sábado, 18 de janeiro de 2014

ES - Lição 1 - Os discípulos e as Escrituras – 1º Trim, 2014





Lição 1 - Os discípulos e as Escrituras

28 dezembro a 4 de janeiro






Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ap 18, 19 


VERSO PARA MEMORIZAR:

"Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim" (Jo 5:39).


Leituras da Semana:


Usando um detector de metais comprado em um bazar, o inglês Terry Herbert descobriu, enterrados no campo de um fazendeiro, artefatos de prata e armamento anglo-saxão banhado a ouro. O valor monetário estimado da descoberta ultrapassou 5 milhões de dólares.

Como alguém que procura um tesouro em um campo de terra, pedras e lixo, devemos ter cuidado para não deixar que as coisas da Terra nos impeçam de alcançar o verdadeiro tesouro no alto: Jesus Cristo. Buscando riquezas eternas, fariseus e saduceus "escavaram" os antigos escritos sagrados. Ironicamente, seu mapa do tesouro, as Escrituras, tinha sido tão radicalmente mal interpretado que eles erraram completamente o alvo: Jesus.

Explícita e implicitamente, Jesus incorporou as Escrituras em Sua metodologia de discipulado. A suprema busca ao tesouro estava enraizada nos escritos proféticos, que apontavam para Ele. Assim, não encontrar Jesus significa errar o alvo. Tudo isso significa que, em última análise, todos os nossos esforços para fazer discípulos devem enfatizar Jesus e o que Ele fez por nós.


Domingo

Ano Bíblico: Ap 20-22 

Jesus e a Bíblia

Uma vez que Jesus é o exemplo para todos os cristãos, Seu nível de comprometimento com as Escrituras se torna mais do que uma questão de interesse passageiro.

1. Leia Lucas 4:1-12 e 16-21. O que essas passagens sugerem sobre a atitude de Cristo para com a Bíblia?

A narrativa das tentações de Cristo no deserto mostra que, citando as Escrituras, Jesus repeliu todas as provocações e convites satânicos. Provavelmente, os manuscritos não estivessem disponíveis a Cristo durante Sua permanência de quarenta dias no deserto. Isso indica claramente que Ele havia memorizado porções substanciais das Escrituras. Embora as Escrituras citadas no deserto fossem tiradas dos escritos de Moisés, em outras passagens Jesus citou trechos de outras partes do Antigo Testamento (Mt 21:42; 22:44). Cristo tinha amplo conhecimento das Escrituras.

Observe, porém, que Cristo entendia que as Escrituras são mais do que apenas uma ferramenta para vencer a tentação e alcançar santidade pessoal. Jesus reconheceu que as Escrituras apontavam para Ele. Durante a visita à sinagoga, registrada em Lucas 4:16-30, Jesus citou Isaías e declarou que esse texto apontava para Ele, como o Ungido, para libertar os oprimidos e proclamar libertação. Jesus compreendeu que Ele cumpria a profecia messiânica. Assim, não apenas entendeu que as Escrituras apontavam para Ele, mas no início de Seu ministério, usou a Bíblia para atrair pessoas a Ele.

Embora seja importante conhecer a Bíblia, isso não é tudo. Alguns dos maiores estudiosos da Bíblia nem mesmo têm a fé cristã. Como podemos ter certeza de que nosso estudo e leitura da Bíblia nos ajudam a ter melhor conhecimento de Jesus e do que Ele fez por nós? Como podemos tornar o estudo da Bíblia algo que transforme nossa vida?


Segunda

Ano Bíblico: Repassar o Novo Testamento 

A autoridade das Escrituras

2. De que maneira Jesus via a Bíblia? Mt 5:17-2012:3-815:3-11Jo 10:34-3717:14-19Lc 24:44

Sempre que Cristo discutia com as autoridades religiosas, Ele não confiava na filosofia abstrata, nem na autoridade pessoal, mas nos ensinamentos das Escrituras. Ao distinguir o certo do errado, Jesus apoiou Seu argumento no fundamento bíblico. Quando os adversários desafiaram a pureza doutrinária de Cristo, Ele os dirigiu a passagens específicas das Escrituras. Ao considerar questões práticas, Jesus encaminhava Seus ouvintes à revelação divina. Cristo entendia que Sua missão divinamente ordenada era realizar o que os antigos profetas haviam predito.

Compare a elevada compreensão de Cristo acerca das Escrituras com a atitude predominante entre alguns professos cristãos. Embora considerem a Bíblia interessante, denominações inteiras entendem que ela é um conjunto de manuscritos históricos indignos de credibilidade. Crenças como a criação em seis dias, o Êxodo, até mesmo a ressurreição de Jesus e a literal segunda vinda de Cristo têm sido questionadas ou relegadas ao status de mito.

As implicações para o discipulado são claras. Por que alguém daria sua vida por uma causa com base em nada além de mitos? Pessoas sobrecarregadas com problemas reais precisam de um Salvador real. Caso contrário, o evangelho se torna um tesouro deslustrado ou, metaforicamente, moedas de plástico banhadas com falso ouro. Alguns poderiam ser enganados, mas após exame mais atento, o plástico seria rejeitado. O único caminho seguro é seguir o exemplo de Cristo ao exaltar e honrar a Bíblia.

A morte não é mito, concorda? Também não é apenas um símbolo. É uma das mais duras realidades que todos enfrentamos. Pense nas implicações de qualquer ponto de vista que trate os ensinamentos bíblicos, tais como a ressurreição de Jesus ou Sua segunda vinda, como meros símbolos ou mitos. Por que nunca devemos ser apanhados nessa armadilha satânica?

Terça

Ano Bíblico: Vista geral de toda a Bíblia 

Proclamação pública

Jesus atraía pessoas em diferentes ambientes, incluindo lugares públicos. As Escrituras tiveram papel de destaque nas pregações públicas de Cristo. Seus sermões e discursos públicos eram repletos de citações diretas e alusões bíblicas.

3. Leia Mateus 5:17-39. De que forma Cristo utilizava as Escrituras para o ministério público?

Durante a jornada terrena de Cristo, o relacionamento habitual dos israelitas com as Escrituras era aparentemente muito legalista. Eles as examinavam em busca de regulamentos e orientação ética. A bem-aventurança eterna era considerada o pagamento pelo comportamento justo. No entanto, Jesus derrubou suas noções legalistas e substituiu o sistema de controles externos por uma religião fundamentada no coração.

A religião cristocêntrica está enraizada na transformação do coração que leva a um comportamento ético. Ironicamente, alguns dos fariseus, em sua pressa para alcançar a perfeição moral, haviam evitado o relacionamento vivo com Deus. Jesus identificou essas deficiências e, para curá-las, Ele convidou os ouvintes a aceitá-­Lo como Salvador e Mestre. Tendo Jesus como uma força controladora interna, as normas de comportamento não foram rebaixadas, mas elevadas. Tudo o que temos a fazer é ler o Sermão da Montanha para ver quão elevados eram seus padrões morais.

"Como algo estranho e novo, essas palavras caíram nos ouvidos da multidão admirada. Semelhante doutrina era contrária a tudo que tinham ouvido dos sacerdotes e rabinos. Nela não viram coisa alguma que lisonjeasse seu orgulho ou lhes alimentasse as ambiciosas esperanças. Porém, esse novo Mestre tinha um poder que os mantinha encantados. A doçura do amor divino fluía de Sua presença como a fragrância de uma flor. [...] Todos sentiam instintivamente que ali estava Aquele que lia os segredos do coração, e não obstante, deles Se aproximava com terna compaixão" (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 6).

É muito fácil ser legalista, crítico e condenatório, não é mesmo? Como podemos nos proteger contra essas práticas comuns?

Quarta

Ano Bíblico: Gn 1–3 

Ministério pessoal

Existem muitos exemplos do ministério público de Cristo. São fascinantes Seus encontros com pessoas simples e com a elite da sociedade. Essas histórias oferecem uma visão única da centralidade das Escrituras no ministério de Cristo.

4. Leia João 13:18-20Lucas 10:25-2824:13-32. Qual foi o papel das Escrituras segundo essas passagens? Que propósito Jesus tinha para citar esses versos? Qual foi o resultado desses encontros de pequenos grupos com as Escrituras?

Repetidamente, Cristo citava as Escrituras em conexão com Seus apelos ao discipulado. Isso sugere que a autoridade e a credibilidade de Jesus estavam nas Escrituras, e não apenas no carisma pessoal. Isso é visto especialmente na maneira pela qual Jesus usou as Escrituras quando dialogou com os dois discípulos no caminho de Emaús.

"Começando com Moisés, o próprio Alfa da história bíblica, Cristo expôs em todas as Escrituras as coisas que Lhe diziam respeito. Houvesse primeiro Se manifestado a eles, seu coração teria ficado satisfeito. Na plenitude de sua alegria, não teriam desejado nada mais. Mas era necessário que compreendessem os testemunhos dados a respeito dEle pelos símbolos e profecias do Antigo Testamento. Sua fé devia ser estabelecida sobre essas verdades. Cristo não operou nenhum milagre para os convencer, mas Seu primeiro trabalho foi explicar-lhes as Escrituras. Haviam considerado Sua morte a destruição de todas as suas esperanças. Então, Ele lhes mostrou pelos profetas que essa era a mais vigorosa prova de sua fé.

"Ensinando esses discípulos, Jesus mostrou a importância do Antigo Testamento como testemunha de Sua missão" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 796-799).

Observe Lucas 24:32, especialmente a expressão de que o coração dos discípulos ardia. O que isso significa? Qual foi a última vez que seu coração ardeu por causa das verdades que recebemos? Se isso não acontece há muito tempo, será que seu coração se esfriou? Como você pode mudar?


Quinta

Ano Bíblico: Gn 4–7 

A próxima geração

Sem dúvida, Jesus coloca forte ênfase na Bíblia. Ele jamais questionou a autoridade, a veracidade nem a autenticidade de nenhum texto bíblico. No entanto, ao longo dos séculos, e ainda hoje, muitas pessoas fazem exatamente isso.

5. Leia Mateus 12:15-21Marcos 1:1-3Atos 1:16-203:22-24Romanos 10:10. De que maneira os cristãos primitivos viam as Escrituras? Como esses textos nos ajudam em nosso relacionamento com a Bíblia?

Os primeiros escritores cristãos continuaram a prática de usar as Escrituras para autenticar a messianidade de Jesus de Nazaré. Na verdade, eles estavam dizendo que o cristianismo estava intrinsecamente ligado à revelação que Deus fez de Si mesmo por meio da Bíblia hebraica.

O próprio Jesus havia recorrido a esses escritos sagrados. Então, os discípulos de Cristo estavam fazendo o mesmo. Apelar à experiência pessoal, aos milagres e outros testemunhos em favor de Cristo era importante e tinha seu lugar. No entanto, nada podia substituir as Escrituras como a principal testemunha de Jesus.

Os primeiros seguidores de Cristo procuraram a orientação das Escrituras a respeito da missão da Igreja, de suas práticas cotidianas e de sua disciplina espiritual. A especulação e conjecturas humanas foram minimizadas; as Escrituras se tornaram preeminentes. A consideração para com a revelação de Deus era evidente nos concílios da Igreja (At 15). As Escrituras tocavam todos os aspectos da vida da igreja primitiva.

Não seria muita tolice, especialmente no tempo do fim, ter uma atitude diferente para com a Bíblia?

Como podemos aprender a tornar a Bíblia o centro de nossa fé, deixando que ela nos conduza a Jesus? Na prática, como podemos permitir que o ensino da Bíblia realmente influencie nossa maneira de viver e de nos relacionarmos com os outros?

Sexta

Ano Bíblico: Ap 15–17 

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Educação, p. 190-192: "Ensino e Estudo da Bíblia"; O Desejado de Todas as Nações, p. 795-801: "A Viagem Para Emaús"; Atos dos Apóstolos, p. 221-230: "Tessalônica".

"Cristo, em Seu ministério, havia tornado claras aos Seus discípulos essas profecias [...] Pedro, ao pregar Cristo, tinha apresentado provas do Antigo Testamento. Estêvão procedeu de modo idêntico. Também Paulo, em seu ministério, recorreu às passagens que prediziam o nascimento, sofrimento, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Pelo inspirado testemunho de Moisés e dos profetas, provou plenamente que Jesus de Nazaré era o Messias, e demonstrou que desde os dias de Adão foi a voz de Cristo que falou por intermédio dos patriarcas e profetas" (Ellen G. White, 
Atos dos Apóstolos, p. 221, 222).

Perguntas para reflexão

1. Como você pode incorporar as Escrituras à vida diária? Como você pode usá-­las em seu testemunho pessoal?

2. Por que Jesus enfatizou a interpretação das Escrituras em lugar de milagres e carisma pessoal? O que acontece se a música, a mensagem de saúde, os aspectos sociais, ou qualquer outra coisa, substitui a Bíblia como fundamento para nossa fé?

3. Até que ponto os cristãos de hoje devem se tornar dependentes das Escrituras? Avalie a importância das Escrituras na vida de sua Igreja em relação ao estabelecimento de prioridades, canalização de recursos e fidelidade à missão.

4. Pense no fato de que não temos nenhuma indicação de algum escritor bíblico questionando a veracidade ou autenticidade de quaisquer textos das Escrituras. Por que isso deve ser importante para nós, hoje, quando tantas pessoas, incluindo muitos estudiosos da Bíblia, parecem ter colocado como sua prioridade o desafio à verdade da Bíblia em todos os níveis?

Respostas sugestivas: 1. Jesus confiava na Bíblia e obedecia aos seus ensinamentos, por meio dos quais afastou as tentações de Satanás; Ele conhecia as Escrituras e encontrou nelas Sua missão. 2. Como imutável e infalível; deve ser lida e compreendida; é mais importante do que as tradições humanas; ela nos santifica; tudo que a Bíblia havia predito sobre Jesus devia se cumprir. 3. Ele ensinava o verdadeiro sentido da Bíblia: a motivação e intenções puras se manifestam na vida pura e obediente; santidade interior gera santidade no exterior. 4. Previu e confirmou eventos da vida de Jesus; proveu evidências para nossa fé; mostrou o caminho para a vida eterna, com base nas Escrituras e não nas tradições humanas. Diante das Palavras de Cristo os discípulos foram reanimados. 5. Como uma revelação sobre a obra de Jesus Cristo e João Batista; encontraram base bíblica para a traição de Judas; os textos mostram que precisamos crer em Jesus e confessar a salvação, de acordo com as Escrituras.


ESCOLA SABATINA – AUXILIAR – RESUMO


 Texto-chave: João 5:39

O aluno deverá...

Saber: Que o principal método para conhecer Jesus é a leitura de Sua história nos Evangelhos.

Sentir: Identificar-se com os valores que Cristo viveu e ensinou em Sua interação diária com as pessoas.

Fazer: Procurar oportunidades para refletir o amor, misericórdia, justiça e compaixão de Cristo em sua vida diária.


Esboço

I. Saber: A Bíblia é mais que um livro de fatos antigos

A. Quais fatos sobre Jesus são aceitos pelos cristãos do mundo inteiro?

B. Essa realidade afeta mais sua vida do que os fatos sobre Abraham Lincoln ou Winston Churchill?

C. Por que a Bíblia é mais do que simplesmente um livro?

II. Sentir: O poder da vida de Jesus muda nossa vida

A. Ao ler a Bíblia, de que modo seus cinco sentidos (tato, paladar, olfato, visão e audição) são envolvidos na história?

B. Que emoções você pode identificar em cada história? Considere, por exemplo, Lucas 8:41-56. Qual foi a emoção de cada pessoa: Jairo, a mulher com hemorragia, os discípulos, e outros.

III. Fazer: Você consegue ver o mundo através dos olhos de Jesus?

A. Como a vida e o ministério de Jesus serão refletidos em sua vida na próxima semana?

B. O que será necessário para que você olhe para as pessoas como Jesus as vê?

Resumo: O constante poder do ministério de Jesus não se refletiu apenas no que Ele disse nem na quantidade de milagres que Ele realizou. Sua influência duradoura também é vista na vida de Seus seguidores hoje.

Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: João 5:39

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Para ser semelhante a Cristo, precisamos compreender Seu caráter e missão, descritos na Bíblia.

Somente para o professor: Jesus, como figura histórica, foi incrivelmente complexo. Quando Ele viveu na Terra, desafiou os estereótipos, como os desafia hoje. Aqueles que desejam viver em harmonia com Sua vida e ensinamentos devem ser guiados pelo Espírito Santo para desenvolver uma visão tão equilibrada quanto possível acerca de Seu ministério. Só então estaremos preparados para nos tornar Seus discípulos.

Compreensão

Jesus esteve na Terra por um curto período de tempo. Ele sabia que, além de ensinar aos Seus discípulos sobre Deus, também tinha que ajudá-los a "desaprender" algumas coisas.

Comentário Bíblico

Examinemos três passagens das Escrituras para discernir o que elas dizem sobre o Messias, observando como esses ensinamentos eram interpretados, ou mal interpretados, pelos discípulos de Jesus e pelo restante dos judeus.

I. O Sermão da Montanha

(Recapitule com a classe Mt 5.)

Uma das primeiras apresentações públicas de Jesus foi sobre os valores do reino de Deus. Ele começou destacando as coisas que a maioria das pessoas queriam evitar: pobreza de espírito (Mt 5:3), choro (v. 4), mansidão (v. 5), fome e sede espirituais (v. 6) e assim por diante.

No verso 17, Ele anunciou: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir".

Então Ele destacou algumas leis bem conhecidas e importantes do Antigo Testamento, e Seu discurso assumiu o seguinte padrão:

"Ouvistes que foi dito [...] Eu, porém, vos digo [...]", como nos versos 21 e 22:

"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás [...] Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento".

Da mesma forma, Jesus abordou os assuntos do adultério (v. 27, 28), divórcio (v. 31, 32), juramentos (v. 33-37), vingança (v. 38-42), e amor para com os inimigos (v. 43-48).

Podemos imaginar o impacto que os discípulos sentiram. Eles podem ter pensado: O quê? Pensar em fazer algo errado é o mesmo que realmente fazê-lo?

Todos os que ouviam Jesus sabiam que era errado matar, adulterar, jurar falsamente, etc. Mas eles não estavam preparados para entender que apenas pensar nessas coisas também é errado.

Pense nisto: Provérbios 23:7 diz: "Como imagina em sua alma, assim ele é", o que significa que o pensamento molda a ação. Da mesma forma, no Sermão da Montanha, Jesus procurou fazer essa distinção na mente dos discípulos. Como esse princípio enfraqueceu a noção popular de que a aparência de santidade e de justiça era uma indicação confiável de retidão diante de Deus? O que isso sugere sobre a influência de nossos pensamentos e sentimentos sobre nossas ações?

II. A mulher Cananeia

(Recapitule com a classe Mt 15:21-28.)

Quando uma mulher cananeia pediu que Jesus curasse sua filha, Ele "não lhe respondeu palavra" (v. 23). Afinal de contas, com poucas exceções, os judeus não eram incentivados a ter qualquer contato com alguém que não fosse judeu. Então, sem dúvida, os discípulos se sentiram justificados ao exortar Jesus: "Despede-a, pois vem clamando atrás de nós" (v. 23).

Jesus respondeu à mulher da maneira culturalmente aceitável entre os judeus e, sem dúvida, ressoou a atitude dos discípulos: "Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel" (v. 24). Depois das contínuas súplicas da mulher, Jesus apenas disse: "Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos" (v. 26).

Embora, em certo nível, a mulher provavelmente esperasse ouvir essa resposta, ela respondeu de uma forma que demonstrou compreender que Jesus não era como os judeus típicos. Ela disse: "Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos" (v. 27).

Jesus recompensou sua fé e lembrou aos Seus discípulos (e a nós) que a cura e a salvação não são propriedade exclusiva daqueles que se chamam "povo de Deus".

Pense nisto: Jesus poderia ter repreendido severamente o fanatismo e a dureza de coração dos discípulos diante da mulher siro-fenícia. Em vez disso, usou Seu encontro com a mulher para fazer com que os discípulos refletissem na atitude estreita deles. De início, eles aparentemente não viram nada incomum na maneira de Jesus tratar a mulher. Por que Seu método sutil de instrução foi mais eficaz do que humilhá-los diante da mulher a quem eles desprezavam?

III. Jesus encoraja os discípulos desapontados

(Recapitule com a classe Lc 24:13-35.)

No fim do dia da ressurreição de Cristo, dois discípulos caminhavam em direção à aldeia de Emaús. Enquanto andavam, um Estranho, a quem eles não reconheceram como Jesus, se juntou a eles e perguntou: "Sobre o que vocês estão discutindo enquanto caminham?" (v. 17, NVI).

Eles confessaram sua perplexidade e decepção e revelaram suas esperanças e sonhos sobre o Messias e tais esperanças foram frustradas pela crucificação de Jesus.

Depois de repreender os dois discípulos por causa de sua incompreensão das Escrituras, Jesus os corrigiu: "Começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a Seu respeito constava em todas as Escrituras" (v. 27).

Eles aparentemente sabiam o suficiente das Escrituras para compreender algo sobre o Messias, mas não tanto quanto precisavam saber. Como muitos de nós, eles tinham que "desaprender" algumas coisas para que pudessem conhecer e valorizar Cristo mais completamente.

Pense nisto: Sabemos que a Bíblia tem as respostas para questões importantes da vida. Ela não fica em silêncio em resposta ao anseio da alma pela verdade sobre a salvação, moralidade e esperança da vida futura. Mas enquanto vivermos (e até na eternidade), continuaremos a ser aprendizes (discípulos, se você preferir) dos caminhos de Deus. Que evidências em nossa vida demonstram que estamos aprendendo mais sobre Cristo, acerca de Seu caráter e ministério?

Aplicação

Somente para o professor: Ao contrário do que alguns pensam, a Bíblia é muito mais do que um manual com as respostas às perguntas que poderíamos encontrar em um questionário ou teste. Ela também contém princípios espirituais aplicados a diferentes situações e cenários. É verdade que ela nos dá orientação em resposta aos dilemas da vida, desde o mais simples ao mais complexo. Mas acima de tudo, a Bíblia nos ensina a ser como Jesus.

Criatividade e atividades práticas

Somente para o professor: A vida do discipulado é semelhante à vida em geral, em que passamos por fases: infância, adolescência, juventude, idade adulta, senilidade, etc. Os estágios não são bons nem maus, em si mesmos. O crescimento é apenas uma parte da vida. Não crescer é sinal de que algo está errado. Por exemplo, os adultos geralmente não são elogiados por ser "infantis", e os jovens frequentemente são encorajados a "crescer".


COMENTARIO SEMANAL



Ampliação

INTRODUÇÃO

O principal vocábulo grego traduzido como discípulo é mathetes, usado nos Evangelhos para se referir a um seguidor de Jesus, umaprendiz de Jesus, e alguém comprometido com Jesus.2 Portanto, discípulo “é alguém que ouve o chamado de Jesus e se torna Seu seguidor”.3 Por isso, nos tempos bíblicos, uma pessoa era considerada mathetes quando se vinculava “a outra pessoa a fim de adquirir seu conhecimento prático e teorético”. E essa pessoa podia ser aprendiz num ofício, um estudante de medicina, ou um membro de uma escola de filosofia”. O importante era que alguém somente podia ser um mathetes na presença de um didaskalos, um “mestre” ou “professor”.4

Assim, a figura do discípulo se refere a alguém que segue a Cristo.5 É verdade que pode haver diversas maneiras de seguir a Cristo: uns podem ser seguidores mais contemplativos e filosóficos, enquanto outros podem ser seguidores mais ativos e dinâmicos. Todavia, uma ideia parecia ser clara e consensual entre os primeiros cristãos: Não devia haver diferença entre ser discípulo e ser cristão. Tanto isso é verdade que, em João, mathetes é frequentemente um termo empregado para ‘cristão’ (Jo 8:31; 13:35; 15:8)”.6 Se essa separação se estabelece (cristãos e discípulo), a prática do cristianismo fica comprometida. Assim, discípulo é um seguidor de Cristo, alguém comprometido com Ele. Enfim, podemos afirmar que “o discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno com base no modelo de Cristo e Seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros para que ensinem outros”.7

1. O autor do comentário é professor de Teologia no UNASP, Campus Engenheiro Coelho, na Graduação e na Pós-Graduação, na área de Teologia Sistemática. É mestre em Teologia, e mestre e doutor em Ciências da Religião. Atualmente faz Pós-Doutorado em Teologia Sistemática na Escola Superior de Teologia, São Leopoldo, RS.

2. Bill Hull, The Complete Book of Discipleship: On Being and Making Followers of Christ.
Colorado Springs, Colorado: NavPress, 2006, p. 32.

3. Lothar Coenen e Colin Brown, organizadores, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, p. 578. 

4. Ibidem, p. 581.

5. Bill Hull, The Complete Book of Discipleship, p. 33.
6. Lothar Coenen e Colin Brown, organizadores, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, p. 587.

Como bons discípulos e discipuladores, devemos estar em contato diário com a Sagrada Escritura, pois é dela que obtemos sabedoria e orientação para vivermos aqui neste mundo. Obviamente, isso exige parte de nosso tempo e de nosso intelecto. Afinal, estudar a Bíblia é bem mais do que apenas ler alguns versos por dia. Estudar a Bíblia implica em dedicar-lhe tempo, atenção e interesse, mergulhando em suas profundezes, longe da superficialidade que os dias de hoje nos impõem. A boa notícia é que é possível desenvolver um estudo empolgante da Palavra de Deus, sem grandes malabarismos ou exigências. Isso significa que o prazer do estudo aprofundado das Escrituras não é privilégio de teólogos e doutores, e sim de todo discípulo de Jesus Cristo.

E por falar no Mestre, que uso Ele fez das Escrituras? Qual era Seu nível de comprometimento com elas? É importante obter respostas a essas perguntas, afinal, Ele é nosso modelo.

O exemplo de Jesus Cristo

Toda a Bíblia testifica de Jesus Cristo. E não há nada – nem mesmo questões cronológicas, sacrificiais, arquitetônicas, geográficas e genealógicas – que modifique esta simples verdade.8 Por isso, ler a Bíblia se torna mais proveitoso e eficaz quando o fazemos tendo o exemplo de Cristo como perspectiva.

Todavia, mais do que apenas olhar como Cristo usava as Escrituras, é necessário considerar o fato de que Ele “é o foco primário de toda a Bíblia”.9 Ou seja, como discípulos precisamos ter Jesus como exemplo tanto como significado quanto como significante; o Alvo das Escrituras, e o Intérprete delas.

Vemos isso claramente em Lucas 4:1-12 e 16-21. O registro mostra Jesus Cristo usando a Bíblia como ferramenta de defesa e de exortação, mediante a explicação dela; é o Jesus Intérprete. Mas também mostra-O apontando a Palavra a Ele próprio – “Hoje se cumpriu esta Escritura aos vossos ouvidos” (v. 21); é o Jesus alvo das Escrituras.  

7. Keith Phillips, A Formação de um Discípulo, 2a edição. São Paulo: Vida, 2011, p. 20.

8. Michael Williams, How to Read the Bible Through the Jesus Lens, Grand Rapids, MI: Zondervan, 2012, p. 9.

9. Graeme Goldsworthy, Christ-Centered Biblical Theology – Hermeneutical Foundations and Principles, Downers Grove, Illinois: IVP Academic, 2012, p. 19. 

E se Jesus Cristo fez uso das Escrituras, é porque – entre outras razões – Ele entendia que a Palavra é confiável. Entretanto, em pleno século 21 nos deparamos com uma pergunta inquietante, que nos leva ao próximo item:

Podemos ainda confiar na autoridade das Escrituras?

A esta altura, convém refletir sobre uma questão fundamental em nossos dias: a confiabilidade e relevância das Escrituras Sagradas em nossos dias. “Em nossa cultura, que muitos chamam de ‘pós-moderna’, os entendidos no assunto afirmam que as pessoas não se interessam pela verdade, e menos ainda por textos de linguagem categórica como a Bíblia”.10 Em grande medida, essa percepção surge em decorrência da compreensão de que a linguagem deve ser entendida como um jogo com suas respectivas regras. O responsável por sistematizar esse entendimento da linguagem foi o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein, o qual afirmou que “a linguagem disfarça o pensamento a tal ponto que, da forma exterior da roupagem, não é possível inferir a forma do pensamento subjacente”.11 Ou seja, não pode haver interpretação específica, particular, porque não conhecemos a ideia matriz.

Quando aplicada à Bíblia, a compreensão da linguagem como um jogo com suas respectivas regras obviamente diminui e até contesta sua relevância e confiabilidade, pois “o contexto do leitor é que determina a interpretação do texto”.12 Assim, as pessoas dizem com muita facilidade e segurança: “O que a Bíblia diz foi importante para as pessoas e a época em que ela foi escrita. Mas os tempos mudaram; precisamos reinterpretá-la”.

Outro pensamento que subjaz à perda da confiabilidade e relevância da Bíblia é o que o pensador francês Jean-François Lyotard chama de “falência das metanarrativas”, que consiste na negação da existência de uma cosmovisão universal, de um discurso estrutural que dê sentido à vida.13 E como a Bíblia está no fundamento de uma metanarrativa, então ela deve ser rejeitada, juntamente com seus ensinos totalitaristas. No máximo, dizem alguns, a Bíblia deve ser considerada uma coleção de mitos, mas que pouco ou nada dizem a respeito da realidade atual. Assim, nega-se a história abrangente e universal proposta pelo cristianismo e, claro, pela Palavra de Deus. O curioso é que “a única exceção a esta negação de histórias abrangentes é a ideia abrangente de que não existem ideias abrangentes!”14

10. Amy Orr-Ewing, Por que confiar na Bíblia? Respostas a Dez Perguntas Difíceis, Viçosa, MG: 2008, p. 13, 14.

11. Ludwig Wittgenstein, Tractatus logico-philosophicus, São Paulo: EDUSP, 19993, 4.003.

12. Amy Orr-Ewing, Por que confiar na Bíblia?, p. 19.

13. Jean-François Lyotard, A Condição Pós-Moderna, São Paulo: José Olympio, 2002.

14. Amy Orr-Ewing, Por que confiar na Bíblia?, p. 20.

De modo que o cristão deve estar preparado para dialogar com aqueles que, considerando-se pós-modernos, relativizam tudo, especialmente a verdade, considerando-a anti-intelectual. Diante da afirmação de que tudo é relativo, de que tudo depende do contexto, alerte as pessoas de que, caso queiram aplicar esse raciocínio às Sagradas Escrituras, devem também aplicá-lo à sua afirmação. Ou seja, se tudo é relativo, logo, essa própria afirmação é relativa. Além do mais, com os avanços recentes da arqueologia, podemos afirmar categoricamente que a Bíblia é confiável no seu conteúdo e verídica em sua história. E também é eficaz no seu poder de transformar aquele que a lê e obedece às suas palavras.

A confiabilidade das Escrituras

Embora algumas pessoas possam duvidar da veracidade da Palavra de Deus, Ela é suficientemente confiável a ponto de satisfazer a curiosidade de todo pesquisador sincero. Veja a seguir alguns “testes” nos quais a Bíblia passa tranquilamente:

Teste da autenticidade: A Bíblia reivindica ser a Palavra de Deus. Isso é facilmente comprovado quando notamos que os profetas do Antigo Testamento empregam 130 vezes a expressão “veio a mim a Palavra do Senhor” e centenas de vezes a expressão “assim diz o Senhor”. Acima de tudo, é Deus quem dá à Bíblia o status de “Palavra de Deus”.

Teste da relevância: A mensagem da Bíblia é indispensável e necessária. Mostra nossa origem e nosso destino. Apresenta a resposta para nossos anseios.

Teste da coerência: A Bíblia é coerente em suas páginas. É harmoniosa mesmo tendo sido escrita por cerca de 40 escritores num espaço de 1.600 anos. Assim sendo, temos que admitir a existência de um único Autor dirigindo seus muitos escritores.

Teste da veracidade: A Bíblia não mente quando apresenta fatos históricos ou doutrinários, nem mesmo quando relata um milagre ou parábola. Ela é sempre verdadeira, conforme têm demonstrado os últimos achados arqueológicos.

Teste da sobrevivência: Devemos convir que a Bíblia tem uma proteção especial, pois nenhum livro foi tão analisado, discutido, ridicularizado, maltratado e perseguido quanto ela. Todavia, ela está intacta em pleno século 21!

Teste do conhecimento: A Bíblia prediz o futuro sem errar, pois Seu Autor conhece o passado, o presente e o futuro.

Teste do reconhecimento: Jesus, os apóstolos e os pais da Igreja validaram a Bíblia, aceitando-a como a Palavra de Deus.

Teste do poder: A Bíblia tem o poder de operar mudanças. Outros livros informam, mas ela transforma. Nela, as pessoas encontram ajuda do Céu para vencer uma vida de pecado e derrota. A melhor prova da confiabilidade da Bíblia é o fato de ela ter transformado milhões de pessoas.

A NECESSIDADE ATUAL DAS ESCRITURAS

Por ter Jesus confiado na autoridade das Escrituras, então Ele a proclamava claramente, fosse no âmbito pessoal ou no âmbito público. Afinal, é proclamando-a que se dá oportunidade para que as pessoas conheçam e pratiquem suas orientações. Assim, não há dúvida de que Jesus Cristo considerava as Escrituras fundamentais para Seus dias. Mas, seriam elas fundamentais para nossos dias?

A resposta a essa pergunta é um sonoro sim! Um exemplo claro disso está em Atos 15, que retrata a vida da Igreja após a ascensão de Cristo. Nesse texto vemos que a consideração para com a Revelação era evidente nos concílios da Igreja; as Escrituras tocavam todos os aspectos da vida da igreja primitiva.

Como afirmam Howard e William Hendricks, a Bíblia não é opcional, mas essencial. E sua necessidade pode facilmente ser percebida em três direções.

1. O estudo da Bíblia é essencial para o crescimento

De acordo com o apóstolo Pedro, o estudo da Palavra proporciona crescimento. Assim ele se expressa em 1 Pedro 2:2: 

Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação (NVI).

Do verso citado acima, três palavras devem ser destacadas. A primeira é como, que indica atitude. Para o recém-nascido, buscar o peito da mãe ou a mamadeira é algo natural, necessário para o sustento físico. De igual modo, diz o apóstolo, o cristão precisa desenvolver a atitude natural de buscar, querer, o Livro Sagrado, para o sustento espiritual.

A segunda palavra que merece ser destacada é desejem, que indica vontade e apetite; mais do que isso: é “anelar”, “desejar muito”, atribuindo-lhe um sentido intensivo. Assim como a criança deseja alimentar-se do leite materno, o cristão se alimenta-se das Escrituras, e o faz com desejo intenso, sabendo que assim ele crescerá à estatura de Cristo.

Em terceiro lugar, destaco a expressão para que, a qual indica alvo, objetivo. No entender do apóstolo, o objetivo é o crescimento para a salvação. É importante notar que o texto sagrado não diz que o alvo de se alimentar da Palavra é conhecer, mas crescer. Certamente, não podemos crescer sem conhecer as Sagradas da Escrituras, embora possamos conhecê-las e não crescer. Como? Há pessoas para quem a Bíblia é apenas uma fonte de curiosidade. O resultado é que essas pessoas se tornam pecadores esclarecidos, nada mais do que isso. Já outras pessoas encaram a Palavra como normativa, e recebem a Cristo como o Salvador. O resultado é que essas pessoas crescem à estatura do Salvador.2. O estudo da Bíblia é essencial para a maturidade espiritual

Além de ser essencial para o crescimento, a Palavra de Deus tem outro papel fundamental na vida do cristão, conforme explicado pelo apóstolo Paulo em Hebreus 5:11-14:

Quanto a isso [Cristo], temos muito que dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês se tornaram lentos para aprender. De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da Palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal (NVI).

O escritor bíblico afirma que tem muito conteúdo a comunicar, mas que é difícil explicá-lo, e a dificuldade não ocorre por problemas no processo da revelação. Não! As dificuldades surgiram devido à lentidão do aprendizado dos receptores da mensagem. Então, a palavra-chave nesta passagem é tempo: com o passar do tempo os filhos de Deus precisam sair da imaturidade para a maturidade, do leite para o alimento sólido. E como essa maturidade pode ser discernida? Pela aptidão para discernir tanto o bem quanto o mal. Assim, a “marca da maturidade espiritual não quanto nós sabemos, mas quanto nós usamos. No reino espiritual, o oposto de ignorância não é conhecimento, mas obediência”.

3. O estudo da Bíblia é essencial para a eficácia espiritual

O terceiro benefício espiritual decorrente do estudo da Bíblia é apontado no livro de 2 Timóteo 3:16-17:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra (NVI).

O apóstolo Paulo escreveu da perspectiva hebraica de educação. Neste sentido, sua compreensão de ensino e aprendizado não estava ligada meramente ao conhecimento ou preparo intelectual da vida humana. Obviamente, esses elementos eram considerados importantes, mas o alvo final do processo educacional era uma vida espiritual eficaz, percebida por um comportamento santo e um estilo de vida que refletisse a ação de Deus na vida, transformando-a.

Conclusão

O estudo desta semana nos conscientiza a respeito da importância das Escrituras para o desenvolvimento do discipulado. Percebemos em nosso estudo que a Bíblia é um livro singular, e essa unicidade aponta para sua origem divina. A singularidade das Escrituras pode ser verificada em pelo menos quatro aspectos:

- Primeiro, ela é singular em sua produção. Sendo um só livro, é, contudo, formada de vários livros. Além disso, não é meramente uma coleção de histórias, cartas ou poesias. É uma perfeita unidade, progressiva e harmoniosa, girando sempre em torno de um assunto e uma pessoa: a salvação em Jesus. E, diferenciando-se abissalmente de qualquer outro livro, a Bíblia foi escrita em aproximadamente 1500 anos, em três idiomas diferentes, em três continentes diferentes e por autores fantasticamente diversos, dentre os quais um construtor de tendas, um médico, dois carpinteiros, dois pescadores, alguns reis, um oficial da nobreza etc.

- Segundo, ela é singular em sua preservação. Provavelmente seja o livro mais perseguido de toda a história do mundo. De fato, muitos tentaram proibi-la e destruí-la; mas seus esforços foram inúteis. Ela é uma bigorna que tem esmiuçado muitos martelos.

- Terceiro, ela é singular em suas proclamações. Na época de sua escrita, mais de um quarto de seu conteúdo era profético, a maior parte tendo já se cumprido com espantosa precisão. Seus temas abrangem desde o Céu até o inferno, do bem ao mal, do Criador à criatura, do passado ao futuro, passando pelo presente.

- Finalmente, ela é singular pelo seu resultado. Como nenhum outro livro, a Bíblia influenciou e influencia profundamente a cultura, o pensamento e a história do mundo, modelando a arte, música, moralidade, oratória, lei, política, filosofia e literatura. Além de influenciar pessoas, é claro.

- Diante de um livro tão especial – dádiva do Céu à Terra – o que podemos fazer?

Temos apenas uma alternativa correta: estudá-la, amá-la e seguir seus preceitos.

Essa deve ser nossa postura como autênticos discípulos de Jesus Cristo.


 Fonte: Casa Publicadora Brasileira (http://www.cpb.com.br/)



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