domingo, 15 de setembro de 2013

ES - Lição 6 - Confissão e arrependimento: as condições do reavivamento – 3º Trim, 2013





Lição 6 - Confissão e arrependimento: as condições do reavivamento

3 a 10 de agosto







Sábado à tarde

Ano Bíblico: Is 41–44 

VERSO PARA MEMORIZAR:
“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28:13).

Leituras da Semana:


Ao longo das Escrituras, o arrependimento e a confissão prepararam o caminho para o reavivamento espiritual. Deus sempre preparou Seu povo para fazer uma grande obra para Ele, levando-o ao sincero arrependimento por seus pecados. Uma vez que reconhecemos nossos pecados e os confessamos, estamos no caminho certo para obter a vitória sobre eles.

“Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3:9). Arrependimento e confissão são dois prerrequisitos necessários para que recebamos o poder do Espírito Santo em abundância.

Na lição desta semana, descobriremos a importância do verdadeiro arrependimento no derramamento do Espírito Santo, como é revelado no livro de Atos. Também contrastaremos o verdadeiro arrependimento com o falso arrependimento. Acima de tudo, veremos que o arrependimento é um dom do Espírito Santo para nos ajudar a refletir o amor de Jesus aos que nos cercam.


Domingo

Ano Bíblico: Is 45–48 

Arrependimento: um dom de Deus

Nas semanas anteriores ao Pentecostes, os discípulos buscaram a Deus fervorosamente em oração. Atos 1:14 diz que eles “perseveravam unanimemente em oração e súplicas”. Essa experiência de unanimidade revela uma forte unidade e harmonia entre os seguidores de Cristo, que não teria sido possível sem arrependimento e confissão. Oração e confissão os prepararam para o que estava por vir.

1. Leia Atos 5:30-32. Que lições importantes podemos tirar das palavras de Pedro?

Pedro apresentou duas lições importantes. Primeira, o arrependimento é um dom. Enquanto abrimos o coração às sugestões do Espírito Santo, Jesus nos concede o dom do arrependimento. Segunda, os discípulos testemunharam em sua própria vida a realidade do arrependimento. Eles não apenas pregaram o arrependimento, mas o experimentaram.

“Ao esperarem os discípulos pelo cumprimento da promessa, humilharam o coração em verdadeiro arrependimento e confessaram sua incredulidade. Ao trazerem à lembrança as palavras que Cristo lhes havia dito antes de Sua morte, entenderam mais amplamente seu significado. [...] Meditando sobre Sua vida pura, santa, sentiram que nenhum trabalho seria árduo demais, nenhum sacrifício demasiado grande, contanto que pudessem testemunhar na própria vida, da amabilidade do caráter de Cristo” (Ellen G. White, Atos do Apóstolos, p. 36).

Arrependimento e confissão permeiam o livro de Atos (At 17:30, 31; 26:19, 20). É “a bondade de Deus” que nos leva ao arrependimento. É o poder de convencimento do Espírito Santo que nos conscientiza da necessidade de um Salvador que perdoa os pecados. Ao mesmo tempo, devemos lembrar que o Espírito Santo não enche corações impenitentes (Rm 2:8; At 2:38, 39; 3:19). O Espírito Santo enche corações esvaziados da ambição egoísta, do desejo de reconhecimento pessoal e do esforço para alcançar glória pessoal.

Por que é tão difícil reconhecer nossos pecados e nos arrependermos deles? Por que é tão fácil permitir que o “eu” impeça o verdadeiro arrependimento?

Segunda

Ano Bíblico: Is 49–51 

Definição do verdadeiro arrependimento 

2. Como o apóstolo Paulo descreve o verdadeiro arrependimento? 2Co 7:9-11

A rrependimento é uma tristeza pelo pecado iniciada por Deus. Também inclui a decisão de abandonar os pecados específicos que o Espírito Santo traz à mente (Ez 14:6; Zc 1:4). O arrependimento genuíno não leva os cristãos a um estado de depressão profunda por causa de sua natureza e ações pecaminosas. “A tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação” (2Co 7:10). O arrependimento nos leva a focalizar a justiça de Jesus, não a nossa pecaminosidade. Ele produz uma “dedicação” em olhar para Jesus, “Autor e Consumador da fé” (2Co 7:11; Hb 12:2).

No Novo Testamento, a enormidade do nosso pecado nunca é maior do que a imensidão da Sua graça, porque “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5:20). Certamente isso foi verdade na experiência do apóstolo Paulo.

3. Leia 1 Timóteo 1:14-17 e Atos 26:10-16. O que essas passagens falam sobre a pecaminosidade de Paulo e a justiça de Jesus?

Quando o apóstolo Paulo percebeu que estava perseguindo o Senhor da glória, foi impelido a se ajoelhar em sincero arrependimento e confissão. Ao longo de toda a sua vida ele nunca se cansou de contar a história de seus próprios pecados e da graça de Deus. Seu arrependimento não o deixou em estado de depressão. Em vez disso, o levou aos braços de um Salvador amoroso e perdoador. A confissão de seu pecado não o deixou se sentindo mais culpado do que antes. Seu foco não era o quanto ele era injusto, mas o quanto Jesus é justo.

Você já se sentiu o “principal” dos pecadores? Ou tão pecador que não pudesse ser salvo? Como você pode aprender a descansar na certeza de que a justiça de Cristo é suficiente para salvá-lo?

Terça

Ano Bíblico: Is 52–55 

Verdadeiro arrependimento e confissão

4. Que princípios aprendemos na Bíblia a respeito da natureza do verdadeiro arrependimento e confissão? Lv 5:5;1Jo 1:9Is 1:16-18At 26:19, 20

A rrependimento genuíno é sempre acompanhado pela confissão de pecados específicos. O Espírito Santo não produz vagos sentimentos de culpa. Ele nos convence de falhas específicas.

“A confissão verdadeira tem sempre caráter específico e faz distinção de pecados. Estes podem ser de tal natureza que devam ser apresentados a Deus unicamente. Podem ser faltas que devam ser confessadas a pessoas que por elas foram ofendidas, ou podem ser de caráter público, devendo então ser confessados com a mesma publicidade. Toda confissão, porém, deve ser definida e sem rodeios, reconhecendo justamente os pecados dos quais vocês são culpados” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 38).

O objetivo do poder de convicção do Espírito Santo é revelar nossa necessidade da graça salvadora de Cristo. O arrependimento não faz com que Deus nos ame mais, mas nos permite apreciar mais Seu amor. A confissão não nos torna merecedores do perdão de Deus, mas nos permite receber o perdão originado em Sua misericórdia. Deus não nos ama mais quando nos arrependemos nem nos ama menos quando não nos arrependemos. Seu amor por nós é constante. A única variável é nossa resposta à ação do Espírito Santo em nossa vida.

A verdade é que nosso coração é impedido de receber as abundantes bênçãos que Deus tem para nós enquanto nossas artérias espirituais estão entupidas com a sujeira do pecado. O pecado nos torna insensíveis aos apelos do Espírito Santo e dificulta nossa resposta a Ele. O arrependimento e a confissão abrem os canais entupidos do nosso coração para que sejamos cheios da presença e do poder do Espírito Santo.

Por mais que desejemos o perdão é preciso lembrar que essa é uma via de mão dupla, isto é, somos perdoados e devemos perdoar. A quem hoje precisamos perdoar? Por que é tão importante que perdoemos?

Quarta

Ano Bíblico: Is 56–58 

Verdadeiro e falso arrependimento contrastados

Na Bíblia, há alguns exemplos de pessoas que buscaram o arrependimento, mas não foram perdoadas por Deus. Elas choraram, ficaram tristes, confessaram seu pecado, mas não foram perdoadas.

5. Leia os relatos acerca de Faraó, Balaão, Esaú e Judas. Que traço comum você vê em cada uma dessas histórias no que diz respeito ao arrependimento e confissão? Êx 12:29-32Nm 22:32-35Hb 12:17Mt 27:4

Uma expressão de Hebreus 12:17 resume muito bem a questão. Falando de Esaú, a passagem diz que, “querendo herdar a bênção” ele se entristeceu. Como Faraó, Balaão e Judas, o coração de Esaú não foi quebrantado por causa da dor que seu pecado havia trazido à sua família ou ao coração de Deus. Sua preocupação era com o direito de primogenitura que havia perdido. Ele ficou triste porque não tinha recebido o que acreditava ser seu por direito. Seus motivos não eram puros. Sua tristeza foi por si mesmo. O falso arrependimento focaliza as consequências do pecado e não o próprio pecado.

A lei da semeadura e colheita é divina. É verdade que o pecado traz consequências terríveis, mas o arrependimento não se concentra nos resultados negativos do pecado. Em vez disso, a preocupação está na desonra e tristeza causadas a Deus.

O verdadeiro arrependimento se caracteriza por, pelo menos, três coisas: Primeira, tristeza porque o pecado fere o coração de Deus. Ficamos tristes porque ferimos Aquele que tanto nos ama. Segunda, honesta confissão do pecado cometido. O verdadeiro arrependimento não está associado a desculpas para nosso comportamento. Não culpamos outra pessoa.

Assumimos a responsabilidade pelas nossas ações. Terceira, o verdadeiro arrependimento inclui a decisão de se afastar do pecado. Não pode haver arrependimento genuíno a menos que haja uma reforma correspondente na vida. O falso arrependimento, por outro lado, focaliza a própria pessoa. A preocupação está nas consequências do pecado. É um estado emocional de tristeza porque o pecado traz consequências negativas. Inventamos desculpas e colocamos a culpa em outra pessoa. Não ficamos preocupados com a mudança de comportamento, a menos que a mudança traga recompensas.

Quinta

Ano Bíblico: Is 59–62 

Poder de cura da confissão

A confissão perfura a ferida da culpa e permite que o pus venenoso do pecado seja drenado. A confissão é curativa. Ela abre nosso coração para receber a graça de Deus. Por meio da confissão aceitamos o perdão que Cristo nos oferece livremente a partir da cruz. A confissão também quebra as barreiras entre nós e as outras pessoas. Ela cura os relacionamentos.

6. Leia o Salmo 32:1-8. O que isso nos ensina sobre confissão e arrependimento?

7. Leia Atos 24:16. O apóstolo Paulo se esforçou para ter uma “consciência pura diante de Deus e dos homens”. O que isso significa?

A culpa é boa ou ruim? Depende. Se o Espírito Santo nos convence do pecado e a culpa do pecado nos leva a Jesus, a culpa é boa. Se já confessamos o pecado e continuamos nos sentindo culpados, a culpa pode se tornar destrutiva. “Esse sentimento de culpa tem que ser deposto ao pé da cruz do Calvário. O senso de pecaminosidade envenenou as fontes da vida e da verdadeira felicidade. Jesus diz: ‘Depõe tudo sobre Mim. Eu levarei teu pecado. Darei paz a ti. Não destruas por mais tempo teu respeito próprio, pois Eu te comprei com o preço do Meu próprio sangue. Tu és Meu. Tua vontade enfraquecida Eu a fortalecerei; teu remorso pelo pecado Eu removerei’” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 451). A resposta para a culpa é Jesus. Sua graça elimina a culpa destrutiva que o pecado impõe sobre nós.

Há momentos em que podemos confessar os pecados e ainda nos sentirmos culpados. Por quê? Uma razão pode ser que o diabo esteja tentando roubar nossa certeza do perdão e da salvação que temos em Jesus. Em segundo lugar, o Espírito Santo pode estar apontando algo entre nós e outra pessoa. Se ofendemos alguém, nossa consciência perturbada será aliviada quando confessarmos o erro à pessoa a quem ferimos.

Como a culpa afetou seu relacionamento com o Senhor e com as pessoas? O que você pode fazer para ajudar a suavizar seu fardo de culpa? Mesmo que você tenha errado e a culpa seja, em certo sentido, justificada, que promessas bíblicas você pode suplicar para ajudá-lo a seguir em frente?

Sexta

Ano Bíblico: Is 38–40 

Estudo adicional

“A confissão não será aceitável a Deus sem sincero arrependimento e reforma. É preciso haver decisivas mudanças na vida. Tudo que seja ofensivo a Deus tem de ser renunciado. Esse será o resultado da genuína tristeza pelo pecado. A obra que nos cumpre fazer é apresentada claramente: ‘Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas’ (Is 1:16, 17, RC). ‘Restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida e não praticando iniquidade, certamente viverá, não morrerá’” (Ez 33:15, RC; Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 39).

Perguntas para reflexão

1. Que lição fundamental sobre o perdão podemos aprender com o perdão oferecido por Jesus aos que O pregaram na cruz? O que isso nos diz sobre nós e nossos ofensores?

2. A confissão do pecado tem sido uma bênção para você? De que forma ela o ajudou no relacionamento com o Senhor e com outras pessoas?

3. Embora necessitemos confessar nossas faltas às pessoas a quem ofendemos, que cuidado devemos ter para não dizer mais do que é conveniente?

4. O verdadeiro arrependimento inclui abandono do pecado. No entanto, o que acontece se caímos novamente em um pecado contra o qual estamos lutando? Quer dizer que nosso arrependimento não foi sincero e que não podemos ser perdoados mais uma vez acerca desse pecado? Se isso fosse verdade, que esperança teríamos? Como devemos entender a natureza do arrependimento bíblico, tendo em mente a realidade de nossa natureza pecaminosa?

5. Por que o arrependimento é um componente vital na questão do reavivamento e reforma? Como os termos reavivamento e reforma contêm a ideia de que precisamos do arrependimento?

Respostas sugestivas: 1. O Cristo morto pagou o preço dos nossos pecados; o Cristo ressuscitado nos concede arrependimento e perdão; o arrependimento é dom do Espírito Santo e nos leva a obedecer. 2. O verdadeiro arrependimento conduz à salvação. Outros efeitos: dedicação, desculpas, indignação, temor, saudade, preocupação e desejo de ver a justiça feita. 3. Paulo se considerava o principal dos pecadores. No entanto, foi alcançado pela justiça e perdão de Jesus Cristo, que nos salva e purifica. 4. Devemos confessar pecados específicos. Quando confessamos, Deus perdoa e purifica. Os atos injustos são corrigidos e praticamos obras dignas de arrependimento. Anunciamos o evangelho de Cristo. 5. Eles foram forçados a reconhecer a desvantagem da rebelião contra Deus. Ficaram tristes por causa das consequências do pecado, mas não se arrependeram do seu mau caminho. 6. Arrependimento sincero traz perdão e perdão traz felicidade. Falta de confissão traz sofrimento físico e emocional. Ao orarmos, Deus nos protege em meio às crises e nos guia. 7. Consciência pura é a certeza de que Deus já nos livrou da culpa e das ofensas em relação a Ele e aos semelhantes, e de que somos fiéis ao Senhor.

Introdução

Ao longo da História, Deus despertou Seu povo. E toda vez que os apelos do Céu foram atendidos, houve reavivamento. Foi assim com os judeus na época de Neemias, com os apóstolos logo após a ascensão de Jesus, com os valdenses e no início do movimento metodista. Há muitos outros exemplos de como Deus derramou Seu Espírito sobre aqueles que O buscaram.

Diante dessa realidade, repetimos as palavras do profeta Habacuque: “Senhor, ouvi falar da Tua fama; temo diante dos Teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em Tua ira, lembra-Te da misericórdia” (Hc 3:2, NVI).

Conforme veremos, existem condições a ser cumpridas até experimentarmos o reavivamento. Porém, Deus não nos deixou à mercê da imaginação – Ele mostrou o que temos de fazer na prática para usufruirmos Sua presença. É bom frisarmos: não existem “dez passos para o reavivamento” ou o plano “reavive sua esposa até sexta-feira”. O Senhor não deixou um programa formatado. Suas orientações são claras, seguras e confiáveis. Mas precisamos entender que reavivamento não é questão de fazer algumas coisas, mas de total submissão a Jesus, deixando que Seu Espírito nos insufle nova vida.

Domingo, 4 de agosto - Arrependimento: um dom de Deus

Na primeira escola em que trabalhei, em São Paulo, tive a oportunidade de conhecer muitas crianças e adolescentes. Entretanto, uma menina da quinta série (hoje sexto ano) chamou minha atenção. Ela e outro menino da turma se odiavam, o que acontece comumente nessa faixa etária. Certo dia, resolvi conversar com ela. Como uma miniatura de carranca, a menina nem queria ouvir sobre a possibilidade de perdoar seu desafeto. “Se você continuar pensando assim, como poderá ir para o Céu?”, eu lhe perguntei. Sua resposta foi surpreendente: “Se eu tiver de perdoá-lo para ir ao Céu, prefiro não ir!”

Há pessoas duras de coração. Passam a vida sem repensar no que fizeram. Não lhes preocupa o ressentimento nutrido como um cão adestrado. Existem também os que não sentem a necessidade de se decidir por Jesus – como se esse tipo de decisão dependesse de nossos sentimentos ou bom humor!

Você já se perguntou por que gente como os fariseus permanecia resistindo, quando o poder de Deus era manifesto de forma tão evidente? Uma coisa é rejeitar o estudo bíblico de um colega de trabalho – outra bem diferente é negar a divindade de Jesus na presença dEle! Sim, os fariseus viram Jesus, mas não apenas puderam vê-Lo: espreitavam as cenas de milagres extraordinários e conversaram com pessoas que Ele havia curado. Estremeceram ao ouvir Suas palavras proféticas. Mas isso não lhes demoveu da atitude cética que conservaram até o fim.

Sabe por que alguns não aceitam Jesus? Pelo fato de o arrependimento ser um dom. É preciso permitir que a influência do Espírito Santo nos conceda o arrependimento. Enquanto lutarem contra Deus e recusarem Seu dom, não poderão sequer sentir vontade de mudar. Veja o exemplo de Atos 5.

De início, temos o relato de Ananias e Safira, exemplo negativo de pessoas que tentaram mentir ao Espírito Santo (At 5:1-11). Tanto a punição que o casal recebeu (v. 11), como os milagres seguintes, apresentados no capítulo (v. 12, 15, 16), atraíram a atenção das pessoas para a igreja nascente (v. 11, 14, 16). Logo, era de se esperar a oposição por parte dos líderes religiosos (v. 17, 18). Resultado: discípulos presos pela cúpula da nação.

Nesse ponto, outro milagre surpreendente aconteceu: o anjo do Senhor abriu as portas das celas e os apóstolos voltaram a pregar – para espanto geral (v. 19-24)! Convocados à presença dos líderes da nação, os seguidores de Jesus foram acusados de subversivos. Não estavam eles levando a população a ficar contra as autoridades? E tudo por causa do julgamento de Jesus (v. 25-28).
Apesar da pressão, Pedro e seus colegas foram firmes. Sua obediência estava condicionada a Deus, não às circunstâncias (v. 29). Em vez de discutir o grau de culpa dos religiosos, exaltaram Jesus como Aquele que ressuscitou (v. 30). O resultado disso seria a concessão de arrependimento a todos que desejassem (v. 31).

Em resumo, o papel do Espírito Santo em Atos 5 é bem destacado: Ele é Deus (v. 3, 4), bem como testemunha, junto dos apóstolos, dos fatos sobre o ministério de Jesus; Sua manifestação atinge os obedientes (v. 32). Ali estavam os apóstolos, expondo verdades que faziam parte da vida deles. Graças à intervenção de Gamaliel (v. 34-39), eles foram tolerados e assim puderam continuar sua obra.

Segunda, 5 de agosto - Definição do verdadeiro arrependimento

Um membro de nossa igreja, casado, foi visto por diversas pessoas em companhia de uma jovem. Embora houvesse comentários, ele afirmava não passar de amizade. O pastor esperou até que houvesse algo concreto. Um dia, chegou às suas mãos um boletim de ocorrência lavrado pelo irmão em questão, contra o ex-marido da sua “amiga”. No documento, ele se apresentava como atual namorado da moça!

Na época, eu era ancião, e acompanhei o pastor na conversa com o rapaz. A todo instante, ele negava qualquer envolvimento com a mulher. Quando finalmente foi confrontado com o que havia declarado no boletim de ocorrência, ele se viu obrigado a admitir que estava tendo um caso extraconjugal.

A situação me fez lembrar o episódio envolvendo Acã. Assim como o rapaz infiel à esposa, Acã somente admitiu seu pecado quando se tornou impossível negá-lo (Js 7:20, 21). Em nenhum dos dois casos temos confissão espontânea ou demonstração de arrependimento sincero (para ser justo, admito ser possível ao rapaz do primeiro relato ter se arrependido posteriormente). Em geral, as pessoas admitem seus erros quando veem que não é possível ocultá-los mais. Entretanto, isso está a quilômetros do sincero arrependimento!

Comentando sobre os efeitos de sua primeira carta aos coríntios, Paulo pondera: “A tristeza segundo Deus produz um arrependimento que leva à salvação e não remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte” (2Co 7:10, NVI).

Todo pecado tem perdão, a não ser o pecado contra o Espírito Santo (Mt 12:31, NVI). Não que esse seja um pecado específico – em verdade, trata-se da rejeição sistemática da verdade conhecida e dos apelos do Espírito Santo (Hb 6:4-6). Para evitar esse extremo, torna-se necessário buscar a Deus, a fim de receber o verdadeiro arrependimento, que implica o desejo de abandonar os erros. Como Paulo ressaltou, o verdadeiro arrependimento traz tristeza, porque nos leva a pensar em como nossas faltas ofendem ao Pai celestial.

Terça, 6 de agosto - Verdadeiro arrependimento e confissão

Além de se caracterizar pela tristeza em relação ao pecado, o arrependimento genuíno é aquele que leva à confissão de pecados. Essa confissão não é generalizada, como às vezes dizemos: “Perdoe-me por qualquer coisa”. Não foi “qualquer coisa” que fizemos. Temos de nos reportar a Deus conscientes de nosso estado de culpa (Rm 3:10-12).

É igualmente necessário confessar os pecados especificamente. A experiência negativa de Davi mostra o quanto se pode sofrer com o pecado não confessado (Sl 32:3-4).

Por toda a Bíblia, a confissão e o abandono do pecado são exaltados como consequências saudáveis do arrependimento que Deus exige (Lv 5:5; 1Jo 1:9; Is 1:16-18; At 26:19, 20). Afinal somente pode haver cura para nós quando assumimos a necessidade dela. Enquanto negarmos pecados específicos ou mascararmos nossa condição como pecadores, jamais provaremos das abundantes provisões divinas para nos salvar.

Quarta, 7 de agosto - Arrependimento verdadeiro e falso contrastados

O que você lembra quando vê esses indivíduos? Vamos pensar em cada caso.

Um dos motivos para o derramamento das dez pragas do Egito foi a dureza do coração de Faraó (Êx 12:29-32). Entenda: os semitas atribuíam a Deus coisas que Ele permitia que ocorressem. Logo, Deus endureceu o coração de Faraó apenas no sentido de deixar que ele rejeitasse as oportunidades. O contrário disso seria restringir a liberdade do mandatário egípcio.

Com Balaão aconteceu algo diferente (Nm 22:32-35). Deus o constrangeu a falar somente o que Ele lhe dissesse. Eis um caso legítimo de inspiração verbal, o que é claramente a exceção e não a regra no trato de Deus com Seus profetas! Mas isso não significava salvação contra a vontade: uma coisa era transmitir a mensagem de Deus fielmente, outra era confiar no Autor da mensagem.

Esaú (Hb 12:17) foi considerado profano ou desapegado das coisas espirituais porque as colocou em segundo plano. Na hora da necessidade, o estômago falou mais alto e ele facilmente abriu mão de seus direitos espirituais.

Talvez o caso mais dramático seja o de Judas (Mt 27:4): como ele pôde passar tanto tempo com Jesus e traí-Lo de forma tão leviana? Seu remorso indica apenas o medo das consequências de suas decisões, não um desejo autêntico de mudança.

Em todos esses casos, verifica-se a incredulidade, de uma forma ou de outra, impedindo que a pessoa reconheça quem é Deus e Seus direitos legítimos sobre nossa vida. Enquanto o arrependimento requerido pela Bíblia pressupõe entrega, humilhação e desejo de mudança, o falso arrependimento indica tristeza, medo ou certo constrangimento. Mas os hábitos continuam os mesmos e, caso a pessoa tivesse oportunidade, faria tudo exatamente como fez.

Quinta, 8 de agosto - Poder de cura da confissão

Anteriormente, nos referimos ao Salmo 32. Para seu estudo, precisamos nos lembrar de que ele está associado ao adultério de Davi com Bate-Seba e o consequente assassinato de Urias, marido dela, a mando de Davi.

Uma das circunstâncias mais controversas é a culpa de Bate-Seba nesse episódio, uma vez que Davi a viu tomando banho (2Sm 11:2). Ela agiu de forma imprudente ou provocou deliberadamente o rei?

O erudito adventista Richard Davidson enumera 18 razões para entendermos que Davi é responsabilizado pelas circunstâncias desse caso. Entre os motivos, ele argumenta que o terraço do palácio real garantia uma vista panorâmica das “moradias no Vale do Cedron imediatamente abaixo”. Para ele, isso é enfatizado pelo texto quando é dito que Urias, marido de Bate-Seba, em visita ao palácio, teria que “descer” para ir a sua casa (v. 8-13).

Além disso, as residências da época consistiam de quatro quartos em torno de um pátio central aberto, onde as pessoas tomavam banho. Provavelmente, do terraço de Davi se pudesse ver quem estivesse se banhando nos pátios descobertos. Por isso, transitar pelo terraço se tornou “o primeiro passo deliberado [dado por Davi] em sua queda moral.” 
Logo, não seria “irrazoável assumir que o código de decência geralmente aceito nos dias de Davi incluía o entendimento de que era inapropriado olhar” a partir do terraço para as casas abaixo. Essa exposição destrói a pressuposição de que Bate-Seba se tivesse oferecido a Davi. O único culpado no relato é o próprio rei, não a mulher de quem ele se aproveitou (Richard M. Davidson, “Did King David Rape Bathsheba? 
A case study in narrative theology”, in: JATS, v. 17, no 2, p. 3-5).

Como único culpado no escândalo (e duplamente culpado), Davi reconheceu a monstruosidade de seu ato. Nos dois primeiros versos do Salmo 32, ele emprega as quatro palavras hebraicas mais frequentes para representar o pecado. Porém, Davi também se mostrou consciente da suficiência da graça para remover a mancha moral. Na história de Davi, o senso de culpa teve o papel capital de fazê-lo reconhecer sua necessidade de arrependimento (Sl 32:3-5). O salmo termina com a certeza da restauração divina (v. 6-8) e tratando do contraste dos ímpios com os justificados (v. 9-11). Quão bom é servir a um Deus perdoador! 

Conclusão

O arrependimento que Deus pede envolve sincero reconhecimento de cada falta específica, que deve ser confessada diretamente a Deus. Esse arrependimento é um dom. Para recebê-lo, precisamos permitir que o Espírito Santo atue decisivamente sobre nós.



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