sexta-feira, 22 de março de 2013

ES - Lição 12 - Criação e evangelho – 1º Trim, 2013









Lição 12 de 16 a 23 de março


Criação e evangelho




  
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Jz 6–8 

VERSO PARA MEMORIZAR: “Assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15:22).

Leituras da semana: Gn 3:21; Sl 104:29, 30; Jo 1:4; Rm 5:6-11; Gl 3:13; Mt 27:46

No relato bíblico, Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, sem nenhum defeito moral. Mas eles tinham o livre-arbítrio, um pré-requisito para que eles pudessem amar. Quando Adão e Eva se rebelaram contra Deus, caíram sob o poder de Satanás (Hb 2:14). Esse fato colocou também o mundo inteiro sob o poder do inimigo. Jesus, porém, veio ao mundo para destruir as obras do diabo (1Jo 3:8) e nos libertar de seu poder. Ele fez isso ao morrer em nosso lugar e nos oferecer vida. Na cruz, Jesus Se fez pecado por nós (2Co 5:21) e, por isso, experimentou a separação de Seu Pai. Por Sua morte, Jesus restaurou o relacionamento entre Deus e a humanidade que havia sido quebrado pelo pecado de Adão e Eva.


Todos esses pontos estão logicamente ligados à história da criação. A criação entra em cena novamente à medida que o poder do Deus criador é exercido para criar um coração novo em Seus filhos (2Co 5:17), renovando a imagem de Deus em nós e restaurando nosso relacionamento com Ele.


Domingo
Ano Bíblico: Jz 9, 10 

Graça no Jardim

Como sabemos tão bem, os primeiros seres humanos, seres perfeitos criados à “imagem de Deus”, caíram no pecado, o que trouxe a morte. Eles haviam sido avisados e entendiam o que lhes tinha sido dito. Eva até repetiu para a serpente o que Deus havia dito. No entanto, eles pecaram assim mesmo. Às vezes nós, a exemplo de Eva, somos levados ao pecado pelo engano, mas, em outros momentos, como Adão, pecamos intencionalmente. De toda maneira, somos pecadores, culpados de transgredir a lei de Deus.

1. Leia Gênesis 3:9-15. Qual foi a resposta de Deus ao pecado de Adão e Eva?

Deus realizou um julgamento, na verdade um “juízo investigativo”. O objetivo do juízo não era que Deus conhecesse os fatos. Ele já os conhecia. Na verdade, o objetivo era dar ao casal a oportunidade de aceitar a responsabilidade por suas ações, o primeiro passo para o arrependimento e restauração. Deus lhes perguntou o que havia acontecido e eles confessaram, embora com relutância. Ainda que fossem culpados e seu pecado trouxesse consequências imediatas, a primeira promessa evangélica foi feita a eles no Éden.

2. Leia Gênesis 3:21. Que outro ato de graça foi revelado?

A morte veio da maneira mais inesperada. Em vez da morte imediata de Adão e Eva, um ou mais animais morreram. Imagine os sentimentos de Adão quando o animal morreu, em seu lugar como um sacrifício. Foi a primeira vez que Adão viu a morte, e isso deve ter trazido a ele enorme angústia. Em seguida, o animal foi esfolado, e uma túnica foi feita a partir da pele. A vestimenta foi colocada sobre o corpo de Adão para cobrir sua nudez. Toda vez que ele olhava para ela, ou tocava nela, certamente se lembrava do que havia feito e do que tinha perdido. Mais importante, isso era um lembrete da graça de Deus.

Sem dúvida, devemos ser muito gratos pela graça de Deus a nós. Existe melhor maneira de revelar essa apreciação do que mostrar graça aos outros? A quem, por mais que não mereça, você poderia mostrar a graça hoje?

Segunda
Ano Bíblico: Jz 11, 12 

Pecado e morte

Em Gênesis 3:19, Adão foi informado de que, ao morrer, voltaria ao pó do qual havia sido feito. A mesma coisa acontece a nós. Observe que não voltamos a ser macacos, porque não fomos feitos a partir dos macacos. Fomos feitos do pó, e na morte é ao pó que retornamos.

3. Leia Gênesis 2:7; Salmo 104:29, 30; João 1:4; Atos 17:24, 25. Qual é o significado fundamental desses textos para nós? Como essa verdade deve afetar nossa maneira de viver?

A vida é um fenômeno maravilhoso. Estamos familiarizados com a vida, mas ainda há algo misterioso a respeito dela. Podemos separar as partes de um organismo vivo, mas no fim nada encontramos, exceto vários tipos de átomos e moléculas. Podemos coletar as moléculas em um recipiente e aquecê-lo, passar uma descarga elétrica através dele ou tentar uma série de experimentos diferentes, mas não obteremos vida novamente. Não existe uma entidade chamada “vida” que exista dentro de um corpo vivo ou de uma célula viva. A vida é uma propriedade do sistema vivo por inteiro, não uma entidade que possa ser separada das células.


Por outro lado, sabemos muito sobre como produzir a morte. Planejamos muitas maneiras de matar os seres vivos. Alguns desses métodos revelam, em detalhes impressionantes, a violência e crueldade do nosso coração pecaminoso. Podemos produzir morte, mas a criação da vida está além da nossa compreensão. Unicamente Deus tem a capacidade de criar organismos vivos. Os cientistas têm tentado criar vida, pensando que, se pudessem fazer isso, teriam uma desculpa para não acreditar em Deus. Até agora, todos esses esforços fracassaram.


4. Leia Isaías 59:2. Como o pecado afeta nosso relacionamento com o Doador da vida?

Se a vida só vem de Deus, então a separação de Deus nos isola da fonte da vida. O resultado inevitável é a morte. Mesmo que se viva 969 anos, como Matusalém, a história ainda termina com as palavras “e morreu”. O pecado, por sua própria natureza, provoca a separação da vida, e o resultado é a morte.

Terça
Ano Bíblico: Jz 13–16 

Quando éramos pecadores

Ao longo de toda a Bíblia vemos que a resposta de Deus à pecaminosidade humana é redentora por natureza e motivada pelo amor verdadeiro e altruísta. Ele teria sido plenamente justificado se tivesse entregado Adão e Eva ao poder destrutivo de Satanás. Afinal, eles tinham feito sua escolha. Mas Deus sabia que Adão e Eva não compreendiam o pleno significado do que tinham feito e decidiu dar a eles uma oportunidade de ter mais informações e ser capazes de escolher novamente.

5. Leia Romanos 5:6-11. Como esses versos nos ajudam a entender o que significa a graça de Deus?

Quando somos injustiçados, gostamos de ter um pedido de desculpas antes de aceitar o ofensor de volta ao bom relacionamento conosco. Em tais circunstâncias, um pedido de desculpas é apropriado. A cura completa de um relacionamento prejudicado inclui uma expressão de tristeza e aceitação da responsabilidade pelo erro. Mas Deus não esperou que pedíssemos perdão. Ele tomou a iniciativa.
Quando ainda éramos pecadores, Ele Se entregou para morrer em nosso favor. Essa é a maravilhosa demonstração do amor divino.


Como nosso comportamento se compara com o comportamento de Deus? Quantas vezes ficamos ofendidos, com raiva, e buscamos vingança em vez de restauração? Devemos ser eternamente gratos porque Deus não nos trata dessa maneira.



O tratamento que Deus oferece aos pecadores mostra o verdadeiro significado do amor. Não é um mero sentimento, mas um comportamento com base em princípios, no qual todo o esforço é feito para reconciliar o ofensor com o ofendido e restaurar o relacionamento. O tratamento que Deus ofereceu a Adão e Eva é uma ilustração de como Ele se relaciona com nosso pecado.



“As cenas do Calvário despertam a mais profunda emoção. A esse respeito vocês estarão desculpados se manifestarem entusiasmo. Que Cristo, tão excelente, tão inocente, devesse sofrer tão dolorosa morte, suportando o peso dos pecados do mundo jamais nossos pensamentos e imaginação poderão compreender plenamente. O comprimento, a largura, a altura e a profundidade de tão assombroso amor, não podemos sondar” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 213). Talvez não possamos sondar esse amor, mas, por que é tão importante tentar?


Quarta
Ano Bíblico: Jz 17–19 

Portador de pecados

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gl 3:13).

6. Tendo em mente a divindade de Cristo, pense nas implicações desse texto. O que Deus estava disposto a fazer para nos salvar? Qual é o resultado da rejeição do sacrifício de Cristo em nosso favor? Gl 3:13

Ao assumir a culpa de nossos pecados e morrer em separação de Deus, Jesus cumpriu a promessa originalmente feita no Jardim do Éden de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. Seu sacrifício possibilitou a reconciliação de Deus com a família humana e resultará na eliminação final do mal no Universo (Hb 2:14; Ap 20:14).

7. Tendo em mente Gálatas 3:13, leia Mateus 27:46. O que as palavras de Jesus revelam sobre o que Ele sofreu na cruz?

Na cruz, Cristo aceitou a maldição do pecado em nosso favor. Isso foi uma mudança em Sua posição com o Pai. Quando era levado ao altar, o cordeiro sacrifical se tornava um substituto do pecador que merecia a morte. Da mesma forma, quando Cristo foi à cruz, Sua condição diante do Pai mudou. Excluído da presença do Pai, Ele sentiu a maldição que nosso pecado tinha causado. Em outras palavras, Jesus, que havia sido um com o Pai desde a eternidade, sofreu uma separação do Pai, no que Ellen White chamou de “a separação dos poderes divinos” (Ellen G. White, Manuscrito 93, 1899; Seventh Day Adventist Bible Commentary, v. 7, p. 924).


Por mais difícil que seja compreender plenamente o que estava acontecendo, podemos saber o suficiente para perceber que um preço assombroso foi pago para nos redimir.


Quinta
Ano Bíblico: Jz 20, 21 

Nova criação

A grande notícia do evangelho está centralizada na morte de Jesus como nosso Substituto. Ele tomou sobre Si os nossos pecados, carregando em Si mesmo a penalidade que, de outro modo, seria nossa. Como vimos, também, a ideia de Cristo como nosso Substituto, morrendo pelos pecados do mundo, está inseparavelmente ligada à história da criação. Cristo veio para destruir a morte, que é uma intrusa na criação de Deus. Se a teoria da evolução fosse o caminho escolhido por Deus para criar os seres humanos, isso significaria que a morte, longe de ser uma aberração e um inimigo, em vez disso seria parte do plano original de Deus para a humanidade. Na verdade, a morte teria um papel importante na maneira pela qual Deus nos criou. Não é de admirar, então, que os cristãos devem rejeitar a evolução teísta como uma forma viável de compreender a história da criação.


O relato da criação em Gênesis, embora fundamental para nos ajudar a entender a morte de Cristo em nosso favor, também nos ajuda a compreender outro aspecto do plano da salvação: a obra da criação divina em nós, enquanto participamos de Sua santidade.


8. Leia o Salmo 51:10; Ezequiel 36:26, 27; Colossenses 3:10; 2 Coríntios 5:17. Que promessas bíblicas estão ligadas ao conceito de Deus como Criador, conforme revelado em Gênesis 1 e 2?

Um novo coração é uma criação que só Deus pode fazer. Nós não podemos fazer isso, mas devemos depender do mesmo Criador que formou o mundo e criou nossos primeiros pais. Davi reconheceu sua necessidade e pediu a Deus que resolvesse o problema por um ato de criação.


Na verdade, a pessoa que está “em Cristo” é uma nova criação. A antiga maneira de pensar deve ser afastada e substituída pela mente recém-criada. Nossa mente renovada é criada para as boas obras, de acordo com a vontade de Deus. Esse tipo de criação é um processo sobrenatural, realizado pelo poder do Espírito Santo. O poder criador de Deus, demonstrado na criação original, nos dá confiança de que o Senhor é capaz de mudar nossa vida e nos trazer de volta ao relacionamento com Ele.


Você experimentou o que significa ser uma nova criação em Cristo? O que isso significa, na prática? O que muda na vida de alguém que tem essa experiência?

Sexta
Ano Bíblico: Rute

Estudo adicional

As coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus, porém as reveladas são para nós e para nossos filhos para sempre” (Dt 29:29, RC). Precisamente como Deus realizou a obra da criação, jamais Ele o revelou ao homem; a ciência humana não pode pesquisar os segredos do Altíssimo. Seu poder criador é tão incompreensível como Sua existência” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 113).


“Naquela densa treva ocultava-Se a presença de Deus. Ele fez da treva Seu pavilhão, e escondeu Sua glória dos olhos humanos. Deus e Seus santos anjos estavam ao pé da cruz. O Pai estava com o Filho. Sua presença, no entanto, não foi revelada. Houvesse Sua glória irrompido da nuvem, e todo espectador humano teria sido morto. E naquela tremenda hora, Cristo não devia ser confortado com a presença do Pai. Pisou sozinho o lagar, e dos povos nenhum havia com Ele” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 753, 754).


Perguntas para reflexão


1. Como o evangelho está relacionado com a história da criação? Que aspectos específicos de Gênesis 1 a 3 são fundamentais para o evangelho? Como a história de Jesus está fundamentada na veracidade histórica do Gênesis? Como a história de Jesus seria contada se não houvesse Adão e Eva?



2. A Bíblia afirma que a criação foi realizada por processos sobrenaturais que não são acessíveis à ciência, mas que podem ser aprendidos unicamente por meio da revelação especial. A tensão entre a Bíblia e a ciência, portanto, não é uma surpresa. Por que é um erro esperar que a ciência seja capaz de explicar todas as obras da criação divina?



3. Que ligações existem entre o evangelho, a criação e o juízo, conforme indicado em Apocalipse 14:6, 7?



4. Os críticos do cristianismo frequentemente argumentam que Jesus sabia de antemão que, embora devesse morrer, seria ressuscitado. Assim, perguntam eles, qual foi a importância da Sua morte, visto que Ele sabia que seria apenas temporária? Como Mateus 27:4, complementado pela citação de O Desejado de Todas as Nações, acima, ajudam a responder a essa objeção?


Respostas sugestivas: 1. O Senhor procurou o casal, conversou com eles e prometeu a libertação por meio do Descendente da mulher. 2. O Senhor preparou vestes de peles de animais para cobrir a nudez do casal. 3. Deus é o autor da vida. O fôlego de vida pertence ao Senhor, pois Ele criou todas as coisas e a todas transcende. Deus mantém a vida de todas as criaturas. 4. O pecado nos separa de Deus e da vida que Ele nos oferece. 5. Graça foi Cristo morrer pelos seres humanos fracos e pecadores, para justificá-los e salvá-los por meio do Seu sangue. 6. Em Cristo, a Divindade Se humilhou e aceitou a maldição do pecado para nos salvar. Seria muito triste não aceitar a salvação conquistada a um preço tão grande. 7. Jesus sofreu a profunda angústia causada pela maldição do pecado e alienação da presença do Pai. 8. O Senhor tem poder para criar em nós um novo coração e um espírito inabalável, de modo que andemos em Seus estatutos e guardemos os Seus juízos. O conhecimento de Cristo nos renova segundo Sua imagem.



Escola Sabatina






Resumo da Lição 12 - Criação e evangelho




Textos-chaves: Gênesis 3:7-21


O aluno deverá...

Conhecer: O plano da salvação, descrito em Gênesis, e perceber como a evolução enfraquece esse plano.

Sentir: Gratidão a Deus por nos oferecer uma maneira de perdoar os outros sem subverter a justiça.

Fazer: Procurar praticar o equilíbrio divino entre graça e responsabilidade ao nos relacionarmos com os que nos ofendem.


Esboço


I. Conhecer: A criação e o plano da salvação

A. Sua crença a respeito da criação ou evolução afeta a doutrina da salvação?

B. A evolução afeta a nossa necessidade de salvação?

C. Com base em Sua maneira de lidar com o pecado de Adão e Eva, como é o caráter de Deus?

D. Por que Deus estabeleceu um sacrifício de sangue pelo pecado? Deus é sanguinário? Por quê?


II. Sentir: Gratidão pelo dom da graça


A. O que a relação entre justiça e perdão significa para nós, em vista do nosso chamado para perdoar aqueles que nos ferem ou ofendem?

B. O conhecimento do que Deus tem feito para nos salvar aprofunda o nosso sentimento de gratidão a Ele pelo dom da salvação.

C. De que forma você pode expressar sua gratidão a Deus por Sua graça salvadora?


III. Fazer: Praticando uma abordagem equilibrada


A. A exemplo do que Deus faz, como você pode equilibrar a responsabilidade com a graça ao lidar com os que pecam contra você?


Resumo: Por meio da expiação com sangue, Deus voluntariamente absorve o custo da justiça para o pecador, a fim de que o pecador renuncie à rebeldia. Além disso, o poder da expiação transforma o pecador em um fiel cidadão do Céu.


Ciclo do aprendizado


Motivação



Conceito-chave para o crescimento espiritual: A criação é muito importante para o plano da salvação. A evolução mina os fundamentos do plano da salvação de várias maneiras.



Só para o professor: Como observado antes, a criação está intimamente ligada ao restante da teologia bíblica. Ajude a classe a manter essa conexão em mente enquanto nos concentramos no plano da salvação no Éden.


A criação é fundamental para a nossa doutrina da salvação. Visto que Deus criou com desígnios e propósitos, há ideais que podem ser violados. Seres morais livres podem decidir rejeitar os ideais de Deus e se revoltar contra a Sua vontade soberana. Por isso, existe um conceito básico de pecado incorporado à ordem criada. O pecado tem a ver com a escolha rebelde de rejeitar os desígnios de Deus.

Por outro lado, parece que se Deus "criou" o mundo por meio dos processos evolutivos, destituídos de direção e propósito, não haveriam ideais objetivos que o exercício do livre-arbítrio pudessem violar. E se não houvessem ideais divinos que pudessem ser violados, como poderia haver qualquer conceito de pecado? O bem e o mal poderia ser concebidos apenas em termos relativos para o indivíduo. O bem e o mal teriam que ser determinados principalmente pelo interesse próprio percebido. Sendo assim, em um cenário evolutivo, não pode haver verdadeiro senso do pecado. Se não podemos ter um conceito significativo do pecado, não temos necessidade de um Salvador. Não haveria necessidade de um Deus abnegado e que Se esvazia, pois não teria havido desvio de ideais que exigissem uma restauração salvadora. A criação, portanto, é de vital importância para a nossa compreensão da salvação.

Comente: Peça aos alunos que compartilham, em suas próprias palavras, por que a compreensão da criação é tão essencial para a doutrina da salvação.


Compreensão


Só para o professor: A história do juízo em Gênesis 3 revela tanto um Deus que responsabiliza a humanidade quanto um Deus que deseja salvar compassivamente.


Comentário Bíblico


Nosso compassivo Redentor



(Recapitule com a classe Gn 3:7-21.)


Em Gênesis 3, encontramos a queda da humanidade e a primeira promessa do evangelho. Adão e Eva comeram o fruto proibido e perceberam que se haviam tornado nus. Eles juntaram folhas de figueira e prepararam vestes para se cobrir. Em seguida, ouviram “o som” de Deus andando no jardim (NKJV). A palavra traduzida como "som" pode significar uma voz (RA, RC) que chama e fala, ou pode significar sons em geral. De uma forma ou de outra, Deus estava fazendo algum tipo de ruído ao Se aproximar de Adão e Eva. Por que Deus não apareceu de repente para o casal ou perto dele?



O fato de que Deus realizou um juízo "investigativo" nos versos seguintes nos informa que Ele de fato viera para responsabilizá-los por comer o fruto proibido. A abordagem ruidosa de Deus, porém, indica que Deus estava Se aproximando com objetivos maiores do que prestação de contas e punição. Se todo o interesse divino fosse a punição, tudo o que Ele tinha que fazer era aparecer de repente diante do casal e eles teriam caído e morrido de terror. Mas Deus estava realizando um juízo a fim de ajudar a humanidade a ver a sua necessidade de um Salvador. Deus prefere transformar os pecadores em vez de simplesmente matá-los.
Por isso, Deus Se aproximou suavemente, fazendo perguntas, recapitulando as provas de que Ele não havia mentido para Adão e Eva. Ele fez isso antes de aplicar a condenação, na tentativa de reacender a confiança deles em Si mesmo e em Sua Palavra. E funcionou! Além disso, Deus fez túnicas de peles para substituir suas vestes de folhas de figueira. Mas como Deus obteve as peles de animais?
Peles de animais procederam de animais mortos. Por que, então, de repente temos animais mortos na história? A história parece implicar que os primeiros sacrifícios pelo pecado foram oferecidos ali. O fato de que Abel sabia oferecer sacrifícios pode reforçar essa conclusão. Assim, naquele mesmo dia um substituto morreu, pagando a penalidade de Adão e Eva, para que eles recuperassem a comunhão íntima com Deus e tivessem uma nova vida de obediência.
Isso significa que Deus é sanguinário, exigindo rituais cruéis, a fim de aplacar sua ira? A abordagem suave e compassiva de Deus refuta tal pensamento. Além disso, a promessa de Gênesis 3:15 diz que Deus derrotaria o enganador e redimiria a humanidade. Assim, o sacrifício aponta para uma verdade maior. O perdão não é alcançado com prejuízo da justiça. Ao contrário, o perdão se torna possível porque Deus escolheu absorver o custo da justiça em Si mesmo. A punição deve ser paga, ou a lei de Deus se tornaria sem sentido. As peles apontam não para um Deus sedento de sangue, mas para um Deus misericordioso que, voluntariamente, escolhe absorver o custo da justiça a fim de tornar possível que renunciemos à rebelião e voltemos à harmonia com Sua soberana vontade, sem ter que ser executados. Em resumo, a abordagem suave de Deus, Sua promessa de esmagar a cabeça da serpente e Sua provisão de um sacrifício, tudo aponta para Seu desejo de nos colocar novamente em um relacionamento correto com Ele. O propósito do juízo em Gênesis 3 foi redentor, abrindo o coração de Adão e Eva para o plano da salvação.


Pense nisto: O perdão envolve uma vítima disposta a absorver o custo da justiça, a fim de oferecer ao culpado um meio de entrar em um relacionamento novo e saudável. O que significa para você perdoar alguém que o ofendeu?



Aplicação




Só para o professor: Na criação e na queda, Deus é revelado como misericordioso, desejando o bem de Suas criaturas. Sendo feitos à imagem de Deus, cada um de nós é chamado a refletir o Seu caráter aos outros.

Perguntas de reflexão:



1. Como a abordagem divina em Gênesis 3:7-15 nos ensina sobre a maneira pela qual devemos abordar os pecadores, ao praticar as orientações de Mateus 18:15-20?



2. Compare e contraste os propósitos de Deus ao confrontar Adão e Eva com o propósito do procedimento indicado em Mateus 18:15-20?



3. Quando você precisa confrontar alguém sobre um problema, como as suas atitudes e abordagem podem exemplificar melhor o caráter de Deus, descrito em Gênesis 3:8-15?



4. O que teria acontecido com a divina habilidade de governar se o Senhor tivesse simplesmente retirado as acusações, em vez de ter realmente realizado um juízo? Qual é diferença entre anistia e perdão? (Dica: tem a ver com a satisfação ou não da justiça.)


Criatividade




Só para o professor: O evangelho de Gênesis mostra um maravilhoso equilíbrio entre o Deus justo, que responsabilizou a humanidade pelo pecado, e misericordioso, que pagou a penalidade pela transgressão de Adão e Eva contra Ele.

Perguntas de aplicação:



1. Seguindo o exemplo de Deus, como você pode equilibrar a justiça e a graça, em seu relacionamento com os outros?



2. Como você pode evitar criar uma aura de graça barata, que deixa o pecador pensando que ele pode pecar impunemente?



3. Como você pode evitar ser tão estritamente justo que pareça destituído de graça?



Comentário



Lição 12 - Criação e evangelho



Michelson Borges, jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP

Introdução

Ideia central 1: Se o relato da criação e da queda não foi exatamente como está registrado em Gênesis, que sentido existe na morte expiatória de Jesus e em Sua promessa de restauração do ser humano à imagem de seu Criador? O fato é que Deus criou seres inteligentes, física e mentalmente perfeitos, mas dotados de livre-arbítrio. Infelizmente, dando ouvidos aos enganos de Satanás, eles escolheram pecar. Mas Deus não os abandonou e lhes prometeu enviar o Messias, cujo propósito seria pagar a dívida do pecado e resgatar os seres humanos (Gn 3:15). A roupa de peles com que Deus vestiu Adão e Eva era um símbolo da graça que cobre pecados e envolveu a morte de uma vítima inocente (Gn 3:21).

Ideia central 2: Deus é a fonte da vida e sem ela o ser humano é apenas um amontoado de moléculas. Quando morre e perde essa centelha vital doada por Deus (Gn 2:7), a pessoa volta ao pó, se desfaz (e só voltará a existir quando Jesus retornar e reconstruir o corpo de Seus filhos, devolvendo-lhes o fôlego de vida). Como o pecado é a separação de Deus, distanciados dEle (que é a fonte da vida), somos mortais. Quando entendemos que o próprio Criador Se fez humano, Se fez pecado (separou-Se do Pai) e morreu em nosso lugar, isso deve nos encher de amor por Deus. Cristo veio para destruir a morte, o que contraria a teoria da evolução (teísta ou não), segundo a qual a morte seria um componente natural da existência. Enquanto isso não acontece, Ele pode fazer de nós nova criatura, dando-nos novo coração (Sl 51:10).

Para refletir

1. O relato da criação tem implicação na doutrina da redenção?

2. Qual o significado da roupa de peles providenciada por Deus a Adão e Eva?

3. Segundo a Bíblia, o ser humano é mortal. Que esperança há para nós? Como a destruição da morte por Jesus contraria a evolução?

Ampliação

O Deus criador e restaurador

Na mente de alguns, a existência de um Deus criador pode estar desvinculada da realidade de um Deus restaurador. Ou seja, segundo o deísmo (concebido pelos gregos e realçado durante o Iluminismo do século 18), deus está na natureza e no ser humano. Assim, seria possível descobrir essa mesma divindade por meio da razão. A grandiosidade do espaço sideral, a complexidade da vida e outras realidades que sensibilizam a mente humana constituem o motivo principal que inspira os deístas a admitir a existência de Deus. Vejamos, então, os principais enunciados desse paradigma:

- A realidade de um deus criador unicamente como exigência da razão e não pelas doutrinas impositivas de quaisquer religiões.

- Determinados conceitos – pecado, redenção, providência, perdão e graça – não existem, pois constituiriam ideias irracionais.

- Não existem milagres nem o sobrenatural, porém, a ordem do Universo provém de um deus – da natureza e não da humanidade, portanto, um deus impessoal.
- Um deus que pode ainda ser evocado no processo evolutivo – apenas originou a vida e orientou os mecanismos de formação de alguns sistemas biológicos mais complexos (na ausência desse deus, os mecanismos evolutivos dominam o cenário de lentas e graduais transformações).

Esses conceitos certamente deturpam o verdadeiro caráter de Deus. A realidade do surgimento do pecado, suas consequências e a solução divina – eficaz e completa – são claramente expostas nas Sagradas Escrituras. Com efeito, o verdadeiro e único Deus criador e Seu plano redentor para restaurar a criação caída constituem os fundamentos do criacionismo e do próprio evangelho eterno, realçados na primeira mensagem angélica: “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque é chegada a hora do Seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:6, 7).

Quanto à triste realidade do pecado, devemos ainda entender que sua funesta manifestação é permitida – dentro de certos limites estabelecidos pelo próprio Deus – com dupla finalidade: (1) reconhecer o amor e o poder de Deus revelados imperfeita e parcialmente por meio da contemplação e/ou estudo da natureza, e (2) deixar evidentes os trágicos resultados decorrentes das nocivas interferências (diretas e indiretas) de Satanás, na própria natureza.

Se o mal se manifestasse de maneira mais branda, não poderíamos ter a verdadeira noção da malignidade do pecado e, assim, poderíamos ser iludidos mais facilmente. Por outro lado, a presença mais marcante (sem limites) do mal poderia nos impedir de vislumbrar a bondade e a misericórdia divinas. Na verdade, a harmonia de propósitos e a coerência de ações de um Deus poderoso e misericordioso, ao longo da história humana – do Gênesis ao Apocalipse –, podem ser compreendidas de maneira muito especial quando se constrói o seguinte paralelismo:

Teologia bíblica das origens
Teologia bíblica da restauração
1. Criação dos céus e da Terra (Gn 1:1).
1. Criação do novo céu e da nova Terra (Ap 21:1).
2. O primeiro Adão com sua esposa, Eva, no paraíso, chamados para reinar sobre a Terra (Gn 1:27, 28).
2. O Segundo Adão (Cristo), com Sua esposa (a Igreja), no paraíso restaurado, onde reinará para sempre (Ap 21:9).
3. No meio do jardim, está a árvore da vida e o rio para regar o paraíso (Gn 2:9, 10).
3. No paraíso restaurado, está a árvore da vida e o rio da vida (Ap 22:1, 2).
4. A interferência de Satanás, o tentador (Gn 3:1-4).
4. O julgamento e a subversão final de Satanás (Ap 20:10).
5. O início do pecado, a queda do ser humano e sua expulsão do paraíso, tornando-o sujeito ao sofrimento e à morte (Gn 3).
5. O fim do pecado, a restauração do ser humano e sua reintegração ao paraíso, garantindo-lhe a vida eterna (Ap 20:14, 15; 22:1-5).
6. O primeiro julgamento – um dilúvio global (Gn 6–9).
6. O último julgamento universal, com fogo (Ap 20:7-10).
7. A Torre de Babel – Deus transtorna a unidade étnica da espécie humana, com a confusão das línguas (Gn 11).
7. Diante do trono celestial – a unidade é selada pelo sangue do Cordeiro, reunindo pessoas de todas as etnias (Ap 5:9).

Conclusões

- Em Gênesis 3:9-15, Deus realiza um juízo investigativo e, depois, oferece perdão e graça.


- O autor da Lição escreveu: “Podemos produzir morte, mas a criação da vida está além da nossa compreensão. Unicamente Deus tem a capacidade de criar organismos vivos. Os cientistas têm tentado criar vida, pensando que, se pudessem fazer isso, teriam uma desculpa para não acreditar em Deus. Até agora, todos esses esforços fracassaram.” Sobre isso, leia os textos “Vida artificial ou comprovação dedesign?” (aqui) e “Criar vida artificial é mais difícil do que se pensava” (aqui).



- “Por que Deus não evitou o surgimento do mal, se Ele sabe todas as coisas? Ele não merece ser responsabilizado por omissão? Pense no seguinte exemplo: se o professor, ao aplicar uma avaliação, percebe que o aluno usa uma ‘cola’, de quem é a responsabilidade? Do aluno! O professor é apenas um expectador. E se fosse possível ao professor com dois dias de antecedência visualizar o aluno colando? A culpa continuaria sendo do aluno? Certamente que sim! O professor permaneceria um observador – apesar da mudança na relação entre a ação do observador e o tempo da ação praticada (simultânea na primeira situação e previdente, na segunda)” (O Resgate da Verdade, p. 56).



- “Semelhantemente, a onisciência de Deus, que implica em Seu conhecimento prévio das escolhas morais de Suas criaturas, não determina as decisões delas, nem O torna responsável pelas escolhas que fazem. Entretanto, Deus não é um observador desinteressado e impassível. Ele age para nos atrair a Si, sabendo que precisamos dEle para vencer o mal. Ainda assim, Deus nos dá liberdade de escolha. Em muitos casos, nem quando Deus nos avisa antecipadamente de algo, deixamos de cometer tal ação (a rejeição sofrida por Cristo é um bom exemplo desse fato; ela ocorreu mesmo depois da advertência feita pelo profeta Isaías, no capítulo 53 de seu livro)” (ibidem). 


Leia Isaías 53:4, 5. Jesus Cristo carregou o fardo que não somos capazes de suportar. Ele, e somente Ele, tem a solução para o problema do pecado. Qualquer outro método para eliminá-lo deve ser considerado automaticamente como uma utopia doentia.


- Medite nas palavras do poema a seguir: “Ele veio até minha escrivaninha com lábios trêmulos, / a lição havia sido terminada. / ‘Você tem uma folha em branco para mim, professor? / Eu errei nesta, não está adequada.’ Peguei seu papel, todo sujo e manchado / e dei a ele um novo, com todo o cuidado / E falei para seu coração com esperança, / ‘Faça melhor desta vez, minha criança.’ / Eu fui até o trono com o coração trêmulo; / o dia havia terminado. / ‘Você tem um dia novo para mim, querido Mestre? / Eu estraguei este, não está adequado.’ Ele pegou meu dia, todo sujo e manchado / e deu-me um novo, com todo o cuidado. / E para meu coração Ele falou com esperança, / ‘Faça melhor desta vez, minha criança’” (Autor desconhecido, “A New Leaf”, in James G. Lawson, The Best Loved Religious Poems [Grand Rapids, MI: Fleming H. Revell, 1961]).


Assista ao esboço em vídeo desta lição. Clique aqui.

Assista ao programa “Em Busca das Origens”. Clique aqui. 

Assista também 
à exposição geral da Lição “Origens” (aqui).



Nenhum comentário:

Postar um comentário