sábado, 19 de janeiro de 2013

ES - Lição 4 - Criação, um tema bíblico – 1º Trim, 2013






NOVO TEMPO - LIÇÕES DA BÍBLIA




Lição 4 - Criação, um tema bíblico






http://novotempo.com/licoesdabiblia/






Lição 4 - 19 a 26 de janeiro


Criação, um tema bíblico






Sábado à tarde
Ano Bíblico: Êx 9–11

VERSO PARA MEMORIZAR: “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:6, 7).

Leituras da semana: Gn 2; Mt 19:4-6; Sl 8; Jó 38:1-21; 42:1-6; Is 45:18; At 17:22-31

O relato de Gênesis 1:1–2:3 é a base para muitos textos acerca da criação encontrados nas Escrituras. Algumas referências a Gênesis 1são claras, outras mais indiretas. As referências mais indiretas muitas vezes envolvem a repetição de certas palavras ou ideias sem citar diretamente o texto, como em 2 Coríntios 4:6: “Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, Ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo”. Por outro lado, uma referência direta é a de Hebreus 4:4: “Em certo lugar, assim disse [Deus] no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera”, uma citação de Gênesis 2:2.

Nesta semana, estudaremos várias referências que apontam para o relato de Gênesis e mostram como outros escritores da Bíblia o entendiam como uma descrição literal das origens humanas.

Domingo
Ano Bíblico: Êx 12, 13

A criação em Gênesis 2

“Estas são as origens dos céus e da Terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a Terra e os céus” (Gn 2:4, RC).

Gênesis 1–2:3 é o primeiro relato da criação do nosso mundo. Ele é o fundamento de todas as outras verdades nas quais acreditamos. Mas o relato da criação não termina ali. De Gênesis 2:3 até o fim do capítulo, mais detalhes são apresentados, especificamente sobre a criação de Adão e Eva. Assim, devemos interpretar Gênesis 2:4 como a introdução a uma história mais detalhada sobre a criação de Adão e Eva, um ato brevemente resumido em Gênesis 1:26-29. Alguns estudiosos modernos argumentam que existe um conflito entreGênesis 1 e 2, mas isso teria sido uma surpresa para Moisés e os outros escritores bíblicos. Moisés nunca teria escrito dois relatos contraditórios. O conflito não está com os textos, mas com quem pretende achar conflito neles.

1. Como Jesus confirmou a verdade histórica de Gênesis 1 e 2? Mt 19:4-6

Em resposta à pergunta dos fariseus sobre o divórcio, Jesus citou Gênesis 1:27 e 2:24, mostrando que para Ele, ambos os relatos falavam sobre o mesmo evento histórico, a criação do mundo e da humanidade. De quantas provas ainda precisamos sobre o fato de que Gênesis 1 e 2 são relatos harmoniosos da criação, doutrina que forma a base da nossa existência e propósito? Não estamos aqui por acaso, nem por acidente. Fomos criados à imagem de Deus, e o relato da criação em Gênesis, revelado nos capítulos 1 e 2, é a revelação especial dEle para nós acerca de nossas origens.

Como Gênesis 2 nos ajuda a entender melhor o que significa ser humano, criado à imagem de Deus e dotado de livre-arbítrio?

Segunda
Ano Bíblico: Êx 14, 15

A criação nos Salmos

2. Que ligações você encontra entre o Salmo 8 e Gênesis 1?

3. Leia o Salmo 104. Note como esse salmo louva a Deus por Sua bondade, percebida na criação e na manutenção das criaturas. Identifique as ligações com Gênesis 1 nos seguintes versos do Salmo 104:

V. 2 | V. 5-7 | V. 7-9 | V. 14 | V. 19 | V. 25

Note como a sequência temática desse salmo parece ter sido feita de acordo com a sequência temática de Gênesis 1. Imagens poéticas são vividamente apresentadas ao longo dos versos, e sua mensagem claramente inclui o poder, sabedoria e bondade de Deus, bem como a dependência de toda a criação em relação ao Criador. Nada no salmo sugere que o relato de Gênesis não deva ser considerado literalmente.

4. Que outros exemplos dos Salmos estão relacionados com Gênesis 1?

Os Salmos estão cheios de louvor ao Criador. Às vezes, isso é expresso em linguagem que lembra Gênesis 1, outras vezes a linguagem é mais geral, mas em todos os casos, a descrição da criação se harmoniza com Gênesis 1 e nos lembra do papel fundamental do Gênesis em nossa compreensão das nossas origens como filhos e filhas de Deus.

Terça
Ano Bíblico: Êx 16, 17

A criação no livro de Jó

5. Leia Jó 38:1-21. Que assuntos da criação aparecem nos versos seguintes?

V. 4-7 | V. 8-11 | V. 12 | V. 16 | V. 19

É importante lembrar o contexto do livro de Jó. Havia ocorrido uma grande tragédia, e Jó estava lutando para entender como isso tinha acontecido com ele, um fiel seguidor de Deus. Do capítulo 38 até o capítulo 41, o Senhor continua a falar sobre Seu poder criativo, tudo em resposta ao angustiado questionamento de Jó.

6. Leia a resposta de Jó ao Senhor. Por que ele deu essa resposta? O que isso nos diz sobre nossa atitude em relação a Deus, durante nossas tragédias pessoais? Jó 42:1-6

A incapacidade de Jó para explicar as características da criação o levou a reconhecer a grandeza de Deus e a confiar nEle, apesar de tudo que havia acontecido. Nós também não podemos responder a muitas perguntas sobre a criação, e o exemplo de Jó deve nos encorajar a confiar em Deus, não importando o que aconteça. Muitas questões sobre certas coisas da vida permanecerão sem resposta, pelo menos por enquanto. Teremos uma eternidade para obter explicações para o que agora parece incompreensível.

O ponto é que, por meio das maravilhas da criação, que hoje compreendemos muito mais do que Jó podia entender, devemos aprender a confiar no maravilhoso amor e poder de Deus.

Vivendo depois da cruz, temos uma visão do Criador também como Redentor crucificado, algo que Jó não tinha, pelo menos tão claramente como nós temos. Quanto mais, então, devemos confiar na bondade do Senhor para conosco, sabendo o que Ele fez por nós?

Quarta
Ano Bíblico: Êx 18–20

Os profetas e a criação

“Assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a Terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu Sou o Senhor, e não há outro” (Is 45:18).

Isaías 45:18 enfatiza a intenção divina de preparar um lugar para que os seres humanos vivessem. Assim, a adequação da Terra para a vida não é um acidente.

Considere algumas das características que tornam a Terra um lugar adequado para a vida humana, em contraste com outros planetas do nosso sistema solar. Primeiramente, a água está presente em abundância. Há alguma evidência de atividade de água em Marte, mas não existem massas permanentes de água nesse lugar, nem em qualquer outro planeta, exceto na Terra. Outra característica única da Terra é a composição da atmosfera, com cerca de 21% de oxigênio e 78% de nitrogênio. Outros planetas têm atmosferas dominadas por dióxido de carbono ou hélio, mas só a Terra tem uma atmosfera apropriada para a vida. A variação de temperaturas na Terra é adequada para a vida terrestre, ao contrário de qualquer outro planeta do nosso sistema solar. Isso é devido a uma combinação de fatores, incluindo nossa distância do Sol, a composição da atmosfera, a massa da Terra e a velocidade de sua rotação, que determina a duração dos dias e noites. Todas essas características, e outras mais, tornam a Terra o único planeta conhecido apropriado para manter a vida.

7. Qual é a relação entre os textos a seguir e os eventos descritos em Gênesis 1?

Pense nas implicações de nossas origens. Por que entendê-las de modo correto é tão importante para nossa compreensão de quem somos, por que estamos aqui e o que podemos esperar deste mundo? Em quem podemos encontrar esperança?

Quinta
Ano Bíblico: Êx 21–23

A Criação no Novo Testamento

8. Leia Atos 17:22-31. Quais foram as circunstâncias desse sermão? Depois que Paulo introduziu o assunto, qual foi o primeiro tema que ele apresentou àqueles intelectuais? (v. 24, 25). De acordo com Paulo, qual é o relacionamento entre o Criador e os seres humanos? (v. 26-28)

O público ali incluía os dois grupos de filósofos conhecidos como estoicos e epicureus. Os estoicos sustentavam a realidade de um planejamento na natureza, enquanto os epicureus o negavam. Os dois grupos não conheciam o verdadeiro Deus, mas seus argumentos sobre o planejamento na criação eram semelhantes a muitos dos argumentos ainda discutidos em nossos dias.

O ponto importante aqui é que, em seu testemunho a esses pensadores e intelectuais pagãos, Paulo passou diretamente ao argumento de que o Senhor é o Criador de todas as coisas e de toda a humanidade. Paulo tinha pouco em comum com essas pessoas. Por isso, foi direto ao que havia em comum: o fato de que existiam. A partir dessa realidade inegável, ele procurou construir seu argumento. Assim, mais uma vez vemos a criação como um tema fundamental nas Escrituras.

Considere os seguintes textos: Mateus 19:4-6; Marcos 2:27; Lucas 3:38; João 1:1-3; 2 Coríntios 4:6; Hebreus 4:4; Tiago 3:9; 2 Pedro 3:5; Judas 11, 14. É fascinante que cada um desses autores do Novo Testamento, direta ou indiretamente tenha feito referência ao relato de Gênesis sobre a criação, mais uma evidência de que esse relato realmente era aceito por todos os escritores da Bíblia.

9. O que os seres celestiais dizem sobre capacidade divina de criação? Ap 4:11; 10:5, 6

A criação não foi um acidente, mas ocorreu pela vontade de Deus. A segunda passagem contém uma clara alusão a Êxodo 20:11. Mais uma vez, como em João 1:1-3, o autor mostra sua familiaridade e confiança em relação à história da criação. Experimentar menos que isso seria muita tolice.

Sexta
Ano Bíblico: Êx 24–27

Estudo adicional

A Bíblia é um livro sobre Deus e Seu relacionamento com os seres humanos e com o mundo. Os eventos da semana da criação são únicos e sobrenaturais. Eles estão fora do domínio da investigação científica, pelo menos, por duas razões. Primeira, eles são singularidades, ou seja, eventos que ocorrem apenas uma vez. A ciência tem dificuldade em lidar com singularidades, porque não podem ser repetidas nem testadas sob circunstâncias diferentes. Em segundo lugar, os eventos da criação foram causados de forma sobrenatural. Eles não foram o resultado natural da maneira pela qual Deus sustenta a criação, mas foram especiais, atos diretos de Deus. A ciência lida apenas com causas secundárias, e não aceita qualquer explicação que dependa da ação direta de Deus (pelo menos da forma pela qual é praticada hoje). Visto que os eventos da criação são únicos e sobrenaturais, eles estão fora do alcance da ciência.

Entender nossas origens é tão importante que Deus fez com que isso fosse colocado como o primeiro assunto da Bíblia, e a mensagem da Bíblia é fundamentada na historicidade do relato da criação. Alegar que podemos conhecer a verdadeira história do nosso mundo por meio da ciência é afirmar que ela pode ser explicada sem apelar para qualquer ação direta de Deus, um erro que leva a outros erros.

“Os homens se esforçarão para explicar a partir de causas naturais a obra da criação, a qual Deus nunca revelou. Mas a ciência humana não pode pesquisar os segredos do Deus do Céu nem explicar as obras estupendas da criação, que foram um milagre do grandioso poder, antes que possa mostrar como Deus veio à existência” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy [O Espírito de Profecia], v. 1, p. 89).

Perguntas para reflexão

1. Que razões as pessoas dão para rejeitar a ideia de que a natureza foi projetada?

2. Jesus apoiou a autoridade de Moisés (Lc 16:29-31), incluindo a história da criação (Mc 2:27, 28;. Mt 19:4-6). Qual deve ser a nossa atitude para com a história da criação?

Respostas sugestivas: 1. Afirmou que, no princípio, Deus criou o homem e a mulher, estabelecendo o casamento, conforme o relato de Gênesis. Jesus concordou com a história da criação. 2. A glória de Deus foi colocada nos céus. Ele criou a Lua, as estrelas e todas as criaturas. Deus criou o homem e lhe deu domínio sobre os animais. 3. Verso 2: Deus é revestido de luz; Ele estendeu os céus como cortina; 5-9: Criou a Terra e separou as águas da parte continental; v. 14: criou a relva para os animais e as plantas para os seres humanos; 19: fez a Lua para marcar o tempo e determinou o tempo de atuação do Sol; 25: criou o mar e os animais marinhos. 4. Sl 24:1, 2: Deus fundou a Terra sobre os mares; Sl 33:6: os céus e todas as suas criaturas foram feitos por Sua palavra; Sl 74:16, 17: Deus criou a luz, o Sol, o dia, a noite, inverno, verão e as fronteiras da Terra; Sl 89:11: os céus e a Terra pertencem ao Senhor. 5. v. 4-7: criação da Terra; 8-11: separação entre a terra seca e os mares; 12: estabelecimento da parte clara e escura do dia; 16: criação dos mares; 19: a luz e as trevas têm o seu lugar na criação divina. 6. Jó entendeu que Deus tem todo o poder e todas as respostas; não podemos explicar as maravilhas da criação e também não conseguimos explicar os mistérios da nossa vida. Por isso devemos confiar no Criador. 7. Deus é o Criador dos céus, da Terra e da humanidade. Ele controla os trovões, os relâmpagos, as chuvas e os ventos; transforma a manhã em trevas. 8. Na discussão entre Paulo e os filósofos atenienses, o primeiro tema foi: Deus, Criador dos céus, da Terra e de tudo que neles há. Ele é o doador da vida a todos, é soberano sobre a Terra e sobre a vida de todas as criaturas. Ele está perto do ser humano. 9. Deus criou todas as coisas; por Sua vontade tudo veio à existência: os céus, a Terra e tudo o que neles há.




Escola Sabatina






Resumo da Lição 4 – Criação, um tema bíblico



Texto-chave: Gênesis 1–4

O aluno deverá...

Saber: Como Gênesis 1–4 apresenta a maioria das principais definições e conceitos utilizados ao longo das Escrituras.

Sentir: Apreciar a importância de Gênesis 1–4 na formação do restante da teologia bíblica.

Fazer: Viver a crença na criação a fim de demonstrar como ela afeta o papel da autoridade bíblica em sua vida.

Esboço

I. Saber: Gênesis 1–4: O fundamento das Escrituras

A. Gênesis 1–4 apresenta a maioria das principais definições e conceitos utilizados ao longo das Escrituras. Quais são essas definições?

B. Como os autores bíblicos usam o relato de Gênesis, e para quais propósitos?

II. Sentir: Apreciando os conceitos da criação

A. Reconhecer que as alusões à criação em outras partes das Escrituras nos ajudam a ver a importância da doutrina da criação. Por que apenas o reconhecimento e apreciação não são suficientes? O que mais é necessário, e por quê?

B. Como podemos apreciar mais a maneira pela qual a criação é usada para desenvolver conceitos espirituais ao longo das Escrituras?

III. Fazer: O impacto da criação sobre a autoridade da Palavra de Deus
A. Como a crença na criação afeta a crença na autoridade bíblica, bem como sua aplicação prática?

B. Como uma pessoa pode demonstrar por suas ações e estilo de vida a crença na criação?

Resumo: Nossa compreensão da história da criação é de vital importância porque ela afeta a forma pela qual entendemos a natureza das Escrituras e as mensagens inspiradas dadas pelos autores bíblicos.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: A criação desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos temas teológicos ao longo das Escrituras.
Só para o professor: Por que os autores bíblicos usam de modo tão frequente o relato da criação? Mostre aos alunos que uma compreensão adequada da história da criação nos prepara para compreender melhor o argumento teológico dos autores bíblicos posteriores e, assim, perceber sua mensagem de modo mais preciso.

Há uma história bastante difundida sobre um czar russo encontrando um soldado que estava vigiando o que parecia ser um lugar vazio no jardim do palácio. Quando questionado sobre o que ele estava guardando, a sentinela respondeu que não tinha ideia, mas que o regulamento exigia que houvesse uma sentinela ali. O czar mandou verificar os registros e descobriu que, muitos anos antes, Catarina, a Grande, havia plantado uma nova roseira ali e tinha colocado uma sentinela para protegê-la por uma noite. De alguma forma, a ordem continuou a ser executada mesmo depois da morte de Catarina e da roseira. Assim, a sentinela atual não tinha ideia do que estava guardando ou por quê (uma versão dessa história pode ser encontrada em:

http://www.actsweb.org/articles/article.php?i=1285&d=2&c=5).

Muitos que creem na criação são como aquele guarda. Eles sabem que a criação é importante, mas não podem dizer por quê. Para muitos, a crença na criação de Gênesis 1 se tornou uma tradição com significado pouco conhecido. É importante, então, não apenas perceber que o restante das Escrituras usam as informações de Gênesis 1, mas também entender por que os autores bíblicos usaram essas informações. Como eles entendiam Gênesis 1, e como a tentativa de reinterpretar Gênesis 1 afeta a mensagem dos autores bíblicos que usaram a história da criação?

Pergunta de abertura: Quais são as coisas em nossas crenças religiosas, costumes sociais, ou estruturas familiares que estimamos e defendemos, mas não podemos adequadamente avaliar e entender? Por que é importante entender mais essas coisas?

Compreensão

Só para o professor: A criação é parte de um corpo maior de informações bíblicas e define os conceitos utilizados ao longo das Escrituras. Assim, nossa maneira de entender a criação afetará a nossa compreensão de toda a mensagem bíblica.

Comentário Bíblico

Os quatro primeiros capítulos do Gênesis: o fundamento da nossa fé
(Recapitule com a classe Gn 1–4)

Quando os teólogos sistemáticos escrevem uma teologia sistemática, geralmente começam com uma seção (ou volume) chamado de "prolegômenos". Os prolegômenos explicam os pressupostos filosóficos, teológicos e históricos do autor e define os parâmetros do sistema de teologia que está sendo apresentado. Como adventistas do sétimo dia, acreditamos que Deus é causa unificadora, subjacente e inspiradora das Escrituras. Portanto, esperamos que a Bíblia tenha uma mensagem teológica unificada. Embora a Bíblia não seja um sistema formal de pensamento, ela tem uma consistência básica em sua mensagem e significado. Assim, podemos propor que Gênesis 1–4 constitui os prolegômenos teológicos para o restante das Escrituras, definindo os conceitos teológicos básicos utilizados em toda a Bíblia.

Para começar, Gênesis 1–4 define quem é Deus, quem é o homem, o ideal para seu relacionamento e a natureza da realidade. Outros conceitos apresentados ali incluem o papel atribuído à humanidade no sistema natural mais amplo, o que deu errado entre Deus e o homem, o juízo divino, a salvação e outras coisas mais. Todos esses conceitos são introduzidos pela primeira vez em Gênesis 1–4 e, em seguida, são repetidos e desenvolvidos ao longo das Escrituras.

Por exemplo, em Gênesis 4, temos o primeiro uso explícito do termo pecado. Deus disse a Caim que "o pecado [jazia] à porta", esperando obter domínio sobre ele (Gn 4:7). O pecado ali é retratado como um poder escravizante que domina uma pessoa. É muito mais do que simplesmente fazer uma escolha errada. Paulo desenvolve o tema do pecado como um poder escravizante, especialmente em Romanos 3, 5 e 6, ao descrever o pecado como um poder sob o qual nascemos por causa do pecado de Adão. Muitos não compreendem a natureza do pecado na Bíblia porque não começam com os prolegômenos para fundamentar sua compreensão.

Não deve ser nenhuma surpresa, portanto, as frequentes afirmações de que Gênesis 1–4 é de natureza mítica, o que nega a veracidade histórica dos eventos descritos ali. Essa negação, no entanto, leva a um problema, pois os escritores bíblicos, especialmente os autores do Novo Testamento, e o próprio Jesus, tratam esses relatos como narrativas históricas. Exposições teológicas fundamentais, que foram inspiradas por Deus, pressupõem que as informações de Gênesis 1–4 são fatos históricos, não ficção mítica. Assim, quando alguns afirmam que Gênesis 1–4 tem caráter mítico, imediatamente minam partes importantes da teologia bíblica, subvertendo os pressupostos sobre os quais ela está construída.

Nossa maneira de interpretar Gênesis 1–4 exerce grande impacto na forma pela qual entendemos o restante das Escrituras. Se os acontecimentos descritos ali são "fábulas engenhosas" inventadas pela comunidade religiosa e não um registro histórico inspirado, então o restante das Escrituras entra em questão. Se os autores posteriores basearam sua compreensão teológica, em parte, nas Escrituras anteriores que não são historicamente exatas, como seus conceitos teológicos podem ser confiáveis? A Bíblia estabelece a fé nos atos históricos reais de Deus na história da Terra. Meras alegações míticas são insuficientes para fundamentar a verdadeira fé. Para estar em harmonia com as Escrituras, devemos aceitar os pressupostos dos prolegômenos (Gn 1–4), para não corromper ou distorcer o restante da mensagem bíblica construída fora dessas definições e pressuposições.

Pense nisto: O que significa o fato de que autores inspirados, e Cristo, trataram as informações de Gênesis 1–4 como história real? De que modo a crença de que Gênesis 1–4 é ficção mítica afeta a veracidade dos ensinamentos estabelecidos pelos autores bíblicos, e pelo próprio Cristo, como verdadeira base para o discernimento espiritual?

Aplicação

Só para o professor: Esta seção exigirá um trabalho dedicado do professor para se familiarizar com os grandes temas de Jó e com o contexto imediato e um pouco mais amplo dos Salmos, profetas e Jesus. Não é suficiente notar, por exemplo, que Jesus mencionou a criação e afirmou a sua historicidade. Como Jesus usou a historicidade de Gênesis 1–3 para apresentar uma questão espiritual mais ampla? (Siga esse modelo usado com relação a Jesus para cada uma das passagens da lição.)

Perguntas para reflexão

Tendo em mente que a nossa lição considera as conexões de Gênesis 1 com Jó, Salmos, os profetas hebreus e os ensinamentos de Jesus, responda às seguintes perguntas:

1. Qual é a mensagem mais ampla em Jó, diversos Salmos, etc., mencionados em nossa lição, e como cada autor bíblico usa a criação a fim de ajudar a moldar o seu argumento mais amplo?

2. Se Gênesis 1 pode ser aceito literalmente apenas no sentido de que mostra que Deus é a causa primeira de todas as coisas, mas dizemos que a ciência mostra que Deus realmente criou através de processos evolutivos, como isso afetaria as mensagens de Jó, Salmos, Jesus, etc.? Por que e como isso mudaria radicalmente a mensagem de cada um deles?

Criatividade

Só para o professor: A seguinte atividade para discussão é planejada para encorajar os alunos a considerar as implicações da pergunta a seguir: Se Jesus e outros autores bíblicos inspirados afirmaram que Gênesis 1 é historicamente verdadeiro, como a nossa visão da criação deve afetar a nossa crença na autoridade bíblica?

Atividade: Pergunte aos alunos se a autoridade bíblica está ativa e forte na vida deles. Que papel as Escrituras devem ter na vida deles? De que maneira sua crença a respeito da criação afeta o papel da autoridade bíblica em sua vida?


COMENTÁRIOS

Lição 4 – Criação, um tema bíblico


Michelson Borges - jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP


Introdução

Ideia central 1: O relato da criação e a triste história do pecado registrados no livro de Gênesis constituem a base sobre a qual se assentam todas as doutrinas bíblicas. A própria história da redenção que permeia as páginas das Escrituras está assentada sobre os primeiros capítulos de Gênesis. A morte de Cristo só tem sentido se aceitamos o relato da queda humana. O livro de Salmos, Jó e os profetas estão repletos de referências à criação. Paulo também falou sobre isso em seu famoso discurso no Areópago (At 17:22-31) e o próprio Jesus Se referiu a Adão e Eva como personagens reais, históricos (Mt 19:4-6).

Ideia central 2: O “verso para memorizar” da lição desta semana mostra que, nestes últimos dias, a igreja deve proclamar a todo o mundo: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7). A referência textual ao mandamento do sábado (Êx 20:8-11) fica clara nas palavras escolhidas por João. Portanto, a mensagem criacionista de que Yahweh é o Criador que deve ser adorado está no âmago das três mensagens angélicas que precisam ser anunciadas antes que Jesus retorne à Terra.

Para refletir

1. Por que podemos considerar os primeiros capítulos de Gênesis como a base teológica de toda a Bíblia?

2. Jesus e Paulo confirmaram a historicidade dos primeiros capítulos de Gênesis?
3. Podemos dizer que o criacionismo faz parte da última mensagem a ser dada ao mundo antes da vinda de Jesus?

Ampliação

O grande espetáculo paralelo

Deus reservou uma missão especial ao último grupo de adventistas do sétimo dia. Também declarou profeticamente quando a igreja remanescente deveria iniciar a proclamação da última mensagem de advertência, o último convite (Ap 14:6-12). O início do últimomovimento adventista coincide praticamente com o fim do extenso período profético de 2.300 anos (Dn 8:14). Curiosamente, em meados do século 19 o mundo presenciou o surgimento de vários movimentos nos campos social, religioso e científico. Destacamos apenas algumas dessas atividades organizadas, classificando-as em dois grandes grupos:

I – Movimento Adventista (três mensagens angélicas)

1. Deus, o Criador

2. Declínio espiritual da cristandade

3. Selo de Deus versus selo da besta

II – Espetáculo Paralelo (três mensagens concorrentes)

1. Comunismo marxista

2. Espiritismo moderno

3. Evolucionismo darwiniano

O despertamento mundial para a importância de se adorar o Criador e aguardar o breve retorno de Cristo, durante o século 19, vem acompanhado da solene incumbência de se divulgarem amplamente as três mensagens angélicas, missão realçada na seguinte revelação: “Em sentido especial, os adventistas do sétimo dia foram postos no mundo como atalaias e portadores de luz. A eles foi confiada a última mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide a maravilhosa luz da Palavra de Deus. A eles foi delegada uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma outra obra há de tão grande importância. Eles não devem permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, v. 3, p. 288).

Paralelamente, verifica-se o desenvolvimento e a propagação de outras “mensagens” concorrentes: a mensagem de Friedrich Engels (cofundador do marxismo) é clara: “Hoje, porém, nossa imagem conceitual do Universo em sua evolução não consente, absolutamente, lugar nem para um criador nem para um governante.” O moderno espiritismo é divulgado em três frentes: (1) pela família Fox (Hydesville, Nova York), (2) por meio do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, (3) e das visões de Andrew Jackson Davis (“Allan Kardec americano”). Por sua vez, a teoria de Darwin, lança por terra os principais atributos divinos: Deus, como Criador, é substituído pelo processo evolutivo; Deus, como Mantenedor, é substituído pela seleção natural; Deus, como Salvador, é substituído pela evolução humana que supostamente conduz o ser humano, inevitavelmente e de maneira gradual, a uma condição mais elevada.

O sincronismo entre essas mensagens é impressionante. Entre as várias “coincidências”, algumas se destacam:

– Em 1832, foram apresentadas as primeiras publicações de Guilherme Miller sobre o fim do mundo; no mesmo ano, Charles Lyell publicou sua obra-prima Principles of Geology, cujas ideias uniformistas (contrárias ao catastrofismo do dilúvio bíblico) foram amplamente utilizadas por Darwin.

– No mesmo ano (1844), Ellen White recebeu sua primeira visão e Jackson Davis teve seu primeiro contato com os espíritos.

– Entre outras manifestações simultâneas, em 1848 foi disponibilizada a primeira publicação do Manifesto Comunista, de Marx e Engels; as irmãs Fox “conversaram” com as “batidas”, em Nova York; Ellen White recebeu a visão em que lhe foi dada a ordem para publicar uma pequena revista.

– Depois de muita relutância, Darwin publicou sua obra-prima A Origem das Espécies, em 24 de novembro de 1859; no mês de setembro do ano seguinte, em uma reunião geral do movimento adventista, foi definido o nome da denominação: Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Certamente, esses sincronismos envolvendo dois nítidos e antagônicos movimentos não devem ser interpretados como simples coincidências. Em lados opostos, podemos distinguir claramente dois protagonistas. No contexto da própria história humana, desde as culturas e civilizações mais remotas, até os dias atuais, consideramos desnecessário demonstrar a realidade do conflito entre as forças do bem e as forças do mal. Entre as diversas versões desse grande conflito, a versão bíblica se destaca pelas inúmeras evidências que lhe conferem legítima historicidade e confiabilidade.






Especificamente, no contexto da controvérsia criacionismo versus evolucionismo, provavelmente o arqui-inimigo de Deus tenha ficado surpreso ao perceber que a criação foi previamente preparada para enfrentar os funestos resultados do pecado.

 Assim, por meio do evolucionismo darwiniano e de ideologias congêneres que integram o grande espetáculo paralelo, esse inimigo procura sutil e diligentemente substituir a fantástica capacidade adaptativa e reprodutiva dos seres (implantada neles originalmente por Deus) pela onipotente seleção natural – principal mecanismo supostamente criador de todas as espécies. [O livro Nos Bastidores da Mídia, no capítulo “Guerra ideológica”, trata mais desse tema do espetáculo paralelo.]

A criação é um tema bíblico fundamental, ainda que algumas pessoas ou filosofias tentem ofuscar essa verdade.

Conclusões
– Gênesis é a base da teologia bíblica. Ali são apresentados os conceitos da origem do mal, do grande conflito entre o bem e o mal, da criação, da queda humana e da redenção. Portanto, desacreditar a literalidade dos primeiros capítulos de Gênesis é lançar por terra, igualmente, importantes doutrinas bíblicas.

– Jesus, a autoridade máxima para os cristãos e figura respeitada mesmo entre muitos não cristãos, confirmou os relatos do Gênesis ao Se referir a eles como históricos (Gn 1:27; 2:24; Mt 19:4-6). Na verdade, na condição de “segundo Adão”, Jesus veio ao mundo para derrotar Satanás em seus domínios e resgatar a raça humana de sua situação miserável.

–O Salmo 104 igualmente confirma a literalidade dos primeiros capítulos de Gênesis.

– Jó 38:1-21 também trata os eventos da criação como literais.

– Em Atos 17:22-31, Paulo apresenta a doutrina da criação para filósofos atenienses.

– A verdade da criação e da adoração ao único Deus Criador faz parte da última mensagem de advertência ao mundo (as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12). A fim de tentar anular o poder dessa mensagem, o inimigo de Deus se utiliza de filosofias e crenças que afastam as pessoas da verdade bíblica e do Deus da Bíblia. Em adição ao espiritismo, ao darwinismo e ao materialismo, podemos mencionar o relativismo e o secularismo. O relativismo torna “movediças” as bases para uma discussão sobre a verdade absoluta. Para o relativista, não existem verdades absolutas, exceto a verdade absoluta de que não existem verdades absolutas! (Clique aqui e leia um bom texto sobre isso.) O secularismo deixa de lado toda consideração sobre assuntos espirituais, ignorando, portanto, a predição acerca da vinda de Jesus e do Juízo.


Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí – RS) /  Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original / www.cristoembrevevira.com.br - marks@unijui.edu.br – Fone/fax: (55) 3332.4868 / Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

Verso para memorizar: “Vi outro anjos voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a DEUS e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apoc. 14:6, 7).

Introdução de sábado à tarde

A Bíblia pode não ser aceita por muitos cientistas, talvez não seja aceita pela maioria deles. Todos tem o direito de duvidar e de se posicionar, mas ninguém, e muito menos um cientista, tem o direito de se posicionar sem conhecer aquilo de que emite opinião. Uma pessoa comum dizer: “o papel aceita tudo”, isso podemos entender, é apenas uma pessoa comum, não tem cultura, não conhece o método científico e nem a ética científica. Mas um cientista emitir uma opinião e se posicionar sem TER EXPERIMENTADO aquilo que está julgando, isso não é menos que o fracasso da ciência.

A Bíblia é para ser experimentada, e experimentar, é atualmente, e faz tempo, o método científico aceito. Para julgar o que muitos aceitam como sendo a Palavra de DEUS, primeiro tem que experimentá-la, tem que se entregar a DEUS como ela ensina, tem que sentir se DEUS ama ou não ama, tem que se submeter à transformação de DEUS. Então, se depois de fazer isto, nada melhorou na vida do tal cientista, ou seja lá de quem for, como um ateu, então sim, ele pode emitir juízo sobre a Bíblia como Sua palavra, dizendo o que aconteceu. Portanto, a Bíblia só pode ser julgada por alguém que fez o que ela ensinou e se isso não deu certo. Podemos ter certeza que todos aqueles que denigrem a Bíblia é porque não a experimentaram, e se forem cientistas, nem mesmo seguiram o método científico que esses cientistas defendem, e que é exatamente o método que a Bíblia também defende, ou seja, EXPERIMENTE A DEUS! Talvez tenham medo de serem transformados!

Outra coisa, a Bíblia conta a história da humanidade de forma invertida aos livros de história. É até interessante que os cientistas, principalmente os historiadores, os arqueólogos, os que estão ligados às coisas do passado, pesquisem e se concentrem nos fatos relatados pela Bíblia. Mas isto não é o mais relevante. A Bíblia é o único livro escrito em linguagem humana, que a nós está disponível, e é o livro mais disponível de todos, que conta a história antes dela acontecer. Nisso ela também pode ser testada para ver se é verdadeira, se tem origem humana ou divina. Afinal, qual é o ser humano que conhece o futuro com 100% de acerto? Qual é o cientista que pode afirmar fatos sobre o futuro e que depois se confirmam no mesmo nível de probabilidade como os profetas da Bíblia? A meteorologia? A economia, quando trata do índice de inflação futura e do crescimento do Produto Interno Bruto? A ciência dos homens erra demais, mas se chama ciência; a Bíblia acerta todas, e se chama o quê, por parte dos cientistas, ao menos muitos deles?
Nesta semana estudaremos sobre a criação ao longo da Bíblia. Como em nossa casa estamos experimentando esse livro, e temos certeza que DEUS já nos transformou em admirável medida, assim como ainda tem muito por fazer e o fará, também temos confiança de que, o relato deste livro sobre as origens é absolutamente confiável.

1.      Primeiro dia:  A criação em Gênesis 2

Estas são as origens dos céus e da Terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor DEUS fez a Terra e os céus” (Gen. 2:4. RC).
Foi Moisés, profeta de DEUS, quem escreveu o Gênesis, entre outros livros. Alguém poderia argumentar: mas Moisés é um homem, sujeito a erros. A resposta é simples: é evidente que DEUS cuidou de Sua Palavra escrita por homens. E no tempo de JESUS, o Messias ratificou esse relato quando Se referiu a Gên. 1:27 e 2:24, confirmado o que Moisés escreveu. Aliás, é evidente que JESUS, se houvesse algum erro a ser concertado, o teria feito no tempo em que viveu entre os homens, pois outras coisas Ele corrigiu, se bem que não os escritos, mas sua interpretação. Por exemplo, Ele corrigiu a má interpretação que davam sobre o divórcio, quando disse que Moisés lhes deu, e isto está escrito – uma instrução sobre a possibilidade de um homem dar carta de divórcio a sua esposa. Isto foi permitido porque aqueles homens tinham um coração duro, mas que no princípio não era assim. DEUS havia criado para que vivessem juntos sempre, e fossem felizes, e a felicidade só é possível encontrar no plano de DEUS.

Em Gênesis capítulo 2 encontramos quatro temas. O primeiro é sobre a instituição do sábado. Isto está em Gên. 2:1 a 3, e ficaria bem melhor se estivesse no final do capítulo um. O segundo tema é o detalhamento da criação do homem, que já aparece no capítulo um, verso 26 e 27. O terceiro tema desse capítulo é o detalhamento da criação da mulher. O quarto tema é a instituição do casamento, entre um homem e uma mulher. Essa é a sociedade vital para que haja vida com felicidade. Então temos informações paralelas associadas, que tratam das plantas para serem bonitas (verso 9), dos principais rios do jardim, do ouro, e da árvore do conhecimento do bem e do mal.

Interessante é notar qual foi a razão da criação da mulher. Era para que o homem não se sentisse só. Era para ser uma companheira, que fosse idônea, isto é, que estivesse no mesmo nível em todos os sentidos, nem acima nem abaixo. Isto faz todo sentido, pois, como poderia haver amor entre um homem e uma mulher se algum deles dominasse sobre o outro? Seria algo muito difícil! A grande causa primária dos divórcios hoje é uma só: um quer dominar sobre o outro, um quer ter mais razão que o outro, um quer ser mais importante que o outro, coisas assim. Enquanto o correto é um servir o outro, como JESUS viveu aqui entre nós, o que em geral o ser humano faz é impor sua vontade sobre a vontade de seu próximo. E foi DEUS quem alertou sobre esse problema quando, em Gên. 3:16 disse que o marido governaria sobre a mulher. Não era para ser assim. A mulher perdeu o status de estar no mesmo nível diante de Adão por causa da força física, que com a entrada do pecado passou a ser um recurso de relacionamento. A força física passou a servir como meio para impor a vontade quando a outra parte não concorda. E se formou naquele dia o motivo para futuras separações, porque a dominação expulsa o amor do lar. Portanto, quem desejar ser feliz, terá que vencer a fraqueza do ser humano de querer dominar sobre o cônjuge. Sabe qual é o segredo daqueles casais que se dão bem? Simples. Eles recorrem a DEUS para que o Criador os transforme a tal ponto que neles não se cumpra o efeito do pecado – de um ser mais que o outro.

2.      Segunda: A criação nos Salmos

Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos” (Salmos 19:1). Esse é um dos Salmos de Davi. No Salmo 8:5 diz que DEUS fez o homem por um pouco menor que os anjos. Em diversos Salmos descreve a ação de DEUS. Ele estendeu o céu, fez a atmosfera, firmou os fundamentos da Terra, cobriu a terra de verde, separou a terra da água, encheu a terra de habitantes. Ele plantou um jardim, isto quer dizer que o local de cada planta era planejado para que tudo tivesse harmonia e beleza. É nos Salmos que vemos não só que houve criação, mas que ela era bela para ser apreciada e para se viver feliz.

“O dever de adorar a Deus se baseia no fato de que Ele é o Criador, e que a Ele todos os outros seres devem a existência. E, onde quer que se apresente, na Bíblia, Seu direito à reverência e adoração, acima dos deuses dos pagãos, enumeram-se as provas de Seu poder criador. “Todos os deuses dos povos são coisas vãs; mas o Senhor fez os céus.” Sal.96:5. “A quem pois Me fareis semelhante, para que lhe seja semelhante? diz o Santo. Levantai ao alto os olhos e vede quem criou estas coisas.” “Assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a Terra, e a fez; … Eu sou o Senhor, e não há outro.” Isa. 40:25 e 26; 45:18. Diz o salmista: “Sabei que o Senhor é Deus; foi Ele, e não nós que nos fez povo Seu.” “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemo-nos diante do Senhor que nos criou.” Sal. 100:3; 95:6. E os seres santos que adoram a Deus nos Céus, declaram porque Lhe é devida sua homenagem: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder porque Tu criaste todas as coisas.” Apoc. 4:11” (Exaltai-O, MM 1992, p. 51).

“Com que maravilhosa beleza foram modeladas todas as coisas na natureza! Por toda parte vemos as obras perfeitas do grande Artista. Os céus declaram a Sua glória; e a Terra, que foi formada para a felicidade do homem, nos fala de Seu inigualável amor. … Chamo vossa atenção para essas bênçãos, advindas da generosa mão de Deus. Que o renovado brilho de cada manhã desperte louvor em vosso coração por essas provas de Seu amoroso cuidado” (Refletindo a CRISTO, MM, 1986, 293).

3.      Terça: A criação no livro de Jó

Jó, fiel servo de DEUS não entendia a sua situação. Afinal, ia tudo bem, tinha filhos e filhas, mas de um momento para outro tudo ruiu, ele perdeu tudo exceto sua esposa e a própria vida. Como pode alguém assim reconhecer que DEUS existe e que Ele é amor? Jó, porém, nem em seus piores momentos perdeu a fé em DEUS. Ele estava provando para as forças do mal que um homem pode ser fiel a DEUS. E para provar isto, para que o teste fosse aceitável, não poderia saber do que se tratava e nem como seria o momento seguinte ao teste.
No auge do sofrimento, quando os seus amigos se calaram, quando nem ele e nem seus quatro amigos tinham o que falar, então DEUS entrou em cena. Foram momentos de arrepiar os cabelos. Um homem, aparentemente condenado por DEUS, recebe o próprio DEUS, e este fala com o homem. Então o Criador, em pessoa, revela coisas impressionantes. Ele Se apresenta como quem criou todas as coisas, desde os fundamentos da Terra, do mar, das nuvens. Ele foi quem colocou os limites do mar para a terra. Ele foi quem deu origem à luz. E antes da luz natural, Ele mesmo foi a luz. Pois de DEUS vem a luz natural como a luz do conhecimento. Tudo o que existe carrega conhecimento que veio de DEUS. Este é o conhecimento que está à disposição da ciência; por isso esta ciência deveria ser a primeira a reconhecer o Criador e dar-Lhe glórias. Mas hoje ela é a primeira a dizer: “DEUS não existe.”

Este Jó, por sua fidelidade, criou grande oportunidade a que mais quatro pessoas também pudessem ouvir diretamente de DEUS relato sobre a criação de todas as coisas. Que coisa impressionante deve ter sido aqueles momentos! DEUS falando como Ele criou! Pois um dia, todos nós teremos a mesma oportunidade de ouvir do Criador sobre como Ele cria tudo do nada. Mas haverá uma diferença entre nós e Jó: nós, e ele também, estaremos em condições de perfeição.

4.      Quarta: Os profetas e a criação.

“Assim diz o Senhor; que criou os céus, o DEUS que formou a Terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada; Eu Sou o Senhor; e não há outro” (Isa. 45:18).

Os profetas tem privilégios que nós outros só temos indiretamente. Eles aprendem diretamente de DEUS. Nós aprendemos dos profetas. Portanto, eles obtiveram o conhecimento verdadeiro de primeira mão.

A ciência secular está bem atrás dos profetas. Isso é curioso, pois se os cientistas fossem mais humildes poupariam muito dinheiro e principalmente tempo em suas pesquisas. Em especial sobre as origens. Deixariam de trilhar pelo caminho que um dia descobrirão ser falso (falamos do caminho da evolução das espécies). Também a história poderia ser compreendida de modo mais preciso considerando o conhecimento vindo de quem sabe todas as coisas. Além disso, o futuro poderia ser melhor planejado, se os cientistas e os políticos, bem como os jornalistas considerassem as profecias. O mundo viveria não na escuridão como vive hoje, imaginando-se um futuro que não será como pesam ser. Mas os sábios do mundo rejeitam a Bíblia, que são os escritos dos profetas de DEUS. É por isso que o mundo só prospera aparentemente. É como está escrito: “crede em Seus profetas e prosperareis…” Os altamente diplomados do mundo só creem em si mesmos, e mudam seus paradigmas na medida em que vão descobrindo seus erros. É como mudar de um erro para outro, mas nunca sair do erro.
Sobre a criação, também temos a palavra dos profetas. Essa palavra é confiável, pois ela vem da parte de quem pronunciou aquelas palavras que fizeram aparecer todas as coisas. O mesmo que disse “haja luz” também foi o que iluminou as mentes dos profetas para que tivessem o conhecimento verdadeiro que nos foi transmitido.

E o que escreveram esses profetas? Em primeiro lugar, analisando o verso de Isaías, acima transcrito, fica explicado que este planeta Terra, quando no princípio DEUS criou o universo, foi posicionado de tal maneira que pudesse abrigar a vida. Como já explicamos na lição número dois, a Terra gira em torno do Sol a uma distância e velocidade tal que se torna compatível com as exigências da vida do modo como DEUS imaginou. Então, lá no princípio, que não sabemos há quanto tempo ocorreu, DEUS já havia disposto o Sol, no contexto de nossa galáxia, e os planetas de nosso Sol de maneira que aqui um dia Ele pudesse criar a vida. E assim foi.

Isaías, seguindo os versos da lição, diz que DEUS fez tudo sozinho. E um pouco mais adiante o mesmo profeta diz que DEUS declarou que foi Ele quem criou a Terra. Jeremias declarou que DEUS para fazer a Terra utilizou Sua sabedoria, poder e inteligência. DEUS, com seu poder e infinita inteligência não necessita de realizar trabalho físico, faz se assim desejar, como na criação de Adão e Eva. Ele tem tanta inteligência que é capaz de fazer o que quiser somente pelo uso dessa inteligência.

Amós diz que esse DEUS que formou tudo tem até a capacidade de conhecer os pensamentos dos seres humanos. E isso é absolutamente necessário para que Ele governe. Assim, só DEUS é capaz de ser excelente no governo, de ser um Rei perfeito, pois como poderia alguém governar sem saber o que se passa nas mentes de seus súditos? Aqui na Terra os governos são bem frágeis por este motivo: os governantes não sabem o que se passa entre o povo, embora tenham algumas informações bem escassas vindas de seus serviços de inteligência e às vezes de espionagem. Mas DEUS é diferente. Ele sabe o que todos pensam, e ama a todos eles; portanto, utiliza esse conhecimento para prover o bem a todos. Isso sim que é governo perfeito; aliás, só assim poderia ser perfeito.

Jonas diz que DEUS é o Senhor do Céu e da Terra. E Zacarias diz mais uma vez que DEUS fez o Céu e fundou a Terra. Assim como esses versos, há muitos outros indicando quem é o Autor do Universo e da vida. A vida é um ponto interessante. Fica o desafio para aqueles cientistas que tanto insistem em dizer que a vida surgiu espontaneamente: Se naqueles tempos se teriam formadas as condições necessárias para a geração espontânea da vida sem que alguma inteligência agisse, hoje, que há tanta inteligência no mundo, que refaçam nos laboratórios estas condições e recriem outra vez a vida, e creremos. Nunca conseguirão. A vida só pode vir de DEUS, que a tem em Si mesmo.

5.      Quinta: A criação no Novo Testamento.

Apocalipse 14:7 diz que devemos adorar aquele que fez todas as coisas. Em Apocalipse 4:11 diz que DEUS é digno de receber toda honra porque Ele é o Criador de todas as coisas, pois por meio dEle tudo o que existe veio a existir. Em Apoc. 10:5 e 6, fez um juramento pelo nome daquele que criou todas as coisas. Também em Apoc. 21:5 DEUS diz que fará novas todas as coisas; Ele irá recriar tudo.

O que de especial podemos aprender dessas passagens bíblicas? Que, assim como no Antigo Testamento, também no Novo Testamento DEUS é identificado como O Criador de todas as coisas e por esse motivo Ele merece ser adorado. O motivo da adoração é por ser DEUS Criador, e Recriador. O sábado está vinculado com a criação, ao poder de DEUS para fazer existir o que desejar, inclusive seres humanos com vida. O sábado tem tudo a ver com a criação, não com a ressurreição de JESUS, que é apenas um dos muitos atos do poder de DEUS: ressuscitar os mortos. Mas não é o Seu único poder. Ele tem todos os poderes, e é por ser Criador que Ele deve ser honrado e adorado, e o sábado tem essa dimensão completa em relação a DEUS. O sábado lembra de que DEUS criou todas as coisas que existem, não apenas de ter ressuscitado a JESUS CRISTO.

Também no Novo Testamento a lição destaca o discurso de Paulo. Ele referiu-se aos sábios filósofos atenienses, como um pregador ao “DEUS desconhecido”, aquele que fez o mundo e ordenou todas as coisas por meio de leis e que por meio dEle tudo continua existindo. Mas, ao que tudo indica, assim como hoje, aqueles sábios que se diplomavam entre si, ou seja, que se honravam um pelo outro, também como hoje, queriam mesmo participar de debates vazios, fundamentados em especulações. Nada diferente de hoje. Eles se haviam apegado em tal intensidade à suas próprias ideias, que eram nada, que não conseguiram suportar um pensamento diferente. Ouviram o que Paulo dizia, mas não por muito tempo, e foram embora. O mesmo acontece hoje, na moderna ciência. Os cientistas não conseguem admitir algo diferente de suas ideias fundamentadas em especulações e em aparente ciência. É triste, mas será uma realidade: eles verão o seu erro quando for tarde demais para acertarem seus pensamentos. E mesmo assim, não admitirão que erraram, pois geralmente aquele que milita em erro por conta de seu orgulho não se arrepende.

6.      Aplicação do estudo  Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

A criação é um processo sobrenatural. Ou seja, só um Ser, como DEUS, é capaz de realizar algo que antes não existia. A criação é o início de coisas que passam a existir com um comportamento definido por leis. Daí em diante nós seres humanos entendemos como sendo natural, pois há leis.

O processo sobrenatural da criação é assim entendido por nós, que não podemos explicar como DEUS pode ter tal poder. Mas para DEUS criar é algo perfeitamente natural. Afinal, Ele, com os poderes que possui em dimensão ilimitada, pode ao mesmo tempo definir o que vai criar, como isso irá funcionar, ou seja, por meio de que tipo de leis funcionará, e qual será a sua utilidade. Isso é tão fácil para DEUS que Ele simplesmente cria por meio do pensamento e das palavras. Ele não necessita fazer esforço físico. E para Ele isso é algo normal, natural.

As leis que Ele estabelece no que criou estão inteiramente vinculadas ao amor, que Ele é. E nem poderia ser diferente. Aliás, JESUS mesmo explicou isso ao dizer “até que o Céu e a Terra passem, nem um jota (j) ou um til (~) jamais passará da lei…” E nem poderia ser diferente, pois as leis são por DEUS estabelecidas para que as coisas que Ele cria funcionem de acordo com a Sua vontade.

No Universo podemos constatar uma certa ordem e regularidade, mas onde há vida essa ordem motivada pelas leis é bem superior. Por exemplo, em nosso planeta Terra há bem mais leis que na Lua ou que em qualquer outro planeta do sistema solar, e mesmo mais que no próprio Sol. É porque aqui há vida, e principalmente vida inteligente. Os planetas do sistema solar não ameaçam a Terra, nem aqui, pelo menos após a criação da vida, cairia um meteorito tão grande para nos extinguir. DEUS não deixaria essa possibilidade.

Mas, ao que os estudos indicam, em lugares do Universo onde a vida não foi criada, grandes fenômenos e espetáculos ‘pirotécnicos’ estão ocorrendo, como os violentos choques de galáxias e de estrelas, com extinção de corpos celestes e formação de outros. Ali DEUS colocou leis adequadas ao funcionamento, por certo, de impressionantes demonstrações da força da natureza, força esta que veio de DEUS como Criador. Mas onde DEUS coloca as leis morais em seres capazes de entender as consequências de seus atos, tais coisas não ocorrem. Ali as coisas não são mais sem forma e vazias, mas há perfeita ordem e perenidade. Ali funcionam as leis do amor associadas às leis da física. Também isso um dia poderemos estudar e entender mais profundamente sobre as leis de todas as coisas relacionadas com a lei moral do amor. Por enquanto, nos basta entender que, quando DEUS cria vida, Ele associa às leis naturais outra lei, a que cuida do comportamento inteligente que só pode vir da parte de seres criados à imagem e semelhança do próprio Criador. Nesses lugares, o bom funcionamento das leis naturais depende da obediência por parte dos seres inteligentes à vontade de DEUS, que é o amor. Se os seres inteligentes se amarem como DEUS os ama, então toda a natureza funcionará perfeitamente conforme as suas próprias leis. E ao contrário dos choques entre galáxias e estrelas, nesses lugares não haverá terremotos, nem tempestades, nem qualquer outro tipo de perturbação natural. O equilíbrio perfeito depende da atitude dos seres morais: ou se amam ou se odeiam.







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