domingo, 15 de setembro de 2013

ES - Lição 11 - Reforma: nova maneira de pensar – 3º Trim, 2013





Lição 11 - Reforma: nova maneira de pensar


7 a 14 de setembro







Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ez 33–35 


VERSO PARA MEMORIZAR:

“Se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da Terra” (Cl 3:1, 2).


Leituras da Semana:


Isaac Watts é reconhecido como autor de mais de 750 hinos, muitos dos quais são cantados por milhares de cristãos. Certa ocasião, um desfile foi realizado em Londres em honra a Watts. As pessoas se aglomeravam nas ruas para obter um vislumbre desse homem famoso. Quando sua carruagem passou sob uma varanda cheia de espectadores, uma senhora ficou surpresa de que aquele homem pequeno, curvado sob o peso da idade, tivesse escrito hinos tão poderosos. Ela gritou: “O quê, você é Isaac Watts?”. Watts fez sinal para que a carruagem parasse. Ele se levantou e exclamou: “Senhora, se na minha imaginação eu pudesse alcançar os polos da Terra ou segurar a criação em minha mão, ainda seria medido pela minha mente, pois a mente é a medida de um homem”.

Isaac Watts estava certo. A mente é a medida de um homem, e reforma diz respeito à nossa mente. Se tivermos uma reforma em nosso pensamento, teremos uma reforma em nossas ações. Reforma ocorre quando o Espírito Santo harmoniza nossos pensamentos com os pensamentos de Cristo. Quando isso acontece, nossas ações seguem o mesmo caminho.


Domingo

Ano Bíblico: Ez 36–38 

A importância da mente

Os pensamentos acabam ditando o comportamento. A maneira de pensar influencia a maneira de agir. O inverso também é verdadeiro. Ações repetidas influenciam os pensamentos. O cristão é uma “nova criatura”. Antigos padrões de pensamento foram substituídos por novos (2Co 5:17).

Quando um barco a vela inicia sua jornada em direção ao mar, as velas são armadas e dirigem o barco. Ao longo do percurso, elas precisam ser reajustadas de modo a manter o curso correto. Se as velas são negligenciadas, o barco sairá do seu curso muito rapidamente. Semelhantemente, nossos pensamentos dirigem nossa vida espiritual. Quando o apóstolo Paulo exortou os cristãos a pensar “nas coisas lá do alto” (Cl 3:1-4), estava nos chamando a focalizar os pensamentos na direção do Céu. Nossa mente é moldada por aquilo que colocamos nela. Nossos pensamentos são moldados por aquilo que contemplamos e com que gastamos nosso tempo.


1. Que milagre da graça acontece em nossa vida quando contemplamos a glória de Deus em Sua Palavra? 2Co 3:17, 18

Ao contemplarmos Jesus em Sua Palavra, somos transformados. Novos pensamentos substituem os antigos. Contemplando-O, tornamo-nos mais semelhantes a Ele. “É lei, tanto da natureza intelectual como da espiritual, que, pela contemplação, nos transformamos. A mente gradualmente se adapta aos assuntos com os quais lhe é permitido ocupar-se. Identifica-se com aquilo que está acostumada a amar e reverenciar. Jamais se levantará o homem acima de sua norma de pureza, de bondade ou de verdade. Se o “eu” é seu mais alto ideal, ele nunca atingirá qualquer coisa mais elevada. Antes, cairá constantemente. A graça de Deus unicamente tem poder para erguer o homem. Abandonado a si mesmo, seu caminho inevitavelmente será em direção descendente” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 555).

Reforma significa olhar para Jesus, permitir que Ele encha nossa mente, molde nossos pensamentos e guie nossas ações. Quando contemplamos Jesus, Ele nos guia a padrões mais elevados do que a mera rigidez das regras. Realmente, não podemos olhar para Jesus e permanecer os mesmos. Quando pensamos Seus pensamentos, temos somente um desejo: fazer Sua vontade.


Que conselho você daria a uma pessoa que luta para fazer de Jesus a prioridade do seu pensa­mento? O que a Bíblia quer dizer quando fala em “contemplar” ou “olhar para Jesus”?


Segunda

Ano Bíblico: Ez 39–41 


Filtros da mente

Alguns pais ficam tão preocupados com o que seus filhos costumam ver na internet que instalam filtros para bloquear determinados sites. Outros fazem algo semelhante com a televisão. O objetivo desses “filtros eletrônicos” é deixar que algumas coisas entrem e impedir a entrada de outras coisas. Deus providenciou um “filtro espiritual” para nossa mente. Ele foi cuidadosamente elaborado para permitir que nela entrem apenas as coisas que edificarão nossa experiência espiritual com Jesus.

2. Que filtro foi projetado para proteger nossa mente das influências intoxicantes do mal? Esse conselho se aplica ao que vemos e ouvimos na televisão, internet e DVDs? Fp 4:7, 8; Rm 12:2

Alguns pais ficam tão preocupados com o que seus filhos costumam ver na internet que instalam filtros para bloquear determinados sites. Outros fazem algo semelhante com a televisão. O objetivo desses “filtros eletrônicos” é deixar que algumas coisas entrem e impedir a entrada de outras coisas. Deus providenciou um “filtro espiritual” para nossa mente. Ele foi cuidadosamente elaborado para permitir que nela entrem apenas as coisas que edificarão nossa experiência espiritual com Jesus.

Aqui está uma realidade simples. Não é possível desenvolver pensamentos espirituais profundos se alimentamos a mente com violência, imoralidade, ganância e materialismo. Os sentidos são a porta de entrada para a mente. Se nossa mente for bombardeada com cenas estimulantes do entretenimento de Hollywood, ela será moldada por essas experiências sensuais e não pelos princípios da Palavra de Deus. Muitos milhões de dólares são gastos por produtores de mídia para manipular nossas emoções, condicionar nosso pensamento e moldar nossos valores. Podemos ter certeza de que a pergunta básica desses gurus do entretenimento não é: “Como estas produções podem preparar as pessoas para a breve volta de Jesus?” No fim das contas, sua maior motivação é o dinheiro. Cristãos adventistas do sétimo dia que se preparam para a segunda vinda de Cristo devem refletir cuidadosamente antes de sacrificar sua vida no altar do entretenimento do mundo.

Há uma grande catedral em Milão, Itália, com três grandes portas de madeira na entrada. Gravadas em cima da porta do lado esquerdo estão as seguintes palavras: “Tudo que agrada dura um momento”. Sobre a porta do lado direito, estas palavras se destacam em relevo: “Tudo que aborrece dura apenas um momento”. Sobre a porta central estão destacadas, em letras garrafais, esta frase comovente: “Somente o que é eterno permanece”. Com que frequência você pensa no que é eterno? Como suas escolhas refletem esses pensamentos?



Terça

Ano Bíblico: Ez 42–44 

Salvaguarda da mente

Apaz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4:7). Essa é uma promessa maravilhosa, mas que devemos buscar ativamente a fim de torná-la real em nossa vida.
Há muitas maneiras de baixar a guarda. Podemos deixar entrar o lixo de entretenimento deste mundo. Nossa mente pode ser dominada pela ira, amargura e ressentimento. Ela pode ser submersa no oceano do prazer inebriante ou dos hábitos viciantes. A boa notícia é que Jesus prometeu protegê-la, se permitirmos.


3. Leia 2 Coríntios 10:3-5. Quando Paulo disse que as “armas da nossa milícia não são carnais”, mas espirituais, o que ele quis dizer? Quais são as armas carnais? Quais são as armas espirituais? O apóstolo também falou sobre levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10:5). O que ele quis dizer, e como isso pode ser feito?

Dizem que Martinho Lutero declarou: “Você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas pode impedir que eles façam ninhos em seu cabelo”. Em outras palavras, os pensamentos virão à nossa mente. Vemos, ouvimos e cheiramos coisas diferentes, que estimulam certos pensamentos. Diferentes experiências evocam emoções diferentes. Nem sempre podemos escolher os pensamentos que percorrem a mente, mas podemos escolher se vamos nos demorar neles e permitir que eles nos dominem. Trazer todo pensamento à obediência de Cristo é entregar nossa mente a Jesus. Pensamentos carnais não são banidos simplesmente pelo desejo de que eles desapareçam. Eles são expulsos quando a mente é preenchida com outra coisa. A mente concentrada nos princípios positivos da Palavra de Deus é “protegida” e “mantida” pela graça de Deus contra as ciladas do maligno.

Quando Paulo disse que devemos ter “a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5, versão NKJV), o que especificamente ele quis dizer? É possível ter a mente de Cristo? Que decisões e ações precisamos tomar para “ter” essa mente transformada?

Quarta

Ano Bíblico: Ez 45–48 


Relação entre mente e corpo 

Os antigos gregos ensinavam uma forma de dualismo, isto é, acreditavam que havia distinção entre o corpo e a alma. Em contrapartida, as Escrituras ensinam que os seres humanos são uma unidade integrada com as dimensões física, mental, emocional e espiritual. O que afeta uma parte do ser humano afeta todas demais partes. Os discípulos ensinaram que a saúde física, mental, emocional e espiritual estão interligadas e não podem ser separadas.

4. Como essa ideia é refletida em 1 Tessalonicenses 5:23?

Para os cristãos do Novo Testamento, o bem-estar físico, mental e emocional está indissoluvelmente ligado ao bem-estar espiritual. O apóstolo Paulo exortou os fiéis a “glorificar a Deus em seu corpo”. Ele acreditava que toda a humanidade havia sido comprada por um preço e não somos de nós mesmos (1Co 6:19, 20). Cuidar do corpo, adotando estilo de vida mais saudável, faz muito mais do que acrescentar alguns anos à nossa vida. Feito com os motivos certos, pode ser um ato de adoração.

5. Como Romanos 12:2, 3, João 10:10 e 1 Coríntios 10:31 mostram a relação íntima entre saúde física e espiritual?

Ao nos convencer da necessidade de crescimento, o Espírito Santo não Se limita a um aspecto de nossa vida. A reforma não tem apenas uma dimensão. O Espírito anseia colocar nossa vida em total conformidade com a vontade de Cristo em todos os aspectos. Se existem práticas da vida física que não estão em harmonia com Sua vontade, Deus nos convida a abandoná-las para a Sua glória. Satanás quer controlar nossa mente por meio do nosso corpo; Jesus deseja controlar nosso corpo por meio da nossa mente. Nossos corpos são um templo, não um parque de diversões. Seguindo os princípios do Céu, podemos ter vida mais alegre, produtiva, abundante e saudável.

Você já teve uma experiência que mostrou a ligação inseparável entre a natureza física e espiritual? Que escolhas você pode fazer para harmonizá-las de modo mais benéfico?

Quinta

Ano Bíblico: Dn 1–3 

Imagens de influência

Existem inúmeras imagens que Jesus usou para descrever a Si mesmo e Sua Igreja. Uma delas é a “luz”. Ele é “a luz do mundo” (Jo 8:12). Ele também é a “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (Jo 1:9). Ele nos encoraja a “[andar] enquanto [temos] a luz” e a “[crer] na luz” (Jo 12:35, 36).

6. Compare Mateus 5:13-15 com Filipenses 2:14-16. Qual é o objetivo de nosso Senhor para Seu povo? O que isso significa na prática? Como podemos ser o que fomos chamados para ser?

O objetivo de todo reavivamento e reforma é permitir que a luz do amor, da graça e da verdade de Cristo brilhe através de nossa vida. A luz brilha em contraste com a escuridão. Jesus chamou Seu povo a ter um estilo de vida bem diferente da que se vive no mundo, a fim de demonstrar a superioridade do Seu caminho. Ele nos chama a ser compassivos, atenciosos e dedicados, neste mundo de egoísmo, cobiça e vaidade. Chama-nos a manter elevados padrões de entretenimento em uma sociedade intoxicada pelo prazer (Cl 3:1, 2). Chama-nos a uma vida saudável nesta época em que milhões de pessoas morrem cedo de doenças degenerativas causadas por elas mesmas (Jo 10:10). Em meio a uma geração indecente, voltada para o sexo e esgotada emocionalmente, Jesus nos chama para algo diferente. Ele nos convida à modéstia, decência e pureza moral (1Pe 3:3, 4).
Isaías, profeta do Antigo Testamento, fez um forte apelo a Israel para reforma cerca de 700 anos antes de Cristo. Suas palavras falam com relevância para uma igreja à espera da vinda de nosso Senhor. “Os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os Meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:8, 9). O ideal de Deus para Sua Igreja e para nós, como indivíduos, é maior do que podemos imaginar. Todo o Céu anseia revelar Seu caráter de amor através de Seu povo.



Sexta

Ano Bíblico: Ez 30–32 

Estudo adicional

“Muitos professam estar ao lado do Senhor, mas não estão. A influência de todas as suas ações está do lado de Satanás. Por que meio havemos de determinar de que lado nos encontramos? Quem possui nosso coração? Em quem estão nossos pensamentos? Sobre quem gostamos de conversar? Quem possui nossas mais calorosas afeições e melhores energias? Se estamos do lado do Senhor, nossos pensamentos estão com Ele e nossos mais suaves pensamentos são a Seu respeito. Não temos amizade com o mundo; tudo quanto temos e somos, consagramos a Ele” (Ellen G. White, A Fé Pela Qual Eu Vivo [MM 1959], p. 220).

“Toda pessoa tem o privilégio de ser um conduto vivo, pelo qual Deus pode comunicar ao mundo os tesouros de Sua graça, as insondáveis riquezas de Cristo. Nada há que Cristo mais deseje do que agentes que representem ao mundo Seu Espírito e caráter. Não há nada de que o mundo mais necessite do que a manifestação do amor do Salvador, mediante a humanidade. Todo o Céu está à espera de condutos pelos quais possa ser vertido o óleo santo para ser uma alegria e bênção para os corações humanos” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 419).


Perguntas para reflexão

1. Quais termos Paulo usou para descrever a alta vocação do povo de Deus? 
O que essas imagens significam na prática? Nossa vida demonstra essa realidade? 2Co 5:18-20; 6:17, 18


2. Podemos reivindicar as promessas bíblicas, mas, a menos que façamos uma escolha consciente no momento da tentação, no sentido de firmar a mente nas coisas para as quais devemos atentar, sucumbiremos à tentação. Que princípios ou práticas você achou úteis em controlar seus pensamentos nos momentos de tentação?


3. O que você responderia a alguém que lhe dissesse: “Sim, meus pensamentos nem sempre são o que deveriam ser, mas minhas ações e estilo de vida são irrepreensíveis”?


4. Como podemos integrar os princípios de saúde à nossa vida e ao evangelismo e testemunho? Que papel a mensagem de saúde deve ter no reavivamento e reforma?


Respostas sugestivas: 1. Somos transformados na imagem dessa glória, pelo poder do Espírito Santo. As trevas do pecado são afastadas do nosso coração. 2. A paz produzida pela comunhão com Deus nos leva a pensar apenas em coisas verdadeiras, respeitáveis, justas, puras, amáveis, de boa fama, que tenham virtude e sejam dignas de louvor. Por isso, não nos conformaremos com os pensamentos impuros deste tempo e evitaremos o lixo apresentado nos meios de comunicação. 3. Que somente o poder de Deus transforma e guarda a mente dos cristãos diante das fortalezas, argumentos e pretensões que se levantam contra o conhecimento de Deus. As armas espirituais (oração e estudo da Bíblia) nos levam à obediência de Cristo. As armas carnais são os pensamentos e sentimentos inspirados por Satanás. 4. Ao nos prepararmos para a volta de Cristo, precisamos ser santificados em tudo: espírito, alma e corpo. Não podemos ser irrepreensíveis se dedicamos parte do nosso ser ao pecado. 5. Somente quando nossa mente (que fica no cérebro e envolve a saúde física) é transformada, podemos experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (saúde espiritual). Jesus veio ao mundo para que tenhamos vida em abundância (física e espiritual). Glorificamos a Deus com o que comemos, bebemos e fazemos. 6. Que ele seja o sal da Terra, dando sabor à vida dos semelhantes, e a luz do mundo, iluminando o caminho dos que estão em trevas. Que seja irrepreensível no meio de uma geração perversa, evitando contendas e murmurações.


Comentário Semanal

Autor: Autor:Autor: Evandro Fávero, mestre em Teologia,
secretário e departamental de Missão Global na União Sul Brasileira

Editoração e adaptação: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br 
Revisão: Josiéli Nóbrega


Ampliação

Introdução

Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Pensar permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos. Segundo estudiosos, o pensamento é considerado a expressão mais "palpável" do ser humano, pois por meio de imagens e ideias revela justamente a vontade deste. Assim, o pensamento/o ato de pensar é base para as ações humanas. A atividade de pensar confere ao homem "asas" para mover-se no mundo e "raízes" para aprofundar-se na verdade.

A grande questão, no entanto, é que vivemos neste mundo em que o mais importante deixou de ser quem você é (caráter), para ser o que você tem. “Viver de aparências”, esse é o dito popular que permeia nossa sociedade e, apesar de sabermos quão ilusório e ineficiente é esse padrão, é custoso nos livrarmos de conceitos como esse. A verdade é que, um dia, teremos que nos deparar conosco e com Deus e teremos que ser verdadeiros. Chega um momento em que é preciso olhar no espelho e encarar quem realmente somos. Então, por que esperar?


Hoje é o único dia que temos, tudo o que devemos ser e fazer que estiver ligado à nossa salvação devemos fazer hoje. Por isso, precisamos repensar nossos pensamentos e viver cada dia segundo o padrão do Céu e não do mundo. “Os maus pensamentos destroem a alma. O poder de Deus para converter muda o coração, enobrece e purifica os pensamentos. A menos que se faça um resoluto esforço por manter os pensamentos centralizados em Cristo, a graça não pode revelar-se na vida. A mente tem que ocupar-se na luta espiritual. Todo pensamento tem que ser levado em cativeiro à obediência de Cristo. Todos os hábitos têm que ser postos sob o controle de Deus” (Carta 123, 1904).

I- A importância da mente

Lendo os livros de Provébios, Eclesiastes e as cartas paulinas, percebemos que a tônica nesses escritos é a mente. Salomão usou a palavra coração para se referir à mente. Já Paulo foi bem mais direto, usando vocábulos como mente, espírito, que aparecem aproximadamente 100 vezes nos escritos de ambos. Isso, de certa forma, nos indica como o tema é importante e deve ser considerado pelos cristãos.

Segundo Edwinges Maria Morato, à mente estão ligadas funções cerebrais como o pensamento, a razão, a memória, a intuição, ainteligência e o sentimento. Por isso, o termo também descreve a personalidade (Liguagem e cognição, Edwiges Maria Morato, Plexus Editora, 2002, p. 15).


A mente é o centro de nosso querer e remete às nossas decisões e ao que somos e nos tornamos a cada dia. O que pensamos afeta nossas ações, e nossas ações acabam por definir quem somos.


Quando conhecemos Cristo aprendemos sobre uma nova maneira de viver, sobre pensamentos puros, sobre o amor verdadeiro; somos “despidos” do velho homem e um estilo de vida puro se instala em nosso viver. Aqueles que têm parte com Cristo vivem de maneira diferente da do mundo e suas ações são reflexo do que serve de alimento à sua mente.


Discuta com a classe:

1. O que pensamos determina quem somos. Como esse conceito pode nos ajudar a viver de maneira diferente?

2. Por que é tão importante a renovação de nossa mente diariamente?

3. Quais são as coisas contempladas que me levam a viver longe dos padrões celestiais? Que valor temos dado a isso?

Deus deseja Se comunicar com o homem. Infelizmente, o pecado, nossos pensamentos e ações diárias interrompem Sua ação sobre nós. Por meio do Espírito Santo, Deus fala com Seus filhos. É através da mente que essa comunicação acontece. Quando mantemos limpas as vias de acesso, quando nossos pensamentos são puros e bons e quando lutamos contra o mal que habita em nós, Deus não é apenas honrado, mas é estabelecida eficazmente essa comunicação e todo o nosso viver tem novo sentido e propósito. Nosso pedido diário deve ser: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 51:10), o que ilustra nossa incapacidade, pois essa purificação vem somente de Deus.

II – Salvaguarda da mente

“Conta-se que Mauro sempre estava de bom humor e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém lhe perguntava: “Como vai você?”, ele respondia: “Melhor que isso, só dois disso!” Certo dia, alguém lhe perguntou: “Como você consegue ser uma pessoa tão positiva o tempo todo?”Ele respondeu:“Toda manhã eu acordo e digo a mim mesmo: Mauro, hoje você tem duas escolhas: ficar de bom humor ou ficar de mau humor. Então, eu escolho ficar de bom humor. E repito essa decisão o dia inteiro, a cada instante. Se alguém me irrita ou reclama de alguma coisa, seja do jeito certo ou não, eu escolho continuar de bom humor e tentar ver o lado positivo da situação”.“Mas, não é tão fácil assim, Mauro!” “É fácil, sim!”, Mauro respondeu, “a vida consiste de escolhas”.

Por vezes, não percebemos como temos deixado que coisas exteriores afetem o que somos e o que fazemos. Deixamos de pensar no que é agradável e no que nos manterá em sintonia com o Céu.


Escolher é uma das funções de nossa mente. Nossas escolhas determinam quem somos. Paulo diz: “Os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito” (Rm 8:5, Almeida Fiel). Aqueles que estão ligados a Deus buscam dia a dia desenvolver sua natureza espiritual que é assim manifestada: a) por meio da busca do espírito (Rm 8:5); b) busca de vida e paz na alma (Rm 8:6); c) Cumprimento da Lei do Senhor (Rm 8:4). Para sabermos fazer escolhas, no entanto, precisamos do poder do Espírito de Deus que nos é outorgado mediante o estudo da Palavra, oração e prática dos princípios aprendidos.


Para discutir com sua classe:

1. Quais atividades minam nossas capacidades espirituais?

2. Como essas ações se refletem em nossas escolhas diárias?

3. O que posso fazer a fim de obter o poder do Espírito para vencer as tentações diárias?

“Cada ato de transgressão, cada negligência ou rejeição da graça de Cristo, recai sobre nós mesmos, endurece o coração, deprava a vontade, entorpece o entendimento, tornando-nos não só menos inclinados a ceder à terna súplica do Santo Espírito de Deus, como também menos capazes de fazê-lo” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 33).

III – Corpo e mente

O famoso provérbio “mente sã, corpo são”, que declara haver uma ligação íntima entre corpo e mente, não é entendido dessa forma por muitos. No mundo secular é comum a ideia de um dualismo, ou seja, uma contradição entre cada uma dessas partes. O conceito remonta a filósofos como Aristóteles e Platão que afirmam que a inteligência do homem (mente) não pode ser assimilada em seu corpo, nem entendida como uma realidade física.

Como cristãos adventistas, tendo a Bíblia como nossa única regra de fé, entendemos que corpo e mente estão intimamente ligados e o que afeta um, certamente afeta o outro.


Em 1 Coríntios 6:18, 19, Paulo exorta os cristãos a fugir da impureza. É interessante lembrar que alguns dentro da comunidade cristã continuavam a visitar prostitutas, sustentando que não eram contaminados pelos comportamentos que envolviam apenas o corpo (influência do dualismo de Platão). Paulo, no entanto, severamente os advertiu, explicando que aquilo que os cristãos fazem com seu corpo os afeta espiritualmente.


Em 1 Tessalonicenses 5:23 Paulo fala de santificação, que é um processo diário realizado por meio do Espírito Santo. Ele se referiu a “espírito, corpo e alma”, pois estava preocupado tanto com a preservação espiritual dos crentes quanto com sua preservação física, deixando claro que ambos estão intimamente relacionados.


Jesus ainda ilustrou essa ideia quando disse aos Seus discípulos: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10:28).


Para você discutir com a classe:

1. Quando falamos de pecados, lembramos costumeiramente daqueles que são visíveis a todos: adultério, fornicação, homossexualismo, mentira, roubo, etc. Mas pecado é tudo que nos separa de Deus. Quais são os pecados que precisamos expulsar de nossa vida para que tenhamos um viver espiritual?


Se desejamos desfrutar de saúde plena (Jo 10:10), precisamos cultivar nossa mente e nosso corpo. Precisamos deixar de nos concentrar apenas em uma área, pois isso causaria desequilíbrio. Como cristãos somos chamados a viver uma reforma em nossos pensamentos para que nossas ações sejam também puras e centralizadas no que Cristo faria se estivesse em nosso lugar. Reforma de pensamento significa abandonar tudo que possa minar nossa ligação com o Céu e nos desviar do viver segundo Cristo.


CONCLUSÃO:

“Hoje se sabe que a mente controla o indivíduo em todas as suas ações e tem reforço físico. Na realidade, o cérebro é composto de mais de cem bilhões de neurônios ou células nervosas que se encarregam de transmitir informação, iniciar e manter processos mentais, evocar recordações, processar dados, etc. Qualquer atividade do ser humano põe em funcionamento essas células nervosas” (Julián Melgosa, Mente Positiva, CPB, p. 16).

“A não ser que esse poder convertedor impregne nossas igrejas, a não ser que venha o reavivamento do Espírito de Deus, toda a sua profissão jamais fará que os membros da igreja sejam cristãos. Há pecadores em Sião que precisam arrepender-se de pecados que têm sido acalentados como tesouros preciosos. Enquanto esses pecados não forem vistos e expulsos da alma, enquanto todo traço de caráter defeituoso e desagradável não for transformado pela influência do Espírito, Deus não poderá Se manifestar com poder. Há mais esperança para o pecador declarado, do que para os que aparentam ser justos, mas não são puros, santos e impolutos” (Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 53).

“Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira ocupação. Importa haver diligente esforço para obter a bênção do Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos necessitados de preparo para recebê-la. Nosso Pai celestial está mais disposto a dar Seu Espírito Santo àqueles que Lhe pedirem, do que pais terrenos o estão a dar boas dádivas a seus filhos. Compete-nos, porém, mediante confissão, humilhação, arrependimento e fervorosa oração, cumprir as condições estabelecidas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bênção” (Idem, 285).



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