quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

ES - Lição 7 - Vendo por espelho, obscuramente – 1º Trim, 2013




NOVO TEMPO - LIÇÕES DA BÍBLIA


Lição 7 - Vendo por espelho, obscuramente










Lição 7 - 9 a 16 de fevereiro


Vendo por espelho, obscuramente






Sábado à tarde
Ano Bíblico: Lv 23–25

VERSO PARA MEMORIZAR: “A sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles” (1Co 3:19).

Leituras da semana: Jó 12:10; 1Co 6:19, 20; Gn 3:17; Jo 12:31; 1Co 1:18-21

Em 1802, o teólogo William Paley escreveu um livro intitulado Natural Theology [Teologia Natural], no qual argumentou que se pode observar a natureza a fim de desenvolver uma compreensão do caráter de Deus. Ele escreveu extensivamente sobre as maneiras pelas quais as características dos animais revelam o cuidado e a habilidade do Criador. No entanto, Paley pode ter exagerado algumas características, porque ele não reconheceu os efeitos que o pecado e a queda exerceram sobre a natureza. Apesar disso, seu argumento geral nunca foi refutado, embora tenham ocorrido numerosas e clamorosas alegações ao contrário!


Charles Darwin, por outro lado, argumentou que um Deus que projetasse todas as características da natureza não seria bom. Como prova, ele se referiu a um parasita que se alimenta nos corpos vivos de lagartas e a forma cruel pela qual um gato brinca com um rato. Para ele, esses exemplos eram evidências contra a existência de um amoroso Deus Criador.


Compreendemos que Paley estava, obviamente, mais perto da verdade do que Darwin. Mas a lição desta semana examinará o que a Bíblia tem a dizer sobre a questão do que a natureza revela e daquilo que ela não revela, sobre Deus.

Domingo
Ano Bíblico: Lv 26, 27

A Terra é do Senhor

Um cientista, certa vez, fez um desafio a Deus. Argumentou que ele poderia criar a humanidade tão bem quanto qualquer deus. O Senhor disse: “Ok, vá em frente e faça isso.” O cientista começou a juntar algum pó, mas Deus disse: “Espere um minuto. Faça seu próprio pó!”


Embora essa história seja apenas uma fábula, a lição é clara: Deus é o único que pode criar do nada. Deus fez todo o material do Universo, incluindo nosso mundo, nossas posses e nosso corpo. Ele é o dono legítimo de todas as coisas.

1. Qual é a mensagem básica dos textos a seguir? O que essa mensagem nos diz sobre a maneira pela qual devemos nos relacionar com o mundo, com os outros e com Deus? Sl 24:1, 2; Jó 41:11; Sl 50:10; Is 43:1, 2; 1Co 6:19, 20

Um hino cristão muito apreciado começa com as palavras: “O mundo é de meu Deus” (Hinário Adventista, 36). Este é verdadeiramente o mundo de nosso Pai, porque Ele o criou. Não há reivindicação de propriedade mais legítima do que Sua capacidade de criação. Deus criou e, portanto, possui todo o Universo, os céus, a Terra e tudo o que neles há.


Não apenas o mundo pertence a Deus, mas Ele também reivindica a propriedade de todas as criaturas da Terra. Nenhum outro ser tem o poder de criar vida. Deus é o único Criador e, como tal, o proprietário final de cada criatura. Dependemos totalmente dEle para nossa existência. Nada podemos dar a Deus, exceto nossa lealdade. Todas as outras coisas na Terra já pertencem a Ele.


Além disso, pertencemos a Deus, não apenas pela criação, porém, mais importante ainda, pela redenção. Embora seja um dom maravilhoso de Deus, a vida humana foi muito prejudicada pelo pecado e termina com a morte, uma perspectiva que despoja a vida de todo significado e propósito. A vida, como agora existe para nós, não é tão fantástica. Nossa única esperança é a maravilhosa promessa da redenção, a única coisa que pode restaurar tudo novamente. Assim, somos de Cristo pela criação e pela redenção.

Segunda
Ano Bíblico: Nm 1–3

Um mundo caído

Uma coisa é certa: o mundo em que vivemos hoje está muito diferente daquele que surgiu do Senhor no fim da semana da criação. Certamente, uma poderosa evidência de beleza e planejamento existe em quase toda parte. No entanto, somos seres afetados pelo pecado, vivendo neste mundo de pecado e tentando entendê-lo. Mesmo antes do Dilúvio, o planeta havia sido impactado negativamente pelo pecado. “Nos dias de Noé uma dupla maldição repousava sobre a Terra, em consequência da transgressão de Adão e do homicídio cometido por Caim” (Ellen G. White, Vidas Que Falam [Meditações Matinais 1971], p. 32).

2. Como o mundo foi “amaldiçoado”, e quais foram os resultados dessas maldições? Gn 3:17; 4:11, 12; 5:29

A maldição sobre a terra por causa de Adão deve ter envolvido o reino vegetal, porque seus resultados incluíram a produção de espinhos e cardos. A implicação é que toda a criação foi afetada pelas maldições resultantes do pecado. A citação acima afirma muito claramente que a maldição sobre Caim não se limitou apenas a ele, mas repousou sobre o mundo inteiro.


Infelizmente, as maldições em virtude do pecado não terminaram ali, porque o mundo enfrentou outra maldição que o afetou em grande medida. Essa, é claro, foi o Dilúvio mundial. “O Senhor aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a Terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz” (Gn 8:21).


O Dilúvio desorganizou o sistema de irrigação estabelecido por Deus na criação, despojando o solo de porções de terra e depositando-as em outros lugares. Mesmo agora, a chuva continua a dissolver o solo, roubando-lhe sua fertilidade e reduzindo o rendimento da colheita. Deus prometeu graciosamente não amaldiçoar a Terra novamente, mas o solo que herdamos está muito longe do solo rico e produtivo que Ele criou originalmente.

Leia Romanos 8:19-22. Embora esses versos sejam difíceis de aceitar, como eles se relacionam com o que estudamos hoje? Que esperança podemos encontrar neles?

Terça
Ano Bíblico: Nm 4–6

O príncipe deste mundo

Então, perguntou o Senhor a Satanás: Donde vens? Satanás respondeu ao Senhor e disse: De rodear a Terra e passear por ela” (Jó 1:7); “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5:8).

Como vimos, o mundo pertence a Deus, tanto pela criação quanto pela redenção. Mas não devemos esquecer, também, a realidade de Satanás, a realidade do grande conflito e a realidade da tentativa do inimigo de tomar o controle de tudo o que puder. Embora, depois da cruz, sua derrota tenha sido assegurada, ele não se retirará silenciosa ou suavemente. Sua ira e seu poder destrutivo, embora limitados por Deus a um certo grau, de uma forma que certamente não entendemos agora, nunca devem ser subestimados. Não devemos esquecer também que, embora muitas vezes as questões possam parecer obscuras, a batalha final se resume apenas a duas forças: Cristo e Satanás. Não há meio termo. E, como sabemos, grande parte deste mundo está sob a bandeira do lado errado. É de admirar que o mundo esteja tão degenerado?

3. Que importante verdade sobre a realidade e o poder do maligno é encontrada na Bíblia? Jo 12:31; 14:30; 16:11; Ef 2:2;6:12

No livro de Jó é afastada uma parte do véu que esconde a realidade do grande conflito, e podemos ver que Satanás tem a capacidade de causar grande destruição no mundo natural. Sejam quais forem as implicações da expressão “o príncipe deste mundo”, uma coisa fica clara: Nesse papel, Satanás ainda exerce uma influência poderosa e destrutiva sobre a Terra. Essa verdade nos dá uma razão a mais para perceber que o mundo natural tem sido muito danificado. Precisamos ter muito cuidado com as lições que tiramos dele a respeito de Deus. Afinal, considere os grandes erros de interpretação de Darwin a respeito da condição do mundo.

De que forma você pode ver, nitidamente, a influência destrutiva de Satanás em sua vida? Por que a cruz e as promessas nela encontradas são sua única esperança?

Quarta
Ano Bíblico: Nm 7, 8

A “sabedoria” do mundo

Alcançamos uma quantidade incrível de conhecimento e informação, sobretudo nos últimos duzentos anos. Conhecimento e informação, no entanto, não são necessariamente a mesma coisa que “sabedoria”. Obtemos também uma compreensão do mundo natural muito maior que a dos nossos antepassados. Todavia, uma “compreensão maior” também não é a mesma coisa que sabedoria.

4. De que maneira Deus avalia a suposta “sabedoria” do mundo? Em nossos dias ainda podemos comprovar a tolice dessa “sabedoria”? 1Co 1:18-21; 3:18-21

Há muita coisa no pensamento humano que desafia a Palavra de Deus. Seja a questão da ressurreição de Jesus, da criação ou de qualquer milagre, a “sabedoria humana” (mesmo quando apoiada pelos “fatos” da ciência) deve ser considerada “loucura” quando contradiz a Palavra do Senhor.


Além disso, como afirmado anteriormente, grande parte do conhecimento científico de hoje, especialmente no contexto das origens humanas, começa com uma perspectiva puramente naturalista. Mesmo que muitos dos maiores gênios da história científica – Newton, Kepler, Galileu – tenham sido crentes em Deus e visto seu trabalho como um auxílio para explicar a obra de Deus na criação (Kepler escreveu: “Ó Deus, eu penso os Teus pensamentos depois de Ti ...”), tais sentimentos hoje são muitas vezes ridicularizados por segmentos da comunidade científica.


Alguns até procuram negar as histórias miraculosas da Bíblia, argumentando que elas realmente foram fenômenos que ocorriam naturalmente e que os antigos, ignorantes das leis da natureza, interpretaram erroneamente como ação divina. Há, por exemplo, muitos tipos de teorias naturalistas que procuram explicar a divisão do Mar Vermelho como algo diferente de um milagre de Deus. Alguns anos atrás, um cientista sugeriu que Moisés estava drogado, e então ele ficou alucinado com a ideia de que Deus lhe deu os Dez Mandamentos em tábuas de pedra!

Por mais tolas que algumas dessas explicações possam parecer, uma vez que você rejeite a ideia de Deus e do sobrenatural, você precisa inventar alguma outra explicação para essas coisas. Por isso, a “loucura” sobre a qual Paulo escreveu de modo tão claro e profético.

Quinta
Ano Bíblico: Nm 9–11

Pelos olhos da fé

O Salmo 8 é um dos mais amados. Para Davi, como crente em Deus, a criação falava da majestade e amor do Senhor.

5. Que lições específicas Davi contemplava na criação? Além disso, comparando o que sabemos sobre a criação hoje com o que era conhecido naquele tempo, por que as palavras de Davi parecem ainda mais notáveis? Sl 8

Somente nos últimos cem anos realmente começamos a compreender a vastidão do cosmos e, em comparação com isso, a nossa pequenez. Não se pode sequer imaginar que alguém como Davi, exceto pela revelação divina, pudesse ter alguma ideia da grandeza dos “céus”. Se ele ficou admirado naquela época, quanto mais admirados nós devemos ficar, sabendo que, apesar do tamanho do Universo, Deus nos ama com um amor que não podemos nem mesmo começar a entender?

6. O que Davi percebia nos céus? Sl 19:1-4

Muitos já olharam para as estrelas à noite e reconheceram a grandeza de Deus e a pequenez da humanidade, e louvaram a Deus por Seu cuidado. Outros se concentraram no problema do mal na natureza e culparam Deus pelos problemas que, na verdade, são o resultado de suas próprias escolhas ou das atividades do diabo.


Para o cristão, a criação fala verdadeiramente do cuidado de Deus, mesmo em meio ao mal introduzido por Satanás. No entanto, por mais poderosos que sejam o testemunho e a evidência do mundo criado, a revelação é incompleta, principalmente devido aos resultados da queda e às maldições que ela trouxe.

Leia João 14:9 e pense em Jesus na cruz. Por que a cruz deve ser sempre a principal revelação sobre a natureza e o caráter de Deus?

Sexta
Ano Bíblico: Nm 12–14

Estudo adicional

Fui advertida (1890) de que futuramente teremos uma luta constante. A chamada ciência e a religião serão postas em oposição uma à outra, pois os homens finitos não compreendem o poder nem a grandeza de Deus. Foram-me apresentadas estas palavras das Escrituras Sagradas: “Dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (At 20:30; Ellen G. White, Medicina e Salvação, p. 98).

Perguntas para reflexão

1. Pense na “tríplice maldição” (Ellen G. White, Spiritual Gifts [Dons Espirituais], v. 3, p. 88) sobre a Terra (a maldição da queda de Adão, do pecado de Caim e do Dilúvio). O efeito cumulativo dessas maldições, acrescido por milhares de anos, significa que nosso mundo atual é muito diferente da sua forma quando Deus o criou. Por que, então, devemos ser cuidadosos quanto às conclusões que tiramos, a partir do mundo atual, sobre o mundo no princípio?

2. A ciência é limitada em seu alcance, sendo propensa a resistir à autoridade divina. Além disso, a influência de Satanás é fortemente sentida na natureza, de modo que muito do que vemos é incompatível com a revelação de Deus na Bíblia. Por que é tão importante confiarmos mais nas Escrituras do que na ciência?

3. Por que não devemos nos surpreender ao encontrar alguma tensão entre os eventos sobrenaturais registrados na Bíblia e a abordagem materialista da ciência?

4. Examine a citação acima. Estamos vendo isso se cumprindo em nossa igreja?

Como podemos lidar com esses desafios perigosos à nossa missão e mensagem, de uma forma que, embora não comprometa nossa posição sobre a criação e a Palavra de Deus, ainda conserve a igreja como um “lugar seguro” para os que lutam com essas questões difíceis?

5. Leia Romanos 11:33-36 e Jó 40:1, 2, 7, 8. Qual deve ser nossa atitude para com as dificuldades que encontramos ao procurar harmonizar a ciência e as Escrituras?

Respostas sugestivas: 1. A Terra e seus habitantes pertencem ao Senhor, porque Ele nos criou e salvou. Devemos amar a Deus e aos Seus filhos, nossos irmãos. 2. A maldição sobre a Terra tornou mais difícil a obtenção do alimento. A violência trouxe maldição sobre a Terra e sobre os relacionamentos sociais. 3. O diabo é o príncipe do mundo, o príncipe da potestade do ar, o espírito que atua nos filhos da desobediência. As forças das trevas lutam contra nós. 4. Para Deus, a sabedoria do mundo é loucura. 5. A majestade da criação desperta o louvor ao Criador; apesar da grandeza do Universo, Deus valoriza e honra os seres humanos, criados à Sua imagem. O conhecimento da ciência nos deixa ainda mais impressionados com as maravilhas da criação. 6. A glória de Deus e a obra de Suas mãos. Os dias e as noites proclamam o conhecimento de que existe um Criador por trás das obras do Universo.



ESCOLA SABATINA






Resumo da Lição 7 – Vendo por espelho, obscuramente


Texto-chave: Gênesis 3:16-19


O aluno deverá...

Conhecer: A diferença entre revelação geral, revelação pela natureza e revelação especial.

Sentir: Como as mensagens da natureza, embora confusas, ainda podem nos ajudar a entender melhor quem é Deus e quem somos em relação a Ele.

Fazer: Permitir que os limites da maldição nos ensinem as nossas limitações humanas e nossa dependência de Deus.


Esboço

I. Conhecer: Revelação geral versus revelação especial

A. O que podemos aprender sobre Deus por meio da maldição do Éden?

B. Qual é a diferença entre revelação especial e revelação geral?


II. Sentir: Avaliando as nossas limitações humanas

A. Como os juízos do Éden nos confrontam com as nossas limitações humanas?
B. Como esses juízos, apesar de suas limitações, ou talvez por causa delas, na verdade nos oferecem conforto e segurança em um mundo destruído?


III. Fazer: Vivendo dentro dos nossos limites

A. Como você pode aprender a se relacionar com Deus ao confrontar as limitações causadas pelas maldições do Éden?

B. Em que áreas da vida você pode aprender a depender mais plenamente de Deus do que você está dependendo agora?


Resumo: Deus Se revela através da revelação especial, mas também através da natureza, de formas mais limitadas e gerais. A revelação geral através da natureza transmite mensagens confusas sobre Deus. Jó nos dá uma perspectiva sobre a razão pela qual o mal natural ocorre. No entanto, o mal ainda é permitido por Deus. A razão para isso é que a queda da humanidade foi, em parte, devida ao desejo das criaturas de transcender os seus limites e se tornarem divinos. As medidas corretivas de Deus resultaram em maldições que aumentaram as limitações humanas. Essas limitações nos ajudam a reconhecer mais facilmente que nunca poderemos ser como Deus e que dependemos de um Deus maior e mais poderoso do que nós mesmos.

Ciclo do aprendizado


Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: As mensagens que a natureza transmite a respeito de Deus são confusas devido à queda, a atividade satânica e aos nossos pecados. No entanto, a natureza ainda revela um Deus clemente e amoroso, mesmo enquanto vivemos sob a maldição edênica.

Só para o professor: Relembre à sua classe que, embora a natureza possa nos mostrar coisas sobre quem é Deus, as mensagens confusas da natureza coloca sérios limites na exatidão do conhecimento de Deus que podemos obter através da natureza.

Nos séculos XVI e XVII, teologias naturais foram uma busca popular de muitos intelectuais cristãos. Essa obsessão com a teologia natural levou a um grande debate sobre quanto podemos conhecer sobre Deus por meio do estudo da natureza. A maioria dos protestantes era pessimista sobre a capacidade da teologia natural de revelar Deus, devido à sua crença de que tanto a natureza quanto a razão humana haviam sido arruinadas pelo pecado. A partir dos debates sobre a teologia natural, foi feita uma distinção entre dois tipos de revelação divina: geral e especial. A revelação geral se refere a aspectos sobre Deus que podem ser inferidos por meio do estudo da natureza. A revelação geral é vista como limitada naquilo que ela pode nos revelar. Paulo apresentou apenas dois dos atributos invisíveis de Deus que os gentios poderiam inferir da natureza: Seu eterno poder e divindade (Rm 1:19, 20). Sem dúvida, podemos obter outras conclusões, mas não há dúvida de que a revelação geral pode ser deficiente em clareza devido às mensagens confusas da natureza.


Por outro lado, a revelação especial é o tipo de revelação em que Deus comunica informações específicas e claras aos seres humanos, por meio dos profetas, sonhos, visões e comunicação direta. Parece que muitas das teologias naturais produzidas descobriram uma revelação especial na natureza, criando uma clareza maior do que podemos encontrar no mundo natural. No entanto, mesmo a presença de calamidades, doenças e incerteza neste mundo podem ser um testemunho do amor e da graça de Deus.


Pergunta de abertura: Compartilhe uma experiência em que algo aparentemente negativo acabou sendo uma bênção em sua vida. O que esse resultado sugere sobre a maneira pela qual percebemos as calamidades e dificuldades em nossa vida?


Compreensão

Só para o professor: Embora Gênesis 3 contenha a primeira promessa evangélica clara, a maldição sobre o homem e a Terra ainda tem um papel redentor na experiência humana e, assim, testemunha da graça e do amor de Deus.

Comentário Bíblico


Espinhos, ervas daninhas e morte: a maldição que fala do amor
(Recapitule com a classe Gn 3:16-19.)


"Os céus proclamam a glória de Deus" (Sl 19:1), disse o salmista, mas quem entende a mensagem? Adoradores animistas muitas vezes têm uma visão muito mais terrível de Deus porque acham que a natureza é caprichosa e incerta. O futuro trará inundação ou seca? O meu filho ficará doente e morrerá, ou crescerá até a idade adulta? Calamidade e bênção parecem estar a uma piscadela de distância.


O darwinista devoto não parece estar em situação muito melhor. Que tipo de Deus teria criado propositadamente através de processos aleatórios, cheios de sofrimento? David Hull, como observado anteriormente, considerou que "O Deus de Galápagos" – dos processos aleatórios e evolutivos – "é negligente, desperdiçador, indiferente e quase diabólico" (David L. Hull, “The God of the Galápagos” [O Deus de Galápagos], Nature 352; 8 de Agosto de 1991, p. 486). Outros teólogos afirmam que a evolução mostra que Deus é bom, mas limitado em poder. Ele não pode erradicar o sofrimento e o mal, mas com empatia Ele sofre conosco. De qualquer forma, parece que esse não é o "tipo de Deus a quem estaríamos inclinados a orar" (p. 486).


Por outro lado, os crentes na criação veem uma ordem básica e uma estrutura racional natureza que testemunham de um hábil Criador. Os Salmos 8 e 19 enaltecem essa perspectiva. A crença na criação teve um papel fundamental no desenvolvimento do método científico, porque os cientistas acreditavam que Deus criou de forma ordenada, racional e compreensível, tornando possíveis resultados experimentais preditivos. Apesar das influências do pecado – catástrofes, doenças, e coisas semelhantes – os cientistas ainda discerniam uma ordem fundamental e lógica na natureza. Assim, a natureza apresenta duas faces: uma de males casuais e outra de ordem e planejamento divinos.


As mensagens conflitantes encontradas na natureza levam a questões profundas sobre Deus, especialmente no que diz respeito à teodiceia. Como a natureza pode testemunhar de um Deus bom quando bebês morrem e coisas semelhantes acontecem? Os adventistas do sétimo dia se voltaram para o tema do grande conflito para ajudar a explicar a mensagem confusa da natureza. Com base na história de Jó, entendemos que os desastres naturais são consequências gerais do pecado ou das atividades diretas de Satanás. Mas esse pensamento não explica adequadamente os juízos de Gênesis 3. Visto que Deus pronunciou uma maldição, incluindo a morte, sobre os seres humanos e a Terra, parece que devemos levar em conta mais do que meras influências satânicas, a fim de explicar o mal natural. Por que Deus imporia espinhos, ervas daninhas e morte?


É possível argumentar que o problema fundamental com Adão e Eva foi uma falha em reconhecer e aceitar que eles eram criaturas com limitações vivendo sob a soberania divina. O casal tentou transcender seus limites de criatura e ser como Deus, sem limites. Assim, a ação disciplinar de Deus teve que ser apropriada à transgressão. Por isso, Deus impôs uma maldição, aumentando o nível de limitações sobre a humanidade, a fim de reiterar e reforçar a ideia de que somos criaturas limitadas que necessitam da soberania do Criador. Embora Deus não ocasione todo o mal natural, Ele permitiu que a humanidade seguisse o governante de sua escolha, Satanás, mas não sem limitações protetoras. Assim, temos mensagens misturadas de maldição e bênção neste mundo. No entanto, quando consideradas como uma ferramenta de disciplina, mesmo a maldição fala de um Deus amoroso, que busca nos ajudar a retornar a um relacionamento adequado com Ele. Assim, mesmo as confusas mensagens de maldição refletem a graça, tanto quanto a primeira promessa de redenção em Gênesis 3:15.


Pense nisto: Paulo falou que tinha “um espinho na carne", que Deus não removeria. Ao contrário, Deus disse a Paulo que Seu poder seria aperfeiçoado através da fraqueza de Paulo – o espinho na sua carne. Paulo, portanto, utilizou o espinho como uma ferramenta para treinar a si mesmo a fim de ver os "espinhos" como instrumentos disciplinares da bênção, que ensinam sobre dependência de Deus. Quais são alguns espinhos que você pode transformar em instrumentos espirituais, ensinando você a depender mais de Deus?


Aplicação

Só para o professor: A lição desta semana tocou brevemente na cena do juízo de Gênesis 3:8-21. Esse é o primeiro exemplo bíblico de Deus realizando um juízo "investigativo". Note a ordem: primeiro Deus conduz uma investigação, e então pronuncia a sentença.


Perguntas de reflexão:

1. Por que Deus conduziu uma investigação? Por que não apenas chegar e anunciar a culpa e dar fim ao processo?

2. Qual foi o propósito de responsabilizar os seres humanos em Gênesis 3? Foi um ato disciplinar, redentor ou punitivo? O que na história provê a evidência para apoiar sua resposta?


Criatividade

Só para o professor: Vivemos em um mundo que nos encoraja a estender e até mesmo desafiar os nossos limites. No entanto, parte de um relacionamento adequado com Deus requer que reconheçamos os limites estabelecidos para nós na criação.

Atividade para discussão: Você tem a tendência de ignorar os limites de Deus para sua vida? Como você pode reconhecer mais a sua necessidade do domínio soberano do Senhor em sua vida?



COMENTÁRIO





Lição 7 – Vendo por espelho, obscuramente


Michelson Borges, jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP

Introdução

Ideia central 1: O pecado estragou a criação, mais ou menos como alguém que borra uma pintura antes perfeita. Em diferentes escalas e em várias situações, ainda é possível ver o extraordinário estilo do Pintor, mas os borrões são reais e podem atrapalhar uma correta percepção da realidade. Para um observador desavisado, que se concentra apenas na face disforme da natureza, os espinhos, a doença e a morte parecem atentar contra o caráter do Criador. Por isso Deus nos deu a revelação escrita, a Bíblia Sagrada, a fim de que nela Ele pudesse explicar o que realmente aconteceu e o que acontecerá com a Terra. O dilúvio também afetou grandemente o mundo originalmente criado por Deus (e soluciona certos “mistérios geológicos”), o que torna ainda mais necessária a revelação divina a fim de que entendamos muita coisa relacionada com este planeta.

Ideia central 2: Embora seu poder seja misericordiosamente restringido por Deus, Satanás tem certo domínio sobre este mundo, o que explica as muitas tragédias que assolam a humanidade. Não fosse essa restrição, certamente este planeta já estaria no caos absoluto. Assim, devemos ter cuidado com a maneira pela qual interpretamos o mundo à nossa volta. Esse cuidado, os darwinistas não têm, nem podem ter. Muito embora o amor de Deus e Seu eterno poder se manifestem claramente por meio de Suas obras criadas (Rm 1:19, 20),  a violência, a competição e o predatismo são reais, consequências naturais do pecado intensificadas pela atuação de Satanás. Tudo isso faz com que “toda a criação [suporte] angústias até agora” (Rm 8:22). Devido a nossos limitados conhecimentos e às informações “truncadas” provenientes da natureza caída e mesmo da nossa mente fragilizada pela decadência do pecado, não podemos nos amparar unicamente em nossa sabedoria (1Co 3:19, 20). Não dá para confiar somente nos pensamentos que nosso cérebro é capaz de gerar. Precisamos da Revelação.

Para refletir

1. Por que a natureza por si só é incapaz de nos fornecer uma compreensão adequada de Deus?

2. De que forma o dilúvio afetou nossa compreensão do mundo criado e o que o estudo dele e de seus efeitos pode responder?

3. De que forma a revelação sobre o grande conflito entre o bem e o mal nos ajuda a entender as mazelas do mundo? 

4. Por que não podemos confiar unicamente em nossas capacidades mentais para entender o mundo que nos rodeia?

Ampliação

Microevolução versus macroevolução

No meio acadêmico específico da biologia histórica, que se dedica à compreensão das transformações passíveis de ocorrer nos seres vivos, dois tipos de mudanças geralmente são consideradas: transformações macroevolutivas e mudanças microevolutivas (figura 1). Esses dois modos de alteração nos organismos são reais? Podem ser cientificamente caracterizados? Na verdade, a possibilidade das mudanças macroevolutivas e o nível de abrangência das transformações microevolutivas dividem biólogos, geólogos e paleontólogos.

Figura 1







Muito embora tenhamos a consciência de que tudo ao nosso redor muda ou se transforma, tanto a matéria quanto os seres vivos são também regidos por leis fixas ou imutáveis, o que nos possibilita compreender racionalmente, por meio da investigação científica, a própria natureza e as mudanças possíveis. Nesse sentido, procuraremos descrever os principais aspectos envolvidos nesse tema importante, fundamentados na excelente contribuição de Junker e Scherer, no livro Evolução – Um Livro Texto Crítico (Sociedade Criacionista Brasileira, 2002).

Na macroevolução, considera-se o surgimento de novos órgãos, novas estruturas e novos planos corporais, ou seja, a transformação de um tipo básico (eventualmente extinto) em outro. Pressupõe-se, ainda, o aparecimento de material genético qualitativamentenovo. Embora os processos “macroevolutivos” envolvam, convencionalmente, a geração de novos gêneros, famílias, ordens, classes e filos, no contexto deste comentário, a macroevolução teria uma abrangência mais restrita, não incluindo o táxon gênero. Portanto, a formação de alguns novos gêneros pertenceria ao campo (aqui considerado mais amplo) da microevolução (figuras 1 e 2).

Figura 2





Na verdade, a macroevolução carece de evidências. No próprio registro fóssil, de onde deveriam ser extraídos seus principais argumentos, encontramos exatamente o oposto. Entre as várias evidências desfavoráveis a esse presumível processo transformador, duas se destacam:


1. O repentino e inexplicável surgimento dos seres (praticamente todos os filos) – a explosão cambriana – sugerindo uma “árvore” filogenética invertida. Na realidade, até hoje não foi encontrada nenhuma evidência de um ancestral comum (Last Universal Common Ancestor, LUCA) que possa justificar uma origem abiogenética.

2. No campo da biologia e da paleontologia, a inexistência daquelas que seriam as mais importantes evidências científicas de modificações graduais capazes de gerar novas funções, novos sistemas, etc. Ou seja, na coluna geológica, onde estão os supostos e inumeráveis seres, ou fósseis de transição (ou intermediários)?

As mutaçõese a própria seleção natural não são capazes de produzir nova informação genética.

Na verdade, a seleção natural – mais uma força conservativa do que criativa – é totalmente incapaz de provocar mudanças macroevolutivas, não importando quanto tempo esteja “disponível”. Sendo assim, a origem abiogenética da vida e outras supostas transformações macroevolutivas, que teriam originado toda a atual biodiversidade, situam-se, predominantemente, no campo das conjecturas, em flagrante antagonismo com a própria realidade dos fatos.

 Já na microevolução, as modificações ou variações ocorrem exclusivamente no âmbito de um tipo básico – figuras 1, 3, 4 e 5 (ver Lição 6).

As alterações de órgãos se desenvolvem em estruturas ou planos de construção já existentes. As mudanças não progressivas em questão possibilitariam então a geração de variedades dentro da mesma espécie, bem comoa formação de novas espéciese novos gêneros. É importante salientar que a microevolução jamais pode ser considerada como base para os presumíveis processos macroevolutivos. Com efeito, se o criacionismo valoriza apenas a “microevolução”, já o evolucionismo, diferentemente, não sobrevive sem a macroevolução.


 Figura  3



  
Figura 4





Figura 5




Ou seja, os processos microevolutivos, nos quais ocorre apenas a otimização de estruturas já existentes, estariam totalmente desvinculados dos presumíveis mecanismos responsáveis pela evolução geral dos seres (macroevolução). Mesmo que o improvável ocorresse, ou seja, transformações microevolutivas contínuas, elas jamais produziriam mudanças macroevolutivas, desenvolvidas progressivamente, pois a seleção natural não gera complexidades.

Na verdade, a microevolução se ajusta muito mais ao modelo criacionista, comparativamente ao paradigma evolucionista. Adaptações e mudanças microevolutivas podem efetivamente ocorrer, inclusive de maneira muito rápida. Não deveríamos ainda nos esquecer da capacidade adaptativa fantástica dos seres vivos, revelando a extraordinária sabedoria de um Deus criador e mantenedor, que atua neste mundo afetado pelo pecado. A criação, inicialmente perfeita, hoje reflete obscuramente o poder, o amor e a bondade de Deus.

Com efeito, após a queda relatada em Gênesis 3, se desencadearam processos degenerativos (face disforme da natureza, tema considerado na Lição 11), tanto nos organismos biológicos como no meio ambiente. Após a Grande Catástrofe, ocorreram mudanças ambientais ainda mais drásticas. Verificam-se então incríveis alterações metabólicas nos seres, cujo potencial para a sobrevivência teria sido previamente implantado pelo mesmo Deus criador e mantenedor.

A manifestação das transformações microevolutivas adaptativas possibilita, então, que muitas espécies de plantas e animais estejam perfeitamente aptas a sobreviver em novos e precários ecossistemas. Como exemplo, podemos mencionar o extraordinário equilíbrio ecológico identificado em ambientes extremamente inóspitos como desertos, regiões gélidas, gêiseres, etc., originalmente inexistentes, e que abrigam seres perfeitamente adaptados (extremófilos).

Assim, dependendo da “lente conceitual” que a pessoa adotar, a realidade se lhe apresentará mais ou menos desfocada. Por tudo o que temos considerado, o evolucionismo é um “espelho” bastante opaco, fornecendo “imagens” distorcidas da vida e da origem dela.

Conclusões

– Além de ser limitada nossa capacidade de observação e de completo entendimento a respeito do que observamos, devemos levar em conta o fato de que a Grande Catástrofe (dilúvio) alterou drasticamente a superfície da Terra, dificultando ainda mais as observações, especialmente se esse evento não é levado em conta pelo observador.
– “Microevolução” ou diversificação de baixo nível é um fato científico e explica bem as variações limitadas verificadas nos seres vivos. Os criacionistas concordam com isso. Macroevolução é extrapolação não científica que não condiz com a realidade dos fatos.
– Leia o texto “O pior cego é o que não quer ver” (aqui).

– Leia o texto “Vendo o mundo natural pelas lentes de um físico” (aqui).

- Assista também à exposição geral da Lição “Origens” (aqui).








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