NOVO TEMPO - Lições da Bíblia
Rituais e cerimônias da igreja
Fonte: Novo Tempo: Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )
Lição 9 de 24 a 1 de dezembro
Rituais e cerimônias da igreja
Sábado à tarde
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Ano
Bíblico: 1Co 11–13
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VERSO PARA MEMORIZAR: “Respondeu-lhes
Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2:38).
Pensamento-chave: Deus instituiu ordenanças que, adequadamente
compreendidas, ajudam a fortalecer nossa fé.
Muitas
sociedades têm rituais de iniciação, às vezes chamados “ritos de passagem”. Em
algumas culturas, ritos de passagem foram planejados para ajudar as pessoas a
fazer a transição de uma fase da vida para outra. Por exemplo, os ritos da
chegada à vida adulta eram realizados no início da puberdade. Esses ritos
variavam de lugar para lugar, mas todos tinham o objetivo de assegurar que os
membros mais jovens fossem moldados para ser indivíduos produtivos e
responsáveis, orientados para a comunidade. No processo, meninos e meninas
aprendiam as maneiras da vida adulta, isto é, eram orientados sobre o que era
esperado deles como membros adultos da sociedade.
Na comunidade cristã, também há ritos específicos, atos que formalizam o compromisso dos indivíduos com a fé que professam. Esses atos sagrados não apenas confirmam a participação e a comunhão da pessoa na comunidade, mas, idealmente, ajudam a preparar os indivíduos para que se tornem fiéis e produtivos membros dessa comunidade. Eles também são o meio de ajudar os membros a entender o que seu compromisso com Cristo deve implicar. Nesta semana, consideraremos três ritos que expressam nossa fé: batismo, lava-pés e santa ceia.
Domingo
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Ano
Bíblico: 1Co 14–16
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Especificando os ritos sagrados
Durante
as primeiras fases da igreja cristã, os crentes do Ocidente, onde o grego era a
língua comum, usavam a palavra mysterion (mistério), para descrever os sagrados
ritos cristãos. Na parte oriental da igreja, onde predominava o latim, o termo
utilizado era sacramento (do latim “sacramentum”). O sacramentum era um
juramento feito por um soldado romano, declarando sua obediência à ordem do
comandante. Os que empregavam essa palavra sentiam que ela descrevia com
precisão a natureza dos ritos sagrados. Com o tempo, porém, a ideia passou a
representar um ato com um poder invisível inerente. A igreja da Idade Média
identificou sete desses atos, chamados “sacramentos”, que eram vistos como meio
de infundir graça na pessoa.
Durante a Reforma, os sacramentos foram examinados e criticados. Na mente de muitos, o termo sacramento pareceu manchado. Consideraram conveniente utilizar um termo diferente: ordenança. A palavra ordenança vem do verbo “ordenar”. Ela identifica um ato especial que o próprio Cristo instituiu ou ordenou. Preferir o termo ordenança a sacramento significa que a pessoa participa dos atos porque eles são os meios divinamente ordenados para que mostremos nossa obediência e fidelidade a Jesus como Senhor. Os adventistas do sétimo dia consideram o batismo, o lava-pés e a santa ceia como ordenanças – atos que revelam nossa lealdade a Cristo. Eles são formas simbólicas de expressar nossa fé.
1. Existe fundamento bíblico para chamar
os atos sagrados de “ordenanças”? Mt
28:19, 20; Jo 13:14; 1Co 11:23-26
Por
mais importantes que consideremos as “ordenanças”, devemos sempre lembrar que
elas não são condutos de graça nem meios pelos quais obtemos a salvação ou
alcançamos méritos diante de Deus. O pecado é um assunto muito sério para que
rituais, mesmo aqueles instituídos por Cristo, sejam capazes de nos redimir.
Unicamente a morte de Jesus na cruz foi suficiente para salvar seres tão
profundamente caídos como nós. Pela nossa maneira de entendê-las, as ordenanças
são símbolos exteriores de nosso reconhecimento do que Cristo fez por nós, da
nossa união com Ele e de tudo o que essa união implica. Elas servem bem ao seu
propósito. São um meio para um fim e não um fim em si mesmas.
Segunda
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Ano
Bíblico: 2Co 1–4
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Batismo
O
Novo Testamento usa várias imagens para descrever o significado do batismo.
Primeiro, ele simboliza a união espiritual com Cristo (Rm
6:3-8), envolvendo participação em Seu sofrimento, morte e ressurreição,
bem como a renúncia ao estilo de vida anterior. Dessa forma, o batismo está
relacionado ao arrependimento e perdão dos pecados (At
2:38), ao novo nascimento e recebimento do Espírito (1Co 12:13),
e, consequentemente, à entrada na igreja (At
2:41, 47).
O batismo simboliza um relacionamento espiritual e de aliança com Deus, por meio de Cristo (Cl 2:11, 12). Representa o que a circuncisão significou no Antigo Testamento e, também, simboliza a transferência de lealdade, que coloca a pessoa na comunidade consagrada ao serviço de Cristo. O recebimento do Espírito no batismo capacita os crentes a servir à igreja e a trabalhar pela salvação dos que ainda não são da fé (At 1:5, 8).
Alguns
anos atrás, a Comissão Conjunta da Igreja Anglicana Sobre Batismo, Confirmação
e Santa Comunhão fez uma confissão impressionante: “Os recebedores do batismo
eram normalmente adultos e não crianças. Deve ser admitido que não há evidência
conclusiva no Novo Testamento para o batismo de crianças” (Baptism and
Confirmation Today [Batismo e Confirmação Hoje], Londres, SCM, 1955, p. 34;
citado por Millard J. Erickson, Christian Theology [Teologia Cristã], Michigan,
Baker Book House, 1988, p. 1102). O significado do batismo exclui crianças como
candidatos legítimos, porque o batismo bíblico requer fé e arrependimento por
parte dos participantes. Além disso, a ideia do papel da Palavra de Deus no
desenvolvimento da fé (Rm
10:17) indica que o arrependimento deve ser combinado com instrução bíblica
e espiritual. Esses elementos são necessários para que os candidatos produzam
“frutos dignos do arrependimento” (Lc
3:8) como prova de seu relacionamento com Cristo.
A natureza do batismo nos ajuda a entender a diferença entre uma ordenança e um sacramento. Batismo, de acordo com os que o veem como sacramento, é o meio para gerar uma transformação na pessoa, da morte espiritual para a vida. Nessa compreensão, a idade da pessoa não importa, porque o evento é totalmente sobrenatural. Por outro lado, os que veem o batismo como ordenança entendem que ele é uma indicação ou símbolo de uma mudança interna (um evento sobrenatural), que já ocorreu na vida do crente por meio de sua experiência com Jesus.
Se
você foi batizado, pense nessa experiência. Quando você entende o que isso
significa, por que (em certo sentido) precisamos ser “batizados” todos os dias?
Como isso pode ser feito?
Terça
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Ano
Bíblico: 2Co 5–7
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Ordenança da humildade
É
difícil imaginar a angústia no coração de Jesus, quando Ele, a ponto de
enfrentar a cruz, a maior humilhação possível, viu entre Seus discípulos, ciúme
e rivalidade acerca de quem seria o maior no Seu reino.
Nosso
mundo é tão distorcido e pervertido pelo pecado, que tudo está invertido, por
mais “racional” e “sensata” que pareça essa inversão. Quem, em sã consciência,
preferiria servir em lugar de ser servido? O objetivo da vida não é progredir,
ficar rico, ser servido e atendido pelos outros, em vez de servir? Não é de
admirar que, na última ceia, Jesus lavou os pés dos discípulos. Nenhuma palavra
que Ele tivesse dito poderia transmitir com mais força a verdade sobre o que é
a real grandeza aos olhos de Deus, do que o ato de lavar os pés dos que
deveriam ter beijado os dEle.
Uma
verdade muito surpreendente ressoa através desses versos. O verso 3 diz que Jesus sabia que o Pai havia confiado tudo
“às Suas mãos”. O que aconteceu depois? Sim, Jesus, sabendo muito bem que
“viera de Deus, e voltava para Deus, levantou-Se da ceia” e começou “a lavar os
pés aos discípulos” (v. 5).
Mesmo sem saber totalmente quem Jesus realmente era, eles ficaram muito
surpresos. Como poderiam eles ter deixado de perceber essa lição?
O
que significa o fato de que a cerimônia do lava-pés ocorreu antes da santa
ceia? Antes de reivindicar para nós tudo o que Cristo fez, é importante
participar da ceia do Senhor com um senso da nossa pequenez, indignidade e
necessidade da graça divina. De que pessoa você deveria lavar os pés? Isso
poderia lhe trazer muitos benefícios espirituais?
Quarta
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Ano
Bíblico: 2Co 8–10
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Ceia
do Senhor
5. Qual é o significado evidente de comer
o pão e beber o vinho? Por que é importante ver isso em termos de símbolos?Mt
26:26-28
A Ceia do Senhor substitui a festa da Páscoa da era da antiga aliança. A Páscoa encontrou seu cumprimento quando Cristo, o Cordeiro Pascal, deu Sua vida. Antes de Sua morte, o próprio Cristo instituiu a substituição dela, estabelecendo a grande festa da igreja do Novo Testamento sob a nova aliança. Assim como a Páscoa comemorava a libertação de Israel da escravidão do Egito, a Ceia do Senhor comemora a libertação do Egito espiritual, da escravidão do pecado.
O sangue do cordeiro pascal, aplicado à verga da porta e às ombreiras, protegia da morte os habitantes da casa. O alimento que sua carne provia lhes dava a força para escapar do Egito (Êx 12:3-8). Assim, o sacrifício de Cristo traz libertação da morte. Os crentes são salvos pela participação em Seu corpo e sangue (Jo 6:54). A Ceia do Senhor proclama que a morte de Cristo na cruz provê nossa salvação, nosso perdão, e nos promete a vitória sobre o pecado.
6. Que importante verdade doutrinária
sobre a cruz é revelada nos símbolos da Santa Ceia? 1Co 11:24-26
Percebemos
claramente o aspecto substitutivo da morte de Cristo. Seu corpo foi quebrado e
Seu sangue derramado por nós. Na cruz Ele tomou sobre Si o que, por justiça,
nos pertencia. Cada vez que participamos da Ceia do Senhor, devemos lembrar o
que Cristo realizou em nosso favor.
Quando acrescentamos à Ceia do Senhor o lava-pés, que ajuda a preparar nosso coração antes de participar da cerimônia de comunhão, devemos também ter uma noção da natureza comunitária dessa ordenança. Com a cruz simbolizada de modo tão vívido, ao participarmos do pão e do vinho, somos lembrados de que, sejam quais forem as coisas terrenas que nos dividem, somos todos pecadores em constante necessidade de graça. A cerimônia de comunhão deve nos ajudar a perceber nossas obrigações, não só para com o Senhor, mas também de uns para com os outros.
Quinta
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Ano
Bíblico: 2Co 11–13
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Esperança da segunda vinda de Cristo
Nessas
palavras, vemos a íntima ligação entre a segunda vinda de Cristo e a cerimônia
da comunhão. Isso faz muito sentido, também, porque a segunda vinda de Jesus
será, realmente, o ponto culminante do que aconteceu na cruz. Podemos
argumentar que a maior razão para a primeira vinda de Cristo, que incluía o
sacrifício de Seu corpo e o derramamento de Seu sangue em nosso favor, foi a
segunda vinda. A primeira vinda foi o que preparou o caminho para a segunda
vinda.
8. Que benefício haveria na primeira vinda
de Cristo sem a segunda vinda?
Em
certo sentido, a cerimônia da comunhão abrange o intervalo entre o Calvário e a
segunda vinda de Cristo. Cada vez que participamos da comunhão, pensamos na
cruz e no que ela realizou por nós. No entanto, o que ela realizou por nós não
pode ser separado da segunda vinda. Na verdade, o que Jesus fez por nós na cruz
não atingirá seu ápice final até a Sua volta.
Considere
a promessa, certeza e esperança que o Senhor nos dá nesse texto. Essas palavras
indicam a proximidade e intimidade entre os redimidos e o Redentor, que se
estenderão pela eternidade. Jesus nos prometeu que não beberá desse fruto da
videira até que o beba, novamente, conosco no reino eterno. Quando lembramos
quem Ele é, o Criador do Universo (Cl 1:16),
essa promessa é ainda mais impressionante. Assim, além de tudo que é indicado
pela cerimônia da comunhão, ela também deve apontar para a grande esperança
reservada para nós, na segunda vinda de Jesus.
Desanimado?
Oprimido? Bem-vindo ao mundo caído. Por que, em meio a tudo o que enfrentamos,
é tão importante olhar para a cruz, seu significado para nós, e para o que ela significa
para o futuro?
Sexta
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Ano
Bíblico: Gl 1–3
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Estudo
adicional
Leia
da Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia,
Nisto Cremos: capítulos 15–18.
“O batismo é um rito muito importante e sagrado. Importa compreender bem seu sentido. Simboliza arrependimento do pecado e começo de uma vida nova em Cristo Jesus. Não deve haver nenhuma precipitação na administração desse rito. Pais e filhos devem avaliar os compromissos que por ele assumem” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 93).
“A Páscoa apontava para a libertação dos filhos de Israel no passado, e também era um tipo, apontando para o futuro Cristo, o Cordeiro de Deus, que seria imolado para a redenção do homem caído. O sangue aspergido nos batentes das portas prefigurava o sangue expiatório de Cristo, e também o fato de que o pecador dependeria continuamente dos méritos desse sangue para a proteção contra o poder de Satanás, e para a redenção final” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy [O Espírito de Profecia], v. 1, p. 201).
Perguntas para reflexão
2. Os cristãos primitivos foram acusados de muitas coisas de que não eram culpados, incluindo canibalismo. Uma das razões foram os seguintes versos: “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois a Minha carne é verdadeira comida, e o Meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue permanece em Mim, e Eu, nele” (Jo 6:53-56). O que Jesus ensinou com essas palavras? Por que é tão importante entender o significado espiritual de textos como esse?
Respostas sugestivas: 1. O batismo, o lava-pés e a santa ceia foram
ordenados por Jesus. 2. A experiência da fé produzida pela Palavra de Deus;
mostrar frutos do arrependimento. 3. O maior no reino de Deus deve ser como o
menor, e o que dirige como o que serve; não devemos desejar ser servidos, mas
servir. 4. Pedro não entendeu o ato de humilhação de Jesus; não entendemos a
humilhação do Filho de Deus, ao deixar a glória para nos salvar; mas quando
somos purificados, seguimos o exemplo de Cristo, e nos humilhamos. O ato de
Cristo foi motivado por amor e pelo senso de missão; Ele sabia que a humilhação
era o caminho para a presença do Pai; mesmo sendo purificados do pecado,
acumulamos impurezas ao longo do caminho, e Jesus nos purifica novamente; para
isso, precisamos permitir que Ele nos lave. 5. Significa alimentar o coração
com a Palavra de Deus, recebendo a salvação assegurada pelo Seu corpo e pelo
Seu sangue, o que nos leva a uma vida de oração e testemunho, na qual Cristo
habita. 6. Na cruz, o corpo de Cristo foi partido em lugar do nosso; Seu sangue
foi derramado em lugar do nosso e representa uma aliança de salvação; quando
realizamos a cerimônia, relembramos Seu sacrifício no passado e Suas promessas
para o futuro. 7. A esperança da volta de Jesus. 8. Nenhum benefício, porque
nossa fé e esperança não teriam recompensa. 9. Jesus oferecerá uma ceia, um
banquete especial no reino de Seu Pai, a todos os Seus seguidores.
Resumo da lição 9 – Rituais e cerimônias da igreja
O aluno deverá:
Conhecer: As transformações e verdades espirituais simbolizadas pelo batismo, lava-pés e a Ceia do Senhor.
Sentir: Mediante experiência pessoal a natureza sagrada desses serviços ordenados por Cristo.
Fazer: Participar de todo o coração das expressões comuns da fé previstas nos serviços de batismo, lava-pés e Ceia do Senhor.
Esboço do aprendizado
I. Conhecer: Ordenados por Cristo
A. Por que os serviços de batismo, do lava-pés e da Ceia do Senhor são definidos
como
ordenanças, em vez de sacramentos?
B. Que transformações internas simbolizam essas ordenanças?
C. Que verdades da obra de Cristo em favor de Seu povo essas ordenanças ilustram?
II. Sentir: Experiência sagrada
A. Com relação ao batismo, ao lava-pés e à Ceia do Senhor, qual é a diferença entre aceitar mentalmente essas doutrinas e vivê-las na prática?
B. Enquanto aguardamos Sua segunda vinda, qual é o valor de se submeter à solicitação de Cristo de que esses ritos sagrados sejam observados em memória de Seu sacrifício?
III. Fazer: Expressões comunitárias de fé
A. Como esses sagrados ritos comunitários consolidam os vínculos religiosos e experiências compartilhadas de adoração? Por que não devemos negligenciar as oportunidades de compartilhar essas expressões de fé?
B. O que os seguidores de Cristo pode fazer a fim de experimentar mais plenamente os benefícios dessas ordenanças?
Resumo: O batismo, o lava-pés e a Ceia do Senhor são
ordenanças estabelecidas por Cristo como símbolos da participação em Seu
sofrimento, aceitação de Sua morte em nosso favor e disposição de assumir uma
nova vida de serviço e compromisso.
Ciclo
do aprendizado
Motivação
Conceito-chave para o crescimento
espiritual: As ordenanças do batismo, lava-pés e Ceia do Senhor
são atos simbólicos que comemoram importantes eventos espirituais para a vida
do crente.
Só para o professor: Peça que sua classe comente o papel dos rituais em
sua vida. Em nível individual, familiar, comunitário e nacional, qual é o
significado desses rituais em que eles se envolvem? Qual é o objetivo desses
rituais?
Atividade de abertura
Quer tenhamos consciência disso, quer não, todos temos rituais cotidianos que definem nossa vida diária, acordando em determinado momento, todas as manhãs e levando o cachorro para um passeio antes de ir para o trabalho, lendo o jornal, etc. A lição desta semana trata de um tipo diferente de rituais – os espirituais, que são dados para nos ajudar a nos sentir ligados a Deus. Considere com sua classe como o ritual do lava-pés é um tema que percorre toda a Bíblia. Explore alguns dos exemplos a seguir com sua classe e peça-lhes que busquem outros exemplos nas Escrituras:
• A primeira menção do lava-pés na Bíblia foi um ato de hospitalidade em que Abraão disse aos viajantes estranhos: Mandarei buscar um pouco d’água para que lavem os pés e descansem debaixo desta árvore" (Gn 18:4, NVI).
• Na história de Ló, também lemos que ele se ofereceu para lavar os pés dos viajantes (anjos) que entravam em Sodoma: “Acompanhem-me à casa do seu servo. Lá poderão lavar os pés (Gn 19:2, NVI).
• Seguem outros exemplos na história de Labão e Rebeca (Gn 24:32), um levita e sua concubina (Jz 19:21), Abigail e Davi (1Sm 25:41, 42), etc.
• Deus ordenou que os sacerdotes lavassem as mãos e os pés com água antes de entrarem no Lugar Santo ou Santo dos Santos, ou antes de oferecer sacrifícios sobre o altar (Êx 40:30-32).
Comente: Que funções o ato de lavar os pés no Antigo
Testamento exemplifica? Incentive a classe a refletir que pode ser um ato de
hospitalidade, cordialidade, limpeza e serviço, entre outras coisas. Como essa
prática se estendia ao longo das grandes histórias das Escrituras, da qual os
discípulos estavam bem cientes, havia uma profunda compreensão cultural da
tradição do lava-pés. Como o ato de Jesus lavar os pés de Seus discípulos tanto
confirma esses significados como, ao mesmo tempo, os amplia (por exemplo, pela
instituição da liderança servidora)?
Compreensão
Só para o professor: Encoraje a classe a observar como as três ordenanças
espirituais estudadas nesta semana: o batismo, o lava-pés e a observância da
Ceia do Senhor, são ritos interligados que, quando praticados, reafirmam os
elementos centrais de uma vida santificada. Juntos, esses três símbolos
constituem um ciclo virtuoso de salvação, aceitação dessa salvação e o
recebimento do perdão e repetidos atos de discipulado.
Comentário
Bíblico
I. O Batismo: Entrada para o discipulado
O
diálogo entre Jesus e Nicodemos em João 3 trata da indispensável necessidade de
receber o dom escatológico do Espírito, ou, como diz João, nascer do Espírito.
Concretamente, essa presença se dá pela ordenança do batismo. Aquele que recebe
o novo nascimento precisa nascer "da água e do Espírito" (3:5).
No diálogo com Nicodemos, Cristo respondeu à pergunta de como uma pessoa recebe
uma parte da herança de Cristo. A condição é “nascer de novo" e "de
cima" no batismo. O batismo é o seguinte passo lógico da fé, depois de
aceitar Cristo, pois "quem crer e for batizado será salvo " (Mc 16:16).
Jesus aponta para o batismo como a entrada para o discipulado. Essa ênfase está em harmonia com Sua ordem de batizar aqueles que O aceitam como Senhor e Salvador (Mt 28:16-20). O batismo ensina a necessidade de arrependimento, perdão e de tomar a importante decisão de aceitar Jesus como Redentor e Rei.
Em João, o batismo simboliza um requisito essencial para a purificação do pecado. Nas águas do batismo o crente é purificado do pecado. Ao ligar a água e o Espírito, Jesus manifesta dois grandes princípios experimentados pelo crente: a água representa a limpeza que apaga os pecados do passado, enquanto o Espírito representa o poder fortalecedor de Cristo que dá a vitória ao crente.
Pense nisto: Como o batismo simboliza a purificação do pecado e a
recepção do Espírito de Deus?
II. Lava-pés
O
lava-pés é um meio de reconciliação com Deus e com a humanidade. É um constante
lembrete de que a humanidade tem a grande necessidade de limpeza contínua dos
pecados pós-batismais e está em necessidade constante do amor e da graça de
Deus, que trazem perdão, justificação e santificação. Ao mesmo tempo, a
ordenança do lava-pés é um lembrete para tratar nosso irmão da mesma forma que
Jesus nos trata; de perdoar e nos reconciliar para que seja criada e mantida
uma comunidade de amor, unidade e comunhão, refletindo o amor de Deus. Assim, o
lava-pés, corretamente entendido e praticado, será o meio de cumprir ou, pelo
menos, contribuir muito para criar esse tipo de comunidade.
Durante a última Ceia (Jo 13:2-4), Jesus esperou, possivelmente, para dar a oportunidade para que um dos discípulos lavasse os pés do grupo. Quando isso não aconteceu, Jesus Se ergueu e começou a Se envolver em um ato de humildade e amor total. Ao tomar o papel de um escravo, Ele prefigurou o papel que iria tomar ao morrer na cruz e, ao fazê-lo, representou todo o plano da redenção. Além disso, ao lavar os pés dos discípulos, Jesus ensinou um princípio eterno de que Seu reino está fundamentado em amor e serviço abnegados e que o caminho para a glória é o caminho da humildade, serviço e até mesmo a morte para os outros e para si mesmo.
Pense nisto: Por que o lava-pés é um lembrete constante de que
cada discípulo precisa de perdão e purificação diária? Como também mostra que o
crente precisa do poder de regeneração do Espírito, a fim de levar uma vida
santificada?
III. A Ceia do Senhor
A
observância da Ceia do Senhor é importante para nossa compreensão da necessidade
do sacrifício de Cristo para nossa salvação. João, no capítulo 6:53, 54,
observa que Jesus disse aos discípulos: "Eu lhes digo a verdade: Se vocês
não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o Seu sangue, não terão
vida em si mesmos. Todo aquele que come a Minha carne e bebe o Meu sangue
tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia" (NVI). Nas
ordenanças do batismo, do lava-pés e da comunhão vemos os aspectos
complementares de água e sangue – ambos simbolizam como somos salvos e
purificados do pecado. Ellen G. White, em Primeiros Escritos, comenta que o sangue e a água representam o perdão
e o dom da vida. (p. 209).
Pense nisto: Como a observância da Ceia do Senhor simboliza o ato
final do sacrifício de Cristo para nossa salvação?
Aplicação
Só para o professor: Passe algum tempo comentando com a classe outras
formas pelas quais a Ceia do Senhor simboliza, não só a morte de Jesus e o
sacrifício na cruz, mas também Suas contínuas tentativas de nos alimentar e
nutrir. Considere os seguintes pontos e depois responda às perguntas que se
seguem.
1.
Ao tomarmos uma refeição, estamos "participando" de alimentos que se
tornam parte de nós. No ato da Comunhão, Jesus Se torna simbolicamente parte de
nós, e nos tornamos parte de Jesus. Como diz a Bíblia: "Permaneçam em Mim,
e Eu permanecerei em vocês" (Jo 15:4, NVI). Jesus é o maná celestial que
precisamos comer espiritualmente e de quem precisamos participar diariamente
pela fé para nos tornarmos um só com Ele.
2. A comida e a bebida são necessárias para sustentar a vida e, de igual forma, o pão e o vinho da última Ceia (o corpo e o sangue de Jesus) são necessários para nossa vida espiritual. Jesus é tanto o "pão da vida" como a "água da vida."
3. O ato de comer proporciona alegria e prazer. Como a Bíblia diz: "Provem, e vejam como o Senhor é bom" (Sl 34:8, NVI).
4. Os alimentos nos provêm a força para cumprir os deveres e responsabilidades da vida diária. Da mesma forma, quando participamos de Cristo na Ceia do Senhor, recebemos força espiritual e discernimento para cumprir nossos privilégios e deveres cristãos.
Perguntas indutivas, pensamentos e
aplicações:
Reflita sobre as diversas dimensões da Ceia do Senhor. Por que Deus usa uma refeição (a Última Ceia) como ordenança? O que Ele está tentando nos ensinar?
Criatividade
Só para o professor: Esta é uma boa oportunidade para rever o que foi
abordado na lição desta semana. Todos devem compreender o significado e os
aspectos importantes de cada uma das ordenanças. No entanto, como acontece com
tantos outros rituais orientados em torno de acontecimentos altamente
significativos e têm significado profundo, essas três ordenanças correm o risco
de perder seu significado quando não lhes damos o devido valor.
Como
as igrejas, os pastores e a comunidade em geral podem celebrar esses eventos
para que não se tornem tão mecânicos e ritualísticos? Como as pessoas podem se
preparar para praticá-las, para que seu coração e mente estejam abertos para
experimentar esses ritos da maneira significativa em que Deus deseja?
Comentários Lição 9 – Rituais e cerimônias da igreja
Felippe Amorim
Professor
de História, Ensino Básico Iaene e Graduando em Teologia, Salt-Iaene, 2012
Otoniel de Lima Ferreira
D.Min.
Professor de Evangelismo e Crescimento de Igreja Salt-Iaene
Introdução
A humanidade usa muitos símbolos. O budismo, por exemplo, usa a flor de loto como símbolo. O Judaísmo moderno usa a estrela de Davi (o Judaísmo antigo evitava criar símbolo por causa do 2º mandamento), o Islã tem como símbolo a lua crescente. O martelo e a foice simbolizam o marxismo, representando a indústria e a agricultura unidas.
Símbolos nos ajudam a entender e relembrar verdades importantes. Pensemos no trânsito. Para alguém que está em alta velocidade, ficaria difícil observar as placas de trânsito se elas estivessem escritas por extenso. Os símbolos substituem as letras. Quem se encontra em um país cujo idioma é desconhecido, pode encontrar o banheiro, por exemplo, através dos símbolos.
No cristianismo também existem símbolos. Muitos são criações humanas e estes não nos interessam. Alguns, no entanto, foram estabelecidos por Cristo. Destes, os três mais antigos e importantes são o batismo, o lava-pés e a Ceia do Senhor (veja a Lição da Escola Sabatina, 4º tri, 2012, p. 60).
Batismo
O batismo é um ensino bíblico e deve ser adotado pelos seguidores do Mestre.
É importante observarmos rapidamente as palavras originais para batismo. O verbo batizar vem da raiz grega baptizo que quer dizerimergir. Há uma raiz correlata: bapto que significa “mergulhar em ou sob”. No Novo Testamento, a raiz baptizo é usada mais de 60 vezes para se referir ao batismo por imersão.
Muitas passagens reforçam a ideia de batismo por imersão. Em Mateus 3:16 lemos que Jesus saiu da água após o batismo. Em João 3:23 podemos perceber que as pessoas eram batizadas num lugar em que havia muita água. Em Atos 8:38, 39 lemos o relato em que Felipe e o Eunuco entraram na água e, depois do batismo, saíram dela.
Na grande comissão deixada a nós por Jesus em Mateus 28:19, 20, encontramos uma clara menção ao batismo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação do século”. Essa é uma ordem de Jesus. O batismo faz parte do trabalho deixado por Ele para a igreja.
Para que alguém seja batizado, é preciso que tenha consciência do que está fazendo. Isso descarta o batismo de bebês. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16:16). Para crer é preciso ter um nível mínimo de maturidade.
A primeira referência ao batismo no Novo Testamento é a de João Batista. Seu próprio nome é uma referência a essa atividade que o marcou profundamente.
Vinculado à mensagem forte de arrependimento e perdão de pecados, João celebrava esta ordenança: “Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus. [...]Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judeia e toda a circunvizinhança do Jordão, e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados” (Mt 3:1-6).
Os quatro evangelhos registram o batismo de Jesus, que serve comoexemplo para cada cristão (Mt 3:13-17; Mc 1: 9-11; Lc 3: 21, 22; Jo 1:31-34). Não foi somente com o ato que Cristo ratificou o batismo, mas Ele vinculou ao batismo à entrada no reino do Céu. No diálogo com Nicodemos Ele falou: “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3:5).
No livro de Atos encontramos muitos registros de batismos, sempre vinculados ao arrependimento e perdão de pecados. Em Atos 1:5 lemos: “João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” Aqui é mencionado o batismo nas águas e o do espírito. No sermão de Pedro também há um apelo para o batismo: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2:38). Em diversos lugares (At 8:12; 9:3, 4, 8, 17, 18; 22:16; etc.) encontramos episódios em que a igreja primitiva realizou essa ordenança de Cristo.
O apóstolo Paulo também confirmou a importância do batismo. Em Romanos 6: 1-11 ele esclarece esse assunto:“Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (v. 4). Em 2 Coríntios 5:17, Paulo falou da necessidade de sermos novas criaturas e este certamente é um paralelo com o novo nascimento simbolizado pelo batismo.
Há também questões práticas relacionadas ao batismo. É a partir dele que o novo cristão tem acesso à igreja, ou seja, se torna membro do corpo de Cristo.
Ellen G. White falou bastante sobre esse ritual: “Depois de o cristão haver recebido a ordenança do batismo, deve ter em mente que está consagrado a Deus, a Cristo e ao Espírito Santo” (Evangelismo, p. 315).
“Os que recebem a ordenança do batismo, fazem por ela declaração pública de haver renunciado ao mundo e se tornado membros da família real. (...) Os que assim fazem, devem tornar todas as considerações mundanas secundárias a seu novo relacionamento. Declaram publicamente que não mais viverão em orgulho e condescendência com o próprio eu. (...) Acham-se ligados por solene concerto a viver para o Salvador. Cumpre-lhes usar para Ele todos os talentos que lhes foram confiados” (Manuscrito 27, 1900).
“Cristo tornou o batismo a entrada para o Seu reino espiritual. Fez disto uma positiva condição com que todos terão de se ajustar para ser reconhecidos sob a autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. [...] Cristo torna imperativo aos que recebem essa ordenança, que se lembrem de que estão obrigados por solene concerto a viver para o Senhor. Devem usar para Ele todos os recursos a eles confiados, jamais perdendo de vista a realidade de que levam o sinal de Deus de obediência ao sábado do quarto mandamento, que são súditos do reino de Cristo, participantes da natureza divina. Devem entregar a Deus tudo que têm e são, empregando todos os seus dons para Sua glória. Os que são batizados no tríplice nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, à entrada mesmo de sua vida cristã declaram publicamente que aceitaram o convite: "Saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo poderoso" (2Co 6:17, 18). "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (2Co 7:1).[...]. O Pai, o Filho e o Espírito Santo, seres infinitos e oniscientes, recebem os que verdadeiramente entram em relação de concerto com Deus. Estão presentes em cada batismo, para receber os candidatos que renunciaram ao mundo e receberam a Cristo no templo do coração. Esses candidatos entraram para a família de Deus, e seus nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro”( SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1.075).
Lava-pés
Muitos cristãos passam por alto a cerimônia do lava-pés. Como se ela não fosse importante e indicada pelo próprio Cristo.
Existe base bíblica para esse rito. É verdade, no entanto, que ele não aparece sempre com a conotação litúrgica. No Antigo Testamento o encontramos como ato de hospitalidade e higiene. Existem oito referências a ele (Gn 18:4, 19:2, 24:32, 43:24, Jz 19:21, 1Sm 25:41).
No Novo Testamento, encontramos o lava-pés como ato de hospitalidade (Lc 7:44, 1Tm 5:10) e também como cerimônia litúrgica (Jo 13:1-20). No verso 14 identificamos um convite de Jesus para continuarmos a prática: “Se Eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros”.
O lava-pés representa ações espirituais importantes como a purificação dos pecados pós-batismais (Jo 13:10). Além disso, serve para rememorar a humilhação de Jesus em nosso favor. Ele também é um ato de preparação para a Ceia do Senhor e nos ajuda a apreciar o amor e a humilhação de Cristo em nosso favor. Ajuda-nos ainda a desenvolver a disposição em servir ao próximo e subjugar o orgulho e o egoísmo que nos são tão comuns.
“A ordenança do lava-pés ilustra, de modo mais convincente, a necessidade da verdadeira humildade. Enquanto os discípulos contendiam entre si pelo lugar mais elevado no reino prometido, Cristo Se cingiu e executou o trabalho de um servo, lavando os pés daqueles que O chamavam de Senhor” (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 1.139).
“A reconciliação mútua dos irmãos é a obra para que foi estabelecido o rito do lava-pés. ... Quando é celebrada, Cristo está presente por meio de Seu Santo Espírito. Esse Espírito é que produz convicção no coração. Quando Cristo celebrou esse rito com Seus discípulos, o sentimento de pecado se manifestou no coração de todos, exceto no de Judas. Assim também o sentimento de pecado se apoderará de nós, ao falar-nos Cristo ao coração. As fontes de nosso coração serão abertas. A mente será fortalecida e, entrando em atividade e vida, destruirá toda barreira que houver causado desunião e afastamento. Os pecados que hajam sido cometidos aparecerão com mais notoriedade que nunca antes; pois o Espírito Santo no-los trará à lembrança” (Evangelismo, p. 275).
A ceia do Senhor
No Novo Testamento há diversas referências à ceia do Senhor. Nos evangelhos sinóticos (Mt 26:26-29, Mc 14:22-26, Lc 22:14-20), encontramos o relato de diferentes ângulos. Paulo relatou a história dessa ceia de Jesus em 1 Coríntios 11:23-25.
A ceia estava intimamente ligada à páscoa judaica. Ela foi instituída ainda no contexto do êxodo. Para os judeus, a ceia e a páscoa apontavam para a frente. Para os cristãos, a ceia e a páscoa apontam para trás. Ambos estão concentrados na cruz de Cristo. Assim como a Páscoa comemorava a libertação de Israel da escravidão do Egito, a Ceia do Senhor comemora a libertação do Egito espiritual, da escravidão do pecado.
Os elementos envolvidos na ceia são o pão sem fermento como símbolo do corpo de Cristo, quebrado em nosso favor, e o cálice com suco de uva não fermentado, representando o puro sangue de Cristo vertido na cruz em favor de cada pecador.
Cristo nos deixou a promessa de que um dia poderemos participar de uma ceia celebrada no Céu por Ele mesmo (Lc 22:18).
Nos momentos de celebração da ceia na igreja, sempre surge uma pergunta: Quem pode participar? A Bíblia não apresenta grupos definidos que podem ou não participar da cerimônia. O apóstolo Paulo deixou um critério pessoal para que cada um se avalie (1Co 11:27-28). A recomendação é não participar indignamente.
O tratado de Teologia Adventista apresenta uma posição sobre isso: “Aqueles que foram batizados em Cristo podem se aproximar com confiança da graça de Deus, e participar na comunhão. Os que não são crentes batizados não teriam razão justificada para participar. No contexto do batismo de um crente, crianças não batizadas devem ser convidadas a observar como os outros participam. Depois de terem sido devidamente instruídas e batizadas, elas podem se juntar aos outros crentes na celebração da morte, ressurreição e breve vinda de seu Senhor” (Tratado de Teologia Adventista, p. 665).
Nos escritos de Ellen White também encontramos uma posição a respeito de quem deve participar da Ceia: “O exemplo de Cristo proíbe exclusão da Ceia do Senhor. Verdade é que o pecado aberto exclui o culpado. Isso o Espírito Santo ensina plenamente (1Co 5:11). Além disso, porém, ninguém deve julgar. Deus não deixou aos homens dizer quem se apresentará nessas ocasiões. Pois quem pode ler o coração? Quem é capaz de distinguir o joio do trigo? [...]" (1Co 11:28, 27 e 29, RC; O Desejado de Todas as Nações, p. 656).
Conclusão
Ao participarmos desses três importantes rituais estabelecidos por Cristo, demonstramos que temos um compromisso sério com Jesus e que estamos dispostos a viver de acordo com a vontade dEle até que Ele venha nos buscar.
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