Lição 8 - Discernimento: a salvaguarda do reavivamento
17 a 24 de agosto
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Jr 24–26
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Considera em como amo os Teus preceitos;
vivifica-me, ó Senhor, segundo a Tua bondade. As Tuas palavras são em tudo
verdade desde o princípio, e cada um dos Teus justos juízos dura para sempre”
(Sl 119:159, 160).
Leituras da Semana:
No começo do meu ministério estudei com uma família
da zona rural do Tennessee. Certo dia, um homem entrou na sala fumando um
charuto. Ele declarou que o Senhor o tinha curado de câncer de pulmão!
Muitas vezes tenho refletido sobre essa experiência. Esse homem acreditava sinceramente que o Espírito Santo o havia curado. No entanto, sua crença de que ele havia sido curado tornava isso uma realidade? Sinais e maravilhas são sempre uma evidência da obra do Espírito Santo? Podemos apoiar nossa fé somente em sinais e maravilhas? Que papel os sinais e prodígios podem ter em um falso reavivamento?
No contexto do reavivamento, precisamos perguntar: É possível que o diabo crie um falso movimento religioso e deixe a impressão de que ocorreu um genuíno reavivamento?
Nesta semana, estudaremos os indicadores espirituais do genuíno reavivamento e os contrastaremos com os claros sinais dos movimentos falsos. Saber a diferença entre os dois nos livrará dos enganos do inimigo.
Domingo
Ano Bíblico: Jr 27–29
A vontade de Deus e Sua Palavra
Toda verdadeira espiritualidade está focalizada em
conhecer a Deus e cumprir Sua vontade (Jo 17:3; Hb 10:7). Qualquer suposto
“reavivamento” que focalize a experiência, em lugar do compromisso de obedecer
à Palavra de Deus erra completamente o alvo. O Espírito Santo nunca nos
conduzirá numa direção diferente daquela indicada pela Palavra de Deus. O Espírito
Santo nos guia à Palavra (2Tm 3:15, 16). A Palavra de Deus é o fundamento e o
centro de todo verdadeiro reavivamento.
1. O que as seguintes passagens do Salmo 119
revelam sobre o reavivamento e a Palavra de Deus? Quais são as qualidades
espirituais que a Palavra de Deus desenvolve em nossa vida? Sl 119:25, 28, 49, 50, 67, 81, 105, 116, 130, 154.
Na prática, o que significam essas promessas?
Em Seu sermão sobre o Pão da vida, Jesus explicou a
essência de todo reavivamento e o fundamento de toda a vida espiritual. Ele
declarou: “O Espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as
palavras que Eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63). Essa
declaração é extremamente significativa. O Espírito Santo, que é a fonte de
todo reavivamento espiritual, fala através da Palavra de Deus, a fim de dar aos
que a recebem pela fé, uma profunda vida espiritual. O reavivamento ocorre
quando o Espírito Santo imprime as palavras de Jesus em nossa mente. Por isso o
Salvador disse: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede
da boca de Deus” (Mt 4:4).
“Em muitos dos avivamentos ocorridos durante o último meio século, têm operado, em maior ou menor grau, as mesmas influências que se manifestarão em movimentos mais extensos no futuro. Há uma agitação emotiva, uma mistura do verdadeiro com o falso, muito apropriado para corromper. Contudo, ninguém necessita ser enganado. À luz da Palavra de Deus não é difícil determinar a natureza desses movimentos. Onde quer que os homens negligenciem o testemunho da Escritura Sagrada, desviando-se das verdades claras que servem para provar a alma e que exigem a renúncia de si mesmo e do mundo, podemos estar certos de que ali não é outorgada a bênção de Deus” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 464, 465).
A essência do verdadeiro reavivamento é descobrir a
vontade de Deus manifesta em Sua Palavra. Jesus era cheio do Espírito Santo.
Desde o Seu nascimento até Sua morte, Ele foi conduzido e fortalecido pelo
Espírito Santo.
Segunda
Ano Bíblico: Jr 30–32
O amor de Deus e Sua lei
Reavivamento é conhecer Jesus. É um despertar das
faculdades espirituais da alma. É uma experiência pessoal e vital com o Salvador.
Conhecer Jesus como Amigo é a essência de todo reavivamento. Do íntimo de sua
experiência com Jesus, o apóstolo Paulo declarou que estava orando para que os
efésios conhecessem “o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que
[fossem] tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:19).
Isso está em contraste com a história das virgens do fim dos tempos, das quais cinco tinham a forma exterior de piedade e religião, mas não possuíam experiência íntima com Jesus. Referindo-Se à sua grande necessidade, Jesus disse: “Em verdade vos digo que não vos conheço” (Mt 25:12).
Conhecer Deus sempre leva à obediência. A lei de Deus revela Seu amor. Um relacionamento mais profundo com Cristo leva a um maior desejo de agradar a Cristo. A obediência é fruto do amor. Quanto mais O amarmos, mais desejaremos obedecer a Ele. Devemos suspeitar de todo suposto reavivamento que não enfatize o arrependimento pelas deliberadas transgressões da lei. O fervor religioso pode levar a um êxtase religioso temporário, mas faltará a mudança espiritual duradoura.
2. Para o apóstolo João, quais são as evidências de
que a pessoa realmente conhece Deus? 1Jo 2:3-6; 4:7, 8, 20, 21
Nesses textos João apresenta dois pontos cruciais.
Primeiro, conhecer Deus nos leva a guardar Seus mandamentos. Em segundo lugar,
amar Deus nos leva a amar os outros. A mensagem de João é clara.
Espiritualidade genuína resulta em vida transformada. O centro do reavivamento
não é um caloroso sentimento de proximidade com Jesus. É uma vida transformada,
cheia da alegria de servir a Jesus. O grande objetivo de Deus em todos os
reavivamentos é nos atrair para perto dEle e aprofundar nossa entrega ao Seu
propósito para nossa vida. Além disso, Ele quer nos capacitar para testemunhar
e ministrar em favor de Sua causa.
Como estão seus relacionamentos? O que esses
relacionamentos dizem sobre sua caminhada com o Senhor? De que forma você
precisa melhorar em seu relacionamento com Deus e com os outros?
Terça
Ano Bíblico: Jr 33–35
Formalismo, fanatismo e fé
Um dos desafios do verdadeiro reavivamento é romper
a superfície gelada do formalismo e, ao mesmo tempo, evitar as chamas ardentes
do fanatismo. O formalismo fica rigidamente fechado no status quo [estado atual
das coisas], satisfeito com a “casca” da religião enquanto nega a realidade
viva da fé. O fanatismo tende a ir aos extremos e se concentra nos aspectos
secundários da religião. Ele tende a ser desequilibrado, focalizando um aspecto
da fé e negligenciando todos os outros. O fanatismo é muitas vezes hipócrita e
preconceituoso. O apóstolo Paulo desejava que a igreja cristã “não mais [fosse]
como meninos, [agitada] de um lado para outro e [levada] ao redor por todo
vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao
erro” (Ef 4:14).
3. O que aprendemos sobre o formalismo na
condenação de Jesus aos fariseus?
4. O que aprendemos sobre os que pensam que os
sinais e maravilhas provam que eles são fiéis seguidores de Jesus? Mt 7:21-23
A questão mais profunda nessas experiências é o
compromisso do coração. Sinais e maravilhas jamais podem tomar o lugar da
autêntica fé bíblica. Eles não são um substituto para a submissão à vontade e à
Palavra de Deus. A essência do verdadeiro reavivamento é uma fé tão profunda
que nos leve a uma vida obediente, comprometida com a vontade de Deus. Um
reavivamento fundamentado na Bíblia ecoa as palavras de João: “Todo o que é
nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa
fé” (1 Jo 5:4).
“Que tipo de fé é a que vence o mundo? É a fé que faz de Cristo seu Salvador pessoal - a fé que, reconhecendo seu desamparo, sua total incapacidade para salvar a si mesma, se apossa do Ajudador que é poderoso para salvar, como sua única esperança” (Ellen G. White, Refletindo a Cristo, p. 21).
Qual é sua tendência: formalismo e tradição, ou
experiência e emoção? Se você se inclina demais para um lado ou outro, como
você pode encontrar o equilíbrio?
Quarta
Ano Bíblico: Jr 36–38
Ministério e milagres
Geralmente os falsos reavivamentos colocam sua
ênfase principal nos milagres. Os reavivamentos genuínos focalizam o
ministério. Os falsos reavivamentos enfatizam os sinais e prodígios
espetaculares; os reavivamentos genuínos reconhecem que o maior milagre é uma
vida transformada.
Os milagres de cura realizados por Jesus testemunhavam o fato de que Ele era o Messias. Como nosso compassivo Redentor, o Salvador estava preocupado em aliviar o sofrimento humano. Mas Ele estava ainda mais preocupado com a salvação de todos que Ele tocava com Sua graça curadora. O objetivo do ministério redentor de Jesus era “buscar e salvar” a humanidade perdida (Lc 19:10). Falando aos líderes religiosos sobre o paralítico, Jesus declarou: “Para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a Terra autoridade para perdoar pecados — disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Mt 9:6). A resposta da multidão a esse milagre foi glorificar a Deus (Mt 9:8).
Milagres eram uma consequência do ministério redentor de Jesus, mas não foram o principal motivo pelo qual Ele veio à Terra.
As pessoas são enganadas por falsos milagres
“porque não acolheram o amor da verdade” (2Ts 2:10). Quando o desejo de coisas
espetaculares é muito mais importante do que o desejo de uma vida nova em
Cristo, a mente se torna aberta para o engano. A parábola do rico e Lázaro
termina com as palavras perspicazes de Jesus: “Se não ouvem a Moisés e aos
profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os
mortos” (Lc 16:31). Em outras palavras, sinais espetaculares e prodígios
maravilhosos nunca podem tomar o lugar da compreensão e obediência à Palavra de
Deus. A obediência a Deus é a base. Sinais e maravilhas, se acontecerem, serão
sempre secundários.
Que tipo de milagres você experimentou em sua
caminhada com o Senhor? O que você aprendeu com eles? Qual é a importância
deles para sua fé?
Quinta
Ano Bíblico: Jr 39–41
Frutos e dons
6. Quais são as principais razões pelas quais Deus
concede à igreja os dons do Espírito Santo? 1Co 12:4-7; Rm 12:4-8; Ef 4:11-16
Os dons do Espírito Santo podem ser divididos em
duas grandes categorias: qualidades e vocações. Por exemplo, os dons de prestar
ajuda, hospitalidade, exortação e o ensino são qualidades que Deus concede aos
cristãos individualmente (Rm 12:6-8). Os dons dos apóstolos, profetas,
evangelistas e pastores/professores são vocações dadas aos cristãos individualmente
(Ef 4:11, 12). Ambas as categorias de dons têm um propósito similar. Foram
comunicados pelo Espírito Santo para fortalecer a vida espiritual da igreja e
prepará-la para a missão. Os dons espirituais não são fim em si mesmos. Foram
dados por Deus para benefício de Sua igreja.
7. O que o apóstolo Paulo quis dizer com a
expressão “[andar] no Espírito” em Gálatas 5:16? Quais são as consequências de
andar no Espírito? Gl 5:22-25; Jo 15:1-7
Existe perigo em todo suposto reavivamento que
tenha pouco interesse no fruto do Espírito, mas que esteja obcecado pela posse
dos dons do Espírito. Se Deus concedesse os dons do Espírito em plenitude aos
cristãos que não manifestassem o fruto do Espírito, a igreja se tornaria o centro
de exibicionismo egoísta. Se Deus derramasse o poder do Céu enquanto as nossas
linhas espirituais de transmissão estivessem esgotadas, os resultados seriam
desastrosos. Cuidado com movimentos que se concentram nos dons e poder do
Espírito Santo, e não na obediência à vontade de Deus e no caráter transformado
que revela o fruto do Espírito!
O que você diria à pessoa que experimentou algo que
ela julga ter sido manifestação sobrenatural de Deus? Como você pode ajudá-la a
saber se realmente é legítimo ou não isso? Com base na realidade do grande
conflito, quem ou o que pode estar por trás dos milagres?
Sexta
Ano Bíblico: Jr 20–23
Estudo adicional
“A promessa do Espírito não é apreciada
devidamente. Seu cumprimento não é realizado como poderia. A ausência do
Espírito é que torna tão impotente o ministério evangélico. Pode-se possuir
cultura, talento, eloquência ou qualquer dote natural ou adquirido; mas sem a
presença do Espírito de Deus nenhum coração será tocado, nem se ganhará pecador
algum para Cristo. De outro lado, se estão ligados com Cristo, e se possuem os
dons do Espírito, os mais pobres e ignorantes de Seus discípulos terão um poder
que falará aos corações. No Universo, Deus fará deles condutos para a difusão
das mais elevadas influências” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 328).
“As fervorosas palavras de súplica do apóstolo não ficaram sem fruto. O Espírito Santo atuou com forte poder, e muitos cujos pés se haviam desviado para caminhos estranhos, retornaram à sua primeira fé no evangelho. Daí em diante ficaram firmes na liberdade com que Cristo os havia libertado. Na vida deles foram revelados os frutos do Espírito: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5:22, 23). O nome de Deus fora glorificado e muitos foram acrescentados ao número dos crentes em toda aquela região” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 388).
Perguntas para reflexão
1. Pense no contraste entre o formalismo frio e o
fanatismo desenfreado. Eles estão sempre em contraste? Será que a igreja pode
ser ao mesmo tempo fanática e friamente formal? Como isso pode se manifestar?
Por que esses extremos são prejudiciais ao reavivamento e à reforma? Como está
sua igreja? Como você pode ajudá-la a encontrar o equilíbrio?
2. Quais são as evidências de que estão ocorrendo falsos reavivamentos no mundo? Como podemos saber que eles são falsos? Seria errado acreditar que Deus está operando um reavivamento entre os que, embora amem o Senhor, não conhecem o que conhecemos?
3. Você já conversou com alguém que experimentou um suposto milagre? Mesmo que duvidemos da autenticidade dessa experiência, como podemos aproveitar a amizade com essa pessoa para conduzi-la a uma verdade mais ampla?
Respostas sugestivas: 1. A Palavra de Deus
traz reavivamento, salvação, luz, esperança, entendimento e força para superar
as tristezas. Obediência à Palavra faz parte do reavivamento. 2. Obediência aos
mandamentos de Deus e à Sua Palavra; amor entre os irmãos. 3. Formalismo é
hipócrita: tem beleza exterior e impureza interior, justiça exterior e
injustiça interior. A tradição dos homens é colocada acima dos mandamentos de
Deus. É preciso limpar o exterior e o interior. 4. Jesus condenará a muitos que
fazem sinais e maravilhas, mas não são infiéis à Sua lei. 5. Deixando de amar a
verdade, acabam sendo enganadas pelos sinais e prodígios de Satanás e seus
falsos profetas. 6. O bem de todos. Os dons devem ser usados no serviço. Somos
membros uns dos outros. Todos precisam de todos. Aperfeiçoamento dos santos e
edificação do corpo de Cristo. 7. Manifestar as qualidades do fruto do
Espírito, que estão de acordo com a lei de Deus e em desacordo com as paixões e
desejos da carne. O fruto é produzido pela comunhão com Cristo.
COMENTARIO
O salmista
diz: “Quanto amo a Tua lei! É a minha meditação, todo o dia” (Sl 119:97). Este
certamente é o grande desafio do cristão: amar a Lei do Senhor e fazê-la seu
guia diário. Neste mundo em que pessoas cada vez mais buscam seguir seus
próprios caminhos, fazer sua própria vontade, e ditar suas ideias sobre o que é
adorar ao Senhor, somos desafiados a colocar Deus em primeiro lugar em nossa
vida e seguir exatamente a Sua vontade perfeitamente expressa nas Escrituras
Sagradas. Aqueles que assim fazem estarão seguros quanto a enganos satânicos e
não tropeçarão pelo caminho.
I- Luz
para o caminho e sabedoria
A luz é
um elemento sem o qual não podemos viver. É verdade, no entanto, que o fato de
recebermos todos os dias os raios solares sem ao menos solicitá-los leva a uma
falta de percepção de sua real importância. Existem coisas das quais só
sentimos necessidade quando somos privados de seus benefícios. O mesmo pode se
dar com nossa vida espiritual. Perceba: Deus é o Criador e Mantenedor de todo o
Universo e cada batimento de nosso coração é por Ele controlado. Mas quantas
vezes paramos para agradecer Seu cuidado? É Deus também que nos conduz, se
assim permitirmos, ao Céu; é Ele que envia Sua luz sobre nós para que não
andemos em trevas.
A luz é
comparada à Palavra de Deus, a Bíblia, e por diversas razões: a) A
Bíblia apresenta Deus como Originador e Mantenedor deste mundo (Gn 1). “Tendo
em vista auxiliar os indivíduos na compreensão das coisas divinas, Deus
apresentou uma revelação especial de Si mesmo. Ele decidiu apresentar-Se diante
da humanidade por um meio específico, o qual não deixaria margem às questões no
tocante a Seu caráter ou Seu amor pela humanidade – e Deus o fez através das
Escrituras Sagradas” (Nisto Cremos, p. 13); b) Manifesta
a vontade de Deus e é útil para o ensino (2Tm 3:16); c) Apresenta
o plano de salvação para o pecador (Gn 3:15); d) Deus é
socorro em todas as tribulações, temos um Pai a quem recorrer em quaisquer
circunstâncias (Sl 91); e) A Bíblia apresenta um futuro de paz, um
alento verdadeiro para este mundo contaminado pelo mal (Ap 21).
Quando
a Palavra de Deus é nosso guia, quando fazemos dela a luz que nos encaminha
para a Luz que é Jesus, todo o nosso ser será submetido à vontade de Deus. O
mundo apresenta seus ardis e tentações. De todas as formas, diariamente, somos
conduzidos para longe do Senhor e de Sua vontade. Mas quando entendemos que
temos um tesouro em nossas mãos e fazemos uso correto dele, recebemos proteção
de Deus para que, cada vez mais, a partir da leitura diligente e estudo da
Bíblia, recebamos de Deus Seu Espírito a nos dirigir os passos. Todos os que
assim fazem são encaminhados para a sabedoria. Salomão diz que a sabedoria é
eterna: “O Senhor me possuía no início de Sua obra, antes de Suas obras mais antigas,
desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes do começo da
Terra” (Pv 8:22), mas que sabedoria é essa? Seria sabedoria a ação ponderada,
pensada e executada com presteza? Sim, mas sabedoria na Bíblia vai além de
conceitos básicos e passageiros. Ela abrange a eternidade e estava com Deus
quando Ele estabelecia os alicerces deste mundo. A Bíblia deixa claro que a
sabedoria está na Lei de Deus. Esta apresenta o caráter de Deus, expressa Seu
amor por nós, individualmente, e Sua vontade. Quando amamos verdadeiramente a
Deus e fazemos de Sua Palavra luz para nosso caminho, certamente obedeceremos
Sua eterna Lei.
Assim,
reavivamento está profundamente ligado a fazer a vontade de Deus. Isso requer
que O conheçamos, o que acontecerá por meio do estudo da Palavra. Também exige
que cumpramos Sua vontade, o que significa que obedeceremos aos Seus
mandamentos. Mas qual é o propósito do reavivamento? Aqui está um dos mais
importantes detalhes de nossa fé: Devemos, individualmente, buscar o reavivamento
para que sejamos cada dia mais semelhantes a Jesus em caráter e obras.
“O Senhor Jesus está provando os corações humanos, por meio da concessão de Sua misericórdia e graça abundantes. Está efetuando transformações tão admiráveis que Satanás, com toda a sua vanglória de triunfo, com toda a sua confederação para o mal, reunida contra Deus e contra as leis de Seu governo, fica a olhá-las como a uma fortaleza, inexpugnável aos seus enganos. São para ele um mistério incompreensível. Os anjos de Deus, serafins e querubins, potestades encarregadas de cooperar com as forças humanas, veem, com admiração e alegria, que homens decaídos, que eram filhos da ira, estejam por meio do ensino de Cristo formando caráter segundo a semelhança divina, para serem filhos e filhas de Deus, e desempenharem um papel importante nas ocupações e prazeres do Céu” (A Igreja Remanescente, p. 14).
Para você discutir com a classe:
1. O que significa conhecer a Deus e cumprir Seu querer?
II-
Reavivamento X Falsos profetas
Vivemos
um grande dilema. No mundo há aproximadamente 10 milhões de religiões, seguindo
crenças e filosofias que ora divergem, ora se respaldam. Judaísmo, Islamismo,
Budismo e Cristianismo são consideradas as mais importantes por sua influência
e número de adeptos. O Cristianismo é a maior religião do mundo dividida nas
seguintes vertentes: católica, protestante e ortodoxa. Aí se instala um grande
problema, pois cada um desses ramos possui diferentes igrejas, principalmente
quando se fala em protestantismo. A cada dia são criadas novas igrejas com
novos nomes, cada uma tendo sua própria interpretação da Palavra de Deus,
seguindo formas variadas de culto. Cada dia, homens se levantam entre multidões
e se autointitulam profetas do Senhor, fazendo milagres e operando maravilhas.
Como podemos estar seguros? Como podemos saber qual é o caminho verdadeiro?
Precisamos estar atentos a alguns pontos para que não sejamos enganados:
1. Estudo da Bíblia, permitindo que ela seja autointerpretada. Deus nos deu Seu livro, para buscarmos nele as respostas aos dilemas do mundo e para que conheçamos Sua vontade. Quando fizermos isso com humildade e obediência, não seremos agitados por ventos de doutrinas, mas permitiremos que a própria Escritura nos aponte o caminho e esclareça nossas dúvidas.
2. Desde o Éden, Deus separou um povo para ser Sua propriedade e cumprir Seu querer: os chamados remanescentes, um povo guardador de Sua Lei e separado dos costumes do mundo. Esses foram escolhidos para anunciar aos demais as verdades eternas.
3. Cristo disse: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6). Perceba: o próprio Senhor deixou claro que só existe um caminho, uma verdade, e um que é a vida. Embora devamos amar e respeitar a todos, evitando a discriminação, sabemos que há apenas uma verdade e uma religião verdadeira: a que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé em Jesus Cristo.
4. A metáfora da videira (Jo 15) apresentada por Cristo retrata com perfeição a realidade de haver apenas um povo, uma verdade. Cristo Se autointitulou a videira verdadeira (apenas uma) e os galhos que dela saem são Seus servos, Seu povo. Uma videira, para que seja reconhecida, precisa dar frutos, e frutos de qualidade. Assim, todos quantos se dizem ligados à videira verdadeira precisam produzir frutos, e bons frutos, do contrário, Deus, o Viticultor, os cortará, lançando ao fogo. Aqueles que se dizem seguidores de Cristo e não produzem frutos para glória de Deus (ou seja, amar a Deus sobre todas as coisas e guardar os Seus mandamentos) são falsos seguidores, falsos profetas e esses o Pai não conhece.
Para você discutir com a classe:
1. Como você considera os movimentos religiosos de nossa época?
III- Se
não virdes sinais...
O texto de 2 Tessalonicenses 2:8-12 é uma advertência não somente à igreja em Tessalônica, mas à nossa época, em que multidões seguem homens que se intitulam apóstolos ou pastores do Senhor por realizar milagres. Basta observar a ostentação de tais homens, seu linguajar e maneira de tratar os fiéis para perceber que nada têm que ver com o ministério de humildade e amor que Cristo realizou. No entanto, é importante entendermos mais a fundo essa questão de milagres.
Há um episódio na vida de Cristo que tem muito a nos ensinar. Em João 4:46-53, um oficial do rei procurou Cristo em busca de um milagre. O homem estava profundamente aflito, pois seu filho estava à beira da morte. Em uma atitude de desespero, ele buscou Cristo, pois, por meio dos galileus que voltavam da festa da Páscoa em Jerusalém, tinha ouvido falar de Suas ações.
O oficial buscou Cristo apenas como medida de desespero. Ele não queria de fato nenhum compromisso com Jesus e não estava se importando com Ele. O mais importante era seu filho e ele faria qualquer coisa para tê-lo em seus braços com saúde. Mas Cristo vê o que não vemos, lê nossas ações e sabe quais são os sentimentos que nos levam a Ele. Por isso, dirigiu-Se ao homem e declarou: “Se não virdes sinais e nem prodígios de maneira nenhuma crereis” (v. 48). Essa afirmação nos leva a entender que:
a) Muitos colocam condições para crer: Se houver um milagre;
b) Esses mesmos ignoram sua necessidade da graça;
c) Muitos vão a Jesus em busca de qualquer tipo de milagre
(dinheiro, saúde, trabalho, namorado, etc.), querem apenas a ‘bênção’;
d) embora a fé possa produzir milagres, estes não produzem
necessariamente a fé. Pense no caso dos sacerdotes e fariseus. Quantos milagres
eles presenciaram e nenhum foi capaz de levá-los a se renderem a Cristo!
No caso do oficial do rei, ele entendeu (antes que fosse tarde demais) que Cristo estava interessado em sua salvação e viu que Ele conseguia ler seu egoísmo. Por sua humildade em reconhecer que estava buscando Cristo por motivos errados, arrependeu-se, teve a cura de seu filho e a Bíblia diz que sua família foi salva.
A principal razão de um milagre não é fazer alguém crer em Deus. Este não é o método que nosso Senhor utiliza. O milagre é realizado para aqueles que têm fé em Deus para que entendam melhor a misericórdia divina e para nos fazer ver que este mundo de pecados não é o lugar que o Pai nos preparou. Existe um mundo por vir, perfeito. No entanto, para Deus o maior milagre não é a cura de moléstias da alma, ganhar dinheiro, ou outra coisa que julguemos importante. O maior dom que Ele deseja nos conceder é o de uma vida
transformada
e guiada pelo Espírito. Somente os que se submetem ao Seu querer e permitem que
o Espírito os molde a cada dia receberão esse dom. Esse é o reavivamento
genuíno. A ênfase de Cristo nestes últimos dias da história não é milagres e
prodígios, pois como vimos em 2 Tessalonicenses, essa será a ênfase satânica de
enganar. Isso não significa que não haverá milagres entre os servos fiéis de
Deus, mas essa não será a ênfase. E mais: há necessidade de provar, segundo a
Palavra de Deus, os frutos desses servos.
Precisamos
ter sempre em mente que “pelos seus frutos os [conheceremos]”. Veja o que Ellen
G. White diz sobre isso no Livro Eventos Finais:
“O
inimigo está-se preparando para enganar o mundo inteiro por seu poder operador
de milagres. Ele pretenderá personificar os anjos de luz, personificar a Jesus
Cristo. Se os homens são tão facilmente transviados agora, como subsistirão
quando Satanás personificar a Cristo, e operar milagres? Quem não será abalado,
então, por suas deturpações – professar ser Cristo quando é apenas Satanás
assumindo a pessoa de Cristo, e operando aparentemente as obras do próprio
Cristo?” (p. 162).
“A maneira por que Cristo trabalhava era pregar a Palavra e aliviar o sofrimento por obras miraculosas de cura. Porém, estou instruída de que não podemos agora trabalhar dessa maneira, pois Satanás exercerá seu poder pela operação de milagres. Os servos de Deus hoje não poderiam trabalhar mediante milagres, pois espúrias obras de cura, pretendendo ser divinas, serão operadas” (p. 169).
Para você discutir com a classe:
1. De que forma esses textos de Ellen G. White nos ensinam sobre a vida daqueles que dizem ser servos de Deus?
2. Por que um milagre não pode ser a razão de nossa fé?
CONCLUSÃO
Verdadeiro
discernimento espiritual é fruto de uma vida de obediência a Deus e de serviço
ao próximo. Aqueles que desejam viver o reavivamento genuíno e ser chamados
filhos de Deus devem entender que o estudo da Palavra e a obediência à Lei do
Senhor são requisitos divinos para nosso bem. Somos salvos unicamente pela
graça de Cristo. Não há nada que possamos fazer que nos recomende a Deus, mas
os que têm o caráter de Cristo se alegram em viver como Ele viveu. Buscam
realizar as mesmas obras que Ele fez quando andou por este mundo empoeirado.
Prossigamos confiando que Deus nos dará forças para cumprir Sua vontade e viver à altura de Seu chamado.
“A religião de Cristo jamais degrada o que a recebe. Ela nunca o
torna ríspido ou rude, descortês ou pretensioso, apaixonado ou duro de coração.
Ao contrário, ela refina o gosto, santifica o discernimento, e purifica e
enobrece os pensamentos, levando-os cativos a Cristo. O ideal de Deus para Seus
filhos é mais alto do que o possa conceber o mais elevado pensamento humano. Em
Sua santa lei Ele deu uma mostra do Seu caráter” (Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 231).
Fonte: CASA PUBLICADORA BRASILEIRA (http://www.cpb.com.br/)
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