segunda-feira, 9 de julho de 2012

ES– Lição 2 - Preservando relacionamentos – 3º Trim, 2012

 

 

capala32012

 

 

Publicado em 05/07/2012 por VideosdeEsperanca #2 - Preservando relacionamentos - Esboço da Lição da Escola Sabatina, 3 Trimestre de 2012, da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Fonte: Videos Esperança

 

Lição 2 – de 7 a 14 de julho

Preservando relacionamentos

 

la232012

 

Sábado à tarde

Ano Bíblico: Sl 135–139

VERSO PARA MEMORIZAR: “Quem é a nossa esperança, alegria ou coroa em que nos gloriamos perante o Senhor Jesus na Sua vinda? Não são vocês? De fato, vocês são a nossa glória e a nossa alegria” (1Ts 2:19, 20, NVI).

Leituras da semana: At 17:5-34; 1Co 1:18–2:2; 1Ts 2:17–3:10

Pensamento-chave: O verdadeiro evangelismo leva a relacionamentos que podem resistir ao teste do tempo e durar pela eternidade.

Durante três semanas Paulo realizou uma série de reuniões evangelísticas em Tessalônica. Foi uma série muito animada, mas incitou a oposição dos líderes religiosos locais e de um grupo de malfeitores. Finalmente, Paulo foi expulso pelas autoridades da cidade, que também procuraram impedir seu retorno.

Esta lição fala das consequências da tentativa de Paulo de evangelizar Tessalônica. Para Paulo, depois dessa experiência, teria sido fácil focalizar a oposição e outros obstáculos do caminho. Em vez disso, a mente dele estava concentrada principalmente nos relacionamentos que tinha desenvolvido com os membros da nova comunidade cristã de Tessalônica.

Paulo ficou triste por não poder permanecer mais tempo com aqueles cristãos. Ele sabia que a brevidade do tempo que tinha passado com eles os tornaria mais vulneráveis ao desânimo e às influências negativas. Não podendo lhes falar pessoalmente, ele foi inspirado pelo Espírito Santo a lhes escrever duas cartas, as quais fazem parte do Novo Testamento.

Domingo

Ano Bíblico: Sl 140–144

Oposição em Tessalônica

1. Qual foi a principal motivação para a oposição à mensagem de Paulo? Que declarações seus oponentes fizeram para que as autoridades locais se interessassem no caso? Como essas autoridades responderam? At 17:5-9

Quando alguém prega novos ensinamentos e as pessoas ficam entusiasmadas, os líderes e mestres dos outros grupos religiosos podem ficar com ciúmes.

A atenção que antes era dirigida a eles se volta para outros. Como resultado, eles podem se comportar de forma irracional a fim de reduzir a influência do novo mestre.

De acordo com o historiador romano Tácito, pouco antes dos eventos descritos em Atos 17, surgiu um conflito entre os judeus de Roma sobre um homem que Tácito chama de “Cresto”. Esse termo provavelmente reflita uma incompreensão romana do conceito judaico acerca do Messias, ou, em grego, “o Cristo.” Aparentemente, a pregação do evangelho, realizada por alguma pessoa, tinha dividido a comunidade judaica de Roma.

Para os oficiais romanos, o debate sobre o Messias soava como preparação para o estabelecimento de um novo rei no trono de Roma (At 17:7). Provavelmente, por essa razão, o imperador tenha expulsado todos os judeus de sua capital (At 18:2). Alguns desses exilados se estabeleceram em Tessalônica, ou passaram por ali, levando o conhecimento desses eventos para a cidade. Visto que o evangelho havia colocado de cabeça para baixo o mundo dos judeus de Roma, os líderes religiosos de Tessalônica estavam determinados a impedir que algo semelhante acontecesse ali.

Tessalônica era governada por um conselho municipal possivelmente de cinco ou seis “prefeitos” que tomavam decisões em grupo. Essa organização permitia considerável independência em relação a Roma, o que eles não gostariam de perder. Nessas circunstâncias, o comportamento dos oficiais da cidade foi bastante impressivo. A semelhança com os acontecimentos recentes em Roma poderia ter exigido severa punição física para os novos cristãos. Em vez disso, os líderes da cidade responderam de forma imparcial (compare com At 16:22-24). Eles se certificaram de que Paulo e Silas deixassem a cidade (At 17:10). Também exigiram uma quantidade significativa de dinheiro dos novos cristãos como garantia de que Paulo não seria causa de novas perturbações. Então, os líderes permitiram a saída de todos.

O ciúme e a inveja podem nos destruir. O que podemos aprender com a vida e os ensinamentos de Jesus para nos ajudar a vencer esses sentimentos fatais?

Segunda

Ano Bíblico: Sl 145–150

O episódio em Bereia

Aperseguição pode ser uma via de mão dupla. Muitas vezes, ela é provocada pela calúnia contra os que não fizeram nada de errado. Mas também pode ser provocada por ações inadequadas dos cristãos (1Pe 3:13-16; 4:12-16). É muito provável que o tumulto em Tessalônica tenha sido motivado não só pela inveja dos adversários de Paulo, mas também pelas ações inadequadas dos novos crentes. As duas cartas aos Tessalonicenses revelam que Paulo tinha grandes preocupações acerca do comportamento público inadequado de alguns cristãos.

Paulo exortou os cristãos de Tessalônica a viver de modo tranquilo e a se comportar adequadamente entre os vizinhos gentios (1Ts 4:11, 12). Ele aconselhou os rebeldes entre eles (1Ts 5:14). Ordenou que eles se afastassem dos que andavam desordenadamente (2Ts 3:6, 7). Observou que alguns membros da igreja não apenas andavam de modo desordenado e ocioso, mas se haviam tornado “intrometidos” (2Ts 3:11). Assim, alguns membros eram um incômodo não apenas para a igreja, mas também para a sociedade. A perseguição em Tessalônica foi perversa, mas houve também comportamento censurável entre alguns novos cristãos.

2. Qual foi a diferença entre a experiência de Paulo em Bereia e em Tessalônica? O que aprendemos com essa diferença? At 17:10-15

Os bereanos estavam ávidos para conhecer mais sobre Deus e para entender melhor as Escrituras. Mas, embora tivessem ouvido com muita receptividade, eles também punham à prova tudo o que ouviam dos apóstolos com base no que encontravam em seu próprio estudo do Antigo Testamento.

Esse é um exemplo para nós. Podemos estar abertos a novas ideias, mas devemos sempre confrontá-las com base nos ensinamentos da Bíblia. Temos muitas coisas para aprender e muitas para desaprender. Ao mesmo tempo, devemos ter cuidado para evitar erros, uma vez que eles nos afastam da verdade.

Ainda que perturbadores de Tessalônica logo tivessem se intrometido na situação de Bereia, os judeus ali não fecharam a mente para a nova mensagem. Na verdade, “creram muitos dentre os judeus” (v. 12). Embora tivessem achado oportuno que Paulo seguisse para Atenas, permitiram que Silas e Timóteo permanecessem em Bereia a fim de incentivar e fortalecer os novos crentes.

Que exemplos temos em que a igreja cristã agiu de maneira claramente errada? Que lições podemos aprender com esses erros? Comente com a classe suas respostas.

Terça

Ano Bíblico: Pv 1–3

Interlúdio em Atenas

De acordo com Atos 17:14-16, Silas e Timóteo ficaram em Bereia, enquanto Paulo foi acompanhado até Atenas. Paulo instruiu seus acompanhantes a fazer com que Silas e Timóteo se juntassem a ele em Atenas, mas não há nenhuma menção de que eles tivessem feito isso. Por outro lado, em 1 Tessalonicenses 3:1, 2, vemos que Paulo enviou Timóteo de volta de Atenas a Tessalônica. Assim, pelo menos Timóteo parece ter se unido a ele ali por um curto período.

3. Ao falar aos judeus em Atos 17:2, 3, Paulo começou com o tema do Messias no Antigo Testamento. Ao falar aos filósofos pagãos de Atenas (At 17:16-34), em que ponto ele começou? O que podemos aprender com essas abordagens diferentes?

Em lugar de ter simplesmente entrado em Atenas, ido até o Areópago (também conhecido como Colina de Marte) e envolvido os filósofos ali, Paulo primeiramente andou pela cidade durante algum tempo e fez observações. Ele também envolveu os judeus de Atenas e alguns gregos da sinagoga de lá. Além de evangelizá-los em sua maneira habitual (At 17:2, 3), ele também deve ter aprendido sobre a cultura dominante na cidade. O primeiro passo em qualquer esforço missionário é ouvir e aprender sobre a fé e os pontos de vista das pessoas que estamos tentando alcançar.

Paulo também passou algum tempo no mercado de Atenas (que ficava abaixo e à vista do Areópago, ou Colina de Marte), argumentando com todos os que estivessem dispostos a conversar com ele. No processo, ele provocou a curiosidade de alguns filósofos epicureus e estoicos, que o convidaram para discursar a eles no lugar tradicional para tais discussões.

Ele começou seu discurso aos intelectuais de Atenas com observações sobre sua cidade e religiões. Seu ponto de partida teológico foi a criação, um tópico em que tanto ele quanto eles estavam interessados. Em contraste com sua abordagem à sinagoga, ele não defendeu sua causa a partir das Escrituras, mas a partir de escritos com os quais eles estavam familiarizados (At 17:27, 28 ecoa e cita escritores gregos). Mas quando ele entrou no território que ia além dos limites em que eles estavam intelectualmente à vontade, parece que os filósofos encerraram abruptamente a discussão. Alguns indivíduos, no entanto, continuaram a conversar com Paulo e se tornaram cristãos.

Compreendemos bem as opiniões e crenças dos que nos cercam? Por que é importante conhecer um pouco dessas coisas enquanto procuramos testemunhar?

Quarta

Ano Bíblico: Pv 4–7

Chegada a Corinto

Atos 18:1-18 contém duas importantes interseções com a história secular. A primeira é a expulsão dos judeus de Roma durante o reinado de Cláudio (At 18:2). Informações de fontes extrabíblicas colocam esse evento em 49 d.C. A outra importante interseção é a menção do procônsul Gálio (At 18:12). Visto que os procônsules em Corinto eram nomeados para períodos de um ano, a informação de inscrições e outros dados indicam que o mandato de Gálio ocorreu entre 50 e 51 d.C. Estudiosos críticos, muitas vezes duvidam da historicidade do livro de Atos, mas há muitas referências casuais como essas que confirmam sua descrição da história.

Timóteo deve ter viajado de Tessalônica para Bereia com Paulo e Silas (At 17:10, 14, 15), após sua expulsão de Tessalônica. Depois, se encontrou com Paulo em Atenas e foi enviado de lá para Tessalônica (1Ts 3:1, 2). Ali, ele se juntou a Silas (At 18:5) e, finalmente, viajou para se unir a Paulo em Corinto. A primeira epístola aos Tessalonicenses deve ter sido escrita de Corinto, logo após a chegada de Timóteo. Paulo sabia o que as pessoas estavam pensando na Acaia, onde Corinto estava localizada (1Ts 1:7, 8), e em 1 Tessalonicenses, ele estava respondendo às informações trazidas por Timóteo (1Ts 3:5, 6).

4. Qual foi o assunto principal da pregação de Paulo nessa passagem? Qual foi a diferença entre a estratégia missionária de Paulo em Atenas e em Corinto? 1Co 1:18–2:2

Paulo não deve ter ficado satisfeito com o resultado de seu encontro com os filósofos de Atenas, pois em Corinto ele decidiu utilizar uma abordagem mais direta para a mente grega. Ao fazer isso, ele não estava rejeitando a ideia de “alcançar as pessoas onde elas estão”, pois ele claramente promoveu esse tipo de abordagem na mesma carta (1Co 9:19-23). O que ele demonstrou em Atenas e Corinto foi que o processo de alcançar pessoas onde elas estão não é uma ciência exata, mas exige constante aprendizado e adaptação. Paulo não usou a mesma abordagem em todas as cidades. Ele era muito sensível às mudanças dos tempos, culturas e circunstâncias.

Qual é a relevância da mensagem da cruz para nós hoje, visto que a “sabedoria” do mundo muitas vezes se choca com a “loucura da cruz”?

Quinta

Ano Bíblico: Pv 8–11

Paulo revela sua afeição

5. Como era o relacionamento e a ligação emocional de Paulo com os crentes de Tessalônica? O que isso nos ensina a respeito de como devemos nos relacionar com aqueles a quem ministramos? 1Ts 2:17–3:10

A profundidade do pensamento de Paulo e o tom de confronto (veja, por exemplo, Gl 1:6, 7;. 3:1-4; 4:9-11), às vezes fazem com que ele pareça desprezar os sentimentos e relacionamentos pessoais. Mas esse agradável interlúdio em 1 Tessalonicenses mostra o contrário. Ele era um evangelista intensamente relacional, de acordo com a grande comissão, que enfatiza principalmente a formação de discípulos (Mt 28:19, 20).

Na passagem acima, Paulo revelou suas emoções. Ele sentia falta e “intensa saudade” dos irmãos tessalonicenses. Paulo disse que, ao Jesus voltar, pretendia apresentar a Ele os crentes de Tessalônica como frutos de seu ministério. Paulo não ficaria contente apenas em ser salvo no fim do tempo. Ele queria evidências de que sua vida havia feito uma diferença permanente para o reino de Deus.

Quando Paulo não mais pôde suportar o desejo intenso de encontrar os tessalonicenses, enviou um amigo em comum para verificar como eles estavam. Paulo temia que, de alguma forma, Satanás os afastasse de suas convicções originais. Mas ele foi grandemente consolado quando Timóteo informou que eles estavam firmes na fé.

Há uma interessante sugestão de uma dinâmica mais profunda em 1 Tessalonicenses 3:6. Paulo se regozijou com o relatório de Timóteo de que eles mantinham um bom conceito a respeito dele e de que eles estavam ansiosos para vê-lo tanto quanto ele estava ansioso para encontrá-los. A partida de Paulo de Tessalônica havia sido repentina, e parece que ele tinha alguma incerteza sobre a maneira pela qual eles consideravam sua pessoa e sua ausência. A fidelidade dos tessalonicences fez grande diferença para Paulo. Talvez, o senso de valor pessoal de Paulo estivesse, até certo ponto, ligado ao sucesso de sua missão. Afinal, ele era apenas humano.

O relatório de Timóteo trouxe a Paulo uma intensa experiência de alegria em suas orações a Deus. Mas essa alegria não acabou com seu intenso desejo de vê-­los face a face e completar a educação deles na caminhada cristã. No entanto, não podendo estar pessoalmente com eles, Paulo enviou primeiro um mensageiro, Timóteo, e depois se comunicou por meio de cartas. Essas cartas fazem parte do Novo Testamento.

Sexta

Ano Bíblico: Pv 12–15

Estudo adicional

Se nos humilhássemos perante Deus e fôssemos bondosos e corteses, compassivos e piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde agora há apenas uma. Mas, professando ser convertidos, levamos conosco uma carga de egoísmo que consideramos excessivamente preciosa para ser abandonada. É nosso privilégio depositar esse fardo aos pés de Jesus, assumindo em seu lugar o caráter e a semelhança de Cristo. O Salvador está esperando que assim procedamos” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189, 190).

“Durante Seu ministério, Jesus tinha conservado constantemente perante os discípulos o fato de que eles deviam ser um com Ele em Sua obra de resgatar o mundo da escravidão do pecado... Em toda a Sua obra Ele os estava preparando para o trabalho individual, que devia ser expandido à medida que seu número aumentasse” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 32).

Perguntas para reflexão

1. Que erros no comportamento dos cristãos dificultam o esforço para alcançar as pessoas?

2. Em Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189 (veja acima), Ellen G. White identifica o “egoísmo” como obstáculo à conversão de mais pessoas. De que forma o “egoísmo” se manifesta? Como podemos aprender a morrer para o eu?

3. O foco central da grande comissão (Mt 28:19, 20) é fazer discípulos. Compartilhe algumas de suas próprias experiências em ser ou em fazer discípulos. Até que ponto o discipulado de sua própria igreja está orientado?

4. Como você pode explicar a alguém a “loucura” da cruz? Por que Paulo usou essa terminologia? O que isso nos diz sobre a limitação da nossa compreensão da realidade?

Resumo: Em apenas três semanas, Paulo se havia tornado intensamente ligado aos novos crentes em Tessalônica. Não podendo voltar a eles, ele primeiramente lhes enviou Timóteo. Sob o poder do Espírito Santo, ele também colocou seu coração em duas cartas. O evangelismo significativo não deve se contentar com a simples aceitação das crenças cristãs. A vida física, mental e emocional está envolvida na fé cristã.

Respostas sugestivas: 1: Inveja; disseram que os apóstolos transtornavam o mundo, procediam contra os decretos de César e afirmavam que Jesus era rei; as autoridades receberam a fiança e os soltaram. 2: Os judeus de Tessalônica não aceitaram o evangelho e perseguiram os mensageiros; os de Bereia receberam a Palavra com avidez; na missão de pregar o evangelho precisamos aprender a enfrentar reações diferentes. 3: Mostrou que a religião deles de alguma forma se relacionava com o evangelho; com base em escritos conhecidos pelos atenienses, apresentou o Deus criador. 4: Jesus Cristo crucificado, a sabedoria divina que parece loucura para os homens; em Atenas, Paulo argumentou com base na religião e cultura do local. 5: Era semelhante ao relacionamento entre pai filho: profunda amizade, saudade e preocupação com o bem-estar mútuo.

 

Resumo da Lição 2 – Preservando os relacionamentos

 

Texto-chave: 1 Tessalonicenses 2:17-3:10

O aluno deverá...

Saber: Que o verdadeiro evangelismo envolve o desenvolvimento de relacionamentos estreitos e afetuosos com as pessoas a quem ministramos.
Sentir: A necessidade de investir não apenas tempo, mas a vida nas pessoas que estamos influenciando espiritualmente na direção de Cristo.

Fazer: Tornar as pessoas a quem ministramos o nosso foco principal, em vez de focalizar o próprio ato de ministrar.

Esboço

I. Conhecer: Relacionamentos são a essência do ministério

A. Paulo sempre compartilhava um estreito relacionamento com as pessoas a quem evangeliza. Por que os relacionamentos pessoais são tão importantes para levar outros a Jesus?

B. Que diferentes metáforas o apóstolo Paulo usou em 1 Tessalonicenses 2:7-11 para descrever a natureza de seu relacionamento com os tessalonicenses?

II. Sentir: Genuína preocupação pelos outros

A. Examine as palavras que Paulo usa em conexão com a palavra vós em 1 Tessalonicenses 2:17–3:5. Com base nessas expressões, descreva os sentimentos de Paulo para com os crentes de Tessalônica.

B. Por que é tão importante ter e expressar genuína preocupação para com as pessoas que queremos alcançar?

C. Quem foi a pessoa mais influente no seu crescimento espiritual? Descreva a natureza do relacionamento dela com você e o que o tornou tão significativo.

III. Fazer: Investir nos outros

A. Quais são as pessoas que Deus colocou sob sua influência espiritual? Que passos você pode dar para fortalecer seu relacionamento pessoal com elas?

Resumo: Desenvolver relacionamentos estreitos com as pessoas a quem estamos ministrando é o resultado do verdadeiro evangelismo.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: A terna preocupação de Paulo pelos crentes de Tessalônica é um exemplo do tipo de relacionamento afetuoso que Deus deseja desenvolver em nós para com as pessoas a quem ministramos.
Só para o professor: Para muitas pessoas, evangelismo significa apenas alcançar um alvo de batismos. Embora os batismos sejam importantes, por vezes os novos conversos são esquecidos depois do batismo. Com poucos amigos verdadeiros na igreja, os novos membros muitas vezes acabam deixando a igreja não muito tempo depois. A lição desta semana é um lembrete importante de que o verdadeiro evangelismo deve resultar na formação de relacionamentos estreitos e que durem para sempre.

Acontece o tempo todo nas igrejas. Uma série de reuniões evangelísticas resulta em novos conversos entrando pela porta da frente da igreja e no entanto, pouco tempo depois, desaparecem pela porta dos fundos. Frequentemente, o problema não é que os novos crentes deixaram de acreditar, mas que eles nunca se sentiram realmente parte da igreja. Eles podem ter se unido à igreja intelectualmente, mas não relacionalmente. Eles podem ter se sentido abertos para desenvolver um relacionamento com o evangelista ou pastor, mas uma vez que as reuniões terminaram e a vida na igreja voltou ao normal, eles se sentiram como a pessoa que fica de fora na brincadeira musical das cadeiras. Sem relacionamentos estreitos com seus líderes espirituais, eles não tiveram o envolvimento pessoal que poderia ter ajudado a ancorá-los em sua nova decisão.

Atividade de abertura: Depois de partilhar com a classe o cenário apresentado acima, convide os alunos que não foram criados na igreja para descrever como se uniram à igreja. Em seguida, pergunte o que foi que os ajudou a permanecer na igreja, quando muitos conversos não permanecem. Certifique-se de destacar a importância de formar relacionamentos com os novos membros da igreja, um componente essencial do crescimento espiritual.

Pense nisto: Por que a formação de relacionamentos com os novos membros da igreja é uma parte tão importante do evangelismo?

Compreensão

Comentário Bíblico

I. Novos conversos em Tessalônica

(Recapitule com a classe Atos 17:1-4.)

Paulo deve ter ficado muito feliz com a resposta inicial à sua proclamação do evangelho em Tessalônica, especialmente depois da surra que Silas e ele tinham recebido em Filipos (At 16:22-24). Não foram apenas alguns judeus que foram convencidos pelos argumentos de Paulo, mas vários gentios piedosos, incluindo várias mulheres de destaque, também decidiram tornar-se membros da igreja recém-organizada por Paulo, que se reunia numa casa. A descrição desses novos conversos não deve ser menosprezada. Lucas teve o cuidado de salientar que a mensagem cristã não era algum tipo de farsa religiosa projetada para tirar vantagem dos ingênuos, mas uma apresentação bem-fundamentada que apelava a judeus e gentios inteligentes, não apenas homens, mas também mulheres de importante posição social.

Uma leitura atenta de Atos também revela os nomes e alguns detalhes sobre três entre os novos crentes de Tessalônica. A primeira pessoa que encontramos é Jasom, que havia hospedado Paulo. Parece que Jasom era um judeu de língua grega, dado o fato de que esse nome era comum entre os homens judeus que, como Paulo, cresciam fora da Palestina. Jasom deve ter sido um homem de recursos, porque sua casa era grande o suficiente para hospedar Paulo e para servir como igreja. Os outros dois nomes são apresentados mais tarde em Atos: Aristarco e Secundo. De acordo com Atos 20:4, esses dois homens eram de Tessalônica e tinham sido nomeados para viajar com Paulo a Jerusalém, levando um donativo financeiro que foi destinado a demonstrar a boa vontade e a unidade das igrejas dos gentios para com seus irmãos judeus em Jerusalém. Secundo foi um cristão gentio (seu nome romano significa o "segundo" filho de seu pai). Aristarco foi um judeu cristão (Cl 4:10, 11) que se havia tornado um amigo próximo de Paulo. Ele acompanhou Paulo nas viagens e até compartilhou de sua prisão (At 19:29; 27:2; Fm 24).

Pense nisto: O sucesso evangelístico de Paulo resultou não apenas em amigos para toda a vida, mas lhe trouxe também inimigos. É necessário sempre obter inimigos? Por quê?

II. Problema em Tessalônica

(Recapitule com a classe At 17:5-9.)

De acordo com Atos 17:5, o sucesso de Paulo em Tessalônica enfureceu alguns dos judeus que não foram convencidos por sua mensagem. Com inveja do sucesso de Paulo com os gentios, e certamente não muito felizes porque alguns de seus compatriotas se haviam unido a ele, eles decidiram recorrer à ajuda de "alguns homens maus dentre a malandragem" para incitar confusão. Em grego, a expressão "homens maus dentre a malandragem" significa literalmente "homens do mercado". Refere-se a um grupo de bandidos desempregados que andava no mercado à procura de algo para fazer. Que contraste em relação às pessoas que responderam ao evangelho de Paulo.

De acordo com Lucas, esses desordeiros invadiram a casa de Jasom a fim de arrastar Paulo para a multidão (17:5). A palavra grega traduzida como "povo" ou "multidão" (demos), pode também se referir à assembleia pública de cidadãos, que tinha autoridade sobre questões legais locais. Não podendo colocar as mãos em Paulo, decidiram arrastar Jasom e outros irmãos diante dos magistrados locais. Quando eles chegaram, apresentaram duas acusações contra Paulo: (1) Paulo era um perturbador itinerante com um histórico de causar problemas em outras cidades; (2) Paulo era culpado de sedição por afirmar que Jesus, não César, era o rei. Suficientemente alarmados por essas acusações, os magistrados baniram Paulo e Silas de sua cidade e exigiram que Jasom pagasse algum tipo de taxa, a fim de garantir que os dois homens não voltariam.

Pense nisto: Embora as acusações contra Paulo fossem certamente interpretadas erroneamente, havia alguma verdade nelas. Até que ponto a pregação evangelística deve desafiar a condição atual da sociedade?

III. A preocupação de Paulo para com os novos conversos

(Recapitule com a classe 1Ts 2:17-3:10.)

A saída abrupta de Paulo de Tessalônica o deixou angustiado a respeito do bem-estar espiritual de seus novos conversos. O que havia acontecido com eles? Eles estavam se firmando na fé em meio à perseguição? Ou os judeus responsáveis pela saída de Paulo de Tessalônica, e que o haviam perseguido até Bereia, estavam tornando miserável a vida para os irmãos também?

Depois de semanas andando de uma cidade para outra, preocupando com a situação dos crentes a quem ele tinha deixado de modo tão repentino em Tessalônica, Paulo estava emocionalmente abatido. No espaço de apenas alguns versos, em 1 Tessalonicenses 2:17–3:10, Paulo fala repetidamente sobre seu desejo de vê-los, sua angústia, suas aflições, e menciona duas vezes sua incapacidade de suportar esse fardo por mais tempo. Outro vislumbre interessante do estado mental de Paulo é a maneira na qual ele descreve sua partida repentina de Tessalônica em 1 Tessalonicenses 2:17. A expressão "privados" (RC) vem de uma palavra grega (aporphanizō) e significa "tornar órfão” uma pessoa. Em outras palavras, Paulo compara a profunda angústia que ele sentia com a de um pai privado de um filho. Nesse estado mental, Paulo certamente deve ter se perguntado se ele e seus companheiros realmente tinham sido chamados por Deus para a Macedônia (At 16:9, 10).

A melancolia que ameaçava submergir Paulo e Silas foi superada pelo relatório positivo de Timóteo sobre a situação em Tessalônica. O fato de que o evangelho tinha criado raízes em Tessalônica, apesar da adversidade e perseguição, renovaram a confiança deles de que Deus os havia de fato chamado à Macedónia.

Pense nisto: A preocupação de Paulo para com os novos conversos de Tessalônica durou muito além de sua “campanha evangelística”. O que isso nos diz sobre o tipo de relacionamento que deve acompanhar o evangelismo?

Aplicação

Perguntas para reflexão

1. Paulo não disse como Satanás o impediu de voltar a Tessalônica (1Ts 2:18). Como ele reagiu? Que lições sobre perseverança e capacidade de recuperação podemos aprender com a resposta de Paulo às dificuldades e obstáculos que o desafiavam?

2. Como diz a lição, em 1 Tessalonicenses 2:17–3:10, Paulo revela seu coração aos Tessalonicenses. É importante compartilhar nossos sentimentos e preocupações com aqueles a quem ministramos?

Perguntas de aplicação

1. Na mente de Paulo, certamente o evangelismo estava acima de tudo. Sua igreja é missionária? Você é missionário? O que você pode fazer para melhorar?

2. Paulo sentia a responsabilidade pela estabilidade espiritual dos novos conversos de Tessalônica e tomava medidas para não apenas descobrir como eles estavam, mas para encorajá-los em sua caminhada. Como você ou sua igreja têm procurado incentivar os novos membros em sua congregação?

3. Paulo disse que a sua esperança, alegria e coroa de glória não é o que ele receberá na segunda vinda de Cristo, mas o fato de que ele verá esses conversos naquele dia. O que isso nos diz a respeito de quais devem ser nossas prioridades?

Criatividade

Atividade: Como vimos na lição desta semana, o verdadeiro evangelismo deve resultar em relacionamentos afetuosos e duradouros. Peça que os alunos façam uma lista dos novos membros da igreja que se batizaram no ano passado. Além de reservar algum tempo para orar por essas pessoas durante as próximas semanas, elaborem um plano que os ajudarão a alcançar esses novos membros, para que eles se sintam amados e apoiados pela família da igreja.

 

COMENTÁRIO – PRESERVANDO RELACIONAMENTOS

 

Uma das grandes realizações do ministério pastoral, talvez a maior, é o privilégio de estabelecer relacionamentos significativos e duradouros. Paulo, transformado de perseguidor cruel em pastor amoroso, deixou-nos lições preciosas sobre os nobres sentimentos que mantinha pelas pessoas que levou aos pés da cruz.

Nesta semana, ao preparar a matéria da lição, trago bem nítidas na memória, imagens dos locais mencionados, muitos dos quais tive a chance de percorrer, repetindo o mesmo trajeto da viagem do apóstolo na Grécia, séculos antes. Atualmente, claro, em estradas de ferro e amplas rodovias asfaltadas. Cidades como Kavala (Filipos), Salônica, a Via Inácia, Véria (Bereia), Atenas, o Porto de Pireu, Corinto, etc., são fontes de gratas recordações e inspiração para o estudante da Bíblia.

Povoada por gente de várias nacionalidades, Tessalônica abrigava uma considerável colônia judaica. Os discípulos se hospedaram na casa de Jason. Os primeiros tempos ali devem ter sido muito difíceis como revelam 1Tessalonicenses 2:9 e 2Tessalonicenses 3:8.

Por três sábados, os apóstolos tiveram oportunidade de pregar na sinagoga. Como resultado, “alguns deles creram”. A mensagem foi acolhida no coração de “gregos religiosos, grande multidão, e mulheres nobres, não poucas” (At 17:4).

Oposição em Tessalônica

O rápido “sucesso” de Paulo nessa cidade criou ciúmes e exaltou os ânimos daqueles judeus não convertidos. Novamente, como em Antioquia da Pisídia, o zelo equivocado de alguns entrou em erupção. Não encontrando Paulo nem seus associados, arremeteram contra a casa de Jason e o levaram prisioneiro diante das autoridades, acusando-o de subversão. Porém, esses judeus não se inflamaram tanto como os de Filipos, pois logo “tendo recebido satisfação de Jason e dos demais os soltaram” (At 17:9).

Durante a noite, temerosos pela possibilidade de violência posterior, os irmãos enviaram, Paulo e Silas a Bereia. Timóteo permaneceu em Tessalônica para atender o nascente interesse evangelístico.

Em Bereia

Bereia era uma cidade muito menor que Tessalônica, situada a uns 80 quilômetros a sudoeste, na encosta oriental do Olimpo, o sagrado monte grego.

A Escritura afirma que os habitantes de Bereia foram mais nobres que os de Tessalônica (At 17:11). Aceitaram a verdade que ouviram, comparando-a com a Palavra de Deus. Em outras palavras, os bereanos acolheram avidamente a mensagem, estudando todos os dias as Escrituras para comprovar se o que Paulo ensinava era verdade.

Propositalmente, destaquei essa característica dos crentes de Bereia porque nisso eles são exemplo para nós. Hoje, quando alguns na igreja apreciam contestar, criticar, promover dissenções e dissidências, é de suprema importância que sejamos cristãos que busquem, no estudo assíduo da Palavra revelada, a solidificação da estrutura espiritual de nossa vida religiosa.

Todavia, como havia acontecido antes em Listra, os judeus de Tessalônica não descansaram. Um grupo deles viajou até Bereia e promoveu ali grande agitação pública com o intuito de expulsar dali os pregadores. Conseguiram que Paulo saísse da cidade.

Enquanto Paulo era acompanhado por alguns irmãos a Atenas, Silas e Timóteo (chegado de Tessalônica) permaneceram em Bereia.

Em Atenas – Atos 17:15-34.

Se Paulo realizou a viagem por mar, ele gastou uns quatro dias. Se foi por terra, atravessando a Tessália, deve ter dispendido quase duas semanas. Ao chegar à capital cultural do mundo antigo, ele se sentiu tremendamente só. E através dos bereanos que regressaram, mandou chamar seus companheiros, mas o esperado encontro só aconteceu mais tarde em Corinto.

Em Atenas, Paulo encontrou uma população culta e instruída. Escreveu Ellen White: “A cidade de Atenas era a metrópole do paganismo. Aí Paulo não se encontrou com uma população crédula e ignorante, como em Listra, mas   um povo famoso por sua inteligência e cultura. Em todos os lugares estavam à vista estátuas de seus deuses e heróis divinizados da história e da poesia, enquanto magnificentes arquiteturas e pinturas representavam a glória nacional e o culto popular de deidades pagãs. O senso do povo estava empolgado com o esplendor e a beleza da arte. De todos os lados santuários, altares e templos representando enorme despesa, exibiam   sua formas maciças. Vitórias das armas e feitos de homens célebres eram comemorados pela escultura, relicários e placas. Tudo isso fez de Atenas uma vasta galeria de arte” (Atos dos Apóstolos, p. 233, 234).

A permanência de Paulo em Atenas de modo nenhum foi ociosa. Na sinagoga e na praça pública, ele disputava poderosamente com os que estivessem dispostos a escutá-lo. Logo, os grandes homens de Atenas ouviram acerca dele. Alguns filósofos epicureus e estoicos foram em sua busca com a evidente intenção de ridicularizá-lo como alguém que estivesse muito abaixo deles, tanto intelectual como socialmente. Porém tiveram uma surpresa. Logo viram que ele tinha um conhecimento muito superior ao deles. Sua capacidade intelectual impunha respeito aos letrados, ao passo que seu fervoroso e lógico raciocínio e seu poder de oratória captavam a atenção de todo o auditório (Atos dos Apóstolos, p. 235).

Finalmente, decidiram dar a Paulo a oportunidade de se dirigir à elite da cidade. A reunião aconteceu no histórico cenário do Areópago, ou Colina de Marte, localizado próximo à entrada monumental da Acrópole ateniense. O discurso que Paulo proferiu ali é uma obra-prima de eloquência. Foi ouvido com atenção comovida, e muitos sentiram a ação do Espírito Santo em sua mente. Porém, quando falou da ressurreição dos mortos, negada pela filosofia grega em voga, os ouvintes encontraram a escusa para não mais o escutarem.

“Terminou assim o trabalho do apóstolo em Atenas, o centro da cultura pagã; pois os atenienses, apegando-se persistentemente à sua idolatria, viraram as costas à luz da verdadeira religião. Quando um povo está inteiramente satisfeito com suas próprias realizações, pouco mais se pode esperar dele” (Atos dos Apóstolos, p. 239).

Quando as grandes verdades da Palavra nos são apresentadas, é muito perigoso fazer como fizeram aqueles filósofos: “Nós o ouviremos em outra ocasião sobre este assunto” (At 17:32).

Esses gregos, talvez, nunca mais tivessem outro encontro como aquele na Colina de Marte. E se o tiveram, jamais ouviram Paulo pregar outra vez. Tanto quanto se sabe, o apóstolo não mais pregou na capital grega, embora deva ter passado por ali mais tarde. A mente humana, como no cultivo da terra, tem estações favoráveis. Em relação ao Evangelho e à vida eterna, a estação favorável é semprehoje.

A maioria dos ouvintes de Paulo no Areópago zombou dele ou procrastinou uma possível aceitação do Evangelho. Porém, houve pelo menos duas pessoas que aceitaram e se uniram ao apóstolo e sua mensagem: Dionísio, um membro da corte que administrava os eventos da Colina de Marte, “e uma mulher por nome Dâmaris” (At 17:34).

Por que esses dois ouvintes creram, enquanto todos os outros zombaram e adiaram uma aceitação?  A única resposta que podemos encontrar é que o vento do Espírito Santo estava soprando naquele dia histórico sobre a Colina de Marte, e usou a pregação de Paulo, para lançar sementes de arrependimento e de vida eterna no coração de Dionísio e Dâmaris.

Pense nisto: pelo menos um daqueles filósofos poderia ser lembrado hoje pelo nome? Como se chamavam aqueles que convidaram Paulo para discursar no Areópago de Atenas? Nenhum deles é lembrado. Ficaram esquecidos na poeira do tempo. Mas o nome de Dionísio e o nome de Dâmaris, que escolheram Cristo, ainda vivem. E viverão para sempre, pois são nomes que estão escritos no livro da Vida do Cordeiro.

Chegada em Corinto – At 18:1-18.

Corinto era a metrópole comercial e política da Grécia. Seu nome era sinônimo de libertinagem. Chegando a essa cidade, Paulo se hospedou na casa de Áquila e Priscila, um casal de judeus vindos de Roma, havia pouco. Eram nativos do Ponto, e tinham vivido um tempo em Roma até que foram alcançados pela expulsão dos judeus, ordenada pelo imperador Cláudio (49 d.C).

Lucas não diz se já eram cristãos ou se Paulo os levou à conversão. O certo é que em seu lar, Paulo encontrou o descanso que anelava para seu corpo cansado e para seu espírito abatido pelo que havia ocorrido em Atenas.

Situada no istmo homônimo, a uns 65 km de Atenas, Corinto era uma cidade cosmopolita, de grande atividade comercial. Porém, seus habitantes eram completamente idólatras, e o culto a Afrodite havia chegado a degradá-los a tal ponto que, mesmo entre pagãos era proverbial sua imoralidade.

F. Godet escreveu: “No alto da Acrópole resplandecia o templo de Vênus, onde se oferecia a seus habitantes e aos estrangeiros, todos os meios de desordem. O povo da nova Corinto sobrepujava em corrupção a qualquer outro, a tal ponto que a expressão ‘viver à coríntia’ indicava o gênero de vida mais dissoluto possível. ‘Banquete coríntio’ e ‘bebedor coríntio’ eram frases proverbiais” (citado por Treiyer).

A permanência de Paulo em Corinto se prolongou por algo mais de um ano e meio. Em seu trabalho, ele usou um método distinto daquele que empregou em Atenas: “Resolveu evitar todas as discussões e argumentos complicados, e nada saber entre os coríntios, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. Iria pregar-lhes não com palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração de Espírito e de poder” (1Co 2:2, 4; Atos dos Apóstolos, p. 244).

Os fatos de maior destaque em Corinto foram:

a. Labores entre os judeus: seguindo seu plano habitual, primeiramente pregou aos sábados nas sinagogas e durante a semana trabalhava em seu ofício de tecer tendas a fim de ganhar o sustento. No tempo em que Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, a resistência dos judeus inconversos se havia tornado agressiva. O apóstolo se voltou então para os gentios. Porém, “a impiedade que via e ouvia nessa corrupta cidade quase o desanimava. A depravação que presenciava entre os gentios, e o desprezo e insulto dos judeus lhe traziam grande angústia. Duvidou da sabedoria de procurar estabelecer uma igreja com o material que ali se encontrava” (Atos dos Apóstolos, p. 250).

b. Uma visão animadora: quando Paulo começou a planejar sua partida para um lugar mais promissor, o Senhor lhe disse em visão:“não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto Eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18:9, 10).

c. Atentado dos judeus: entre os conversos de Paulo estava Justo, cuja casa estava ao lado da sinagoga, e Crispo, que antes de sua conversão havia sido o chefe da sinagoga. Ainda gente de destaque social como Gaio e a filha de Estéfanas, e outros mais. Certo dia, os judeus se levantaram contra Paulo e o levaram preso perante Gálio, o procônsul da Acaia. A acusação era séria, já que apresentaram Paulo como agitador. Porém, Gálio era homem íntegro e não se deixou enganar pelos judeus irados e cruéis. Aborrecido pelo fanatismo e justiça própria deles, não quis dar lugar à acusação. Os judeus, desconcertados, foram expulsos do tribunal, e a multidão que os havia apoiado, compreendendo a verdade da situação, voltou-se contra eles, agredindo Sóstenes, sucessor de Crispo como principal da sinagoga. Parece provável que, depois desse incidente, Sóstenes tenha se convertido (1Co 1:1). Isso deu mais prestígio ao cristianismo (veja Atos dos Apóstolos, p. 252, 253).

d. Envio das duas cartas aos Tessalonicenses: os dois fiéis colaboradores de Paulo, que haviam chegado de Tessalônica, informaram-no acerca de alguns problemas que estavam sacudindo a igreja. Havia alguns irmãos muito abatidos pela morte de seus amados, sem um conceito claro da ressurreição. Outros, fanáticos, aconselhavam a não trabalharem mais, diante da proximidade da vinda de Cristo. Ainda outros estavam caindo em imoralidade, e havia quem não reconhecia plenamente as autoridades da igreja. A todos eles escreveu o apóstolo, animando e corrigindo. É bastante provável que o portador de ambas as cartas tenha sido Timóteo.

Paulo revela sua afeição

“Depois da partida forçada de Tessalônica, Paulo expressou sua amorosa preocupação pelos irmãos que havia deixado para    trás. Nesse ponto, o estilo do apóstolo se tornou intensamente emocional. Até mesmo as palavras parecem tremer. A razão para o profundo sentimento que Paulo transpira aqui provavelmente seja que os inimigos da fé tivessem insinuado que a súbita partida dos missionários era prova da falta de genuína preocupação pelas pessoas a quem enganaram. Em contrapartida a tal acusação Paulo enfatizou que, para os missionários, a separação que surgiu foi por eles sentida como nada menos do que terem sido arrancados daqueles a quem      amavam com tanta ternura” (Hendriksen, p. 90).

Claramente e com muito sentimento, o apóstolo expressou seu amor pelos leitores, a quem chamou de “nossa esperança ou alegria ou coroa da glória na presença de nosso Senhor Jesus Cristo em Sua vinda”. Declarou que ele e seus companheiros foram “arrancados” dos irmãos.: Repetidas vezes “nos esforçamos com a máxima diligência por ver a vossa face com intensa saudade”. Mas eles foram impedidos por Satanás (1Ts 2:17-20).

“As cartas paulinas são um claro testemunho do coração pastoral do apóstolo. Paulo não era um teólogo erudito, distante das realidades da vida da igreja; ao contrário, a preocupação com as igrejas foi o trampolim para a sua teologia. Paulo também não era evangelista de um único interesse, dedicado apenas a conquistar pessoas para Jesus Cristo; mais exatamente, ele se preocupava em continuar a se relacionar com as igrejas que fundara” (Dicionário de Paulo, p. 911).

Nas páginas que se seguem, quero oferecer ao estudioso destas lições algumas informações que podem ajudá-lo numa compreensão mais efetiva dos temas do trimestre (Material adaptado de “Epístolas do NT” de Humberto Treiyer).

INTRODUÇAO  GERAL  AO  ESTUDO  DAS  EPÍSTOLAS

O estudo das epístolas do Novo Testamento pode apresentar certas dificuldades, caso não se levem em conta alguns princípios gerais que ajudam em sua compreensão. Por isso, seria de grande proveito analisar, ainda que rapidamente, as características de maior destaque do conjunto desses escritos.

As 21 epístolas do Novo Testamento foram escritas por cinco autores; o mais prolífero deles e o que nos atrai a atenção neste estudo é o apóstolo Paulo. De seu punho procedem 14 cartas, dois terços do total. Elas contêm a essência doutrinal do cristianismo, daí a importância de seu estudo. A igreja cristã não pode prescindir de nenhuma delas.

Características distintivas das epístolas

1. Existe uma harmonia essencial entre as epístolas e os livros históricos do Novo Testamento

Os ensinos de Jesus, registrados nos evangelhos, e as pregações apostólicas, conservadas em Atos dos Apóstolos, constituem as sementes doutrinárias, que se enraízam, crescem e frutificam nas epístolas. Uma única Mente, a divina e infinita, moveu os autores do Novo Testamento. As epístolas não apenas apresentam uma complementação maravilhosa, mas a ausência de contradições. Falam da mesma fonte de Inspiração: “os santos homens de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21).

2. Sua forma de redação é epistolar

Enquanto os profetas do Antigo Testamento entregavam suas mensagens em forma de oráculos, cheios de advertências acerca dos juízos de Deus, os apóstolos recorreram ao gênero epistolar, ou seja, cartas compostas conforme o estilo da época. Talvez o estilo que melhor se preste para ensinar, corrigir problemas concretos, expressar sentimentos e elaborar planos de ação. Seus autores estavam conscientes da forma pela qual escreviam.

Os discursos registrados em Atos dos Apóstolos, com poucas exceções, dirigem-se a pessoas não cristãs. Por outro lado, as epístolas são enviadas a crentes, seja a igrejas organizadas, ou mensageiros da Palavra.

Ao escrever as cartas, os apóstolos expressavam a plenitude de suas explicações e podiam extravasar-se em sentimentos próprios do gênero epistolar.

Os tratados sistemáticos, como os que escreveram os retóricos e filósofos dessa época, não teriam conseguido fazer a obra que realizaram as cartas familiares e flexíveis. Nelas os apóstolos não trataram de itens imaginários, mas casos reais, erros ou tendências como os que surgiram nas igrejas.

Os apóstolos escreveram acerca de incompreensões e perversões da verdade, dificuldades que surgiram no trato com os pagãos, de abusos que se efetuavam no culto e nas práticas da vida, de questões e tendências da mente humana que haviam de se apresentar na igreja de Deus e muito mais.

3. Estão intimamente relacionadas com o Antigo Testamento

No conteúdo das epístolas, são abundantes citações e expressões dos profetas do Antigo Testamento. Pelo menos 250 referências textuais e outras tantas alusões entrelaçam harmonicamente as duas porções das Sagradas Escrituras. Isaías, Oseias, Salmos, Habacuque, Levítico, etc. aparecem frequentemente nos escritos de Paulo. Não é exagero afirmar que as epístolas estão saturadas do espírito e pensamento e, às vezes, das palavras do Antigo Testamento. Os Testamentos não foram revelações independentes, e não se pode descartar um sem debilitar o outro.

4. Apresentam unidade doutrinária em seus conteúdos

Em todos os autores das epístolas encontramos o mesmo tema recorrente: Cristo, como Salvador do ser humano, em outras palavras, a salvação mediante Jesus Cristo. Eles apresentam o bendito efeito da morte expiatória de Cristo e Sua ressurreição triunfante.

Descrevem também a origem da igreja, sua unidade, suas relações, sua condição, deveres e destino. Desvendam o fato assombroso de que os crentes são chamados à imortalidade no glorioso destino que lhes espera quando terminar a história de pecado neste mundo.

Acima de tudo, não são revelações independentes. Estão na mais estreita relação com as anteriores revelações inspiradas.

5. São Didáticas

Destinadas a “ensinar... redarguir... corrigir... instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, inteiramente instruído para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17).

Estilos, vocabulário e construções gramaticais diferem entre si, denotando as modalidades individuais. Porém, a doutrina se mantém invariável. Unidade na variedade tem sido sempre o método de trabalho Divino e há de ser visto também nos instrumentos de Deus.

6. São similares em sua apresentação

As epístolas têm início com uma introdução ou preâmbulo, na qual aparece o nome do autor e seus companheiros (embora nem sempre), e os daqueles a quem se dirigiram, geralmente em forma global.

Segue-se o corpo doutrinário, onde a verdade que se quer ensinar é apresentada e ilustrada.

Terminam com uma conclusão característica; algumas vezes com notícias pessoais, outras com recomendações em favor do portador, saudações e uma bênção final.

Pr. JSilvio.- Ministerial - Paulistana.

Fonte:

Casa Publicadora Brasileira ( http://www.cpb.com.br/ )

Nenhum comentário:

Postar um comentário