quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ES - Lição 1 - O santuário celestial – 4º Trim, 2013





Lição 1 - O santuário celestial


28 de setembro a 5 de outubro






Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ageu 

VERSO PARA MEMORIZAR:


“Ouve Tu nos Céus, lugar da Tua habitação, a sua prece e a sua súplica e faze-lhes justiça” (1Rs 8:49).
  
Leituras da Semana:

Jr 23:23, 24; Sl 89:14; Ap 4; 5; Sl 11:4-7; Dt 25:1; Hb 8:1, 2

Pensamento-chave: Mesmo em meio ao adultério espiritual e ao juízo divino, o amor de Deus por Seu povo nunca vacila.

“Onde Deus habita?” A pergunta inocente de uma criança de seis anos pode ser desconcertante. Essa questão pode levar a outras questões mais difíceis, como: “Se Deus vive em um lugar, como é possível que Ele esteja em toda parte?”; “Deus precisa de um lugar de habitação?”; Ou “Se Ele não precisa, por que tem um?”; “Se Ele precisa de um, por que precisa?”

Boas perguntas e, dado o pouco que sabemos (e o muito que não sabemos), elas não são tão fáceis de responder.

No entanto, podemos responder com o que sabemos. A Bíblia diz que Deus habita nos Céus, que Ele atua intensamente em nosso favor “lá em cima” e que o centro de Sua obra está no santuário celestial.

A Bíblia é clara: o santuário celestial é um lugar real e, a partir dele, podemos aprender verdades sobre o caráter e a obra de Deus. Assim, o foco da lição desta semana é o santuário celestial e o que Deus está fazendo ali por nós, porque o que Ele está fazendo no santuário é, de fato, em nosso favor.


Ano Bíblico: Zc 1–4 

A habitação de Deus

Costumamos dizer que “Deus está em todo lugar”, ou que Ele é “onipresente”, o que significa que Ele está presente em todo o Universo. “Acaso, sou Deus apenas de perto [...] e não também de longe? [...] porventura, não encho Eu os céus e a Terra?” (Jr 23:23, 24). Davi entendia também que ninguém pode fugir de Deus (Sl 139). Como Paulo argumenta, Deus está perto de todos, pelo menos no sentido espiritual (At 17:27, 28).

A existência eterna de Deus é complementada pelo atributo da onipresença. Deus não tem começo nem fim (Sl 90:2). Ele sempre foi e sempre será (Jd 1:25).

1. Leia 1 Reis 8:49 e Salmo 102:19. Onde Deus habita? O que isso significa? É possível entender essa questão?

Muitas vezes as Escrituras declaram que a habitação de Deus está no Céu (1Rs 8:30, 43, 49). Isso significa que Deus está mais presente no Céu do que em outro lugar? Obviamente, de modo especial, Deus habita no Céu, em Sua gloriosa presença e santidade. No Céu, é vista a maior manifestação da presença de Deus.

Há uma diferença, porém, entre a “presença geral” de Deus e Sua “presença especial”. Deus está geralmente presente em todos os lugares. No entanto, escolhe Se revelar de modo especial no Céu e, como veremos, no santuário celestial.

Temos que admitir que somos limitados em nossa compreensão de Sua natureza física. Ele é espírito (Jo 4:24) e, como tal, não pode ser contido em nenhuma estrutura ou dimensão (1Rs 8:27). Mesmo assim, a Bíblia apresenta o Céu (Jo 14:1-3) e o santuário celestial como lugares reais (Hb 8:2), nos quais Ele pode ser visto (At 7:55, 56; Ap 4:2, 3). Temos que concluir que até mesmo o Céu e o santuário celestial são lugares nos quais Deus condescende em Se encontrar com Sua criação.

Há muitas coisas difíceis de imaginar ou entender, tais como a morada de Deus. No entanto, a Bíblia diz que essa morada é real. Como podemos aprender a confiar em tudo o que a Bíblia nos ensina, mesmo que não entendamos? Por que é importante confiar, ainda que não compreendamos? 

Segunda

Ano Bíblico: Zc 5–8 

Sala do trono

2. O que a Bíblia ensina sobre Deus e Seu trono? Sl 47:6-9; 93:1, 2; 103:19

Na Bíblia, ocorrem várias visões do trono celestial. A maioria delas retrata uma espécie de assembleia celestial, tendo Deus como Rei. Curiosamente, a maior parte delas se relaciona com assuntos humanos, geralmente apresentando Deus agindo ou falando em favor dos justos.

A Bíblia também revela Deus como soberano. Por exemplo, a realeza do Senhor é um tema recorrente nos Salmos. Deus não é somente Rei no Céu, mas também “Rei de toda a Terra” (Sl 47:7), e não apenas no futuro, mas aqui e agora (Sl 93:2).

O fato de que o trono de Deus esteja no Céu tem vários desdobramentos. Um deles é que Ele é independente e superior ao Universo.

3. Quais são as características do caráter e do governo de Deus? Sl 89:14; 97:2

O governo de Deus abrange retidão e justiça, bem como amor e verdade. Essas qualidades morais descrevem Sua maneira de agir no mundo e ressaltam Sua posição em todo o Universo. Deus deseja que essas qualidades, que compõem Seu governo, se manifestem na vida de Seu povo (Mq 6:8; Is 59:14). É nosso sagrado privilégio fazer isso.

“Assim como, em obediência às leis naturais, a Terra deve produzir seus tesouros, da mesma forma, em obediência à Sua lei moral o coração do povo deveria refletir os atributos de Seu caráter” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 144).

Cristo, sendo Deus, assumiu nossa humanidade e morreu como nosso Substituto, isto é, todos os erros que cometemos e pelos quais deveríamos ser punidos, caíram sobre Ele. O que significa essa verdade? Por que ela deve motivar tudo o que fazemos?

Terça

Ano Bíblico: Zc 9–11 

Adoração no Céu

4. Leia Apocalipse 4 e 5. O que esses dois capítulos nos ensinam sobre a morada celestial de Deus? De que maneira o plano da salvação é revelado nesses textos?

A visão da sala do trono celestial é uma visão do santuário celestial. Isso se torna evidente a partir da linguagem relacionada ao sistema religioso hebraico. Por exemplo, as palavras traduzidas como porta e trombeta em Apocalipse 4:1 aparecem muitas vezes na Septuaginta (antiga tradução grega do Antigo Testamento), em referência ao santuário. As três pedras preciosas em Apocalipse 4:3 fazem parte do peitoral do sumo sacerdote. Os sete candeeiros lembram os castiçais do templo de Salomão. Os vinte e quatro anciãos lembram as 24 divisões de serviço para os sacerdotes do templo durante o ano e sua oferta de oração nas taças de ouro cheias de “incenso” (Sl 141:2). Todos esses versos apontam para o serviço de adoração do Antigo Testamento, centralizado no santuário terrestre.

Finalmente, o Cordeiro morto de Apocalipse 5 aponta para a morte sacrifical de Jesus. Cristo, o Cordeiro, é o único mediador da salvação divina e é considerado digno por causa de Seu triunfo (Ap 5:5), Seu sacrifício (Ap 5:9, 12), e Sua divindade (Ap 5:13).

“Cristo tomou sobre Si a natureza humana e depôs Sua vida como sacrifício, para que o homem, tornando-se participante da natureza divina, pudesse ter vida eterna” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 141).

Nesses dois capítulos, centralizados no trono de Deus, vemos uma representação da obra de Deus para a salvação da humanidade. Podemos ver, também, que essa obra foi revelada diante dos outros seres inteligentes do Céu, um tema-chave no assunto do grande conflito.

Quarta

Ano Bíblico: Zc 12–14 

Sala do tribunal

5. Leia o Salmo 11:4-7 e Habacuque 2:20. O que mais Deus faz em Seu templo celestial? Por que é importante saber a respeito disso?

Muitos salmos revelam que o Senhor não é indiferente às necessidades dos justos nem às injustiças que eles enfrentam. Ele reage às questões que clamam por reparação, e “[justificará] ao justo e [condenará] ao culpado” (Dt 25:1), à semelhança do que faz todo bom juiz.

Quando Deus julga, a sala do trono se torna uma sala de julgamento, e o trono celestial, um tribunal. Aquele que está entronizado é o juiz (Sl 9:4-8), um conceito conhecido no antigo Oriente Médio, onde os reis muitas vezes atuavam como juízes.

O juízo divino envolve tanto ímpios quanto justos. Enquanto os ímpios receberão punição semelhante à de Sodoma e Gomorra, “os retos Lhe contemplarão a face” (Sl 11:6, 7). A combinação clássica da sala do trono e o juízo aparece em Daniel 7:9-14 (uma passagem significativa que estudaremos posteriormente). Mais uma vez, o juízo consiste em duas vertentes: veredito de justificação dos santos e sentença de condenação para os inimigos de Deus.

Depois que Habacuque perguntou a Deus por que Ele estava em silêncio a respeito da injustiça (Hc 1), Ele respondeu que certamente julgará (Hc 2:1-5). Enquanto os ídolos não têm “fôlego” nem “espírito” (Hc 2:19), o Deus criador está entronizado em Seu templo, o santuário celestial, e está pronto para julgar.

O apelo profético é: “Cale-se diante dEle toda a Terra” (Hc 2:20). A atitude adequada para com o governo e julgamento de Deus é reverência e silêncio respeitoso.

O lugar em que Deus revela Sua presença especial e recebe a adoração dos seres celestiais é o mesmo lugar em que Ele realiza julgamento justo para com todos os seres humanos: o santuário no Céu. Deus é justo, e todas as nossas perguntas sobre justiça serão respondidas no tempo dEle, não no nosso.

Quinta

Ano Bíblico: Malaquias 

Lugar de salvação

6. Leia Hebreus 8:1, 2. O que Cristo está fazendo junto ao trono de Deus?

O livro de Hebreus ensina que Cristo está ministrando no santuário celestial como nosso Sumo Sacerdote. Ali, Sua obra está focalizada em nossa salvação, porque Ele “[comparece], agora, por nós, na presença de Deus” (Hb 9:24). Ele simpatiza conosco, dando-nos certeza de que não seremos rejeitados, mas, em vez disso, receberemos misericórdia e graça (Hb 4:15, 16) por causa do que Jesus fez por nós. Como ocorria no santuário terrestre, o santuário celestial é o local em que é feita a “propiciação” (expiação ou reconciliação) pelos pecados dos crentes (Hb 2:17). O Jesus que morreu por nós é o mesmo que ministra no Céu em nosso favor.

7. Leia Apocalipse 1:12-20; 8:2-6; 11:19 e 15:5-8. Que símbolos do santuário aparecem nessas passagens?

Os versos do estudo de hoje são apenas alguns dos textos do Apocalipse em que aparecem símbolos do santuário. Na verdade, a maioria das principais seções do livro contém ou começa com uma cena do santuário.

A primeira cena introdutória mostra Cristo, vestido como Sumo Sacerdote, andando entre os sete candeeiros (Ap 1:12-20). A segunda mostra a sala do trono celestial, e os versos revelam uma grande variedade de imagens do santuário: trono, tochas de fogo, mar, Cordeiro que foi morto, sangue, taças de ouro cheias de incenso (Ap 4; 5). A terceira cena se refere ao serviço contínuo de intercessão no contexto do primeiro compartimento do santuário celestial (Ap 8:2-6). A quarta cena, central, nos dá um vislumbre da arca da aliança no segundo compartimento (Ap 11:19). A quinta cena revela todo o tabernáculo no Céu (Ap 15:5-8). A sexta cena é única, no sentido de que não contém referências explícitas ao santuário, talvez para ilustrar que a obra de Cristo ali está concluída (Ap 19:1-10). A cena final trata da gloriosa cidade santa na Terra, retratada como o tabernáculo que “descia do Céu” (Ap 21:1-8).

Um estudo cuidadoso dessas cenas revela que elas estão interligadas, mostrando uma progressão interna na salvação realizada por Deus: Cristo na Terra, Seu ministério celestial no primeiro e segundo compartimentos, o fim de Seu ministério como Sumo Sacerdote e, finalmente, o tabernáculo da Nova Terra.

Sexta

Ano Bíblico: Vista geral do Antigo Testamento

Estudo adicional

“Paulo teve uma visão do Céu e, ao falar sobre as glórias dali, a melhor coisa que podia fazer era não tentar descrevê-las. Ele nos disse que os olhos não viram e os ouvidos não ouviram, nem penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam. Você pode chegar aos limites da sua imaginação e aplicar suas maiores habilidades para compreender e considerar o peso eterno de glória e, no entanto, seus sentidos finitos, fracos e cansados com o esforço, não podem alcançá-lo, pois há um infinito para além. Será necessária toda a eternidade para desdobrar as glórias e revelar os preciosos tesouros da Palavra de Deus” (Ellen G. White, SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1107).

“A morada do Rei dos reis, em que milhares de milhares O servem, e milhões de milhões estão em pé diante dEle (Dn 7:10), sim, aquele templo, repleto da glória do trono eterno, onde serafins, seus resplandecentes guardas, velam a face em adoração – não poderia encontrar na estrutura mais magnificente que hajam erigido as mãos humanas, senão pálido reflexo de sua imensidade e glória. Contudo, importantes verdades relativas ao santuário celestial e à grande obra ali levada a efeito pela redenção do homem, eram ensinadas pelo santuário terrestre e seu culto” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 414).
Perguntas para reflexão

1. Com base na citação do livro O Grande Conflito (acima), o que Ellen G. White quis dizer quando declarou que muitas “importantes verdades” para nossa salvação eram ensinadas no santuário terrestre e seu culto? Quais são essas verdades, e por que elas são importantes?

2. O que significa dizer que Deus “habita” no Céu? Como você entende esse conceito?

3. A lição desta semana abordou a ideia de que o Universo observa a obra que Deus está fazendo em favor da humanidade. Como esse conceito nos ajuda a entender o tema do grande conflito e o que esse tema significa para o plano da salvação? Deus permite que Suas criaturas examinem Seus caminhos. O que isso nos diz sobre Seu caráter?

Respostas sugestivas: 1. No Céu, um centro de atividades da salvação. 2. Deus é soberano. Ele Se assenta no Seu trono eterno. 3. Justiça, juízo, graça e verdade. 4. O trono de Deus está no santuário celestial. Diante do trono está o Cordeiro que nos salva. 5. Ele observa os seres humanos e governa o mundo com justiça. Ele julga e retribui os atos das pessoas. 6. Atuando como Sumo Sacerdote à destra de Deus. 7. Candelabros, altar de incenso, arca da aliança e o Testemunho (a lei dos dez mandamentos).

ESCOLA SABATINA


Texto-chave: 1 Reis 8:49

O aluno deverá...

Conhecer: A realidade e as funções básicas do santuário celestial.

Sentir: O acolhimento e a intimidade do santuário celestial, como a casa de Deus.

Fazer: Aceitar a imagem bíblica de um verdadeiro santuário celestial e internalizar sua mensagem de que “Deus [está] conosco”.

Esboço

I. Conhecer: Realidade e funções do santuário celestial

A. A Bíblia afirma repetidamente a realidade do santuário celestial. Por que é importante que o santuário celestial seja um lugar real no Céu, e não apenas uma metáfora para a salvação?

B. Há cinco funções principais do santuário celestial: habitação de Deus; centro de comando do Universo; lugar de adoração; tribunal celestial e centro da salvação. Quais dessas funções existiam antes do pecado, e quais existirão após o fim do grande conflito?

II. Sentir: O santuário como a casa de Deus

O santuário celestial é descrito nas Escrituras como o próprio lugar da habitação de Deus. Quais são seus sentimentos sobre o santuário celestial, ao pensar que, mais do que um tribunal celestial, é também a casa de Deus?

III. Fazer: O santuário celestial e o caráter de Deus

A compreensão do santuário celestial como o lugar em que “Deus está conosco” (e não apenas como um lugar de julgamento) expande nossa visão do caráter de Deus?

Resumo: O santuário celestial revela um Deus amoroso que condescendeu em habitar com Suas criaturas desde o início da criação.

Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: 1 Reis 8:49

Conceito-chave para o crescimento espiritual: O santuário celestial demonstra o princípio do “Emanuel [Deus conosco]” desde o princípio da criação e por toda a eternidade: Deus desce do Céu, ao tempo e espaço terrestre, para habitar com Suas criaturas; convida-as para íntima comunhão com Ele (adoração) e (depois do pecado) cria um meio para que essa comunhão seja restaurada.

Somente para o professor: Neste trimestre, focalizaremos um assunto que, provavelmente, é mais difundido e fundamental nas Escrituras do que qualquer outro: o santuário. Em 1906, Ellen G. White escreveu: “A compreensão correta do ministério no santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé” (Evangelismo, p. 221).

Comentário Bíblico

 I. O lar celestial de Deus

(Recapitule com a classe 1Rs 8:49.)

No Antigo Testamento, o santuário celestial é frequentemente mencionado como um templo. Vários textos mostram que Deus está no Seu templo (Sl 11:4; Is 6:1; Mq 1:2; Hb 2:20, etc.). A palavra hebraica para “templo”, hekal, é derivada da antiga palavra suméria egal, que significa “casa grande”. O santuário muitas vezes é chamado de “a casa do Senhor” (por exemplo, Sl 23:6); “habitação” ou “morada” de Deus (Dt 26:15; Sl 68:5; Jr 25:30; Zc 2:13). Assim, o santuário/templo celestial é, em última análise, a residência de Deus, a Sua casa!

Esse templo celestial existe desde o princípio da criação (leia Jr 17:12, cuja linguagem reflete Gênesis 1:1). Embora seja difícil entender a metafísica da existência de Deus, Ele condescendeu em habitar no espaço e no tempo, para estar perto de Suas criaturas e ser “Deus conosco”. Jesus agora está preparando “aposentos” (NVI) para que vivamos eternamente na “casa de [Seu] Pai” (Jo 14:1-3, NVI), que se refere ao santuário celestial.

Pense nisto: Entender o santuário celestial como a própria casa de Deus, onde Ele convida Suas criaturas para a comunhão (e para viver com Ele no futuro), amplia sua perspectiva de Deus como uma Pessoa calorosa, amável e acolhedora?

II. Centro de comando do Universo

(Recapitule com a classe Sl 47:6-9.)

Muitas passagens das Escrituras descrevem Deus em Sua sala do trono e falam do santuário celestial como a sala do trono de Deus (1Rs 22:19; Sl 93:1, 2; 97:2; 103:19, 20). Salomão, rei de Israel, construiu a “Sala do Julgamento”, juntamente com a sua residência pessoal (1Rs 7:1, 7, 8), onde ele administrava os assuntos de Israel. Por isso, podemos imaginar que o Rei celestial tenha uma sala do trono ou “Sala do Julgamento” (Lugar Santíssimo) e Sua residência pessoal (Lugar Santo). De Seu “centro de comando” no santuário celestial, Deus conduz os “assuntos de Estado” para o Universo.

Pense nisto: Que tipo de “assuntos administrativos de Estado” você imagina que Deus conduz de Sua sala do trono antes e depois do surgimento do pecado?

III. Lugar de adoração celestial

(Recapitule com a classe Ap 4 e 5.)

Muitas passagens bíblicas apresentam o santuário celestial como lugar de adoração. Isaías 14:12-21 e Ezequiel 28:11-19 não apenas descrevem a queda de Lúcifer e o surgimento do mal, mas também retratam a existência do santuário celestial, mesmo antes do pecado, tendo Lúcifer como o “querubim da guarda ungido” (Ez 28:14), ou querubim cobridor (Êx 37:9). A posição de Lúcifer como querubim da guarda implica a existência do Lugar Santíssimo do santuário celestial, no “monte santo de Deus” (Ez 28:14). A função desse santuário anterior à queda é afirmada na passagem paralela: ele era o “monte da congregação” (Is 14:13). No santuário celestial, as criaturas inteligentes não caídas se reuniam para adorar o Criador. Após a entrada do pecado, a função de louvor (doxológica) do santuário celestial continuou. Isaías viu o templo celestial em vibrante doxologia. Os serafins cantam seus louvores de modo responsivo: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos: toda a Terra está cheia da Sua glória” (Is 6:3). Apocalipse 4 e 5 descrevem uma cena de adoração semelhante no santuário celestial depois da ascensão de Jesus: as criaturas celestiais louvam seu Criador (Ap 4) e Redentor (Ap 5). A doxologia continuará a emanar do santuário em todo o clímax do grande conflito e por toda a eternidade 

(Ap 19:1-5; Is 66:23; Ap 21:1-3).

Aplicação

Somente para o professor: É vital compreender que o propósito original do santuário celestial era revelar parte da natureza essencial do caráter de Deus: “Emanuel” (Deus conosco). O fato de que Deus condescende em viver em um santuário celestial entre as criaturas celestiais revela que Ele não é indiferente, distante, frio, nem ameaçador. Ao contrário: o Senhor deseja estar perto de nós, Suas criaturas, e habitar conosco.

Atividades práticas

Somente para o professor: Tente ajudar seus alunos a imaginar o aconchego e a intimidade do santuário celestial como sendo a própria casa de Deus. Uma decoradora de interiores na Rússia, que se tornou professora de Teologia depois da queda do comunismo, escreveu um artigo intitulado “Uma Decoradora de Interiores Olha o Santuário Celestial”. Ela destaca que profissionais de decoração de interiores podem dizer muito sobre o caráter da pessoa que vive em uma casa pela decoração dos ambientes. Ela sugeriu que a mobília do santuário celestial, a casa de Deus, revelava muito sobre o caráter de Deus, mesmo antes de entrarem em cena diante do problema do pecado.

COMENTÁRIO SEMANAL

Pr. João Antonio Rodrigues, doutor em Teologia.

Ampliação

Ao lidarmos com o tema do santuário celestial, precisamos ter precaução quanto a dois extremos. O primeiro é o de interpretar os dados bíblicos de maneira a espiritualizar tudo que é dito acerca do santuário celestial, o que resultaria em uma diminuição da riqueza de significado aí contido. O segundo é o da interpretação estritamente literal, que atribui ao santuário celestial tudo que era encontrado no terrestre. Isso também afetaria a mensagem bíblica acerca do santuário e do trabalho ali conduzido em favor da humanidade. Sendo assim, é necessário ter uma compreensão equilibrada sobre este assunto, partindo dos dados bíblicos disponíveis. E o que temos? Temos o suficiente para entender que há um santuário real no Céu, o verdadeiro, que o Senhor mesmo edificou. Como Ele o fez? Que materiais Ele utilizou? A Bíblia não oferece explicações detalhadas a essas perguntas. Mas o assunto do santuário envolve muito mais do que especulações acerca de materiais. A doutrina do santuário é sobre Cristo, onde Ele está agora, Seu rico e multifacetado ministério, Sua presença com os cristãos, Seu poder para salvar e a restauração final do companheirismo perdido entre a humanidade e Seu Criador.

DOMINGO

A morada de Deus

Se Deus é onipresente, como entender o fato de que Ele tem um lugar chamado de “Sua morada”? Na verdade, o tema da onipresença divina desafia nosso pensamento. Dizer que Deus é onipresente significa que Ele está acima das limitações do espaço. Por exemplo, um corpo pode estar em somente um lugar em determinado momento. Mas como não se podem aplicar a Deus tais limitações, aceitamos, ainda que nossa limitada razão humana não explique, que Deus está em todos os lugares.

Mas, se Deus está em todos os lugares, como afirmar que Ele está em Seu templo? Porque assim está escrito: “O Senhor está no Seu santo templo; nos Céus tem o Senhor Seu trono” (Sl 11:4; cf. 1Rs 8:30, 43, 49). Observe ainda a declaração seguinte: “A morada do Rei dos reis, em que milhares de milhares O servem, e milhões de milhões estão em pé diante dEle (Dn 7:10), sim, aquele templo repleto de glória do trono eterno, onde serafins, Seus resplandecentes guardas, velam a face em adoração – não poderia encontrar na estrutura mais magnificente já construída por mãos humanas senão pálido reflexo de Sua imensidade e glória” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 414).

Então, como harmonizar a presença de Deus em todos os lugares e Sua presença no templo celestial, ou no próprio Céu? Como afirma o autor da lição, “Deus obviamente habita no Céu de uma maneira especial, em Sua gloriosa presença e pura santidade. A maior manifestação da presença de Deus existe no Céu.” Esta é Sua “presença especial”, distinta de Sua “presença geral” resultante de Sua onipresença.

Entretanto, em consequência da pecaminosidade do homem, juntamente com a própria natureza de Deus, e das deficiências de nossos processos mentais, não é possível entender a realidade de Deus. Aceitamos o que está revelado e, mesmo Sua autorrevelação mostra nossas limitações. Portanto, não é prudente especular sobre a realidade de Deus, além daquilo que está revelado. E o que está revelado? O Céu e o santuário são lugares reais (Jo 14:1-3; Hb 8:2), onde Deus Se encontra com Suas criaturas. E, apesar de pecadores, somos convidados a nos achegar com confiança, ousadia, junto ao trono da graça. Esse é nosso privilégio, mediante Jesus, que abriu para nós o caminho até o trono do Pai. Esta verdade não pode ser perdida de vista. Se a perdermos, o prejuízo será eterno.

SEGUNDA-FEIRA

A sala do trono

Vários textos descrevem Deus assentado sobre o trono celestial. Além dos já citados na lição, veja a descrição feita pelos profetas Micaías (1Rs 22:19), Isaías (Is 6), Ezequiel (Ez 1) e Daniel (Dn 7:9). No Antigo Testamento, o termo trono transmite a ideia de realeza, domínio e autoridade (2Sm 3:10; 7:13; 2Rs 11:19; Jr 49:38; Zc 6:13). O trono de Deus está fundado sobre a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Sl 9:4; 89:14; 97:2), e a autoridade de Seu trono sagrado se estende sobre todas as nações (Sl 47:8). O trono de Deus está rodeado pelos quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos que Lhe rendem louvor e adoração continuamente (Ap 4:2-11). O tema dotrono é uma ênfase principal do Apocalipse, com uma riqueza de significado espiritual que não pode ser esquecida. O trono de Deus é contrastado com o trono de Satanás (Ap 12:5 em contraste com 13:2; 2:13; 16:10) e, na mente dos leitores originais do livro, com o trono de César. Visto que o trono era visto como um símbolo da soberana majestade do rei, adquiriu o significado de governo e juízo. Dessa forma, a mensagem era que os cristãos, embora momentaneamente sob o domínio de César, na verdade eram súditos do verdadeiro Rei, com Seu trono estabelecido no Céu. Assim se destaca a superioridade de Deus sobre todos os governantes do mundo. Além disso, de Seu trono Deus julgaria o mundo, incluindo César, e vindicaria Seus santos, que eram perseguidos por esse mesmo César. A ideia é rica também para os santos do tempo do fim, visto que terão que enfrentar a ira do dragão (Ap 12), mas Deus, em Seu trono, garantirá sua vitória.

TERÇA-FFEIRA

Adoração no Céu

Os capítulos 4 e 5 de Apocalipse constituem uma unidade e descrevem a mesma cena. Adicionalmente, descrevem uma cena do santuário celestial: ali está o trono de Deus (4:2); somos apresentados ao Cordeiro que foi morto (5:6); somos informados das sete lâmpadas (4:5); e das taças com incenso (5:8). As imagens dessa cena enfatizam a morte expiatória de Cristo na cruz (Ap 5: 6, 9, 12). Como consequência da vitória de Cristo, os redimidos se unem ao louvor celestial no capítulo 7 (v. 9, 10). Entretanto, o aspecto central dessa cena é a entronização de Cristo no santuário celestial, à destra do Pai, após Sua ascensão. Embora alguns entendam essa passagem como uma referência ao juízo, a análise exegética aponta para a cerimônia de entronização. Essa conclusão é confirmada pela referência a alguns termos-chave (como “trono”, “à destra”, “o Leão da tribo de Judá”, “a raiz de Davi”, e “digno”; Ap 5), usados no Apocalipse, que enfatizam a promessa do Antigo Testamento com respeito ao verdadeiro rei, confirmando seu cumprimento: Jesus Cristo foi exaltado e Se assentou sobre o trono do Universo, no santuário celestial.

Na perspectiva dos leitores originais do livro do Apocalipse, no fim do primeiro século d. C., essa era uma mensagem de profundo significado existencial e espiritual. Devemos nos lembrar de que o contexto político-religioso da época era extremamente hostil aos cristãos. Assim, saber que seu Salvador era também o verdadeiro Senhor, e Senhor de todo o Universo, lhes dava a segurança para continuar fiéis, mesmo em face da perseguição movida pelo senhor imperial romano. Mesmo que a morte lhes sobreviesse, em virtude da expiação de Cristo e Sua subsequente entronização, eles tinham a esperança fundada na promessa, e também nos eventos históricos da morte e ressurreição de Jesus, de que um dia poderiam estar “diante do trono”, “no Seu santuário” (Ap 7:15), adorando seu Senhor por toda a eternidade. De igual modo, os cristãos do tempo do fim também podem encontrar segurança e certeza da vitória, sabedores de que Jesus é o Senhor do Universo, assentado em Seu trono, sustentando Seus servos enquanto eles resistem à trindade do mal (o dragão [Ap 12], a besta do mar e a besta da terra [Ap 13]).

Para reflexão: Jesus é o Cordeiro que foi morto. Por sua fidelidade ao Cordeiro, milhões de cristãos também foram sacrificados no decorrer dos séculos. O que você estaria disposto (a) a sacrificar por amor a Cristo? Ou existiria em sua vida algo mais valioso que a salvação? Um projeto mais valioso que a eternidade?

QUARTA-FEIRA

A sala de justiça

Frequentemente se ouvem pessoas clamando por justiça. Em geral, isso ocorre quando alguém passa por uma situação que o deixa emocionalmente abalado e impotente para, por si mesmo, resolver a situação. Nesse caso, justiça significa punir os responsáveis, seja por um assassinato, um acidente com vítimas, corrupção, etc. As atenções se voltam para os tribunais, os juízes e todos os demais envolvidos. Mas nem sempre a justiça é feita. Porém a revelação abre um pouco as cortinas e revela os bastidores da “sala de justiça” do Universo. Ali tudo é manifesto. Porque o Senhor conhece o coração do homem, Ele avalia os motivos por trás de toda ação. Ninguém escapará ao juízo divino.

Em geral, ao se falar do juízo divino, as pessoas se sentem incomodadas e tentam se excluir. “Não há julgamento para os cristãos”, afirmam alguns. Mas o salmista declara com absoluta certeza que “o Senhor põe à prova ao justo e ao ímpio” (11:5). E nenhum cristão verdadeiro deve se preocupar com o assunto do juízo divino. Observe que o salmista clama a Deus para ser julgado (Sl 7:8). Essa deveria ser nossa atitude hoje. Mas para isso precisamos ter uma consciência pura diante de Deus e entender como funcionava a justiça nos tempos do Antigo Testamento. A justiça de Deus pode ser positiva ou negativa. Para o justo, a vindicação; para o ímpio, a punição. “Quando Deus julga, significa antes de tudo que Ele justifica, livra, salva, vindica e protege.” Por outro lado, “quando os pecadores se recusam a ser justificados, salvos, libertos, e vindicados por Deus, então são deixados à sua própria sorte e condenados à morte, porque o juízo divino é também condenação, punição e destruição” (Jirí Moskala, “Toward a Biblical Theology of God’s Judgment: A Celebration of the Cross in Seven Phases of Divine Universal Judgment [An Overview of a Theocentric-Christocentric Approach]”, Journal of the Adventist Theological Society, 15/1 [Spring 2004], p. 138-165).

Para reflexão: Qual é a sua reação ao ouvir que Deus julga tanto os ímpios como os justos? Sente-se seguro, como o salmista? Se não, o que está faltando em sua experiência espiritual para lhe dar a segurança de que necessita?

QUINTA-FEIRA

Lugar de salvação

Na carta aos Hebreus encontramos esparsas algumas informações acerca de Cristo como nosso Sumo Sacerdote, que desperta no cristão uma inabalável confiança, seja no tocante à sua própria salvação, ou no que diz respeito ao socorro necessário durante sua jornada espiritual. Ele “é poderoso para socorrer os que são tentados” (2:18); é o nosso “grande Sumo Sacerdote que penetrou os Céus” (4:14); “pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus” (7:25); etc. Com tais afirmações, o autor deixa absolutamente claro que o santuário celestial é um lugar de salvação para todos os que confiam em seu Sumo Sacerdote celestial, pois é ali que Ele intercede pelos cristãos. Nosso grande Sumo Sacerdote Se “compadece” de nós (4:15; 10:34 – Gr. sympatheo – “compadecer”, “simpatizar”, significando também “sofrer juntamente com”). Com isso, o autor enfatiza que Jesus não está distante de nossas necessidades. Ele tem “simpatia”, “compaixão”pelas nossas fraquezas (Gr. astheneia), uma palavra que inclui toda forma de necessidade. E por que nosso grande Sumo Sacerdote simpatiza conosco em nossas fraquezas? Porque Ele também foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança (ver 2:18). Ele conhece, por experiência própria, a força e o poder da tentação. Por isso Ele simpatiza conosco. Foi tentado em todas as coisas. Sua experiência Se equipara à nossa e isso é tremendamente encorajador (Cf. Donald Guthrie, Hebreus: Introdução e Comentário [São Paulo: Vida, 1999), 113-117).

Na primeira cena do santuário de Apocalipse (1:12-20) vemos um “semelhante a Filho de homem” (v. 13) andando no meio dos sete candeeiros. A imagem do candeeiro remete ao candelabro que havia no santuário. Mas aqui representa a igreja. E o Filho do homem se vincula a Daniel 7, onde Cristo é o vencedor contra o chifre pequeno, recebe o domínio e o partilha com Seus santos. Na visão do Apocalipse, Cristo está cingido com “vestes talares” (Gr. poderes), uma palavra que descreve a roupa do sumo sacerdote. A descrição, portanto, é a de Cristo glorificado em Seu ofício sumo-sacerdotal. Além disso, a mesma palavra é usada para descrever a roupa de Jônatas (1Sm 18:4) e de Saul (1Sm 24:5, 11). E, completando o quadro, a cinta de ouro no peito ressalta ainda mais Sua realeza. Temos, portanto, um tremendo significado nessa primeira visão do santuário no Apocalipse: um Sumo Sacerdote, que também é Rei, andando no meio de Sua igreja. Tanto para os cristãos do primeiro século d. C., como para nós, as implicações são poderosas. Não estamos sós. Cristo está conosco e Ele nos conduzirá à vitória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário