sábado, 18 de janeiro de 2014

ES - Lição 3 - Discipulado e oração – 1º Trim, 2014




Lição 3 - Discipulado e oração

11 a 18 de janeiro





Sábado à tarde

Ano Bíblico: Gn 34–36 

VERSO PARA MEMORIZAR:

"Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em Mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que Tu Me enviaste" (Jo 17:20, 21).


Leituras da Semana:

Dn 9:2-19; Mt 14:22, 23; 26:36; Jo 17:6-26; Hb 2:17; 1Pe 4:7

Não importa o que fizermos para salvar pessoas, sejam quais forem os programas evangelísticos que criarmos, devemos orar fervorosamente por aqueles que procuramos alcançar. Isso está no centro da vida do cristão, e de modo especial na vida do cristão que deseja formar novos discípulos. Que mudanças poderosas poderiam ocorrer se a oração constante e fervorosa estivesse no centro da nossa metodologia ao buscarmos fazer e manter discípulos!

"Apeguem-se os obreiros às promessas de Deus, dizendo: 'Tu prometeste: 'Pedi e recebereis' (Jo 16:24). Eu preciso que esta pessoa se converta a Jesus Cristo.' Solicitem orações em favor das pessoas por quem vocês trabalham; apresentem-nas perante a igreja como objetos de súplica. [...]

"Escolham alguém, e alguém mais, buscando diariamente a orientação de Deus, em Suas mãos depondo tudo em fervorosa oração, e trabalhando na sabedoria divina" (Ellen G. White, Medicina e Salvação, p. 244, 245).


Domingo

Ano Bíblico: Gn 37–39 

Compaixão provada pelo tempo

Frequentemente, a oração assume uma postura egocêntrica. Os cristãos apresentam suas listas de desejos diante de Deus, na esperança de obter o que pedem. Ainda que tenhamos sido orientados a colocar nossas petições diante de Deus, às vezes, nossos motivos não são puros. Afinal, nosso coração não é corrupto, perverso e enganoso? Nossas orações não poderiam, às vezes, simplesmente refletir o pecado que está dentro de nós?

No entanto, a oração de intercessão se concentra nas necessidades de outra pessoa, eliminando assim a possibilidade de motivação egoísta. Ao longo da história, as orações de intercessão representaram as mais altas expressões do discurso espiritual. Não sendo contaminadas pelo desejo de satisfação pessoal, essas conversas demonstram abnegação, compaixão e ardente desejo de salvação para os outros.

1. Leia Daniel 9:2-19. O que afligia Daniel? Qual é o papel da confissão nessa oração? Por causa da idade avançada, Daniel provavelmente não se beneficiaria da restauração de Jerusalém. Por isso, o que motivou sua oração?

Setenta anos se haviam passado desde que Jeremias tinha declarado a profecia mencionada por Daniel (Dn 9:2). Depois de tantos anos, os amigos de Daniel em Jerusalém provavelmente já haviam morrido. A restauração de Jerusalém também não resolveria a situação pessoal do profeta. Nada na oração de Daniel sugere preocupações egoístas. O antigo profeta implorou expressamente a respeito do futuro da nação judaica exilada e acerca da reputação do próprio Jeová. A ampla confissão precedeu seus pedidos. Na confissão, Daniel incluiu a si mesmo entre os desobedientes. O profeta não queria presumir a própria inocência. Ele assumiu a responsabilidade, enquanto estivesse buscando principalmente a restauração, a fim de beneficiar os outros.

Pense na sua vida de oração: pelo que você ora, por que e para quem. Sua oração demonstra a morte para o eu? Como você pode aprender a ser menos egocêntrico em suas orações? Como suas orações podem ser menos egoístas, mesmo quando você ora por si mesmo?

Segunda

Ano Bíblico: Gn 40–42 

Tempo para oração

Pense no real significado da oração: seres humanos pecadores, dignos de morte, podem ter comunicação direta e instantânea com o Criador do Universo, nosso santo Deus.

Além disso, quando Deus em Cristo Se revestiu da humanidade, aceitando as limitações humanas, Ele também sentiu necessidade da oração. Embora não estivesse diante do Pai na mesma condição dos pecadores, Jesus como ser humano ainda sentiu necessidade da oração.

2. Leia Mateus 14:22, 23; 26:36; Marcos 1:35-37; Lucas 5:15, 16; 6:12, 13. O que caracterizava as orações de Jesus? Descreva as circunstâncias que envolveram as orações de Jesus. Que lições podemos aprender com a frequência, locais e tempo das orações dEle?

Cristo certamente exemplificou a vida de oração que Ele prescreveu a Seus discípulos. De manhã, à tarde, antes e depois da pregação, sempre que possível, Jesus orava. Em jardins, montanhas e lugares solitários em que não houvesse distrações, Jesus orava. Separado da presença do Pai fisicamente, Jesus a Ele Se unia espiritualmente por meio da oração. O "sangue" espiritual de Cristo corria através da artéria espiritual da oração. Deveriam os modernos seguidores de Cristo, enfraquecidos pelas tendências pecaminosas, sufocados por preocupações mundanas, frustrados pelas próprias falhas, ficar satisfeitos com algo menos do que uma vida de oração semelhante à de Jesus?

"A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que seja necessário, a fim de tornar conhecido a Deus o que somos; mas sim para nos habilitar a recebê-Lo. A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele" (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 93).

Leia Marcos 11:22-26; Lucas 11:13; João 14:12-14. Como devemos entender essas promessas sobre a oração? Você já experimentou essas promessas? Já aprendeu a lidar com as frustrações, quando Deus não responde suas orações do jeito que você espera?

Terça

Ano Bíblico: Gn 43–45 

Ensino para todos os tempos

A oração liga miraculosamente pessoas finitas ao Criador infinito. A oração é um adesivo espiritual. Ligados ao Pai celestial, os cristãos transcendem sua natureza terrestre e tendências pecaminosas. Essa transformação os separa do mundo. Se Satanás conseguisse transformar a oração em algo egocêntrico, roubando assim seu potencial para nossa transformação, seríamos grandemente prejudicados e nosso testemunho seria frustrado.

3. Leia Mateus 6:7, 8; 7:7-11; 18:19, 20. O que esses versos nos ensinam sobre a oração?

O cristão sincero confia na capacidade divina de honrar Suas promessas. Jamais alguém apresentou um pedido que intimidou Deus. Sua autoridade é ilimitada, Sua força é incomparável. O povo de Deus se aproxima dos portais do Céu com fé no Senhor, crendo que Ele fará o que é melhor para nós, mesmo que não possamos perceber isso no momento da nossa súplica. Fé não é simplesmente confiar no que podemos ver. Verdadeira fé é confiar em Deus quando não podemos ver o resultado que desejamos e antecipamos (Hb 11:1-7). Sem dúvida, enquanto você servir ao Senhor, enquanto andar pela fé, terá que confiar em Deus, mesmo quando não perceber as coisas acontecendo como você esperava ou orava a respeito. Mesmo uma rápida leitura da Bíblia mostrará que você não está sozinho.

4. Leia Mateus 6:9-15; 26:39. O que esses versos nos ensinam?

A confiança não deve ser confundida com arrogância ou insolência. Aproximar-se do trono de Deus com confiança não envolve nenhum senso de direito. O comportamento do cristão é caracterizado pela ousadia e humildade. No Getsêmani, Cristo declarou claramente Sua preferência, mas concluiu: "Não seja como Eu quero, e sim como Tu queres". Além da entrega completa, o espírito de perdão é outra indicação de humildade. Nós mesmos, tendo recebido tão grande perdão, devemos fazer o mesmo com os outros.

Você está com ódio de alguém, achando difícil perdoar? Ore por essa pessoa. Peça que Deus o ensine a perdoar. Com o tempo, o que deverá acontecer?





Quarta

Ano Bíblico: Gn 46, 47 

A guerra do Revolucionário

Cristo era a personificação da perfeição, ou seja, todas as perfeições divinas foram reveladas nEle. Houve alguém mais compassivo do que Cristo? Houve alguém que desejou aliviar o sofrimento humano com mais intensidade do que Jesus?
Qual é a relação da compaixão e intercessão de Cristo com o discipulado?

5. Leia Lucas 22:31, 32; João 17:6-26; Hb 2:17. Como a identificação de Jesus com a humanidade influenciam Suas orações de intercessão? Quais são os objetivos das orações de Cristo?

Jesus poderia interceder eficazmente em favor dos Seus discípulos porque estava ativamente envolvido na vida deles, os compreendia completamente e desejava o seu bem. Hoje, a intercessão eficaz exige as mesmas coisas. Os formadores de discípulos do século 21 descartarão atividades demoradas que interfiram em seu relacionamento com os perdidos. Ganhar dinheiro, alcançar fama e até mesmo a excelência educacional devem se tornar subservientes ao objetivo maior da redenção dos perdidos. Essa é uma importante verdade que facilmente passa despercebida, porque estamos muitas vezes envolvidos na rotina diária da vida.

Jesus Se dedicou aos discípulos. Ele os visitava na casa deles, tornava-Se familiarizado com seus parentes, passava tempo de lazer em sua companhia, e trabalhava ao lado deles. Nada significativo para a vida deles escapava à Sua observação. Fazer discípulos hoje exige mais do que distribuição de folhetos e argumentação bíblica incontestável. Orar com consciência solidária em relação às aflições dos outros, e com grande desejo de aliviar esse sofrimento, ainda é o padrão da oração de intercessão na eficaz formação de discípulos.

Embora possa soar estranho, há muita verdade na seguinte afirmação: "As pessoas não se importam muito com o que você sabe até que saibam o quanto você se importa."






Quinta

Ano Bíblico: Gn 48–50 

Compaixão reproduzida em todos os tempos

A mais sincera oferta de louvor é imitação. Os primeiros discípulos de Cristo imitaram a vida de oração do Mestre. Naturalmente, eles oraram por segurança pessoal, por suas necessidades diárias e por orientação espiritual individual. No entanto, a oração de intercessão tornou-se componente importante de seu discipulado.

6. Leia Atos 1:13, 14; 1 Timóteo 2:1-4; Tiago 5:13-16; 1 João 5:16; Judas 20-22; 1 Pedro 4:7. Qual foi o papel da oração na igreja primitiva? Por quais situações eles oraram? O que podemos aprender com esses exemplos?

A constante oração sustentou a igreja primitiva. Sempre que Paulo viajava com propósitos missionários, ele era comissionado por meio da oração (At 13:3; 14:23). Mesmo as despedidas eram envolvidas em oração (At 20:36; 21:5). Frequentemente suas orações assumiam a forma de intercessão. Eles oravam pelos líderes do governo, pelos irmãos e por todos! Paulo intercedeu pelo pai de Públio, homem principal da Ilha de Malta, que sofria de disenteria. Mesmo quando Estêvão estava morrendo, ele intercedeu por seus assassinos. Dificilmente poderia haver exagero ao destacar a centralidade da oração entre os primeiros cristãos. As Escrituras dizem que a oração agrada a Deus porque Ele deseja a salvação para todos e busca promover a verdade. Mediante a oração, combinada com o ensino apostólico, pregação fervorosa, milagres e relacionamento de amor, a igreja primitiva rapidamente se multiplicou. Apesar da perseguição vigorosa, o cristianismo envolveu o império. Milhares e milhares de pessoas aceitaram o evangelho. Vidas transformadas brilharam como luzes vivas do palácio de César para lugares desconhecidos.

Quanto tempo você dedica à oração de intercessão? Quanto tempo mais você deveria passar nesse tipo de oração?










Sexta

Ano Bíblico: Gn 31–33 

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 126: "Um Movimento de Reforma"; Medicina e Salvação, p. 244, 245: "Fé Viva".

"Aquele que nada faz além de orar em breve abandonará essa prática; suas orações acabarão se tornando uma formalidade rotineira. Quando as pessoas se afastam da vida em sociedade e ficam distantes da esfera do dever cristão, deixando de levar sua cruz; quando deixam de trabalhar de maneira dedicada pelo Mestre, Aquele que por elas Se entregou, acabam perdendo o objetivo essencial da oração e o estímulo à devoção. Suas orações se tornam pessoais e egoístas. Não conseguem orar em favor das necessidades dos outros nem pelo estabelecimento do reino de Cristo, suplicando forças para o trabalho" (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 101).
Perguntas para reflexão

1. A ausência da oração intercessória impede o crescimento da igreja?Como uma vida de oração intercessória estimula a atividade de fazer discípulos?

2. O que os membros devem fazer em favor daqueles por quem oram, além das orações particulares? Como os membros podem construir relacionamentos com os vizinhos, parentes e colegas de trabalho? As orações pelos outros devem ser acompanhadas por esforços constantes para sermos amigos deles?

3. Que passos os cristãos devem dar para experimentar uma dinâmica vida de oração? Qual é a relação entre a bem-sucedida formação de discípulos e a oração? A oração pode mudar as pessoas por quem oramos sem primeiro nos transformar? O assunto da oração é alterado quando amamos os perdidos? Qual é o impacto da santidade pessoal e da oração sobre a capacidade de compartilhar a verdade?

4. O que os cristãos podem fazer para ir além dos relacionamentos superficiais com seus semelhantes, a fim de que conheçam as necessidades específicas pelas quais devem orar?

Respostas sugestivas: 1. A aflição e ruína de Seu povo; Daniel confessou os pecados dele e da nação; suplicou perdão e restauração para seu povo; em sua idade, sua motivação era amor pelos compatriotas. 2. Orava sozinho, em meio à natureza; tinha amigos especiais de oração; passava muito tempo orando; orava de madrugada; apesar de ter muitas atividades, Jesus sempre saía para lugares reservados a fim de orar; Suas decisões eram resultado da oração. 3. Não devemos sempre repetir as mesmas palavras, mas abrir o coração a Deus como a um amigo; o que importa não é a quantidade de palavras, mas a qualidade; orar é bater, pedir e buscar, para que Deus abra, conceda e mostre Suas bênçãos. Deus atende às orações de grupos de pessoas unidos nos Seus propósitos. 4. A oração deve incluir louvor, confissão, súplica pela bênção divina e disposição em aceitar a vontade de Deus. 5. Jesus Se tornou humano para que pudesse ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote em favor dos Seus semelhantes; orava por eles, especialmente pelos que O seguiam e que O Pai Lhe havia dado; Jesus orou para que Sua Igreja fosse unida, assim como Ele era unido com o Pai e com a Igreja; só assim eles poderiam cumprir a missão de pregar o evangelho ao mundo. 6. A oração uniu e preparou a igreja para o cumprimento da missão; eles oravam pela sociedade em geral, para que tivessem vida tranquila e pudessem dar testemunho da verdade; oravam na alegria e tristeza; oravam pelos doentes e uns pelos outros; oravam pelos fracos na fé; precisamos ser criteriosos e sóbrios, para que sejamos perseverantes e sábios na oração.


Auxiliar - Resumo


Texto-chave: João 17:20, 21

O aluno deverá...

Saber: Que a oração é um ingrediente essencial no discipulado.

Sentir: A importância e a necessidade de oração, admitindo também que ela está envolvida em mistério.

Fazer: Cultivar uma atitude de oração que permeie sua vida diária.

Esboço

I. Conhecer: A oração não se trata apenas de "obter coisas".

A. Mencione alguns dos grandes heróis de oração na Bíblia. Nossos ideais sobre a oração refletem a experiência deles?

B. Que palavra você usaria para descrever a oração eficaz? Por que você escolheu essa palavra? O que ela diz sobre Deus?

II. Sentir: A oração eficaz não tem uma fórmula secreta.

A. Oração é comunicação com Deus, pura e simples. Que assuntos surgem com mais frequência em sua conversa com Deus? Por quê?

B. É importante para você saber que Deus Se preocupa com o que você se preocupa? Como você se sente ao saber que Ele ouve sua oração?

C. Por que é tão difícil dar a Deus a liberdade de responder às nossas orações em Seu próprio tempo?

III. Fazer: Orar sem cessar

A. Os grandes heróis de oração na Bíblia tinham Deus como uma realidade presente. Você cultiva essa realidade em sua vida?

B. Sua família, amigos, colegas de trabalho percebem que você é uma pessoa de oração?

Resumo: Há poder na oração. Não é que nós dizemos a Deus o que Ele deve fazer. É que, mediante a oração, pensamos e vivemos de acordo com Seus pensamentos.


Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: João 17:20, 21

Conceito-chave para o crescimento espiritual: A oração é um ingrediente essencial no discipulado. Ela envolve muito mais do que apenas "obter respostas".

Somente para o professor: A maioria das pessoas mantém uma série de equívocos sobre a oração. Elas a tratam como se fosse algum tipo de fórmula mágica que "obriga" Deus a fazer tudo o que pedimos a Ele. Outros acreditam que, se não recebem o que pedem, não estão se esforçando o suficiente na oração ou que sua experiência espiritual é de alguma forma deficiente. A lição desta semana vai mostrar que a oração respondida não é necessariamente um meio confiável para avaliar a condição espiritual de alguém.

Atividade de abertura: discussão

Peça que os alunos descrevam suas primeiras lembranças de experiências com a oração. Tais experiências podem incluir orações simples (por exemplo, "Agora eu me deito para dormir [...]"), envolver respostas notáveis à oração, ou envolver crises, nas quais sinceras preces parecem ter sido ignoradas. Procure oferecer um lugar seguro em que as pessoas possam compartilhar francamente sua experiência, sua fé e suas dúvidas.

Compreensão

Somente para o professor: É fácil simplificar a experiência de oração, deixando a impressão de que Deus "sempre" faz isso ou que Ele "nunca" faz aquilo. Na verdade, como veremos, a oração é uma das mais misteriosas atividades de Deus em nossa experiência. Devemos sempre orar, mas não devemos alegar crédito demais pelo que acontece quando oramos.

Comentário Bíblico

I. A oração de um justo

(Recapitule com a classe Dn 9:2-19.)

Entre os aspectos interessantes da oração de Daniel estão os seguintes: Primeiro, Daniel orou na primeira pessoa do plural. Isso é significativo porque muitas vezes, quando oramos pelos outros, não nos identificamos com eles. Mas a oração de Daniel foi: "Nós temos cometido pecado e somos culpados. Temos sido ímpios e rebeldes, e nos afastamos dos Teus mandamentos e das Tuas leis" (Dn 9:5, NVI, grifo acrescentado). Ainda que Daniel seja um dos poucos personagens da Bíblia sobre o qual nada negativo esteja escrito, ele ainda se identificou com seu povo que, sem dúvida, era culpado de todas as coisas mencionadas. Quando Daniel orou, não procurou colocar a culpa "neles"; em vez disso, usou os termos "nós" e "nos", e o verbo temos na primeira pessoa do plural. Ele se identificou totalmente com seu povo.

Depois que Daniel confessou seu pecado e o pecado de seu povo, ele exaltou a Deus em termos que reconheceram o poder majestoso de Deus. Usou palavras como "grande", "temível" (v. 4), "justo" (v. 7, NVI), "misericordioso", "perdoador" (v. 9, NVI). Em outras palavras, depois de confessar as deficiências dele e do povo, Daniel reconheceu que sua única esperança estava na misericórdia e perdão de um grande e justo Deus.

O pedido de Daniel foi simples e ao ponto: "Senhor, ouve! Senhor, perdoa! Senhor, vê e age!" (v. 19, NVI). Daniel não pretendeu dizer a Deus o que fazer. Ele apenas pediu que Deus agisse em favor de Seu povo.

Pense nisto: Embora sejamos ensinados a orar fervorosa e persistentemente, a oração de Daniel nos lembra de que devemos confiar na ação divina em nosso favor, da forma que melhor se ajuste aos Seus propósitos, não aos nossos. De que outros exemplos bíblicos de oração poderosa e eficaz você se lembra? Você já orou como Daniel? Qual foi o resultado? Por quê?


II. Orar sem cessar

(Recapitule com a classe Mc 1:35.)

O exemplo de Jesus Se levantando para orar enquanto ainda estava escuro, juntamente com o registro de que Ele muitas vezes passava noites inteiras em oração, levou alguns a pensar que Deus é de alguma forma honrado se sacrificamos o sono em favor de uma vida de oração mais intensa.

Mas em nenhum lugar (exceto, talvez, no Jardim do Getsêmani) Jesus deu a impressão de que há alguma virtude em colocar a oração no lugar das horas de descanso.

Dito isso, podemos nos lembrar de ocasiões em que estivemos tão sobrecarregados por situações e circunstâncias além do nosso controle, que dormir, e até mesmo comer, era praticamente impossível. Além disso, embora nossos fardos nos tivessem impedido de dormir, nossa única esperança esteve em nos apegarmos a Deus e orar como Jacó: "Não Te deixarei ir se me não abençoares" (Gn 32:26).

Se tem uma coisa que aprendemos com a luta prolongada de Jacó com o anjo, e com as longas e escuras horas da experiência de Cristo no Getsêmani, é o valor da persistência e perseverança na oração.

Pense nisto: A oração, como a salvação, é um assunto de fé, não de obras. Não oramos a fim de torcer o braço de Deus para que Ele nos dê o que pedimos, mas porque não podemos fazer mais nada (aonde mais poderíamos ir?). Quando você acha mais difícil orar? Como você supera essa dificuldade? Defina oração ao completar esta frase: Para mim, oração é _________________________________


III. Orar sem respostas

(Recapitule com a classe 2Co 12:7-10; Lc 22:39-44.)

Infelizmente, muitos cristãos, quando abrem o coração, dizendo que não recebem resposta às suas orações, são informados de que não têm fé suficiente, ou que oraram da forma "errada". Em outras palavras, se eles tivessem mais fé, ou se orassem corretamente, Deus seria obrigado a responder suas orações exatamente como desejaram.

Embora isso soe plausível na teoria, de fato, a oração não funciona assim. Oramos a um Deus totalmente sábio e amoroso, porque não podemos confiar em nós mesmos para pedir as coisas certas, ou mesmo para saber quais são as coisas certas.

O apóstolo Paulo mencionou "um espinho na [sua] carne, mensageiro de Satanás", enviado para atormentá-lo (2Co 12:7). Ninguém acusaria Paulo de ser incrédulo, entretanto, por mais que ele orasse por alívio, aparentemente Deus permitiu que o seu pedido ficasse sem resposta.

Com o benefício da retrospectiva, Paulo foi capaz de admitir que Deus sabia o que estava fazendo. "Então, Ele me disse: A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (v. 9). Paulo concluiu: "Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas [...] Pois, quando sou fraco é que sou forte" (v. 9, 10, NVI).

Outro exemplo de oração que aparentemente ficou "sem resposta" foi a oração de Jesus no Jardim do Getsêmani (Lc 22:39-44). Com o peso dos pecados de todo o mundo em Seus ombros, ninguém censuraria Jesus por implorar que Seu Pai removesse aquele fardo. Poderíamos até argumentar que o Pai removeu tal fardo, mas somente depois que Cristo venceu o pecado, mediante Sua morte e ressurreição.

Em vez disso, Jesus Se submeteu à perfeita vontade de Seu Pai e aceitou ser tratado de acordo com a exigência do plano da salvação. Embora Jesus tivesse suficiente "fé" para Se livrar da morte, Ele também tinha suficiente "fé" para seguir em frente e fazer Sua parte na salvação da humanidade.

Pense nisto: Será que é preciso mais fé para conseguir o que queremos ou para expor nosso caso diante de Deus e aceitar o que Ele oferece, com base em Sua perfeita vontade?

Questões para discussão:

1. Você prefere adorar um Deus que pode ser persuadido a responder nossas orações, de qualquer maneira? Ou prefere acreditar em um Deus que responde as orações de tal forma que, às vezes, só entenderemos plenamente na eternidade?

2. Que personagem bíblico, texto, promessa, etc., tem influenciado mais sua compreensão da oração como disciplina espiritual?

Aplicação

Somente para o professor: O assunto da oração é complexo e, além disso, também pode ser uma fonte de culpa. Embora algumas pessoas, ao que parece, estejam sempre prontas para compartilhar histórias sobre alguma resposta incrível à oração, para outras uma resposta verdadeira à oração é rara. Por essa razão, esse assunto deve ser apresentado com muita sensibilidade.

Aplicação

Quando Paulo instruiu os santos em Tessalônica a "[orar] sem cessar" (1Ts 5:17), Ele não estava dizendo que eles tinham que ficar continuamente ajoelhados. Ele estava dizendo que o coração e a mente deles deviam estar sempre em atitude de oração.

Atividade

Peça que os alunos compartilhem experiências sobre lugares inusitados ou formas incomuns que eles encontraram para orar "sem cessar".
1. Simplificando, a oração é comunicação, tanto falar quanto ouvir. Deus tem falado com você? O que Ele disse?

2. Como você sabe quando está orando "satisfatoriamente"?

Criatividade e atividades práticas

Somente para o professor: O sucesso de uma vida de oração nada tem que ver com a quantidade de "respostas" que se recebe ou com aquilo que se recebe fisicamente como resultado da oração. O sucesso é medido mais pela qualidade da nossa comunicação com Deus, tanto falando com Ele quanto ouvindo Sua voz.

Atividade

Distribua para cada aluno um pedaço de papel. Peça que cada um classifique sua vida de oração numa escala de 1 a 10, e escreva o número no papel, sem mostrar o papel a ninguém. Peça que o aluno dobre o papel e o coloque em uma caixa ou outro recipiente.

Misture os pedaços de papel. Em seguida, peça que os alunos reflitam silenciosamente sobre o que precisa melhorar em sua vida de oração (por exemplo, necessidade de orar mais, ter fé mais profunda, etc.).

Finalmente, retire os papéis do recipiente, um por um, lendo cada número sem fazer qualquer comentário. Depois que todos os números forem lidos, conclua a lição, orando para que os alunos tenham uma nova experiência com Deus, como resultado de uma vida de oração mais significativa.

Planejando atividades: O que sua classe de Escola Sabatina pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


COMENTARIO SEMANAL


Ampliação

INTRODUÇÃO

“Pedi a Deus” é uma oração tocante. Provavelmente, seu conteúdo, de alguma forma, reflita nossa experiência de vida.

PEDI A DEUS...

Eu pedi a Deus para remover meu orgulho, e Deus disse "Não". Ele disse que não era tarefa apenas dEle, mas que era para eu abrir mão para a atuação de Seu Espírito em mim.

Eu pedi a Deus para que meu irmão paraplégico fosse uma criança normal, e Deus disse "Não". Ele disse que em breve nosso corpo será transformado; o corpo atual é apenas temporário.

Eu pedi a Deus para me dar paciência, e Deus disse "Não". Ele disse que paciência é resultado de abnegação e de tribulação, e que deveria ser conquistada aos poucos.

Eu pedi a Deus para me dar felicidade, e Deus disse "Não". Ele disse que me dá bênçãos e segurança. Felicidade depende de minha atitude de espírito.

Eu pedi a Deus para dividir minha dor com Ele, e Deus disse "Não". Ele disse que o sofrimento nos afasta das coisas mundanas e nos deixa mais perto dEle.

Eu pedi a Deus tudo para desfrutar a vida, e Deus disse “Não”. Ele disse que era melhor me dar a vida para desfrutar de tudo.

Eu pedi a Deus para ser forte a fim de executar grandes projetos, e Deus disse “Não”. Ele disse que me conservaria fraco para que eu fosse humilde.

Eu pedi a Deus riqueza, para ter de tudo, e Deus disse “Não”. Ele disse que era melhor eu não ter riquezas, pois assim – quem sabe – eu não seria egoísta.

Sabe de uma coisa? Mesmo não tendo tudo o que pedi, recebi muito mais do que eu esperava.

***
A oração é a maneira que temos de conversar com Deus. Nesse diálogo, vamos conhecendo aos poucos o Deus a quem seguimos e amamos. E, conforme revelado na oração acima, nesse processo nem sempre temos ou recebemos o que queremos. Afinal, como disse o teólogo e filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard, “a função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora”.

TEMPO E DISPOSIÇÃO PARA A ORAÇÃO

Algum tempo atrás, o jornal norte-americano Chronicle of Higher Educationpublicou a história de uma adolescente que enviou três mil mensagens de texto num único mês.
Isso significa que ela enviou em média cem mensagens por dia, ou cerca de uma mensagem a cada dez minutos do tempo em que esteve acordada. Isso significa também que essa adolescente nunca ficou sozinha por mais de dez minutos. Melhor dito: nunca ficou sozinha consigo mesma, nunca ficou sozinha com seus pensamentos, nunca ficou sozinha com seus sonhos, nunca ficou sozinha com suas esperanças. Sempre esteve com alguém, virtualmente. Durante o mês em que esteve intensamente acompanhada virtualmente, essa adolescente deve ter se esquecido de como é viver sem a presença de outros, pois ela vivia em função dos outros. Ela não sabia o que significa ficar sozinha consigo mesma.2

Creio que a experiência dessa garota não é única. Muitos adolescentes, jovens e adultos – homens e mulheres – não sabem e nunca experimentaram o que é estar a sós consigo mesmo, estar a sós consigo mesma. Sabe por quê? Porque hoje somos condicionados a interagir o tempo todo, a estar o tempo todo em companhia de alguém. Muitos não conseguem se desligar do celular, do iphone, do ipod, da internet.

A dependência do ruído que vem de um aparelho portátil, canalizado direto aos ouvidos mediante um fone, aprofunda o vazio que muitas pessoas sentem. Porque na verdade o que se tem no ouvido não é uma companhia, mas apenas um ruído. O mesmo ocorre com a conexão virtual online. Cria-se a ilusão de que nunca estamos sós, pois temos uma lista imensa de amigos ou seguidores, com os quais podemos fazer contato o dia inteiro, sete dias por semana.

Entretanto, fugindo da solidão, adolescentes e jovens deixam escapar a solitude. Sabe o que é solitude? É o momento sublime em que você está com você mesmo, você mesma, para poder pensar, refletir, criar, meditar. E é isso que dá sentido à nossa vida, pois somos seres pensantes.

Isaías 1:18 afirma: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor”. Salmo 119:148 afirma: “Os meus olhos antecipam-se às vigílias noturnas, para que eu medite nas Tuas palavras”. Arrazoar e meditar: esses são dois exercícios espirituais que todo cristão precisa praticar. Arrazoar é dialogar com calma, com profundidade, com argumentos. Meditar é considerar, refletir, pensar.

E como isso é possível? Somente é possível quando temos tempo e disposição para a oração pessoal. Somente é possível quando aprendemos a ficar a sós com nós mesmos e com Deus. Somente é possível quando arrancamos o fone dos ouvidos, quando nos desconectamos do bate-papo secular e entramos em sintonia com Deus, com calma, com paciência, como quem espera um encontro especial.
Tempo e disposição para orar a Deus está em direta oposição à correria que muitos vivem no dia a dia. Assim, precisamos separar diariamente um tempo específico para a oração, bem como cultivar disposição para ficar conectado com Deus 24 horas por dia. Sei que esse é um enorme desafio, pois o mundo dá cada vez menos importância a Deus. Em relação a Deus, o mundo está off-line.

O QUE A ORAÇÃO NÃO É

Às vezes, é proveitoso entender algo por aquilo que esse algo não é. Vamos fazer isso com a oração a fim de entendê-la um pouco melhor.3

Em primeiro lugar, oração não é mágica, uma espécie de palavra ou gesto que garante o resultado que esperamos. Quando reduzimos a oração a uma simples mágica, trivializamos Deus, criamos uma imagem e conceito caricato de Deus. Quando Jesus Cristo nos ensinou que, se pedíssemos em Seu nome, Ele atenderia ao nosso pedido (Jo 14:13), Ele certamente estava falando de algo muito mais profundo do que apenas fórmulas ou receitas que, como num passe de mágica, produzem um resultado. Ele estava falando de Seu caráter como padrão e referência para a oração eficaz.

Além disso, a oração não é algo que depende de um comportamento extra, melhor, nem de uma espiritualidade extra. Não é algo que depende de nós. A Bíblia é clara em afirmar que, na face da Terra “não há um justo sequer” (Rm 3:10). Ao contrário, a bondade de Deus depende exclusivamente de Sua graça (Ef 2:8).

Em terceiro lugar, a oração não é algo que pode ser facilmente compreendido. De fato, não podemos sistematizar, prever nem condicionar o modo de Deus trabalhar (Jo 3:8). Podemos até partilhar com Deus nossas expectativas quando às nossas orações, mas Seu modo de responder depende de Seu poder, Sua criatividade, Sua vontade. Como diz Ellen G. White, “nosso Pai celestial tem mil maneiras de nos prover as necessidades, das quais nada sabemos. Os que aceitam como princípio dar lugar supremo ao serviço de Deus verão desvanecidas as perplexidades e terão caminho plano diante de si”.4

Conversar com Deus

O Dr. Bernard Lall alerta que muitas pessoas “consideram a oração um processo de mão única”.5 Devido a essa compreensão, trinta segundos ou um minuto de monólogo insosso são suficientes para começar ou terminar o dia. Afinal, orar é apenas dirigir a palavra ao Criador do Universo. Nada pode ser mais mentiroso do que este conceito da oração como processo de mão única.

Na verdade, a oração é um processo comunicacional de mão dupla, descrito amplamente por Davi: “De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã Te apresento a minha oração e fico esperando” (Sl 5:3). Dois aspectos podem ser destacados da expressão davídica a respeito da oração: falamos a Deus e Ele nos fala. Essa verdade foi também realçada pelo profeta Jeremias: “Invoca-Me, e te responderei” (33:3). Assim, a oração é uma conversa com Deus, que requer tempo e disposição. Mas, como ouvir a voz de Deus?

Ellen G. White afirma: “Faríamos bem se passássemos diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Devemos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito. Se queremos ser salvos afinal, temos que aprender aos pés da cruz a lição de arrependimento e humilhação”.6

Como ouvir a voz de Deus? Para essa pergunta a resposta é simples e direta: Precisamos dedicar tempo de qualidade e quantidade à oração; nesse processo, certamente nossa disposição será melhorada. Só assim teremos condição de discernir a voz de Deus.

O que conversar com Deus?

No processo de iniciar uma amizade com Deus, muitos cristãos enfrentam este dilema: “Não consigo orar durante muito tempo. Um ou dois minutos são suficientes; não tenho mais assunto para isso...”. Creio que esta é a realidade de muitas pessoas. O que fazer?

Como estudamos na Lição 1, no processo de formação e cultivo do discipulado, a Bíblia ocupa lugar fundamental. Então, sugiro que, além de tratar de questões particulares da vida, a oração deveria se sustentar num diálogo fundamentado na Palavra de Deus. E podemos fazer isso de diversas formas. Uma delas é fazer perguntas a Deus, e permitindo que o Espírito Santo nos responda mediante as Escrituras.

Vamos praticar isso: após ler o capítulo ou versículos escolhidos para seu culto pessoal, comece uma conversa com Deus fazendo-lhe as seguintes perguntas:

1. O que o Senhor está querendo me dizer neste texto que acabei de ler?

2. Por que o Senhor está me dizendo isso?

3. De que modo o ensinamento de hoje se aplica à minha vida?

4. Como posso praticar e incorporar à minha vida os ensinamentos que aprendi hoje na Sua Palavra?

As perguntas acima constituem os elementos de nossa conversa com Deus. E as respostas exigem raciocínio e tempo. Cuide para que as respostas não sejam meramente subjetivas, mas que se fundamentem no texto lido, e “traduzido” a nós pelo mesmo Espírito Santo que o revelou ao escritor bíblico. E lembre-se de que a oração é um processo comunicacional de mão dupla: falamos a Deus e Ele nos fala. Não permitamos que a oração seja tão rápida e apressada a ponto de deixarmos Deus, o nosso Criador, falando sozinho, enquanto Lhe damos as costas, porque não aprendemos a dar-Lhe tempo de qualidade e quantidade.

CONVERSAR COM DEUS A RESPEITO DOS OUTROS

“Pai querido. Quero falar ao Senhor com muita urgência. Mas hoje não quero falar de mim. Quero falar pelos outros. Sim, hoje quero falar em favor dos outros. Sabe a Miriam, minha vizinha? Ontem ela recebeu uma péssima notícia: a mãe dela está com câncer e ela está arrasada. O Senhor poderia...?”.

“Também quero falar do seu Antônio. Ele está desempregado, com três filhos para cuidar; o aluguel está atrasado, está faltando comida na casa dele. Eu já ajudei com uma cesta básica, mas não é suficiente; ela precisa de um emprego. Eu quero lhe pedir que...”.

Os dois exemplos hipotéticos acima são comumente chamados de oração de intercessão. Paulo ensinou a respeito disso em uma de suas cartas: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens” (1Tm 2:1).

O teólogo Bingham Hunter nos lembra de que fazer orações de intercessão em favor dos outros deveria ser uma parte regular de nossa experiência de oração. Deveríamos orar pelas necessidades dos outros, fazer uma lista de suas necessidades, ser específicos e sistemáticos em nossa intercessão e aguardar com paciência e insistência pela resposta do Senhor. Muitos cristãos não têm a resposta de suas orações simplesmente porque oram apenas por si mesmos.7

O EXEMPLO DE JESUS CRISTO

Jesus Cristo é nosso maior e melhor exemplo de uma vida de oração. Podemos aprender muitas coisas com Ele como Seus discípulos, mas quero destacar apenas três aspectos de Sua vida de oração.8

Em primeiro lugar, Jesus orava a Deus como Seu Pai e usava o termo abba, mostrando que Ele Se considerava o Filho querido de Deus. Com isso, aprendemos que precisamos ter intimidade com Deus. Muitas orações não passam de monólogos friamente formais justamente porque não conhecemos nosso Pai, não temos familiaridade com o Deus a quem falamos.

Em segundo lugar, aprendemos a dependência humilde e submissão obediente de Jesus a Seu Pai. Isso é evidenciado em textos como os de Mateus 26:53, João 18:11, e Lucas 22:42. A atitude de humilde submissão e dependência é fundamental para aceitar a vontade de Deus, especialmente quando Suas respostas às nossas orações não são exatamente aquilo que esperávamos.

Em terceiro lugar, Jesus nos ensina Seu conhecimento da Palavra de Deus. Seja no deserto da tentação, ou no diálogo com fariseus, e mesmo na instrução aos Seus discípulos, Jesus Cristo demonstrou pleno conhecimento das Escrituras, e esse conhecimento certamente constitui a base de Seu relacionamento com o Pai. Não é possível orar com correção, e se submeter à vontade de Deus, se não conhecemos Sua Palavra. Orações poderosas são sempre sustentadas em claro conhecimento da Bíblia Sagrada.

Conclusão

Não é possível um discipulado sadio e produtivo sem relacionamento com Deus. Por isso precisamos cultivar uma vida de oração. Nossas orações a Deus devem incluir, basicamente, três grandes temas:9

1. Devemos orar pelo fruto do Espírito, uma vida pautada pela vontade de Deus (Gl 5:22-23). Ele é o único poder capaz de nos preparar diariamente para vivermos como autênticos discípulos do Mestre, possibilitando a formação do caráter de Deus em nós.

2. Devemos orar pelos dons do Espírito (1Co 12; Rm 12; Ef 4); este é o único meio de sermos capacitados para o exercício da vontade de Deus.

3. Devemos orar por sabedoria do Espírito (1Co 12; Rm 12, Ef 4); essa é a única maneira de se obter a mente de Deus.


Fonte: Casa Publicadora Brasileira (http://www.cpb.com.br/)

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