sábado, 30 de junho de 2012

ES– Lição 1 - O evangelho chega a Tessalônica – 3º Trim, 2012

 

Lição em vídeo

 

Publicado em 29/06/2012 por VideosdeEsperanca Neste trimestre teremos o Pr. Rodrigo Silva e convidados especiais para os comentários da lição da Escola Sabatina III Trimestre de 2012 - Epístolas aos Tessalonicenses

 

Fonte:

Advir ( http://www.advir.com.br/ )

 

Lição em texto

 

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Lição 1 – de 30 de junho a 7 de julho

O evangelho chega a Tessalônica

 

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Sábado à tarde

Ano Bíblico: Sl 86–89

VERSO PARA MEMORIZAR: “Também agradecemos a Deus sem cessar, pois, ao receberem de nossa parte a Palavra de Deus, vocês a aceitaram não como palavra de homens, mas segundo verdadeiramente é, como Palavra de Deus, que atua com eficácia em vocês, os que creem” (1Ts 2:13, NVI).

Leituras da semana: At 16:9-40; 17:1-4, 12; Jr 23:1-6; Is 9:1-7; Is 53; Rm 1:16

Pensamento-chave: A certeza das promessas de Deus deve estar apoiada na confiança nas Sagradas Escrituras.

O jovem pastor auxiliar sentou-se do lado de fora da igreja com uma jovem senhora que tinha acabado de ser batizada. Para sua surpresa, ela disse: “Preciso ser batizada de novo.”

Quando o pastor perguntou por que desejava fazer isso, ela respondeu: “Há coisas que eu não disse ao pastor distrital sobre o meu passado.”

Assim começou uma longa conversa sobre o perdão oferecido por Cristo. Ela prestou atenção de modo ávido. Quando o pastor terminou de orar com ela, uma forte chuva de repente encharcou os dois. Com os olhos brilhando, a jovem disse: “Estou sendo batizada novamente!”

Um Deus bondoso, muitas vezes, oferece sinais vivos, como essa chuva inesperada, para assegurar aos cristãos que eles estão justificados diante dEle. Mas nossa confiança em Deus será alicerçada ainda mais solidamente quando estiver fundamentada no claro ensino de Sua Palavra. Nesta lição veremos que o cumprimento da profecia proveu firme segurança para os novos cristãos em Tessalônica.

Domingo

Ano Bíblico: Sl 90–99

Os pregadores pagam um preço

1. Por que os filipenses reagiram de modo tão negativo ao evangelho? Que lição aprendemos com essa reação e que precauções devemos adotar diante desse risco? De que outras formas esse princípio pode se manifestar, mesmo na vida dos cristãos? At 16:9-40

O evangelho é a boa notícia das ações poderosas de Deus em Cristo que levam ao perdão, aceitação e transformação (Rm 1:16, 17). Por meio do pecado, o mundo inteiro foi condenado; por intermédio da morte e ressurreição de Jesus, todo o mundo recebeu uma nova oportunidade de ter a vida eterna que Deus originalmente desejou para toda a humanidade. A poderosa obra de Deus foi realizada por nós sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8). Essa obra de redenção foi efetuada fora de nós, por Jesus, e a ela nada podemos acrescentar. No entanto, o evangelho se torna real em nossa vida unicamente quando aceitamos não apenas sua condenação de nossos pecados, mas o divino perdão desses pecados por meio de Jesus.

Sendo que o evangelho é uma notícia tão boa, e é gratuito, por que alguém iria resistir-lhe ou lutar contra ele? A resposta é simples: aceitar o evangelho exige que deixemos de confiar em nós mesmos e nas coisas materiais, como dinheiro, poder e atração sexual. Essas coisas são boas quando submetidas à vontade e aos caminhos de Deus. Mas quando as pessoas se apegam a essas questões triviais que substituem a segurança do evangelho, sua mensagem e os que a proclamam se tornam uma ameaça.

Leia 1 Tessalonicenses 2: 1, 2. Paulo e Silas entraram em Tessalônica sofrendo, carregando no corpo as feridas e hematomas resultantes da violenta surra que receberam e da prisão em Filipos (At 16:22-24). Porém, sinais do grande poder de Deus (At 16:26, 30, 36) os haviam encorajado. Eles entraram ousadamente na sinagoga de Tessalônica, apesar da dor que sentiam, e falaram novamente do Messias que havia mudado a vida deles e os enviara em uma missão de pregar as boas-novas em lugares em que não tinham sido ouvidas antes.

Se não formos cuidadosos, que coisas do mundo podem nos afastar do Senhor? Por que é tão importante manter a cruz e seu significado sempre no centro de nossos pensamentos, especialmente quando a atração do mundo parece mais forte?

Segunda

Ano Bíblico: Sl 100–105

A estratégia de pregação de Paulo

2. Quais foram os passos estratégicos seguidos por Paulo ao trabalhar em Tessalônica? At 17:1-3

Embora 1 Tessalonicenses estivesse entre as primeiras cartas de Paulo, tanto sua teologia quanto sua estratégia missionária estavam bem desenvolvidas no tempo em que ele chegou a Tessalônica.

O primeiro passo na estratégia missionária de Paulo era frequentar a sinagoga local aos sábados. Naturalmente, o sábado era um bom momento para alcançar grande número de judeus. No entanto, estava funcionando ali mais do que apenas uma estratégia missionária. Paulo teria tomado tempo para oração e adoração no sábado, mesmo que nenhum judeu nem alguma sinagoga estivessem disponíveis (At 16:13).

Naqueles dias, era comum que os judeus convidassem os visitantes para falar na sinagoga, especialmente se eles tivessem vivido em Jerusalém, como havia sido o caso de Paulo e Silas. A congregação era ávida para ouvir notícias da vida judaica em outros lugares. Eles também se interessavam por novas ideias que os visitantes tivessem descoberto em seus estudos das Escrituras. Assim, a estratégia de Paulo se ajustava ao ambiente da sinagoga.

O segundo passo na estratégia de Paulo era pregar diretamente das Escrituras que eles conheciam, o Antigo Testamento. Ele também começava com um tópico de grande interesse para os judeus daquela época: o Messias (“o Cristo” é o equivalente grego de “Messias” em hebraico; At 17:3). Utilizando textos do Antigo Testamento, Paulo demonstrava que o Messias teria que sofrer antes de obter a glória com que os judeus estavam familiarizados. Em outras palavras, a versão popular e gloriosa da missão do Messias era apenas uma parte do quadro. Quando o Messias aparecesse pela primeira vez, Ele seria um Servo sofredor e não um conquistador real.

Em terceiro lugar, tendo estabelecido uma nova imagem do Messias em sua mente, Paulo passava a contar a história de Jesus. Ele explicava como a vida de Jesus correspondia ao padrão da profecia bíblica que ele tinha acabado de compartilhar com eles. Sem dúvida, ele acrescentava histórias sobre suas próprias dúvidas e oposição anteriores, e também falava do poder convincente de seu encontro pessoal com o Cristo exaltado. De acordo com Lucas 24:25-27, 44-46, a estratégia de pregação de Paulo em Tessalônica seguiu o mesmo padrão que Jesus havia usado com Seus discípulos depois da ressurreição.

Observe que Paulo procurava alcançar as pessoas onde elas estavam e usava aquilo com que elas estavam familiarizadas. Por que essa estratégia é tão importante? Pense naqueles que você deseja alcançar. Como você pode aprender a começar onde eles estão e não onde você está?

Terça

Ano Bíblico: Sl 106–110

Duas visões do Messias

Desde os tempos antigos, os leitores do Antigo Testamento têm notado uma variedade de perspectivas nas profecias que apontam para o Messias. Muitos judeus e os primeiros cristãos identificaram duas grandes vertentes nas profecias messiânicas. Por um lado, havia textos que apontavam para um Messias majestoso: um rei conquistador que traria justiça ao povo e estenderia o domínio de Israel até os confins da Terra. Por outro lado, havia textos que sugeriam que o Messias seria um Servo sofredor, humilhado e rejeitado. O erro de muitos estava em não entender que todos esses textos se referiam à mesma pessoa, em diferentes aspectos da Sua obra, em momentos diferentes.

3. Que características teria o futuro libertador? Existe algum tipo de “conflito” entre as imagens apresentadas? Jr 23:1-6;Is 9:1-7; 53:1-6; Zc 9:9

Antes da vinda do Messias, esses textos eram intrigantes. Por um lado, os textos messiânicos com ênfase na realeza normalmente não continham indício de sofrimento ou humilhação. Por outro lado, os textos com ênfase no Servo sofredor geralmente descreviam o Messias como tendo pouco poder ou autoridade terrena. Uma forma pela qual os judeus da época de Jesus resolviam esse problema era ver o Servo sofredor como símbolo de toda a nação e seus sofrimentos no decorrer do exílio e da ocupação. Removendo esses textos da equação messiânica, muitos judeus esperavam o Messias real ou conquistador. A exemplo de Davi, esse rei expulsaria os ocupantes e restauraria o lugar de Israel entre as nações.

Evidentemente, o grande problema de remover da equação os textos sobre o Servo sofredor é que há, de fato, passagens significativas do Antigo Testamento que misturam as duas principais características do Messias. Elas descrevem a mesma pessoa. O que é menos claro, à primeira vista, é se essas características ocorrem ao mesmo tempo ou uma após a outra.

De acordo com Atos 17:2, 3, Paulo conduziu os judeus de Tessalônica através desses textos messiânicos do Antigo Testamento e, ao mesmo tempo, examinou seu significado.

Nos tempos antigos, os judeus estavam confusos sobre a primeira vinda do Messias. Hoje, encontramos muita confusão sobre a segunda vinda. O que isso deve nos dizer sobre a necessidade de realmente procurar compreender a verdade da Bíblia? Por que a falsa doutrina pode ser tão problemática?

Quarta

Ano Bíblico: Sl 111–118

Sofrimento antes da glória

Jesus, assim como Paulo, estudava o Antigo Testamento e chegou à conclusão de que o Messias “devia” “sofrer estas coisas, para entrar na Sua glória” (Lc 24:26, NVI). “Devia”, em Lucas 24:26, traduz a mesma palavra de Atos 17:3, em que Paulo diz que o Messias “deveria sofrer” (NVI). Para Jesus e Paulo, a ideia do sofrimento antecedendo a glória foi incluída nas profecias muito antes que elas ocorressem. A questão é: com que base do Antigo Testamento eles chegaram a essa conclusão?

Eles provavelmente tivessem notado que os personagens mais importantes do Antigo Testamento tiveram um longo período de sofrimento antes de entrar no período glorioso de sua vida. José passou cerca de treze anos na prisão antes de assumir o cargo de primeiro ministro do Egito. Moisés passou 40 anos guiando ovelhas pelo deserto antes de desempenhar sua função como o poderoso líder do Êxodo. Davi passou muitos anos como fugitivo, parte desse tempo em terras estrangeiras, antes de ser elevado à realeza. Daniel foi prisioneiro de guerra, e foi até mesmo condenado à morte, antes de ser elevado à posição de primeiro ministro da Babilônia. Na história desses servos de Deus do Antigo Testamento há prenúncios do Messias, que também sofreria e seria humilhado, antes de ser elevado à Sua plena função real.

O ponto culminante dessa convicção do Novo Testamento é o texto do Antigo Testamento mais citado no Novo Testamento: Isaías 53. O Servo sofredor de Isaías era um homem de dores, desprezado e rejeitado (Is 53:2-4). Como um cordeiro do santuário, Ele seria abatido por causa dos nossos pecados (Is 53:5-7), de acordo com a vontade do Senhor (Is 53:8-10). Mas “depois do sofrimento de Sua alma” (Is 53:11, NVI), Ele justificaria muitos e receberia uma herança poderosa (Is 53:12).

Para os escritores do Novo Testamento, Isaías 53 foi a chave para o papel do Messias. Paulo certamente pregou sobre esse texto em Tessalônica. De acordo com Isaías 53, o Messias não pareceria majestoso nem poderoso no momento da Sua primeira manifestação. Na verdade, Ele seria rejeitado por muitos de Seu próprio povo. Mas essa rejeição seria o prelúdio para a manifestação do Messias glorioso da esperança judaica. Com isso em mente, Paulo foi capaz de mostrar que o Jesus que ele havia conhecido era, de fato, o Messias que o Antigo Testamento tinha predito.

4. Com espírito de oração, leia Isaías 53. Que símbolos indicam que Jesus sofreria antes de Sua glória? O que Ele sofreu para que você tivesse a vida eterna? À luz desse amor divino, em que posição Cristo deve estar em nossa vida?

Quinta

Ano Bíblico: Sl 119

Nasce uma igreja

5. Que classes de pessoas formaram o núcleo da igreja de Tessalônica? At 17:1-4, 12

Uma parte da estratégia missionária de Paulo era levar a mensagem primeiramente ao judeu e também ao grego (Rm 1:16). Durante o ministério de Paulo, os judeus regularmente recebiam a primeira oportunidade de ouvir e aceitar o evangelho. E o fato é que, de acordo com a Bíblia, na época de Paulo, muitos judeus aceitaram Jesus como o Messias. Mais tarde, quando a igreja começou a apostatar e rejeitar a lei, especialmente o sábado, tornou-se cada vez mais difícil para os judeus aceitar Jesus como o Messias, porque, afinal, que Messias anularia a lei, especialmente o sábado?

Como o texto mostra, alguns dos judeus de Tessalônica foram persuadidos pela exposição que Paulo fez dos textos messiânicos relacionados à história de Jesus. Um deles, Aristarco, foi mais tarde um colaborador de Paulo e, em certo momento, até companheiro de prisão (Cl 4:10, 11; At 20:4). Outro, Jasom, era aparentemente rico o suficiente para abrigar a igreja em sua casa, depois que os cristãos já não eram bem-vindos na sinagoga. Ele também proveu pelo menos uma parte da fiança necessária para evitar a prisão de Paulo (At 17:4-9).

Os “gregos tementes a Deus” (At 17:4, NVI) são geralmente identificados com os gentios que ficavam encantados com o judaísmo, frequentavam a sinagoga, mas não se convertiam. Esse era um fenômeno generalizado nos dias de Paulo. Esses gentios se tornaram uma ponte natural para que Paulo alcançasse os gentios que não tinham nenhum conhecimento do judaísmo nem do Antigo Testamento.
A característica judaica, e relativamente rica, da igreja de Tessalônica em seu início, é enfatizada em
Atos 17 (como no verso 12), em que preeminentes gregos também se tornaram crentes. Contudo, é claro que, no tempo em que foi escrita a primeira carta aos Tessalonicenses, a igreja para a qual Paulo estava escrevendo era, em grande parte, composta de gentios (1Ts 1:9) das classes trabalhadoras (1Ts 4:11).

O que podemos ver aqui é o caráter universal do evangelho, o fato de que ele se destina a todos os povos, classes e raças; para ricos ou pobres, gregos ou judeus, porque a morte de Cristo beneficiou o mundo inteiro. É por isso que a mensagem adventista do sétimo dia é para todo o mundo (Ap 14:6), sem exceções fundamentadas em etnia, nacionalidade, classe social ou situação econômica. É muito importante manter essa missão sempre diante de nós. Assim também é importante que não nos tornemos isolados, absortos em nossos próprios pensamentos e mais interessados em manter o que temos do que em avançar para além dos limites confortáveis que, talvez até inconscientemente, estabelecemos para nós mesmos.

Sexta

Ano Bíblico: Sl 120–134

Estudo adicional

Desde os dias de Paulo até o presente, Deus, pelo Seu Espírito Santo, tem estado a chamar tanto judeus como gentios. “Para com Deus não há acepção de pessoas” (Rm 2:11), declarou Paulo. O apóstolo se considerava devedor “tanto a gregos como a bárbaros” (Rm 1:14), bem como a judeus; mas jamais ele perdeu de vista as decididas vantagens que os judeus haviam possuído sobre outros, “primeiramente”, porque “as palavras de Deus lhe[s] foram confiadas” (Rm 3:2, RC). Declarou ele: “O evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1:16; Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 380).

“Paulo recorreu às profecias do Antigo Testamento... Pelo inspirado testemunho de Moisés e dos profetas, provou cabalmente que Jesus de Nazaré era o Messias, e demonstrou que, desde os dias de Adão, foi a voz de Cristo que falara por intermédio dos patriarcas e profetas” (Ibid, p. 222; veja a extensa quantidade de textos do Antigo Testamento que seguem nas páginas 222-229).

“Na proclamação final do evangelho, quando deve ser feito um trabalho especial pelas classes de pessoas até aqui negligenciadas, Deus espera que Seus mensageiros tomem interesse especial pelo povo judeu, o qual eles encontram em todas as partes da Terra... Ao verem o Cristo da dispensação evangélica retratado nas páginas das Escrituras do Antigo Testamento, e perceberem a clareza com que o Novo Testamento explica o Antigo, suas adormecidas faculdades despertarão e eles reconhecerão Cristo como o Salvador do mundo. Muitos receberão Cristo pela fé como seu redentor” (Ibid. p. 381).

Perguntas para reflexão

1. Paulo abordava os judeus de sua época com base nas profecias messiânicas do Antigo Testamento. Até que ponto essa abordagem é proveitosa hoje com os judeus, especialmente os judeus seculares que podem até não estar familiarizados com as profecias do Antigo Testamento?

2. Como as profecias da Bíblia podem ser apresentadas para influenciar seus amigos e vizinhos de maneira mais eficaz? Por exemplo, como Daniel 2 poderia ajudar alguém de perspectiva secular ou não bíblica a confiar na Bíblia?

Resumo: Uma série de pontos importantes foram estudados nesta primeira semana. Acima de tudo, devemos lembrar a importância que a Palavra de Deus tem na nossa vida, na nossa missão e no nosso testemunho.

Respostas sugestivas: 1: Porque uma jovem foi libertada de um espírito de adivinhação, o que prejudicou os interesses financeiros de algumas pessoas. Devemos estar preparados para a perseguição, mas não devemos provocá-la. 2: Paulo começou pregando aos judeus na sinagoga, aos sábados. Com base nas Escrituras, ele demostrou a necessidade do sofrimento e ressurreição de Cristo. 3: Seria pastor das ovelhas, descendente de Davi, sábio e justo, salvador glorioso e rei humilde; sofreria em lugar dos pecadores. 4: Renovo; raiz de uma terra seca; cordeiro; ovelha muda sacrificada em lugar dos transgressores. Jesus deve ser o primeiro em nossa vida. 5: Judeus convertidos, gregos piedosos e mulheres de alta posição.

Resumo da Lição 1 – O evangelho chega a Tessalônica

Texto-chave: Atos 17:1-4

O aluno deverá...

Reconhecer: Que o sofrimento e a morte de Cristo foram o cumprimento das profecias do Antigo Testamento.

Sentir: Certeza de que sua fé não é despropositada, mas enraizada no plano final de Deus de salvar o mundo.

Fazer: Compartilhar com os outros a certeza de sua fé.

Esboço

I. Conhecer: Morto desde a fundação do mundo

A. Jesus é descrito em Apocalipse 13:8 como o "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo". O que isso indica sobre a natureza e origem do plano de Deus para redimir o mundo?

B. Por que foi necessário que Cristo sofresse e morresse para que o mundo fosse restaurado? Por que Deus não podia simplesmente ter ignorado o pecado de Adão e Eva?

C. O apóstolo Paulo se refere a Cristo como "nosso Cordeiro pascal” (1Co 5:7). Por que o cordeiro pascal é um tipo de Cristo?

II. Sentir: Salvo por outro

Se você tivesse sido o filho mais velho de uma família judaica no Egito durante a Páscoa, que tipo de emoções você teria experimentado na manhã seguinte?

III. Fazer: Compelido a compartilhar

Como sua gratidão pelo gratuito dom da salvação tem compelido você a dedicar sua a Ele?

Resumo: O sofrimento e morte de Cristo não foi, em última análise, um erro de justiça, mas o cumprimento do plano de Deus de redimir o mundo. Essa compreensão pode nos dar confiança na Palavra de Deus e em Seu amor por nós, como aconteceu com os novos crentes em Tessalônica.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: O sofrimento e morte de Cristo não foi, em última análise, um erro de justiça, mas parte do plano divino para lidar com o pecado e restaurar os pecadores à comunhão ininterrupta com Deus.
Só para o professor: Nesta semana examinaremos por que a Escritura diz que foi "necessário" que o Messias sofresse e morresse a fim de cumprir o plano de Deus para redimir o mundo.

Em 5 de agosto de 2010, aconteceu um desastre numa mina de metais preciosos no Chile, quando 700.000 toneladas de rocha caíram na entrada principal da mina, prendendo 33 mineiros a 700 metros abaixo do solo. As equipes de resgate já haviam quase desistido de encontrar sobreviventes, mas finalmente, após 17 dias perfurando em diferentes áreas da mina, uma broca voltou à superfície trazendo um bilhete que dizia: "Todos nós aqui no abrigo estamos bem. "Miraculosamente, os mineiros haviam sobrevivido, embora quase tivessem morrido de fome. Imediatamente foram elaborados planos para perfurar um túnel de escape.

Enquanto muitos ficaram frustrados porque o túnel levaria mais de dois meses para ser perfurado, outros estavam preocupados porque o tamanho do túnel, que se estendia por 700 metros pés através da rocha sólida, fosse muito pequeno.

Por que o túnel tinha que ser tão pequeno? Embora os engenheiros tivessem explicações detalhadas, a resposta simples foi que isso era "necessário" para que o resgate tivesse sucesso. Um túnel de escape maior (em uma mina muito explorada e que tinha mais de um século de existência) era simplesmente demasiado perigoso.

Pense nisto: A situação dos mineiros chilenos pode ser comparada com a nossa necessidade de resgate divino. Quanto dos detalhes sobre a "necessidade" do plano de resgate de Deus precisamos de entender?

Compreensão

Só para o professor: Peça que os alunos escrevam em um papel três razões para acreditar na cruz e aceitar os benefícios do sacrifício de Cristo.

Comentário Bíblico

I. A necessidade do sofrimento e morte de Cristo

(Recapitule com a classe At 17:1-4.)

De acordo com Lucas, um componente central da apresentação do evangelho aos tessalonicenses foi o fato de que o sofrimento e a morte de Cristo não foram um erro trágico, mas uma "necessidade" divina. A palavra grega traduzida como "necessário" (dei) é uma palavra significativa para Lucas. Ela ocorre dezoito vezes em seu evangelho e vinte e duas vezes no livro de Atos. Lucas usa essa palavra para indicar que os eventos da vida de Jesus não foram meramente o resultado do acaso, mas parte de um plano divino revelado nas Escrituras para redimir a raça humana.

A primeira vez que Lucas usa essa palavra em seu evangelho ocorre quando José e Maria perderam de vista a Jesus, quando Ele estava com doze anos de idade, em Jerusalém (Lc 2:41-51). Quando eles finalmente O encontraram no templo, Jesus disse que não deveria ter sido nenhuma surpresa que Ele estivesse ali porque era "necessário" [Eu devia, NVI] que Ele estivesse "na casa de [Seu] Pai" (Lc 2:49, RA). Essa mesma mensagem básica ocorre várias vezes em Lucas, quando Jesus fala sobre vários aspectos de Sua vida. Jesus fala sobre Sua necessidade divina de pregar o evangelho (Lc 4:43), de curar uma mulher aleijada no sábado (13:16), de participar da refeição na casa de Zaqueu e, mais importante e com mais frequência, da necessidade de Seu sofrimento, rejeição e morte em Jerusalém (Lc 13:33; 17:25; 22:37; 24:7, 26).

Embora seja fácil ver a "necessidade" por trás de alguns desses eventos, como a cura de alguém para demonstrar o amor de Deus, por que também foi "necessário" que Jesus sofresse e morresse, como parte do plano de Deus para salvar o mundo? Deus não poderia simplesmente ter ignorado o pecado ou, para usar uma metáfora do golfe, ter nos dado uma segunda chance que não exigisse Sua morte?

Mesmo que ignorar um pecado pareça uma coisa fácil de fazer, Deus não poderia ter feito isso sem comprometer Sua justiça e santidade. O pecado não é um problema trivial. É inteiramente oposto a Deus. O pecado é mal, causa sofrimento e morte. Ignorar o pecado teria sido o equivalente a justificar sua existência. Deus não poderia fazer isso. Sua natureza exigiu que Ele resolvesse o problema do pecado. No entanto, como um Deus de amor, Ele também queria oferecer misericórdia aos pecadores.

A fim de ser justo ao lidar com o pecado e ser misericordioso no trato com os pecadores, Deus decidiu assumir o castigo e a penalidade de nossos pecados. Ele fez isso enviando Jesus para ser nosso Substituto. Jesus morreu a morte que nós merecemos, para que tivéssemos a vida que Ele merecia. É exatamente isso que o apóstolo Paulo explica em Romanos 3:26, onde ele diz que a morte de Jesus tornou possível que Deus fosse "justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus".

Pense nisto: A Bíblia repetidamente descreve Deus como sendo justo ao lidar com o pecado e ao mesmo tempo amoroso no trato com os pecadores. Que imagens distorcidas surgiriam se enfatizássemos apenas um desses atributos?

II. A "loucura" da cruz

(Recapitule com a classe Ro 1:16.)

Enquanto os primeiros cristãos viam o sofrimento e morte de Cristo como uma parte "necessária" do plano de Deus para redimir o mundo, judeus e gentios não viam dessa maneira. A ideia de que o Messias aguardado há muito tempo devesse ser crucificado parecia absurda para os judeus. O Messias devia ter derrotado os inimigos de Israel, não ter sido crucificado por eles. Os romanos também pensavam que os cristãos estavam iludidos em seguir a Jesus. Quem adoraria alguém que fosse, pelo menos na mente de um romano, um criminoso crucificado? Do ponto de vista do mundo, a cruz era um objeto de vergonha e derrota, e não algo a ser venerado.


Em um pedaço de grafite antigo descoberto em Roma, aproximadamente do tempo de Paulo, podemos ter um vislumbre do tipo de zombaria e desprezo que os cristãos devem ter experimentado como resultado de sua fé. Curiosamente, essa descoberta, conhecida como o grafite de Alexamenos, também parece ser o mais antigo desenho conhecido da crucifixão de Jesus. Ele retrata uma cena de crucifixão, em que o indivíduo na cruz tem a cabeça de um burro, mas o corpo de um homem. Ao lado da cruz, um jovem pode ser visto ajoelhado em adoração. Rabiscada abaixo da cruz está a declaração: "Alexandre adora [seu] deus." A mensagem é óbvia: os cristãos eram vistos como estúpidos por acreditar em Jesus. Nesse tipo de ambiente, não é de admirar que, ao escrever aos Romanos, Paulo tivesse que lembrar-lhes de que o evangelho do Jesus crucificado e ressuscitado não era algo de que se devia envergonhar, mas algo de que se devia gloriar (Rm 1:16). Foi por meio da "loucura" (1Co 1:18) da cruz que Cristo venceu o poder do pecado e da morte.

Pense nisto: A mensagem da cruz de Jesus continua a ser ridicularizada pelos incrédulos. O que podemos fazer para incentivar as pessoas da igreja a não ficar "envergonhadas" da cruz, mas se gloriar nela?

Aplicação
Só para o professor: Incentive os alunos a usar as questões a seguir como uma maneira de pensar sobre a necessidade da morte de Cristo a partir de uma perspectiva bíblica.

Perguntas para reflexão

1. Lucas conta como, depois da ressurreição, Jesus repreendeu dois discípulos no caminho de Emaús por não reconhecerem que o Antigo Testamento havia indicado a "necessidade" do sofrimento e rejeição do Messias. Que eventos e histórias do Antigo Testamento apontam para a "necessidade" da morte de Jesus?
2. Que histórias e eventos das Escrituras, em algum momento do tempo, podem ter parecido como falhas ou erros da justiça, se já não conhecêssemos o fim dessas histórias? Como isso pode nos encorajar em nossa caminhada cristã?

Perguntas de aplicação

1. Por que a mensagem da cruz continua a ser uma pedra de tropeço para os seres humanos?

2. A realidade do sofrimento é uma das questões mais difíceis que impedem as pessoas de acreditar na existência de um Deus todo-poderoso e amoroso. Embora certamente não existam respostas fáceis ou rápidas para o problema do sofrimento, que conforto e esperança encontramos no pensamento de que havia necessidade do sofrimento de Cristo em nosso favor?

3. O fato de que Paulo precisou encorajar os cristãos de Roma a não se "envergonhar" do evangelho (Rm 1:16) indica que os cristãos estavam sendo ridicularizados publicamente por suas crenças. De que forma os cristãos são ridicularizado hoje?

Criatividade

Só para o professor: Muitas pessoas nunca pensam realmente sobre a necessidade de que Jesus viesse como nosso Substituto. Use a seguinte atividade para ajudar os alunos a refletir sobre essa questão, considerando em primeiro lugar suas próprias circunstâncias.

Atividade: Peça aos alunos para refletir sobre acontecimentos em sua vida quando foi necessário que alguém viesse em seu auxílio. O que teria acontecido sem essa ajuda? E como eles expressaram sua gratidão? Depois de compartilhar várias histórias, dirija a conversa de volta para a lição, perguntando o que teria acontecido se Deus não tivesse feito por nós o que foi "necessário"? Como devemos expressar nossa gratidão a Ele?

Novo trimestre. Como a igreja adventista mundial faz há anos, a cada três meses brinda-nos com novo bloco de temas a ser estudado. Quem acompanha com dedicação estes estudos, e são muitos os que o fazem, pode se tornar grande conhecedor da Palavra de Deus. Para as próximas treze semanas tocou-me o privilégio de contribuir na elaboração dos comentários; desta vez sobre as duas cartas de Paulo aos Tessalonicenses. Assim, gostaria de ter a chance de entrar em seu computador, para juntos crescermos na maturidade cristã.

Espero você a cada semana.

Pr. JSilvio

Comentário - LIÇÃO 1 – O Evangelho chega a Tessalônica

SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO

Inicialmente, vamos relembrar, de forma rápida, o itinerário de Paulo em sua segunda viagem missionária e a entrada do evangelho na Europa. Observe que os labores do apóstolo na Ásia Menor são reduzidos, porque o Espírito Santo o impulsionou para a Europa, cenário das maiores realizações evangélicas de sua segunda viagem (anos 49 a 52).

1. Partida - Atos 15:36-41

No mesmo ano do Concílio de Jerusalém (49 d.C.), Paulo e Barnabé, decidiram visitar as igrejas que haviam constituído cerca de quatro anos antes, em Chipre, Panfília, Pisídia e região da Galácia.

Paulo não aceitou a proposta de Barnabé para levar com eles o jovem João Marcos. A discussão foi acalorada a ponto de se separarem. Barnabé viajou para Chipre com seu sobrinho e Paulo, acompanhado por Silas, atravessou a Síria e Cilícia. Este distanciamento dos dois grandes evangelistas foi transitório. Posteriormente, Paulo mudou seu conceito acerca de João Marcos (veja Cl 4:10; 2Tm 4:11).

2. Itinerário até Trôade - Atos 16:1-10

O trajeto para Derbe foi bastante difícil. Deveriam iniciar a travessia dos montes Tauros pelas “portas da Cilícia”. Transpostos esses montes, seguiram pela vasta planície da Licaonia, provavelmente inundada nessa época do ano (aceita-se que tenha sido na primavera de 49), e transformada em um grande pântano. Não menos de 10 dias eles devem ter gasto na viagem entre Tarso e Derbe.
Em Listra, Paulo voltou a se encontrar com Timóteo, que decidiu dedicar-se ao ministério.

3. Outras localidades visitadas:

a. Frígia – uma região não bem definida na Ásia Menor Ocidental, de limites mais raciais que políticos. As cidades de Colossos e Laodiceia, sobre o rio Lico, formavam parte da Frígia.

b. Galácia – originalmente uma região pequena ocupada por gauleses vindos da Europa no século III a.C. Mais tarde, teve seus limites ampliados ao unir-se a Roma, e se tornar, finalmente, uma província romana (25 a.C.). É provável que, nessa visita, Paulo tenha padecido da enfermidade mencionada em Gálatas 4:13-15 (talvez uma infecção ocular).

c. Ásia – era uma província romana, com capital em Éfeso. O Espírito Santo não permitiu que pregassem ali. Tampouco em Mísia (região no extremo noroeste da Ásia Menor nas margens do estreito de Dardanelos). A intenção dos pregadores era visitar a Bitínia (província situada no litoral sul do Mar Negro, incluía cidades como Niceia e Nicomédia), no que também foram impedidos pelo “Espírito de Jesus”.

d. Assim, chegaram ao porto de Trôade (v. 8), colônia romana, cidade livre e porto da Mísia, no mar Egeu, frente à Europa. Ali Paulo teve a visão do jovem macedônio, que o chamava imperativamente à Macedônia.

A partir de Atos 16:10, Lucas se une ao grupo, como indica o uso da primeira pessoa do plural empregada até a chegada a Filipos.

É claro que, naquela época, não havia uma linha separando a Ásia da Europa. Os missionários que navegavam pelo norte do mar Egeu só tinham consciência de estar viajando de uma província para outra, e não de um continente para outro, já que ambos os lados do mar Egeu pertenciam ao Império Romano. Campbell Morgan afirma: “A invasão da Europa certamente não estava na mente de Paulo, mas, evidentemente, estava na mente do Espírito.” A evangelização da Europa começou quando Paulo pisou na terra que hoje é a faixa longa e estreita do nordeste da Grécia.

OS PREGADORES PAGAM UM PREÇO

1. A obra em Filipos – Atos 16:12-40

Durante a navegação de Trôade a Neápolis não houve inconvenientes. Os 230 quilômetros que separam ambas as povoações foram percorridos em dois dias, passando pela ilha de Samotrácia, no Egeu (mar que separa a Grécia da Ásia Menor) mais ou menos na metade do caminho.

Neápolis, localizada na Trácia, era porto de Filipos, devido a sua proximidade (15 km). Filipos não era a capital da Macedônia, porém, uma povoação de importância. Antigamente, chamava-se Krenides (lugar de pequenos mananciais), porém tomou seu nome depois da reconstrução realizada por Filipe II, no século IV a.C. Mais tarde, foi transformada em colônia romana e teve seus direitos ampliados, transformando-se em verdadeira extensão da cultura imperial romana.

Em Filipos, iniciaram-se os labores evangelísticos do apóstolo Paulo na Europa.

2. Incidentes que mais se destacam do trabalho em Filipos:

a. A conversão de Lídia, mulher de Tiatira, que se dedicava ao comércio de púrpura, provavelmente viúva. Ela aceitou o evangelho, e com ela, sua família. Sua casa se abriu para receber os mensageiros do Senhor, embora pareça não ter sido fácil convencê-los, a julgar pela expressão de Atos 16:15: “... nos constrangeu a isso”.

b. Uma escrava possessa. Literalmente, ela possuía “um espírito de píton”. Uma referência à serpente da mitologia que vigiava o templo de Apolo e o oráculo de Delfos. Por meio da adivinhação, essa pitonisa propiciava lucro e alimentava a ganância de seus senhores. Foi utilizada por Satanás para estorvar o trabalho da equipe evangelística. Por vários dias, ela os acompanhou gritando: Estes homens são servos do Deus Altíssimo” (At 16:17). Talvez o motivo final fosse lançar descrédito sobre o evangelho, associando-o ao ocultismo na mente das pessoas.

Finalmente, Paulo, perturbado por essa cotidiana interferência, ordenou ao espírito que a abandonasse.

c. Encarceramento dos discípulos. F. F. Bruce comenta: “Quando Paulo exorcizou o espírito que a possuía, exorcizou também a fonte de renda deles.” Os exploradores da jovem adivinha promoveram habilmente um tumulto de grandes proporções. Levaram Paulo e Silas ao fórum e, diante de uma multidão agitada e de juízes desorientados, foram acusados. Os juízes decidiram atuar com presteza deixando de lado as instâncias correspondentes a um processo judicial. Rasgaram as roupas dos pregadores, que foram açoitados barbaramente e lançados numa cela interior, presos ao cepo, com recomendações de total vigilância por parte do carcereiro.

“Os pregadores pagam um preço.”

d. A libertação. A partir de então, os acontecimentos se sucederam rapidamente. Os juízes que haviam retornado a suas casas, felicitando-se pela grande capacidade de dissolver os distúrbios, logo se viram confrontados com evidências tais, que compreenderam a injustiça que haviam cometido.

A atitude de Paulo e Silas em sua dolorosa situação impressionou completamente o carcereiro e os demais presos. Ellen G. White afirma: “Todo o Céu estava interessado nos homens que estavam sofrendo por amor a Cristo, e anjos foram enviados a visitar o cárcere. A seus passos a Terra tremeu. As pesadas portas do cárcere se abriram de par em par; as cadeias e grilhões caíram das mãos e pés dos presos, e uma brilhante luz inundou a prisão” (Atos dos Apóstolos, 215).

e. Fatos posteriores. O carcereiro, recuperado das fortes emoções que o haviam transtornado e quase o levaram ao suicídio, “com profunda humildade pediu que lhe mostrassem o caminho da vida [...]. Uma influência santificadora se difundiu entre os presos e todos estavam dispostos a escutar as verdades expostas pelos apóstolos” (Atos dos Apóstolos, 217).

Os líderes da cidade receberam as informações já bem cedo, naquela manhã, e decidiram libertar de imediato os presos. Porém, “Paulo e Silas haviam sido encarcerados publicamente e se negaram a ser postos em liberdade secretamente, sem a devida explicação por parte dos magistrados”. Estes, profundamente alarmados, sobretudo ao serem informados de que os presos eram cidadãos romanos, dirigiram-se pessoalmente ao cárcere, apresentaram suas desculpas e rogaram que Paulo e Silas saíssem da cidade. Feitos os arranjos necessários, os apóstolos concordaram. Despedindo-se dos irmãos, partiram.

Apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, Paulo e Silas receberam a força do Senhor para pregar o evangelho em Tessalônica. Calvino se referiu à “invencível coragem mental e perseverança infatigável da cruz.”

A ESTRATÉGIA DE PREGAÇÃO DE PAULO

Paulo, o missionário, tinha como estratégia proclamar a mensagem nos grandes centros, fazer uso das sinagogas, usar as profecias do Antigo Testamento como base de sua abordagem, tentando mostrar aos ouvintes uma nova imagem do Messias. O emprego dessa estratégia fica tão evidente em Tessalônica como em qualquer outra parte.

“Por três sábados consecutivos, Paulo pregou aos tessalonicenses, arrazoando com eles sobre as Escrituras, a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Mostrou-lhes que a expectativa dos judeus relacionada com o Messias não estava de acordo com a profecia, pois essa anunciava um Salvador vindo em humildade e pobreza, e que seria rejeitado, desprezado e assassinado” (Ellen G. White, Redemption: or the Teachings of Paul and His Mission to the Gentiles [Redenção: ou os Ensinos de Paulo e Sua Missão aos Gentios], p. 44).

DUAS VISÕES DO MESSIAS

Escreve o Dr. Raoul Dederen: “Duas linhas de predições dizem como seria a vinda do FiIho: Ele devia vir como Salvador do pecado, conforme prefigurado nos sacrifícios do AT (Gn 4:3, 4; Lv 1:3-9), anunciado pelos profetas (Is 52:13, 14; 53:3-6; Dn 9:26), e como Rei de Seu reino (Sl 2; Jr 23:5, 6). A ideia de servo desempenha papel importante na compreensão do NT sobre a obra e a missão de Jesus. Essa ideia vem diretamente de quatro canções de Isaías conhecidas como “canções do servo” (Is 42:1-4; 49:1-6; 50:4-9; 52:13–53:12). Jesus fez uma citação direta de Isaías 53:12, atestando Sua consciência de que a figura veterotestamentária do servo estava se cumprindo nEle (Lc 22:37)” (Tratado Teológico Adventista, p. 191).

Outro profeta, Jeremias fala de um “Renovo Justo”. Mesmo que a “árvore” da família de Davi tivesse sido cortada, um “renovo” cresceria e se tornaria o Rei da nação. Esse rei seria reto e governaria com justiça. O nome dele é “Jeová Tsidkenu” – “Senhor, Justiça nossa”. Esse nome exaltado aplica-se somente a Jesus Cristo (2Co 5:21). Quando depositamos nossa fé em Cristo, a justiça dEle nos é imputada (contrário de amputada), e somos declarados justos diante de Deus. É nisso que consiste ser “justificado pela fé” (Rm 3:21–5:11; Wiersbe, v. 4, 141).

SOFRIMENTO ANTES DA GLÓRIA

Em determinado momento de Seu ministério, Jesus começou a combinar dois conceitos bíblicos, aparentemente incompatíveis: o Filho do Homem exaltado e majestoso de Daniel 7:13 e o Servo sofredor de Isaías 53. Quando Cristo afirmou que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate...” (Mc 10:45), os judeus que esperavam um Messias político se decepcionaram. Não entenderam corretamente o alcance dessas profecias. Insistiram em permanecer com a expectativa e o foco na chegada de um Messias guerreiro, libertador. Esse líder político-militar deveria libertá-los do jugo romano. Várias vezes quiseram alçar Jesus ao poder, como líder guerreiro, contra Roma. Tudo porque desprezaram o aspecto sofredor do Servo de Deus, como anunciado nas profecias do AT.

Por outro lado, para Cristo o verdadeiro significado de “servir”, era “dar a Sua vida em resgate”. Toda a missão do Salvador está contida nessas palavras. Em realidade, Jesus estava dizendo que o Filho do Homem, antes devia vir como Servo. Ele uniu em Sua Pessoa os dois grupos de profecias messiânicas. O “Filho do Homem” nesse momento era o Servo. Nenhum Rabi jamais fez isso. Aqui está o gênio de Jesus Cristo. Ele compreendeu muito bem toda a Sua missão presente de sofredor, sem negar Sua missão futura de Juiz, exaltado e glorioso.

Paulo entendeu de maneira clara essa verdade bíblica e a expôs poderosamente em sua abordagem aos tessalonicenses. A matéria apresentada nas lições de terça e quarta é bastante esclarecedora. Trata do fato de que o Messias deveria vir como “Servo sofredor, Homem de dores” (Is 53) antes de Se manifestar em glória. Isaías 53 foi a chave para o papel do Messias. Paulo se empenhava em anunciar Jesus. Ele identificou o Jesus da história com o Cristo das Escrituras.

A interpretação messiânica de Isaías 53 teve o apoio dos rabinos até o século XII. Depois disso, estudiosos judeus começaram a interpretar a passagem como uma descrição dos sofrimentos de Israel como nação. Porém, como Israel poderia ter morrido por seus próprios pecados (v. 8)? Israel nunca foi inocente de pecado, e dessa forma, jamais poderia ser condenado injustamente (v. 9). O profeta escreveu sobre um indivíduo inocente, não sobre uma nação culpada. Deixou bem claro que esse inocente morreu pelo pecado para que os culpados pudessem ser libertos.

O Servo que Isaías descreve é o Messias. O Novo Testamento, que apresenta mais citações ou alusões a Isaías 53 do que a qualquer outro capítulo do Antigo Testamento, afirma que esse Messias-Servo é Jesus de Nazaré, o Filho de Deus (Wiersbe).

Este magnífico cântico de quinze versículos, divididos em cinco estrofes de três versos, é a “Canção do Servo”. Cada uma dessas estrofes revela uma importante verdade sobre o Servo e sobre o que Ele fez por nós. Escreveu o estudioso do Antigo Testamento, Dr. Kyle Yates: “Essas cinco estrofes incomparáveis são o Monte Everest da profecia messiânica”. Assim como essa montanha, Isaías 53 se destaca pela beleza e grandiosidade de suas palavras, e tudo porque revela Jesus Cristo e nos leva ao Calvário, o Everest de nossa salvação.

Nasce uma Igreja

Os que têm hoje a desafiadora missão de plantar igrejas devem aprender com o apóstolo dos gentios estratégias para isso. A maioria dos convertidos em Tessalônica deve ter sido de gentios, até mesmo idólatras pagãos. Mesmo assim, Lucas se concentra em sua missão aos judeus, que durou apenas três semanas. Alguns deles, talvez, tivessem deixado suas sinagogas para se juntarem a uma igreja cristã. Lucas descreve as diversas respostas ao ministério de Paulo. Muitos creram, pois seu evangelho “chegou em poder”. Os convertidos afluíam de quatro seções da comunidade: judeus, gregos, tementes a Deus e mulheres distintas. Entre eles estavam Aristarco e Secundo, que mais tarde se tornaram companheiros de viagem de Paulo, e até, no caso de Aristarco, seu companheiro na prisão (At 20:4; 27:2).

Paulo era mais que apenas um pastor. Era pioneiro, sempre com os olhos em novos campos a conquistar. Como plantador de igrejas, Paulo estava disposto a deixar para outros a tarefa de regá-las (1Co 3:6). Estava muito mais interessado em desbravar novos territórios (Rm 15:20).

Foi através desses homens singularmente qualificados, que Jesus continuou a realizar Sua obra e ensinar, para estabelecimento da igreja cristã no primeiro século. Hoje, igualmente, Ele necessita de homens e mulheres semelhantes para o término da evangelização do mundo no século 21.

Pr. JSilvio

Ministerial – Associação Paulistana

 

Fonte:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

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