nada é conhecida como criação ex nihilo. Muitas vezes atribuímos aos seres humanos a criação de várias coisas, mas eles são incapazes de criar do nada. Podemos mudar a forma da matéria preexistente, mas não temos poder de criar ex nihilo. Somente o poder sobrenatural de Deus pode fazê-lo. Essa é uma das diferenças mais dramáticas entre Deus e os seres humanos e nos lembra de que nossa própria existência depende do Criador.
NOTA WIKIPÉDIA : Ex nihilo nihil
fit é uma expressão latina
que significa nada surge do nada. É uma expressão
que indica um princípio metafísico segundo o qual o ser não pode começar a existir a
partir do nada. A frase é atribuída
ao filósofo grego Parménides
O
princípio em causa pode ser colocado em relação à origem do universo. Dado que o universo existe,
então, ou existiu sempre, ou teve um começo. Se teve um começo, então significa
que surgiu do nada, porque o universo, é por definição, tudo o que existe. Mas
isto contradiz o princípio de que nada surge do nada. Logo, se o princípio está
correto, o universo existiu sempre. Seguindo este tipo de raciocínio, existem
religiões que postularam que o universo não surgiu do nada, mas de um Deus criador,
e que esse Deus existiu sempre.
Na verdade, o verbo criar em Gênesis 1:1 vem de uma raiz hebraica usada somente em referência à atividade criadora de Deus. Unicamente Deus, não os seres humanos, pode fazer esse tipo de criação (leia também Rm 4:17).
Por que um Criador
sobrenatural, que existe acima e além da criação, é a única explicação lógica
para a origem de tudo? Comente com a classe.
Ano Bíblico: Vista geral
de toda a Bíblia
Os céus declaram
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento
anuncia as obras das Suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela
conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se
ouve nenhum som” (Sl 19:1-3).
2. O que as obras de Deus falam sobre Sua glória e
atributos? Você já experimentou essa realidade? Como a ciência pode nos ajudar
a apreciar ainda mais o poder e sabedoria do Criador? Sl 19:1-3; Rm 1:19, 20
A vida não pode ser
mantida em qualquer tipo de ambiente. Na verdade, parece que o Universo deve
ter sido muito bem projetado para que a vida existisse. Primeiramente, os
blocos de construção de toda a matéria – os átomos – devem ser estáveis o
suficiente para que sejam criados objetos materiais estáveis.
A estabilidade dos átomos depende das forças que mantêm juntas as suas partes.
Os átomos contêm partículas carregadas que se atraem e se repelem. As forças de atração e repulsão devem ser cuidadosamente equilibradas. Se as forças atrativas fossem muito fortes, seriam formados apenas átomos grandes, e não haveria hidrogênio. Sem hidrogênio, não haveria água, e, assim, não haveria vida. Se as forças repulsivas fossem fortes demais, seriam formados apenas átomos pequenos, como o do hidrogênio, e não haveria o carbono nem o oxigênio. Sem oxigênio, não haveria água nem vida. O carbono também é essencial para todas as formas de vida que conhecemos.
Os átomos não precisam apenas ser estáveis, mas devem ser capazes de interagir uns com os outros para formar um grande número de compostos químicos diferentes. Deve haver equilíbrio entre as forças que mantêm as moléculas unidas e a energia necessária para quebrar a molécula, a fim de que aconteçam as reações químicas das quais a vida depende.
A exata adequação do nosso Universo para a vida ganhou a admiração de cientistas e levou muitos deles a comentar que ele parece ter sido projetado por um Ser inteligente.
O mundo também deve ter sido planejado sabiamente para que a vida existisse. A variação de temperaturas deve ser compatível com a vida. Por isso, a distância do Sol, a velocidade de rotação e a composição da atmosfera devem estar em equilíbrio. Muitos outros detalhes do mundo devem ter sido cuidadosamente projetados. Na verdade, a sabedoria de Deus é revelada no que Ele criou.
Ano Bíblico: Gn 1–3
O poder de Sua palavra
3. Além da sabedoria, que outro atributo de Deus foi
mencionado no contexto da criação? Como esse atributo foi manifestado? Quais
são as implicações dessa verdade? Jr 51:15, 16; Sl 33:6, 9
Embora não saibamos
exatamente como Deus criou, somos informados de que foi através de Sua palavra
poderosa. Toda a energia em todas as partes do Universo teve sua origem na
palavra de Deus. Toda a energia em todos os nossos combustíveis veio do poder
de Deus. Toda a gravidade em todo o Universo, cada estrela guiada em seu curso
e cada buraco negro surgiram pelo poder de Deus.
Talvez a maior quantidade de energia esteja dentro do próprio átomo. Ficamos justificadamente impressionados pelo poder das armas nucleares, nas quais uma pequena quantidade de matéria é convertida em grande quantidade da energia. No entanto, os cientistas dizem que toda matéria contém grandes quantidades de energia. Se uma pequena quantidade de matéria pode produzir a grande energia de uma arma nuclear, considere a quantidade de energia armazenada na matéria do mundo inteiro! Mas isso não é nada quando comparado com a energia armazenada na matéria do Universo. Imagine o poder de Deus utilizado para trazer o Universo à existência!
Muitos cientistas acreditam que qualquer coisa que Deus fizer na criação estará limitada pelas “leis da natureza”, mas essa ideia é contrária à Bíblia. Deus não é limitado pela lei natural. Em vez disso, Ele determinou a lei natural. Nem sempre o poder de Deus seguiu os padrões que chamamos de “leis da natureza”.
Por exemplo, uma das “leis da natureza” é a “Lei da Conservação da Matéria e Energia”. Essa lei afirma que a quantidade total de matéria e energia no Universo é constante. Mas como o Universo poderia aparecer do nada se essa lei fosse inviolável? A palavra criadora de Deus não está limitada às “leis” da ciência. Deus é o autor de toda a criação e é livre para realizar Sua vontade.
Pense na grandeza do
Universo e no extraordinário poder necessário para criá-lo. Não é confortador
pensar que o Deus que exerce tal poder nos ama e morreu por nós?
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Ano Bíblico: Gn 4–7
Jesus, Criador do céu e
da Terra
4. Qual é a identificação do Criador no Novo Testamento?
Quais são as implicações da resposta a essa pergunta? Jo 1:1-3,14; Cl 1:15, 16; Hb 1:1, 2
João se refere a Jesus
como o Verbo (“Logos”) e O iguala a Deus. Mais especificamente, Jesus é o
Criador de todas as coisas. Nos dias de João, geralmente o termo logos era
usado para representar o princípio criativo. Os leitores de João estavam
familiarizados com o conceito de logos como um princípio criativo ou até mesmo
como um Criador. João aplicou esse conceito familiar a Jesus, identificando-O
como o verdadeiro Criador. Jesus, o Logos, o Encarnado que viveu entre nós,
estava não apenas presente no princípio, Ele foi o Criador do Universo. Isso
significa que podemos ler Gênesis 1:1 assim: “No princípio, Jesus criou os
céus e a Terra.”
As palavras de Paulo no primeiro capítulo da carta aos Colossenses repercutem as de João na identificação de Jesus Cristo como Criador. Por Ele todas as coisas foram criadas. Paulo acrescenta dois outros atributos de Jesus. Primeiro, Ele é a imagem do Deus invisível. Em nosso estado pecaminoso, não podemos ver Deus, o Pai, mas podemos ver Jesus. Se queremos saber como é Deus, podemos estudar a vida de Jesus (Jo 14:9). Segundo, Paulo chama Jesus de “primogênito” da criação (Cl 1:15). Nesse contexto, “primogênito” não se refere à origem, mas ao status.
O primogênito era o cabeça da família e herdeiro dos bens. Jesus é o “primogênito” no sentido de que, como Criador e por meio da Encarnação (ao assumir nossa humanidade), Ele é o líder legítimo da família humana. Jesus não era um ser criado, mas, desde a eternidade era um com o Pai.
Hebreus 1:1, 2 repete os mesmos pontos da passagem de Colossenses. Jesus é nomeado herdeiro de todas as coisas, Aquele por quem o mundo foi criado. Além disso, Ele é a representação exata da natureza do Pai, outra maneira de afirmar que Ele é a imagem de Deus.
Como você responderia se
alguém lhe perguntasse: “Como é o seu Deus?” Que justificativa você daria para
sua resposta?
Ano Bíblico: Gn 8–11
O Criador entre nós
Cada um desses milagres
nos dá um vislumbre do poder de Deus sobre o mundo material que Ele mesmo
criou.
Em primeiro lugar, que tipo de processo seria necessário para transformar a água em vinho? Não sabemos. Na verdade, o que Jesus fez naquela ocasião foi um ato fora das leis da natureza, pelo menos como as conhecemos agora.
No milagre dos peixes e pães, Jesus começou com cinco pães e dois peixes e terminou com o suficiente para alimentar uma multidão e obter doze cestos de sobras. Todo o alimento foi feito de átomos e moléculas. No fim, havia muitas vezes mais átomos e moléculas de alimento do que quando Jesus começou a alimentar a multidão. De onde vieram as moléculas adicionais, se não pela intervenção sobrenatural de Deus?
Além disso, que mudanças físicas ocorreram no cego quando ele foi curado? Ele era cego de nascença. Assim, seu cérebro nunca havia sido estimulado a formar imagens a partir das mensagens enviadas pelo olho através do nervo óptico. Seu cérebro teve que ser renovado, para que pudesse processar as informações recebidas, formar imagens e interpretar seu significado. Além disso, havia algo errado com o próprio olho. Talvez algumas moléculas fotorreceptoras houvessem sido produzidas de forma incorreta, como resultado de uma mutação em seu DNA. Ou talvez alguma mutação tivesse ocorrido, no momento da concepção, nos genes que controlam o desenvolvimento das partes do olho – retina, nervo óptico, lente, etc. Ou talvez tivesse ocorrido algum dano mecânico que impedisse o olho de funcionar adequadamente.
Quaisquer que fossem os detalhes da cegueira do homem, as palavras de Jesus fizeram com que moléculas se formassem nos lugares apropriados, criando receptores funcionais, conexões neuronais e células cerebrais, de modo que a luz recebida pelo olho formasse imagens, e o homem tivesse a capacidade de reconhecê-las como nunca havia visto antes.
Embora os milagres sejam
maravilhosos, qual é o perigo de fundamentar a fé neles?
Ano Bíblico: Gn 12–15
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Estudo adicional
A obra da criação jamais
poderá ser explicada pela ciência.
“A teoria de que Deus não criou a matéria ao trazer à existência o mundo, não tem fundamento. Na formação de nosso mundo, Deus não dependeu de matéria preexistente. Ao contrário, todas as coisas, materiais e espirituais, surgiram perante o Senhor Jeová ao Seu comando, e foram criadas pelo Seu próprio desígnio. Os céus e todas as suas hostes, a Terra e tudo quanto nela há, são não somente obra de Suas mãos, mas vieram à existência pelo sopro de Sua boca” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 258, 259).
“Precisamente como Deus realizou a obra da criação, jamais Ele o revelou ao homem; a ciência humana não pode pesquisar os segredos do Altíssimo. Seu poder criador é tão incompreensível quanto Sua existência” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 113).
Perguntas para reflexão
1. Por que somente um Criador sobrenatural pode explicar a criação?
Comente com a classe.
2. A ciência fala sobre o que ela chama de “coincidências antrópicas” (da palavra grega anthropos [homem]), em referência aos equilíbrios incrivelmente bem ajustados entre as forças da natureza, que tornam possível a vida humana. Observe, no entanto, o preconceito embutido revelado na palavra coincidências. Se você não acredita em Deus, então tem que atribuir esses equilíbrios à mera coincidência. Por que a crença de que eles foram o produto da atuação de um Deus Criador é uma explicação mais razoável do que simplesmente chamá-los de “coincidências”?
3. Considere o amor do Criador, quando Ele formou Adão e Eva e lhes deu um belo lar no Paraíso, sabendo que Ele mesmo sofreria e morreria no Calvário, nas mãos da humanidade que estava criando. O que aprendemos sobre o amor de Deus a partir da Sua decisão de ir em frente com a criação, mesmo sabendo que sofreria?
4. Qual é a diferença entre a teoria do “Big Bang” e a declaração de Gênesis 1:1? O “Big Bang” poderia ser uma descrição da maneira pela qual o Universo passou a existir, por meio da palavra de Deus? Quais questões ou problemas você vê nessa ideia? Por que seria perigoso vincular nossa teologia a qualquer teoria científica, especialmente quando a ciência muda com tanta frequência?
Respostas sugestivas: 1.
O Universo foi formado pelo poder da palavra de Deus, a partir do que era
invisível. 2. Os céus anunciam a glória de Deus e o firmamento a obra de Suas
mãos. Por meio de evidências, sem palavras, percebemos Seu poder e Sua
divindade nas obras da criação. 3. O poder de Sua palavra criadora. 4. Jesus, o
divino e eterno Verbo de Deus criou todas as coisas. Em Jesus, Deus Se tornou
homem para salvar a humanidade. Ele tem a imagem do Pai e por isso pode
revelá-Lo plenamente. 5. Ao transformar água em vinho, ao multiplicar os pães e
peixes e ao curar o cego de nascença.
ESCOLA SABATINA
Resumo da Lição 1 –
Jesus, Criador do céu e da Terra
Texto-chave: Gênesis 1:1
O aluno deverá...
Conhecer: Os fundamentos do direito divino de soberania sobre cada indivíduo.
Sentir: Admiração pela grandeza de Deus, como ocorreu em Isaías 6.
Fazer: Honrar o direito divino de soberania sobre as nossas emoções e escolhas pessoais.
Esboço
I. Conhecer: O que faz Deus ser Deus?
A. Deus existe antes de todos os seres não divinos. Que pontos de vista a respeito de Deus são compatíveis com esse conceito, e quais não são?
Por quê?
B. Qual é a importância da nossa opinião acerca da maneira pela qual Deus criou?
II. Sentir: Admiração pela grandeza de Deus
A. De que forma os direitos divinos à soberania e adoração exclusiva afetam sua experiência de vida?
B. Leia Isaías 6. Essas palavras cultivam em você um sentimento mais profundo de admiração e submissão ao Criador?
III. Fazer: Honrar a Deus como nosso Soberano
A. Suas percepções e escolhas são afetadas pela visão acerca de Deus fundamentada no conceito da criação?
B. Como você pode entregar a Deus o controle de suas emoções?
Resumo: A capacidade de crição é importante porque é um atributo exclusivo de Deus, separando-O de todos os outros, e fundamentando Seus direitos à soberania e prioridade em nossa vida. A nossa interpretação de como Deus criou o Universo terá um impacto significativo em nossa visão da natureza da soberania divina, bem como em nosso ponto de vista acerca das responsabilidades e deveres humanos. A doutrina bíblica da criação deve nos levar a uma experiência de admiração e obediência a Deus, como ocorreu em Isaías 6.
Ciclo do aprendizado
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Um relacionamento adequado com Deus deve ser não apenas caloroso e amoroso, mas também deve reconhecer Seu direito à soberania em todas as áreas da nossa vida. A criação é a base bíblica para a reivindicação divina de soberania.
Só para o professor: Nosso objetivo nesta semana é mostrar a importância da criação para a nossa compreensão de quem é Deus e como devemos nos relacionar com Ele.
Quantas vezes vemos as
pessoas profundamente entusiasmadas ou admiradas na presença de uma pessoa
"importante"? Michael Jordan e Babe Ruth se tornaram famosos devido
às suas "grandes" realizações, pelo menos em algumas culturas. Outros
exemplos de "grandeza" podem incluir Albert Einstein, a Rainha
Elizabeth I da Grã-Bretanha, Aristóteles e Nelson Mandela. No nível da cultura
popular, as pessoas desmaiam diante de cantores e atores famosos. Realizações e
a cobertura da mídia criam personagens que provocam adoração e criam estímulo
emocional, às vezes gerando reações extremas nos admiradores ou fãs dessas
pessoas famosas.
Por outro lado, muitas vezes não damos importância à grandeza de Deus e Suas realizações, e deixamos de apreciar e reverenciar Sua singularidade e poder. É como se disséssemos: "Criação do nada? Isso é relevante para minha vida? Sustenção divina do mundo? Claro, acredito nisso, mas já sei tudo isso. Não há algo novo para discutir?"
Para muitos, o relato da criação em Gênesis parece ser um conceito muito familiar e desgastado, que eles acham confortável, mas não necessariamente convincente. Qual é a importância da bem-sucedida criação divina do Universo?
Atividade de abertura: comente como as pessoas reagem quando estão na presença de uma pessoa "importante". Por que elas reagem dessa maneira? Por outro lado, como devemos nos sentir na presença de Deus? O que faz Deus ser grande, e como isso deve afetar nossas emoções e nossa mente?
Compreensão
Só para o professor: Enfatize que a criação é tanto o identificador bíblico da divindade quanto a base fundamental do direito divino de soberania sobre nós. A criação deve inspirar no cristão um respeito adequado e submissão a Deus.
O Criador que não foi criado
(Recapitule com a classe Is 40:18-26.)
Por que nossa crença sobre a criação é tão importante? Uma razão fundamental é que, na teologia bíblica, a capacidade de criar é uma marca de identificadora de divindade. A criação mostra que Deus é Deus. Esse princípio é especialmente evidente em Isaías 40:18-26. Isaías lançou um desafio a Israel: "Com quem comparareis a Deus?”. A resposta implícita parece ser "ninguém". Deus é incomparável. Isaías então contrasta Deus com "um ídolo", criado e moldado por um operário (vs. 19, 20). Em resumo, o ídolo é feito, mas, nos versos 21-23, Deus é retratado, na linguagem da criação de Gênesis, como o Criador de todas as coisas.
O verso 25 repete o desafio e, mais uma vez, Isaías apela à criação como a marca que distingue Deus de todos os outros (v. 26). A mensagem é clara: os ídolos não podem ser Deus porque eles são feitos, mas Deus é o Criador que não foi feito. Portanto, adorar algo que foi feito é idolatria. Para Isaías, ser o Criador que não feito distingue Deus de todos os outros. Somente Alguém que cria todas as coisas onde não havia absolutamente nada pode ser considerado Deus.
Apocalipse 4:11 desenvolve a ideia de Isaías. Esse verso coloca a capacidade criadora como fundamento do direito divino à glória, honra e poder. Assim, a criação sobrenatural é a marca bíblica da divindade e a base da legítima reivindicação de governo sobre o Universo.
Mas isso levanta uma questão: que tipo de divindade é compatível com a representação de Deus em Gênesis 1:1? Nesse verso, Deus existe antes do princípio. Antes que houvesse um começo, Deus existia. Isso significa que tudo que tenha um início não pode ser considerado parte do ser divino. Assim, Gênesis 1:1 exclui uma visão panteísta de Deus, pois no panteísmo plenamente desenvolvido, o Universo material é igualado a Deus. Mas, biblicamente, este Universo material teve um princípio, tornando impossível que ele seja parte do Deus que não foi feito.
Gênesis 1:1 também torna mais difícil defender o panenteísmo, que ensina que toda a realidade material está em Deus, como parte de Seu ser, mas que Deus é maior do que "tudo" que está nEle.
No entanto, biblicamente, para que esse "tudo" fosse parte do ser divino, não poderia ter início. Se as coisas que têm começo podem ser parte do ser divino, então Deus mudaria e se desenvolveria, à medida que novos elementos de Seu ser fossem criados e adicionados à Sua totalidade. Mas Gênesis 1, bem como o restante da Bíblia, mostram um Deus pleno, completo, em quem nada falta, sem necessidade de acréscimos, e que é imutável.
Gênesis 1:1, portanto, aponta para Deus, que é diferente e distinto da criação material. O fato de que Deus é diferente e separado do Universo material, e de que Ele criou o Universo, dá a Ele o direito de soberania sobre toda a realidade, como é afirmado em Apocalipse 4:11. Como originador, o Senhor tem o direito de ter propósitos e projetos para Sua criação e de responsabilizar seres dotados de livre-arbítrio pela violação desses propósitos e projetos, colocando em seu lugar os seus próprios planos.
Pense nisto: O que os escritores do Novo Testamento disseram sobre Cristo ao creditar a Ele a obra da Criação? (Jo 1:3, 4; 1Co 8:6; Cl 1:16, 17; Hb 1:2, 3, 10-12).
Aplicação
Só para o professor: Examine o que significa a criação na vida cotidiana. Leve a discussão para além dos chavões agradáveis, em direção a idéias práticas a respeito de como tornar criação significativa, especialmente em relação ao estabelecimento da soberania divina na vida de alguém.
Perguntas para reflexão
1. Qual é a diferença entre uma vida que reconhece e honra as supremas reivindicações divinas e uma vida que não o faz?
2. O que a história da criação em Gênesis 1 revela sobre os propósitos de Deus para sua vida?
3. Existe um plano divino para seus relacionamentos? Qual é o plano?
4. Qual é o plano de Deus para sua alimentação?
5. Como a história da criação influencia a sua visão das maneiras pelas quais você deve se relacionar com o ambiente natural?
6. Que implicações a criação traz à sua maneira de se relacionar com os animais (especialmente em relação às questões de abuso)?
7. A criação influencia sua maneira de adorar a Deus?
8. Qual é a melhor maneira de demonstrar a verdade da criação em relação aos direitos divinos de soberania, honra, poder e adoração?
Criatividade
Atividade: Jesus
falou sobre as preocupações da vida sufocando a Palavra de Deus em nossa vida.
Assim, o significado da criação pode se tornar facilmente enterrado sob a
montanha de obrigações que temos para cumprir. Pergunte aos alunos como a vida
moderna pode enfraquecer a influência da criação em nossa consciência e de que
maneira podemos resistir a essas influências.
Introdução geral –
Origens: de onde viemos, quem somos e para onde vamos
Michelson Borges,
jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP
O que pouca gente sabe é
que a discussão em torno das origens está carregada de “sabor filosófico”. Se,
por um lado, criacionistas bíblicos fundamentam suas convicções na Palavra de
Deus, por outro, os evolucionistas se escoram no naturalismo ontológico.
Segundo o professor Orlando Ritter,
pioneiro na defesa do criacionismo no Brasil, “evolucionismo é um modelo
tipicamente naturalista [ateísta], uniformista e afinalista, preconizando um
contínuo aumento de complexidade em toda a natureza. A teoria evolucionista
pretende explicar a origem, o desenvolvimento e mesmo o significado de todas as
coisas e seres em termos estritos de leis naturais e de processos operando
tanto hoje quanto no passado. É o princípio do uniformismo, segundo o qual o
presente seria a chave do passado. Assume o aumento crescente de complexidade
das coisas e dos organismos, sem a intervenção de qualquer agente criador
externo à natureza e postula que, independentemente de desígnio, o Universo e
as entidades que nele há evoluem continuamente, por si mesmos, e mediante
propriedades neles inatas, para níveis cada vez mais elevados de organização” (Estudos em Ciência e Religião [São Paulo: Instituto Adventista de
Ensino, 1978], p. 197).
O advogado e professor
Phillip Johnson, em seu ótimo e contundente livro Darwin no Banco dos Réus,
sustenta que “‘evolução’ pode significar qualquer coisa desde a declaração não
controversa de que a bactéria ‘desenvolve’ resistência aos antibióticos à
grande afirmação metafísica de que o Universo e a humanidade ‘evoluíram’
inteiramente por forças mecânicas sem propósito. Uma palavra ‘elástica’ assim é
capaz de induzir ao erro, dando a entender que sabemos tanto sobre a grande
afirmação quanto sabemos sobre a pequena afirmação” (Darwin no Banco dos Réus [São Paulo: Cultura Cristã, 2008], p.
21).
A despeito das várias
compreensões sobre o que seja “evolução”, Ritter e Johnson estão de acordo em
afirmar que o darwinismo é um modelo naturalista ateísta, ou seja, está
teoricamente embasado no naturalismo ontológico ou filosófico. Isso significa
que não há espaço para o sobrenatural em nenhum momento da História, nem mesmo
na origem de tudo. Mas isso significaria que pesquisas criacionistas são
inviáveis? Não é o que pensam muitos cientistas como o Dr. Leonard Brand,
professor de Biologia e Paleontologia da Universidade de Loma Linda, na
Califórnia:
“Mesmo que os paradigmas
teísta ou naturalista (ateísta) incluam conceitos que não podem ser testados
pela ciência [ex.: Deus existe/Deus não existe], é possível definir hipóteses
que descrevam resultados que poderiam ser descobertos na natureza se uma
daquelas hipóteses não testáveis for verdadeira. O primeiro requisito para
formular hipóteses testáveis é deixar de fora qualquer consideração sobre se um
ser divino ou planejador estava ou não envolvido. O que fica são questões sobre
dados objetivos que poderiam ser encontrados nas rochas ou em seres vivos” (Fé, Razão
e História da Terra [São
Paulo: Unaspress, 2005], p. 59).
Em outras palavras, isso
pertence ao campo do naturalismo metodológico, com o qual os criacionistas
também concordam. Afinal, é evidente que não se pode comprovar se Deus Se
envolveu na história da Terra – mas se Ele Se envolveu, conforme descrito na
Bíblia, eventos como especialmente a criação e o dilúvio devem ter deixado
algumas evidências no mundo natural. Essas evidências, sim, podem ser
investigadas cientificamente. O problema é que, segundo Brand, “o naturalismo
[ontológico] tem uma forte influência tendenciosa na ciência, bem como na mídia
popular e científica, ao direcionar o pensamento científico e, em muitos casos,
ao decidir sobre as conclusões que devem ser obtidas” (Ibid, p. 63).
Ironicamente, o próprio
conceito de naturalismo ontológico não pode ser uma parte testável de uma
hipótese evolucionista! O naturalismo ontológico é, antes, uma posição
filosófica assumida a priori – o sobrenatural não existe para o
naturalista ateísta, e mesmo que haja evidências apontando para o sobrenatural,
o ateu buscará outras explicações.
No livro Ensaios
Apologéticos há uma
ilustração útil: “Para um naturalista [ateísta], o Universo é análogo a uma
caixa selada. Tudo o que existe na caixa (a ordem natural) é causado ou
explicável em termos de outras coisas existentes no interior da caixa. Nada,
nem mesmo Deus, existe fora dessa caixa; portanto, nada fora da caixa que
chamamos Universo, ou cosmo, ou natureza pode ter qualquer efeito causal sobre
o interior da caixa” (Francis J. Beckwith, William Lane Craig e J. P. Moreland, Ensaios
Apologéticos – Um estudo para uma cosmovisão cristã [São Paulo: Hagnos, 2006], p. 251).
Ideias têm consequências
Nas lições que tratam
sobre casamento e ecologia, por exemplo, veremos claramente que ideias têm
consequências. Assim, a visão de mundo, ou cosmovisão, adotada pela pessoa
afeta direta ou indiretamente seu estilo de vida e mesmo seus relacionamentos.
Esta nota publicada no site da revista Galileu ilustra bem o que estamos dizendo:
“Seu namorado tem a
péssima mania de olhar disfarçado quando passa uma mulher atraente? Culpe a
seleção natural (como quase tudo que tem relação com o comportamento sexual
masculino e feminino). Ao longo da evolução humana, o macho se destacou por sua
capacidade de visão. ‘Nos primórdios a mulher ficava muito mais circunscrita a
um local para onde o homem voltava e trazia prendas, alimento, frutos da
caçada. Nessa busca por carne o homem desenvolveu grande afinidade com a
atividade visual, que se apresenta não apenas com relação ao sexo. Mas
certamente tem grande peso em sua dinâmica de atração, pois é o que primeiro
lhe chama a atenção e segue tendo muito apelo até o fim de sua vida’, afirma
Carmita Abdo, doutora em sexualidade e coordenadora do Núcleo de Medicina
Sexual da Faculdade de Medicina do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Então,
você pode até dar um beliscão bem forte no seu namorado/marido/pretê, mas saiba
que as raízes de seu comportamento estão naquele antepassado caçador de
milhares de anos atrás. Isso também confirma o que você já sabia: seu namorado
é um pouquinho troglodita.”
Graças à cosmovisão
darwinista/naturalista, cada vez mais os seres humanos se tornam menos
responsáveis por seus atos. Adultério, fornicação, lascívia, concupiscência dos
olhos... enfim, pecado não mais existe. É tudo uma questão de “evolução”. Somos
escravos dos genes (determinismo genético). Livre-arbítrio ou vontade livre é
tido como uma “bobagem” que os religiosos tentam colocar na cabeça das pessoas.
Se você é mulher,
responda com sinceridade: Você escolheria se casar com um homem darwinista para
quem todo e qualquer tipo de comportamento (especialmente o sexual) se trata de
um imperativo da natureza, ou com um criacionista, que busca poder em Deus para
vencer suas más tendências herdadas e/ou cultivadas?
Preconceito midiático
Além de não informar
devidamente sobre os meandros da discussão científico-filosófica envolvida na
controvérsia entre o criacionismo e o evolucionismo, a mídia (especialmente a
popular) colabora para o aprofundamento do preconceito contra os criacionistas.
Vejamos alguns exemplos levantados nos últimos dez anos, justamente a partir de
quando o criacionismo passou a ganhar mais destaque na imprensa secular
brasileira:
No dia 13 de dezembro de
1998, o caderno Mais!, do jornal Folha de S. Paulo, trouxe
na capa o título “Extremos da Evolução”. Nos artigos, foram abordadas as
divergências entre expoentes evolucionistas como Richard Dawkins e Stephen Jay
Gould (falecido). Apesar das discordâncias, o comentário de John Maynard Smith,
um dos papas da biologia moderna, é conclusivo: “Por causa da excelência de
seus ensaios, [Gould] se tornou conhecido entre não biólogos como o mais
destacado teórico da evolução. Em contraste, os biólogos evolucionistas com
quem discuti seu trabalho tendem a vê-lo como um homem cujas ideias são tão
confusas que quase não vale a pena ocupar-se delas, mas alguém que não se deve
criticar em público por ao menos estar do nosso lado contra os criacionistas” (New York Review of Books,
novembro de 1995; citado por Folha de S. Paulo, caderno
Mais!, 13 de dezembro de 1998).
Onde estão a
imparcialidade e a objetividade científicas? O que se percebe é a tendência
explícita de se “blindar” o darwinismo e de ironia (com desconhecimento de
causa) ao se tratar do criacionismo. As revistas populares de divulgação
científica via de regra apenas estimulam a polaridade entre os dois modelos.
Passam a ideia de que o criacionismo se trata de um antievolucionismo religioso
e ignoram totalmente pesquisas feitas por institutos científicos respeitáveis,
como o Geoscience Research Institute (www.grisda.org.br), por exemplo, e de
pesquisadores e cientistas em muitas Universidades, tanto no Brasil como no
exterior.
Outros exemplos de preconceito:
25 de agosto de 1999: a
revista IstoÉ publica matéria na qual afirma que a
crença na semana da criação é uma “bobagem sem tamanho”.
Agosto de 2001: a
revista Galileu chama os criacionistas de
“fundamentalistas” e o criacionismo de “movimento populista anti-intelectual”.
Julho de 2002: a revista Galileu afirma que a religião é um “subproduto
da evolução”.
Julho e dezembro de
2003: a revista Superinteressante faz ataques diretos à Bíblia.
A revista Época do dia 22 de dezembro de 2003 traz uma
declaração leviana de Neil Asher Silberman, um dos autores do livro A
Bíblia Não Tinha Razão: “Depois que se provou que o mundo não foi
criado em sete dias...”
Novembro de 2004: a
revista National Geographic afirma que “os indícios da evolução
são inegáveis”, apesar da pergunta estampada na capa: “Darwin estava errado?”
3 de janeiro de 2005: a
revista Época chama os criacionistas de
“ignorantes”.
Maio de 2005: a revista Ciência
Hoje considera o
ensino do criacionismo uma “esquizofrenia pedagógica”.
8 de fevereiro de 2006:
a revista Veja diz que a “tese” bíblica de que Deus
criou todos os seres vivos é “treva”.
E para completar, no dia
28 de junho de 2005, a Folha de S. Paulo publica matéria sobre o físico Marcelo
Gleiser, na qual ele afirma que “ensinar criacionismo é crime”.
Graças a esses veículos
da imprensa, a ideia que se tem dos criacionistas é de que eles são bobos,
anti-intelectuais, ignorantes, esquizofrênicos, obscuros e criminosos! Com toda
essa propaganda negativa, não é de se estranhar que muita gente alimente
preconceito contra os criacionistas, muito embora nem sequer conheça o criacionismo
(clique aqui para ler o texto “O que pensam os
criacionistas”). O mínimo que todo criacionista pode e deve fazer, portanto, é
conhecer bem seu ponto de vista a fim de defendê-lo com propriedade.
Controvérsia profética
Ao nos envolvermos com
os atraentes e importantes temas ligados às origens, não estaremos livres de
armadilhas perigosas. Uma delas se refere à proposta darwiniana das origens.
Nesse sentido, devemos estar atentos às sábias e específicas advertências de
Deus: “No estudo das ciências, como geralmente é feito, há perigos igualmente
grandes. A evolução e seus erros conexos são ensinados nas escolas de todas as
categorias, desde o jardim da infância até as escolas superiores. Assim, o
estudo da ciência, que deveria comunicar o conhecimento de Deus, se encontra de
tal modo misturado com as especulações e teorias humanas que tende à
incredulidade” (Ellen G. White, Educação, p. 227).
É surpreendente a
longevidade da versão moderna do evolucionismo (154 anos desde a publicação do
livro A Origem das Espécies, por Charles Darwin)
com todos os seus equívocos e insuficiências. No entanto, ao identificarmos
sincronismos impressionantes (verdadeiro espetáculo concorrente) envolvendo o
surgimento do evolucionismo darwiniano e o início do movimento adventista, não
deveríamos nos surpreender. Entre as várias “coincidências”, mencionamos apenas
uma: em 1844, Ellen White teve sua primeira visão e Darwin escreveu um longo
trabalho sobre a origem das espécies e a seleção natural, porém, não o publicou
porque teve receio de que suas ideias fossem um tanto revolucionárias.
Na verdade, uma das mais
marcantes evidências de um grande conflito entre o bem e o mal se refere à
própria controvérsia entre o criacionismo e o evolucionismo. Para melhor
compreensão das questões importantes envolvidas nessa controvérsia sutil e
perigosa, é fundamental reconhecer as fontes de conhecimento empregadas na
construção de modelos das origens: se nos modelos evolucionistas o conhecimento
científico é frequentemente combinado com argumentos filosóficos (naturalismo
ontológico), no criacionismo, o conhecimento bíblico-histórico poderá também
ser harmonizado (ou complementado) muito mais eficazmente por autênticos
argumentos científicos. Assim, na construção de modelos criacionistas das
origens, a utilização do conhecimento científico legítimo deverá ser
encorajada:
“Visto que o livro da
natureza e o da revelação [Bíblia] apresentam indícios da mesma inteligência
superior, eles não podem deixar de estar em harmonia mútua. Por métodos
diferentes em diversas línguas, dão testemunho das mesmas grandes verdades”
(Ellen G. White,Educação,
p. 128).
“Devidamente
compreendidas, a ciência e a palavra escrita [Bíblia] concordam entre si,
lançando luz uma sobre a outra. Juntas, elas nos conduzem para Deus,
ensinando-nos algo das sábias e benéficas leis por meio das quais Ele opera”
(Ellen G. White, Conselhos aos Pais Professores e
Estudantes, p. 426).
“Quando a Bíblia faz
declarações de fatos na natureza, a ciência pode ser comparada com a palavra
escrita [Bíblia], e a correta compreensão de ambas sempre demonstrará que estão
em harmonia. Uma não contradiz a outra. Na natureza ou na Revelação, todas as
verdades estão de acordo” (Ellen G. White, Signs of the Times, 13 de março de 1884).
Com o objetivo de
aprofundar as questões relacionadas a esse tema fascinante (origens), nos treze
comentários das lições deste trimestre, procuraremos acrescentar determinados
assuntos pertinentes, mas nem sempre diretamente ligados ao título
correspondente (ou à abordagem do autor, o Dr. James Gibson). No
entanto, o desenvolvimento paralelo dessas ampliações, em uma sequência
aproximadamente lógica e interligada, fará com que o leitor se familiarize com
questões geralmente levantadas no confronto entre o criacionismo e o
evolucionismo.
Dedicaremos três meses para o estudo sistemático de um tema relevante. Que privilégio! Os treze capítulos desse valioso compêndio (Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2013), além de fortalecerem nossas convicções criacionistas, poderão ampliar nossos conhecimentos e, assim, nos capacitarão para enfrentar mais eficazmente e com argumentos consistentes (bíblicos e científicos) um dos maiores enganos da história humana.
Dedicaremos três meses para o estudo sistemático de um tema relevante. Que privilégio! Os treze capítulos desse valioso compêndio (Lição da Escola Sabatina, 1º trimestre de 2013), além de fortalecerem nossas convicções criacionistas, poderão ampliar nossos conhecimentos e, assim, nos capacitarão para enfrentar mais eficazmente e com argumentos consistentes (bíblicos e científicos) um dos maiores enganos da história humana.
Que principalmente os
universitários (professores e alunos) estejam dispostos a “mergulhar”
profundamente no estudo desta lição, promovendo reuniões, simpósios e pequenos
grupos para o enriquecimento acadêmico e espiritual de todos os envolvidos!
COMENTÁRIO
Lição
1 – Jesus: Criador do céu e da Terra
Michelson Borges, jornalista pela UFSC
e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP
Introdução
Ideia central 1: O
Deus Criador revelado na Bíblia é Jesus Cristo e a semelhança textual entre Gênesis
1:1 e João 1:1-3 aponta para isso. Outros versos bíblicos declaram que Jesus é
o Alfa e o Ômega (Ap 1:17) e que Ele criou todas as coisas (Cl 1:16), não podendo,
portanto, ser Ele mesmo criado. Essa verdade bíblica é muito significativa,
pois apresenta Deus profundamente envolvido com Sua criação, a ponto de ter Se
tornado humano para morrer pelos pecadores, tendo convivido com eles por três
décadas. Jesus é o Deus todo-poderoso com um coração humano.
Ideia central 2: A
Bíblia não tenta provar que Deus existe; ela assume essa verdade como certa e
óbvia (afinal, o relógio pressupõe a existência do relojoeiro). Embora devamos
exercer fé para crer que o Universo foi criado por Deus a partir do nada (Hb
11:3), existem na natureza muitas evidências de design/projeto
intencional. O Salmo 19:1-3 afirma que os céus manifestam/proclamam a glória de
Deus. De fato, as leis finamente ajustadas que regem o Universo e possibilitam
seu funcionamento certamente apontam para um Legislador. Se algumas dessas leis
tivessem valores ligeiramente diferentes, a realidade que nos rodeia seria
inviável. Portanto, a existência do Universo exige uma causa e seu
funcionamento perfeito indica uma causa inteligente. O melhor de tudo é saber
que o mesmo poder por meio do qual tudo foi criado está à nossa disposição para
nos recriar. Esse poder é a palavra de Deus.
Para refletir
1.
Quem é o Deus Criador apresentado na Bíblia? O que isso tem de importante para
nós, seres humanos?
2. Existem evidências lógicas de que o Universo tenha sido criado por Deus?
3. Que esperança nos traz a compreensão de que o mesmo poder criador do Universo está à disposição dos que creem?
Ampliação
Lacunas do conhecimento científico
Embora Deus Se revele
por meio da natureza e, especialmente por meio da Revelação, a Bíblia Sagrada,
devemos ter sempre em mente um detalhe significativo: nossas limitações de
conhecimento. A mente humana, naturalmente, comprometida (ou não) com os ideais
da pesquisa científica, procura compreender possíveis eventos passados, mesmo
que sejam únicos e irreproduzíveis (origem do Planeta Terra, origem da vida,
origem do registro fóssil, origem do ser humano, etc.). Teríamos, então, à
nossa disposição meios confiáveis para descobrir os fenômenos pretéritos
(causas primeiras)? Ou pelo menos teríamos fortes evidências desses eventos
singulares? Esses eventos nos possibilitariam relacioná-los coerentemente com
os correspondentes efeitos atuais – complexos e variados sistemas (orgânicos e
inorgânicos), objetos de estudo das ciências naturais?
Os detentores do saber
acadêmico – tão valorizado pela sociedade do século 21 – não hesitariam em
responder: “Sim, a ciência (figura 1) tem as melhores (ou únicas) respostas
para as questões sobre as origens.” No entanto, no próprio meio universitário
identificaríamos alguns problemas. Por exemplo, esse saber científico estaria
vinculado à ciência natural, à ciência empírica ou à ciência histórica? Qual
delas possibilitaria reconstruir, fielmente, os referidos fenômenos causais
(não recorrentes)?
Figura
1
Com efeito,
considerando-se a prática objetiva da metodologia científica (as relações de
causa e efeito podem ser apreciadas diretamente), os presumíveis eventos
singulares, ligados às origens, não estarão acessíveis à observação direta e,
evidentemente, à experimentação, caracterizando, assim, uma importante
limitação da própria metodologia científica. Consequentemente, na construção de
hipóteses e modelos das origens, o conhecimento científico, insuficiente,
necessariamente se mesclará com conhecimentos não científicos ou metafísicos
(pressupostos filosóficos, cenários imaginários, narrativas bíblicas, etc.).
Assim, o método
científico ao mesmo tempo em que se revela como um eficaz procedimento de
investigação na obtenção de conhecimentos verdadeiros, também constitui um
método com limitações intransponíveis, incapaz de preencher importantes lacunas
do conhecimento, especificamente no que diz respeito à construção de modelos
das origens.
Portanto,
o reconhecimento da necessária utilização de uma componente não científica,
nesses mesmos modelos, evitará discussões e constrangimentos desnecessários. Em
síntese, existiriam pelo menos três tipos de lacunas no campo do conhecimento
científico, com suas respectivas implicações:
Lacunas provisórias –
Essa é uma situação que possibilita o desenvolvimento de novos projetos de
pesquisa, em que o conhecimento científico sobre determinado tema poderá ser
construído, atualizado e/ou ampliado (por exemplo, a compreensão das leis
fundamentais da física). Evidentemente, nesse caso o objeto do estudo
científico não estará vinculado a assuntos sobre as origens da vida, do ser humano,
do globo terrestre, etc. Ou seja, nos fenômenos naturais então analisados, as
relações de causa e efeito podem ser investigadas diretamente.
Lacunas parcialmente
permanentes – Referem-se
às situações controversas mais comumente enfrentadas pelos cientistas, na busca
pela compreensão de eventuais fenômenos pretéritos (por exemplo, a origem do
registro fóssil). As relações de causa e efeito podem ser feitas apenas
indiretamente. Ou seja, as lacunas parcialmente permanentes são aquelas
preenchíveis (incompletamente) pelos conhecimentos científicos. Nesse caso,
procura-se consciente ou inconscientemente preencher o espaço vazio (deixado
pelas próprias limitações do método científico) pelos conhecimentos
(complementares) de natureza, evidentemente, não científica.
Lacunas permanentes – Entre
as questões fundamentais, que impelem a mente humana a buscar respostas
convincentes, destaca-se aquela que geralmente divide as opiniões de cientistas,
filósofos e teólogos: Qual é a origem da vida? No contexto dessa questão
importante, provavelmente seja aqui que se encontram as maiores lacunas do
conhecimento. Ou seja, tanto as causas como os efeitos imediatos estão além da
investigação científica. Essa situação caracteriza uma lacuna permanente do
conhecimento: extrema insuficiência do conhecimento científico.
Nas lacunas parcialmente
permanentes – e mais frequente e intensamente nas lacunas permanentes –, o
conhecimento não científico (auxiliar ou complementar) mais utilizado por
biólogos e geólogos ateístas consiste de proposições filosóficas extraídas do
naturalismo ontológico (figura 2). Já para alguns cientistas cristãos, o
conhecimento bíblico-histórico (autoconsistente e autossuficiente) possibilita
complementar ou mesmo ampliar eficazmente o conhecimento científico, na
construção de modelos sobre as origens (figura 3).
Figura 2
Figura
3
Portanto, os cristãos
acreditam que a revelação divina fornece informações interessantes e úteis na
compreensão da realidade. Em associação com o conhecimento científico (uma vez
que a Bíblia e a ciência sejam devida e corretamente estudadas/compreendidas),
a revelação bíblica fornece uma visão ampla do mundo. E essa revelação começa
por afirmar que o Universo foi criado por um Deus todo-poderoso e que esse Deus
Se envolveu e Se envolve na história humana. As “marcas” desse envolvimento (na
biologia, na geologia, na física, etc.) podem ser rastreadas por pesquisadores
que se valem do método científico.
Conclusões
– “Corretamente
entendidas, tanto as revelações da ciência como as experiências da vida se
acham em harmonia com o testemunho das Escrituras relativo à constante operação
de Deus na natureza” (Ellen G. White, Educação, p. 130).
– Em Gênesis 1:1, Moisés
escolheu a dedo o verbo bara’ (“criar”). Ele poderia ter
utilizado dois outros verbos hebraicos asah (“fazer”) ouyatsar (“formar”), mas usou especificamente bara’ que, segundo o comentário da Bíblia de
Jerusalém, por exemplo, “é reservado à açãocriadora de Deus, diferente da ação produtora do homem” (grifo nosso).
– O mesmo Deus capaz de
criar todo o Universo a partir do nada (ex
nihilo), pelo poder de Sua palavra, é apresentado por Davi como
Aquele que é capaz de criar algo que não é inerente ao ser humano neste mundo
de pecado: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 51:10). Coração puro ou
Universo do nada, para Deus, são coisas simples de ser feitas. Se confiamos no
relato de Gênesis, também devemos confiar na promessa do Salmo – e em tantas
outras promessas que dependem de nossa concepção do Criador.
– João abriu seu
evangelho com palavras bem semelhantes às de Gênesis 1 (cf. Jo 1:1-3). João
apresenta Aquele que criou todas as coisas (não podendo, portanto, ser
Ele mesmo criado, como podem pensar alguns). Jesus é o Alfa e o Ômega, o
primeiro e o último (Ap 1:17).
O que você concluiria a
respeito de alguém que, sendo homem, se dissesse Deus? Consideraria esse homem
“sábio”? Algum profeta de Deus disse algo parecido de si mesmo? Na verdade,
alguém que afirmasse ser Deus, se não fosse, deveria ser tratado como louco ou
charlatão, menos “sábio”. Assim, ou Jesus é Deus, ou não serve como modelo de
conduta, muito menos como Salvador.
– Romanos 1:20 e Salmo
19:1 tratam da “revelação natural” e afirmam que as digitais espalhadas na
natureza apontam para as mãos do grande Designer cósmico, cujos “atributos
invisíveis” podem ser detectados por meio “das coisas que foram criadas”. A
criação do Universo aponta para o Criador e consiste num dos mais conhecidos
argumentos para a existência dEle. Esse argumento é também chamado de
cosmológico, e pode ser expresso assim:
1. Tudo o que teve um
começo teve uma causa.
2. O Universo teve um começo.
3. Portanto, o Universo teve uma causa.
– Não havia mundo
natural nem leis naturais antes do “surgimento” do Universo. Uma vez que a
causa não pode vir depois de seu efeito, as forças naturais não foram
responsáveis pela origem do Universo. Portanto, deve haver alguma coisa acima
da natureza para realizar o trabalho. Isso é o que significa a palavra sobrenatural.
– A conclusão a que
podemos chegar é a de que o Universo foi causado por alguma coisa externa ao
tempo, ao espaço e à matéria – portanto, uma Causa eterna; uma Causa primeira
não causada. E como o Universo apresenta lógica e funciona de acordo com leis
finamente reguladas, concluímos também que essa Causa tem que ser muito
inteligente. Essa conclusão é compatível com as religiões teístas, mas não tem
por base apenas essas religiões. A base está, igualmente, na razão e nas
evidências.
O argumento teleológico,
ou do propósito, em forma de silogismo, fica assim:
1. Todo projeto tem um
projetista.
2. O Universo e a vida foram projetados.
3. O Universo e a vida têm um projetista.
– Segundo Richard
Dawkins, em seu livro O Relojoeiro Cego, a
informação encontrada no núcleo de uma pequena ameba é maior do que os 30
volumes combinados da Enciclopédia Britânica. E a ameba inteira tem tanta
informação em seu DNA quanto mil conjuntos completos da mesma enciclopédia.
Agora, pense na “máquina” mais complexa do Universo: o cérebro humano.
Infelizmente, não temos espaço aqui para discorrer sobre ele.
– Resumindo, a
informação complexa e específica da qual dependem todas as formas de vida e que
simplesmente não poderia surgir por acaso é um dos maiores problemas para os
defensores do evolucionismo naturalista. Esse tipo de informação aponta para
uma Fonte informante inteligente.
– Quando lemos textos
como Jeremias 51:15, 16 e Salmo 33:6, 9 (entre tantos outros), podemos ter uma
pálida compreensão da grandiosidade do nosso Deus. Mas, quando lemos os
evangelhos e entendemos que esse Deus maravilhoso Se fez homem e caminhou entre
nós, ficamos ainda mais maravilhados. É muito bom saber que Deus é
todo-poderoso, mas é melhor ainda saber que Ele é todo-interessado em Suas
criaturas e todo-amoroso.