sexta-feira, 18 de maio de 2012

Escola Sabatina: Vislumbres do nosso Deus – Lição 10 Promessa da oração

 

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Lição 10 de 3 a 10 de março

Promessa da oração

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Dt 21–23

VERSO PARA MEMORIZAR: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz” (Sl 55:17).


Leituras da semana:
Cl 4:2; Rm 12:12; Mt 26:34-44; Hb 11:6; Tg 4:2; Jo 14:15; 1Ts 4:3

Pensamento-chave: Em muitos lugares na Bíblia o Senhor nos chama a orar porque a oração é um componente essencial da nossa caminhada com Ele.

Ellen White apresentou estas palavras sobre a questão da oração: “Nosso Pai celestial está desejoso de derramar sobre nós a plenitude de Suas bênçãos. É nosso privilégio beber livremente da fonte de Seu ilimitado amor. Como é de admirar, pois, que oremos tão pouco! Deus está pronto para ouvir a oração sincera do mais humilde de Seus filhos, e contudo há tanta relutância de nossa parte, para tornar conhecidas a Deus nossas necessidades! Que pensarão os anjos do Céu, a respeito dos pobres e desamparados seres humanos, sujeitos à tentação, quando o coração de Deus, pleno de infinito amor, se inclina anelante para eles, pronto para lhes dar mais do que sabem pedir ou pensar e, contudo, oram tão pouco, e tão pequena fé exercem! Os anjos têm prazer em se prostrar perante Deus; deleitam-se em estar em Sua presença. Consideram a comunhão com Deus sua mais alta alegria; e, contudo, os filhos da Terra, que tanto precisam do auxílio que só Deus pode dar, parecem satisfeitos em andar sem a luz de Seu Espírito, a companhia de Sua presença” (Caminho a Cristo, p. 94).


Isso resume tudo, não é mesmo?

Prepare-se! No dia 10 de março vamos orar e jejuar por nossos amigos e parentes em toda a América do Sul.

Domingo

Ano Bíblico: Dt 24, 25


O poder da oração

Certo dia, um jovem recebeu uma carta de um antigo colega de trabalho que se havia aposentado alguns anos antes. Os dois trabalhadores, para dizer o mínimo, não tinham se dado bem. O que tinha saído, desde o início havia tratado mal o outro. Mesmo assim, o trabalhador que ainda estava atuando abriu a carta e começou a ler. Entre as palavras estavam as seguintes: “Você sabe, eu não sei como a oração funciona, nunca orei, pelo menos intelectualmente. No entanto, sei que nos ensinaram a orar e nas últimas semanas, enquanto orava, me senti muito culpado pela maneira com que tratei você por todo esse tempo. Vejo que eu estava errado, não agi como cristão e dei um testemunho horrível da minha fé. Sei que deveria ter feito isso há muito tempo, mas sinceramente peço desculpas. Tenho que clamar o perdão de Cristo pelo que fiz, não importando o quanto eu seja indigno, e agora peço seu perdão também.”


De muitas formas, essa história exemplifica o poder da oração. O aspecto mais importante desse poder não é fazer com que Deus mova montanhas, embora isso possa acontecer. Em vez disso, a oração pode causar algo ainda mais miraculoso: pode transformar o coração humano.


Como a pessoa escreveu, a oração nem sempre é fácil de entender. Por que pedir a Deus alguma coisa, se Ele já conhece o assunto? Deus não faz coisa nenhuma sem que primeiramente peçamos a Ele? Nossas orações podem realmente mudar o que o Deus Criador fará?


Quer entendamos como a oração funciona, quer não, uma coisa é certa: sem ela, nossa caminhada com o Senhor está destinada ao fracasso.

1. Qual é a importância da oração? Como receber as bênçãos da oração? Mt 26:41; Lc 18:1; 1Tm 2:8; 1Ts 5:17; 1Pe 4:7; Cl 4:2; Rm 12:12

Sem dúvida, como cristãos, somos instruídos a orar frequentemente. O fato de não entendermos como a oração funciona é, realmente, irrelevante. A maioria das pessoas não entende completamente como outras coisas funcionam, sejam coisas seculares ou sagradas. Se esperássemos até que entendêssemos totalmente todas as questões sobre nossa fé, dificilmente isso seria fé, não é mesmo? A própria palavra fé implica que há elementos além do nosso alcance intelectual. Porém, algo que pode ser testemunhado por qualquer pessoa que ora constante e fervorosamente, de acordo com a vontade de Deus, é que a oração pode transformar nossa vida, e ela fará isso.

Qual é a sua compreensão da oração? Como a oração tem afetado sua vida? Onde você estaria em sua caminhada cristã sem a oração?


Buscar a Deus nas primeiras horas do dia promove o necessário reavivamento espiritual.

Segunda

Ano Bíblico: Dt 26–28


Jesus, o Messias que orava

2. Em que situações Jesus orou? O que podemos aprender com as orações de Jesus?


Lucas 3:21, 22


Lucas 9:28, 29


Lucas 6:12, 13


Hebreus 5:7


Mateus 14:23


Lucas 22:31, 32


Mateus 26:34-44

Jesus, o imaculado Filho de Deus, que era sem pecado, sem culpa, aquele que viveu em perfeita harmonia com a vontade do Pai, tinha obviamente uma poderosa vida de oração. (Os versos acima nem sequer incluem a oração de Jesus em João 17.) Se Jesus precisava orar a fim de lidar com as coisas que enfrentava, quanto mais nós? O exemplo dado por Cristo acerca da oração deixa muito claro que a oração precisa estar no centro de nossa caminhada com o Senhor.


É difícil imaginar alguém tendo qualquer tipo de relacionamento com Deus, sem orar. Se a comunicação é crucial para manter um relacionamento com outras pessoas, quanto mais no relacionamento com Deus? Jesus nos deu o exemplo. Cabe a nós escolher segui-lo.

Sua vida de oração é constante? Você é facilmente desviado da oração? Você ora continuamente ou somente quando está em apuros? Como você pode aprender a tornar a oração mais importante em sua caminhada com o Senhor?

Durante o jejum do dia 10 de março, organize momentos de oração em sua igreja.

Terça

Ano Bíblico: Dt 29–31


A oração da fé

3. O que se requer dos que se aproximam de Deus, para que suas orações sejam agradáveis? Quais crenças devem estar relacionadas com a fé? Hb 11:6

Em certo sentido, a oração é uma forma de se aproximar de Deus, de se abrir para Ele. Não oramos para que Deus conheça as coisas de que precisamos. Afinal, Jesus mesmo disse, no contexto da oração: “Seu Pai sabe do que vocês precisam, antes mesmo de o pedirem” (Mt 6:8, NVI). Oramos porque a oração é uma forma de exercitar a fé em Deus. É um meio de tornar a fé mais forte, mais real e prática.

A oração fervorosa e inabalável, apresentada com um sentimento de dependência e necessidade, aumenta a fé e aprofunda o relacionamento com Deus. Quem já não experimentou essa verdade?


A oração é uma forma de ajudar a esvaziar a pessoa de si mesma. É um modo de morrer diariamente; um jeito de restabelecer a ligação com Deus em nível muito pessoal, uma forma de se lembrar de que você não pertence a si mesmo, de que foi comprado por preço, e de que, se fosse deixado por si mesmo, seria arruinado e morto neste mundo cheio de poderes e forças que poderiam, em um instante, esmagar você no pó.

4. Muitas vezes ouvimos a frase “buscar o Senhor em oração.” O que isso significa para você? Dn 9:3, 4; Zc 8:21

Em grande medida, cada oração é um ato de fé. Quem pode ver suas orações alcançando o Céu? Quem pode ver Deus as recebendo? Muitas vezes oramos sem ver resultados imediatos, mas avançamos acreditando que Deus ouve e responderá da melhor forma possível. A oração é um ato de fé em que vamos além do que vemos, sentimos ou entendemos completamente.

Sua vida de oração é mecânica e estática, ou é profunda e sincera? Como você pode sair do primeiro caminho para o último?


Jejuar não é apenas evitar alimentos. Significa abrir o coração para receber o Espírito Santo.

Quarta

Ano Bíblico: Dt 32–34


Porque não pedem

Uma das perguntas feitas frequentemente pelos que oram é: “Minhas orações podem realmente mover Deus a fazer algo que, de outra forma, Ele poderia não fazer?” Essa é uma pergunta lógica. Para respondê-la, tudo o que podemos fazer é ir à Palavra de Deus e ver o que ela diz.

5. Nossas orações influenciam as ações de Deus? Tg 4:2; Lc 11:9, 10; Tg 5:16-18

Por mais que a oração nos transforme e afete nosso relacionamento com Deus e os outros, a Bíblia é muito clara quanto ao fato de que nossas orações influenciam o que Deus faz. Nós pedimos e Ele responde, de uma forma ou de outra.

6. Qual foi a resposta de Deus à oração em favor dos justos de Sodoma? Gn 18:22-33

Mais uma vez, independentemente das dificuldades filosóficas associadas com a compreensão desta verdade, Deus respondeu à oração humana. Ele disse que responde, e por isso precisamos confiar em Sua Palavra.

7. Que atitudes o povo de Deus precisa apresentar diante de Deus? Se as condições forem cumpridas, quais são as promessas divinas? 2Cr 7:14

Observe, entretanto, que Deus não sarará sua terra apenas por causa do seu pedido. As pessoas são chamadas a orar, mas a oração é apenas um aspecto de um reavivamento geral da parte delas.


Talvez, o exemplo mais importante desse princípio está aqui: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (
1Jo 1:9). Vemos aqui uma forte ligação entre a oração (neste caso, confissão) e a ação de Deus em nossa vida. Confessamos os pecados e Ele nos perdoa. Nesse processo, o Senhor também nos purifica da nossa injustiça. A ideia clara sugerida aqui é que, se não oramos e não confessamos, não somos perdoados. Sem dúvida, nesse caso, Deus age em resposta às nossas orações.

Que tal orar hoje por cinco amigos que você gostaria que tomassem uma decisão ao lado de Cristo em 2012?

Quinta

Ano Bíblico: Js 1–4


Cumprindo as condições

Alguém se assenta à mesa em um restaurante, consome uma grande refeição, cheia de alimentos gordurosos, que são ingeridos com refrigerante. Termina com uma grande tigela de sorvete de chocolate coberto com chocolate quente. Naquela noite, antes de ir para a cama (fazendo, é claro, um pequeno lanche antes disso), ele se ajoelha para orar. Parte de sua oração é: “Ó Senhor, por favor, me ajuda a perder peso.”


O que há de errado com essa oração?


Podemos esperar que Deus responda nossas orações, mas há coisas que precisamos fazer no processo. Dizem que precisamos viver nossas orações, ou seja, devemos fazer tudo que pudermos, em nossa capacidade, para vê-­las respondidas. Isso não é humanismo, nem demonstração de falta de fé. Ao contrário, é parte do que significa viver pela fé.


“Se atendermos ainda à iniquidade em nosso coração, se nos apegarmos a algum pecado consciente, o Senhor não nos ouvirá; mas a oração da pessoa penitente e contrita será sempre aceita. Depois de termos reparado todas as faltas de que temos consciência, poderemos crer que Deus atenderá às nossas petições. Nossos méritos jamais nos recomendarão ao favor de Deus; é o mérito de Cristo que nos salvará, Seu sangue é que nos purificará; nós, porém, temos uma obra a fazer para cumprir as condições da aceitação” (Ellen G . White,
Caminho a Cristo, p. 95, 96).


Ela não está dizendo que temos que ser perfeitos para que nossas orações sejam respondidas. Deixa claro, também, que nossa aceitação diante de Deus não se baseia em nós ou em nossos méritos, mas apenas nos méritos de Cristo. Ela diz que precisamos ter uma atitude de fé, humildade e submissão à vontade de Deus para que Ele possa atuar em nossa vida.

8. O que significa “cumprir as condições”? Hb 10:38; Dt 4:29; Lc 9:23; Jo 14:15; 1Ts 4:3

Talvez, de todas as condições necessárias para que tenhamos uma vida de oração eficaz, a principal seja nosso senso de necessidade, de desamparo, a consciência de que somos pecadores necessitados da graça, e o senso de que nossa única esperança está no Senhor, que tanto fez por nós. Ser arrogante, autoconfiante e cheio de si mesmo é uma receita para o desastre espiritual.

Quais são as coisas pelas quais você está orando fervorosamente? Ao orar, pergunte a si mesmo: O que eu poderia fazer de maneira diferente para alcançar a resposta que desejo de maneira tão desesperada?

Vem aí o dia 10 de março, data da mobilização sul-americana de oração pelo derramamento do Espírito Santo.

Sexta

Ano Bíblico: Js 5–8


Estudo adicional

Aoração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual. Nenhum outro meio de graça a pode substituir, e a saúde da mente ser conservada. A oração põe o coração em imediato contato com a fonte da vida e fortalece os nervos e músculos da vida religiosa” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 254, 255).


“Se não recebemos exatamente as coisas que pedimos e ao tempo desejado, devemos não obstante crer que o Senhor nos ouve, e que atenderá às nossas orações. Somos tão falíveis e curtos de visão que às vezes pedimos coisas que não seriam uma bênção para nós, e nosso Pai celestial amorosamente nos atende às orações dando-nos aquilo que é para nosso maior bem – aquilo que nós mesmos desejaríamos se, com visão divinamente iluminada, pudéssemos ver todas as coisas tais como são na realidade. … Mas pretender que a oração seja sempre atendida exatamente do modo e no sentido particular que desejamos é presunção. Deus é muito sábio para errar e bom demais para reter qualquer benefício dos que andam sinceramente” (Ellen G. White,
Caminho a Cristo, p. 96).

Perguntas para reflexão


1. Alguém ora para que seu carro não quebre em uma viagem e, quando o carro não quebra, atribui as circunstâncias felizes às orações respondidas. Isso é bom. Mas o que você diria para a pessoa que também orou, neste caso, para que seu filho não morresse, e mesmo assim a criança morreu?


2. Qual é o papel do Espírito Santo em nossa vida de oração?


3. Como você responderia às seguintes perguntas: “Você pode me ensinar o que significa orar? Como devo orar? Por que devo orar? O que devo esperar quando oro? O que não devo esperar?”

Resumo: Sem dúvida, há muitas coisas que não compreendemos a respeito da oração. Mas os que oram sabem de uma coisa, com certeza: a oração transformará a vida deles, e para melhor.

Respostas sugestivas: 1: Evita que entremos em tentação; controla a ira; recebemos as bênçãos quando oramos sempre, sem esmorecer, quando somos criteriosos e sóbrios e temos gratidão. 2: No Seu batismo; na transfiguração; passou a noite orando antes da escolha dos discípulos; diante do sofrimento e morte; depois dos milagres; nos momentos de fraqueza dos discípulos; devemos orar em todos os momentos. 3: Aproximar-se de Deus com fé, crendo na Sua existência e em Suas promessas. 4: Entrar na presença de Deus com o coração arrependido, confessando os pecados, reconhecendo Sua misericórdia e aceitando voltar ao caminho da aliança; nossa busca influenciará a atitudes de outras pessoas. 5: Quando não pedimos, nem buscamos, nem batemos, deixamos de receber e de achar, e a porta não se abre; precisamos orar e confessar, para receber cura e respostas de Deus. 6: Deus disse que pouparia os justos, mesmo que fossem poucos; havia menos de dez justos, e Deus buscou salvar essas pessoas. 7: Orar, se humilhar, buscar a Deus e se converter dos maus caminhos; Deus promete ouvir, perdoar os pecados e sarar sua terra. 8: Viver pela fé; buscar o Senhor de todo o coração; negar a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Jesus; amá-Lo e guardar Seus mandamentos, buscar a santificação e se afastar da imoralidade.

Resumo da Lição10 – Promessa da Oração


Texto-chave:
Salmo 55:17


O aluno deverá...


Conhecer: O papel da oração na vida cristã como foi mostrado por Cristo e por outros na Bíblia.


Sentir: Humildade e desejo de abrir o coração diante de Deus, reconhecendo a total necessidade e dependência do Senhor.


Fazer: Orar sem cessar.

Esboço


I. Conhecer: Vida de oração


A. Cristo orava intensamente. Seu exemplo nos incentiva em relação à grande necessidade de oração?


B. Que tipos de coisas eram motivos das orações de Cristo? Suas orações eram sempre respondidas com um "Sim"? Por quê?


C. Que papel teve a oração na vida de outros heróis e heroínas da Bíblia?


II. Sentir: De todo o coração


A. Quais são as atitudes com as quais temos que nos aproximar de Deus em nossas orações?


B. Em quais situações Cristo mostrou essas atitudes?


C. Que papel tem a obediência em nossa vida de oração?

III. Fazer: Oração perseverante
A. Que histórias Jesus contou que ilustram a importância da persistência, determinação e fé na oração?


B. Sua vida de oração fortaleceu sua fé?


C. Há algumas coisas que Deus não nos dá, a menos que peçamos? Por quê?


Resumo: A oração é uma forma de comunhão com Deus e, como tal, devemos praticá-la o máximo possível. Em Sua vida de oração, Cristo demonstrou atitudes que ajudarão muito em nossas orações, incluindo humildade, submissão à vontade de Deus e persistência.

Ciclo do aprendizado


Motivação


Conceito-chave para o crescimento espiritual: A oração é o dom mais íntimo que Deus deu à humanidade. No entanto, é muito mais do que um meio de comunicação. É a oportunidade de se aproximar do Senhor de maneira especial.
Só para o professor: Nesta seção de abertura, pergunte aos alunos: Sua vida é semelhante à vida de Jesus Cristo? A oração é uma das formas de Deus nos manter ligados a Si mesmo, de modo que, em nossa esfera, possamos olhar, pensar e agir como Ele faz na Sua. Se possível, leve para a classe uma ou duas figuras de pequenos cavalos-marinhos.

Essas minúsculas criaturas raramente chegam a ter mais de uma polegada. Passando a maior parte da vida em um só lugar, é uma das espécies mais bem camufladas no oceano, tanto que foi descoberta apenas quando cientistas examinaram um pedaço de coral hospedeiro gorgoniano em um laboratório. Eles têm a mesma cor do coral em que vivem. Seus corpos são terminados com grandes tubérculos bulbosos semelhantes aos encontrados no coral. Cavalos-marinhos pigmeus são conhecidos por habitar recifes de corais no oeste do Pacífico tropical, incluindo a Austrália (estado de Queensland), Indonésia, Japão, Nova Caledônia, Papua Nova Guiné e Filipinas.


Essas criaturas exóticas de tal maneira se parecem com o coral em que vivem que é quase impossível detectá-las a olho nu. Sua aparência exótica é superada apenas pela dança matinal do amor, perfeitamente coreografada, realizada por casais de cavalos-marinhos pigmeus.


Pense nisto: Ao estudar essas belas criaturas do mar, peça que a classe considere nossa semelhança com nosso anfitrião – Jesus Cristo. Que tipo de percepção a simbiose entre o cavalo-marinho e o coral pode revelar sobre a interação íntima entre Deus e a humanidade? Da mesma forma que os cavalos-marinhos pigmeus vivem no coral gorgoniano e se parecem com ele, a Bíblia diz que em Jesus nós "vivemos, e nos movemos, e existimos" (
At 17:28). À luz desse verso, que papel a oração deve ter em nossa vida espiritual?

Compreensão


Só para o professor: Jesus orou. Ele acreditava no poder da oração. Acreditava que a oração podia mover a mão de Deus e trazer paz em tempos de aflição. Mais do que isso, entretanto, a oração para Ele era tão essencial como respirar.


Comentário Bíblico


I. Perseverança na oração


(Recapitule com a classe
Sl 55:17; Lc 18:1.)


A lição desta semana deixa claro que devemos orar não somente quando estamos em tempo de crise (mas que bênção é falar com Deus nesses momentos!). O fugitivo Davi encontrava profundo consolo na comunhão com Deus através da oração. Talvez quando a vida está constantemente em risco, encontramos conforto na presença de Deus. Mesmo nessas circunstâncias, Davi expressava confiança: "Ele ouvirá a minha voz" (
Sl 55:17).


Quando Jesus falou aos discípulos acerca da vinda do reino de Deus (
Lc 17:20-37), o quadro que Ele descreveu os assustou. Leia esses versos novamente e se coloque naquela situação. Perceba que o contexto ali é de medo. Os discípulos estavam com medo, apreensivos e inseguros.


Jesus poderia ter falado palavras de encorajamento. De fato, Ele o fez (leia
Jo 16). Preeminente no arsenal da paz de Cristo é o chamado à oração. Ele contou aos discípulos a parábola da viúva persistente, porque desejava que eles soubessem que precisavam buscar a Deus com perseverança. Queria também que eles soubessem que Seu Pai, o juiz, está mais inclinado a conceder suas petições do que o juiz da parábola. No entanto, as chaves para essas bênçãos especiais eram profundo exame de consciência e oração fervorosa e perseverante.


Pense nisto: Se a oração é um dos meios divinos para nos trazer paz quando nosso coração está ansioso, por que muitas vezes desistimos de orar, quando as situações não mudam dentro do nosso prazo?

II. Ele ora por nós


(Recapitule com a classe
Mc 3:13, 14; Jo 17.)


A lição desta semana apresenta o Salvador que orava. O estudo de segunda-feira nos lembra que, mesmo tendo sido Deus em carne humana, Jesus sentia a necessidade de orar. Ele orou por Si mesmo, mas muitas vezes Suas orações focalizavam as necessidades dos que estavam ao Seu redor, num esforço para salvar a todos.


Os discípulos devem ter reagido de modo muito sério quando Jesus lhes contou como havia orado por eles antes de chamá-los ao ministério. Por que foi necessária uma noite inteira de oração? Considere o seguinte: "Nenhum dos doze foi escolhido por sua perfeição de caráter ou capacidade. Cristo escolheu homens que estavam dispostos e aptos a aprender, cujo caráter podia ser transformado. Todos tinham graves defeitos quando foram chamados, mas, por Sua graça, esses defeitos foram removidos (exceto no caso de Judas), e em seu lugar Jesus plantou as sementes preciosas do caráter divino que germinaram, cresceram, amadureceram e mais tarde produziram o fruto de um caráter semelhante ao de Cristo" (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 5, p. 592). O Pai revelou a Jesus, com toda a ênfase, o caráter dos homens que Ele usaria para mudar o mundo. Jesus sabia que só poderia obter esse tipo de percepção a partir de uma Fonte, e Ele apreciava o meio de consegui-la: a oração.


Pense nisto: Leia
João 17. Faça uma lista de pelo menos três coisas específicas que Jesus pediu que o Pai fizesse pelos discípulos, e por todos os que, mais tarde, acreditassem em Seu nome. Jesus poderia conhecer os assuntos pelos quais devia orar em benefício dos outros se Ele mesmo não tivesse o hábito de orar? Comente.


III. Oração sem cessar


(Recapitule com a classe
1Ts 5:17; 2:9; 3:10.)


Podemos perceber na Bíblia que Jesus estava em constante comunicação com o Pai. Vemos isso no fato de que muitas vezes não foi mencionado que Jesus tivesse orado antes de realizar um milagre ou feito alguma demonstração sobrenatural do poder divino.


Em
Lucas 8:22-25, Jesus não orou para que os ventos e as ondas se acalmassem. Simplesmente ordenou que se aquietassem. Em Lucas 5:18-25, Jesus não orou para que o paralítico andasse. Ele viu a fé dos amigos do paralítico e a descrença dos líderes religiosos que pensavam que Cristo estivesse blasfemando de Deus por alegar perdoar pecados, e Ele agiu.


Como Jesus poderia agir de forma tão ousada? A resposta é fácil: Ele era Deus em carne humana. Mas, se Jesus tivesse utilizado algum poder do qual fôssemos privados, por que os discípulos foram capazes de exercer esse poder? (
Mt 10). O segredo do poder de Jesus era conhecer a vontade de Seu Pai. Como Ele a conhecia? Ele orava.


Examine a decisão que Jesus fez em
Marcos 1:35-38. Quantas pessoas seriam capazes de deixar naquele lugar claras oportunidades para o ministério e seguir para outro lugar? Visto que Jesus recebia Seus planos diários diretamente do Pai, quando Ele encontrava pessoas em necessidade, podia simplesmente agir em seu favor. Por quê? Estava agindo de acordo com a vontade de Deus, uma vontade que Ele conhecia em primeira mão, através da oração constante.


Pense nisto: Jesus não estava sozinho nessa tendência para a comunicação ininterrupta com Deus. O apóstolo Paulo também tinha essa inclinação. Em
1 Tessalonicenses 2:9, ele declarou que trabalhava "noite e dia" pela causa de Deus. Qual era o seu segredo? Leia 1 Tessalonicenses 3:10.

Aplicação


Só para o professor: A oração traz mudança de vida e a oportunidade de mover a mão da Onipotência. Considere esses dois conceitos com a classe, respondendo às seguintes perguntas.

Perguntas para reflexão


1. O estudo de terça-feira nos permite saber que a oração ajuda a pessoa a se esvaziar de si mesma. Qual é a conexão entre esse esvaziamento do próprio eu e a morte para si mesmo, sobre a qual o apóstolo Paulo escreveu em
1 Coríntios 15:31?


2. Existe relação entre a oração e o conhecimento a respeito do que devemos orar? A lição deixa claro que não devemos esperar até que sejamos peritos em oração para começar a orar. Por que as coisas são assim? De que forma Deus nos ensina quando optamos por passar tempo com Ele em oração?


3. Muitas pessoas hesitam em orar porque temem que Deus não os aceite após os erros cometidos. Qual é o critério de Deus para a comunhão conosco? Ele tem um critério? Comente.

Perguntas de aplicação

1. Quais orações na Bíblia tocam mais seu coração? Você tem uma oração favorita que serve de modelo para algumas de suas orações? O que as orações bíblicas nos ensinam sobre a oração?


2. Se Deus conhece nossas necessidades, desejos e a melhor forma de atendê-los, por que pede que oremos? Deus está interessado simplesmente em satisfazer nossas necessidades, ou nossos desejos são um convite a maior comunhão com Ele?
3. O que você faz quando Deus não responde às suas orações? Como você lida com isso?

Perguntas para testemunho

1. Em 2 Crônicas 7:14 está escrito que se o povo de Deus se humilhar, orar, buscar Sua face e se converter de seus maus caminhos, Ele ouvirá suas petições e sarará sua terra. O que você diria a um não cristão que se sentisse excluído das bênçãos oferecidas nesse verso?


2. O estudo de quarta-feira nos lembra de que devemos pedir a Deus para suprir nossas necessidades (
Mt 7:7; Tg 4:2). Que coisas devemos pedir a Deus? Que pedidos são inadmissíveis? Como podemos ajudar um amigo que pode estar pedindo a Deus algo que não seja para seu melhor interesse?

Criatividade


Só para o professor: Compartilhe a seguinte situação verídica com a classe. Peça que os alunos respondam às necessidades dessa pessoa.

Um amigo compartilhou a seguinte dificuldade com outro: Ele acreditava em Deus, mas uma circunstância em sua vida lhe havia trazido muito desânimo. Como pastor, ele conhecia intimamente o poder de Deus. Ele tinha visto Deus atuar na vida de inúmeras pessoas. Tinha testemunhado Deus curar pessoas em situações que pareciam terríveis.


Assim, quando uma querida irmã da sua igreja ficou doente, ele fez o que sempre fizera: orou. Sabia que Deus era poderoso para curar essa pessoa e, dado o histórico divino em sua vida, ele supôs que isso aconteceria mais uma vez. Jejuou pela irmã agonizante e esperou em Deus. O Senhor não respondeu imediatamente, mas ele continuou a orar pela doente e por sua família. Ele até mesmo a ungiu. No entanto, para sua completa tristeza, a irmã faleceu.


A natureza aparentemente arbitrária dessa “falha” de Deus em curar a mulher o deixou calado e incrédulo. Dentro de poucos meses, ele perdeu a fé em Deus.


Se você fosse o amigo ouvindo essa história de sofrimento, o que diria para ajudar o amigo a recuperar a fé em Deus e no poder da oração?

Lição 10 – Promessa da Oração

Sobre o autor: Edilson Valiante nasceu em São Paulo. Formou-se em Teologia em 1979. Por mais de 20 anos serviu como professor da Faculdade Adventista de Teologia. Foi distrital, departamental de Educação e JA. Atualmente é o Secretário Ministerial da União Central Brasileira. Casado com a professora Nely Doll Valiante, tem dois filhos: Luciene e Eduardo.

Introdução

A oração é nossa maneira de nos comunicamos com Deus. Deve envolver adoração, louvor, petição, confissão e gratidão.

No hebraico do Antigo Testamento há um rico vocabulário para expressar o sentido da oração. Como a língua hebraica na Bíblia possui um vocabulário limitado, a quantidade de expressões que fazem referência ao sentido da oração reflete sua importância na cultura religiosa do povo.

Atar – tem o sentido principal de “rogar” (Gn 25:21; Êx 8:8ss; Jó 33:26).

Palal e tepilla– oração no sentido mais comum, como mediação e intercessão.

Qara – tem o sentido de “chamar”, “clamar” (Sl 89:26; 119:146; 130:1; 141:1).

Saaq – significa “clamar forte” (Êx 17:4; Sl 107:6, 28).

Zaaq – usado com a intenção de “clamar por ajuda” (Jz 6:6, 7; Lm 3:8).

Sawa – tem o sentido de “clamar de maneira intensa” (Sl 72:12).

Daras – usada frequentemente significando “buscar” (Sl 105:4).

Baqas – também tem o sentido de “buscar” (Sl 27:8; 105:5).

Saal – normalmente traduzida por “pedir” ou “inquirir” (Sl 105:40).

Hanan – significa “implorar” ou “obter graça” (Dt 3:23).

Haka, hil, yahal, qawa, sabar – todas essas expressões têm o sentido de “esperar” (Sl 33:20; 37:7, 9, 34; 119:166).

No Novo Testamento, várias expressões gregas cobrem o sentido da oração (vamos apenas colocar as formas verbais, mas para cada uma existe a forma nominal):

Proseuchomai– é o termo mais comum para “orar”, usada em passagens bem familiares como no “Pai nosso” (Mt 6:5-9).

Euchomai– o verbo raiz do anterior, mas é usado com menos frequência (nenhuma vez nos Evangelhos – Tg 5:15ss).

Aiteo – significa “pedir”, “desejar” (Mt 7:7-11; 21:22; 1Jo 3:22).

Deomai – tem um sentido amplo com a ideia de “implorar”, “trazer um pedido a Deus”. É usado especialmente por Lucas, no seu evangelho e em Atos (Lc 1:13; At 8:22-24).

Eperotao – cobre a ideia de “fazer um pedido” (1Pe 3:21).

Epikaleo, boao, krazo, proskyneo – também são expressões traduzidas por “orar” (Lc 18:7; Rm 8:15, At 24:11).

Oração no Antigo Testamento

A descrição de Gênesis 2-4 é a de que nossos primeiros pais tiveram contato face a face com Deus. O relato bíblico informa que, mesmo depois do pecado, Deus falou a Adão, Eva e Caim. É evidente que Deus tem falado diretamente com seres humanos, e especialmente os profetas, no decorrer da história. Contudo, a primeira vez que aparece a comunicação com Deus mediante a oração é em Gênesis 4:26. Depois do nascimento de Enos, “daí se começou a invocar o nome do Senhor”.

Aqueles que “clamam” o nome do Senhor ou O “invocam” no livro de Gênesis, frequentemente o fazem em conexão com o oferecimento de sacrifícios (12:8; 26:25; 28:20-22). Há orações particulares feitas por Abraão (15:1-4); Isaque (25:21), Hagar (21:16-18) e Jacó (32:9-12). Nessas orações não há nada de primitivo nem mágico, apenas uma relação pessoal daquele que ora com seu Deus.

Um exemplo dessa relação é Enoque, o que mantinha uma relação pessoal e constante com o Senhor (5:22-24).

O livro de Êxodo está repleto de súplicas e orações, pessoais e coletivas. O personagem principal do livro, Moisés, aparece em comunhão com Deus em várias ocasiões. Há momentos em que a comunicação com a divindade é tão intensa que parecem estar conversando, como no chamado de Moisés para liderar o povo (3:1-4:17), e no longo diálogo registrado nos capítulos 33 e 34. Há momentos de intercessão (8:28-32; 32:11-13, 31-34) e de clamor por direção divina (15:25). O pentateuco se encerra com a bênção de Moisés para as tribos de Israel (cap. 33) que é entremeada por louvores a Deus.

Os livros históricos estão repletos de orações e súplicas:

Três incidentes em Josué indicam um vívido ensino sobre a oração (7:6-15; 9:14; 10:12-14).

O livro de Juízes tem início com uma oração e mostra que o povo buscava a Deus em súplicas quando estava sob opressão (1:1; 3:15; 10:10-16). O cântico de Débora e Barak está estruturado como uma oração (cap. 5).

Em Samuel encontramos a oração fervorosa de Ana (1:10ss) e as súplicas intercessoras do profeta Samuel por Israel. Os livros também contêm várias orações de Davi (1Sm 23:2-4; 2Sm 2:1).

Salomão orou por sabedoria (1Rs 3:5-9).

O ministério de Elias e Eliseu foi movido particularmente pela oração (1Rs 17:19-2; 2Rs 4:32-35).

Ezequias ofereceu duas orações de grande significado (2Rs 19:15-19; 20:1-7).

Os livros proféticos possuem oráculos que indicam a vida de oração dos profetas (Am 7:1-6; Jn 2:1-9; Jr 7:16).

Como temos conhecimento, o livro de Salmos é uma coletânea de adoração pública intercalada de orações, súplicas, petições por libertação, ações de graça, louvor, etc. De todos os salmos, destacamos cinco em especial: 17, 86, 90, 102, 142.

A experiência de Jó provê exemplo de uma vida de oração (6:8; 16:20; 38:1-42:6).

No período do Exílio, surge a sinagoga primariamente como um lugar de estudo e de oração. O costume dos judeus era de orar três vezes ao dia (Dn 6:10). O livro de Daniel contém várias orações significativas (2:20-23; 4:34ss; 6:26ss), especialmente a oração intercessora registrada no capítulo 9.

O livro de Esdras revela que o retorno de Judá e a reconstrução do templo ocorreram numa atmosfera de muita oração (7:27; 9:6-15). Neemias começa com uma oração (1:5-11) e continua num contexto de oração intercessora e súplicas (9:5-37).

Se pesquisarmos a literatura apócrifa do período intertestamentário, poderemos concluir que, embora houvesse uma contínua valorização da oração, ocorrem desvios teológicos notáveis, como por exemplo, a oração pelos mortos (2 Macabeus 12:44ss; 15:12-14). Na literatura de Qumran, como atestam os Rolos do Mar Morto, existem muitas orações de gratidão (Hadayot). Com a expansão do helenismo observou-se que a prática pagã de orar afetou o judaísmo do período por terem as súplicas um caráter fatalista, cético e de desespero.

A oração no Novo Testamento

O personagem central dos Evangelhos, Jesus Cristo, é o paradigma da oração na Bíblia. No Sermão da Montanha, Ele Se revela contra qualquer tipo de ostentação religiosa que envolva a prática da oração. Em Mateus 6:5-15, Jesus deixou claro, no modelo ali registrado, que a efetividade da oração não depende do esforço humano, da duração nem da eloquência em que ela é pronunciada. A oração não é um informe nem um relatório a Deus de nossas necessidades, mas uma expressão de confiança nEle, o Pai celestial. As petições pessoais não devem ser apresentadas até que o fundamento da crença teológica seja proferido, indicando e reconhecendo a soberania e a glória de Deus. Essas petições incluem as provisões diárias, perdão dos pecados e proteção contra o mal. A parte final da oração do Senhor (“pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre, amém!”) não está presente na maior parte dos manuscritos antigos de Mateus, sendo, portanto um acréscimo posterior. Por esse motivo, as melhores versões da Bíblia trazem o texto de Mateus 6:13 entre colchetes ou o omitem totalmente. Temos que insistir, no entanto, que essa declaração não é contrária à verdade bíblica sobre Deus.

Em Lucas 11, depois de proferido o “Pai Nosso”, Jesus trouxe a parábola do amigo importuno. No verso 8, sugere que o amigo acabará cedendo por causa da “importunação” do que pede. A expressão grega aqui usada é anaídeia que significa “evitar a vergonha” e não “importunação” ou “persistência”. Assim, nesse texto não existe a ideia de que, se alguém persistir em oração acabará persuadindo a Deus. O texto afirma que Deus responderá a oração, se por nenhum outro motivo, para preservar Sua própria reputação. Deus sempre vindica aqueles que confiam nEle.

Em Seus ensinos, Jesus deixou evidente que não é necessário nenhum intermediário entre o Pai e o discípulo que queira se achegar diretamente a Ele em oração, mas que este se valha do poder que há no nome de Jesus. O que Jesus estava dizendo é que na oração há um envolvimento de toda a divindade, incluindo o Espírito (de acordo com Romanos 8:26 – “porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”). Portanto, não há nenhuma referência bíblica de que devemos orar a Cristo, mas ao Pai, em nome de Cristo.

Jesus orou em todos os momentos significativos de Sua vida: no batismo (Lc 3:21), na escolha dos 12 discípulos (Lc 6:12), na transfiguração (Lc 9:29), na Sua vigília no Jardim do Getsêmani (Mt 26:36-46), no Seu discurso de despedida (Jo 17) e até na cruz (Lc 23:34). Em todas elas Jesus demonstrou Sua submissão à vontade e planos de Deus. Há orações de gratidão, como em João 6:11. Há orações intercessoras, como em João 17. Jesus não só orou intercedendo pelos Seus, como foi no caso de Pedro (Lc 22:54-62), mas até pelos Seus inimigos à cruz (Lc 23:34).

Os Evangelhos não apenas dizem que Jesus orou intensamente, mas revelam como Ele orava. Algumas vezes, Jesus orou pela manhã, bem cedo (Mc 1:35-38; Lc 4:42). Outras vezes, orou à noite (Lc 6:12). Jesus orou em público e em particular. Normalmente, Ele Se referia a Deus como a expressão carinhosa “paizinho” em aramaico, Abba.

O livro de Atos segue a tradição do evangelho de Lucas e está repleto de orações: no senáculo (1:14), na escolha do sucessor de Judas (1:24ss), nas atividades da igreja que se iniciava (2:42), no templo na hora da oração (3:1). Estevão orou no seu martírio (7:59ss). Pedro e João oraram em Samaria (8:14-17). Os membros da casa de Cornélio eram fervorosos na oração (10:2). Paulo orou muitas vezes, iniciando na estrada de Damasco (9:11).

Quase sem exceção, as cartas paulinas começam e terminam com orações de ação de graças. Além dessas, outras orações diretas e indiretas estão espalhadas pelos escritos de Paulo (Ef 6:18; Fp 1:3-5). Há, pelo menos, quatro longas orações de Paulo que merecem destaque: Efésios 1:15-23; 3:14-21; Colossenses 1:9-14; e 1 Timóteo 2:1-10.

As epístolas gerais e o Apocalipse obviamente não são exceção ao contexto bíblico e estão repletas de orações. O último livro da Bíblia, nos últimos versículos, trazem uma oração e uma bênção (Ap 22:20-21).

Como podemos observar, na Bíblia, a oração é um dos aspectos mais evidentes e um dos temas mais recorrentes. Nela há orações do Gênesis ao Apocalipse!

Uma pequena reflexão teológica quanto à oração

A oração tem por base a revelação da natureza e atributos de Deus. A iniciativa da oração não está na pessoa que ora, mas no próprio Deus. A oração é a resposta a inúmeros convites explícitos e implícitos de um Deus pronto a Se comunicar com Suas criaturas. Responder às orações faz parte do caráter de Deus. Sabemos que o poder efetivo da oração não reside nela em si, mas Naquele a quem as orações são feitas.

O propósito da oração não é apenas trazer o bem para o ser humano que crê na oração, mas trazer glória a Deus. Honrar a Deus sempre traz bênçãos porque Ele sempre deseja o melhor para Suas criaturas e, em especial, para aqueles a quem redime. Na quantidade das orações bíblicas, torna-se evidente que, ao orarmos, nossa prioridade é dar louvores e honra a Deus e que Sua vontade seja estabelecida.

Se orarmos com base na própria vontade de Deus, nossa oração buscará um relacionamento vital com Ele, como um filho que busca o Pai.

Podemos apontar vários aspectos que devem estar presentes na oração que podem até se sobrepor:

Adoração – Salmo 29:2.

Louvor – Salmo 105:2.

Gratidão – Salmo 50:14, 23.

Adoração – Salmo 18:1.

Devoção – 1 Samuel 1:11.

Comunhão – Salmo 94:18ss.

Confissão – Salmo 51.

Petição ou súplica – Salmo 77:1 e 2.

Intercessão – Daniel 9.

Há condições para que uma oração seja atendida? Quando se fala em “condições”, certamente estamos limitando a Deus. A oração não está condicionada ao meu estado de cristão. Deus sempre poderá responder ao clamor de alguém que nem crê nEle. Contudo, existem algumas qualidades que deveriam ser encontradas naqueles que buscam a Deus. São as características dos fiéis, dos justos, porque a oração do justo tem poder (Tg 5:16).

Pureza moral – Salmo 66:18ss.

Sinceridade e motivos corretos – Tiago 4:3.

Estar no “nome de Jesus” – João 16:23ss.

Fé é uma condição frequentemente mencionada e que significa a medida da confiança do ser humano em Deus – Mateus 8:10. O próprio Deus honrou a fé em favor de outros – Mateus 9:2-8.

Relação íntima com Cristo – João 15:7.

Gratidão no coração – Filipenses 4:6.

No Espírito – Efésios 6:18.

Em obediência. A obediência na Bíblia está associada à guarda dos mandamentos de Deus por amor – 1 João 3:22.

Perseverança – Colossenses 4:2.

Na vontade de Deus – 1 João 5:15. De forma geral a vontade de Deus pode ser discernida através do estudo da Bíblia. Por isso, é muito importante que a oração esteja sempre acompanhada da leitura da Bíblia e vice-versa.

Verdadeiro conhecimento de Deus e fidelidade à Sua verdade – Salmo 145:18.

Boa relação espiritual entre esposo e esposa – 1 Pedro 3:7.

Perguntas que merecem consideração

Existem orações na Bíblia que não foram respondidas? Claro que existem! Fiéis em todas as épocas têm sentido que Deus não tem respondido suas orações (Jó 19:7; 30:20; Sl 18:41; Is 40:27; Lm 3:8). No próprio capítulo dos heróis da fé, Hebreus 11, há a sugestão de que aqueles que foram torturados e mortos por sua fidelidade não receberam o que lhes havia sido prometido (vs. 35-40). Um dos casos mais emblemáticos é o “espinho na carne” que Paulo levava. Ele chegou a orar fervorosamente por três vezes (2Co 12:7-9), e a resposta de Deus foi sempre o mesmo não. Paulo compreendeu que Deus sempre responde nossas orações nos provendo graça e que “espinhos” são até necessários na jornada cristã. Poderíamos dizer que as respostas negativas nos impedem de nos exaltarmos (v. 7). As orações não são mágicas. Elas apelam para a sabedoria e amor divinos. Mesmo que uma oração tenha sido proferida de acordo com o ensino bíblico a resposta sempre é dependente da vontade de Deus que sabe o que é melhor para nós. Esse melhor pode ser determinado por um “não” ou por um “espere um pouco”. Quando uma oração não for respondida, o crente deve entender que houve uma resposta superior para aquele pedido que, na maioria das vezes, não foi propriamente expresso. Deus sempre nos responde da melhor maneira.

O que acontece quando oramos pedindo coisas erradas? Podemos concluir pelo texto de Romanos 8:26ss, que o Espírito sempre interpreta nossas orações não pelo fraseado, mas pelas intenções sinceras do coração. Pode ser que a oração esteja diretamente contra a vontade de Deus, feita pelo motivo errado ou em discordância com aquilo que Deus já demostrou ser Sua vontade. Nesses casos, o mais provável é recebermos uma resposta negativa. Temos na Bíblia uma oração emblemática proferida por Ezequias (2Rs 20:1-11; 21:1-9). Deus a respondeu positivamente para permitir que Ezequias compreendesse o egoísmo de seu coração.

Devemos “esperar” uma resposta por um período (que pode ser longo)? Várias passagens bíblicas fazem referência ao esperar em Deus (Sl 25:3; 27:17; 37:7-9; 104:27; Is 40:31). Mesmo que essa espera signifique dependência absoluta em Deus, frequentemente é decorrente de um coração perseverante e paciente que espera a vindicação de Deus ao trazer justiça sobre alguém (Lc 18:1-8). Não poderíamos supor que fosse como uma “birra” na qual o crente não deixaria de orar até que Deus o satisfizesse.

O número máximo de oração sobre um assunto deveria ser três vezes? Temos exemplos que evidenciam que o crente deve “orar sem cessar” (1Ts 5:17). Além de outros significados, essa frase se refere ao crente que tem uma causa especial de oração por anos... Sei de pessoas que oraram pela conversão de um cônjuge por anos. (Ver Êx 14:15; Dt 3:26; Js 7:10; Jr 7:16.).

Existe um “melhor horário” ou uma postura mais correta para a oração? Daniel orava três vezes ao dia, seguindo um ritual (Dn 6:10). A expressão paulina citada acima, de que devemos orar sempre, indica que poderemos estar constantemente em espírito de oração. O Salmo 119:164 fala de “sete vezes”, mas o contexto indica que a oração deve ser frequente. Jesus orou noites inteiras, orou pela manhã e em outros momentos. Não existe um melhor horário, o que existe é a necessidade de buscarmos a Deus em quietude diariamente. O momento mais indicado para isso é quando acordamos, na primeira “hora” de cada dia. Há na Bíblia uma variedade de posturas relacionada à oração. Prostrado ou ajoelhado parece ser a posição mais comum (Ef 3:14), embora haja outras maneiras, tais como em pé, com a cabeça curvada, olhando para o céu, com mãos erguidas, com a cabeça entre as pernas, sentado, etc. (1Sm 1:26; Mt 6:5; Lc 18:11-13; Ap 1:17; 2Sm 7:18; 1Rs 18:42). Como podemos notar, não existe uma posição exclusiva como alguns querem determinar. A oração de adoração na igreja deverá ser ajoelhada, mas em outros momentos e em diferentes situações, o que importa é a reverência e a atitude de comunhão com Deus. Temos que observar que existem outras atitudes de comunhão que não devem ser confundidas com uma oração, por exemplo, uma invocação da presença de Deus e uma bênção.

Se Deus é onisciente, por que devemos orar? A quantidade de vezes que a oração aparece na Bíblia e a insistência de suas recomendações para que oremos é uma indicação clara de que Deus nos convida à oração. Deus não só conhece nossa vida, mas sabe até quando estamos com disposição ou não para orar. O que temos que compreender é que Ele, na Sua soberania, decidiu que nos responderia mediante a oração (Mt 6:7ss). Deus escolheu responder orações! A oração não é um relato informativo de nossas necessidades... É uma expressão de confiança em Deus, como Pai, pronto a atender as necessidades reais de Seus filhos. Quanto mais conhecemos a vontade do Pai, tão mais apropriada será nossa prece (At 4:24-28).

A oração muda a vontade de Deus ou as circunstâncias? Lutero, Calvino e Ellen White se referem frequentemente ao maior dos benefícios da oração: o crente é transformado quando ora. Nós somos mudados! Deus também é impactado pelas orações no sentido de que Ele Se alegra ao perceber o fiel entrando em comunhão com Ele. Que Deus responde as orações intercessoras é evidente na Bíblia (Êx 32:14).

Fará alguma diferença se eu não orar? A resposta bíblica é direta: não recebem porque não pedem (Tg 4:2).

É errado valer-se de repetições nas orações? Jesus advertiu quanto ao uso de “vãs repetições” (Mt 6:7). Essas repetições seriam frases mecanicamente pronunciadas, como se fossem ladainhas ou rezas. Repetições ou indicam falta de confiança em Deus ou expressam impaciência. Contudo, a cada dia é uma nova oportunidade para reconduzirmos nossas necessidades a Deus.

Devo orar por um infiel? Desde que Deus deseja que ninguém se perca ou pereça (1Tm 2:4; 2Pe 3:9), orações pelos descrentes estão de acordo com a vontade de Deus.

Existe alguma coisa “tão pequena” ou sem importância para que não seja objeto de oração? De acordo com Filipenses 4:6, deveríamos orar por tudo que temos em nossa mente e que nos incomoda.

Deveríamos “lutar com Deus” em oração? Bem, temos que nos lembrar de que a experiência de Jacó foi única e foi iniciada por Deus (Gn 32:24-32). Colossenses 4:12 fala sobre o fervor na oração e não em “luta”.

Há um único lugar próprio para a oração? Pelos inúmeros lugares em que as orações bíblicas foram proferidas, podemos dizer que orações podem ser feitas em qualquer lugar e circunstância. Daniel estava na cova dos leões... Deus tem respondido súplicas sinceras feitas por pessoas improváveis em lugares não recomendados aos fiéis. É sugerido, contudo, que tenhamos um lugarzinho próprio em que possamos realizar orações, especialmente aquela da primeira hora. Jesus buscava a natureza para tais orações... Reserve um lugar especial de oração em sua casa.

O que acontece quando me distraio durante a oração e minha mente divaga? Infelizmente, essa experiência pode acontecer conosco. O melhor, nesses casos, é incluir a “distração” como um dos assuntos a falar com Deus.

Existe alguma vantagem na oração coletiva (na igreja)? Mateus 18:19 nos diz que, se há concordância entre duas pessoas ou mais, Deus responderá à oração. Existem muitos outros exemplos de orações corporativas: Atos 1:14; 2:42; 4:24; 12:12. Orações coletivas e momentos de vigília nos trazem mútuo encorajamento e indicam nossa disposição em pertencer à comunidade dos fiéis.

A oração deverá ser sempre audível? Ela poderá ser audível ou inaudível, lembrando que Deus conhece todos os nossos pensamentos. Por outro lado, Satanás nunca terá acesso aos nossos pensamentos. Assim, devemos tomar cuidado quando confessamos a Deus nossos pecados mais íntimos para que só Ele tenha conhecimento. O “orar sem cessar” também significa manter a mente constantemente em atitude de oração.

Por que devo orar pelos outros? Como já ficou estabelecido, não entendemos totalmente a dinâmica da oração intercessora. O que sabemos é que Deus está pronto a responder ao pedido sincero por alguém que está doente ou em necessidade (Tg 4:8-10; 5:13-15). De uma coisa sabemos: quando oramos por alguém, não damos lugar a críticas, fofocas e julgamentos. De nossos lábios poderão sair bênçãos ou maldições, mas de uma oração sincera só sairá expressões de bênçãos (Ver revista Oração, do Pastor Mark Finley).

Nunca se esqueça de que a oração deve vir acompanhada pela leitura da Palavra e vice-versa. A oração é indispensável nestes dias em que nos aproximarmos do fim do grande conflito. “Vem, Senhor Jesus!”

Por providência divina, hoje é o dia da oração em todas as igrejas da Divisão Sul-Americana. O texto dessa lição foi preparado há alguns anos e, “coincidentemente”, caiu em nosso dia especial de oração. Não faça da oração apenas uma teoria a ser discutida em classe. Participe, hoje, do jejum e dos momentos de oração especialmente programados pelo Ministério da Mulher. Ore na igreja, ore com os vizinhos, ore particularmente e receba as bênçãos do Céu.

Crença fundamental nº 11: “... Nesta nova liberdade em Jesus, somos chamados a crescer na semelhança do Seu caráter, comungando com Ele diariamente em oração, alimentando-nos de Sua Palavra, meditando nela e na Sua providência, cantando Seus louvores, nos reunindo nos cultos e participando da missão da igreja...”

 

 

Publicado em 02/03/2012 por LicoesdaBiblia "À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz" Salmos 55:17 Com a participação de José Wilson, pastor Presidente da ABaC (Associação Bahia Central), e de Daniel Weber, pastor Presidente da ABS (Associação Bahia Sul)

 

Fontes:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Novo Tempo Lições da Bíblia ( http://novotempo.com/licoesdabiblia/ )

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