quarta-feira, 19 de junho de 2013

ES - Lição 12 - O melhor presente do Céu (Zacarias) – 2º Trim, 2013






Lição 12 - O melhor presente do Céu (Zacarias)

15 a 22 de junho








Sábado à tarde

Ano Bíblico: Sl 1–9 

VERSO PARA MEMORIZAR:

“O Senhor, seu Deus, naquele dia, os salvará, como ao rebanho do Seu povo; porque eles são pedras de uma coroa e resplandecem na terra dEle” (Zc 9:16).


Leituras da Semana:


Pensamento-chave: Zacarias tem algumas profecias messiânicas maravilhosas que apontam para Jesus e confirmam nossa fé nEle.

No centro da mensagem bíblica está a mais bela história contada, do Deus Criador que, na pessoa de Seu Filho, deixou a glória do Céu para salvar a humanidade do pecado e da morte. Na segunda metade de Zacarias há várias profecias messiânicas, promessas proféticas do Antigo Testamento sobre Jesus, Aquele que fez tudo isso por nós.

Essas promessas específicas foram dadas primeiramente ao povo de Deus que vivia nos perigosos tempos de Zacarias, a fim de mantê-lo concentrado na promessa de redenção. Embora não devamos ignorar o contexto original dessas profecias, a importância delas nunca deve se limitar ao seu cumprimento no passado. Em vez disso, analisaremos de que forma elas foram cumpridas em Jesus, em termos universais, pois elas influenciam o destino final do mundo e não apenas do antigo Israel e de Judá.

Domingo

Ano Bíblico: Sl 10–17 

“O manto de um judeu”

Apartir do capítulo 8, o livro de Zacarias dá uma guinada radical. Uma série de mensagens enviadas pelo Senhor anunciam o futuro do mundo e o papel do povo de Deus nesse contexto. Algumas das passagens desses capítulos são difíceis de entender, mas o futuro final é claramente definido.

1. Que princípios apresentados em Zacarias 8 são relevantes para nós hoje e para o chamado que recebemos de Deus?

Deus planejou que Jerusalém fosse novamente um lugar seguro em que as pessoas idosas pudessem se assentar nas praças repletas de meninos e meninas brincando (Zc 8:4, 5). Para aqueles que habitavam em uma cidade invadida pelos conquistadores, a promessa de ruas seguras para jovens e idosos parecia um sonho.

Em vez de permanecer para sempre uma nação pequena, subordinada, o povo de Deus devia ser um ímã para o qual as nações seriam atraídas para adorar o Senhor, o Rei de toda a Terra (Zc 14:9). A expressão “todas as línguas” em Zacarias 8:23 indica que a profecia prevê um movimento mundial.

Assim como havia mostrado a Isaías (Is 2) e a Miqueias, contemporâneo de Isaías (Mq 4), Deus também mostrou a Zacarias que chegaria o dia em que multidões de muitas cidades e nações, iriam a Jerusalém para orar e buscar o Senhor. A presença de Deus em Sião seria largamente reconhecida, assim como Suas bênçãos sobre os que O adoram.

Os relatos dos evangelhos dizem que essas promessas messiânicas começaram a se cumprir no ministério de Jesus Cristo. Em certa ocasião, por exemplo, Jesus disse: “Eu, quando for levantado da Terra, atrairei todos a Mim mesmo” (Jo 12:32).
A igreja de Cristo em nosso tempo, também chamada de “Israel de Deus” (Gl 6:16), tem o privilégio de participar dessa missão. Devemos levar a luz da salvação até os confins da Terra. Dessa forma, o povo de Deus pode ser uma grande bênção ao mundo.

Leia Zacarias 8:16, 17. Enquanto a igreja está buscando reavivamento e reforma, como podemos evitar as coisas que desagradam a Deus?



Segunda

Ano Bíblico: Sl 18–22 

O Rei da paz

2. Como o Novo Testamento aplica a profecia de Zacarias 9:9 a Jesus? Mt 21:9; Mc 11:9, 10; Lc 19:38; Jo 12:13-15

A entrada triunfal de Jesus foi a ocasião em que o futuro Rei entrou em Jerusalém montado em um jumento. Na Bíblia, regozijar-se e aclamar com júbilo são ações especialmente associadas à celebração de Deus como Rei (Sl 47; 96; 98). Esse amável governante trará justiça, salvação e paz duradoura e Seu domínio se estenderá até os confins da Terra.

Quando Jesus entrou em Jerusalém de modo triunfal, montado em um jumento, apenas alguns dias antes de Sua morte, muitas pessoas aclamaram Sua chegada. Alguns se alegraram, na esperança de que Cristo derrotasse o poder de Roma e estabelecesse o reino de Deus em Jerusalém. Mas, em vez de aceitar ser rei de Israel, Jesus morreu na cruz e depois ressuscitou. Não há dúvida de que Ele decepcionou muitos de Seus seguidores, aqueles que procuravam um líder militar. Mal sabiam eles, porém, que o que eles queriam não era nada em comparação com o que eles alcançariam por meio da morte de Jesus.

“Cristo estava seguindo o costume judaico nas entradas reais. O animal que montava era o mesmo cavalgado pelos reis de Israel e a profecia havia predito que assim viria o Messias a Seu reino. Logo que Ele Se sentou no jumentinho, um grande grito de triunfo ressoou nos ares. A multidão O aclamou como Messias, seu Rei. Jesus aceitou então a homenagem que nunca antes havia permitido e os discípulos consideraram isso uma prova de que suas alegres esperanças se realizariam, e eles O veriam estabelecido no trono. O povo ficou convencido de que a hora de sua emancipação se aproximava” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 570).

Muito tem sido escrito acerca do grande entusiasmo da multidão em relação a Jesus quando tudo estava bem. No entanto, quando as coisas não iam bem, muitos daquela mesma multidão se afastaram dEle (e alguns ficaram abertamente contra Ele). O que podemos aprender com esse incidente sobre o perigo das falsas expectativas? Por exemplo, você reivindica uma promessa de cura, ou de vitória sobre o pecado, e as coisas não acontecem como você espera. Como podemos desenvolver uma fé inabalável, mesmo quando as coisas não saem de acordo com nossas esperanças, planos e orações?



Terça

Ano Bíblico: Sl 23–30 

Ele foi traspassado

Os capítulos 12 a 14 de Zacarias revelam várias coisas que poderiam ter acontecido se Israel tivesse sido fiel a Deus.

Primeiramente, o Senhor teria possibilitado a vitória total sobre os poderes do mal e as nações hostis que haviam tentado se opor ao Seu plano de salvação (Zc 12:1-9). Embora Jerusalém devesse ser o instrumento de Deus para esse triunfo, a vitória teria vindo pela intervenção do Senhor. No fim, o inimigo teria sido totalmente derrotado e destruído.

Zacarias 12:10 marca a transição do movimento da libertação física, do que teria acontecido se Israel tivesse sido fiel, para a libertação espiritual do povo fiel de Deus. Após a vitória, o povo de Deus aceitaria seu Senhor. O divino Espírito de graça e de súplicas seria derramado sobre os líderes e o povo. Essa obra de convencer, realizada pelo Espírito, resultaria em amplo arrependimento e reavivamento espiritual, algo que nossa igreja está buscando.

Quando Deus derrama Seu Espírito, as pessoas olham para Aquele a quem traspassaram e choram por Ele como alguém chora a morte de um filho único. A palavra hebraica para “traspassaram” (daqar) frequentemente descreve algum tipo de violência física, geralmente resultando em morte (Nm 25:8; 1Sm 31:4).

A intensidade do sofrimento das pessoas é reforçada pela constatação de que seus próprios pecados causaram a morte de Jesus Cristo.

3. Leia Zacarias 12:10. Como o apóstolo João ligou essa passagem com a crucificação de Cristo e Sua segunda vinda? Jo 19:37; Ap 1:7

É interessante que uma interpretação tradicional judaica afirma que esse verso aponta para a experiência do Messias. Evidentemente, os judeus estão certos: o verso está falando de Jesus e Sua morte na cruz (Is 53).

“As cenas do Calvário requerem a mais profunda emoção. A esse respeito vocês estarão desculpados se manifestarem entusiasmo. Nossos pensamentos e imaginação jamais poderão compreender plenamente que Cristo, tão excelente, tão inocente, devesse sofrer tão dolorosa morte, suportando o peso dos pecados do mundo” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 213).

Como você pode crescer na apreciação do significado da morte de Cristo e do que ela lhe oferece?


Quarta

Ano Bíblico: Sl 31–35 

O Bom Pastor

Durante séculos, judeus e cristãos leitores da Bíblia encontraram no livro de Zacarias numerosas referências ao Messias e aos tempos messiânicos. Os cristãos têm compreendido que essas passagens se aplicam à vida e ministério de Jesus Cristo: o Rei triunfante e, no entanto, pacífico (Zc 9:9), Aquele que foi traspassado (Zc 12:10), o Pastor que foi ferido (Zc 13:7).

Em Zacarias 13:7-9, foi revelada ao profeta uma cena em que a espada do juízo do Senhor vai contra o Bom Pastor. Em ocasião anterior, o profeta viu a espada sendo levantada contra o “pastor inútil” (Zc 11:17). Mas nesta passagem (Zc 13:7-9), o Bom Pastor é ferido e o rebanho se dispersa. Sua morte resulta em grande aflição e prova para o povo de Deus, durante as quais alguns perecem. No entanto, todos os fiéis são purificados.

4. Leia Mateus 26:31 e Marcos 14:27. Como Jesus aplicou essa profecia ao que aconteceria naquela noite? O que a fuga dos discípulos diante da adversidade (Mt 26:56; Mc 14:50) nos ensina sobre a fidelidade de Deus, em contraste com a infidelidade humana?

A imagem de Deus como Pastor é encontrada em muitos lugares na Bíblia. Começa com o livro de Gênesis (Gn 48:15) e termina com o Apocalipse (Ap 7:17). Por meio de Ezequiel, Deus repreendeu os pastores infiéis de Seu povo, prometeu procurar as ovelhas perdidas e cuidar delas (Ez 34). Aplicando essas palavras a Si mesmo, Jesus declarou que Ele é o bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas (Jo 10:11).

Pense nas vezes em que você foi infiel ao Senhor. Apesar disso, como Ele continua a lhe mostrar misericórdia e graça? Qual deve ser sua resposta a essa misericórdia e graça?

  
Quinta

Ano Bíblico: Sl 36–39 

Rei de toda a Terra

5. Leia Zacarias 14. O que aprendemos com essa passagem?

No último capítulo de seu livro, Zacarias descreveu um dia em que todas as nações impenitentes se unirão contra Jerusalém. Mas no último momento, o Senhor intervirá, libertando Seu povo e estabelecendo Seu reino eterno na Terra. Depois que todos os Seus oponentes forem destruídos, todas as nações adorarão o único Deus verdadeiro. O Senhor será Rei sobre toda a Terra. Ele será o único Senhor e Seu nome será exaltado acima de todos os nomes. O grande “EU SOU” expressa tudo o que Deus é e sempre será. Embora essas coisas devessem ter acontecido se Israel tivesse permanecido fiel, elas ainda se cumprirão em escala maior, durante a redenção final do povo de Deus.

Quando Zacarias anunciou a vinda do Messias, não traçou uma linha de separação entre a primeira e a segunda vinda. Como foi o caso com outros profetas, ele viu o futuro reino do Messias como glorioso. Somente à luz da primeira vinda podemos distinguir entre as duas vindas de Cristo. Podemos também sentir gratidão por tudo o que Ele realizou para nossa salvação no Calvário. Assim, podemos aguardar com alegria, na esperança do reino eterno de Deus (Dn 7:14).

A seção final desse livro profético descreve Jerusalém em toda a sua glória, exaltada, habitada e segura. Os salvos de todas as nações participarão da adoração ao Rei eterno. Toda a cidade de Jerusalém se encherá com a santidade do templo.

Quando essas promessas gloriosas são estudadas juntamente com o ensino geral da Bíblia, chegamos à conclusão de que o cumprimento final dessas previsões terá lugar na Nova Jerusalém, onde o povo de Deus se reunirá e O adorará para sempre. Isso tudo acontecerá somente após a segunda vinda de Jesus. Os temas dos seus eternos louvores serão a divina salvação, Sua bondade e poder, como vemos na conclusão do famoso cântico de Moisés: “O Senhor reinará por todo o sempre” (Êx 15:18). Os antigos profetas e o povo fiel do passado olhavam com grande expectativa para esse evento culminante.

Pense na redenção final que nos foi prometida: um novo céu e uma nova Terra sem pecado, morte, sofrimento, nem perdas. Que razões você tem para essa esperança, e como você pode mantê-­las diante de você a cada dia, especialmente em tempos de angústia, medo e dor?

Sexta

Ano Bíblico: Sl 40–45 

Estudo adicional

Nos dias mais sombrios de seu longo conflito com o mal, à igreja de Deus têm sido dadas revelações do eterno propósito de Jeová. A Seu povo tem sido permitido olhar para além das provas do presente aos triunfos do futuro quando, findo o conflito, os redimidos entrarão na posse da Terra prometida. Essas visões de glória futura, cenas pintadas pela mão de Deus, devem ser estimadas por Sua igreja hoje, quando o conflito dos séculos está chegando rapidamente ao fim, e as bênçãos prometidas devem ser logo experimentadas em toda a sua plenitude [...]

“As nações dos remidos não conhecerão outra lei senão a lei do Céu. Todos serão uma família unida e feliz, revestida com as vestes de louvor e ações de graças. Sobre essa cena, as estrelas da manhã cantarão juntas e os filhos de Deus exultarão de alegria, enquanto Deus e Cristo Se unirão proclamando: ‘Não haverá mais pecado nem morte’” (Ap 21:4; Ellen G . White, 
Profetas e Reis, p. 722, 732, 733).
Perguntas para reflexão

1. Por mais que os seres humanos tenham se esforçado para melhorar as coisas em nosso mundo, elas continuam piorando. Segundo a Bíblia, somente quando Cristo voltar, o planeta será transformado no paraíso que tanto almejamos. Embora conheçamos essa verdade, por que ainda somos chamados a trazer todo o conforto, cura e consolo possíveis a este mundo?

2. A lição de quinta-feira apontou o fato de que muitas profecias do Antigo Testamento falam sobre as duas vindas de Jesus de uma forma que parecem se referir a um evento apenas. O que isso nos diz sobre o íntimo relacionamento entre a primeira e a segunda vinda de Jesus, em termos do plano da salvação? Por que sem a primeira vinda de Cristo não poderia haver a segunda, e por que sem a segunda vinda, a primeira não teria sido proveitosa?

3. O que podemos aprender com o estudo de Zacarias, a fim de nos prepararmos para o derramamento do Espírito Santo, que é vital para o reavivamento e reforma de que tanto necessitamos?

Respostas sugestivas: 1. Deus tem promessas de salvação e restauração para Seu povo. Se confiarmos nessas promessas, viveremos para agradar o Senhor, falando a verdade com nosso semelhante e julgando retamente nossas questões, segundo a verdade, em favor da paz; não pensaremos mal no nosso coração contra o próximo, nem amaremos o juramento falso. Assim, nosso testemunho atrairá o mundo inteiro para o Senhor. 2. Os evangelhos confirmaram que Ele cumpriu a profecia de Zacarias, porque entrou em Jerusalém como Rei e Salvador, descendente de Davi, sentando em um jumentinho. 3. Mostrou que a profecia se cumpriu quando Jesus foi traspassado por um soldado e se cumprirá novamente na Sua segunda vinda, quando os inimigos contemplarão Sua glória. 4. Jesus disse que Ele seria ferido e os discípulos seriam dispersos, cumprindo assim o simbolismo de Zacarias. Jesus foi ferido, mas continuou firmemente em Sua obra de salvação, enquanto os discípulos ficaram com medo e fugiram. 5. Deus punirá Seu povo e salvará o remanescente fiel; as nações serão julgadas e castigadas; Jerusalém e a terra dos judeus serão restauradas; no fim, todas as nações O adorarão. Os povos que não adorarem o Senhor, serão destruídos.


ESCOLA SABATINA


Texto-chave: Zacarias 3:10

O aluno deverá...

Saber: Que o dom supremo de Deus à humanidade foi enviar à Terra o Messias, Jesus Cristo.

Sentir: Que as profecias messiânicas demonstram a preocupação de Deus com nossa situação e a solução divina para o problema do pecado.

Fazer: Cultivar fé no Messias que veio voluntariamente à Terra para salvar a humanidade, embora isso tenha causado Seu sofrimento e morte.

Esboço

I. Saber: A certeza das profecias messiânicas

A. O que os diferentes títulos dados ao Messias e as cenas de Sua vida falam sobre Suas realizações?

B. O que as predições sobre a primeira vinda do Messias têm em comum com nossa preparação para Sua segunda vinda?

C. O que significa a ideia de que o povo de Deus resplandecerá na Sua terra como as joias de uma coroa?

II. Sentir: Traspassado por você

A. Que emoções enchem seu coração quando você percebe que Alguém sofreu e morreu por você, para que você pudesse viver?

B. O que aconteceria se nosso Redentor, o Messias, não tivesse vindo?

III. Fazer: Cultivar fé em Jesus Cristo

A. Na prática, como você pode ajudar os outros a desenvolver emoções profundas por Cristo ao estudar as cenas do Calvário?

B. Como você pode crescer na fé em Jesus?

Resumo: Jesus Cristo veio ao mundo no momento exato, a fim de salvar os que nEle cressem. Essa é a maior história e o mais decisivo evento ocorrido no mundo. Nosso destino futuro depende de nosso relacionamento com o Messias que veio e voltará novamente. 


Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando a Palavra: Zacarias 12:10

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Conhecer Cristo pessoalmente é vital para a nossa vida espiritual. O cumprimento das profecias messiânicas relacionadas com a primeira vinda de Jesus nos dá a certeza de que Ele virá outra vez. Sem essa esperança da segunda vinda de Jesus Cristo, a vida não teria sentido. Fé e confiança em Jesus resultam em vida eterna (Jo 17:3).
Só para o professor: A última parte do livro de Zacarias (capítulos 9–14) é geralmente classificada como escatológica ou apocalíptica, o que significa que essas profecias se concentram no tempo do fim. Os últimos dias tiveram início com a primeira vinda de Jesus (Hb 1:1, 2; At 2:17; 1Pe 1:20; 4:7; 2Pe 3:3), mas culminam com Sua segunda vinda. O profeta Zacarias apresenta profundas predições messiânicas, e os escritores dos evangelhos aplicam algumas delas diretamente à vida de Jesus Cristo.

Discussão de abertura

Reflita com sua classe sobre o significado do seguinte pensamento: Esperança é vital em uma situação que parece sem esperança.

1. Por que é importante que as pessoas tenham esperança? Compartilhe exemplos reais de como a esperança ajudou alguém a sobreviver em um momento de crise.

2. O que acontece quando pessoas doentes ou prisioneiros de guerra perdem a esperança? Por que os cristãos são voltados para a esperança?

Compreensão

Só para o professor: O apóstolo Paulo falou sobre três conceitos fundamentais: fé, esperança e amor (1Co 13:13). Esta lição enfatiza a esperança. Focalize o conceito de esperança e explique-o a partir de diferentes ângulos.


Comentário Bíblico

I. Sete profecias messiânicas no livro de Zacarias

Ainda que as profecias messiânicas de Zacarias sejam desafiadoras e às vezes enigmáticas, a ideia principal fica clara: Cristo está vindo. É interessante que os profetas Isaías e Zacarias tiveram mais a dizer sobre o Messias vindouro do que qualquer outro profeta do Antigo Testamento.

1. A primeira profecia messiânica 

(Recapitule com a classe Zc 3:8, 9.)

Três títulos maravilhosos para o Messias aparecem nessa passagem (o profeta Isaías já os havia mencionado). O Messias é chamado de “Meu Servo” (v. 8; leia também Is 42; 49; 50; 52; 53), “Renovo” (v. 8; Is 4:2) e “Pedra” (v. 9; Is 28:16), mas dessa vez uma descrição específica é adicionada: a Pedra tem sete olhos e sobre ela está gravada uma inscrição [ou uma escultura lavrada, RA] (v. 9). Mais tarde, o Messias também remove o pecado e purifica as pessoas. A visão termina com uma imagem de segurança, paz, felicidade, em que as pessoas desfrutam de companheirismo porque o Messias reina (v. 10).

2. A segunda profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 6:12, 13.)

A coroação do sumo sacerdote Josué (Zc 6:11) é retratada como um tipo para o Messias. Jesus Cristo, o Renovo, finalmente será coroado como Rei e ao mesmo tempo será o Sacerdote. Em Israel, esses dois ofícios eram separados, mas o Messias iria combiná-los em Sua Pessoa. Ele mesmo seria o Rei-Sacerdote e reinaria em Seu trono. Somente Jesus Cristo tem essa posição. Ele é o Sumo Sacerdote que Se assenta no trono como Rei (Sl 110; Hb 7).

3. A terceira profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 9:9, 10.)

Zacarias descreve o Messias como Rei justo e humilde, montado em um jumento. O cumprimento dessa profecia é descrito em Mateus 21:5 e João 12:15, e é aplicado à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém no domingo de Sua última semana antes da crucificação.

4. A quarta profecia messiânica 

(Recapitule com a classe Zc 10:4.)

Zacarias 10:4 começa com a expressão “Dele”, o que levanta a questão acerca de quem é “ele”. O antecedente mais adequado é o Senhor (leia o v. 3). Isso significa que o Messias viria do Senhor, isto é, do Pai celestial. Esse verso messiânico muito curto apresenta quatro títulos maravilhosos para Jesus Cristo. Ele é a “pedra angular”, ou seja, o fundamento de todas as coisas (Sl 118:22; Is 28:16; compare com Mt 21:42); Ele é a “estaca da tenda”, que nos liga a Ele em justiça e sobre quem as pessoas podem lançar todas as suas preocupações, medos, ansiedades e fardos (Is 22:22, 23); Ele é o “arco de guerra”, ou seja, sendo o Guerreiro divino, Jesus é o símbolo da força (Êx 15:2, 3; Sl 7:1; 27:1); e Ele é o (absoluto ou soberano) “Governante”. NEle você pode confiar totalmente.

5. A quinta profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 11:4-14.)

Nessa passagem mais difícil, o Messias é descrito como o bom Pastor rejeitado a quem o Senhor pediu para cuidar do rebanho. Sem entrar em detalhes sobre as complexas figuras dessa seção bíblica, o verso 12 menciona a expressão “eles me pagaram trinta moedas de prata” (NIV) e o verso 13, a frase “Por isso tomei as trinta moedas de prata e as atirei no templo do Senhor, para o oleiro” (NVI). As expressões desses versos são aplicadas ao episódio em que Judas traiu Jesus Cristo por trinta moedas de prata e ao que os chefes dos sacerdotes fizeram com o dinheiro depois que Judas o devolveu (Mt 27:3, 6-9).

6. A sexta profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 12:10-14.)

Zacarias apresentou uma profecia sobre a reação da casa de Davi e dos habitantes de Jerusalém quando Jesus fosse crucificado: “Olharão para Mim, Aquele a quem traspassaram, e chorarão por Ele como quem chora a perda de um filho único” (v. 10, NVI). O quadro é sombrio: as pessoas olham para o Messias e choram amargamente por Ele, porque O traspassaram. Essa imagem da morte do Messias é usada em João 19:37 (compare com Sl 22:16; Is 53:5). Nossa necessidade de olhar para Jesus com fé é ressaltada em João 3:14, 15 (compare com Nm 21:9; Is 45:22; Hb 12:2).

7. A sétima profecia messiânica

(Recapitule com a classe Zc 13:6-9.)

Nessa última passagem messiânica, o Messias é visto como Pastor, companheiro íntimo do Senhor, ferido pela espada. Quando o pastor fosse ferido, as ovelhas seriam espalhadas. Essa situação foi aplicada à dispersão dos apóstolos de Jesus nos evangelhos (Mt 26:31, 56; Mc 14:27, 49, 50).

A profecia sobre a maneira com que os pés do Messias estariam “sobre o Monte das Oliveiras” (Zc 14:4, 5) vai além do alcance da primeira vinda de Jesus Cristo. Ainda que Jesus Cristo tivesse andado sobre o Monte das Oliveiras durante Sua primeira vinda, essa predição proclama que o Monte das Oliveiras será dividido em dois. O cumprimento dessa profecia ultrapassa até mesmo a segunda vinda de Jesus porque, no momento da segunda vinda Ele não tocará o chão, mas permanecerá a certa altura (1Ts 4:16, 17). Todo o cenário se encaixa melhor com Sua terceira vinda depois do milênio, quando a Nova Jerusalém descerá “e todos os santos, com Ele” (Zc 14:5). Zacarias 14:6-9 descreve as condições da Nova Terra (Ap 21; 22).

Pense nisto: Peça que os alunos definam, em suas próprias palavras, os diferentes títulos de Jesus Cristo, expressos no livro de Zacarias. O que esses títulos revelam sobre Jesus?

II. Esperança que não o deixa envergonhado

(Recapitule com a classe Fp 1:20.)

O profeta Zacarias usou uma expressão muito original: “presos de esperança” (Zc 9:12). Temos esperança, mas, ao mesmo tempo, não somos livres. Somos prisioneiros, e esperamos a libertação futura. Esperamos um mundo melhor, que somente Jesus Cristo pode estabelecer. A esperança no Messias, o Rei, traz a solução definitiva para o profundo problema do pecado e do sofrimento, porque Ele agora estabelece o reino da graça e, posteriormente, estabelecerá o reino da glória.

Perguntas para reflexão

1. Como você se sente sendo “preso de esperança”? O que essa expressão especial significa para você?

2. Que textos bíblicos dão certeza da segunda vinda de Jesus Cristo? Quais deles você conhece de memória? Compartilhe com a classe seu texto favorito.

3. A primeira parte do nosso nome, adventistas do sétimo dia, se refere à bem-aventurada esperança. Como podemos ser mensageiros e portadores dessa esperança para os outros?

Aplicação

Só para o professor: Peça que os alunos memorizem as sete profecias messiânicas do livro de Zacarias e respondam às perguntas abaixo.


COMENTARIO SEMANAL


Luiz Gustavo S. Assis é formado em teologia pelo Unasp Campus 2 e atualmente exerce a função de pastor distrital no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, RS.

Ampliação

O comentário desta semana terá como foco três passagens da segunda parte do livro de Zacarias, que fazem referência a um Messias vindouro, e que, apesar de traspassado, também é triunfante. Os textos a ser analisados serão: o Rei da paz (9:9), Aquele que foi traspassado (12:10), o Pastor que foi ferido (13:7). Após essa avaliação, faremos alguns comentários sobre Zacarias 14.

I. O Rei da Paz (9:9) - “Alegra-te muito, ó Filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”.

Se você está bem familiarizado com os relatos da última semana do ministério de Jesus, deve se lembrar de que esse texto de Zacarias é citado quando Jesus estava entrando em Jerusalém montado em um jumentinho (cf. Mt 21:4, 5; Jo 12:14, 15). Essa prática, o uso de um texto do Antigo Testamento no Novo, tem sido motivo de inúmeros debates nos últimos anos. Alguns sugerem que os autores do Novo Testamento simplesmente escolhiam um texto qualquer da porção das Escrituras Hebraicas e o inseriam em outro contexto. Já outros notam que, ao citar um texto do Antigo Testamento, o autor bíblico tinha em mente um contexto mais amplo, não meramente um verso isolado. É nesse contexto mais amplo do Antigo Testamento que pode ser encontrado o sentido para a escolha do texto por parte do autor bíblico. Vejamos isso nesta passagem de Zacarias.

Por que Zacarias menciona um rei montado em um jumento e como isso está relacionado com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém? Existem pelo menos três motivos para essa descrição:

1) Jumentos eram animais tradicionais para procissões de reis e governantes entre os povos do Antigo Oriente Médio (cf. Jz 10:4; 12:14; 2Sm 16:2); portanto, ao usar esse animal, Jesus estava implicitamente apresentando a Si mesmo como Rei do Seu povo.

2) O fato de Jesus entrar em Jerusalém montado num jumento, e na época da Páscoa, traria à mente do público expectativas messiânicas enraizadas em alguns textos bíblicos (Gn 49:10; Is 62:11; Zc 9:9). Sendo assim, a imagem de um rei montado em um jumento se aproximando de Jerusalém era indubitavelmente entendida como a chegada do Rei messiânico. Ou seja, Jesus não estava apenas Se identificando como Rei, mas também como Messias e proclamando uma era de restauração através do Seu povo.

3) Ao longo do Antigo Testamento, cavalos estão associados com guerras e orgulho humano; porém, jumentos poderiam representar a imagem de uma humildade pacífica. Com isso em mente, quem sabe Jesus estivesse fazendo uma demonstração da natureza da Sua realeza (Dt 17:16; 2Sm 15:1; Sl 20:6-9; 33:16-18; 147:10, 11; Pv 21:31; Zc 9:9, 10).

Foi com isso em mente que Mateus e João citaram Zacarias 9:9 referindo-se à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

II. Aquele que foi traspassado (12:10) – “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito de graça e de súplicas; olharão para Aquele a quem traspassaram; pranteá-Lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por Ele como se chora amargamente pelo primogênito.”

Esse texto foi utilizado por João em duas ocasiões (Jo 19:37; Ap 1:7) para se referir a Jesus. Como o autor da lição mencionou, o verbo hebraico daqar (traspassar) tem a conotação de violência física que resulta em morte (cf. Nm 25:8; 1Sm 31:4). Tendo em mente esse contexto mais amplo do Antigo Testamento, poderíamos citar duas passagens clássicas que falam de Alguém que sofreria uma espécie de morte que chamaria a atenção de “muitos”: Isaías 52:13–53:12 e Daniel 9:24-27. Em ambas as passagens, se pode ver uma morte substitutiva, e consequentemente a redenção de muitos possibilitada por essa morte. Claramente, esses textos encontraram seu cumprimento em Cristo Jesus (cf. Mt 26:26-30).

Além disso, o texto de Zacarias faz menção ao sofrimento dAquele que foi traspassado. Isso me fez lembrar de um antigo texto chamado “O Longo Silêncio”, citado pelo falecido teólogo anglicano John Stott, na sua clássica obra “A Cruz de Cristo”:

“No fim dos tempos, bilhões de pessoas estavam espalhadas numa grande planície perante o trono de Deus. A maioria fugia da luz brilhante que se lhes apresentava pela frente. Mas alguns grupos falavam animadamente — não com vergonha abjeta, mas com beligerância. "Pode Deus julgar-nos? Como pode Ele saber acerca do sofrimento?", perguntou uma impertinente jovem de cabelos negros. Ela rasgou a manga da blusa e mostrou um número que lhe fora tatuado num acampamento de concentração nazista. "Nós suportamos terror... espancamentos... tortura... morte!”

“Em outro grupo um rapaz negro abaixou o colarinho. "E que dizer disto?", perguntou ele, mostrando uma horrível queimadura de corda." Linchado... pelo único crime de ser negro!”

“Em outra multidão, uma colegial grávida, de olhos malcriados, murmurava: "Por que devo sofrer? Não foi culpa minha."

“Por toda a planície havia centenas de grupos como esses. Cada um deles tinha uma reclamação contra Deus por causa do mal e do sofrimento que Ele havia permitido no Seu mundo. Quão feliz era Deus por viver no Céu onde tudo era doçura e luz, onde não havia choro nem medo, nem fome nem ódio. O que sabia Deus acerca de tudo o que o homem fora forçado a suportar neste mundo? Pois Deus leva uma vida muito protegida, diziam.

“De modo que cada um desses grupos enviou seu líder, escolhido por ter sido o que mais sofreu. Um judeu, um negro, uma pessoa de Hiroshima, um artrítico horrivelmente deformado, uma criança talidomídica. No centro da planície tomaram conselho uns com os outros. Finalmente, estavam prontos para apresentar seu caso. Antes que pudesse qualificar-Se para ser Juiz deles, Deus deve suportar o que suportaram. A decisão deles foi que Deus devia ser sentenciado a viver na Terra — como homem!

"Que Ele nasça judeu. Que haja dúvida acerca da legitimidade de seu nascimento. Seja dado a Ele um trabalho tão difícil que, ao tentar realizá-lo, até mesmo Sua família pensará que Ele está louco. Que Ele seja traído por seus amigos mais íntimos, que enfrente acusações falsas, seja julgado por um júri preconceituoso, e condenado por um juiz covarde. Que Ele seja torturado.

"Finalmente, que Ele conheça o terrível sentimento de estar sozinho. Então que Ele morra. Que morra de tal forma que não haja dúvida de que morreu. Que haja uma grande multidão de testemunhas que o comprovem."

“E quando o último acabou de pronunciar a sentença, houve um longo silêncio. Ninguém proferiu palavras. Ninguém se moveu. Pois, de súbito, todos sabiam que Deus já havia cumprido Sua sentença.”

O Deus apresentado nas páginas sagradas não Se limita às fronteiras celestiais. Em determinado momento da história, Ele assumiu a natureza humana e sofreu de maneira intensa para proporcionar a nós aquilo que não somos capazes de conseguir por nós mesmos.
Como disse Lutero, "Senhor Jesus, Tu és a minha justiça, e eu o Teu pecado. Levaste sobre Ti o que era meu; mas depuseste sobre mim o que éTeu. Tu Te tornaste o que não eras, para que eu pudesse me tornar o que eu não era."

III. O Pastor que foi ferido (13:7) – “Desperta, ó espada contra o Meu pastor e contra o Homem que é o Meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos; fere o Pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para os pequeninos.”

Existem algumas passagens do Antigo Testamento onde Deus é retratado como um Pastor (cf. Ez 34; Jr 23). No caso de Ezequiel, o próprio Deus promete procurar as ovelhas que se perderam e lhes oferecer cuidado e proteção. Zacarias (13:7) tinha essas ovelhas em mente quando falava a respeito de um pastor ferido. O próprio Jesus aplicou a Si mesmo essas palavras em Mateus 26:31. Não somente ali, mas ao declarar “Eu sou o bom Pastor” (Jo 10:11), Jesus estava ecoando esses versos escritos séculos antes de Sua aparição na Palestina do 1º século d.C. Há novamente o indicativo da morte do Pastor nesse texto. Como o próprio Jesus disse posteriomente, “o bom Pastor dá a vida por Suas ovelhas” (Jo 10:11). Uma das mais belas reflexões sobre isso pode ser encontrada numa desconhecida espístola a um certo Diognetus, datada do 2º século d.C.: "Ó doce troca! Ó operação inescrutável! Ó benefícios que ultrapassam todas as expectativas! Que a impiedade de muitos fosse oculta em apenas Um justo, e que a justiça de Um justificasse a muitos transgressores."

Perspectiva profética

Um fenômeno comum entre os profetas do Antigo Testamento é  chamado de “perspectiva profética”. É quando algumas visões se entrelaçam e levam o profeta a descrevê-las como acontecendo no mesmo momento. Por exemplo, estudaremos na próxima lição o livro do profeta Malaquias. Em 3:1, ele estava se referindo claramente à primeira vinda de Jesus, que seria anunciada por João Batista. Já o verso 2 é uma referência à segunda vinda de Cristo. Ambas estão descritas como acontecendo ao mesmo tempo. O mesmo fenômeno ocorre em Zacarias 14.Os eventos ali descritos alcançam o cumprimento final nas últimas páginas do Apocalipse. Quem sabe, na mente de Zacarias não existiria um período tão grande entre suas visões sobre o Messias e esse capítulo.

Os judeus dos dias de Cristo conheciam muito bem essas profecias do Antigo Testamento. No entanto, eles se concentraram mais nesse aspecto triunfante do Messias, em vez de em Seu sofrimento e morte. Hoje, podemos correr um perigo parecido. Enquanto muitos estão estudando profecias bíblicas, a tendência é demorar-se em questões periféricas e em especulações, enquanto o maior dos acontecimentos está prestes a ocorrer. As profecias não foram dadas para satisfazer nossa curiosidade, mas sim para que tenhamos o foco certo e vivamos de maneira coerente com o evento que estamos aguardando.





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