Lição 4 - Testemunho e
serviço: o fruto do reavivamento
20 a 27 de julho
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ec 9–12
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto
em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra” (At
1:8).
Leituras da Semana:
O propósito do reavivamento é encher nosso coração com tanto amor por Jesus que almejemos compartilhar esse amor com todas as pessoas. No genuíno reavivamento, nosso coração é despertado para a bondade, compaixão, perdão e poder de Deus. Ficamos encantados por Seu amor e somos transformados por Sua graça, de tal maneira que não podemos ficar em silêncio.
Em contrapartida, um “reavivamento” que focaliza “apenas a experiência espiritual” erra o alvo. Se o reavivamento desenvolve atitudes críticas com relação às pessoas que não estão à altura do nosso “padrão de santidade”, certamente não é inspirado pelo Céu. Se a ênfase do reavivamento é simplesmente mudar o comportamento exterior, em vez de mudar o coração, algo está errado.
O genuíno reavivamento nunca leva ao egocentrismo ou, especialmente, à autossuficiência ou autoexaltação, mas a uma altruísta preocupação com os outros. Quando nosso coração é renovado pela graça de Deus, desejamos abençoar e servir os que estão em necessidade. Todo reavivamento genuíno leva a uma ênfase renovada na missão e no serviço.
Domingo
Ano Bíblico: Ct 1–4
Comissão e promessa de
Cristo
Cristo não estabeleceu
Sua igreja a fim de que ela simplesmente cuidasse de si mesma. As palavras de
despedida de Jesus focalizaram a missão da igreja. A intenção de Cristo é que a
igreja olhe além de si mesma. Ele a estabeleceu para compartilhar a luz do Seu
amor e a mensagem de Sua salvação com o mundo.
1. Leia e resuma os textos a seguir. Como
cada passagem revela o desejo de Jesus para Sua igreja? Mt
28:19, 20;Mc 16:15; Lc
24:45-49; Jo
20:21
Uma vez que Cristo subiu
ao Céu, a igreja devia ser a manifestação visível do Seu amor e graça ao mundo.
Os discípulos tinham uma missão: compartilhar uma mensagem. Eles tinham uma
tarefa para completar. Deviam continuar a obra que Jesus havia começado.
“A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir e sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o princípio tem sido plano de Deus que, por meio de Sua igreja seja refletida para o mundo Sua plenitude e suficiência. Aos membros da igreja, a quem Ele chamou das trevas para Sua maravilhosa luz, compete manifestar Sua glória. A igreja é a depositária das riquezas da graça de Cristo e, pela igreja será, a seu tempo, manifesta, mesmo aos ‘principados e potestades nos céus’, a final e ampla demonstração do amor de Deus” (Ef 3:10, RC; Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 9).
A preocupação de Jesus é a salvação da humanidade. O apóstolo Paulo escreveu ao seu jovem amigo Timóteo que o desejo do Salvador é que “todos [...] sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2:4). O apóstolo Pedro acrescentou que o Senhor é “longânimo para [conosco], não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3:9).
Você tem interesse em
levar o evangelho aos outros? Como você tem demonstrado esse desejo? O que sua
resposta diz sobre você e suas prioridades?
Segunda
Ano Bíblico: Ct 5–8
Recebendo a promessa
A missão de compartilhar
o amor e a verdade de Deus com o mundo inteiro deve ter parecido esmagadora
para o pequeno grupo de discípulos. O desafio era enorme, a tarefa imensa. A
conclusão da obra no tempo deles certamente pode ter parecido impossível (como
pode parecer em nosso tempo). As melhores estimativas são de que a população do
Império Romano no primeiro século era de aproximadamente 180 milhões. De acordo
com o primeiro capítulo de Atos, uns 120 cristãos se reuniram no cenáculo no
dia de Pentecostes. Essa é uma relação de aproximadamente um cristão para cada
1,4 milhão de pessoas no império. Do ponto de vista humano, parecia impossível
cumprir a ordem de Jesus.
2. Quais foram os resultados do derramamento
do Espírito Santo sobre a missão da igreja primitiva? At
2
Os resultados foram
surpreendentes. A igreja cristã explodiu em crescimento. Dezenas de milhares
foram convertidos. A mensagem do amor de Jesus chegou às partes mais remotas do
império.
Plínio, o Moço, governador da província romana da Bitínia, na costa norte da moderna Turquia, escreveu ao imperador Trajano, por volta do ano 110 d.C., descrevendo os julgamentos oficiais que estava conduzindo para encontrar e executar cristãos. “Muitos de todas as idades, de todas as classes sociais, de ambos os sexos, estão sendo chamados para o julgamento e serão convocados. Não somente cidades, mas vilas e mesmo áreas rurais foram invadidas pela infecção dessa superstição [cristianismo].”
Essa citação é notável. Revela que em poucas gerações o cristianismo havia invadido quase todos os níveis da sociedade, mesmo nas províncias remotas.
Noventa anos depois, por volta de 200 d.C., Tertuliano, advogado romano que se tornou cristão, escreveu uma carta desafiadora aos magistrados romanos defendendo o cristianismo. Ele se vangloriava: “quase todos os cidadãos de todas as cidades são cristãos.”
A história do livro de Atos é a história de uma igreja reavivada e dedicada a testemunhar em favor de seu Senhor. O reavivamento espiritual sempre leva ao testemunho apaixonado. Partilhar é a consequência natural de uma vida transformada. Jesus disse ao Seus discípulos: “Vinde após Mim, e Eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4:19). Quanto mais perto estamos de Jesus, mais nos preocupamos com o que Ele Se preocupa. Se temos pouco interesse em compartilhar Seu amor com os outros, deve ser porque O estamos seguindo a distância e precisamos de um reavivamento espiritual.
Terça
Ano Bíblico: Is 1–4
O poder do testemunho
pessoal
O ritual religioso tem
pouco poder para transformar vidas. O formalismo religioso torna as pessoas
espiritualmente estéreis. Sozinha, doutrina não transforma corações. O poder do
testemunho do Novo Testamento estava enraizado na autenticidade de vidas
transformadas pelo evangelho. Os discípulos não estavam encenando. Eles não
estavam apenas cumprindo formalidades. Não tinham uma forma de espiritualidade
artificial. O encontro com o Cristo vivo os havia transformado e eles não
podiam ficar em silêncio.
3. Que ponto em comum ocorreu nas
experiências de Paulo e João que os tornou testemunhas tão poderosas? At
22:1-14; Fp
3:1-7; 1Jo 1:1-4
No tempo do Pentecostes,
os discípulos eram pessoas transformadas. Algo aconteceu com eles para que o
Espírito Santo pudesse fazer alguma coisa por meio deles. O Espírito Santo
havia feito algo por eles, para que pudesse fazer uma obra com a participação
deles. O Espírito transbordou da vida deles para renovar a vida de outros.
Jesus disse: “Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7:38). Nesse caso, a raiz da palavra para “crer”, em grego, é pistis. Significa muito mais do que uma crença superficial ou mera aceitação intelectual. É uma crença sólida ou firme confiança. É uma dinâmica e transformadora fé em Cristo, Aquele que derramou Sua vida na cruz pelos pecados da humanidade. A mensagem de Jesus é que, quando Seu amor sacia nossa sede espiritual, esse amor flui de nosso coração para as pessoas ao nosso redor.
“Nossa confissão de Sua fidelidade é o meio escolhido pelo Céu para revelar Cristo ao mundo. Temos de reconhecer-Lhe a graça segundo nos é dada a conhecer através dos santos homens da antiguidade; mas o que será mais eficaz é o testemunho de nossa própria experiência. Somos testemunhas de Deus ao revelar em nós mesmos a atuação de um poder que é divino” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 347).
O testemunho mais poderoso é o de um cristão que conhece Jesus pessoalmente. Não há substituto para o testemunho que brota naturalmente de um coração envolvido pelo amor de Jesus.
Que tipo de testemunho
pessoal você tem sobre o que o Senhor fez por você? Como você pode aprender a
compartilhá-lo mais frequentemente com outros?
Quarta
Ano Bíblico: Is 5–7
A fé que cresce
A atividade é uma lei da
vida. Para ser saudável, nosso corpo precisa de exercício constante. Todos os
órgãos, músculos e tecidos são fortalecidos e revigorados por meio do
exercício. Quando negligenciamos o exercício, nosso sistema imunológico fica
comprometido, e nos tornamos mais suscetíveis às doenças.
Algo semelhante acontece conosco quando não exercitamos a fé pelo testemunho. As palavras de Jesus, de que “mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20:35), também se aplicam à nossa vida espiritual. Quando partilhamos a Palavra de Deus com os outros, crescemos espiritualmente. Quanto mais amamos Jesus, mais temos vontade de testemunhar do Seu amor. Quanto mais testemunhamos do Seu amor, mais O amamos. Compartilhar a fé fortalece a fé.
Quanto mais revelamos
nossa fé, mais ela se multiplica. Esta lei da multiplicação é um princípio
divino da vida espiritual: Dar e crescer, ou reter e murchar. Jesus aumenta
nossa fé quando a compartilhamos com outros. Ao compartilharmos Jesus (o Pão da
vida) com pessoas espiritualmente famintas ao nosso redor, esse Pão Se multiplica
em nossas mãos e acabamos tendo mais do que tínhamos antes.
Jesus tinha apenas cinco pães e dois peixes. Depois que as cinco mil pessoas estavam plenamente satisfeitas com sua refeição, o que havia sobrado era mais do que Jesus tinha inicialmente. Havia ainda doze cestos cheios de alimento!
As instruções de Jesus à Sua Igreja do Novo Testamento são muito claras para ser mal interpretadas. Ele declarou: “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10:8). Testemunhar é a brisa suave que transforma as fagulhas do reavivamento em chamas pentecostais. Quando o testemunho e o serviço não acompanham um reavivamento da oração e estudo da Bíblia, as chamas do reavivamento são apagadas e as brasas logo se esfriam.
Quanto mais
testemunhamos, mais nossa fé cresce. Você concorda? Qual tem sido sua
experiência com essa verdade fundamental?
Quinta
Ano Bíblico: Is 8–10
Reavivamento, testemunho
e intervenção divina
A emocionante história
do rápido crescimento do cristianismo, no livro de Atos, é a história de uma igreja
reavivada, testemunhando sobre o amor de Jesus. É a história de uma igreja que
regularmente experimentava a intervenção divina. Testemunhar era um estilo de
vida para aqueles cristãos primitivos.
“Todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At 5:42). A perseguição também promoveu a causa do evangelho. Quando a perseguição dispersou os membros da igreja em Jerusalém, “os que foram dispersos iam por toda parte pregando a Palavra” (At 8:4).
Um dos exemplos mais notáveis da intervenção divina, em Atos, é a história de Filipe e o eunuco, oficial do governo etíope.
5. Leia a história do ensinamento de Filipe e
a resposta do etíope em Atos 8:26-38. O que podemos tirar
dessa história sobre reavivamento e testemunho?
“Um anjo guiou Filipe
àquele que procurava a luz, e que estava pronto para receber o evangelho. Hoje,
anjos guiarão os passos dos obreiros que permitem ao Espírito Santo
santificar-lhes a língua e purificar e enobrecer seu coração. O anjo enviado a
Filipe poderia ter ele mesmo feito a obra pelo etíope, mas essa não é a maneira
de Deus agir. É Seu plano que os homens trabalhem por seus semelhantes” (Ellen
G. White, Atos dos Apóstolos, p. 109).
Há três elementos essenciais no reavivamento: oração, estudo da Palavra de Deus e testemunho. Quando os filhos de Deus O buscam em intercessão fervorosa e sincera, quando enchem a mente com as verdades da Sua Palavra, e testemunham apaixonadamente sobre Seu amor e verdade, Deus intervém e abre portas incomuns para a proclamação da verdade.
O que você faz quando
surgem oportunidades para testemunhar? Você testemunha, ou encontra alguma
desculpa para não fazê-lo? O que sua resposta diz sobre sua necessidade de
reavivamento e reforma?
Sexta
Ano Bíblico: Is 11–14
Estudo adicional
“Em Sua sabedoria, o
Senhor põe os que estão à procura da verdade em contato com seus semelhantes
que a conhecem. É plano do Céu que os que receberam a luz a comuniquem aos que
se acham em trevas. Tirando sua eficiência da grande Fonte da sabedoria, a humanidade
se torna o instrumento, a agência operadora por meio da qual o evangelho exerce
seu poder transformador sobre a mente e o coração” (Ellen G. White, Atos
dos Apóstolos, p. 134).
“Deus poderia haver realizado Seu desígnio de salvar pecadores sem nosso auxílio, mas, a fim de desenvolvermos caráter semelhante ao de Cristo, precisamos compartilhar Sua obra. A fim de participar da alegria dEle – a alegria de ver pessoas redimidas por Seu sacrifício –, devemos tomar parte em Seus labores para redenção delas” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 142).
Perguntas para reflexão
1. Qual é a ideia
principal da lição desta semana? Deus está chamando você para fazer mudanças na
sua vida? Suas prioridades precisam ser reajustadas de alguma forma? O que Deus
está pedindo que você faça?
2. Pense mais na maravilhosa verdade de que, quanto mais testemunhamos da nossa fé, mais ela cresce. Por que isso é verdade? Por que esse princípio faz tanto sentido?
3. Você testemunha com frequência em favor de Jesus? Se não, pergunte a si mesmo: Por quê? Você tem medo de rejeição? Se esse é o problema, considere quantas vezes Jesus foi rejeitado. Se a rejeição não O impediu, também não deveria nos impedir. Ou você deixa de testemunhar porque não tem certeza sobre o que dizer? Sendo assim, o que isso lhe diz sobre sua necessidade de comunhão mais profunda com o Senhor?
4. Nesta semana falamos que o ritual religioso por si só não pode produzir mudança no coração. Qual é o lugar dos rituais e tradição em nossa fé e em nossa igreja? Os rituais e a tradição têm utilidade no reavivamento e reforma?
5. Por que encontramos tanta satisfação em ser usados por Deus para levar pessoas a Ele?
Respostas sugestivas: 1. O desejo de Cristo é que cumpramos
a missão de pregar o evangelho, fazer discípulos, batizar e ensinar. 2. Os
discípulos anunciaram o nome de Jesus poderosamente, milhares se converteram e
a igreja permaneceu unida no amor. 3. Viram e ouviram a Jesus, e foram
transformados. 4. Recebemos o alimento espiritual das mãos de Cristo, e
partilhamos essas bênçãos com as pessoas ao nosso redor. 5. Quando temos
comunhão com Deus, o Espírito Santo nos conduz a pessoas sinceras, que precisam
do evangelho. O Senhor nos ensina o que dizer e assim vidas são transformadas.
ESCOLA
SABATINA
Texto-chave:
Mateus 28:19, 20
O aluno deverá...
Conhecer: A relação entre conhecer Cristo pessoalmente e compartilhá-Lo apaixonadamente. O propósito desta lição é revelar que o fruto de conhecer Cristo é compartilhar Cristo. Cristãos saudáveis oram, estudam e testemunham. Sem testemunho, oração e estudo da Bíblia podem facilmente se tornar formalismo vazio ou ritual farisaico.
Sentir: O desejo natural de testemunhar, que transborda de um coração convertido.
Fazer: Aproveitar as oportunidades dadas por Cristo para testemunharmos e reservar tempo a cada semana para o serviço altruísta e o evangelismo.
Esboço
I. Conhecer: As palavras finais de Cristo
A. Por que as palavras de despedida de Cristo, em Mateus 28:18-20, são tão vitais para a igreja hoje?
B. Quais os dois aspectos que tornaram o testemunho dos discípulos tão eficaz?
II. Sentir: Experimentando o impacto do poder
do Espírito Santo
A. Como você se sentiria se fizesse parte de um pequeno grupo de cristãos do Novo Testamento, cujo Mestre tivesse acabado de subir ao Céu, deixando-o com a difícil tarefa de alcançar o mundo com a mensagem do Seu amor?
A. Como você se sentiria se fizesse parte de um pequeno grupo de cristãos do Novo Testamento, cujo Mestre tivesse acabado de subir ao Céu, deixando-o com a difícil tarefa de alcançar o mundo com a mensagem do Seu amor?
B. O que deu a esses discípulos tanta confiança? O que nos dá confiança de que a tarefa pode ser concluída em nossos dias?
C. Qual é o papel do Espírito Santo e dos anjos na conquista de pessoas? Qual é o nosso papel?
III. Fazer: Cumprindo a missão
A. O que significa para você a Grande Comissão de Mateus 28:18-20?
B. De que maneira você tem tentado compartilhar o amor de Jesus com outras pessoas?
Resumo: Testemunhar e viver para ser uma
bênção aos outros é o fruto de uma experiência íntima com Jesus. Cristianismo é
muito mais do que tentar salvar a nós mesmos. Significa permitir que Jesus nos
salve e nos envie como embaixadores de Sua graça, a fim de levar a outros o
amor que transformou nossa vida. Quando experimentarmos esse amor,
experimentaremos o verdadeiro reavivamento.
Ciclo do Aprendizado
Motivação
Focalizando a Palavra: Mateus 28:18-20
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Cristianismo autêntico sempre se
manifesta no testemunho e serviço. Quando conhecemos Cristo, desejamos
compartilhar Cristo. O reavivamento é acompanhado pelo testemunho fervoroso.
Isso ocorreu no livro de Atos e ocorre na igreja hoje.
Somente para o professor: O foco da lição desta semana é que todo reavivamento genuíno deve se manifestar no testemunho, que não é apenas consequência do reavivamento, mas razão essencial para sua existência. Ajude sua classe a entender que, quanto mais estivermos envolvidos no serviço de Cristo, mais perto dEle estaremos.
Atividade de abertura: Leia
com a classe a seguinte declaração do livro Caminho a Cristo. Se necessário,
leve cópias do texto para distribuir aos alunos. Depois responda às perguntas
seguintes à declaração.
“Se vos puserdes a trabalhar como Cristo determina que Seus discípulos o façam, e conquistar almas para Ele, sentireis a necessidade de uma experiência mais profunda e um maior conhecimento das coisas divinas, e tereis fome e sede de justiça. Instareis com Deus, e vossa fé se fortalecerá e vossa alma beberá livremente da fonte da salvação. As oposições e provações que encontrardes vos impelirão para a Bíblia e para a oração. Crescereis na graça e no conhecimento de Cristo e desenvolvereis uma rica experiência” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 80).
1. Com base na declaração de Ellen G. White, qual é a relação entre a vida espiritual e o testemunho sobre a fé?
2. De que maneiras o testemunho contribui para o crescimento espiritual?
Compreensão
Só para o professor: Enfatize a importância das palavras
finais de uma pessoa. Mateus 28:18-20 é a comissão dada aos discípulos por
Cristo em Sua despedida. Pergunte aos alunos se eles já receberam uma carta ou
e-mail de alguém que sabia que estava perto da morte. Possivelmente alguém se
lembre da última noite que um filho ou filha passou em casa, antes de se mudar
para outra cidade para estudar, antes de se casar ou começar a servir o
Exército. Como foram esses momentos?
Comentário Bíblico
I. Palavras finais de Cristo
(Recapitule com a classe Mateus 28:18-20.)
Nossa passagem começa com a promessa de poder. Jesus disse: “Toda a autoridade [poder] Me foi dada no Céu e na Terra. Ide, portanto [...]”. A palavra “autoridade” é exousia em grego. É o mesmo poder que Jesus exerceu livremente sobre as forças do mal em Seu ministério. Com base na autoridade de Cristo e por meio do poder de Cristo Seus discípulos são enviados. A Grande Comissão é acompanhada por uma grande promessa. Eles não vão em sua força, mas na dEle.
A comissão “Ide” inclui cada cristão. Nosso Senhor não chama os qualificados. Ele chama todos os cristãos e os qualifica. A prioridade é fazer discípulos de todas as nações. O cristianismo foi a primeira religião verdadeiramente internacional. As palavras de Jesus eliminam as fronteiras nacionais. Os seguidores de Cristo são membros de Sua igreja, que inclui pessoas de “cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6). A missão da igreja é alcançar o mundo com a mensagem de Jesus e Sua verdade. Para os que Lhe entregam a vida, Jesus promete Sua presença. Ele declara: “Estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20). Embora Cristo não mais estivesse presente fisicamente com Seus discípulos, mediante o ministério do Espírito Santo, Ele continuava tão perto deles como se nunca tivesse partido. A promessa de Sua presença sustentaria a igreja na realização da missão até a volta de Cristo.
Pense nisto: Quando compartilhamos a Palavra de Deus, fazemos isso com a autoridade de Jesus Cristo. Participamos com Ele da missão em relação ao mundo perdido. Como isso faz você se sentir?
II. A promessa de Poder
(Recapitule com a classe Atos 1:8; 2:38, 39.)
A palavra para poder em Atos 1:8 é dunamis, da qual é derivada a palavra dinamite. Esse é o poder do Espírito Santo que vem sobre os que entregam a vida a Jesus, como foi prometido em Atos 2:38, 39. É o poder para vencer as forças do mal e proclamar o evangelho até os confins da Terra. O dom do Espírito Santo é absolutamente essencial para receber poder a fim de testemunhar. O reavivamento de Atos ocorreu quando os discípulos entregaram a vida à missão de alcançar o mundo com o evangelho. Quando a igreja de Cristo obedecer à ordem de anunciar a boa-nova de Sua graça ao mundo, Seu Espírito cairá com pleno poder, para que ela seja fortalecida e realize a tarefa dada por Ele.
De acordo com Atos 2, a promessa do Espírito Santo não foi apenas para a igreja do Novo Testamento, mas para Seu povo até o fim do tempo. Em seu sermão no dia de Pentecostes, Pedro assegurou aos convertidos recém-batizados que a promessa era “para [eles...], para [seus] filhos e para todos os que ainda [estavam] longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, [chamasse]” (At 2:39). A promessa do Espírito Santo é para todas as gerações de cristãos. É especialmente necessária para Sua igreja dos últimos dias para terminar a obra de Deus na Terra. Sem o derramamento do Espírito Santo, a tarefa de anunciar o evangelho aos confins da Terra é impossível. Mas, pelo poder de Jesus, manifesto em Seu Espírito, o impossível se torna possível (Mt 19:26). Nossa maior necessidade é o derramamento do Espírito Santo, mas Deus não O derramará sobre uma igreja que tem pouco interesse em testemunhar.
Pense nisto: Pouco
antes de Jesus subir ao Céu, Ele prometeu enviar o mais precioso dom de Deus à
Sua igreja na Terra, o dom do Espírito Santo. Quando testemunhamos de Jesus, o
fazemos com Sua autoridade e no poder do Espírito Santo. Por que, então, às
vezes somos tão impotentes no testemunho?
III. Encontros divinos
(Recapitule com a classe Atos 8–10.)
Ao estudar a experiência de Filipe e o etíope, na lição de quinta-feira, destaque o poder miraculoso de Deus, descrito em Atos 8–10. O Espírito Santo abriu as portas para três grupos de pessoas em tempo muito curto. Em Atos 8, vemos o continente africano se abrindo para o evangelho. O tesoureiro da Etiópia recebeu Cristo quando o Espírito Santo conduziu Filipe até ele. Em Atos 9, Saulo foi convertido. Seu nome e sua vida foram transformados. Paulo proclamou o evangelho por toda a Ásia Menor, e igrejas foram levantadas em todo o mundo mediterrâneo. Em Atos 10, Deus deu sonhos tanto a Cornélio quanto a Pedro a fim de prepará-los para um encontro divino. Cornélio, líder do exército romano, aceitou Cristo e, sem dúvida, influenciou seus associados romanos. Relembre à classe que quando aproveitamos as oportunidades que Cristo oferece, Ele abrirá portas que não podemos sequer imaginar.
Pense nisto: Deus
prepara pessoas para nosso testemunho antes de as conhecermos. Como essa
preparação acontece?
Aplicação
Só para o professor: Use as seguintes perguntas para
enfatizar a necessidade de que cada cristão se envolva ativamente no
testemunho.
Perguntas para reflexão
1. Por que o
reavivamento não é possível sem compromisso com o testemunho?
2. Qual é o papel do reavivamento no testemunho? Qual é o papel do testemunho no reavivamento?
Perguntas para aplicação
Quais atividades de testemunho podemos realizar como classe da Escola Sabatina? Que atividades podem ser semanais ou mensais?
Atividades de testemunho: Analise com a classe vários projetos de testemunho e missão nos quais vocês podem participar juntos. Aqui estão algumas possibilidades:
1. Faça uma lista de ex-membros da igreja e pessoas afastadas. Comece a orar por eles e dedique um sábado por mês para visitá-los.
2. Faça uma lista de pessoas que estão no hospital ou em casas de repouso e visite-as mensalmente.
3. Separe um sábado a cada dois meses para distribuir literatura no bairro da igreja.
4. Que outras coisas você pode imaginar? Faça sua lista e escolha algumas atividades de testemunho para realizar com a classe.
Atividades práticas
Somente para o professor: O
ponto principal na lição desta semana é que, sem testemunho não pode haver
reavivamento. O Espírito Santo vem para fortalecer o testemunho de modo que
alcancemos os outros com o evangelho. Orar pelo reavivamento inclui orar pelos
perdidos e fazer tudo o que pudermos para alcançá-los para Jesus.
1. Sua experiência com
Jesus aprofundou o desejo de testemunhar de Seu amor?
2. Houve um momento em sua vida em que você se envolvia ativamente no serviço de Cristo? Você se sentia mais perto de Jesus? Por quê?
3. É possível nós nos tornarmos tão envolvidos que fiquemos esgotados, negligenciando a oração e estudo da Bíblia. Como podemos evitar que isso aconteça?
Planejando atividades: O
que sua classe de Escola Sabatina pode fazer na próxima semana como resposta ao
estudo da lição?
COMENTÁRIO
SEMANAL
O pastor Everaldo Carlos
(@everaldocarlos1) é bacharel em Teologia e pós-graduado em Missiologia com
ênfase em missão urbana pelo SALT-IAENE. Atualmente é pastor do distrito de
Planta São Marcos, na Associação Sul Paranaense.
Ampliação
“Recebereis poder, ao
descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas tanto em
Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra” (At 1:8).
Agostinho de Hipona disse: “Aquilo porque vivo, comunico.” Essa célebre frase resume muito bem a lição desta semana. A missão deve permear as atividades da vida do cristão. O testemunho é um reflexo do que Deus tem feito na nossa vida. O cristão é um espetáculo ao Universo. O resultado de amar Jesus é compartilhar essa experiência. Então, por que temos tanto medo de fazê-lo?
Antes da ascensão, Jesus deu uma ordem, a Sua Grande Comissão. De acordo com o dicionário, “comissão" é "atribuição de uma função, de um encargo”. Quando Jesus proferiu essas palavras aos Seus discípulos e, também a nós, Ele estava dando à igreja Sua missão. Ele disse exatamente o que espera que façamos em Sua ausência física. Os discípulos levaram a sério a ordem do Senhor. Saíram pelo mundo, compartilharam o Evangelho de Cristo e milhares de pessoas foram salvas pela graça de Deus. A mensagem era tão poderosa e o testemunho tão eficaz que seus críticos os acusaram: Eles "têm alvoroçado o mundo" (At 17:6). O autor T. Maston afirmou que "os cristãos que viraram o mundo de cabeça para baixo foram homens e mulheres que tinham uma visão no coração e a Bíblia na mão” (1996, p. 27).
A falta do cumprimento dessa comissão é desobediência à ordem de Deus, tão verdadeiramente como o adultério é transgressão do sétimo mandamento! O discípulo de Cristo deve entender que a comissão de evangelizar não é uma opção, mas uma obrigação para com Deus. Assim foi nos dias dos discípulos e deveria acontecer também agora! O que foi dado como A Grande Comissão se tornou, hoje, o que alguns chamam a Grande Omissão, ou falta de ação no cumprimento do dever, inércia. Em vez de levar o Evangelho até os confins da Terra como o Senhor ordenou, muitos não levam o Evangelho nem até o fim da rua. A organização cristã LifeWay (WILKE, 2012), em seu estudo mais recente, aponta que 80% das pessoas que frequentam a igreja uma ou mais vezes por mês acreditam ter a responsabilidade pessoal de compartilhar sua fé. Porém, 61% afirmam não ter conversado com outra pessoa sobre a maneira de ser salvo nos últimos seis meses.
Cerca de 75% dizem estar satisfeitos com sua capacidade de comunicar o Evangelho, enquanto 12% não se sentem confortáveis em compartilhar sua fé. Mesmo a grande maioria, dizendo acreditar que é seu dever partilhar sua fé e ter segurança de saber como se faz, somente 25% dizem ter falado sobre sua fé uma vez ou duas vezes nos últimos seis meses, e 14% fizeram isso três vezes ou mais.
Essas estatísticas são tristes porque revelam a verdadeira situação da igreja moderna. Estamos satisfeitos por ser salvos, mas não estamos motivados para ver outros conhecerem Jesus Cristo como Senhor e Salvador. De algum modo, acreditamos que nossa responsabilidade é apenas ir à igreja três vezes por semana (domingo/quarta/sábado), orar quando possível, ler a Bíblia de vez em quando e levar a vida politicamente um pouco mais correta do que o mundo ao nosso redor. Esquecemos a verdade de que o cristianismo é a fé em ação.
De acordo com Thom Rainer (1990) o evangelismo no livro de Atos é a comunicação das boas-novas de Jesus Cristo através da proclamação verbal e do testemunho de vida, com a intenção de levar alguém ou um grupo de pessoas para a salvação em Cristo. Evangelismo é também voltado à atividade pós-conversão, comumente conhecida como discipulado.
Paulo tinha uma visão clara da urgência da evangelização. Ele escreveu em 1 Coríntios 9:16: "Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o Evangelho". Nesse verso, não há nenhum sinal nem tom de opção. Há um senso de obrigação e de responsabilidade. Paulo não tinha escolha: ele tinha que pregar o Evangelho! “Pregue sempre o Evangelho. Se necessário, use palavras.” Essa frase é de Francisco de Assis. Se não temos o dom de pregar, a nossa vida pode pregar o mais bonito sermão.
O pecado do qual Cristo nos salvou é o mesmo pecado que condena aqueles que não creem. Há duas respostas importantes à salvação: humildade e motivação. Nossa salvação não é obtida porque sejamos mais santos do que os outros, nem porque tenhamos impressionado a Deus. A salvação vem somente pela graça. Isso deve fazer de nós, cristãos, os mais humildes de todo o povo e os mais motivados a compartilhar a graça de Deus com os outros.
Cada pessoa com quem nos deparamos é candidata ao reino do Céus, sendo também candidata aos horrores da perdição. Tudo que fazemos está ajudando as pessoas a chegar a um desses dois destinos. Diante dessa realidade devemos ter “o devido temor e circunspeção orientando as nossas relações com os outros; toda amizade, todo amor, toda recreação, toda política” (C. S. Lewis) devem ser norteados por essa consciência da nossa responsabilidade na salvação das pessoas.
O poder e a glória das nações não têm importância, mas as pessoas pelas quais Cristo morreu têm valor infinito.
Quando temos Jesus no coração, nutrimos um desejo ardente de ver pessoas salvas. A pregação do Evangelho não é uma opção, o evangelismo não é uma escolha e sim um dever prazeroso. Isso deve permear nossa vida. Ellen G. White afirma: "Quando o amor de Cristo está no coração, como um bom perfume, ele não pode ficar escondido. Sua santa influência é sentida por todos que entram em contato com ele. O Espírito de Cristo no coração é como uma fonte no deserto que, com suas águas, refrigera todos, e desperta naqueles que estão prestes a perecer o desejo de beber da água da vida" (Caminho a Cristo, p. 77)
Muitos estão satisfeitos em deixar o evangelismo para os outros. Não sentem urgência pessoal para levar alguém a Cristo. Eles devem considerar cuidadosamente a seguinte declaração de Ellen G. White: "Não haverá ninguém salvo no Céu com uma coroa sem estrelas. Se entrardes ali, haverá alguma pessoa nas cortes da glória que encontrou entrada ali por vosso intermédio." (Eventos Finais, p. 282).
Que possamos ter um senso de urgência na proclamação do Evangelho. Não podemos ser omissos nessa tão grande obra. Nossa oração em busca dos perdidos deveria ser a mesma de Francisco de Assis (BOFF, 1999):
“Senhor! Faze de mim um instrumento da Tua paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz.”
Como podemos esperar que o mundo incrédulo ou até mesmo nossos próprios filhos levem a sério o Evangelho, quando nós mesmos não o levamos a sério? Quando nós, como cristãos, começarmos a clamar a Deus pela salvação dos que nos rodeiam e estivermos dispostos a fazer qualquer sacrifício para alcançá-los com a Palavra de Deus, veremos pessoas arrependidas de seus pecados e aceitando o convite de Jesus Cristo para a salvação.
Negligenciar a grande comissão é prejudicial para a vida espiritual da igreja. Não se pode negligenciar esse importante dever. Seja em casa ou na rua, tenhamos a certeza de que, como cristãos e como congregação nunca negligenciaremos o evangelismo em todas as suas formas. J. B. Phillips disse: “O Evangelho não passa de uma riqueza congelada a menos que seja comunicado”
Referências:
MASTON, T.B. A igreja e o mundo. SP: JUERP, 1996
BOFF, Leonardo. A Oração
de São Francisco. SP: Sextante, 1999.
LEWIS, C. S. O peso de
glória. Tradução de Lenita Ananias do Nascimento. São Paulo: Vida, 2008.
RAINER, S. Thom. Church growth and evangelism in the book of Acts.
Dallas:
he Criswell College, 1990. Disponível em http://www.criswell.edu/
WHITE, Ellen Gould; WALDVOGEL, Isolina A. Caminho a Cristo. 11. ed. São Paulo: CPB, 2011.
WHITE, Ellen Gould; WALDVOGEL, Isolina A. Caminho a Cristo. 11. ed. São Paulo: CPB, 2011.
WHITE, Ellen Gould;
CONRADO, Naor G. Eventos finais. São Paulo: CPB, 2011.
WARREN W. Wiersbe, Lloyd M. Perry. The Wycliffe Handbook of Preaching & Preachers. Chicago: Moody Press, 1984.
WARREN W. Wiersbe, Lloyd M. Perry. The Wycliffe Handbook of Preaching & Preachers. Chicago: Moody Press, 1984.
WILKE, Jon. Churchgoers Believe in Sharing Faith, Most Never Do. LifeWay
Vídeos