sábado, 25 de janeiro de 2014

ES - Lição 5 - Discipulando os enfermos – 1º Trim, 2014








Lição 5 - Discipulando os enfermos


25 de janeiro a 1º de fevereiro









Sábado à tarde

Ano Bíblico: Êx 24–27 

VERSO PARA MEMORIZAR:

"E vieram a Ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e Ele os curou. De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel" (Mt 15:30, 31).



Leituras da Semana:


"Durante Seu ministério, Jesus dedicou mais tempo a curar os enfermos do que a pregar. Seus milagres testificavam da veracidade de Suas palavras, de que não veio para destruir, mas para salvar. Aonde quer que fosse, as novas de Sua misericórdia O precediam. Por onde havia passado, os que haviam sido alvo de Sua compaixão se regozijavam na saúde e experimentavam as forças recém-adquiridas. Multidões se ajuntavam em torno deles para ouvir de seus lábios as obras que o Senhor havia realizado. Sua voz havia sido o primeiro som ouvido por muitos, Seu nome o primeiro proferido, Seu rosto o primeiro que contemplaram.
Por que não haveriam de amar Jesus, e proclamar-Lhe o louvor? Ao passar por vilas e cidades, era como uma corrente vivificadora, difundindo vida e alegria" (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 19, 20).


Domingo

Ano Bíblico: Êx 28, 29 


O Messias que cura

1. Leia Isaías 53:4; Mateus 8:17; João 9:1-3. Em que sentido devemos entender esses textos? Quais perguntas eles levantam? Que esperança eles nos oferecem?

Na antiguidade, a doença era considerada resultado de ações pecaminosas. Quem já não se perguntou, em algum momento, se a enfermidade, sua ou de um ente querido, não foi trazida como castigo pelo pecado? No livro de Jó, seus amigos sugeriram que seus infortúnios, que incluíam doença, eram resultado de faltas ocultas. A implicação era que, de alguma forma, seu pecado havia causado seu sofrimento. De maneira idêntica, os discípulos de Cristo entendiam que a cegueira era um castigo pelo pecado. Isso sugere que a doença não requeria diagnóstico nem medicação, mas expiação. Mateus faz referência à profecia messiânica de Isaías, afirmando que Cristo cumpriu essa predição e que a cura pode ser encontrada nEle.

Várias tradições pagãs antigas incluíam divindades que curavam, mas nenhuma dessas tradições propôs que seus deuses realmente tomaram sobre si as enfermidades do povo. Isaías predisse sobre um Redentor que assumiria nossas enfermidades e pecados. Outras tradições antigas faziam provisão para a expiação substitutiva, a fim de beneficiar a realeza. Substitutos eram sacrificados no lugar do rei, para satisfazer os desígnios divinos contra um rei, transferindo assim a punição do mal de um indivíduo para outro. No entanto, em nenhum lugar houve tradições de reis que morreram como substitutos de Seus súditos.
Isso, entretanto, é exatamente o que Isaías predisse e que Mateus confirmou: a Realeza do Céu sofreu as enfermidades humanas. Curiosamente, a palavra traduzida como "sofrimentos" em Isaías 53:4 (NTLH) vem de uma palavra hebraica que significa, basicamente, "enfermidade" ou "doença".


Jesus reconheceu que Sua missão era ao mesmo tempo pregar liberdade e curar os quebrantados de coração (Lc 4:17-19). Ele atraiu muitos pelo poder de Seu amor e caráter. Outros O seguiram porque admiravam Sua pregação de fácil compreensão. Ainda outros se tornaram discípulos por causa de Sua maneira de tratar os pobres. No entanto, muitos seguiram a Cristo porque Ele tocou e curou seu coração quebrantado.


De alguma forma, todos sofremos. Será que nosso sofrimento nos ajuda a ter compaixão diante do sofrimento dos outros? Podemos aproveitar essa identificação para discipular pessoas?

Segunda

Ano Bíblico: Êx 30, 31 

Cura do corpo

2. Qual é a conexão entre doença física e pecaminosidade? Quais ideias não devemos tirar dessa história? Mc 2:1-12

Ao contrário da doutrina bíblica, a antiga filosofia grega separava na existência humana a dimensão espiritual (alma) da dimensão física (corpo). Acreditando que a alma humana era imortal, muitos gregos minimizavam a importância do corpo. Por ser o corpo temporal, era considerado menos valioso do que a alma, que permanecia.

De fato, em um dos mais famosos textos da antiguidade, Platão descreveu seu mestre Sócrates, prestes a enfrentar a morte, falando longa e eloquentemente sobre a corrupção e maldade do corpo. Também afirmou que, no momento da morte, sua alma imortal seria finalmente livre para fazer todas as coisas que o corpo a havia impedido de fazer.


A Bíblia ensina algo radicalmente diferente. O corpo humano é criação direta de Deus, que de modo assombroso e maravilhoso o formou (Sl 139:14). Além disso, o corpo não se separa da alma. Corpo, mente e espírito são apenas diferentes aspectos da personalidade ou existência humana, não entidades existentes de maneira independente. Consequentemente, o que afeta o corpo afeta a mente e o espírito, os outros aspectos inter-relacionados da personalidade. Assim, sempre que Cristo curava, Ele não apenas erradicava os problemas físicos, mas transformava a experiência humana nos aspectos físico, mental e espiritual.


Jesus curava não apenas o corpo, mas a pessoa inteira. Sua abordagem holística reconheceu que a saúde física era inseparável da saúde espiritual. Por meio da cura física Ele efetuou transformação espiritual. Esse era, em grande parte, Seu propósito. Afinal, por que curar pessoas que, a longo prazo morreriam, se não fosse possível livrá-las da destruição eterna, no fim dos tempos?


Embora a doença possa resultar diretamente de práticas pecaminosas, muitas vezes as pessoas, até mesmo crianças, ficam enfermas, sem razão aparente, exceto o fato de que somos vítimas deste mundo caído. Por que é tão importante manter essa triste verdade em mente quando ministramos a alguém enfermo ou sofrendo por causa da enfermidade de um ente querido?

Terça

Ano Bíblico: Êx 32, 33 


Curando o corpo e a mente

Mediante a cura física e a restauração mental, Jesus fez discípulos. Muitas vezes, os pacientes de Cristo sofriam tanto de doenças físicas quanto mentais. A restauração física jamais foi o objetivo final. O alvo final sempre foi o discipulado. A cura poderia prover 20, 50, e talvez até 75 anos adicionais. O discipulado oferecia a vida eterna com Cristo.

Em Lucas 8:26-39, o endemoninhado geraseno implorou para que pudesse acompanhar Jesus. Em vez disso, Cristo o encarregou de evangelizar sua família e os moradores da cidade. Tendo sido libertado de modo tão miraculoso, ele seria uma poderosa testemunha de Jesus.


3. Leia Mateus 6:19-34; 1 Pedro 5:7; 2 Coríntios 4:7-10; Filipenses 4:4-9, e 1 João 3:20-22. Como os princípios ensinados nesses versos podem aliviar a ansiedade, culpa e vergonha que provocam muitas doenças mentais?

A doença física às vezes é causada por estímulos mentais. A relação entre a mente e o corpo está bem estabelecida pela ciência médica. A ansiedade predispõe alguns aos problemas de estômago. A preocupação provoca distúrbios do sono.

A ira incontrolável é um dos fatores das doenças do coração. Ao ensinar os princípios de saúde mental às pessoas, devemos destacar a importância de confiar em Deus, naturalmente levando-as ao compromisso espiritual pessoal e ao pleno discipulado.


"Cada dia tem suas preocupações, seus cuidados e perplexidades; e ao nos encontrarmos, uns com os outros, como nos sentimos inclinados a falar de nossas dificuldades e provações! Damos lugar a tantas aflições emprestadas, condescendemos com tantos temores, damos expressão a um tal fardo de ansiedades, que se poderia supor que não temos um Salvador compassivo e amante, pronto a ouvir todas as nossas petições, e a ser-nos um auxílio bem presente em todas as nossas necessidades" (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 121).

Embora uma caminhada com o Senhor não seja garantia de boa saúde, não há dúvida de que a paz de espírito que resulta de conhecer o Senhor pode ter um impacto positivo sobre nós, até mesmo fisicamente. Como podemos aplicar os princípios da lição de hoje, especialmente se somos propensos para a preocupação?


Quarta

Ano Bíblico: Êx 34–36 


A ressurreição e a vida 

4. Neste mundo em que a morte sempre tem a palavra final, pelo menos por enquanto, que grande esperança é encontrada nos versos a seguir? Lc 7:11-17; Mc 5:21-43; Jo 11:37-44

Políticos, artistas e atletas devem, necessariamente, oferecer algo para obter seguidores. Os políticos utilizam retórica hipnótica e promessas incríveis. Artistas usam suas habilidades para gerar emoção e criar identificação com o público. Atletas surpreendem multidões com suas habilidades físicas. Espectadores invejosos os seguem, desejando possuir tal capacidade.

O que Jesus oferece? Diminuição do desemprego? Salários mais gordos? Incríveis habilidades esportivas? Maior extensão vocal? Performances emocionantes? Em vez de tudo isso, Jesus oferece algo que ninguém pode dar: vida eterna em um mundo novo. O que mais poderíamos desejar?


Enquanto os canais de vendas da televisão insultam nossa inteligência com suas ofertas "boas demais para ser verdade", Jesus aparentemente excede esses excessos ao nos oferecer o maior de todos os negócios: vida eterna de graça, sem custos de envio e de processamento! Os céticos sem dúvida zombariam de tal oferta sem precedentes. O inimigo fabricaria uma imitação barata (o conceito satânico da alma imortal). Os potenciais compradores cautelosamente investigariam as alegações. Então, Jesus proveu três manifestações conhecidas para combater os incrédulos, expor as imitações e satisfazer os genuínos seguidores. A filha de Jairo, o filho da viúva da cidade de Naim e, finalmente, Lázaro, provaram que essa oferta "boa demais para ser verdade" era autêntica. Doenças e acidentes inicialmente poderiam prevalecer, mas a vida eterna acabaria predominando. A cura não aconteceria cada vez que fosse solicitada, mas a vida eterna foi garantida a todos os que fizessem de Jesus seu Salvador.


O mesmo ocorre conosco. Muitas vezes, a cura desejada simplesmente não acontece da maneira que imaginamos. As pessoas padecem durante anos de doenças debilitantes e dolorosas que, longe de serem curadas, às vezes pioram. Outros morrem de doenças, mesmo tendo recebido unção e oração. Não sabemos por que a cura acontece imediatamente em alguns casos e em outros não.


O que temos, no entanto, é algo muito melhor do que uma cura miraculosa: a promessa da ressurreição para a vida eterna no fim dos tempos, na vinda de Jesus, quando "os santos do Altíssimo [receberem] o reino e o [possuírem] para todo o sempre, de eternidade em eternidade" (Dn 7:18).


Por que a promessa da vida eterna é tão crucial para nós? Sem ela, onde estaríamos? Sem ela, você teria alguma esperança?


Quinta

Ano Bíblico: Êx 37, 38 


Legado de curas

5. Leia Atos 3:1-19; 5:12-16; 9:36-42; 20:7-10; 1 Coríntios 12:7-9, 28-31; Tiago 5:13-16. Como os cristãos devem avaliar a importância do ministério de cura para a igreja do Novo Testamento?

Os discípulos do primeiro século testemunharam em primeira mão o cumprimento da promessa de Cristo de que veriam "coisas maiores" (Jo 1:50, NVI; compare com Jo 5:20; 14:12). Curas miraculosas e ressurreições acompanharam o ministério dos discípulos mais preeminentes do cristianismo primitivo: Pedro e Paulo. Esses eventos desempenharam parte importante no crescimento da igreja primitiva. A eterna presença de Deus, representada pela cura miraculosa, influenciou milhares de líderes religiosos a aceitar Cristo. Frequentemente, seus rebanhos os seguiam.

Às vezes, novos discípulos não entendiam corretamente o propósito divino. Simão tentou comprar o poder miraculoso, revelando motivações egocêntricas (At 8:9-25). A maioria, porém, reconheceu que a importância desses prodígios maravilhosos estava no fato de que eles revelavam a presença de Deus no meio deles. Essas demonstrações de poder divino provaram que Deus existe e é digno de louvor.


Embora Cristo tivesse subido ao Céu, multidões ainda O seguiam por intermédio do ministério de Seus discípulos. Eles promoveram a missão que Jesus tinha começado. Eles estavam cumprindo a visão que Cristo havia compartilhado.


Evidentemente, a saúde era uma preocupação constante, e um ministério de cura foi uma função contínua da igreja de Cristo. A cura foi listada entre os dons espirituais. Foram registradas nas Escrituras instruções quanto à ministração da cura às pessoas atingidas pela enfermidade. Esses dons beneficiariam os cristãos até a segunda vinda de Cristo, quando Sua presença pessoal os tornaria desnecessários. A história da Igreja narra a dedicação dos fiéis ao ministério da saúde durante muitos períodos.

Certamente, aliviar o sofrimento humano era uma motivação importante. Outros, no entanto, reconheciam a cura como um primeiro passo para o conhecimento do evangelho pleno.


Sexta

Ano Bíblico: Êx 39, 40 


Estudo adicional

Leia Lucas 18:35-43; 13:10-17; 14:1-6; João 6:1, 2; Marcos 6:5-7; 6:54-56; 7:31-37; 8:22-26; Mateus 8:1-19; 12:15-23. Leia de Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 17-21: "Nosso Exemplo"; p. 73-85: "A Cura da Alma"; Medicina e Salvação, 
p. 25-29: "O Plano Divino na Obra Médico-Missionária".


"O paralítico encontrou em Cristo tanto a cura da alma como a do corpo. Ele necessitava de saúde da alma antes de poder apreciar a do corpo. Antes de poder ser curada a enfermidade física, Cristo precisava dar alívio à mente, e purificar a alma do pecado. Essa lição não deve ser passada por alto. Existem hoje milhares de pessoas a sofrer de doenças físicas, as quais, como o paralítico, estão ansiando a mensagem: "Perdoados te são os teus pecados" (Mt 9:2, RC). O fardo do pecado, com seu desassossego e desejos não satisfeitos, é o fundamento de sua doença. Não podem encontrar alívio enquanto não forem ter com o Médico da alma. [...]


"Grande regozijo houve na casa do paralítico quando ele voltou para a família, levando com facilidade o leito em que fora penosamente conduzido entre eles, pouco antes. [...] Alegres ações de graças subiram daquele lar, e Deus foi glorificado por meio de Seu Filho, que restituíra a esperança ao destituído dela, e força ao abatido. Esse homem e sua família estavam prontos a dar a vida por Jesus" (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 77, 79).

Perguntas para reflexão

1. Como o ministério de cura pode abrir corações e mentes fechados ao evangelho? Como podemos evitar o erro de pensar que a cura é um fim em si mesma?

2. Como as igrejas podem participar do ministério de cura? Como os cristãos podem evitar que a sociedade os associe aos chamados curandeiros?


3. O que podemos dizer aos discípulos em potencial que, procuram nossas igrejas e hospitais em busca de cura, e ela não acontece? Que respostas temos para ele? Que respostas encontramos na Bíblia?


Respostas sugestivas: 1. Jesus assumiu a plenitude das nossas dores e enfermidades. Seu sacrifício na cruz traz conforto e alívio ao nosso sofrimento no presente, além da grande esperança de libertação no futuro; isso também se cumpriu quando Jesus curou doentes e expulsou demônios. Dessa forma Ele manifestou a glória de Deus e destruiu as obras do diabo. 2. A doença física é consequência do pecado, que é uma doença espiritual, e dos atos pecaminosos específicos, que intensificam o sofrimento causado pelo pecado. Isso não quer dizer que todas as doenças são punição por uma falha específica. Podem ser os resultados do pecado no mundo natural e na sociedade. Jesus deseja restaurar o ser humano como um todo. 3. Não devemos estar ansiosos para adquirir riquezas, nem pelo que comer, beber e vestir; essas coisas podem se tornar um ídolo; ao contrário, devemos confiar em Deus, mesmo em meio às tribulações, e lançar toda nossa ansiedade sobre Ele, porque Ele cuida de nós. Mesmo que nosso coração nos condene, Deus, que nos perdoa, é maior que nosso coração. 4. No caminho para o cemitério da cidade de Naim, a última palavra foi de Jesus. A morte foi vencida. Na casa de Jairo e na tumba de Lázaro, Jesus teve a última palavra sobre a morte. Pela fé em Jesus, também venceremos a morte. 5. As curas promoveram o interesse no evangelho e ajudaram no crescimento da igreja; elas também foram evidência da atuação divina entre os cristãos, fortalecendo a fé dos fiéis. A cura é um dos dons do Espírito Santo, concedidos para benefício do corpo de Cristo e cumprimento da missão desse corpo.


AUXILIAR ESCOLA SABATINA


Texto-chave: Mateus 15:30, 31

O aluno deverá...

Saber: Que embora a doença seja sempre uma visitante indesejada, os enfermos geralmente estão abertos às influências espirituais.

Sentir: O desejo de ministrar aos enfermos, atendendo suas necessidades emocionais e espirituais, bem como suas necessidades físicas.

Fazer: Ajudar a aliviar os fardos que afetam espiritual ou emocionalmente os outros.

Esboço

I. Saber: A doença não é uma indicação da condição espiritual da pessoa.

A. Por que era fácil para as pessoas dos tempos antigos dizerem que a doença era o resultado de atos que desagradavam a Deus?

B. Como Jesus agiu para combater essa noção?

C. Essa mentalidade ainda é percebida na igreja? De que forma? Como o exemplo de Jesus pode ser usado na nossa abordagem para superar essa mentalidade?

II. Sentir: Jesus curava espiritual, emocional e fisicamente.

A. Quais são suas histórias favoritas de cura no ministério terrestre de Jesus?

Por quê?

B. Quais indícios nessas histórias ajudam a entender que Jesus estava interessado em algo mais do que a cura física?

III. Fazer: Perceber o sofrimento das pessoas, seja ele aparente ou não tão aparente.

A. Muitas vezes cumprimentamos as pessoas perguntando: "Tudo bem?" A resposta normalmente é: "Tudo bem." Como você descobre quando alguém não está "bem"?

B. Você consegue se lembrar de um tempo em que se sentiu enfermo física ou emocionalmente? O que o ajudou a passar por isso?

Resumo: Ainda estamos aprendendo sobre a íntima correlação entre saúde física, emocional e espiritual. No primeiro olhar, Jesus sabia como ministrar às pessoas que Ele encontrava. Como podemos fazer o mesmo?


Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Mateus 15:30, 31

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Mesmo numa época em que aumentam a expectativa de vida e o conhecimento sobre saúde e cura, as doenças são uma realidade presente por causa do mal que existe no mundo.


Somente para o professor: Todas as pessoas ficam doentes. Foi-se o tempo em que as pessoas em geral consideravam a doença e o sofrimento como uma espécie de castigo de uma divindade arbitrária. Mas muitas pessoas ainda lutam com o "por que" da doença e do sofrimento. E, em lugar de admitir que não sabem todas as respostas, alguns cristãos procuram especular sobre o assunto, e deixam de confortar os sofredores.


Atividade de abertura

Ao longo da História, as pessoas têm procurado alívio da doença com uma variedade de tratamentos. Em uma folha grande de papel ou numa lousa, escreva os seguintes sintomas à esquerda e suas antigas prescrições homeopáticas egípcias à direita, mas fora da sequência correta. Quando a classe se reunir, peça que os alunos se revezem traçando uma linha a partir de um dos sintomas ao que eles consideram o tratamento adequado e tradicional para esse problema. Se possível, tenha alguns pequenos presentes para dar aos que responderem corretamente (lápis, canetas, marca-páginas, chaveiros, etc.).


As doenças e seus tratamentos são apresentados abaixo na sua ordem correta.


1. Alívio da dor – Tomilho.

2. Diuréticos e laxantes – Endro, bálsamo, maçã, cebola e salsa.

3. Asma – Gergelim, mel e leite, incenso.

4. Auxiliares da digestão – Alho, sândalo, zimbro e hortelã.

5. Para mau hálito – Hortelã e cominho.

6. Dores no peito – Zimbro, sementes de mostarda e babosa.

7. Dores de cabeça – Babosa e sementes de papoula.

8. Curativo – Mel (antibiótico natural).

9. Anestésico – Sementes de papoula (também usada para insônia).

10. Queimaduras e doenças de pele – Babosa.

11. Epilepsia – Cânfora.

12. Vômito – Sementes de mostarda para induzi-lo; hortelã para interrompê-lo.
(Fonte: Egyptian Medical Treatments [Tratamentos Médicos Egípcios] http://suite101.com/article/egyptian-medical-treatments-a20616#ixzz1yFFj7eaH), acessado em 19 de junho de 2012).

Comente com a classe:


1. Algum desses remédios antigos ainda é usado hoje em dia? Na Bíblia, a doença era frequentemente usada como metáfora para o pecado. Quem é o único remédio para esse mal, e por quê?

2. Cristo curava não só o que afligia o corpo, mas o que atormentava a mente. De que forma Cristo procura nos curar hoje, nos aspectos emocional, espiritual, mental e físico?

Compreensão

Somente para o professor: Uma das razões pelas quais os adventistas do sétimo dia se dedicam profundamente ao desenvolvimento de ministérios de cura dentro de nossos hospitais, clínicas e escolas de medicina é que entendemos a relação entre saúde e espiritualidade. Embora não entendamos completamente a relação entre as duas, não podemos apreciar completamente as coisas espirituais e ter "vida abundante" se estivermos sofrendo de uma doença ou impedimento físico.

 
Comentário Bíblico

I. Aquele que sara e Seus auxiliares

(Recapitule com a classe Mc 2:1-12.)

Quando começou a se espalhar a notícia sobre o poder de cura de Jesus, pessoas que esperavam por alívio de seu sofrimento físico foram levadas para Ele. Essa história específica é interessante por várias razões:


Primeira, o homem era incapaz de ir por si mesmo; ele dependia da bondade dos amigos para levá-lo a Jesus. O homem aparentemente escolheu os amigos certos, porque quando descobriram que o acesso a Jesus estava bloqueado, eles se recusaram a admitir a derrota. Foram até a área do terraço, abriram um buraco no telhado e baixaram o homem para que ele pudesse ficar perto de Jesus.
Em segundo lugar, Jesus viu um homem sofrendo fisicamente. Mas, em vez de curá-lo, as primeiras palavras de Jesus foram: "Filho, os teus pecados estão perdoados" (v. 5).


Jesus tinha a vantagem de conhecer o coração de uma pessoa. Aparentemente, assim como conhecemos os fatores de risco que levam a doenças coronárias, diabetes, câncer, etc., Jesus sabia que o sofrimento daquele homem estava de alguma forma relacionado com suas escolhas de estilo de vida. Assim, além de sofrer de paralisia, o homem também sofria de um fardo de culpa que era pelo menos tão doloroso como seu sofrimento físico.


Isso, naturalmente, instigou a seguinte resposta dos escribas: "Por que fala Ele deste modo? [...] Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus?" (v. 7).


Mas para mostrar que tinha poder e autoridade para perdoar pecados, Jesus disse ao homem: "Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa" (v. 11).


Até certo ponto, as pessoas doentes geralmente têm algum sentimento de culpa. Elas se perguntam se há uma razão para seu sofrimento. Será que fizeram algo errado? De alguma forma Deus as está punindo? Algum dia sua saúde será restaurada? Essa história nos lembra de que o poder que tem Deus para curar é real. Infelizmente, não podemos prever se isso acontecerá nem quando Deus realizará o milagre. Tudo que podemos fazer é confiar na vontade dEle para fazer o que é melhor e nos cercar de amigos que farão o que deve ser feito para nos manter perto dEle.


Pense nisto: Quais amigos fizeram por você o que foi preciso quando você estava em sofrimento físico ou emocional? O que eles fizeram? O que você achou mais eficaz para aliviar o sofrimento das pessoas ao seu redor? Qual foi a forma palpável do alívio?


II. A suprema cura

(Recapitule com a classe Jo 11:1-44.)

A história de Jesus e Lázaro é significativa por uma série de razões:


A Bíblia menciona Maria, Marta e Lázaro mais de uma vez. Tem sido sugerido que Jesus costumava visitar seu lar em Betânia, quando estava naquela região. Então, é surpreendente que, depois de Jesus ter sido notificado de que Lázaro estava doente (v. 3), Ele tenha ficado onde estava por mais dois dias (v. 6).


Os que já se perguntaram sobre o tempo de Deus devem perceber isso. Jesus e Seus discípulos poderiam ter viajado para Betânia logo que souberam sobre a doença de Lázaro, mas não o fizeram. Quando finalmente chegaram, era tarde demais.


Marta e Maria lembraram Jesus das consequências de Sua demora, como se Ele não estivesse ciente do que havia feito. Mas o lembrete deu-Lhe a oportunidade de fazer esta afirmação bem conhecida e encorajadora: "Eu Sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá" (v. 25).


Por mais excepcional que seja, o milagre da ressurreição de Lázaro traz uma dificuldade pelo fato de que, com exceção da descrição feita por Jesus, ao dizer: "Nosso amigo Lázaro" (v. 11), não sabemos muito sobre ele. Sabemos que ele tinha irmãs, Maria e Marta, que ele vivia em Betânia, mas não sabemos o que fazia para ganhar a vida nem como se tornou amigo de Jesus.


A mensagem é: Não precisamos ser talentosos, famosos ou ricos para ser ressuscitados. A promessa de Jesus: "Eu Sou a ressurreição e a vida" (v. 25), se aplica tanto a nós quanto a Lázaro.


Pense nisto: Que lições podemos aprender com a demora de Jesus em responder ao pedido para curar Lázaro? Você se sente próximo de Jesus neste momento? Tão próximo quanto Lázaro? Você acha que Jesus sairia do Seu caminho para ressuscitá-lo? Por quê?


III. Nosso ministério de cura


(Recapitule com a classe At 3:1-9; 9:36-42.)

Embora às vezes ouçamos histórias sobre pessoas curadas miraculosamente em resposta à oração de um cristão, muitas vezes as pessoas não são curadas quando oramos por elas. Por que isso pode ocorrer?


As histórias de Pedro e João na porta do templo chamada Formosa, e de Pedro e Tabita (Dorcas) em Jope, nos lembram de que quando a igreja cristã estava sendo estabelecida, Deus pode ter usado curas miraculosas como forma de endossar o ministério dos discípulos. O registro da cura do coxo por Pedro e João afirma: "Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus, e reconheceram ser ele o mesmo que esmolava, assentado [...] e se encheram de admiração e assombro por isso que lhe acontecera" (At 3:9, 10).


Sobre Tabita a Bíblia diz: "Isto se tornou conhecido por toda Jope, e muitos creram no Senhor" (At 9:42).


Pense nisto: Embora a igreja de Deus hoje não manifeste todos os dons de curas miraculosas que os primeiros discípulos mostraram, ainda temos que ministrar aos enfermos. Esse ministério deve ser a presença de Cristo aos doentes, para apoiá-los em seu sofrimento, executar suas tarefas, assegurar-lhes o amor de Deus e mostrar-lhes Aquele que é "a ressurreição e a vida".


Questões para discussão

1. Quais dons espirituais são úteis no ministério aos doentes? Quais você tem, e como eles podem ser usados nessa empreitada?

2. Quando você esteve doente, quem ofereceu o maior apoio? De que forma esse apoio se manifestou? Foi útil?

Aplicação

Somente para o professor: Servir aos enfermos é tão bom para nós quanto para eles. Ao fazê-lo, trabalhamos de mãos dadas com Aquele que passou tanto tempo curando durante Seu ministério terrestre.

Aplicação

Há alguém em sua igreja encarregado de mantê-la informada sobre quem está doente ou no hospital? Seria possível designar alguém para para exercer esse ministério? Que benefícios isso traria para a igreja?


Planeje com sua classe da Escola Sabatina visitar hospitais de sua região, para entregar literatura e orar com os enfermos.


Criatividade e atividades práticas

Somente para o professor: Visto que o discipulado é um assunto prático, experimental, passe algum tempo comentando com a classe como um ministério aos doentes pode ser implementado e mantido.

Atividade

Separe alguns momentos para listar em sua congregação as pessoas que necessitam de um pouco mais de atenção. Elas podem não estar doentes, mas possivelmente são idosas ou afetadas por algum tipo de invalidez. Relacione cuidadosamente todos os que precisam de ajuda.


Para cada nome da lista, planeje uma estratégia para manter contato com a pessoa. Em seguida, anote o nome de uma pessoa em sua classe da Escola Sabatina (ou em outra classe), que possa liderar uma equipe de apoio físico e moral aos que precisam de atenção especial.


Planejando atividades: O que sua classe de Escola Sabatina pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


COMENTÁRIO SEMANAL


INTRODUÇÃO

“De acordo com informação divulgada em blog da revista Super Interessante, mais de 50 milhões de pessoas morrem anualmente no planeta – o número é maior que a população inteira do estado de São Paulo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, saber quantas pessoas morrem a cada ano e a causa dessas fatalidades é fundamental para identificar problemas e implementar políticas públicas de saúde eficazes. As campanhas contra o cigarro parecem ser prioridade: segundo o último relatório da OMS, publicado em 2011 e com base em dados de 2008, o cigarro está ligado a três das doenças mais fatais e é responsável pela morte de 1 em cada 10 adultos mundo afora”.2

E quais são as doenças que mais matam pessoas ao redor do mundo? A seguir confira algumas dessas vilãs.3

1. Cardiopatia isquêmica. Número de mortes: 7,25 milhões (12,8%).
A cardiopatia isquêmica acontece quando alguma coisa atrapalha a irrigação do coração. O risco da doença aumenta com a idade, mas também pode ser agravada por tabagismo, consumo de carne vermelha, diabetes e hipertensão arterial.

2. Derrame e outras doenças vasculares cerebrais. Número de mortes: 6,15 milhões (10,8%).

O derrame – nome popular do acidente vascular cerebral (AVC) ou acidente vascular encefálico (AVE) – é provocado pelo entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais.

3. Doenças inflamatórias do trato respiratório inferior. Número de mortes: 3,46 milhões (10,8%).

Traqueia, pulmões, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares compõem as vias aéreas inferiores, parte do aparelho respiratório, também chamado de trato respiratório inferior. A pneumonia, doença inflamatória no pulmão, também se enquadra nessa “doença mortal”.

4. Doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Número de mortes: 3,28 milhões (6,1%).

Falta de ar, fadiga muscular, insuficiência respiratória, esses são alguns dos sintomas das Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas, que geralmente são provocadas por tabagismo, exposição passiva ao fumo, exposição à poeira, poluição ambiental ou fatores genéticos.

5. Diarreia. Número de mortes: 2,46 milhões (4,3%).

Uma “simples” diarreia pode ser mortal. Podendo ser causada por doenças inflamatórias intestinais, efeitos colaterais ao uso de medicamentos, infecções (por vírus, bactérias ou parasitas) e alergias, a diarreia leva à perda de grandes quantidades de água e sais minerais, o que pode desencadear quadros de desidratação grave.

6. HIV/AIDS. Número de mortes: 1,78 milhões (3,1%).

Responsável por tirar mais de 25 milhões de vidas ao longo das últimas três décadas, a doença continua a ser uma grande preocupação global.

7. Câncer de pulmão, traqueia e brônquios. Número de mortes: 1,39 milhões (2,4%).


UM DESAFIO PARA CADA DISCÍPULO

Diante de tantas doenças e pessoas necessitadas de cuidados especiais, certamente a Igreja não pode nem deve cruzar os braços. E da perspectiva institucional, a Igreja Adventista tem feito muito bem sua parte. Afinal, são pouco mais de 570 hospitais, clínicas, centros de saúde e orfanatos, além de 10 lanchas e aviões missionários.4

Entretanto, o desafio é que cada membro da Igreja saiba lidar de modo apropriado com os doentes, com as pessoas necessitadas, cumprindo a missão de fazer discípulos de todas as pessoas e em todos os lugares (Mateus 28:19). Afinal, se Jesus é nosso Modelo, devemos agir como Ele agiu. Nas palavras de Ellen White, “Jesus dedicou mais tempo a curar os enfermos do que a pregar”.5

Breves Reflexões sobre doença, pecado e morte6

Antes das questões práticas, é necessário refletir brevemente sobre o pano de fundo da doença, a qual está diretamente conectada ao pecado, e que – no fim das contas – conduz muitas pessoas à morte.

Em primeiro lugar, a morte não deve ser vista meramente como uma falta de justiça ou bondade da parte de Deus, e sim como uma prometida sentença em decorrência de nosso pecado, de nossa desobediência (Gênesis 2:16, 17). De modo que a morte não é um mero acidente, mas o cumprimento de uma sentença dada por Deus, cumprimento este que evidencia a brevidade de nossa vida (Salmo 90:3-6). Isso quer dizer que a sentença de morte dada por Deus deixa claro que não podemos relativizar Suas palavras e ordens. Se Ele colocou limites, estes devem ser obedecidos; caso contrário, nossas pretensões serão destruídas, e nós, evidentemente, também. Isso implica dizer que – em última instância – todos nós somos responsáveis pela nossa própria morte, pois não se trata de algo que apenas nos atinge, e sim de um processo que nos ocorre porque somos pecadores. Dito de outro modo: Nós causamos nossa própria morte, sendo sujeitos dela e não objetos.

Em segundo lugar, doença e morte podem ser uma consequência judicial imediata de um pecado específico. Isso pode assustar alguns, mas é um ensino bíblico. Lembre do caso do paralítico do tanque de Betesda (Jo 5:14), Geazi (2Rs 5:20-27), Ananias e Safira (At 5), Herodes (At 12:20-23), etc. Obviamente, a conclusão não é de que as pessoas sofrem ou morrem por serem os piores pecadores. A conclusão, com base nos exemplos bíblicos, é de que o pecado merece punição e, por causa da misericórdia de Deus, não somos todos imediatamente punidos com doenças e mesmo com a morte. Se o decreto judicial divino se cumprisse imediatamente, nosso planeta se converteria – neste instante – em um imenso cemitério. Afinal, quem não é pecador?

Em terceiro lugar – e em contrapartida ao tópico anterior – a doença e a morte não são necessariamente a consequência judicial imediata de um pecado específico. Pensemos no caso do rei Ezequias. Aparentemente, sua doença e morte iminente foram a maneira de Deus finalizar sua peregrinação nesta Terra, e não necessariamente uma punição específica (2Rs 20:1). Parece ser o mesmo caso do cego curado por Jesus (Jo 9:2, 3). Em nenhum desses casos, tanto quanto se saiba, há conexão entre a doença e um pecado específico. Isso pode nos levar a pensar que não devemos concluir, precipitadamente, que toda doença e morte são causadas por um pecado secreto não confessado ou fé inadequada.

Finalmente, há algumas doenças e mortes que são consequências de atos ou comportamentos pecaminosos, para os quais não há – necessariamente – julgamento sobrenatural imediato, e sim efeito natural. Muitas pessoas ficam doentes (e morrem) por causa de culpa, raiva, má alimentação, doenças sexualmente transmissíveis, uso de drogas, etc. Certamente, há muita dor e sofrimento causados pelos nossos pecados nesta vida, e que não tem a ver com punição direta de Deus.

Os efeitos da doença física

Charles Colson apropriadamente observa que Jesus nunca estabeleceu um local próprio para atender aos doentes ou incapacitados; Ele ia até eles para ajuda-los.7 Porém, antes de nos dispormos a ajudar uma pessoa doente, é necessário conhecer um pouco dos efeitos da doença a fim de que a ajuda a ser oferecida seja mais eficaz. Alguns dos efeitos são os seguintes:8

- Defesa e negação. A pessoa doente tende a negar a seriedade de sua doença, e mesmo tende a não aceitar que esteja doente. Isso pode ser uma autodefesa, uma forma de se proteger, ou até de querer aliviar a tensão que uma doença provoca.

- Afastamento. Quando ficamos doentes, precisamos do cuidado e da atenção dos outros. Mas para muita gente isto é muito difícil; ser dependente do cuidado de alguém é doloroso para quem sempre cuidou bem de si mesmo. Submeter-se ao cuidado de alguém pode ser uma clara fragilidade e muitas pessoas não admitem demonstrar fragilidade.

- Resistência e raiva. Não é fácil receber o diagnóstico de uma doença que impossibilita nosso bem-estar. Então, algumas pessoas reagem com raiva: do médico, das enfermeiras, dos familiares, de Deus. A raiva pode ser resultado da frustração de saber que a situação não é das melhores.

Manipulação. Algumas pessoas usam a doença para controlar os outros, ou para obter atenção e simpatia.

Como ajudar as pessoas doentes9

Diante dos efeitos mencionados acima, o que fazer? Obviamente, antes de tudo devemos orar pelo enfermo que pretendemos visitar e ajudar; intercedamos por essa pessoa diante de Deus, pedindo-Lhe que cuide com carinho desse caso. Depois, em nossa visita devemos encorajar a pessoa a ponderar e discutir sua atitude em relação à doença e, no caso de uma doença grave, sua atitude em relação à morte. Deixe que a pessoa fale de seus medos, apreensões, raivas e decepções. E mostre-lhe que, acima de tudo, nosso Deus nos ama, e que está conosco em todas as circunstâncias.

A seguir, ajude as pessoas a ver significado na doença e no sofrimento. Explique que o sofrimento – causado por uma doença ou pelos efeitos da morte de alguém – pode ter profundo efeito positivo em nossa vida. Estes são alguns deles:

- Alguma dor física é necessária para o desenvolvimento do caráter. A compaixão não se atinge sem a miséria. Não se desenvolve paciência sem tribulação. Não se adquire coragem sem temor. Não se alcança persistência sem privação. Não se desenvolve coragem sem medo ou perigo. Em resumo: algumas virtudes seriam totalmente ausentes sem a dor a física. Como disse Helen Keller: “O caráter não pode ser desenvolvido na comodidade e na quietude. Somente através da provação e do sofrimento podemos ser fortalecidos”.

- Um pouco de dor física é necessário para nos ensinar que certos tipos de conduta são errados e têm consequências físicas e morais. As punições são sempre necessárias para nos ensinar que estamos no caminho errado, e que precisamos reconsiderar nosso comportamento.

- Um pouco de sofrimento e dor são necessários para nos advertir de perigo maior. A dor é um sistema de proteção e advertência para nos ajudar a permanecer vivos. Sem essas ações disciplinares, provavelmente continuaríamos no erro, até trazer prejuízos irreversíveis para nós mesmos.

- Um pouco de sofrimento pode ser útil para que Deus chame nossa atenção. Assim como os pais disciplinam seus filhos porque os amam, Deus também nos chama a atenção mediante o sofrimento. É uma espécie de megafone de Deus para nos tirar da letargia moral.

Conclusão

Ao concluir este importante tema, seria apropriado refletir num poema cujo autor desconheço. Vale a pena pensar em cada frase:

QUANDO...

Quando o sonho se desfaz, Deus reconstrói; 

Quando se acabam as forças, Deus renova;

Quando é inevitável conter as lágrimas, Deus dá alegria;

Quando não há mais amor, Deus o faz nascer; 

Quando a maldição é certa, Deus transforma em bênção; 

Quando parece ser o final, Deus dá novo começo; 

Quando a aflição quer persistir, Deus nos envolve com a paz; 

Quando a doença assola, Deus é quem cura; 

Quando o impossível se levanta, Deus o torna possível; 

Quando faltam as palavras, Deus sabe o que queremos dizer; 

Quando tudo parece se fechar, Deus abre uma nova porta; 

Quando você diz: não vou conseguir, Deus lhe diz: não tema, pois estou com você;

Quando o coração é machucado por alguém, Deus é quem derrama o bálsamo curador;

Quando não há possibilidade, Deus faz o milagre;

Quando só  morte, Deus nos faz persistir;

Quando a noite parece não ter fim, Deus faz nascer o amanhecer; 

Quando caímos num profundo abismo, 

Deus estende Sua mão e nos tira de lá;

Quando tudo é dor, Deus dá o refrigério;

Quando o calor da provação é grande, Deus dá a sombra da Sua presença;
Quando o inverno parece infinito, Deus traz o verão;

Quando não existe mais fé, Deus diz: acredita;

Quando estamos a um passo do inferno, Deus nos dá a direção do Céu;

Quando não temos nada, Deus nos dá tudo;

Quando alguém diz que não somos nada, Deus nos diz que somos mais que vencedores;

Quando difícil se torna o caminhar, Deus nos carrega no Seu colo. 
Deus pode...

Em poderosas e tocantes palavras, Ellen White traduz o sentimento de Cristo por nós, seja qual for nossa situação: “Conheço suas lágrimas, Eu também chorei. Aqueles pesares demasiado profundos para serem desafogados em algum ouvido humano, Eu os conheço. Não pensem que estão perdidos e abandonados. Ainda que sua dor não encontre eco em nenhum coração na Terra, olhem para Mim e vivam!”10

1. Professor de Teologia no UNASP, Campus Engenheiro Coelho, na Graduação e na Pós-Graduação, na área de Teologia Sistemática. É Mestre em Teologia, e Mestre e Doutor em Ciências da Religião. Atualmente faz Pós-Doutorado em Teologia Sistemática na Escola Superior de Teologia, São Leopoldo RS.

2. Jéssica Soares. “9 doenças que mais matam no mundo”.  In http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/9-doencas-que-mais-matam-no-mundo. Acesso em 22 de janeiro de 2014.

3. Jéssica Soares. “9 doenças que mais matam no mundo”.  In http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/9-doencas-que-mais-matam-no-mundo. Acesso em 22 de janeiro de 2014.

4. “Summary of Statistics as of December 31”, 2011. 
http://www.adventist.org/information/statistics/article/go/0/seventh-day-adventist-world-church-statistics-2011. Acesso em 22 de janeiro de 2014.

5. Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000, p. 19.

6. As ideias desta seção estão fundamentas em D.A. Carson, How Long, O Lord? 
Reflections on Suffering and Evil, Grand Rapids, Michigan: Baker Academic, 2006, p. 98 a 103.

7. Charles Colson, Loving God, Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 1983, p. 192.

8. Adaptado de Gary R. Collins, Christian Counseling: A Comprehensive Guide, Revised edition. Dallas: Word Publishing, 1988, p. 333, 334.

9. Adaptado de Gary R. Collins, Christian Counseling, p. 341, 342.

10. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000, p. 341.


Autor: Pr. Adolfo Suárez1:adolfo.suarez@unasp.edu.br
Editor: Pr. André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisão: Josiéli Nóbreg



 Fonte: Casa Publicadora Brasileira (http://www.cpb.com.br/)


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