Lição 8 - Cristo, nosso Sacerdote
16 a 23 de
novembro
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Rm 1–4
VERSO PARA MEMORIZAR:
"Ora, o essencial das coisas que temos
dito é que possuímos tal Sumo Sacerdote, que Se assentou à destra do trono da
Majestade nos Céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que
o Senhor erigiu, não o homem" (Hb 8:1, 2)
Leituras da Semana:
Depois de Sua ressurreição e ascensão ao santuário celestial,
Cristo entrou em uma nova fase do plano da redenção (Hb 2:17). Com o
cumprimento do indispensável requisito de Seu sacrifício, Ele foi empossado
como sacerdote e começou Seu ministério sacerdotal intercedendo, com base em
Seu sacrifício perfeito, em favor das pessoas cobertas por Seu sangue, mediante
a fé. Seu ministério sacerdotal consiste em duas fases, ambas prefiguradas no
santuário terrestre por meio do ministério diário e do ministério anual durante
o Dia da Expiação.
Nesta semana, estudaremos a obra de Jesus durante Seu ministério diário e veremos alguns desdobramentos práticos de Sua obra em relação a nós. Podemos, de fato, encontrar grande conforto em saber que Jesus agora está na presença de Deus, aplicando em nosso favor os méritos de Seu sacrifício. A mensagem do santuário oferece esperança e encorajamento até mesmo ao mais fraco de Seus seguidores.
Domingo
Ano Bíblico: Rm 5–7
Nosso Sumo Sacerdote
O livro do Novo Testamento que mais fala a
respeito de Cristo como sacerdote é o de Hebreus. A espinha dorsal de Hebreus
no Antigo Testamento consiste em dois versos citados do Salmo 110. O verso 1 é
citado para confirmar que Cristo é exaltado acima de tudo, porque Ele sentou-Se
à direita de Deus. Esse é um tema recorrente em Hebreus, que enfatiza a
divindade e messianidade de Jesus (Hb 1:3; 4:14; 7:26; 8:1; 12:2). O verso 4 do
Salmo 110 é usado para demonstrar que o sacerdócio de Cristo foi prefigurado
por Melquisedeque (Hb 5:6).
1. De que
forma Cristo cumpre o sacerdócio divinamente prometido, segundo a ordem de
Melquisedeque? CompareGn
14:18-20, Sl
110:4 e Hb
7:1-3
A Bíblia não apresenta muita informação sobre
Melquisedeque. No entanto, o que ela revela mostra notáveis semelhanças com
relação a Jesus. Melquisedeque é o rei da cidade de Salém (Salém significa
"paz". Então ele é o "Rei da Paz"). Seu nome significa
"Rei da Justiça", o que fala de seu caráter. Ele é separado da
História, uma vez que sua linhagem familiar não é dada; seu nascimento e morte
não são mencionados, por isso, parece que ele não teve início nem fim; ele é
"sacerdote do Deus Altíssimo". O sacerdócio de Melquisedeque é
superior ao sacerdócio levítico, porque por meio de Abraão, Levi deu o dízimo a
Melquisedeque (Hb 7:4-10). Melquisedeque, portanto, é um tipo de Cristo.
Porém, Cristo é ainda mais. Arão foi o primeiro sumo sacerdote em Israel.
Hebreus 5:1-4 descreve o ofício sumo sacerdotal aarônico idealizado: nomeação
divina, representante dos homens, mediação diante de Deus, compassivo e
oferecimento de sacrifícios pelo povo e por si mesmo.
O livro de Hebreus retrata Cristo como o novo Sumo Sacerdote. Ele é de uma
ordem melhor até mesmo que a de Arão; Ele não apenas cumpriu os requisitos do
sacerdócio aarônico, mas os ampliou. Jesus não tinha pecado, foi plenamente
obediente e não precisou trazer uma oferta por Si mesmo. Ao contrário, Ele
mesmo foi a oferta, tendo sido a mais perfeita oferta possível.
Jesus cumpriu tanto o sumo sacerdócio aarônico quanto o sumo sacerdócio de
Melquisedeque, de maneira melhor que qualquer um desses sacerdotes, ou
sacerdócios, fez ou poderia fazer. Ambos os tipos encontraram seu antítipo em
Cristo.
Segunda
Ano
Bíblico: Rm 8–10
Advogado e Intercessor
O pano de fundo dos versos 31-34 é uma cena
de tribunal em que devemos visualizar a nós mesmos sendo julgados. Perguntas
são feitas: "Quem será contra nós?" "Quem intentará acusação
contra os eleitos de Deus?" "Quem os condenará?" Tal situação
poderia facilmente provocar arrepios em nós. Afinal, não estamos bem
conscientes da nossa imperfeição humana e pecaminosidade?
Porém, não precisamos temer. A promessa de que nada nem ninguém pode nos
separar do amor de Deus se centraliza em vários pontos importantes: "Deus
é por nós" (v. 31), Deus entregou Seu Filho por nós (v. 32), Deus nos dá
graciosamente todas as coisas (v. 32) e Deus nos justifica (v. 33). Jesus
Cristo está do nosso lado. Ele é a resposta ao medo da condenação, pois morreu,
ressuscitou, e agora está continuamente intercedendo por nós à direita de Deus,
no santuário celestial (v. 34).
Se Alguém chegou ao ponto de morrer voluntariamente por nós, devemos confiar em
Seu amor. A certeza revelada em Romanos 8:31-39 realmente fala sobre o tipo de
Deus em quem acreditamos. Se entendermos que Deus nos ama de tal maneira que
nada pode frustrar Seus propósitos para nós (v. 35-39), o tribunal divino se
tornará um lugar de alegria e júbilo.
Essa verdade se torna ainda mais clara em 1 João 2:1, 2. A palavra grega
parakletos indica um assessor jurídico ou advogado, alguém que aparece em favor
de outro como "intercessor". Jesus é nosso Advogado e nos defende
porque, de outro modo, não teríamos esperança.
Nosso advogado é "justo", o que nos dá a certeza de que o Pai ouvirá
a intercessão de Cristo, porque Ele não poderia fazer nada que pudesse ser
rejeitado por Seu justo Pai. Cristo intercede pelos que pecaram: Aquele que não
tem pecado Se apresenta como o Justo que os representa.
Como você pode experimentar mais a verdade
maravilhosa de que nada vai separá-lo do amor de Deus? Como você pode usar essa
certeza como incentivo para viver de acordo com a vontade de Deus?
Terça
Ano
Bíblico: Rm 11–13
Mediador
3.
"O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade. Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e
os homens, Cristo Jesus, Homem, o qual a Si mesmo Se deu em resgate por todos:
testemunho que se deve prestar em tempos oportunos" (1Tm 2:4-6). De acordo
com esses versos, o que Cristo está fazendo por nós no Céu?
Cristo é chamado de único Mediador entre Deus
e os homens. Não existe nenhum outro porque, na verdade, ninguém mais é
necessário. Por meio da obra de Cristo como Mediador, salvação e conhecimento
da verdade são disponíveis a todos (1Tm 2:4). A questão fundamental para todos
nós é se aproveitaremos o que Cristo nos ofereceu, independentemente de nosso
status, etnia, caráter ou ações passadas.
"Mediador" é um termo do antigo mundo comercial e jurídico da Grécia.
Ele descreve alguém que negocia ou atua como árbitro entre duas partes, para
remover uma discórdia ou para alcançar um objetivo comum, a fim de estabelecer
um contrato ou aliança.
Em Hebreus, Cristo como Mediador está ligado à nova aliança (Hb 8:6; 9:15;
12:24). Ele fez a reconciliação. Embora o pecado tivesse destruído a íntima
comunhão entre a humanidade e Deus, o que poderia ter levado à destruição da
humanidade, Cristo veio ao mundo e restaurou a conexão. Isso é reconciliação.
Somente Ele é o elo entre Deus e a humanidade. Por meio desse elo podemos
desfrutar pleno relacionamento de aliança com o Senhor.
A referência de Paulo a Ele como "Cristo Jesus, homem" expressa Sua
qualidade única de ser tanto humano quanto divino (1Tm 2:5). Salvação e
mediação estão ancoradas precisamente na humanidade de Jesus e na voluntária
oferta de Si mesmo. Por ser, ao mesmo tempo, Deus e homem, Jesus é capaz de
ligar o Céu e a Terra com laços que nunca podem ser rompidos.
"Jesus Cristo veio ao mundo para que pudesse unir o homem finito com o
infinito Deus, e conectar a Terra com o Céu, que, pelo pecado e transgressão se
haviam divorciado" (Ellen G. White, Sermons and Talks, v. 1, p. 253
[Sermões e Palestras, v. 1, p. 253]).
Pense nisto: há um Ser divino-humano no Céu,
agora, intercedendo em seu favor. O que isso diz sobre seu valor aos olhos de
Deus? Como essa verdade deve impactar sua maneira de viver e tratar os outros?
Quarta
Ano
Bíblico: Rm 14–16
O grande Sumo Sacerdote
4. O que
os textos a seguir revelam sobre o ministério de Cristo como Sumo Sacerdote? Hb
2:17, 18; 3:6; 4:14,
15;7:24-28; 8:1-3
Jesus é o "grande Sumo Sacerdote"
(Hb 4:14). Ele é superior a todos os Sumos Sacerdotes e governantes da Terra. A
Bíblia atribui uma série de qualidades a Jesus como grande Sumo Sacerdote:
Misericordioso e fiel (Hb 2:17). Essas duas características se harmonizam com o
papel de Cristo como Mediador, pois Ele nos concede Seus dons
("misericordioso") e é leal a Seu Pai e a nós ("fiel").
Ele Se compadece das nossas fraquezas (Hb 2:18; 5:2, 7). Uma vez que Ele viveu
como ser humano, podemos crer que Ele é um compassivo e perfeito Ajudador. No
entanto, Ele não está na mesma situação em que nós estamos, porque é "sem
pecado" (Hb 4:15).
Ele está acima de nós. Como Sumo Sacerdote, Jesus não está na comunidade dos
cristãos, como Moisés esteve entre os israelitas. Ele está acima de nós, como
um Filho que preside a casa de Seu Pai (Hb 3:6). Cristo desfruta de plena
autoridade entre os santos.
Ele foi tentado como nós somos. A origem divina de Jesus não Lhe deu direitos
exclusivos. Ele foi tentado à nossa semelhança (Hb 4:15). As tentações
escolhidas no deserto da Judeia mostram que Ele foi tentado nas dimensões
física, mental e espiritual (Mt 4:1-11).
Ele intercede por nós. Cristo comparece "por nós" no santuário
celestial, na presença de Deus (Hb 9:24; Hb 7:25). Graças a Deus que temos um
Representante divino para Se apresentar no julgamento em nosso lugar.
Jesus está no Céu "por nós". O que
significa isso? Que certeza e segurança você encontra nessa maravilhosa
verdade?
Quinta
Ano Bíblico: 1Co 1–4
O único sacrifício
Como vimos, um propósito essencial do ritual
do santuário terrestre era revelar, por meio de símbolos, tipos, e profecias em
miniatura, a morte e ministério sumo sacerdotal de Jesus. O pecado é algo
terrível demais para ser resolvido meramente com a morte de animais (por mais
tristes e infelizes que essas mortes tenham sido). Em vez disso, todo aquele
sangue derramado devia apontar para a única solução para o pecado, a morte do
próprio Jesus. O pecado é, na verdade, tão perverso que foi necessária a morte
dAquele que era igual a Deus (Fp 2:6), a fim de expiar o pecado.
5. Leia Hebreus
10:1-14. Como essa passagem contrasta a função e obra do ritual do
santuário terrestre com a morte e ministério sumo sacerdotal de Jesus?
Muitas verdades cruciais ressoam desse texto.
Umas das mais importantes é que a morte de todos aqueles animais não foi
suficiente para resolver o problema do pecado: "É impossível que o sangue
de touros e de bodes remova pecados" (Hb 10:4). Eles apenas apontavam para
a solução, mas não eram a solução. A solução era Jesus, Sua morte e Seu
ministério no santuário celestial em nosso favor.
Observe outro ponto crucial nesse texto: a suficiência total da morte de
Cristo. Embora os sacrifícios de animais tivessem que ser repetidos muitas
vezes, dia após dia, ano após ano, o sacrifício único de Jesus foi suficiente
(afinal, considere quem foi sacrificado!) para expiar os pecados de toda a
humanidade. Deus revelou poderosamente essa verdade fundamental quando o véu
interior do santuário terrestre foi rasgado de modo sobrenatural, após a morte
de Jesus (Mt 27:51).
Considere os danos, a dor, a perda, o medo e
o desespero causados pelo pecado. Como podemos aprender no dia a dia, momento a
momento, a nos apegarmos a Jesus como única solução para o problema do pecado
em nossa vida?
Sexta
Ano Bíblico: At 27, 28
Estudo adicional
Leia no SDA Bible Commentary [Comentário
Bíblico Adventista], v. 7A, Apêndice C, p. 680-692: "The Atonement, Part
II – High-Priestly Application of Atoning Sacrifice" [A Expiação, Parte II
– Aplicação Sumo Sacerdotal do Sacrifício Expiatório].
"Afaste-se da voz de Satanás, deixe de fazer sua vontade, e permaneça ao
lado de Jesus, mantendo os atributos de Jesus, o Possuidor de ternas e finas
sensibilidades, que pode tornar Sua própria a causa dos aflitos e sofredores. O
homem que muito foi perdoado, amará muito. Jesus é o Intercessor compassivo,
misericordioso e fiel Sumo Sacerdote. Ele, a Majestade do Céu, o Rei da glória,
pode olhar para o homem finito, sujeito às tentações de Satanás, sabendo que
sentiu o poder das artimanhas de Satanás" (Ellen G. White, Christian
Education [Educação Cristã], p. 160).
"A consciência pode ser libertada da condenação. Pela fé em Seu sangue,
todos podem ser aperfeiçoados em Cristo Jesus. Graças a Deus por não estarmos
lidando com impossibilidades. Podemos pretender santificação. Podemos fruir o
favor de Deus. Não devemos estar ansiosos acerca do que Cristo e Deus pensam de
nós, mas do que Deus pensa de Cristo, nosso Substituto" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 32, 33).
Perguntas
para reflexão
1. Leia Hebreus 2:17. Por que foi necessário
que Jesus Se tornasse humano e sofresse antes que Se tornasse nosso Sumo
Sacerdote?
2. Pense nas seguintes palavras: "Não devemos estar ansiosos acerca do que
Cristo e Deus pensam de nós, mas do que Deus pensa de Cristo, nosso
Substituto." Como isso nos ajuda a entender o conceito de ser aperfeiçoado
"em Cristo Jesus"?
3. Nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, é a certeza da nossa salvação. Ele
aplica os efeitos e benefícios de Seu sacrifício e sangue. Com Ele ao nosso
lado, não temos nada a temer. Como podemos tomar essas verdades maravilhosas,
expressas no livro de Hebreus, e aplicá-las a nós mesmos, especialmente em
momentos de tentação?
4. O livro de Hebreus diz claramente que o sacrifício de Jesus, de "uma
vez por todas" (Hb 9:26), foi tudo o que era necessário para resolver o
problema do pecado. O que isso deve nos dizer sobre qualquer prática religiosa
que pretenda repetir esse sacrifício tendo em vista o perdão dos pecados?
Respostas
sugestivas: 1. Assim como Melquisedeque, Jesus Cristo não
teve princípio nem fim; é Rei da paz e justiça; Seu sacerdócio foi pleno e
perfeito, superior ao sacerdócio levítico. Ele não pecou, morreu pelos pecados,
e intercede junto ao Pai com base em Sua justiça e graça. 2. A esperança de que
Cristo nos protege e defende diante do Pai. 3. Intercedendo por nós diante do
Pai, para que sejamos salvos. 4. Ele é o Mediador misericordioso e fiel, que Se
compadece das nossas fraquezas, pois foi tentado como nós. Ele é santo,
inculpável, perfeito, sem mácula e separado dos pecadores. 5. Ao contrário da
ineficácia do sangue de touros e bodes, unicamente a morte de Cristo poderia
ser o sacrifício perfeito para expiar os pecados de toda a humanidade.
ESCOLA SABATINA
Texto-chave: Hebreus 7:25; 8:1,
2
O aluno
deverá...
Conhecer: Nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, e o significado de Seu ministério de intercessão.
Sentir: Amor pelos pecadores, enquanto Jesus intercede por eles.
Fazer: Orar para que os pecadores se arrependam, enquanto Jesus deseja ajudá-los em suas lutas diárias, salvá-los e justificá-los contra as acusações de Satanás.
Esboço
I.
Conhecer: Jesus, nosso Sumo Sacerdote
A. Por que precisamos da obra de mediação e intercessão de Jesus Cristo?
B. Por que Jesus é o único verdadeiro Intercessor? O que desqualifica Maria e os santos para essa função?
C. Quem é o único que pode trazer segurança para nossa vida? Por quê?
II.
Sentir: Não há conflito entre a intercessão de Cristo e o amor do Pai
A. Jesus pode estar mais perto de você quando, a exemplo de Paulo, você entende que nosso Intercessor é o Homem Jesus Cristo.
B. O ministério de intercessão de Jesus não significa que o Pai esteja irado, nem que Cristo tenha que aplacar Sua ira ou mudar Sua atitude "negativa".
Você concorda com esse raciocínio?
III.
Fazer: Jesus justifica contra as acusações de Satanás
A. Por que Jesus é o grande Sumo Sacerdote?
B. O que significa dizer que podemos ir a Jesus como estamos, mas não de qualquer maneira?
Resumo: Nossa única segurança espiritual está na
aceitação do grande sacrifício de Cristo pelo nosso passado e Sua intercessão
diária em nosso favor no presente. Dessa forma, nosso futuro está garantido,
pois está nas mãos de Deus.
Ciclo do Aprendizado
Motivação
Focalizando
as Escrituras: Hebreus 7:25; 8:1, 2
Conceito-chave para o
crescimento espiritual: Cristo
intercede por Seu povo no santuário celestial e está sempre pronto a ajudá-lo,
mesmo que ele lute com a realidade do pecado e os problemas da vida. Ele não
apenas deseja conscientizar os pecadores sobre seu comportamento destrutivo,
mas sobretudo, auxiliá-los por meio de Seu infinito amor. Como seu Mediador e
Intercessor, Ele deseja dar-lhes a vitória sobre o pecado. Apesar de suas
falhas, Ele faz o possível para ganhar sua confiança e construir
relacionamentos significativos com eles.
Somente para o
professor: A
lição desta semana ajuda os alunos a entender o significado do ministério de
intercessão de Jesus em favor deles. Ele quer salvá-los completamente e
ajudá-los em suas lutas diárias. Nada nem ninguém pode nos separar de Seu amor,
exceto nossa obstinação de permanecer no pecado ou ter uma atitude indiferente
e insensível para com a vida.
Discussão
de abertura:
Muitas pessoas lutam para entender o significado do ministério de intercessão
de Jesus. Estão confusas e não conseguem entender a necessidade e importância
da obra de Cristo por nós hoje. Philip Yancey declarou abertamente:
"Cheguei à conclusão, de fato, que a ascensão [de Cristo] representa minha
maior luta de fé: [a dúvida] não é se isso aconteceu, mas por que aconteceu.
Isso me desafia mais do que o problema da dor, mais do que a dificuldade de
harmonizar a ciência e a Bíblia, e mais do que a crença na ressurreição e em
outros milagres.
"Para mim, o que aconteceu desde a partida de Jesus toca o cerne da minha
fé. Não teria sido melhor se a ascensão nunca tivesse acontecido? Se Jesus
tivesse ficado na Terra, poderia responder às nossas perguntas, resolver nossas
dúvidas, mediar nossos conflitos sobre doutrina e política. [...] Ao ascender,
Jesus assumiu o risco de ser esquecido" (Philip Yancey, The Jesus I Never
Knew [O Jesus Que Eu Nunca Conheci; Grand Rapids, Michigan; Zondervan
Publishing House, 1995, p. 297-299).
Pergunta para reflexão:
Por que você precisa de Cristo como seu Intercessor e Advogado?
Compreensão
Somente
para o professor: Na compreensão popular, intercessor é um intermediário entre duas
partes antagônicas. No âmago desse mal-entendido, está o modelo no qual dois
lados opostos estão em conflito e um mediador ou intercessor fica entre eles e
tenta reconciliá-los, transformando seu ódio mútuo, incompreensão,
preconceitos, sentimentos e atitudes. As implicações dessa compreensão da
mediação de Cristo são bastante devastadoras. O Senhor é visto como um Deus
irado a quem devemos implorar, que deve ser convencido a mudar Sua atitude para
com os seres humanos, a fim de conceder-lhes graça e misericórdia. Que imagem
horrível de Deus! Essa distorção do caráter de Deus tem consequências terríveis
no pensamento popular cristão: Jesus não é poderoso o suficiente para
interceder; Ele precisa de ajuda. Assim, Maria, além de Pedro, Paulo, os
apóstolos, todos os santos internacionais, nacionais e locais estão rogando a
Deus. Dessa maneira, Deus é retratado como um monstro, uma divindade irada que
não é fácil de acalmar. Mas o modelo bíblico de intercessão é completamente
diferente!
Comentário Bíblico
Hoje, a atividade principal de Jesus em nosso favor é interceder
por nós. Precisamos entender Sua obra fundamental no santuário celestial, a fim
de manter um relacionamento significativo com Ele e experimentar vitórias sobre
o mal. Sem Sua ajuda e orientação, nada podemos fazer (Jo 15:5; Rm 8:14; Fp
4:13). O que isso significa, e o que isso não significa?
I. O que
não está incluído na intercessão de Jesus Cristo no santuário celestial?
(Recapitule com a classe
2Co 5:19-21.)
1. Jesus não precisa suplicar ao Pai em nosso favor nem rogar que Ele seja
misericordioso para conosco, pois nosso Pai celestial nos ama (Jo 16:26, 27).
2. Jesus não precisa mudar a atitude do Pai para conosco nem acalmar um Deus
irado para que Ele nos dê um pouco de Sua graça, porque o próprio Deus oferece
o meio de reconciliação: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu
o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a
vida eterna" (Jo 3:16).
3. Jesus não precisa reconciliar Deus conosco, mas nós necessitamos ser
reconciliados com Ele! Paulo explica que, como embaixadores de Deus, a mensagem
de reconciliação que devemos levar às pessoas é: "Reconciliem-se com
Deus" (2Co 5:20, NVI).
Pergunta para discussão:
Jesus Cristo é nosso único Intercessor (1Tm 2:2-6). A afirmação de Paulo tinha
a intenção de combater o ensinamento gnóstico de seu tempo. Não há poder que
possa permanecer entre Deus e este mundo. Jesus é nosso Intercessor, porque Ele
Se entregou pela humanidade, a fim de nos redimir. Ele é nosso Mediador porque
é nosso Salvador. Sua intercessão é o prosseguimento de Sua tarefa salvífica em
nosso favor. Na realidade, é o cumprimento e a concretização de Sua obra por
nós na cruz. Ele precisa e quer aplicar em nossa vida hoje o que Ele fez há
dois mil anos. Precisamos de Sua morte e vida, a fim de estar vivos e ser Seus
seguidores hoje. Por que a encarnação e morte de Jesus são prerrequisitos para
Seu ministério de intercessão por nós?
II. O que
significa o ministério intercessor de Jesus?
(Recapitule com a classe Hb 7:25; Ap 12:10-12.)
1. Jesus Cristo e o Pai celestial Se reúnem (na linguagem bíblica
"interceder" significa "reunir-se"), a fim de ajudar os
seres humanos em suas lutas diárias contra o mal. O primeiro resultado concreto
dessa reunião entre o Pai celestial e Jesus foi a dádiva do Espírito Santo aos
cristãos (At 2). Todo o Céu está unido para nos ajudar em nossas lutas contra o
pecado, Satanás e a tentação (Jo 15:5; Fp
4:13). Jesus Cristo não veio para nos salvar "no" pecado, mas
"do" pecado (Mt 1:21). Hebreus 4:16 explica eloquentemente por que
necessitamos do ministério de intercessão de nosso Sumo Sacerdote:
"Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião
oportuna." Estamos constantemente precisando de Jesus e dependemos
completamente dEle e do Espírito Santo. O Espírito é chamado parakletos, o que
significa que "Ele é Alguém chamado para ajudar", "Alguém para
estar ao lado" (Jo 14:26).
2. Jesus Cristo salva completamente, perdoando nossos pecados e nos
justificando (Hb 7:25). Jesus Se identifica conosco quando Lhe entregamos a
vida. Torna-se um conosco. Essa identificação é tão estreita que é comparada a
uma parte muito sensível do corpo: "Assim diz o Senhor dos Exércitos:
[...] aquele que tocar em vós toca na menina do Seu olho" (Zc 2:8). Outros
exemplos claros de Sua identificação com os fiéis são as seguintes afirmações:
"Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes Meus
pequeninos irmãos, a Mim o fizestes" (Mt 25:40); "Em verdade vos digo
que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a Mim o
deixastes de fazer" (Mt 25:45); "Caindo por terra, ouviu uma voz que
lhe dizia: 'Saulo, Saulo, por que Me persegues'? Ele perguntou: 'Quem és Tu,
Senhor'? E a resposta foi: 'Eu Sou Jesus, a quem tu persegues'" (At 9:4,
5); "Quem vos der ouvidos ouve-Me a Mim; e quem vos rejeitar a Mim Me rejeita;
quem, porém, Me rejeitar rejeita Aquele que Me enviou" (Lc 10:16). Jesus
salva todos os que vão a Ele como estão, confessando seus pecados aberta,
honesta e sinceramente, para que Ele os transforme por Sua graça.
3. Jesus Cristo nos justifica diante das acusações de Satanás (Ap 12:10-12).
Ele Se levanta pessoalmente contra as acusações de Satanás. Nossa vitória está
nEle, porque Ele é o Vencedor. Visto que Jesus Cristo é nosso Intercessor e
está nos justificando diante de todo o Universo, não precisamos ter medo do dia
do juízo (1Jo 2:28; 4:17).
Atividade: Peça que
os alunos definam claramente a ira de Deus, que é muitas vezes malcompreendida.
Considere atentamente a seguinte explicação: na cruz, Jesus tomou sobre Si a
ira de Deus, que foi dirigida contra o pecado e não contra as pessoas (a menos
que elas se associem ao pecado; leia Jo 3:36). Isso significa que a ira de Deus
é Seu inflexível não ao pecado, Sua forte reação contra o mal. Jesus morreu por
nós, em nosso lugar, enfrentando a ira e o castigo divinos, a fim de que
vivamos quando colocarmos nEle nossa fé (Rm 3:21-26; 2Co 5:18, 19, 21; Gl 3:13,
14). Somente por meio do sacrifício expiatório de Cristo podemos estar em
harmonia com nosso Pai celestial.
III. Jesus está orando
por você.
(Recapitule com a classe Jo 17:20, 21.)
De acordo com João 17, Jesus orou por nós. Ele orou por Seus discípulos e
gerações sucessivas de Seus seguidores para que fossem unidos e fiéis. Ele fez
o mesmo especificamente por Pedro (Lc 22:32). Assim, a intercessão de Jesus
significa que Ele está orando por nós, para que não caiamos. Esse é um exemplo
de como devemos orar uns pelos outros.
Pergunta para discussão: Por
que o povo de Deus está mais interessado nas bênçãos do ministério de Jesus do
que na obediência de todo o coração?
Aplicação
Somente
para o professor: O livro de Hebreus destaca que Jesus é nosso
Sumo Sacerdote e Intercessor. Pergunte aos alunos como eles se sentem ao saber
que Alguém está ao seu lado 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por
ano. Ele ama, perdoa, justifica, ajuda, santifica, liberta do poder do pecado,
e defende contra as acusações de Satanás. Do que mais poderíamos precisar que
Ele já não tenha providenciado?
Atividades práticas
Somente
para o professor: Nosso Deus faz tudo para que saibamos que Ele está ao nosso lado e
nunca contra nós. O ministério de intercessão de Jesus em nosso favor prova
isso. Como nosso Intercessor, Ele morreu por nós, para que pudéssemos viver. A
intercessão é fundamentada em um sacrifício. Comente com a classe diferentes
sacrifícios que podemos fazer para ajudar pessoas em necessidade a ter mais
conforto. Como você pode mostrar amor às pessoas desabrigadas, e aos que
recusam sua bondosa atenção ou notoriamente abusam de sua bondade?
COMENTÁRIO SEMANAL
Autor: João Antônio Rodrigues Alves, Mestre em
Teologia pelo UNASP, e doutor em Teologia pela Universidad Adventista del
Plata. Pastor distrital em Nova Venécia (ES). Casado com a Profa. Me. Daisy
Kiekow de Britto Rodrigues Alves, tem dois filhos, Emerson e Karina. E-mail:rodriguesalves_ja@yahoo.com.br
Editoração: Pr. Márcio Nastrini e Pr. André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisão: Josiéli Nóbreg
Ampliação
INTRODUÇÃO
Por que Jesus ascendeu ao Céu? Por que não permaneceu entre nós após a
ressurreição? Não teria sido mais útil a Seus seguidores se Ele tivesse
continuado Seu ministério aqui mesmo na Terra? Ele responde a essas perguntas
de algumas maneiras: “vou preparar-vos lugar” (Jo 14); “se Eu não for o
Consolador não virá” (Jo 16:7); etc. Mas a tipologia do santuário aponta ainda
para outro aspecto da obra de Jesus que nos ajuda a entender Sua ascensão: Ele
é o Sumo Sacerdote no santuário celestial (Hb 8:1, 2), onde comparece “por nós,
diante de Deus” (Hb 9:24), intercede por nós (Hb 7:25), socorre-nos em nossas
tentações (Hb 2:17, 18), compadece-Se de nossas fraquezas (Hb 4:15), entre outras
atividades, as quais são essenciais para a vida do cristão. Cristo não está
descansando. Está ativamente empenhado em ministrar a Seus filhos neste mundo.
É nosso privilégio, portanto, dirigir-nos em oração a Cristo, em Seu ministério
celestial, para receber os méritos de Sua intercessão e o poder
necessário para vencer a batalha diária contra o mal.
DOMINGO
Nosso sumo Sacerdote
O tema de Cristo como sumo Sacerdote é central na carta aos Hebreus.
O autor o desenvolve aos poucos, preparando os leitores para o
clímax pretendido. É evidente que o autor não tinha dúvidas acerca das
qualificações de Cristo para o sacerdócio (cf. Hb 2:17; 4:15; 5:1), mas alguém
poderia argumentar que Ele não tinha a qualificação essencial, ou seja, ser
descendente de Levi para ser elegível ao sacerdócio aarônico. Então, que
espécie de sumo Sacerdote era Ele? É neste contexto que o autor introduz sua
discussão de uma nova ordem sacerdotal, identificando-a com Melquisedeque, à
qual Cristo pertencia. Melquisedeque é uma figura histórica, que aparece uma
única vez no relato bíblico, num episódio envolvendo Abraão, que foi assistido
com alimento e abençoado por este homem identificado como “sacerdote do Deus
Altíssimo” (Gn 14:18, 19). Depois disso, ele desaparece, não sendo mencionado
na história e tampouco na literatura de Israel, até reaparecer no Salmo 110:4:
“O Senhor jurou e não Se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque.”
Alguns aspectos podem ser destacados evidenciando a superioridade do
sacerdócio da ordem de Melquisedeque sobre a de Arão. Do Salmo 110 se
depreende que a ordem de Melquisedeque é resultado de uma nomeação divina. De
acordo com a lei mosaica, o sumo sacerdote devia traçar sua linha genealógica
ou descendência, retroativamente, por parte de seu pai, até Arão. Mas
Melquisedeque era sacerdote pela indicação divina, e nada mais. Além disso, o
juramento divino é de que ele será “sacerdote para sempre”. E por que “para
sempre”? O argumento se fundamenta no silêncio das Escrituras concernente aos
antecessores ou sucessores de Melquisedeque. Visto que nada era conhecido
nesse sentido, o autor conclui que seu sacerdócio era permanente. Assim, temos
um sacerdócio indicado por Deus e garantido por um juramento, o que enfatiza o caráter
imutável do propósito divino. Segundo a carta aos Hebreus, esse propósito
divino se cumpre em Jesus, sacerdote segundo uma nova ordem eterna e
estabelecida por Deus.
SEGUNDA-FEIRA
Advogado e Intercessor
Em Romanos 8:31-34 é como se estivéssemos no banco dos réus de algum tribunal,
sofrendo toda a angústia que tal experiência enseja, ouvindo perguntas que
provocariam o mais profundo temor e despertariam dúvidas quanto à nossa
libertação. Os acusadores são convocados (v. 33) e a sentença é proferida (v.
34). Como sobreviver à prova do tribunal? Que poderíamos apresentar em nossa
defesa? Na verdade, a compreensão da mensagem contida nesses versos de Romanos
resulta em paz e segurança para o cristão, ainda que a imagem de um tribunal
seja o pano de fundo para a argumentação do apóstolo.
Quem se atreveria a acusar os filhos de Deus? De fato, Satanás é descrito na
Bíblia como o “acusador dos irmãos” (Ap 12:10; cf. Jó 1 e 2). Mas o apóstolo
Paulo argumenta de forma sublime e poética, chamando nossa atenção para o
grandioso amor de Deus, e Sua ação para nos salvar a todos. Na perspectiva da
cruz, o cristão pode viver seguro da vitória final. Por quê? A resposta se
encontra no texto: (1) “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (v. 31); (2)
se Deus entregou Seu próprio Filho por nós, podemos estar seguros de que Ele
nos dará tudo de que necessitamos (v. 32) – a cruz é a certeza contra qualquer
dúvida; (3) é o próprio Deus quem nos justifica, portanto, as acusações contra
nós não se sustentam no tribunal (v. 33); (4) Cristo ressuscitou e está à
direita de Deus intercedendo por nós (v. 34), e Seu ministério intercessor nos
livra da condenação (cf. Is 50:8); (5) sendo que Cristo ressuscitou, nada pode
nos separar de Seu amor (v. 35). Temos, portanto, todas as garantias para a
vitória nas batalhas espirituais que enfrentamos em nossa jornada. E tudo isso
é graça derramada em nós, realização divina para nossa salvação.
E assim descobrimos que não somos mais um réu atemorizado. Em vez disso, vemos
que o próprio juiz é nosso Abba, estamos envolvidos
em Seu abraço, e o tribunal é transformado em um lar amoroso onde estamos,
finalmente, a salvo de qualquer coisa que poderia nos ameaçar. O que mais
desejaríamos? Que transformação! Do tribunal para o lar. No final, a analogia
forense é respondida pela analogia familiar.
Para
reflexão: Você está
seguro de que Deus está do seu lado? Invertendo a ordem da pergunta, você está
do lado de Deus? Tem experimentado a ação transformadora do amor de Deus
em sua vida?
TERÇA-FEIRA
Mediador
O termo “mediador” teve sua origem no antigo mundo comercial, mas seu uso se
ampliou e foi aplicado em outras esferas. O mediador agia “como árbitro entre
duas partes, para remover uma discórdia”. Por outro lado, a afirmação de que
Jesus é nosso Mediador não implica em que o Pai tenha assumido uma posição
negativa em relação aos seres humanos, exigindo assim a intermediação de
Cristo. Ao contrário, o testemunho bíblico é claro em afirmar que “Deus nos
reconciliou consigo mesmo” ou que “Deus estava em Cristo reconciliando consigo
o mundo” (2Co 5:18, 19). Deus é retratado como ativamente empenhado na busca
para restaurar o relacionamento com Seus filhos.
O conceito de um mediador entre Deus e a humanidade era comum no helenismo e no
judaísmo. Também era encontrado no gnosticismo e no mitraísmo. Filo usou o
termo para descrever Moisés, os anjos, e a palavra de Deus. O judaísmo falava
de anjos como mediadores. Em contraste com tudo isto, Paulo afirma que “há um
só Mediador entre Deus e os homens”. Tanto nos dias do apóstolo, como em nossos
dias, não há necessidade de outros intermediários, sejam eles anjos, ou mesmo
alguém como Moisés. Se temos a Cristo, a suposta existência de quaisquer outros
mediadores perde toda a razão de ser.
O que qualifica Cristo para ser esse único Mediador? Porque Ele é o Deus-homem.
Como Deus, Ele segura a mão da Divindade e, como Homem, Ele segura a mão de
toda a humanidade em geral, e a minha em particular. Por ter vivido como
verdadeiro Homem, Ele entende as lutas, as angústias, os dilemas, as tristezas
de todos nós, e segura nossa mão, e nos fortalece, anima e conduz em nossas
lutas pessoais. “A humanidade do mediador é especificada para enfatizar Sua
identidade com aqueles a quem Ele representa como mediador”.
Nos tempos do Antigo Testamento, os israelitas iam ao santuário/templo, onde
havia muitos sacerdotes, que eram os mediadores entre os pecadores e
Deus. Entretanto, Paulo enfatizou outra realidade: temos um único
Mediador, que substitui todos os outros e os torna desnecessários e
inadequados. Na carta aos Hebreus argumenta-se que Jesus é o sumo Sacerdote e,
mais uma vez, torna claro que não há mais necessidade de outros sacerdotes
humanos para nos representar diante de Deus. Necessitamos de um mediador, um
sacerdote, e nós O temos, o grande sumo Sacerdote. O caminho para o Céu foi
aberto por Cristo. Compete ao pecador aproveitar a oportunidade.
E Ele conquistou Sua posição de Mediador e sumo Sacerdote a um preço incalculável. Paulo descreve a morte de Cristo como um “resgate” (Gr. antilytron – 1Tm 2:6). Este conceito descrevia a libertação de cativos de guerra ou da servidão dos escravos. O valor pago para tal libertação era conhecido como “resgate”. Portanto, Paulo afirma que a morte de Jesus é o preço pago para a libertação da humanidade do cativeiro do pecado. Ao mesmo tempo, aponta para a natureza substitutiva da morte de Cristo. Destaca ainda que Cristo Se ofereceu de forma voluntária: “a Si mesmo Se deu” (cf. Gl 1:4; 2:20; Tt 2:14).
Para reflexão: Temos nos servido do serviço de nosso Mediador celestial? Se não, por quê?
QUARTA-FEIRA
O grande Sumo Sacerdote
Na carta aos Hebreus, encontramos advertências e exortações, e a base racional para elas. Um dos argumentos do autor para animar os cristãos daquele tempo fundamenta-se na apresentação de Jesus como sumo Sacerdote. O que há nEle para inspirar nosso compromisso? Vários atributos, que suprem todas as nossas necessidades espirituais.
Jesus é o “grande sumo Sacerdote”, o que qualifica Sua “excelência”. Grande é Seu caráter e grande é Sua obra. Além disso, Ele é transcendente, visto que “penetrou os Céus” (Hb 4:14), à presença de Deus (9:24). Há um claro contraste com o sacerdote levítico, cuja entrada no santuário era limitada. Ao mesmo tempo, é-nos assegurada a participação no acesso conquistado por Cristo. Assim está escrito: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus...” (Hb 10:19). E é na presença de Deus que Ele vive sempre para interceder por nós (7:25). Mas o sumo Sacerdote é “Jesus” (4:14), assim identificando Sua natureza humana. É o Jesus histórico, Aquele mesmo que armou Sua tenda e habitou entre nós (Jo 1:14). E é também o “Filho de Deus”, o que destaca Sua natureza divina. Portanto, ao combinar em Sua pessoa a humanidade e a divindade, Ele está perfeitamente qualificado para ser nosso grande sumo Sacerdote. É o sumo Sacerdote que Se “compadece” (Gr. sympathesai - Hb 4:15) de nossas fraquezas. Essa compaixão não deve ser entendida no sentido psicológico, de simpatizar com alguém, mas em um sentido existencial: o grande sumo Sacerdote sofre juntamente com a fraqueza daquele que é provado e oferece socorro ativo nos momentos de necessidade.
Com base em tais argumentos, o autor encoraja os cristãos a conservar firme (Gr. kratein) a própria confissão. E o que é essa confissão? A construção da frase permite concluir que “confissão” se refere a uma formulação de fé específica que foi aceita e reconhecida pelos cristãos hebreus, incluindo aí a aceitação de Jesus como Filho de Deus (4:14). Considerando que Jesus é fiel em Seu ministério, o autor desafia a comunidade cristã a também permanecer fiel a Jesus.
Para reflexão: Estou sendo fiel a Cristo, como Ele é fiel a mim?
QUINTA-FEIRA
O único sacrifício
O sacrifício de uma quantidade impressionante de animais no ritual do santuário, todos os dias do ano, era uma clara demonstração da malignidade do pecado e de suas terríveis consequências. Entretanto, por maior que fosse o impacto na mente do adorador de outrora, não era senão um pálido reflexo da realidade para a qual apontava, isto é, a oferta de Jesus como sacrifício pelo pecado do mundo. Refletir sobre o sacrifício de Cristo não é um mero exercício acadêmico, mas sim uma parte vital de nossa experiência cristã, necessária para nosso crescimento espiritual e essencial para nos proteger da apostasia.
A superioridade do sacrifício de Jesus é ressaltada em Hebreus pela quantidade de referências à sua categoria única, sem necessidade de repetição. Para isso o autor usa a expressão “uma vez” ou “uma vez por todas” (7:27; 9:26, 28; 10:10). Um único sacrifício em substituição aos milhares que aconteciam durante o ano, e que se repetiam nos anos seguintes e assim indefinidamente. Essa ênfase não pode ser esquecida. Ademais, condena qualquer tentativa de repetir este sacrifício com o objetivo de obter o perdão dos pecados. E condena a atitude daquele que pensa que sacrifícios pessoais sejam necessários para ser aceito pelo Pai. Além disso, o sacrifício de Cristo é para o benefício de todas as pessoas que O aceitam, sem distinção de etnia, cor, posição social. É totalmente inclusivo. É totalmente eficaz. E totalmente gratuito. É dom de Deus.
Assim, o apóstolo apresenta a obra maravilhosa da redenção efetuada por Jesus Cristo, o Deus que Se fez homem e Se ofereceu em nosso favor como sacrifício único, perfeito e completo pelo pecado. Como resultado, somos purificados em nossa consciência, assistidos em nossas necessidades, temos acesso ao trono da graça e misericórdia e é assegurada nossa salvação.
Para reflexão: O sacrifício único de Jesus já efetuou sua obra de purificar nossa consciência? Temos aproveitado o privilégio conquistado por Cristo em nosso favor, e assim nos aproximarmos do trono da graça em todo o tempo?
Conclusão
Jesus ascendeu ao Céu para ser nosso misericordioso sumo Sacerdote no santuário celestial, onde intercede por nós, estende sobre nós Sua misericórdia, garante nosso acesso ao Pai, é nosso Mediador, apresentando o sacrifício de Si mesmo como oferta de purificação em nosso favor, purificando nossa consciência, aperfeiçoando-nos em santidade e preparando-nos para a cidadania celestial.
Brunt, John C. The
Abundand Life Amplifier – Romans (Boise,
Idaho: Pacific Press, 1996), p. 167.
Mounce, W. D. Word
Biblical Commentary, v.
46: Pastoral Epistles (Dallas: Word, Incorporated, 2002), p.
88.
Knight, G. W. The
Pastoral Epistles: A commentary on the Greek text (Grand
Rapids, MI: Carlisle, England: W.B. Eerdmans; Paternoster Press, 1992), p. 121.
Lane, W. L. v.
47A: Word Biblical Commentary: Hebrews 1-8 (Dallas: Word, Incorporated, 2002), p.
107.
Vídeos
Introdução - Esboço da Lição "O Santuário" (aqui).
Esboço da Lição 8 - Cristo, nosso Sacerdote (aqui).