Lições da Bíblia
Os mortos em Cristo (1Ts 4:13-18)
Lição 8 de 18 a 25 de agosto
Os mortos em Cristo (1Ts 4:13-18)
Sábado
à tarde
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Ano
Bíblico: Jr 27–29
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VERSO PARA MEMORIZAR: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem,
ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os
mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4:16).
Pensamento-chave: Paulo apresentou aos tessalonicenses (e a nós) uma poderosa
esperança para o futuro, a promessa da segunda vinda de Cristo.
No texto
para esta semana (1Ts
4:13-18), Paulo estava reagindo a uma
incompreensão teológica entre os tessalonicenses. Embora não estejamos
inteiramente certos sobre qual tenha sido o erro, alguns membros estavam
definitivamente angustiados a respeito do destino dos crentes que morreram
antes da volta de Jesus. A questão parece ter sido sobre a diferença entre os
que morressem antes desse evento e os que estivessem vivos quando ele acontecesse.
Nesta semana, examinaremos o que sabemos sobre a situação que levou Paulo a escrever 1 Tessalonicenses 4:13-18. Nessa passagem, ele não apenas corrigiu os equívocos do primeiro século, mas estabeleceu um fundamento seguro para os cristãos do século 21. “Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas” (Am 3:7). E por meio do ministério profético do apóstolo Paulo, o Senhor nos revelou verdades maravilhosas sobre a natureza da segunda vinda de Jesus. Ao estudar esses versos, com atitude de oração, reflitamos sobre a esperança incrível que neles encontramos.
Domingo
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Ano
Bíblico: Jr 30–32
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A situação em Tessalônica
1. Leia 1 Tessalonicenses 4:13-18. Com base nos indícios dessa passagem,
que falsas crenças na igreja de Tessalônica trouxeram sofrimento desnecessário
àqueles que as sustentavam?
Dentro
do judaísmo dos dias de Paulo, prevalecia uma variedade de pontos de vista em
relação ao tempo do fim. Um desses pontos de vista foi, de alguma forma,
introduzido na igreja de Tessalônica. Apesar de não termos certeza de qual
tenha sido exatamente esse ponto de vista, parece ter sido a ideia de que todos
os fiéis de Deus teriam participação no “mundo por vir”, mas somente os que
estivessem vivos no fim seriam levados para o Céu. Os que morreram antes do fim
seriam ressuscitados e permaneceriam na Terra.
Em tal sistema de crenças, morrer antes do fim seria uma séria desvantagem. Mas isso também significaria uma separação entre os que fossem levados para o Céu e os que fossem deixados na Terra. Se os tessalonicenses a quem Paulo escreveu vivessem até o fim, eles realmente subiriam ao Céu na segunda vinda de Jesus, mas teriam que deixar seus entes queridos falecidos na Terra (1Ts 4:13, 14).
Não é de admirar, portanto, que Paulo tenha começado 1 Tessalonicenses 4:13-18 com um comentário sobre a ignorância da igreja, e não com a expressão “vós mesmos sabeis muito bem”, que aparece em outros lugares (1Ts 5:2; 4:2). Em relação à profecia sobre a segunda vinda de Cristo, havia coisas importantes que a igreja não sabia e outras que ela precisaria desaprender.
Ao pensarmos na profecia, devemos lembrar que ela não é dada para satisfazer nossa curiosidade sobre o tempo dos acontecimentos e sobre detalhes dos eventos do tempo do fim. A profecia tem um propósito ético e moral. Deus a designou para nos ensinar a viver. Ela foi planejada para nos dar incentivo e propósito, especialmente em meio ao sofrimento e perda. Corretamente compreendidas, as profecias da Bíblia têm o poder de mudar a vida. Em outras palavras, embora seja importante crer como adventistas (o que significa crer na profecia bíblica), é ainda mais importante viver como adventistas.
O que
significa “viver como um adventista?” Comente sua resposta com a classe.
Segunda
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Ano
Bíblico: Jr 33–35
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Tristeza
e falta de esperança (1Ts
4:13)
2. De acordo com 1 Tessalonicenses 4:13, qual foi o propósito de Paulo ao
escrever os versos 13-18? Por que esse texto deve significar
tanto para nós?
Por que
os cristãos tessalonicenses estavam tristes, como se não tivessem esperança? Um
fator importante foi, provavelmente, o curto período em que Paulo esteve com
eles. Sabemos que Paulo falou sobre a morte e ressurreição de Jesus (At
17:3). Há também evidência de que ele falou sobre os eventos finais, ainda
que sua instrução tenha sido mal compreendida. Mas ele pode não ter tido tempo
para esclarecer questões relacionadas com a ressurreição dos crentes.
Outro elemento era a origem pagã da maioria dos cristãos a quem Paulo escreveu (1Ts 1:9). Embora as religiões misteriosas da época mostrassem uma imagem da vida após a morte, a maioria dos pagãos não tinha esperança quanto a isso. Um exemplo disso é encontrado em uma carta do segundo século: “Irene para Taonnophris e Philo: bom ânimo. Estou tão triste e angustiada por causa dos que morreram quanto chorei por Didymas. E todas as coisas, tudo que fosse apropriado, eu tenho feito, e todos os meus, Epafrodito, Thermuthion, Philion, Apolônio e Plantas. No entanto, contra tais coisas não se pode fazer nada. Portanto, consolem uns aos outros. Passem bem” (Citado em Adolf Deissmann, Light From the Ancient East [Luz do Antigo Oriente]; New York: George H. Doran Company, 1927, p. 176).
É irônico que essa carta a uma mãe que perdera seu filho termine com as mesmas palavras de 1 Tessalonicenses 4:18, ainda que tenham um toque radicalmente diferente. Confortar uns aos outros, mesmo que não haja esperança? Era isso que ela estava dizendo. Que contraste com o que Paulo expressou aos tessalonicenses!
O propósito de Paulo para a passagem é descrito nas frases contrastantes no início e no fim. Paulo escreveu para que eles não se entristecessem como os que não têm esperança (1Ts 4:13). E ele pretendia que a verdade sobre a natureza da segunda vinda de Jesus desse a eles razões gloriosas para confortar uns aos outros em tempos de perda (1Ts 4:18).
Alguém
uma vez disse: “Com o passar do tempo, estaremos todos mortos.” Da perspectiva
totalmente humana, isso está correto. Da perspectiva bíblica, no entanto, essa
visão é muito estreita. Que grande esperança temos em Jesus e como podemos
aprender a ter conforto nessa esperança agora?
Terça
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Ano
Bíblico: Jr 36–38
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No verso
14, Paulo oferece a solução para o problema da
tristeza desesperada. Na língua original, ele descreveu os crentes que morreram
como tendo dormido em Jesus. Embora, nos tempos do Novo Testamento, dormir
tenha sido uma metáfora comum para a morte, a expressão normal para a morte de
um crente é “dormir em Jesus” ou “em Cristo”. Um bom exemplo disso é a
expressão “os mortos em Cristo”, do verso
16.
Uma segunda questão com o texto é a ideia de que Deus “trará, em Sua companhia, os que dormem.” Alguns leem essa frase como significando que os que morreram em Cristo (e se presume que foram para o Céu no momento da morte) retornarão com Jesus quando Ele vier. Mas essa interpretação contradiz o próprio ensino de Paulo no verso 16, de que a ressurreição dos cristãos mortos ocorrerá na segunda vinda e não antes.
Podemos
entender o que ele estava dizendo se prestarmos muita atenção ao ponto
principal que Paulo estava apresentando. Ele estava traçando um paralelo entre
a morte e a ressurreição de Jesus e a morte e ressurreição do crente. Para
Paulo, a ressurreição de Jesus, ainda recente em seus dias, era a garantia de
que todos os crentes também seriam ressuscitados na segunda vinda de Cristo (1Co
15:20-23). A teologia de Paulo é consistente. “Se
cremos” (1Ts
4:14) na morte e ressurreição de Jesus, devemos
também acreditar na ressurreição dos que morreram como verdadeiros seguidores
de Jesus.
Assim, ele usou a expressão “mediante Jesus” da mesma forma que utilizou as palavras “em Cristo” no verso 16. Com isso, estava dizendo aos tessalonicenses que seus irmãos e irmãs mortos não permaneceriam na Terra quando os crentes vivos subissem ao Céu. Todos subirão juntos (Jo 14:1-3). Deus não “trará” os cristãos ressuscitados para a Terra quando Jesus voltar; em vez disso (como Ele fez com Jesus), o Senhor os “tirará” do sepulcro e, juntamente com os vivos, os levará para o Céu. Assim como a ressurreição de Jesus precedeu Sua ascensão ao Céu, igualmente ocorrerá com os Seus seguidores fiéis.
Quarta
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Ano
Bíblico: Jr 39–41
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Em 1
Tessalonicenses 4:13–5:11, Paulo se fundamentou
nos ensinamentos de Jesus. Há mais de uma dúzia de paralelos entre essa
passagem acerca do tempo do fim e as declarações de Jesus registradas em
Mateus, Marcos e Lucas. Mas quando Paulo falou sobre a “palavra do Senhor”, em 1
Tessalonicenses 4:15, estava se referindo a uma
declaração de Jesus que não foi incluída nos quatro evangelhos, mas que o
apóstolo preservou para nós (outro exemplo claro desse procedimento é visto em Atos
20:35).
5. De acordo com Paulo, o que acontecerá quando Cristo
voltar? 1Ts
4:15, 16; Ap
1:7; Mt
24:31; Jo
5:28, 29; At
1:9-11
A
segunda vinda de Jesus será um evento estrondoso, acompanhada pelo brado de
comando de um arcanjo e pela trombeta de Deus. Todos a ouvirão e verão (Ap
1:7; Mt
24:31; Jo
5:28, 29; At
1:9-11).
Mas o ponto-chave para Paulo era a ordem dos eventos quando Jesus vier. Os tessalonicenses haviam chegado a acreditar que morrer antes da volta de Jesus implicaria em algum tipo de desvantagem na eternidade, provavelmente eterna separação física dos que vivessem até a segunda vinda de Cristo.
Nesse texto, Paulo assegurou aos tessalonicenses que os crentes vivos não precederão nem terão vantagem sobre os mortos. Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (Ap 20:4-6). Isso acontecerá antes que os vivos subam ao encontro de Jesus nos ares (1Ts 4:17). Os justos mortos serão ressuscitados e receberão a imortalidade com os que estiverem vivos quando Ele voltar.
Essa passagem não ensina que os crentes vão para o Céu quando morrem. Se Paulo tivesse ensinado aos crentes de Tessalônica que seus entes queridos falecidos estavam no Céu, por que eles estariam tristes? Ele se havia esquecido de lhes dar essa esperança? Em vez disso, o conforto que Paulo ofereceu foi o conhecimento de que a ressurreição iria reuni-los com seus amados.
Pense em
tudo o que acontecerá na segunda vinda de Cristo: Jesus virá no céu, todos O
verão, os mortos serão trazidos à vida, os justos vivos receberão a
imortalidade e todos serão levados juntos para o Céu. Em certo sentido, isso é
muito irracional e totalmente contra o que o senso comum, a experiência e até
mesmo a ciência nos ensinam. No entanto, é nisso que devemos acreditar; caso
contrário, não temos esperança. Se você pode confiar no Senhor em uma coisa
assim, como pode não confiar nEle nas as coisas “menores” com as quais está
lutando?
Quinta
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Ano
Bíblico: Jr 42–44
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6. Leia 1 Tessalonicenses 4:13, 17, 18. Qual é o objetivo final dessa passagem
sobre a segunda vinda de Jesus?
Como
dissemos anteriormente, o propósito da profecia não é satisfazer nossa
curiosidade sobre o futuro, mas nos ensinar a viver hoje. Para Paulo, a ordem
dos eventos finais tinha implicações práticas para a vida cristã cotidiana. A
profecia é valiosa na medida em que influencia nosso relacionamento com Deus e
com os outros. Nesse caso, Paulo quis usar os eventos dos últimos dias para
trazer conforto àqueles que perderam entes queridos.
7. Que aspectos importantes da segunda vinda de Jesus não
são abrangidos em 1 Tessalonicenses 4:16, 17? Jo
14:1-3; Mt
24:31; At
1:9-11
Esse
texto diz que os crentes se unirão a Jesus nos ares para estar com Ele para
sempre. O tema principal é o ato de se reunir uns com os outros e estar com
Jesus. O texto não explica para onde eles irão após o encontro inicial nos
ares, embora Paulo não tenha dito claramente que, na segunda vinda, Jesus e os
crentes descerão do Céu para a Terra e reinarão ali. Na verdade, dentro da
própria passagem, o movimento dos santos é apenas para cima. Os crentes mortos
primeiro se erguem de seus túmulos. Em seguida, eles e os crentes vivos sobem
juntos para encontrar seu Senhor nos ares.
Paulo provê informações adicionais em 1 Coríntios 15:23, 24. Ali, ele traça um forte paralelo entre a experiência de Jesus e dos que estão “em Cristo.” Jesus ressuscitou e subiu ao Céu como as “primícias”, o que implica que os que estão nEle terão uma experiência similar.
O destino imediato dos santos é esclarecido fora dos escritos de Paulo, em João 14:1-3. Quando Jesus vier, levará Seus discípulos para estar onde Ele está (Céu). Ele não virá para Se unir a eles onde eles estão (na Terra). Por isso, os adventistas creem que, durante os mil anos após a volta de Jesus (Ap 20:4-6), os justos estarão com Ele no Céu, os maus estarão mortos e Satanás estará confinado à Terra, sem ninguém para tentar nem aborrecer. Somente após todos os eventos associados com o milênio, os fiéis voltarão a habitar na Terra (2Pe 3:13; Ap 3:12).
Considere
como a nossa grande esperança é uma coisa do “outro mundo”. Entretanto, como
poderia ser diferente? Afinal, que esperança real este mundo nos oferece em
longo prazo? Como podemos aprender a não ficar tão envolvidos naquilo que não
nos traz nenhuma esperança?
Sexta
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Ano
Bíblico: Jr 45–48
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Estudo adicional
Muitos
dão a esta passagem [1Ts
4:14] a interpretação de que os que dormem serão
trazidos com Cristo do Céu; mas Paulo quis dizer que, assim como Cristo
ressuscitou dos mortos, também Deus chamará de suas sepulturas os santos que
dormem e os levará consigo para o Céu” (Ellen G. White, Atos
dos Apóstolos, p. 259).
“Os tessalonicenses tinham se apegado com avidez à ideia de que Cristo havia de vir para transformar os fiéis que estivessem vivos, levando-os com Ele. Haviam cuidadosamente guardado a vida de seus amigos, para que não morressem e perdessem assim a bênção que eles aguardavam receber na vinda de seu Senhor. Porém, um após outro, seus amados foram separados deles. Com angústia, os tessalonicenses tinham contemplado pela última vez o rosto de seus mortos, quase não ousando esperar encontrá-los na vida futura.
“Ao ser a epístola de Paulo aberta e lida, grande alegria e consolação foi levada à igreja pelas palavras que revelavam o verdadeiro estado dos mortos. Paulo mostrou que os que estivessem vivos quando Cristo voltasse não iriam ao encontro do seu Senhor precedendo os que tinham dormido em Jesus” (Ibid., p. 258).
Perguntas para reflexão
1. Comente o significado de “viver como adventista”. Que aspectos de nossas crenças devem ser refletidos em um estilo de vida distintivo?
2. Pense na queda da humanidade, no plano da salvação, e na promessa da vida eterna. O que Jesus fez que nos dá a esperança de que a morte não será para sempre? Como a ressurreição de Jesus nos oferece esperança de que nós seremos ressuscitados? Como podemos obter conforto no plano da salvação, especialmente quando a morte parece tão definitiva, tão completa e tão implacável?
Resumo: Paulo
corrigiu uma série de equívocos sobre o estado dos mortos e os acontecimentos
em torno da volta de Jesus. Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, e todos
os crentes subirão ao encontro dEle. Os fiéis podem obter grande conforto em
saber que a separação dos entes queridos cristãos é apenas temporária.
Respostas sugestivas: 1: Pensavam que os que morriam antes da vinda de Jesus,
teriam alguma desvantagem na vinda de Jesus ou não ressuscitariam. 2: Explicar
a verdade a respeito dos que dormem; colocar no coração dos cristãos a
esperança em lugar da tristeza. 3: Se Jesus ressuscitou, Deus trará os que
dormem na companhia de Jesus. 4: Jesus foi as primícias da ressurreição; na Sua
volta, o restante dos mortos ressurgirão; a ressurreição de Cristo abriu o
caminho da vitória sobre a morte; quando a trombeta soar, os mortos
ressuscitarão incorruptíveis. 5: Os mortos em Cristo ressuscitarão; Seu povo
será reunido; todo olho O verá; Ele voltará de modo literal e corporal; todas
as tribos se lamentarão. 6: Instruir, alegrar e trazer esperança de vida eterna
e consolo. 7: Na segunda vinda, Jesus não ficará na Terra, mas levará Seu povo
para a casa do Pai; os anjos serão enviados a todos os lugares da Terra para
reunir os salvos; Jesus voltará assim como foi visto subir.
Resumo da Lição 8 – Os mortos em
Cristo (1Ts
4:13-18)
O aluno deverá...
Saber: Que, por causa da ressurreição de Jesus, a morte é somente uma separação temporária dos amados cristãos.
Sentir: Encorajamento pelo fato de que Jesus providenciou a solução para o problema da morte.
Fazer: Oferecer esperança e ânimo os que estão sofrendo a perda de um ente querido.
Esboço
I. Conhecer: A morte não é o fim
A. Paulo lembrou os tessalonicenses de que eles não precisavam se entristecer e perder a esperança por causa dos entes queridos que haviam morrido, porque eles ressuscitariam quando Jesus voltasse. Por que a morte e a ressurreição de Jesus é a base da esperança cristã?
B. As Escrituras ensinam que quando uma pessoa morre, ela “dorme” até a volta de Jesus à Terra. Que encorajamento você encontra nessa metáfora ou comparação em relação à morte?
C. Faça uma lista da ordem dos eventos acontecerão na volta de Jesus. Que aspecto desse dia você espera com mais interesse?
II. Sentir: Almejando a ressurreição
A. Muitos cristãos acreditam que os seres humanos nascem com uma alma imortal que vai imediatamente para o Céu ou para o inferno após a morte. Essa visão oferece “mais” esperança do que o ensinamento bíblico de que os mortos não são imortais e que simplesmente dormem em suas sepulturas até a ressurreição?
Explique.
III. Fazer: Encorajar uns aos outros
O que você pode fazer para encorajar alguém que perdeu um ente querido recentemente?
Resumo: A morte não é o capítulo final na vida de um seguidor de Deus, mas somente uma separação temporária que dará lugar a um reencontro glorioso na manhã da ressurreição.
Ciclo do
aprendizado
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Os cristãos devem encorajar uns aos outros com a esperança de que a volta de Jesus trará um fim à separação causada pela morte e marcará o começo de um reencontro glorioso de todos os seguidores de Cristo na manhã da ressurreição.
Embora o
espectro da morte continue, o exercício e uma vida saudável têm feito os 50
anos de ontem os 40 de hoje. Procedimentos médicos permitem que as pessoas
adiem a morte por mais alguns anos. Medicamentos prescritos podem mascarar os
sintomas da velhice, e cirurgia plástica pode até nos fazer parecer mais novos.
Com todos esses avanços, a morte no fim de uma longa vida muitas vezes parece
mais um alívio do que uma tragédia. Ao mesmo tempo, qualquer um que tenha
perdido um filho ou que tenha sofrido a morte repentina e precoce de um ente
querido sabe que a morte ainda é tão trágica como sempre foi. Mesmo com todos
os avanços modernos, a morte ainda continua viva e ativa. Embora a morte pareça
um alívio depois de uma vida longa e boa, certamente é uma tragédia em
comparação com a vida eterna em um mundo livre de pecado e morte!
Se quisermos entender plenamente a gloriosa esperança que a volta de Jesus oferece, precisamos enxergar a morte como ela realmente é. As pessoas vivendo em Tessalônica nos dias de Paulo certamente enxergavam assim. Ainda que muitas pessoas vivessem até uma idade avançada, isso não ocorria com a maioria das pessoas. As taxas de mortalidade de bebês e crianças eram extremamente altas, e muitas pessoas que sobreviviam à infância morriam entre os vinte e quarenta anos. Coisas facilmente superadas hoje (como má nutrição, condições sanitárias precárias, ferimentos e certas doenças) eram algumas das principais causas de morte naquele tempo. A vida era difícil, e a morte poderia acontecer a qualquer momento, deixando em seu rastro consequências trágicas e corações quebrantados.
Atividade de abertura: A frequência e a natureza inesperada da morte no tempo de Paulo tornavam a volta de Cristo e a ressurreição eventos ansiosamente esperados. O que podemos fazer, hoje, para que as pessoas saibam que a morte não tem a vitória final?
Compreensão
Comentário Bíblico
I. A dificuldade da angustia e seu lugar
Como crianças que ficam tão ansiosas para abrir um presente que dificilmente olham para o cartão que o acompanha, frequentemente apenas olhamos rapidamente os comentários de Paulo sobre a tristeza, no verso 13, e avançamos logo para a volta de Jesus nos versos14-17. Embora a segunda vinda de Jesus seja uma boa notícia, limitamos a esperança que ela nos oferece se falhamos em gastar tempo considerando o problema da tristeza no verso 13.
A tristeza diante da perda de um ente querido é uma experiência difícil de enfrentar, especialmente se essa perda envolve nossos filhos. Sendo uma pessoa crente com uma firme fé em Deus ou um incrédulo, a morte deixa a todos em profundo choque emocional, imaginando como podemos seguir em frente quando a nossa vida parece estar se despedaçando ao nosso redor.
Essa dificuldade em lidar com nossas emoções durante uma perda pode ser vista na experiência de Marco Túlio Cícero, um famoso filósofo e estadista romano que viveu por volta de 100 anos antes de Paulo. Mais ou menos um mês após a morte de sua filha Túlia, de 30 anos, Cícero escreveu o seguinte para um amigo: “Eu me isolei, nesta região solitária, de toda conversação humana. De manhã me escondo na densa, impenetrável floresta e não apareço até anoitecer. Depois de você, a solidão é minha melhor amiga. Minha única forma de comunicação agora é por meio de livros, mas mesmo minha leitura tem sido interrompida por acessos de choro. Eu tento resistir o máximo possível esses impulsos para chorar, mas ainda não sou forte o suficiente” (Cícero, Cartas para Ático 12.15 conforme citadas em Jo-Ann Shelton, As the Romans Did [Como os Romanos Faziam], 2ª edição; Nova Iorque; Oxford University Press, 1998, p. 92).
É importante notar que Paulo não minimiza a realidade da tristeza. Embora a volta de Jesus ofereça aos crentes a esperança que os incrédulos rejeitaram ou não conheceram, isso não elimina o desafio que os crentes enfrentam quando lutam para conciliar a fé com suas emoções. Em momentos assim, respostas prontas não ajudam (veja a carta de condolências que Cícero recebeu de um amigo no fim dos comentários desta semana). A única coisa que pode ser feita é ouvir de modo compreensivo e oferecer palavras de ânimo, que focalizem a promessa de que Jesus em breve fará novas todas as coisas.
Pense nisto: Que encorajamento e esperança os seguintes textos bíblicos oferecem aos seguidores de Deus? Hb 4:15, 16; Is 53:3-6;49:13; Mt 5:4; 2Co 1:3, 4; Sl 119:50.
II. O dia da vinda de Jesus
Assim como Jesus incluía eventos familiares nas histórias que Ele contava, para que as pessoas conservassem na mente uma imagem vívida dessas histórias, Paulo fez o mesmo a respeito da volta de Jesus. Uma das palavras-chaves usadas por ele em grego é parousia (1Ts 2:19; 3:13; 4:15; 5:23). Essa palavra significa literalmente a “vinda”. Embora possa não parecer significativa para nós, os tessalonicenses a reconheciam como o termo usado para uma visita oficial de um dignitário real ou mesmo do imperador romano. Visitas como essas não eram comuns, mas quando aconteciam eram acompanhadas por todo tipo de esplendor, formalidades e sempre resultavam em dádivas e privilégios financeiras concedidos à cidade e seus habitantes. Paulo usou essa imagem para apresentar aos tessalonicenses um quadro da majestade da volta de Jesus. A descrição de Paulo da parousia de Cristo em 1 Tessalonicenses 4: 4-17 é a mais completa descrição dela no Novo Testamento. Certamente, nada será secreto em relação a esse evento. Será visível (Mt 24:27, 30, 31; At 1:11; Ap 1:7), e será audível – tão ruidosa, de fato, que acordará os mortos! É lógico que não será o barulho que realmente acordará os mortos. Será ordem divina de Jesus que chamará os mortos à vida.
Paulo também assegura aos tessalonicenses que os mortos em Jesus não ficarão de fora na parousia. Os mortos serão ressuscitados e os vivos serão “arrebatados” juntos da Terra para encontrar Jesus nos ares. A palavra arrebatados (em grego harpazō) significa “apanhar ou pegar de repente, agarrar ou levar”. Isso indica que a parousia será repentina e terá uma força irresistível. A palavra modernaarrebatamento procede da tradução latina de harpazō nesse verso. Mas é importante notar que não haverá nada de secreto nesse “arrebatamento”.
Pense nisto: O que podemos fazer para encorajar os outros com a boa notícia da volta de Jesus?
Aplicação
Perguntas para reflexão
1. De acordo com 1 Tessalonicenses 4:14-17, quais serão os três sons que marcarão a volta de Cristo e a reunião de Seus seguidores? O que esses sons significam?
2. Que outros detalhes podemos aprender sobre a ressurreição nos comentários de Paulo em 1 Coríntios 15:35-55?
Perguntas de aplicação
1. Com quem você deseja se reencontrar na manhã da ressurreição? Qual será a primeira coisa que você fará ou falará quando esse reencontro ocorrer?
2. Como os incrédulos tentam lidar com a própria mortalidade? Que sintomas da sociedade indicam a falta de esperança que muitos têm sobre a morte?
Criatividade
Atividade: A seguir apresentamos parte de uma carta enviada para
Cícero, de um colega, depois da morte da filha de Cícero (veja o Passo 2,
acima). Preocupado com o tamanho da tristeza de Cícero, a carta foi uma
tentativa de motivar Cícero a seguir em frente com sua vida.
Após compartilhar a carta com a classe, permita que os alunos reescrevam a carta a partir da perspectiva de um crente. O que seria diferente?
“Mesmo que ela não tivesse morrido nesse momento, todavia, ela deveria morrer em alguns anos, porque ela nasceu mortal. Tire sua mente e seus pensamentos dessas coisas e, em vez disso, reflita nas coisas que são dignas da pessoa que você é. Considere, por exemplo, que ela viveu quanto foi necessário, ou seja, ela viveu enquanto a república viveu. Ela viu você, o pai dela, pretor, depois cônsul e áugure (sacerdote que adivinhava o futuro). Casou-se com homens de famílias nobres e desfrutou de quase todas as bênçãos da vida. Ela partiu quando a república morreu. Como, então, você ou ela podem reclamar sobre o destino por esse motivo?
“Não há aflição que o tempo não diminua ou amenize, mas é indigno de você esperar o tempo passar, em vez de antecipar esse resultado com seu bom senso” (Cícero, Correspondência com Amigos 4.5.1, 4-6, conforme citado em Jo-Ann Shelton, As the Romans Did [Como os Romanos Faziam], 2ª edição; Nova Iorque; Oxford University Press, p. 93).
COMENTÁRIO DA LIÇÃO 8 – OS MORTOS EM CRISTO
Texto – 1 Tessalonicenses 4:13-18
Pr. José Silvio Ferreira
Secretário
Ministerial
Associação
Paulistana
O mundo pagão daqueles tempos não tinha esperança nenhuma de vida depois da morte. Uma inscrição típica encontrada em um túmulo demonstra esse fato: “Eu não existia. Vim a existir. Não existo. Não me importo.”
Os gregos em especial, apesar de sua imaginação extremamente fértil e sua farta mitologia, não tinham coisa alguma que servisse de consolo aos que perdiam familiares e amigos. A grande esperança dos gregos era justamente livrar-se do corpo, que era a prisão da alma. Por que alguém desejaria que seu corpo fosse ressuscitado? Além disso, como seria possível ressuscitar o corpo, uma vez que seus elementos estariam decompostos e misturados com a terra? Para eles, a doutrina da ressurreição era absurda e impossível (Warren Wiersbe, Comentário Bíblico Expositivo).
Parece que, em nossos dias, não se percebe muita diferença nas ideias concernentes à morte e ao destino do ser humano. É claro, os conceitos e argumentos são mais sofisticados, rebuscados e envolventes se comparados aos antigos. Mas as diversas conclusões continuam incongruentes e ineficazes em oferecer esperança a corações doloridos pela separação de entes queridos.
Exatamente por isso quero aproveitar a oportunidade propiciada pelo assunto em pauta na lição desta semana, para tentar oferecer aos leitores uma reflexão mais segura sobre este tema tão antigo e ao mesmo tempo tão “pós-moderno”.
Os cristãos de Tessalônica estavam preocupados com seus queridos que haviam falecido. Qual seria o destino dessas pessoas quando o Senhor voltasse? Estariam em desvantagem em relação aos vivos? Os vivos, na vinda de Cristo, teriam algum privilégio em relação aos que faleceram? Em outras palavras, a inquietude dos tessalonicenses não era simplesmente com o destino dos mortos, mas também quanto à relação entre a ressurreição dos mortos e o arrebatamento dos vivos. No texto para o estudo desta semana, Paulo responde a essas perguntas e oferece encorajamento e consolo fundamentado na segura revelação divina. Atente para o esboço que se segue:
1. Paulo
não quis deixar seus irmãos na ignorância sobre esse assunto tão importante, a
fim de que não se entristecessem com respeito a seus mortos. O fundamento
correto de sua esperança deveria ser a ressurreição de Jesus Cristo, que
garante a ressurreição dos justos (v. 13, 14).
2. Na
vinda do Senhor, os que estiverem vivos não terão nenhuma vantagem sobre os
mortos; estes, mediante a ordem divina, ressuscitarão primeiro. Logo, os vivos
serão reunidos ao Senhor, e todos estarão com Ele para sempre. Esse é o grande
consolo dos cristãos (v. 15-18; Bonnet y Schroeder).
A
situação em Tessalônica
Embora a pregação missionária em Tessalônica tivesse tratado da “parousia”, algumas perguntas tinham ficado sem respostas. Em particular, a igreja perturbada por algumas mortes recentes, estava tentando saber se as glórias do grande dia estavam reservadas apenas para os vivos. Paulo explicou que os cristãos mortos vão compartilhar do triunfo, como da ressurreição do seu Senhor (F. F. Bruce; Comentário Bíblico NVI).
Os tessalonicenses não negavam a ressurreição dos mortos, como acontecia com os crentes de Corinto (1Co 15). O problema era simplesmente uma carência de mais luz sobre o tema. Isso era natural em cristãos que não haviam desfrutado mais que algumas semanas de instruções apostólicas. Suas concepções sobre a ressurreição eram obscuras; sua fé sobre este ponto, vacilante. Depositavam todas as suas esperanças no futuro regresso de Cristo, no estabelecimento de Seu reino, mas não sabiam bem como participariam desse reino os que eles viam morrer antes da grande consumação de todas as coisas. Assim sendo, sofriam de uma tristeza muito natural (v. 13). O propósito do apóstolo na instrução que segue, foi oferecer-lhes verdadeira consolação (v. 18).
Tristeza e falta de esperança (1Ts 4:13)
Estava em pauta uma questão realmente importante. Por mais jovem que a igreja ainda fosse, ela já experimentava os primeiros casos de falecimento em suas fileiras.
“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem...”
Ao apóstolo não importava apenas a pureza da doutrina, uma compreensão clara e abrangente era decisiva nas igrejas. A igreja de Deus, justamente por ser respeitada como tal, não pode jamais “ser ignorante” a respeito de aspectos importantes da doutrina. Cristãos genuínos precisam ter os devidos conhecimentos em todas as questões essenciais e ser capazes de discernir de forma nítida o que é certo e o que é “meio certo”.
Observe que o apóstolo não “consolou” a igreja afirmando que os falecidos tinham uma grande vantagem, pois já chegaram ao alvo, já estavam na glória junto do Senhor, glória que nós, os vivos, ainda precisamos esperar. Nenhuma palavra nesse sentido! Nenhuma palavra sobre “entrar no Céu”.
Os cristãos de Tessalônica não deveriam “estar entristecidos como os demais que não possuem uma esperança”. Contudo, essacerteza consoladora, que supera toda tristeza, não assegurava que queridos falecidos já estivessem no Céu, na glória! Não é isso que o texto inspirado afirma. Ao contrário, uma breve frase diz: nós experimentaremos o próximo grande evento da história da salvação, a vinda do Senhor, junto com os que já morreram. Quer dizer, nós todos vivenciaremos isso em conjunto.
Todo o “consolo” está contido na palavra “juntamente”: “arrebatados juntamente com eles” (v. 17). Ou seja, na verdade ninguém tem uma vantagem em relação ao outro. Nem a igreja que ainda vive na Terra tem vantagem em relação aos mortos, nem os mortos têm vantagem alguma em relação a nós, como se agora já estivessem na glória “antes de nós”.
Para os ainda vivos e para os já adormecidos vale um decisivo “juntamente”. Se os que agora morrem no Senhor participarão simultaneamente conosco da parousia, então tudo está plenamente resolvido. A rigor não é necessário saber mais do que isso.
Morte e
ressurreição (1Ts 4:14)
Toda precaução foi tomada pelo nosso beneficente Criador, no princípio, para que não houvesse um pecador imortal. O homem tinha livre acesso à árvore da vida. Ao pecar, porém, foi-lhe negado esse acesso. Não podia por mais tempo colher seu fruto maravilhoso. Foi banido do jardim do Éden. E por quê? Para que não estendesse a mão e tomasse também da árvore da vida, comesse e vivesse eternamente. Assim, é evidente que Deus nunca pretendeu que existisse um pecador imortal. A imortalidade só é prometida aos homens pecaminosos sob a condição de terem sido salvos pela graça e viverem em comunhão com Deus (Questões sobre Doutrina, p. 362).
Em que
se alicerça nossa esperança pelos falecidos e por nós mesmos ao morrermos?
“Se cremos que Jesus faleceu e ressuscitou”,nossa “esperança” não pode se dissociar de nossa “fé”. Ela decorre de nossa fé e a fé revela clareza total sobre a trajetória de Jesus. Ele morreu, mas não permaneceu na morte; foi ressuscitado. Isso, porém, não foi uma experiência particular, mas algo que aconteceu ao Cristo, o Cabeça de Seu corpo. Em tudo Ele é “primícias” (1Co 15:20), isto é, o “primeiro feixe” do campo da colheita, ao qual toda a grande safra sucede. A partir daí, a conclusão que trouxe certeza aos tessalonicenses preocupados, e a nós é: “da mesma forma também Deus há de reunir com Ele os que adormeceram através de Jesus”.
Fundamentados nesse versículo, três coisas são significativas para nós.
Primeira: qualquer tentativa de demonstrar a “imortalidade da alma” e fundamentar a esperança sobre isso está inteiramente descartada. A ação manifesta de Deus em Jesus propicia um fundamento completamente distinto, e muito sólido.
Segunda: por pertencermos a esse Jesus que “morreu e ressuscitou” não fomos deixados a sós nem abandonados em nossa morte. Não importa que seja martirizado em nome dEle, ou que definhe sob uma enfermidade, se meu fim é solitário ou não, o próprio Jesus tem esse fim em Suas mãos.
Finalmente, a frase: “Deus, mediante Jesus, trará em Sua companhia, os que dormem.” Visto que Deus cuidou do Senhor Jesus também nos dias entre a morte e ressurreição, Ele também cuidará “do mesmo modo” dos cristãos adormecidos e os “reunirá com Jesus”.
Os adormecidos são e continuam sendo “mortos”. Mas, “cristãos” são “mortos em Cristo”, ou seja, mortos sobre os quais “Jesus Cristo é o Senhor”, da mesma forma que sobre os viventes (Rm 14:9; Hb 12:23). Até mesmo na condição de mortos, não estão separados de Cristo, logo estão sob o senhorio dEle, pela paz dEle, pela proteção dEle. Não estão perdidos.
Podemos, então, ter certeza de uma única coisa: nossos mortos estão abrigados em Cristo e de maneira nenhuma estarão em desvantagem no dia da parousia (Para este arrazoado me fundamentei na obra de Werner de Boor - Comentário Esperança).
Ressuscitar
em Cristo (1Ts 4:15, 16)
Em todas as cartas apostólicas, é impressionante que o fundamento da mensagem evangélica era o fato de haver Jesus, o Messias, ressurgido dentre os mortos. Em parte alguma os apóstolos se referem à ideia de que Sua alma tivesse voltado do Céu. Mencionam expressamente que Ele ressurgiu dos mortos (Lc 24:3-6). Isso é repetido vez após vez (Questões sobre Doutrina, p. 358).
Paulo deixou claro a seus leitores originais e a nós hoje, o fato de que nossos mortos dormem abrigados em Cristo e de maneira nenhuma estarão em desvantagem no dia da parousia.
Por isso, foi a essa parousia que ele se dedicou a seguir. Surge então o termo técnico parousia. Seu sentido literal é presença, mas também chegada, podendo ser utilizado no linguajar corriqueiro acerca da vinda de uma pessoa (1Co 16:17; 2Co 7:6). Mas já na linguagem daquele tempo, a palavra podia se revestir de uma conotação solene “oficial”. Era empregada para a “visita governamental”, para o “advento” de um soberano, especialmente para o novo imperador, que “vinha” para Roma depois de anos de distúrbios e conflitos, trazendo felicidade a todos com sua “presença”, colocando tudo em ordem.
Também aqui na carta se trata da chegada de um soberano: “parousia do Senhor”. E o que o cristianismo da época entendia por “chegada do Senhor” era decididamente o contrário de todas as entradas triunfais e visitas governamentais daquele tempo. Agora vem o verdadeiro e real soberano do mundo que, de fato e definitivamente, traz salvação e paz à Terra, enquanto os adventos dos imperadores terrenos, apesar de toda a ostentação de pompa e entusiasmo, conduziam tão somente a novas decepções (Werner de Boor, Comentário Esperança).
Esta é, pois nossa certeza: quando o Senhor descer do trono celestial “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. Portanto, o primeiro efeito da parousia penetra até mesmo no mundo dos mortos, de sorte que justamente os cristãos adormecidos “de forma alguma” estarão em desvantagem diante dos demais. Eles ressuscitam alcançando toda a plenitude da vida divina. Somente então o efeito daparousia se volta “aos vivos que sobram até Sua volta.”
Daí se conclui que a ressurreição do cristão e sua ascensão não se separam (v.16, 17). Mais: ressurreição e ascensão acontecem em união com Ele, com Jesus.
Consolem
uns aos outros (1Ts 4:13, 17, 18)
A consolação que o apóstolo ofereceu aos tessalonicenses e a nós inclui vários elementos tradicionais, como o chamado a minimizar o luto (v. 13), a necessidade de consolação mútua (v. 18) e a explicação de um destino feliz para os mortos (v. 14-17).
Paulo fundamentou sua consolação nas realidades da ressurreição de Jesus e Sua vinda. A ressurreição dEle é o paradigma para o cristão que faleceu (v. 14), que no momento de Sua vinda ressuscitará e, junto com os que estiverem vivos, serão arrebatados (v. 15-17).
A razão pela qual o apóstolo não quis que os tessalonicenses ignorassem o destino dos cristãos mortos era “que não se [entristecessem] como os que não têm esperança”.
Paulo não proibiu o luto para o cristão frente à morte, somente desejou que o luto não fosse desesperado “como [o desses] outros que não têm esperança”.
“Esses outros” é uma referência aos não cristãos, que são também chamados “os de fora” (4:12). Gentios inconversos que se descrevem como aqueles “que não tem esperança”. Em contraste, o luto dos cristãos deve estar subjugado por sua esperança, com base na ressurreição de Cristo e a promessa de Sua vinda. Os apóstolos pregavam esperança em um mundo que carecia dela desesperadamente.
A Bíblia, como nesta passagem paulina, sempre amarra nossa verdadeira esperança ao nosso consolo fundamental em Jesus e Seus grandes feitos passados e vindouros. Sua ressurreição, Sua vinda gloriosa, Sua vitória, Sua soberania. Isso não deveria ser também consolo suficiente para nós na morte?
Deus nos bendiga!
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