Lições da Bíblia
Eventos finais (1Ts 5:1-11)
Lição 9 de 25 de
agosto a 1º de setembro
Eventos finais (1Ts 5:1-11)
Sábado
à tarde
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Ano
Bíblico: Jr 49, 50
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VERSO PARA MEMORIZAR: “Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios,
revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança
da salvação” (1Ts 5:8)
Pensamento-chave: A realidade da volta de Cristo nos chama à prontidão
contínua.
No texto
desta semana, a segunda vinda de Cristo ainda é o tema principal, mas o foco é
diferente. Aqui, a ênfase de Paulo não é esclarecer detalhes sobre a vinda de
Jesus, mas proclamar a necessidade de constante prontidão, à luz desse evento
(e do juízo que esse acontecimento implica). A passagem anterior foi
encorajadora. Quando chegar o fim, o resultado será muito mais positivo do que
aquele que os tessalonicenses estavam esperando. Agora que eles entendiam
melhor a natureza de Sua vinda, a questão era como se preparar para ela.
O problema na igreja naquele tempo parece ter sido uma teologia de “paz e segurança” combinada, talvez, com a tentativa de alguns membros de calcular o tempo da segunda vinda de Cristo. Por meio da profecia, os tessalonicenses esperavam ser capazes de prever quando os eventos finais ocorreriam e, assim, saber quando deveriam se preparar. Como resultado, alguns poderiam ter vivido sem nenhum senso de urgência.
Quem entre nós hoje não está relacionado com esse problema? Quanto mais tempo estamos aqui, mais fácil é perder o senso de urgência. Daí a nossa necessidade de prestar atenção às palavras de Paulo.
Domingo
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Ano
Bíblico: Jr 51, 52
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Os dois
lados do juízo
Embora a
palavra específica não ocorra em 1
Tessalonicenses 5:1-11, o texto está muito
relacionado com esse assunto. Paulo queria que os crentes de Tessalônica
estivessem cientes de que o juízo de Deus não se limita a algo que acontece no
Céu no fim do tempo. Ao contrário, o juízo tinha consequências reais para sua
vida cotidiana.
Hoje, muitas pessoas se sentem desconfortáveis com o tema do juízo. Elas não gostam da implicação de negativismo e ameaça. Mas o conceito bíblico de juízo é mais amplo do que apenas ameaça, condenação e execução. Há também o lado positivo. Ações simples de misericórdia e bondade não passam despercebidas nem ficam sem recompensa (Mt 10:42). Deus vê tudo o que fazemos, seja positivo ou negativo, e tudo tem um significado no plano mais amplo.
A dupla natureza do juízo é evidente nas primeiras narrativas da Bíblia. No Jardim do Éden, Deus julgou negativamente o pecado de Adão e Eva. Houve consequências do pecado em relação ao parto, à agricultura e ao lugar em que lhes foi permitido viver. Ao mesmo tempo, Deus os julgou positivamente. Ele criou inimizade entre eles e Satanás e misericordiosamente os vestiu com peles para que não sofressem excessivamente no ambiente em mudança. Ainda mais importante: essas peles simbolizavam a justiça de Cristo, que também cobriria seus pecados.
Em Gênesis 4, Deus julgou Caim negativamente, enviando-o ao exílio. Mas Caim também recebeu um juízo positivo. Deus colocou nele um sinal para que ninguém o matasse. Na época do Dilúvio, Deus julgou negativamente a humanidade por meio da destruição do Dilúvio, mas também positivamente, provendo a arca como meio de escape (Gn 6-9:17).
Em Gênesis 11, Deus confundiu as línguas e espalhou a humanidade por toda a Terra (negativo). Onde está o juízo positivo? Encontra-se no chamado de Abraão para ser uma bênção para “todas as famílias da Terra” (Gn 12:3), as mesmas pessoas que foram dispersas anteriormente, nos anos da torre de Babel (Gn 11:9).
Como a
verdade de Cristo como nosso substituto no juízo torna esse juízo positivo para
nós? Por que devemos ter sempre em mente essa importante verdade quando
pensamos sobre o juízo?
Segunda
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Ano
Bíblico: Lamentações
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O dia do
Senhor” é uma expressão encontrada frequentemente em passagens do Antigo
Testamento sobre o juízo. Ela descreve uma intervenção divina decisiva no tempo
do fim, com forte ênfase sobre as consequências negativas da desobediência (Is
13:6-9; Jr
46:10;Ez
30:2-12). Em nosso texto para hoje, Paulo combinou esse conceito anterior
com a analogia do ladrão, introduzida por Jesus (Mt
24:43, Lc
12:39).
A tripla combinação do dia do Senhor, do ladrão na noite e das contrações antes do nascimento de um bebê ilustra o mesmo ponto: a segunda vinda de Jesus será repentina, inesperada e inevitável para os ímpios. O tempo do fim não é o momento para se preparar para o fim. O tempo de preparação é agora.
O verso 4 deixa claro, no entanto, que Paulo não estava repreendendo os tessalonicenses. Eles já sabiam que o dia do Senhor virá como um ladrão de noite. São os outros, aqueles que clamam “paz e segurança”, que serão surpreendidos pela futura destruição.
Em Atos 1:6, 7, os discípulos de Jesus perguntaram sobre o tempo dos eventos finais da história da Terra. Mas Jesus não satisfez sua curiosidade sobre essas coisas. O tempo do fim não devia ser conhecido por eles. Podemos perceber que a expressão “tempos e épocas” diz respeito a tentativas de calcular o tempo do fim. Tais tentativas atraem a atenção, mas são espiritualmente contraproducentes. Elas causam desapontamento, quando passa o tempo calculado, ou demora na preparação, quando o tempo previsto está muito à frente.
De
acordo com Lucas
21:34, muitas pessoas usam coisas como álcool e
entretenimento para tentar escapar da responsabilidade espiritual. Outros podem
se preocupar com a preparação espiritual para o fim, mas são distraídos pelos
cuidados e ansiedades da vida. O fato de que o fim será repentino, porém,
significa que chegará o tempo em que não haverá escape para os distraídos ou
complacentes. Nos versos que seguem às palavras de Cristo em Lucas
21:34-36 há uma saída para os que vigiam.
Como
podemos viver com o senso de urgência, com a consciência da proximidade da
vinda de Cristo, e sem envolvimento com fanatismo nem extremismo? Como podemos
alcançar o equilíbrio certo? Comente sua resposta com a classe.
Terça
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Ano
Bíblico: Ez 1–3
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Nos
primeiros versos do capítulo 5, Paulo abordou a condição dos que, por alguma
razão, não estavam preparados. Os tessalonicenses já sabiam que a realidade da
segunda vinda é certa. Apenas o tempo é desconhecido. A surpresa será trágica
para os que não estiverem preparados. Alguns não estão prontos porque não
acreditam na segunda vinda de Cristo; outros porque acham que podem adiar sua
preparação até que os eventos os convençam de que o fim está próximo.
Foi no fim da década de 1950. Um jovem ouviu um pregador dizer que Jesus viria em 1964. Portanto, a igreja deveria se preparar. O jovem decidiu que, visto que ainda faltavam vários anos, ele não se incomodaria em se preparar até por volta de 1962. Em outras palavras, a intenção do pregador de aumentar o senso de urgência teve o efeito oposto sobre o jovem. Essa demora é perigosa, é claro, porque você não sabe se viverá sequer até o fim deste dia. A boa notícia é que não precisamos saber quando Jesus voltará para estar prontos agora.
4. Qual é o significado espiritual de metáforas
como “luz e dia, escuridão e luz”? Que aspectos de sua vida poderiam ser
descritos como luz e quais como a escuridão? O que você pode fazer para ter uma
vida mais iluminada? 1Ts
5:4, 5
Nesses
versos, Paulo começou uma série de contrastes com dia/noite e escuridão/luz (um
contraste entre ruína/resgate está implícito noverso
3). Os incrédulos serão surpreendidos pelos
eventos do fim, mas os crentes não serão surpreendidos. Por quê? Porque vivem
na luz. A Bíblia é uma “lâmpada para os [nossos] pés... e... luz para [o nosso]
caminho” (Sl 119:105, RC). A profecia é dada a fim de que tenhamos informação
suficiente para estar espiritualmente preparados para o que está adiante de
nós.
A preparação para a segunda vinda de Cristo envolve investir tempo considerável na Palavra de Deus. A preparação é o ato de acumular um tesouro no Céu. A preparação é uma entrega diária ao Senhor.
Há muitas distrações no mundo, como trabalhos, e-mails, entretenimento e diversas drogas e outras substâncias que melhoram o humor.
O apelo
de Paulo vem até nós através dos corredores do tempo. Coloque as distrações de
lado. Ponha a Palavra de Deus em primeiro lugar em sua vida, e você não será
surpreendido pelos acontecimentos, não importando quão inesperado seja o tempo.
Quarta
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Ano
Bíblico: Ez 4–7
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5. Como a analogia do embriagado e do sóbrio nos
ajuda a entender melhor a preparação para a segunda vinda de Jesus?1Ts
5:6-8
Paulo
começou o verso
6 com “Assim, pois” ou “Portanto”, dependendo da tradução.
Ele demonstrou que os verdadeiros seguidores de Jesus são filhos da luz e do
dia. No texto para hoje, ele levou adiante a metáfora a fim de exortá-los a
estar cada vez mais preparados para a vinda de Jesus. Embora o verso
7 apresente um desvio, os versos
6 e 8 encorajam os tessalonicenses a estar acordados, sóbrios e
armados para os desafios futuros.
Paulo começou com o contraste entre adormecido e vigilante. Visto que os crentes são “do dia”, eles não devem dormir. A noite, sim, é para dormir. Paulo estava escrevendo metaforicamente. Aqui é uma metáfora para a preguiça espiritual ou falta de interesse (no verso 10, é uma metáfora para a morte). A expressão “não durmamos” no original significa “‘nem sequer comece’ a dormir”. Paulo presumia que eles já estivessem acordados, mas os encorajou a perseverar cada vez mais na vigilância.
Paulo os encorajou a ser sóbrios e não embriagados. No mundo antigo, a sobriedade era símbolo da razão filosófica. Paulo desejava que os tessalonicenses fossem pensativos e cuidadosos em seu raciocínio a partir das Escrituras. Alguns usam a Bíblia para fixar datas e para especulação. Em vez disso, Paulo queria que os crentes se concentrassem nas implicações das Escrituras para sua preparação espiritual. A metáfora do sóbrio e do embriagado pode também apontar para o tipo de restrição ética que ele incentivou em 1 Tessalonicenses 4:1-12.
“O dia” é associado com estar acordado e sóbrio. É à noite que as pessoas dormem e, geralmente, à noite, elas se embebedam. Mas noverso 8 Paulo mudou para a imagem de um guarda militar. Os guardas precisam estar acordados e sóbrios em todo o tempo, dia e noite. Os soldados precisam exceder a norma quando se trata de vigilância. De idêntico modo, Paulo também esperava que os cristãos excedessem a norma quando se tratava da preparação para a segunda vinda de Jesus. E, como soldados, os cristãos devem colocar todo o seu equipamento antes de assumuir seus postos.
Tome as
palavras de Paulo nessa passagem como se ele estivesse escrevendo
especificamente e pessoalmente para você. Como você traduziria essas palavras
na prática? Isto é, o que precisa mudar em sua vida para que você faça o que
ele diz?
Quinta
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Ano
Bíblico: Ez 8–10
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Como
vimos, em 1
Tessalonicenses 5:1-11, Paulo traçou uma série de
contrastes para ilustrar os dois lados do juízo na volta de Jesus. Em nosso
texto para hoje (1Ts
5:9-11), ele abordou o contraste entre a ira e a
salvação. Os crentes podem ter confiança nos últimos dias porque em Cristo há
certeza de que eles são filhos da luz.
6. Qual é a mensagem essencial de 1 Tessalonicenses 5:8-11? De que esperança Paulo estava
falando e por que podemos suplicá-la para nós? Como o evangelho é revelado
nesses textos?
Hoje,
muitos acham que o conceito bíblico da ira de Deus reflete mais a cultura dos
tempos bíblicos do que a verdade sobre Deus. Isso, no entanto, é um equívoco. É
verdade que, na Bíblia, Deus ajustou Sua verdade aos limites da linguagem
humana. Mas o conceito da ira de Deus não está limitado às partes mais antigas
da Bíblia. Ele é difundido também no Novo Testamento, incluindo as palavras de
Jesus (Lc
21:23; Jo
3:36), os escritos de Paulo (Rm
1:18; 1Ts
1:10) e as visões do Apocalipse (Ap
6:16, 17; 15:1). Assim, não podemos seguramente ignorar o conceito, que
deve expressar algo muito importante sobre Deus e o plano da salvação.
Embora não possamos nos aprofundar no assunto neste estudo, devemos ter certeza de que a ira de Deus não é uma fúria irracional e impulsiva. Os caminhos de Deus não são os nossos caminhos (Is 55:8, 9). O conceito bíblico da ira de Deus é mais semelhante à necessidade de justiça de uma nação em relação aos transgressores que prejudicam e oprimem os outros. Os que persistem na iniquidade serão punidos e destruídos. Visto que todos nós trangredimos a lei de Deus, todos estaríamos sujeitos à execução da justiça, se não fosse a vida, morte e ressurreição de Cristo.
O propósito de Deus para nós não é a “ira” ou justiça punitiva, mas a graça e a salvação. Em Cristo, Ele providenciou a proteção de que precisamos para que não sejamos destruídos no juízo. Por isso, Paulo pensava que a ira de Deus, corretamente compreendida, fosse uma razão para encorajamento e não para medo (1Ts 5:11). Em Cristo, nunca precisaremos enfrentar a ira de Deus porque, na cruz, Jesus a enfrentou por nós.
Essa
realmente é uma boa notícia, você não acha? O que ela significa para você?
Sexta
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Ano
Bíblico: Ez 11–13
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Estudo
adicional
Há
necessidade de vigilância. Nosso próprio coração é enganoso. Estamos rodeados
das fraquezas e imperfeições da humanidade, e Satanás está atento para nos
destruir. Podemos estar desprevenidos, mas nosso adversário jamais estará
ocioso” (Ellen G. White,Testemunhos Para a Igreja, v. 5,
p. 409).
“Alguns parecem sentir que precisam estar sob observação e provar ao Senhor que se emendaram, antes de poder reivindicar Sua bênção. Mas... Jesus deseja que vamos ter com Ele assim como estamos: pecaminosos, desamparados, dependentes. Afirmamos ser filhos da luz, não da noite nem das trevas. Que direito temos de ser descrentes?” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 150).
“A massa dos cristãos professos... [está] vivendo para o mundo. Sua fé não tem senão uma pequena influência para restringir seus prazeres. Conquanto professem ser filhos da luz, andam em trevas e são filhos da noite e das trevas” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 404).
“O mundo que age como se não houvesse Deus, absorto em empreendimentos egoístas, cedo sofrerá repentina destruição e não escapará... Por meio de danças, farras, bebedices, do vício de fumar e da satisfação das paixões sensuais, eles seguem como bois para o matadouro” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 26).
Perguntas para reflexão
1.
Pergunte aos alunos: Se Cristo voltasse amanhã, você estaria pronto?
2. Como podemos manter um senso de urgência e ainda agir de modo “normal” na sociedade?
3. Sua compreensão do tempo do fim mudou ao longo dos anos? Por que o entendimento do plano da salvação e da justificação unicamente pela fé é tão importante para uma clara compreensão dos eventos dos últimos dias?
2. Como podemos manter um senso de urgência e ainda agir de modo “normal” na sociedade?
3. Sua compreensão do tempo do fim mudou ao longo dos anos? Por que o entendimento do plano da salvação e da justificação unicamente pela fé é tão importante para uma clara compreensão dos eventos dos últimos dias?
Resumo: Paulo nos chama a um compromisso de preparação para a volta
de Jesus. Quando aceitamos o evangelho, nos tornamos filhos da luz. Enquanto
vivemos o evangelho em fé, esperança e amor, crescemos mais e mais à imagem de
Jesus. Se estivermos prontos para morrer em Cristo hoje, estaremos prontos se
Jesus vier hoje.
Respostas sugestivas: 1: Negativo: Sofrimento na gravidez; mulher dominada pelo
marido; Terra amaldiçoada; fadigas; espinhos e ervas daninhas; morte; casal
expulso do Éden. Positivo: Família mantida; filhos preservariam a vida; a Terra
daria o sustento; a morte seria um descanso; a esperança foi vista nas vestes
de peles e na profecia sobre a inimizade. 2: O dia do Senhor, a segunda vinda
de Jesus, o fim da história do pecado, o dia do juízo, o tempo da restauração
final. 3: O dia do Senhor virá repentinamente, como laço, como ladrão e como as
dores de parto; os envolvidos com as trevas, orgia, embriaguez e preocupações
do mundo serão apanhados de surpresa; para vencer no dia do Senhor precisamos
vigiar, orar, usar a couraça da fé e amor e o capacete da esperança. 4: A luz é
a Palavra de Deus e o caminho indicado por Ele; o contrário de tudo o que Deus
ensina é escuridão; quem anda em trevas não se prepara para o dia do Senhor. 5:
Na noite do pecado, as pessoas se embriagam e dormem o sono da distração
espiritual, ao contrário dos sóbrios, que vigiam, vivem na luz, na fé e na
esperança. 6: Devemos viver na fé, no amor e na esperança, porque temos a
certeza da salvação e de que seremos salvos da condenação; nessa certeza,
devemos viver animando e edificando uns aos outros.
Resumo
da Lição 9 – Eventos finais (1Ts
5:1-11)
O aluno deverá...
Saber: Que a certeza da vinda de Cristo e do juízo devem produzir um senso de urgência e prontidão contínua na vida.
Sentir: A necessidade de viver à luz da vinda de Cristo e não se distrair com o mundo.
Fazer: Decidir não cair na condição de apatia espiritual.
Esboço
I. Conhecer: A certeza da vinda de Cristo
A. O uso que Paulo fez da expressão “tempos e épocas” (1Ts 5:1, NVI) indica que alguns tessalonicenses estavam tentando calcular quando Cristo voltaria. Por que marcar datas não é a melhor maneira de se preparar para a vinda de Cristo?
B. Paulo compara a vinda de Cristo com a chegada de um ladrão e com as contrações sentidas por uma mulher antes de dar à luz. O que essas duas metáforas sugerem sobre a natureza da vinda de Cristo?
C. O dia do Senhor será de juízo. De que maneira devemos nos relacionar com o conceito do juízo?
II. Sentir: O desejo de estar preparado
A. Quais são as características de um crente espiritualmente adormecido? E de uma pessoa que está espiritualmente despertada? Como está sua vida?
B. Que tipo de motivação é necessária para que alguém se mantenha desperto espiritualmente? Que formas de motivação devem ser evitadas? Por quê?
III. Fazer: Permanecendo acordado
Quais são as maneiras práticas de se manter espiritualmente alerta nesta semana?
Resumo: Os crentes precisam se proteger contra a acomodação espiritual enquanto esperam ansiosamente e se preparam para a vinda de Jesus.
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Os crentes não devem perder de vista a certeza da vinda de Cristo e a necessidade de manter o senso de urgência e disposição na preparação para aquele dia.
Atividade de abertura: Em 1970, um evangelista americano quase desconhecido,
chamado Hal Lindsay, publicou um livro sobre profecias bíblicas intitulado “The
Late Great Planet Earth” [A Agonia do Grande Planeta Terra]. Com base em uma
interpretação dispensacionalista de Mateus
24:32-34, Lindsay declarava que Jesus voltaria em
1988, uma geração depois do estabelecimento da nação de Israel em 1948. Na
esteira dos eventos tumultuados no Oriente Médio, o livro rapidamente se tornou
um sucesso de vendas e tem sido vendido desde então. De fato, conforme
relatado, o livro foi traduzido para 54 línguas, com vendas excedendo os 35
milhões de cópias! No momento em que este texto é escrito, o livro está na 25ª
edição, apesar de Jesus não ter voltado em 1988!
Mesmo que o mundo não tenha acabado em 1988, Lindsay não desistiu de marcar datas. Ele simplesmente mudou a data para 2007, alegando que Israel realmente não tinha tomado posse de toda a Terra Prometida até depois da Guerra de Seis Dias, em 1967. E quando Jesus não voltou em 2007, Lindsay ainda não aceitou a derrota. Ele meramente declarou que uma geração não era 40 anos, mas algo entre 60 a 80 anos. Assim, de acordo com seus cálculos revisados, a segunda vinda de Jesus realmente deve acontecer em algum momento entre os anos de 2027 e 2047.
Enquanto a maioria das pessoas tende a ignorar os religiosos marcadores de datas como loucos, a popularidade do livro de Lindsay, e outros como esse, ilustram a atração que os humanos têm pelo sensacional e o perigo de brincar com esse interesse. Sendo religião, política, esporte, ou mesmo em noticiários, vivemos em uma sociedade que gosta de fazer sensacionalismo com as coisas para chamar a atenção das pessoas. O problema de fazer sensacionalismo com qualquer coisa, sem dúvida, é que, no fim, isso resulta em tornar sensacional algo insignificante. Como na história do menino que deu o alarme falso sobre a chegada do lobo muitas vezes, fazendo com que os moradores da vila deixassem de acreditar nele, inevitavelmente esse sensacionalismo torna quase impossível distinguir o importante do comum. E em questão de fé, no fim isso produzirá mais ceticismo e dúvida do que fé.
Pense nisto: Embora os Adventistas do Sétimo Dia nunca tenham oficialmente predito o tempo da vinda de Cristo, houve pessoas entre nós que já foram culpadas de sensacionalismo?
Compreensão
Comentário
Bíblico
I. O juízo, parte 1: palavras de conforto de Paulo
Os novos conversos de Tessalônica estavam preocupados com a vinda de Cristo por dois motivos: (1) eles estavam preocupados com o destino dos seus amigos que haviam morrido e (2) estavam aflitos acerca do juízo vindouro. Já vimos como o anúncio de Paulo sobre a ressurreição em 1 Tessalonicenses 4:13-18 deu aos irmãos notícias animadoras que os ajudaram a consolar uns aos outros (1Ts 4:18) em relação àquela primeira preocupação deles. Em 1 Tessalonicenses 5:1-11, Paulo abordou as preocupações deles sobre o juízo vindouro com notícias que também foram designadas a ajudá-los a consolar uns aos outros (1Ts 5:11) a respeito do juízo. A pregação de Paulo havia produzido uma impressão definida nos tessalonicenses. Embora ele os tivesse convencido acerca do “Deus vivo e verdadeiro” (1Ts 1:9) e a respeito da importância de crer em Seu Filho unigênito, a mensagem de Paulo sobre “a ira vindoura” (1Ts 1:10), a ser revelada no dia do juízo, começou a preocupá-los. Sem poder compartilhar com Paulo seus temores, os conversos gentios concluíram que a melhor maneira de lidar com seus medos acerca do juízo era descobrir “quando” ele ocorreria. Sem dúvida, eles pensavam que conhecer os “tempos e épocas” (1Ts 5:1) os ajudaria a saber quanto tempo eles tinham para se preparar a fim de enfrentar o juízo de Deus.
Mesmo que esse plano fizesse sentido para um grupo de pagãos recém-batizados, Paulo não apenas enfatizou que esse plano não daria certo, mas que era inteiramente equivocado. O apóstolo explicou isso primeiramente lembrando-lhes de que é inútil tentar calcular a data da segunda vinda de Jesus, porque ela será inesperada e repentina como a chegada de um ladrão (1Ts 5:2; Mt 24:43, 44; Lc 12:39, 40) e como as dores de parto que inesperadamente vêm à mulher no fim da gravidez (1Ts 5:3; Is 13:6-8; Jr 4:31).
Porém, ainda mais importante é que Paulo continuou a assegurar aos tessalonicenses que eles nada tinham a temer, porque Deus não os estava perseguindo. Ele os destinou para a salvação e não para a ira (1Ts 5:9). Foi Ele quem tomou a iniciativa de salvá-los, enviando Jesus para morrer pelos pecados do mundo (Jo 3:16; Rm 5:6-10). O juízo que ocorrerá no dia do Senhor será positivo em favor do povo de Deus (Jr 30:8, 9). Os únicos que precisam temer esse dia são os inimigos de Deus e de Seu povo.
Pense nisto: O problema enfrentado pelos novos conversos de Tessalônica
em relação ao juízo era o mesmo contra o qual muitos cristãos ainda lutam hoje:
falta de fé no amor de Deus por eles. O que podemos fazer para ajudar os
crentes a não "temer" o juízo, sem promover um falso senso de
confiança em nossa própria justiça, à parte de Deus?
II. O juízo, parte 2: a maneira certa de se preparar
Embora Paulo reafirmasse aos tessalonicenses que eles não precisavam temer o juízo vindouro, é importante notar que o apóstolo não descartou a necessidade de se preparar para o dia do Senhor. O problema não era que os tessalonicenses quisessem se preparar para o juízo, mas que sua maneira de se preparar estava equivocada. Qual é a maneira certa de se preparar para o dia do Senhor? A resposta de Paulo é dupla.
Primeiro, os tessalonicenses não deviam acreditar na propaganda do mundo acerca de "paz e segurança". O mundo está destinado à destruição e a maioria das pessoas se esquece do que o futuro realmente reserva. Embora isso seja verdade em relação ao que está reservado para o mundo quando Jesus voltar, certamente isso também é verdade acerca do dia e hora em que vivemos. Nada neste mundo é seguro. Tudo está passando.
Segundo, em vez de permitir que o mundo os induza a um falso senso de segurança, Paulo exortou os crentes a permanecer despertos e viver como pessoas que acreditam que o mundo atual está chegando ao fim e que um novo mundo logo chegará. Ele fez isso convidando-os a ser filhos da luz e não das trevas (1Ts 5:5), a ser sóbrios e vigilantes, em vez de ficar adormecidos (v. 6), a ser sóbrios, em vez de estar embriagados (v. 6-8), e a estar armados, e não indefesos (v. 8).
Pense nisto: Que sinais vemos no mundo hoje que indicam que as coisas não estão em "paz e segurança"? Como podemos viver de maneira a revelar ao mundo as características que Paulo defendeu?
Aplicação
Perguntas para reflexão
1. Tanto Jesus como Paulo usaram a analogia de um ladrão para descrever a segunda vinda de Jesus. Por que essa analogia não apoia o conceito de um "arrebatamento secreto"?
2. "O dia do Senhor" é um tema importante nas Escrituras. Examine as seguintes passagens e descreva os vários eventos que ocorrerão nesse dia. Qual passagem você acha mais importante, e por quê? Is 2:12; Is 13:6, 9; Ez 30:3; Jo 1:15; Am 5:18; Sf 1:7, 14; At 2:20;2Pe 3:10; 2Ts 2:2; 1Co 1:8; Fp 1:6, 10; Fp 2:16.
3. Examine os ensinamentos de Jesus sobre a importância de não se tornar espiritualmente acomodado, mas permanecer acordado, conforme registrado em Mt 24:43; Lc 12:39; Lc 21:34, 35; Mc 14:34, 37. Que semelhanças existem entre os ensinamentos de Paulo e os de Jesus?
Perguntas de aplicação
1. Como você aborda a doutrina do juízo? Por que muitas pessoas ignoram os aspectos positivos desse tema?
2. Paulo concluiu sua discussão sobre o juízo e a necessidade de se preparar para ele com as palavras: "Consolai-vos, pois, uns aos outros" (1Ts 5:11). Você fica encorajado por meio dos conselhos de Paulo em 1 Tessalonicenses 5:1-11? Como você pode compartilhar essa motivação com os outros?
3. A Igreja Adventista do Sétimo Dia se vê como um movimento do tempo do fim, chamado para proclamar ao mundo a proximidade da segunda vinda de Jesus. Como podemos cumprir essa tarefa sem parecer sensacionalistas?
Criatividade
Atividade:
1. Releia 1 Tessalonicenses 5:1-11 e anote as características do povo que está se preparando para a vinda de Jesus. Convide os alunos a procurar, durante a semana, ilustrações práticas de como devemos viver nesse período. Peça que os alunos compartilhem suas descobertas na próxima semana.
2. Hal Lindsay certamente não foi a única pessoa a ter predito o tempo da vinda de Cristo. Faça uma pesquisa na internet acerca da expressão "marcadores de data do fim mundo". Com base no que você encontrar, registre quantas datas foram marcadas para o fim do mundo nos últimos vinte anos. À luz de tantas previsões erradas e do testemunho claro de Jesus que afirma que ninguém sabe o dia nem a hora, por que tantos cristãos continuam a fazer tais predições?
ESCOLA
SABATINA
LIÇÃO 9 –
EVENTOS FINAIS
Texto - 1Tessalonicenses 5:1-11
Pr. José
Silvio Ferreira
Secretário
Ministerial
Associação
Paulistana
Além da preocupação dos tessalonicenses com uma possível desvantagem que teriam os cristãos falecidos, havia também a curiosidade com referência ao tempo exato em que a vinda de Cristo teria lugar. “Até quando” os leitores ainda teriam que esperar? “Exatamente quando” o Senhor chegaria? Nesta seção da epístola, o apóstolo responde à terceira inquietude dos tessalonicenses (4:9, 13), que se refere exatamente ao tempo da vinda do dia do Senhor (5:1, 2).
Ao longo de meu ministério, e já são mais de 38 anos aqui e ali, tenho encontrado irmãos sinceros com uma compreensão nem sempre correta concernente aos eventos finais. Por isso gostaria de aproveitar o ensejo do tema desta lição para apresentar uma breve “introdução” que, espero, contribua para um entendimento mais esclarecedor sobre o tema.
Deus, o Pai, conhece tudo, incluindo a data da segunda vinda de Jesus. Poderia tê-la revelado à humanidade, porém não o fez. Se o homem conhecesse “o tempo e a época”, provavelmente esperaria até o último instante anterior ao evento para então se preparar. Isso seria perigoso, porque poderia morrer antes desse momento, ou se vivesse, esperaria demais. Além disso, estar pronto para a segunda vinda de Jesus é o mesmo que ter idoneidade para ela. Mas isso leva tempo. Não é obra de um momento.
Deus não estabeleceu arbitrariamente a data da parousia. Por outro lado, os seres humanos tampouco podem apressar ou retardar essa data, pelo menos em sentido absoluto. Se os humanos pudessem em realidade apressar o advento por si mesmos, eles estariam frente à ênfase mais absurda de salvação por obras, a despeito do evangelho. Tal forma de pensar revela uma condição de segunda classe para o povo de Deus do tempo do fim.
A pura verdade é que Deus fez planos para que cada um entre no Céu. Ele ama o mundo (Jo 3:16); ama a todos por igual. Que o tempo se estenda, isso não se opõe à Sua vontade, portanto, não se opõe ao Seu amor por toda a humanidade. Ele deseja que todos sejam salvos e dá tempo para que a obra da salvação alcance sua conclusão lógica.
Leia a segunda carta de Pedro (3:9, 10), “não retarda o Senhor a Sua promessa... pelo contrário, Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça... virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor...”
Observe o equilíbrio entre: 1) a paciência divina e 2) a falta de preparação humana para o advento.
A escatologia, ou os eventos finais, não são apenas de uma só dimensão; ou seja, não têm a ver exclusivamente com o futuro. À luz da cruz de Cristo, eles são tridimensionais. Podemos falar do fim que “já passou”, um fim que é atual e um fim que virá. Não existe um vazio entre a promessa de vir e a demora em cumpri-la. A vinda de Cristo enche o tempo presente.
Assim como cada dia tem a saída do Sol que o precede, também a vinda do dia eterno tem uma saída do Sol. A luz dessa saída do Sol começou a se mostrar no horizonte oriental quando Jesus Se levantou da sepultura no domingo da ressurreição, continuou com a vinda do Espírito Santo no Pentecostes e se estende por toda a história. O amanhecer será mais brilhante à medida que nos aproximarmos mais e mais da vinda de Cristo, quando então veremos o Sol.
Ninguém pode deter a vinda de Cristo assim como ninguém pode impedir um amanhecer. Porque entendido apropriadamente, o evento tem três dimensões: passada, presente e futura. Focalizar apenas a dimensão futura é perder o quadro completo.
Qual é o
panorama bíblico?
Lembre-se de que os documentos do Novo Testamento têm uma ênfase cambiante. Os escritos mais antigos, como 1 Tessalonicenses (provavelmente o primeiro documento do NT), falam de Jesus quase como se Ele já estivesse aqui (1 Ts 4:13-18, 5:4, 23). Parece que Paulo naquele tempo acreditava que estaria vivo para ver a vinda de Cristo. Porém, o Senhor lhe mostrou algo diferente, de modo que em sua segunda carta corrigiu seu otimismo anterior. Era preciso passar tempo suficiente para que se desenvolvesse um sistema falsificado anticristão, que Paulo denominou “o homem da iniquidade, o filho da perdição” (2Ts 2:1-8).
Entenda, não nos movemos para o fim, apressando-o ou atrasando-o, como se os humanos tivessem uma grande contribuição a oferecer ou como se as rédeas do tempo estivessem balançando, vindas do céu, e caíssem em nossas mãos. As mãos indignas dos humanos não foram cravadas na cruz, mas sim as dEle. Somente Ele conquistou o direito de controlar os eventos mundiais. Todos os eventos dos últimos dias saem do evento do fim, no Calvário (exposição fundamentada em “Christ is Coming!” de Norman Gulley).
Paulo nos ajuda a entender isso nesta semana. Ele afirmou que a destruição no juízo final virá sobre os que rejeitarem o evangelho e “de maneira nenhuma escaparão dela” (5:3). Porém, a ira divina não se derramará sobre a igreja, que é o objeto da salvação por meio do Senhor Jesus (5:9). De fato, ao longo de toda a passagem, o contraste se mantém entre a igreja e os inconversos, no que se refere a seu destino e sua conduta (versos 3 a 9). O propósito da exposição do tema é pastoral e não especulativo (5:11; 4:18).
Os dois lados do juízo
Se você entender corretamente a teologia bíblica do juízo, tenha certeza, sua vida religiosa será muito mais dinâmica e gratificante. O remanescente de Deus do tempo do fim necessita captar todo o impacto dos pares de livros bíblicos básicos para a compreensão do juízo divino, são eles: Levíticos e Hebreus, Daniel e Apocalipse. Essas obras inspiradas, bem como outras passagens bíblicas, ensinam a contínua defesa e intercessão do Cristo vencedor durante o juízo anterior ao advento. Os filhos de Deus devem concentrar-se em Cristo e não em si mesmos. Somente Ele pode introduzi-los no mundo vindouro.
As Escrituras descrevem os santos do tempo do fim como desnudos (Ap 3:18), assim como Adão e Eva depois da queda. Nem as folhas de figueira nem as obras humanas podem suprir sua necessidade. Somente o Cordeiro imolado é capaz de proporcionar a vestimenta, e apenas o vestido da justiça de Cristo, o vestido das bodas que o Senhor oferece será suficiente.
Lembre-se de que Deus não necessita de juízo, porque é onisciente. “Conhece o Senhor os que são Seus” (2Tm 2:19). Todavia, Ele leva a cabo o juízo em consideração aos seres criados. No juízo anterior ao advento, o Universo examina os registros das obras humanas, boas e más (Dn 7:10). Porém, mais que isso, confirma se as pessoas aceitaram ou rejeitaram a obra salvífica que Jesus realizou por elas na cruz. Sua relação com o juízo substitutivo do Salvador do pacto decide seu destino. Assim, o juízo se centraliza em Cristo e não no ser humano. O que é decisivo não é o que os homens e mulheres têm feito ou deixam de fazer por si mesmos, mas se aceitaram ou rejeitaram o que Cristo fez por eles, quando foi julgado na cruz (Jo 12:31).
O Calvário se move inexoravelmente até a libertação do povo de Deus e a destruição de seus inimigos, porque ali Cristo concretizou ambas as obras. Os dois lados do juízo, salvação e condenação, ficam claros pela autoridade do Calvário. Pela autoridade do Calvário, Cristo liberta Seus santos e destrói Satanás e todos Seus inimigos. Portanto, nosso olhar deve ir para trás, ao Calvário, e para cima, a Cristo, o intercessor, e não a nosso caráter interior. Somente Cristo pode levar a ovelha perdida de volta ao redil. Precisamente isso e nada mais determina o destino das pessoas.
Repentina e inesperada (1Ts 5:1-3).
“Vocês sabem muito bem que o dia do Senhor vem como ladrão de noite” (v. 2).
O ladrão toma o proprietário da casa de surpresa. Ele vem repentinamente e inesperadamente. Assim também será o dia do Senhor. Por isso, é inútil indagar quanto tempo falta ou quando acontecerá. A rigor, toda a característica inesperada e repentina do fim vale apenas para “os demais”, que passam pelo mundo e pela vida dormindo. Para eles, o dia do Senhor de fato vem como o ladrão.
No verso 3, aparece a expressão: “... eis que lhes sobrevirá repentina destruição...” Note a combinação de caráter repentino e a condição de despreparo. A ordem da frase confere ao adjetivo “repentino” e ao substantivo “destruição” forte ênfase.
A vantagem do cristão (1Ts 5:4, 5)
O apóstolo criou um contraste. Os “irmãos” se constituem uma nítida antítese aos homens do mundo. Estes estão “em trevas”,envolvidos e submersos nelas. É em razão dessas trevas que os descrentes não são sóbrios nem vigilantes, portanto não se acham preparados. Os cristãos, entretanto, não estão em trevas. Eles não são surpreendidos porque estão preparados (Hendriksen).
A razão pela qual o apóstolo teve a confiança de afirmar que os irmãos em Tessalônica “não [estavam] em trevas” foi expressa nas seguintes palavras: “todos vocês são filhos da luz e filhos do dia”. Ao dizer que todos os membros da comunidade são filhos da luz e do dia, o escritor destacou que nenhum deles se excluía.
A expressão “filhos de” era um modismo usado principalmente entre os hebreus, para indicar que uma pessoa ou um grupo de pessoas participava em algo ou estava em uma relação próxima com algo. Portanto, os filhos da luz são os que são da luz, quer dizer, tem sido salvos e pertencem agora à esfera da luz. A participação na luz e no dia tem implicações claras para a vida moral.
Essa nova existência como filhos da luz e do dia significa que: “não somos da noite nem das trevas”. A estrutura da frase é quiástica:
A. Sois filhos da luz
B.
E filhos do dia
B1. Não somos da noite
A1. Nem das trevas.
Nesta
estrutura os elementos B1 e A1 repetem a mesma ideia dos elementos A e B, porém
em forma negativa. Mais: nos elementos B1 e A1 o autor muda da segunda para a
primeira pessoa do plural. Com isso, deixa claro sua identificação com a grande
comunidade cristã. Ao mesmo tempo, a mudança para as afirmações negativas
enfatizam a distância que separa toda a comunidade de crentes das práticas
imorais que caracterizam a vida dos inconversos (Eugenio Green).
Vigilância
constante (1Ts 5:6-8)
“Há necessidade de constante vigilância e de fervorosa e
terna dedicação. Isso, porém, virá naturalmente quando o coração for guardado
pelo poder de Deus, mediante a fé. Nada podemos fazer, absolutamente nada, que
nos recomende ao favor divino. Não devemos absolutamente confiar em nós mesmos
nem em nossas boas obras. Mas quando, como seres erradios e pecadores, nos
chegamos a Cristo, encontramos descanso em Seu amor. Deus aceitará cada um dos
que O buscam, confiando inteiramente nos méritos de um Salvador crucificado. O
amor brota no coração. Pode não haver êxtase de sentimentos, mas haverá uma
confiança duradoura e pacífica. Todo peso se tornará leve; pois leve é o jugo
imposto por Cristo. O dever se torna um deleite, e um prazer o sacrifício. O
caminho que antes parecia envolto em trevas, se torna iluminado pelos raios do
Sol da Justiça. Isso é andar na luz, como Cristo na luz está” (Ellen G.
White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 353).
Encorajar uns aos outros (1Ts 5:9-11)
Até este ponto de seu ensino, Paulo focalizou o caráter distinto dos cristãos e dos descrentes diante do advento do dia do Senhor. Os ímpios dormem e se embriagam de noite, porém os cristãos, sendo do dia, se mantêm sóbrios e atentos. No verso 9, o enfoque muda. O autor passou a explicar o destino dos dois grupos: um sofrerá a ira divina e o outro receberá a salvação.
A razão pela qual os cristãos tessalonicenses podiam alimentar a esperança da salvação e ter confiança frente ao cataclismo vindouro se explica neste verso: “Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 9).
Esta é também nossa certeza hoje. O apóstolo assegura à igreja que, embora não saiba quando virá o dia do Senhor, não tem que se preocupar porque sempre está preparada como bons soldados (v. 8), e o plano divino nunca foi para sua destruição, mas para sua salvação.
Não a ira, mas a salvação. Essa salvação tem várias dimensões, porém aqui, o aspecto que se destaca é o resgate da ira divina, do castigo da humanidade rebelde. Essa salvação é “propriedade” do cristão por causa da eleição divina e não por mérito humano. Não se ganha como um salário. Para que você não se esqueça, neste ponto o apóstolo indicou o meio pelo qual alguém é salvo: “por meio de nosso Senhor Jesus Cristo que morreu por nós”.
Depois
de haver respondido às inquietudes dos tessalonicenses com respeito ao amor
fraternal, ao destino dos mortos em Cristo e ao dia do Senhor (4:9; 5:11),
Paulo então se dirigiu ao tema da liderança na congregação. Por aquele tempo, a
jovem igreja cristã de Tessalônica já contava com aqueles que a dirigiam e
necessitavam do respaldo apostólico para que seu ministério fosse eficaz. Esse
será o tema da próxima lição.
O autor
dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a
psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom
Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já
trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a
igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São
Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do
livro Cristo, Nossa Salvação.
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