Lição
12 de 16 a 23 de março
Criação
e evangelho
Sábado à tarde
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Ano Bíblico: Jz 6–8
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VERSO PARA MEMORIZAR: “Assim como, em Adão,
todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15:22).
No
relato bíblico, Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, sem nenhum defeito
moral. Mas eles tinham o livre-arbítrio, um pré-requisito para que eles
pudessem amar. Quando Adão e Eva se rebelaram contra Deus, caíram sob o poder
de Satanás (Hb 2:14). Esse fato colocou também o mundo inteiro sob o poder do
inimigo. Jesus, porém, veio ao mundo para destruir as obras do diabo (1Jo 3:8)
e nos libertar de seu poder. Ele fez isso ao morrer em nosso lugar e nos oferecer
vida. Na cruz, Jesus Se fez pecado por nós (2Co 5:21) e, por isso, experimentou
a separação de Seu Pai. Por Sua morte, Jesus restaurou o relacionamento entre
Deus e a humanidade que havia sido quebrado pelo pecado de Adão e Eva.
Todos esses pontos estão logicamente ligados à história da criação. A criação
entra em cena novamente à medida que o poder do Deus criador é exercido para
criar um coração novo em Seus filhos (2Co
5:17), renovando a imagem de Deus em nós e restaurando nosso relacionamento
com Ele.
Ano Bíblico: Jz 9, 10
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Graça no Jardim
Como
sabemos tão bem, os primeiros seres humanos, seres perfeitos criados à “imagem
de Deus”, caíram no pecado, o que trouxe a morte. Eles haviam sido avisados e
entendiam o que lhes tinha sido dito. Eva até repetiu para a serpente o que
Deus havia dito. No entanto, eles pecaram assim mesmo. Às vezes nós, a exemplo
de Eva, somos levados ao pecado pelo engano, mas, em outros momentos, como
Adão, pecamos intencionalmente. De toda maneira, somos pecadores, culpados de
transgredir a lei de Deus.
Deus
realizou um julgamento, na verdade um “juízo investigativo”. O objetivo do juízo
não era que Deus conhecesse os fatos. Ele já os conhecia. Na verdade, o
objetivo era dar ao casal a oportunidade de aceitar a responsabilidade por suas
ações, o primeiro passo para o arrependimento e restauração. Deus lhes
perguntou o que havia acontecido e eles confessaram, embora com relutância.
Ainda que fossem culpados e seu pecado trouxesse consequências imediatas, a
primeira promessa evangélica foi feita a eles no Éden.
A
morte veio da maneira mais inesperada. Em vez da morte imediata de Adão e Eva,
um ou mais animais morreram. Imagine os sentimentos de Adão quando o animal
morreu, em seu lugar como um sacrifício. Foi a primeira vez que Adão viu a
morte, e isso deve ter trazido a ele enorme angústia. Em seguida, o animal foi
esfolado, e uma túnica foi feita a partir da pele. A vestimenta foi colocada
sobre o corpo de Adão para cobrir sua nudez. Toda vez que ele olhava para ela,
ou tocava nela, certamente se lembrava do que havia feito e do que tinha
perdido. Mais importante, isso era um lembrete da graça de Deus.
Sem
dúvida, devemos ser muito gratos pela graça de Deus a nós. Existe melhor
maneira de revelar essa apreciação do que mostrar graça aos outros? A quem, por
mais que não mereça, você poderia mostrar a graça hoje?
Ano Bíblico: Jz 11, 12
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Pecado e morte
Em Gênesis
3:19, Adão foi informado de que, ao morrer, voltaria ao pó do qual havia
sido feito. A mesma coisa acontece a nós. Observe que não voltamos a ser
macacos, porque não fomos feitos a partir dos macacos. Fomos feitos do pó, e na
morte é ao pó que retornamos.
3. Leia Gênesis
2:7; Salmo
104:29, 30; João
1:4; Atos
17:24, 25.
Qual é o significado fundamental desses textos para nós? Como essa verdade deve
afetar nossa maneira de viver?
A
vida é um fenômeno maravilhoso. Estamos familiarizados com a vida, mas ainda há
algo misterioso a respeito dela. Podemos separar as partes de um organismo
vivo, mas no fim nada encontramos, exceto vários tipos de átomos e moléculas.
Podemos coletar as moléculas em um recipiente e aquecê-lo, passar uma descarga
elétrica através dele ou tentar uma série de experimentos diferentes, mas não
obteremos vida novamente. Não existe uma entidade chamada “vida” que exista
dentro de um corpo vivo ou de uma célula viva. A vida é uma propriedade do
sistema vivo por inteiro, não uma entidade que possa ser separada das células.
Por outro lado, sabemos muito sobre como produzir a morte. Planejamos muitas
maneiras de matar os seres vivos. Alguns desses métodos revelam, em detalhes
impressionantes, a violência e crueldade do nosso coração pecaminoso. Podemos
produzir morte, mas a criação da vida está além da nossa compreensão.
Unicamente Deus tem a capacidade de criar organismos vivos. Os cientistas têm
tentado criar vida, pensando que, se pudessem fazer isso, teriam uma desculpa
para não acreditar em Deus. Até agora, todos esses esforços fracassaram.
Se
a vida só vem de Deus, então a separação de Deus nos isola da fonte da vida. O
resultado inevitável é a morte. Mesmo que se viva 969 anos, como Matusalém, a
história ainda termina com as palavras “e morreu”. O pecado, por sua própria
natureza, provoca a separação da vida, e o resultado é a morte.
Ano Bíblico: Jz 13–16
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Quando éramos pecadores
Ao
longo de toda a Bíblia vemos que a resposta de Deus à pecaminosidade humana é
redentora por natureza e motivada pelo amor verdadeiro e altruísta. Ele teria
sido plenamente justificado se tivesse entregado Adão e Eva ao poder destrutivo
de Satanás. Afinal, eles tinham feito sua escolha. Mas Deus sabia que Adão e
Eva não compreendiam o pleno significado do que tinham feito e decidiu dar a
eles uma oportunidade de ter mais informações e ser capazes de escolher
novamente.
Quando
somos injustiçados, gostamos de ter um pedido de desculpas antes de aceitar o
ofensor de volta ao bom relacionamento conosco. Em tais circunstâncias, um
pedido de desculpas é apropriado. A cura completa de um relacionamento
prejudicado inclui uma expressão de tristeza e aceitação da responsabilidade
pelo erro. Mas Deus não esperou que pedíssemos perdão. Ele tomou a iniciativa.
Quando
ainda éramos pecadores, Ele Se entregou para morrer em nosso favor. Essa é a
maravilhosa demonstração do amor divino.
Como nosso comportamento se compara com o comportamento de Deus? Quantas vezes
ficamos ofendidos, com raiva, e buscamos vingança em vez de restauração?
Devemos ser eternamente gratos porque Deus não nos trata dessa maneira.
O tratamento que Deus oferece aos pecadores mostra o verdadeiro significado do
amor. Não é um mero sentimento, mas um comportamento com base em princípios, no
qual todo o esforço é feito para reconciliar o ofensor com o ofendido e
restaurar o relacionamento. O tratamento que Deus ofereceu a Adão e Eva é uma
ilustração de como Ele se relaciona com nosso pecado.
“As cenas do Calvário despertam a mais profunda emoção. A esse respeito vocês
estarão desculpados se manifestarem entusiasmo. Que Cristo, tão excelente, tão
inocente, devesse sofrer tão dolorosa morte, suportando o peso dos pecados do
mundo jamais nossos pensamentos e imaginação poderão compreender plenamente. O
comprimento, a largura, a altura e a profundidade de tão assombroso amor, não
podemos sondar” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 213).
Talvez não possamos sondar esse amor, mas, por que é tão importante tentar?
Ano Bíblico: Jz 17–19
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Portador de pecados
“Cristo
nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar
(porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)” (Gl
3:13).
6. Tendo em mente a divindade de
Cristo, pense nas implicações desse texto. O que Deus estava disposto a fazer
para nos salvar? Qual é o resultado da rejeição do sacrifício de Cristo em
nosso favor? Gl
3:13
Ao
assumir a culpa de nossos pecados e morrer em separação de Deus, Jesus cumpriu
a promessa originalmente feita no Jardim do Éden de que a semente da mulher
feriria a cabeça da serpente. Seu sacrifício possibilitou a reconciliação de
Deus com a família humana e resultará na eliminação final do mal no Universo (Hb
2:14; Ap
20:14).
7. Tendo em mente Gálatas
3:13, leia Mateus
27:46. O que as palavras de Jesus revelam sobre o que Ele sofreu na cruz?
Na
cruz, Cristo aceitou a maldição do pecado em nosso favor. Isso foi uma mudança
em Sua posição com o Pai. Quando era levado ao altar, o cordeiro sacrifical se
tornava um substituto do pecador que merecia a morte. Da mesma forma, quando
Cristo foi à cruz, Sua condição diante do Pai mudou. Excluído da presença do
Pai, Ele sentiu a maldição que nosso pecado tinha causado. Em outras palavras,
Jesus, que havia sido um com o Pai desde a eternidade, sofreu uma separação do
Pai, no que Ellen White chamou de “a separação dos poderes divinos” (Ellen G.
White, Manuscrito 93, 1899; Seventh Day Adventist Bible Commentary, v. 7, p.
924).
Por mais difícil que seja compreender plenamente o que estava acontecendo,
podemos saber o suficiente para perceber que um preço assombroso foi pago para
nos redimir.
Ano Bíblico: Jz 20, 21
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Nova criação
A
grande notícia do evangelho está centralizada na morte de Jesus como nosso
Substituto. Ele tomou sobre Si os nossos pecados, carregando em Si mesmo a
penalidade que, de outro modo, seria nossa. Como vimos, também, a ideia de
Cristo como nosso Substituto, morrendo pelos pecados do mundo, está
inseparavelmente ligada à história da criação. Cristo veio para destruir a
morte, que é uma intrusa na criação de Deus. Se a teoria da evolução fosse o
caminho escolhido por Deus para criar os seres humanos, isso significaria que a
morte, longe de ser uma aberração e um inimigo, em vez disso seria parte do
plano original de Deus para a humanidade. Na verdade, a morte teria um papel
importante na maneira pela qual Deus nos criou. Não é de admirar, então, que os
cristãos devem rejeitar a evolução teísta como uma forma viável de compreender
a história da criação.
O relato da criação em Gênesis, embora fundamental para nos ajudar a entender a
morte de Cristo em nosso favor, também nos ajuda a compreender outro aspecto do
plano da salvação: a obra da criação divina em nós, enquanto participamos de
Sua santidade.
8. Leia o Salmo
51:10; Ezequiel
36:26, 27; Colossenses
3:10; 2
Coríntios 5:17. Que promessas bíblicas estão ligadas ao conceito de Deus
como Criador, conforme revelado em Gênesis
1 e 2?
Um
novo coração é uma criação que só Deus pode fazer. Nós não podemos fazer isso,
mas devemos depender do mesmo Criador que formou o mundo e criou nossos
primeiros pais. Davi reconheceu sua necessidade e pediu a Deus que resolvesse o
problema por um ato de criação.
Na verdade, a pessoa que está “em Cristo” é uma nova criação. A antiga maneira
de pensar deve ser afastada e substituída pela mente recém-criada. Nossa mente
renovada é criada para as boas obras, de acordo com a vontade de Deus. Esse
tipo de criação é um processo sobrenatural, realizado pelo poder do Espírito
Santo. O poder criador de Deus, demonstrado na criação original, nos dá
confiança de que o Senhor é capaz de mudar nossa vida e nos trazer de volta ao
relacionamento com Ele.
Você
experimentou o que significa ser uma nova criação em Cristo? O que isso
significa, na prática? O que muda na vida de alguém que tem essa experiência?
Ano Bíblico: Rute
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Estudo adicional
As
coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus, porém as reveladas são para nós
e para nossos filhos para sempre” (Dt 29:29, RC). Precisamente como Deus
realizou a obra da criação, jamais Ele o revelou ao homem; a ciência humana não
pode pesquisar os segredos do Altíssimo. Seu poder criador é tão
incompreensível como Sua existência” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p.
113).
“Naquela densa treva ocultava-Se a presença de Deus. Ele fez da treva Seu
pavilhão, e escondeu Sua glória dos olhos humanos. Deus e Seus santos anjos
estavam ao pé da cruz. O Pai estava com o Filho. Sua presença, no entanto, não
foi revelada. Houvesse Sua glória irrompido da nuvem, e todo espectador humano
teria sido morto. E naquela tremenda hora, Cristo não devia ser confortado com
a presença do Pai. Pisou sozinho o lagar, e dos povos nenhum havia com Ele”
(Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 753, 754).
Perguntas para reflexão
1. Como o evangelho está relacionado com a história da criação? Que aspectos
específicos de Gênesis 1 a 3 são fundamentais para o evangelho? Como a história
de Jesus está fundamentada na veracidade histórica do Gênesis? Como a história
de Jesus seria contada se não houvesse Adão e Eva?
2. A Bíblia afirma que a criação foi realizada por processos sobrenaturais que
não são acessíveis à ciência, mas que podem ser aprendidos unicamente por meio
da revelação especial. A tensão entre a Bíblia e a ciência, portanto, não é uma
surpresa. Por que é um erro esperar que a ciência seja capaz de explicar todas
as obras da criação divina?
3. Que ligações existem entre o evangelho, a criação e o juízo, conforme
indicado em Apocalipse
14:6, 7?
4. Os críticos do cristianismo frequentemente argumentam que Jesus sabia de
antemão que, embora devesse morrer, seria ressuscitado. Assim, perguntam eles,
qual foi a importância da Sua morte, visto que Ele sabia que seria apenas
temporária? Como Mateus 27:4, complementado pela citação de O Desejado de Todas
as Nações, acima, ajudam a responder a essa objeção?
Respostas sugestivas: 1. O Senhor procurou o casal, conversou com eles e prometeu a
libertação por meio do Descendente da mulher. 2. O Senhor preparou vestes de
peles de animais para cobrir a nudez do casal. 3. Deus é o autor da vida. O
fôlego de vida pertence ao Senhor, pois Ele criou todas as coisas e a todas
transcende. Deus mantém a vida de todas as criaturas. 4. O pecado nos separa de
Deus e da vida que Ele nos oferece. 5. Graça foi Cristo morrer pelos seres
humanos fracos e pecadores, para justificá-los e salvá-los por meio do Seu
sangue. 6. Em Cristo, a Divindade Se humilhou e aceitou a maldição do pecado
para nos salvar. Seria muito triste não aceitar a salvação conquistada a um
preço tão grande. 7. Jesus sofreu a profunda angústia causada pela maldição do
pecado e alienação da presença do Pai. 8. O Senhor tem poder para criar em nós
um novo coração e um espírito inabalável, de modo que andemos em Seus estatutos
e guardemos os Seus juízos. O conhecimento de Cristo nos renova segundo Sua
imagem.
Escola
Sabatina
Resumo
da Lição 12 - Criação e evangelho
O aluno deverá...
Conhecer: O plano da salvação, descrito em Gênesis, e perceber como a evolução enfraquece esse plano.
Sentir: Gratidão a Deus por nos oferecer uma maneira de perdoar os outros sem subverter a justiça.
Fazer: Procurar praticar o equilíbrio divino entre graça e responsabilidade ao nos relacionarmos com os que nos ofendem.
Esboço
I. Conhecer: A criação e o plano da salvação
A. Sua crença a respeito da criação ou evolução afeta a doutrina da salvação?
B. A evolução afeta a nossa necessidade de salvação?
C. Com base em Sua maneira de lidar com o pecado de Adão e Eva, como é o caráter de Deus?
D. Por que Deus estabeleceu um sacrifício de sangue pelo pecado? Deus é sanguinário? Por quê?
II. Sentir: Gratidão pelo dom da graça
A. O que a relação entre justiça e perdão significa para nós, em vista do nosso chamado para perdoar aqueles que nos ferem ou ofendem?
B. O conhecimento do que Deus tem feito para nos salvar aprofunda o nosso sentimento de gratidão a Ele pelo dom da salvação.
C. De que forma você pode expressar sua gratidão a Deus por Sua graça salvadora?
III. Fazer: Praticando uma abordagem equilibrada
A. A exemplo do que Deus faz, como você pode equilibrar a responsabilidade com a graça ao lidar com os que pecam contra você?
Resumo: Por meio da expiação com sangue, Deus voluntariamente absorve o
custo da justiça para o pecador, a fim de que o pecador renuncie à rebeldia.
Além disso, o poder da expiação transforma o pecador em um fiel cidadão do Céu.
Ciclo do aprendizado
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: A criação é muito
importante para o plano da salvação. A evolução mina os fundamentos do plano da
salvação de várias maneiras.
Só para o professor: Como observado antes, a
criação está intimamente ligada ao restante da teologia bíblica. Ajude a classe
a manter essa conexão em mente enquanto nos concentramos no plano da salvação
no Éden.
A
criação é fundamental para a nossa doutrina da salvação. Visto que Deus criou
com desígnios e propósitos, há ideais que podem ser violados. Seres morais
livres podem decidir rejeitar os ideais de Deus e se revoltar contra a Sua
vontade soberana. Por isso, existe um conceito básico de pecado incorporado à
ordem criada. O pecado tem a ver com a escolha rebelde de rejeitar os desígnios
de Deus.
Por
outro lado, parece que se Deus "criou" o mundo por meio dos processos
evolutivos, destituídos de direção e propósito, não haveriam ideais objetivos
que o exercício do livre-arbítrio pudessem violar. E se não houvessem ideais
divinos que pudessem ser violados, como poderia haver qualquer conceito de
pecado? O bem e o mal poderia ser concebidos apenas em termos relativos para o
indivíduo. O bem e o mal teriam que ser determinados principalmente pelo
interesse próprio percebido. Sendo assim, em um cenário evolutivo, não pode
haver verdadeiro senso do pecado. Se não podemos ter um conceito significativo
do pecado, não temos necessidade de um Salvador. Não haveria necessidade de um
Deus abnegado e que Se esvazia, pois não teria havido desvio de ideais que
exigissem uma restauração salvadora. A criação, portanto, é de vital
importância para a nossa compreensão da salvação.
Comente: Peça aos alunos que compartilham, em suas próprias palavras, por
que a compreensão da criação é tão essencial para a doutrina da salvação.
Compreensão
Só para o professor: A história do juízo em Gênesis 3 revela tanto um Deus que responsabiliza a humanidade quanto um Deus que deseja salvar compassivamente.
Nosso compassivo Redentor
(Recapitule com a classe Gn 3:7-21.)
Em Gênesis 3, encontramos a queda da humanidade e a primeira promessa do
evangelho. Adão e Eva comeram o fruto proibido e perceberam que se haviam
tornado nus. Eles juntaram folhas de figueira e prepararam vestes para se
cobrir. Em seguida, ouviram “o som” de Deus andando no jardim (NKJV). A palavra
traduzida como "som" pode significar uma voz (RA, RC) que chama e
fala, ou pode significar sons em geral. De uma forma ou de outra, Deus estava
fazendo algum tipo de ruído ao Se aproximar de Adão e Eva. Por que Deus não
apareceu de repente para o casal ou perto dele?
O fato de que Deus realizou um juízo "investigativo" nos versos
seguintes nos informa que Ele de fato viera para responsabilizá-los por comer o
fruto proibido. A abordagem ruidosa de Deus, porém, indica que Deus estava Se
aproximando com objetivos maiores do que prestação de contas e punição. Se todo
o interesse divino fosse a punição, tudo o que Ele tinha que fazer era aparecer
de repente diante do casal e eles teriam caído e morrido de terror. Mas Deus
estava realizando um juízo a fim de ajudar a humanidade a ver a sua necessidade
de um Salvador. Deus prefere transformar os pecadores em vez de simplesmente
matá-los.
Por isso, Deus Se aproximou suavemente, fazendo perguntas, recapitulando as
provas de que Ele não havia mentido para Adão e Eva. Ele fez isso antes de
aplicar a condenação, na tentativa de reacender a confiança deles em Si mesmo e
em Sua Palavra. E funcionou! Além disso, Deus fez túnicas de peles para
substituir suas vestes de folhas de figueira. Mas como Deus obteve as peles de
animais?
Peles de animais procederam de animais mortos. Por que, então, de repente temos
animais mortos na história? A história parece implicar que os primeiros
sacrifícios pelo pecado foram oferecidos ali. O fato de que Abel sabia oferecer
sacrifícios pode reforçar essa conclusão. Assim, naquele mesmo dia um
substituto morreu, pagando a penalidade de Adão e Eva, para que eles
recuperassem a comunhão íntima com Deus e tivessem uma nova vida de obediência.
Isso significa que Deus é sanguinário, exigindo rituais cruéis, a fim de
aplacar sua ira? A abordagem suave e compassiva de Deus refuta tal pensamento.
Além disso, a promessa de Gênesis
3:15 diz que Deus derrotaria
o enganador e redimiria a humanidade. Assim, o sacrifício aponta para uma
verdade maior. O perdão não é alcançado com prejuízo da justiça. Ao contrário,
o perdão se torna possível porque Deus escolheu absorver o custo da justiça em
Si mesmo. A punição deve ser paga, ou a lei de Deus se tornaria sem sentido. As
peles apontam não para um Deus sedento de sangue, mas para um Deus
misericordioso que, voluntariamente, escolhe absorver o custo da justiça a fim
de tornar possível que renunciemos à rebelião e voltemos à harmonia com Sua
soberana vontade, sem ter que ser executados. Em resumo, a abordagem suave de
Deus, Sua promessa de esmagar a cabeça da serpente e Sua provisão de um
sacrifício, tudo aponta para Seu desejo de nos colocar novamente em um
relacionamento correto com Ele. O propósito do juízo em Gênesis 3 foi redentor,
abrindo o coração de Adão e Eva para o plano da salvação.
Pense nisto: O perdão envolve uma
vítima disposta a absorver o custo da justiça, a fim de oferecer ao culpado um
meio de entrar em um relacionamento novo e saudável. O que significa para você
perdoar alguém que o ofendeu?
Aplicação
Só para o professor: Na criação e na queda, Deus é revelado como misericordioso,
desejando o bem de Suas criaturas. Sendo feitos à imagem de Deus, cada um de
nós é chamado a refletir o Seu caráter aos outros.
Perguntas de reflexão:
1. Como a abordagem divina em Gênesis
3:7-15 nos ensina sobre a
maneira pela qual devemos abordar os pecadores, ao praticar as orientações de Mateus
18:15-20?
2. Compare e contraste os propósitos de Deus ao confrontar Adão e Eva com o
propósito do procedimento indicado em Mateus 18:15-20?
3. Quando você precisa confrontar alguém sobre um problema, como as suas
atitudes e abordagem podem exemplificar melhor o caráter de Deus, descrito em Gênesis
3:8-15?
4. O que teria acontecido com a divina habilidade de governar se o Senhor
tivesse simplesmente retirado as acusações, em vez de ter realmente realizado
um juízo? Qual é diferença entre anistia e perdão? (Dica: tem a ver com a
satisfação ou não da justiça.)
Criatividade
Só para o professor: O evangelho de Gênesis
mostra um maravilhoso equilíbrio entre o Deus justo, que responsabilizou a
humanidade pelo pecado, e misericordioso, que pagou a penalidade pela
transgressão de Adão e Eva contra Ele.
Perguntas de aplicação:
1. Seguindo o exemplo de Deus, como você pode equilibrar a justiça e a graça,
em seu relacionamento com os outros?
2. Como você pode evitar criar uma aura de graça barata, que deixa o pecador
pensando que ele pode pecar impunemente?
3. Como você pode evitar ser tão estritamente justo que pareça destituído de
graça?
Comentário
Michelson
Borges, jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP
Introdução
Ideia central 1: Se o relato da criação e da queda não foi exatamente como está
registrado em Gênesis, que sentido existe na morte expiatória de Jesus e em Sua
promessa de restauração do ser humano à imagem de seu Criador? O fato é que
Deus criou seres inteligentes, física e mentalmente perfeitos, mas dotados de
livre-arbítrio. Infelizmente, dando ouvidos aos enganos de Satanás, eles
escolheram pecar. Mas Deus não os abandonou e lhes prometeu enviar o Messias,
cujo propósito seria pagar a dívida do pecado e resgatar os seres humanos (Gn
3:15). A roupa de peles com que Deus vestiu Adão e Eva era um símbolo da graça
que cobre pecados e envolveu a morte de uma vítima inocente (Gn 3:21).
Ideia central 2: Deus é a fonte da vida e sem ela o ser humano é apenas um
amontoado de moléculas. Quando morre e perde essa centelha vital doada por
Deus (Gn 2:7), a pessoa volta ao pó, se desfaz (e só voltará a existir quando Jesus
retornar e reconstruir o
corpo de Seus filhos, devolvendo-lhes o fôlego de vida). Como o pecado é a
separação de Deus, distanciados dEle (que é a fonte da vida), somos mortais.
Quando entendemos que o próprio Criador Se fez humano, Se fez pecado
(separou-Se do Pai) e morreu em nosso lugar, isso deve nos encher de amor por
Deus. Cristo veio para destruir a morte, o que contraria a teoria da evolução
(teísta ou não), segundo a qual a morte seria um componente natural da
existência. Enquanto isso não acontece, Ele pode fazer de nós nova criatura,
dando-nos novo coração (Sl 51:10).
Para refletir
1. O relato da criação tem
implicação na doutrina da redenção?
2. Qual o significado da roupa de peles providenciada por Deus a Adão e Eva?
3. Segundo a Bíblia, o ser humano é mortal. Que esperança há para nós? Como a destruição da morte por Jesus contraria a evolução?
O Deus criador e restaurador
Na mente de
alguns, a existência de um Deus criador pode estar desvinculada da realidade de
um Deus restaurador. Ou seja, segundo o deísmo (concebido pelos gregos e
realçado durante o Iluminismo do século 18), deus está na natureza e no ser
humano. Assim, seria possível descobrir essa mesma divindade por meio da razão.
A grandiosidade do espaço sideral, a complexidade
da vida e outras realidades
que sensibilizam a mente humana constituem o motivo principal que inspira os
deístas a admitir a existência de Deus. Vejamos, então, os principais
enunciados desse paradigma:
- A realidade
de um deus criador unicamente como exigência da razão e não pelas doutrinas
impositivas de quaisquer religiões.
- Determinados conceitos – pecado, redenção, providência, perdão e graça – não existem, pois constituiriam ideias irracionais.
- Não existem milagres nem o sobrenatural, porém, a ordem do Universo provém de um deus – da natureza e não da humanidade, portanto, um deus impessoal.
- Um deus que pode ainda ser evocado no processo evolutivo – apenas originou a vida e orientou os mecanismos de formação de alguns sistemas biológicos mais complexos (na ausência desse deus, os mecanismos evolutivos dominam o cenário de lentas e graduais transformações).
Esses
conceitos certamente deturpam o verdadeiro caráter de Deus. A realidade do
surgimento do pecado, suas consequências e a solução divina – eficaz e completa
– são claramente expostas nas Sagradas Escrituras. Com efeito, o verdadeiro e
único Deus criador e Seu plano redentor para restaurar a criação caída
constituem os fundamentos do criacionismo e do próprio evangelho eterno,
realçados na primeira mensagem angélica: “Vi outro anjo voando pelo meio
do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a
terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei
a Deus, e dai-Lhe glória; porque é chegada a hora do Seu juízo; e adorai aquele
que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:6, 7).
Quanto à triste
realidade do pecado, devemos ainda entender que sua funesta manifestação é
permitida – dentro de certos limites estabelecidos pelo próprio Deus – com
dupla finalidade: (1) reconhecer o amor e o poder de Deus revelados imperfeita
e parcialmente por meio da contemplação e/ou estudo da natureza, e (2) deixar
evidentes os trágicos resultados decorrentes das nocivas interferências
(diretas e indiretas) de Satanás, na própria natureza.
Se o mal se
manifestasse de maneira mais branda, não poderíamos ter a verdadeira noção da
malignidade do pecado e, assim, poderíamos ser iludidos mais facilmente. Por
outro lado, a presença mais marcante (sem limites) do mal poderia nos impedir
de vislumbrar a bondade e a misericórdia divinas. Na verdade, a harmonia de
propósitos e a coerência de ações de um Deus poderoso e misericordioso, ao
longo da história humana – do Gênesis ao Apocalipse –, podem ser compreendidas
de maneira muito especial quando se constrói o seguinte paralelismo:
Teologia bíblica das origens
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Teologia bíblica da restauração
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1. Criação dos céus e da Terra (Gn 1:1).
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1. Criação do novo céu e da nova Terra (Ap 21:1).
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2. O primeiro Adão com sua esposa, Eva, no paraíso, chamados para
reinar sobre a Terra (Gn 1:27, 28).
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2. O Segundo Adão
(Cristo), com Sua esposa (a Igreja), no paraíso restaurado, onde reinará para
sempre (Ap 21:9).
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3. No meio do jardim, está a árvore da vida e o rio para regar o
paraíso (Gn 2:9, 10).
|
3. No paraíso restaurado, está a árvore da vida e o rio da vida (Ap
22:1, 2).
|
4. A interferência de Satanás, o tentador (Gn 3:1-4).
|
4. O julgamento e a
subversão final de Satanás (Ap 20:10).
|
5. O início do pecado, a queda do ser humano e sua expulsão do
paraíso, tornando-o sujeito ao sofrimento e à morte (Gn 3).
|
5. O fim do pecado, a restauração do ser humano e sua reintegração
ao paraíso, garantindo-lhe a vida eterna (Ap 20:14, 15; 22:1-5).
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6. O primeiro julgamento – um dilúvio global (Gn 6–9).
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6. O último julgamento universal, com fogo (Ap 20:7-10).
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7. A Torre de Babel – Deus transtorna a unidade étnica da espécie
humana, com a confusão das línguas (Gn 11).
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7. Diante do trono celestial – a unidade é selada pelo sangue do
Cordeiro, reunindo pessoas de todas as etnias (Ap 5:9).
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Em Gênesis 3:9-15, Deus realiza um juízo investigativo e, depois, oferece
perdão e graça.
- O autor da Lição escreveu: “Podemos produzir morte, mas a criação da vida
está além da nossa compreensão. Unicamente Deus tem a capacidade de criar
organismos vivos. Os cientistas têm tentado criar vida, pensando que, se
pudessem fazer isso, teriam uma desculpa para não acreditar em Deus. Até agora,
todos esses esforços fracassaram.” Sobre isso, leia os textos “Vida artificial
ou comprovação dedesign?”
(aqui)
e “Criar vida artificial é mais difícil do que se pensava” (aqui).
- “Por que Deus não evitou o surgimento do mal, se Ele sabe todas as coisas?
Ele não merece ser responsabilizado por omissão? Pense no seguinte exemplo: se
o professor, ao aplicar uma avaliação, percebe que o aluno usa uma ‘cola’, de
quem é a responsabilidade? Do aluno! O professor é apenas um expectador. E se
fosse possível ao professor com dois dias de antecedência visualizar o aluno
colando? A culpa continuaria sendo do aluno? Certamente que sim! O professor
permaneceria um observador – apesar da mudança na relação entre a ação do
observador e o tempo da ação praticada (simultânea na primeira situação e
previdente, na segunda)” (O
Resgate da Verdade, p. 56).
- “Semelhantemente, a onisciência de Deus, que implica em Seu conhecimento
prévio das escolhas morais de Suas criaturas, não determina as decisões delas,
nem O torna responsável pelas escolhas que fazem. Entretanto, Deus não é um
observador desinteressado e impassível. Ele age para nos atrair a Si, sabendo
que precisamos dEle para vencer o mal. Ainda assim, Deus nos dá liberdade de
escolha. Em muitos casos, nem quando Deus nos avisa antecipadamente de algo,
deixamos de cometer tal ação (a rejeição sofrida por Cristo é um bom exemplo
desse fato; ela ocorreu mesmo depois da advertência feita pelo profeta Isaías,
no capítulo 53 de seu livro)” (ibidem).
Leia Isaías 53:4, 5. Jesus Cristo carregou o fardo que não somos capazes de suportar. Ele, e somente Ele, tem a solução para o problema do pecado. Qualquer outro método para eliminá-lo deve ser considerado automaticamente como uma utopia doentia.
- Medite nas palavras do poema a seguir: “Ele veio até minha escrivaninha com
lábios trêmulos, / a lição havia sido terminada. / ‘Você tem uma folha em
branco para mim, professor? / Eu errei nesta, não está adequada.’ Peguei seu
papel, todo sujo e manchado / e dei a ele um novo, com todo o cuidado / E falei
para seu coração com esperança, / ‘Faça melhor desta vez, minha criança.’ / Eu
fui até o trono com o coração trêmulo; / o dia havia terminado. / ‘Você tem um
dia novo para mim, querido Mestre? / Eu estraguei este, não está adequado.’ Ele
pegou meu dia, todo sujo e manchado / e deu-me um novo, com todo o cuidado. / E
para meu coração Ele falou com esperança, / ‘Faça melhor desta vez, minha
criança’” (Autor desconhecido, “A New Leaf”, in James G. Lawson, The
Best Loved Religious Poems [Grand
Rapids, MI: Fleming H. Revell, 1961]).
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