sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ES - Lição 2 - A formação do mundo – 1º Trim, 2013






Lição 2 de 5 a 12 de janeiro


A formação do mundo







Sábado à tarde
Ano Bíblico: Gn 16–19

VERSO PARA MEMORIZAR: “Assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a Terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu Sou o Senhor, e não há outro” (Is 45:18).

Leituras da semana: Gn 1:1-13; Is 45:18; 1Jo 1:5; Ap 22:5; 2Co 4:6; 2Pe 3:5; Jó 38:4-6

Os cientistas estão cada vez mais impressionados com a adequação do mundo para as criaturas vivas. E não é de admirar, porque desígnio e propósito são confirmados em toda a Bíblia, começando com Gênesis 1. Iniciando com um planeta que estava sem forma e vazio, Deus passou os primeiros três dias formando o mundo para a ocupação e os três últimos enchendo-o. A lição desta semana se concentra nos três primeiros dias da semana da criação.

Alguns estudiosos se opuseram à ideia de que Deus iria “impor” um propósito à natureza, argumentando que Ele simplesmente permitiu que o mundo material fosse “livre” e se desenvolvesse por processos naturais supostamente inerentes em si mesmo. Esse é um tema comum entre os que promovem várias formas de “evolução teísta”.* No entanto, tais ideias não são compatíveis com as Escrituras nem com nossa compreensão da criação. O Universo não tem vontade própria. A criação não é uma entidade independente de Deus, mas é a arena escolhida por Ele, na qual o Senhor pode expressar Seu amor pelas criaturas que fez.

* Teísmo: Doutrina comum a religiões monoteístas, que afirmam a existência de um único Deus, soberano do Universo e em intercâmbio com a criatura humana. [Nota do tradutor]

Domingo
Ano Bíblico: Gn 20–22

Sem forma e vazia

1. “No princípio, criou Deus os céus e a Terra. A Terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gn 1:1, 2). O que esses versos revelam sobre a Terra antes do começo da criação da vida?

A Bíblia começa com a história da criação, e a história da criação começa com a declaração de que Deus é o Criador. Em seguida, ela descreve a condição do mundo quando Deus começou a prepará-lo para a ocupação. Quando a História começou, o planeta já estava aqui, mas ainda sem forma, vazio, escuro e úmido. Os versos seguintes descrevem como Deus primeiramente transformou o mundo em um lugar habitável e, em seguida, o encheu de criaturas vivas. O texto não nos diz exatamente quando as rochas e água da Terra passaram a existir, diz apenas que o mundo não tinha sido sempre apropriado para a vida. O mundo se tornou adequado para as criaturas vivas unicamente porque Deus agiu para torná-lo assim.

2. Qual foi a intenção divina ao criar a Terra? Is 45:18

Quando a Terra foi trazida à existência, era inadequada para a vida. A Bíblia não diz nada sobre o período entre a criação original das rochas e da água e a criação do ambiente e das criaturas. Alguns estudiosos acham que não houve intervalo. Outros pensam que pode ter havido um longo período de tempo separando esses dois momentos da criação.

A verdade é que não sabemos, e isso não tem muita importância. Seja qual for o caso, o material da Terra foi criado por Deus e, em seguida, no momento de Sua escolha, Ele criou um ambiente propício para a vida. O ponto essencial é que o Senhor, que não depende de matéria preexistente, usou a matéria que Ele já havia criado em algum momento, algo que em seu estado “primitivo” era tohu vbohu (“sem forma e vazia”). Depois, pelo poder de Sua palavra, Ele criou nosso mundo habitável.

Segunda
Ano Bíblico: Gn 23–25

Haja luz

3. “Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Deus à luz dia e às trevas, noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gn 1:3-5). O que esses versos ensinam sobre o primeiro dia da criação?

Muitos pontos podem ser deduzidos dessa passagem. Primeiro, a luz apareceu em resposta à ordem de Deus. A palavra de Deus é eficaz em determinar o estado da criação. Em segundo lugar, a luz era “boa”. Podemos nos perguntar por que o texto diz que Deus “viu” a luz; há alguma dúvida de que Deus vê tudo? O ponto é que a luz feita por Deus era boa, mesmo aos olhos dEle. Sabemos que a luz é boa porque o próprio Deus a avaliou como tal.

Outro ponto é que Deus separou a luz das trevas. Luz e trevas estão sob o controle de Deus, e nenhuma delas faz qualquer diferença para Sua atividade e conhecimento (Sl 139:12). Deus deu nomes para as partes escuras e claras do tempo, chamando-as “dia” e “noite”. Ele tem o direito de dar nomes aos períodos de tempo, porque é o Criador do tempo. Como soberano sobre o tempo, Deus não é limitado pelo tempo. Ao contrário, o tempo depende de Deus.

Outro ponto dessa passagem é que houve um período de escuridão e um período de luz que, juntos, formaram um dia. Muito tem sido escrito sobre o significado de “dia” na história da criação. Analisaremos essa questão mais tarde, mas, a propósito, podemos notar que o primeiro dia foi composto por um período de trevas e um período de luz, da mesma forma que observamos os dias atualmente.

Além disso, a luz é uma das características que acompanham a presença de Deus. Não precisamos supor que a luz tenha sido inventada no primeiro dia da criação, uma vez que Deus existia antes da criação da Terra e Sua presença frequentemente é associada à luz (1Jo 1:5; Ap 22:5). Na criação, a luz foi introduzida no planeta anteriormente escuro.

No entanto, como poderia haver dia e noite antes da introdução do Sol no relato da criação? Moisés certamente conhecia a ligação entre o Sol e a luz do dia. Mesmo assim, apesar desse conhecimento óbvio, ele escreveu sobre a luz e as trevas no primeiro dia da criação. Deus deve ter dado a ele um conhecimento de que, neste momento, não podemos entender nem discernir a partir da contemplação do mundo natural. Ainda assim, por que não devemos nos surpreender pelo fato de que algumas coisas sobre a criação permanecem um mistério?

Terça
Ano Bíblico: Gn 26, 27

O céu criado

“E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Deus ao firmamento céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia” (Gn 1:6-8).

4. Qual é a função do firmamento? Gn 1:6-8

Deus criou o firmamento, designou sua função, e lhe deu um nome, céus. A função do firmamento ou expansão (céu) foi separar as águas debaixo dele das águas acima dele. Usamos mais o termo “céu” e reconhecemos a divisão do espaço celeste em atmosfera, uma parte do nosso meio ambiente e o espaço além da nossa atmosfera, onde estão o Sol, a Lua e as estrelas.

A atmosfera parece ser a porção do “céu” que foi formada no segundo dia da criação. A atmosfera provê uma forma de mover a água para cima; a água pode evaporar e entrar na atmosfera, onde pode ser transportada para qualquer lugar na Terra. Em seguida, ela pode ser levada de volta para a superfície, como neblina, conforme a descrição de Gênesis 2:6, ou como chuva.

Deus deu nome ao firmamento, indicando Sua soberania sobre ele. O ato de nomear implica que Deus é soberano sobre o espaço. O espaço não limita de modo nenhum as ações de Deus, porque Ele o criou e governa. Assim como aconteceu com a iluminação do mundo no primeiro dia, a criação do firmamento foi concluí­da antes do fim do segundo dia.

Tem havido muita discussão sobre o significado da palavra firmamento. A palavra hebraica raqia às vezes é utilizada para descrever uma chapa de metal que foi batida até se tornar uma lâmina fina. Por isso, o termo “firmamento”. Os críticos argumentam que os antigos hebreus realmente acreditavam que havia uma superfície dura acima da Terra. Assim, eles argumentam, visto que tal coisa não existe, o relato bíblico está errado. Mas esse é um raciocínio falho. O uso da palavra firmamento, nesse contexto, se aplica simplesmente ao céu acima, à atmosfera e ao espaço. Precisamos apenas observar o contexto imediato para saber o que está sendo dito. Em Gênesis, as aves são descritas como voando “sobre a face da expansão dos céus” (Gn 1:20, RC), e em outro texto o firmamento é o lugar em que o Sol e a Lua são vistos (Gn 1:14). Obviamente, as aves não voam na parte do firmamento [raqia] onde o Sol e a Lua estão.

Quaisquer que sejam os mistérios da narrativa da criação, um ponto aparece claramente: nada é deixado ao acaso. Por que é importante saber disso, especialmente nesta época em que muitos acreditam que o acaso desempenhou grande papel em nossa criação?

Quarta
Ano Bíblico: Gn 28–30

Espaço para viver

5. Tente imaginar o extraordinário poder de Deus ao criar o que é descrito em Gênesis 1:9-13. Como esse relato dá uma resposta lógica à antiga pergunta: “O que veio primeiro, o ovo ou a galinha?”

Antes dessa época, a Terra estava coberta com água. A fim de prover espaço para a vida dos seres humanos que Deus planejou criar, Ele mudou a superfície da Terra para produzir bacias que recebessem a água e formassem mares, permitindo o surgimento dos continentes. Isso envolveu uma terceira divisão das características físicas da Terra (a primeira divisão foi entre luz e trevas; a segunda divisão foi entre as águas de cima e as águas de baixo; e a terceira divisão foi entre a terra seca e os mares.)

Além disso, pela terceira vez, Deus deu nomes às coisas que Ele havia separado. A parte seca foi chamada “terra”, e os ajuntamentos das águas foram chamados de “mares”, ilustrando mais uma vez a soberania de Deus sobre o espaço. O Senhor examinou a organização da terra e dos mares e declarou que isso era “bom”.

Um segundo evento está registrado no terceiro dia da criação. A terra seca proporcionou espaço para que Deus colocasse um suprimento de alimentos para as criaturas que em seguida seriam criadas. Deus criou as plantas a partir da parte seca (terra). Relva, ervas e árvores frutíferas são mencionadas especificamente. Essas deviam ser as fontes de alimento para as criaturas terrestres. O texto não indica quantos diferentes tipos de plantas foram criados, mas indica que houve uma diversidade de plantas desde o começo. Na verdade, a partir do que vemos hoje, sabemos que deve ter havido uma incrível variedade dessas formas de vida. Além disso, as Escrituras deixam claro que não existe um ancestral único a partir do qual todas as plantas evoluíram. Desde o início houve uma diversidade de vida vegetal. O conceito de um ancestral único das plantas, fundamental para a biologia evolutiva, é contraditório ao relato bíblico.

Considere a diversidade de frutas, vegetais e outros alimentos. Como eles apresentam forte evidência do amor de Deus por nós? Por que é absurdo pensar que todas essas coisas foram criadas por processos aleatórios, como a evolução ensina?

Quinta
Ano Bíblico: Gn 31–33

A onipotente palavra de Deus

6. O que os seguintes textos nos ensinam sobre o poder da palavra de Deus?

A Bíblia ensina que Deus criou do nada (ex nihilo), pelo poder de Sua palavra e sem conflito ou resistência sob qualquer forma. Esse ponto de vista acerca da criação é exclusivo dos hebreus entre todos os povos do mundo antigo. A maioria das histórias não bíblicas sobre a criação fala de conflito e violência na criação. Por exemplo, os antigos babilônios tinham uma história da criação em que o monstro Apsu e sua companheira Tiamat produziram uma geração de deuses que, depois, eles tentaram destruir, mas Tiamat foi morta na batalha. Seu corpo foi dividido em duas partes, uma que formou os céus e a outra que formou a Terra.

Estudiosos contemporâneos também criaram uma história popular sobre a criação da Terra por meio da violência. Segundo essa história, Deus criou deliberadamente um mundo no qual os recursos eram escassos, causando competição entre os indivíduos, fazendo com que os mais fracos fossem eliminados pelos mais fortes. De acordo com essa história moderna, com o passar do tempo os organismos se tornaram mais e mais complexos, produzindo finalmente os seres humanos e todos os outros organismos vivos a partir de um ancestral comum.

No entanto, os “deuses” da teoria da evolução (mutações aleatórias e seleção natural) não são iguais ao Deus da Bíblia, que é o Defensor dos fracos e generoso Provedor para todas as criaturas. Morte, sofrimento e outros males não foram causados por Deus. Ao contrário, surgiram como resultado natural da rebelião contra Seu bom governo. Os deuses da teoria da evolução utilizam a competição e a eliminação dos fracos pelos fortes a fim de criar. Ainda pior: eles são responsáveis pela morte e sofrimento. Na verdade, morte e sofrimento são seus meios de criar.

Assim, Gênesis 1 e 2 não podem, de nenhuma forma, ser harmonizados com a moderna teoria da evolução, que em sua essência se opõe à narrativa bíblica da criação.

Sexta
Ano Bíblico: Gn 34–36

Estudo adicional

Embora as Escrituras não digam isso explicitamente, temos boas razões bíblicas para acreditar que o Universo já existia muito antes do início da vida na Terra. Em primeiro lugar, em Jó 38:4-6, Deus afirma que houve seres vivos que rejubilaram quando Ele formou o mundo. Isso implica que seres preexistentes viviam no Universo antes da criação da Terra. A referência ao Universo expectante em 1 Coríntios 4:9 pode se referir ao mesmo grupo de seres. Em segundo lugar, a serpente estava presente no Jardim do Éden antes que Adão e Eva pecassem. Em Apocalipse 12:9, a serpente é identificada como Satanás, que foi expulso do Céu. Jesus disse que Ele viu isso acontecer (Lc 10:18). Ezequiel 28:14, 15 descreve o querubim cobridor, que era perfeito no princípio, mas, finalmente, se rebelou. Isso implica que houve um período de tempo antes da rebelião de Satanás e que, provavelmente, ele vivesse no Universo também. Esses textos indicam que Adão e Eva não foram os primeiros seres criados.

“Quando a Terra saiu das mãos de seu Criador, era extraordinariamente bela. Variada era a sua superfície, contendo montanhas, colinas e planícies, entrecortadas por majestosos rios e formosos lagos. As colinas e montanhas, entretanto, não eram abruptas nem escabrosas, tendo em grande quantidade tremendos despenhadeiros e medonhos abismos como acontece hoje. As arestas agudas e ásperas do pétreo arcabouço da Terra estavam sepultadas sob o solo fértil, que por toda parte produzia um pujante crescimento de vegetação. Não havia asquerosos pântanos nem áridos desertos. Graciosos arbustos e delicadas flores saudavam a vista para onde quer que esta se volvesse. As elevações estavam coroadas de árvores mais majestosas do que qualquer uma que hoje existe. O ar, incontaminado por miasmas perniciosos, era puro e saudável” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 44).

Perguntas para reflexão

1. Quantas evidências de um planejamento para a criação do mundo você consegue identificar?

2. Por quais razões a teoria da evolução não pode ser harmonizada com a doutrina bíblica da criação?

3. Sem dúvida, existem elementos no relato da criação em Gênesis que não podemos explicar. No entanto, por que isso não é razão para rejeitar o relato literal da maneira pela qual Deus criou o mundo?

Respostas sugestivas: 1. A Terra era era um planeta escuro e sem vida, inadequado para os seres vivos. 2. Que a Terra fosse habitada. 3. No primeiro dia, Deus fez surgir a luz. O Criador percebeu que a luz era boa. Deus usou a luz para organizar o tempo e a vida, ao separar as trevas da luz, o dia da noite. 4. Separar as águas acima do firmamento das águas abaixo dele. 5. Deus separou a parte seca da Terra das águas, criou relva, as ervas que dão sementes e árvores frutíferas; as condições para a vida no planeta foram criadas antes da chegada dos animais e seres humanos. 6. Deus falou e a luz passou a brilhar em meio às trevas. A palavra que sai da boca do Senhor não volta vazia, mas realiza o que é do Seu agrado. A palavra de Deus criou os céus e a Terra.


ESCOLA SABATINA

Resumo da Lição 2 – A formação do mundo






Texto-chave: Isaías 45:18

O aluno deverá...

Saber:
 A importância do planejamento na nossa compreensão da criação.

Sentir: Que Deus age propositadamente, com intenções específicas, até mesmo em relação à maneira de viver de cada indivíduo.

Fazer: Procurar conhecer os desígnios de Deus para sua vida e se submeter a eles.

Esboço

I. Saber: A importante função do planejamento no nosso entendimento da criação

A. Que evidências de planejamento e propósito divinos podem ser encontrados na história da criação?

B. De que forma Deus formou e preencheu o ambiente na narrativa da criação?

C. Se Deus criou por meio de processos desprovidos de propósito e planejamento, que tipo de Deus nós temos?

II. Sentir: Apreciação pelo planejamento divino

A. A criação com planejamento faz diferença para sua vida espiritual?

B. Como você pode cultivar uma apreciação e reverência mais profundas pelo poder criativo e regenerador de Deus?

III. Fazer: Submeter-se ao poder criador de Deus

A. Sua vida reflete o poder criador de Deus?

B. O que Deus precisa formar e preencher em sua vida, e como você pode cooperar com Seu propósito de transformar você?

Resumo: Nossa compreensão do planejamento divino na criação é importante porque afeta drasticamente a nossa visão de Deus e, portanto, nosso relacionamos com Ele.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Em Gênesis 1, Deus é apresentado como Criador, com propósitos e planos específicos para Sua criação. Se acreditamos que Deus cria através de processos aleatórios, sem propósito, essa visão muda a nossa compreensão de Deus de maneira dramática.

Só para o professor: Expresse em suas próprias palavras os pensamentos contidos no curto ensaio abaixo. Depois, use a atividade a seguir para incutir nos alunos uma compreensão da importância do plano divino em Sua vida.

Diversos estudiosos observaram que os seis dias da criação se dividem em duas partes: formação e preenchimento. Durante os primeiros três dias Deus formou o nosso mundo com traços inacabados, com luz, água e terra seca. Nos últimos três dias, Ele preencheu com mais detalhes o que Ele havia formado. Assim, a luz foi preenchida com o Sol, a Lua e as estrelas. As águas e a terra foram preenchidas, respectivamente, com várias formas de vida, culminando com a criação do homem no sexto dia.

Formar e preencher são evidências de um plano e de um projeto sendo implementados por Deus no processo de criação. O Sol e a Lua foram criados para ajudar a marcar e definir tempos e as estações. As plantas e frutos foram projetados para alimentar animais e seres humanos e, portanto, a predação parece ser excluída do projeto original. Ao criar dois seres humanos de diferentes sexos e unindo-os em casamento, Deus parece ter estabelecido um projeto para a estrutura familiar e os relacionamentos.

Planejamento significa que Deus criou as coisas com intenções e propósitos específicos. Deus tem o direito de prescrever como Sua criação deve funcionar e a maneira pela qual ela deve ser usada. Assim, o planejamento está intimamente relacionado ao direito divino de governar o que Ele criou. Formação e preenchimento fazem parte do modelo simples a partir do qual podemos examinar a importância do projeto divino para nossa vida espiritual.

Compreensão

Só para o professo: Considere por que o planejamento e propósito na criação fazem a diferença na vida do cristão.

Comentário Bíblico

Deus de Galápagos

(Recapitule com a classe Gn 1:14-18.)

Em Gênesis 1, encontramos evidências de que Deus criou com propósitos específicos e tinha objetivos em mente para Sua criação. No nosso texto-chave, por exemplo, as luzes celestes foram feitas para governar o tempo – dias, meses e estações são definidas pelos luminares celestes. Hoje, no entanto, a crença na teoria da evolução desafia a ideia de um projeto na natureza. As observações de Darwin nas Ilhas Galápagos desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento de sua teoria sobre as origens, desprovida de planejamento e propósito, impulsionada pela seleção natural. Valendo-se do contexto de Galápagos, David Hull faz uma pergunta importante: "Que tipo de Deus alguém pode deduzir a partir do tipo de fenômeno sintetizado pelas espécies estudadas por Darwin nas Ilhas Galápagos?" Ele finalmente responde: "O Deus de Galápagos é negligente, esbanjador, indiferente, quase diabólico. Esse não é o tipo de Deus a quem alguém estaria inclinado a orar" (David L. Hull, “O Deus de Galápagos”, Nature 352; 8 de agosto de 1991, p. 486). Que tipo de Deus criaria através de processos evolutivos desprovidos de planejamento?

Alguns teólogos afirmam que Deus não é indiferente ao mal natural, mas que Ele é limitado em Sua própria natureza, de modo que Ele é bom, mas limitado em poder. Assim, embora Deus deseje fazer algo a respeito da dor e do sofrimento no mundo, é incapaz.

Uma segunda opção apresentada afirma que, embora Deus seja todo-poderoso, Seu maior desejo é a liberdade completa do Universo para se auto-criar e auto-determinar. Essa liberdade é considerada mais importante para Deus do que impor algum tipo de ordem ou projeto sobre o Universo. Os defensores desse ponto de vista sugerem que Deus partilha o poder com o Universo, e o Universo, portanto, participa de sua própria criação.

Uma terceira opção é o deísmo. Nessa visão, Deus lança todos os processos naturais e, em seguida, afasta-Se como um desinteressado e ausente senhor de propriedades. Embora esse Deus possa ter todo o poder, Ele mostra pouco ou nenhum interesse pessoal nos assuntos da humanidade. Nessa teoria, é altamente improvável que Deus interaja ou interfira pessoalmente em alguma questão da história da Terra.

Para cada uma dessas três opções, deve-se perguntar: "Por que devo orar a um Deus assim?" Se Deus é limitado em poder, quando muito, a oração poderia permitir que Deus fosse uma simpática, mas inútil caixa de ressonância. Na opção dois, se Deus renunciou ao planos e propósitos para estabelecer e preservar a nossa liberdade, por que orar? Ele não iria interferir em nossa liberdade. Por que intervir, se não há propósito ou planejamento? Finalmente, na opção deísta, por que orar a um Deus desinteressado?

A criação bíblica está fundamentada no planejamento divino, o que torna possível a Deus cuidar, intervir e responsabilizar a humanidade. Assim, o teísmo bíblico nos apresenta um Deus ao qual as pessoas podem estar inclinadas a orar. A oração pressupõe um Deus que cuida e que tem planos e propósitos, os quais criam um senso do que devemos ser. Assim, oramos porque cremos que Deus tem desígnios e propósitos, e queremos sua ajuda, a fim de aproveitá-los. Hull parece estar correto. Não estaríamos inclinados a orar a um Deus que evita o planejamento e cria por meio de processos aleatórios e indiretos.

Pense nisto: Que atributos de Deus você vê na história da criação que levam você a desejar orar a Ele?

Aplicação

Só para o professor: O que acreditamos sobre a maneira pela qual Deus criou afeta outras crenças? Acreditar que Deus criou por meio de um processo aleatório afeta outras áreas da teologia bíblica? Comente as seguintes perguntas e seus elementos. Sinta-se livre para adicionar outras questões além dos itens listados.

Perguntas

Se não há planejamento na criação, qual seria a nossa visão sobre Deus? Como essa visão influenciaria a nossa compreensão dos seguintes assuntos como oração, Escrituras (Revelação e Inspiração), a natureza da verdade, pecado, sábado, justiça, responsabilidade humana e juízo final?

Criatividade

Só para o professor: Enfatize que nossa crença sobre o planejamento afeta a nossa visão de adoração.

Atividade para discussão: Em extremos opostos do espectro da fé encontra-se uma crença religiosa que se conforma a uma revelação divina prescritiva e uma fé que é meramente uma coleção de ideias espirituais desenvolvidas em comunidade. Como o planejamento na criação afeta a compreensão sobre a nossa fé? A criação planejada influencia a nossa maneira de adorar a Deus?


COMENTARIOS

Lição 2 – A formação do mundo


Michelson Borges -  jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP

Introdução

Ideia central 1: Deus criou a Terra para ser habitada (Is 45:18). Portanto, planejou cada detalhe a fim de que ela fosse apropriada para receber as criaturas que iriam povoá-la a partir do quarto dia. O “princípio” de Gênesis 1 é um tempo desconhecido, embora a semana da criação tenha ocorrido alguns milênios atrás. A criação da luz inaugura essa semana e, por causa dela (e da rotação do planeta), começou a haver tarde e manhã, num ciclo ininterrupto de 24 horas.

Ideia central 2: A criação da atmosfera, com a proporção exata dos gases que a compõem e que possibilitam a existência de vida, e das plantas, com seu papel indispensável na produção de alimentos e oxigênio, é outra evidência do cuidado de Deus que pensou em cada detalhe em nosso benefício. A lição desta semana reafirma o poder do Criador capaz de separar a terra das águas (2Pe 3:5) e de iluminar as trevas do coração (1Co 4:6). Esse mesmo poder pode operar maravilhas na vida daquele que crê.

Para refletir

1. Gênesis menciona que “no princípio criou Deus”. Que tempo é esse?

2. Que luz foi aquela criada no primeiro dia da semana da criação? O que a luz e outros elementos criados nos primeiros dias revelam sobre o cuidado de Deus?

3. A atmosfera e as plantas também “falam” de design inteligente. Em que sentido?

4. A lição desta semana reafirma o poder de Deus sobre a vida dos que creem. Como ele atua?

Ampliação

A controvérsia criacionismo versus evolucionismo

Apesar de a Bíblia descrever eventos como a criação da luz, da atmosfera e das plantas, é preciso recordar que isso se trata de revelação na qual se crê como ato de fé. Teria a ciência algo a dizer a esse respeito? Teria o evolucionismo vantagem sobre o criacionismo, pelo fato de este apontar para eventos não observáveis e irreproduzíveis? Mas e as pressuposições darwinistas sobre as origens da atmosfera, das plantas, etc., seriam comprováveis cientificamente?

A insuficiência da ciência em explicar fenômenos pretéritos singulares pode ser visualizada na mais recente proposta do biólogo alemão Ernst Mayr (1904-2005). Considerado o principal acadêmico darwinista do século 20 (700 artigos científicos e 25 livros produzidos ao longo de 80 anos dedicados ao evolucionismo), no fim de sua intensa e extensa vida acadêmica, escreveu com bastante lucidez seu último livro: What Makes Biology Unique? (O que torna singular a Biologia?, 2004). Nessa obra, Mayr, de maneira pouco ortodoxa, subdivide a filosofia da biologia em dois ramos fundamentais que, em princípio, não devem ser confundidos: um pertence à biologia funcional e o outro se refere à biologia histórica (ou biologia evolucionista).

Enquanto na biologia funcional a experimentação científica é frequentemente utilizada (ciências naturais), a biologia evolucionista é caracterizada por cenários imaginários, narrativas hipotéticas em que, evidentemente, a experimentação não é apropriada (Mayr, 2004). Mas, se a biologia histórica não pertence ao campo do empirismo científico, deveríamos, então, em princípio, ser capazes de identificar a verdadeira fonte de conhecimentos – de natureza, evidentemente, não científica – de onde são extraídos os referidos cenários imaginários. Proposições filosóficas oriundas do naturalismo ontológico (ver figura 2 do comentário da lição 1) caracterizam muito bem a componente não científica da filosofia da biologia evolucionista ateísta.

Com efeito, narrativas hipotéticas habilmente construídas – mundo pré-biótico anterior ao registro fóssil, lentas mudanças macroevolutivas durante a formação do próprio registro fóssil, etc. – representam não apenas um frágil alicerce para os modelos das origens, mas também se mostram incompatíveis com a própria realidade dos fatos.  Os prejuízos resultantes da adoção de uma cosmovisão evolucionista (conhecimento científico e naturalismo ontológico) – em que determinados argumentos científicos são mesclados com ou complementados por conceitos derivados de uma filosofia ateísta (figura 1) – são claramente notados, como podemos verificar nas seguintes incoerências:

  
Figura 1







– A divinização da “mãe natureza” (tida como capaz de gerar e manter a vida, com toda a sua complexidade).

– O endeusamento da própria seleção natural (tida como capaz de criar e manter a extraordinária biodiversidade).

– Para a formação da coluna geológica, são atribuídos longos períodos de tempo, milhões de anos (utilizados para caracterizar eventos catastróficos e contínuos).

Por outro lado, cientistas criacionistas (“pais” da ciência moderna) – a exemplo de Isaac Newton, Robert Boyle, Adam Sedgwick e Louis Pasteur –, em suas atividades sistemáticas de investigação científica, bem como nas questões sobre as origens, reconheceram tanto a eficácia como as limitações das ciências naturais. Frequentemente, complementavam o conhecimento científico com conceitos e argumentos oriundos do conhecimento bíblico (e vice-versa). [Assista ao vídeo “Um milagre em forma de livro”, para conhecer argumentos sobre a confiabilidade da Bíblia Sagrada.]

A harmonia entre essas duas fontes de conhecimento legítimo (conhecimento científico e conhecimento bíblico), certamente não coíbe o cientista verdadeiramente cristão no aprofundamento de suas investigações sistemáticas do mundo natural. As extraordinárias conquistas científicas alcançadas pelos pais da ciência moderna estão intimamente ligadas a duas motivações principais: o progresso científico para honra e glória de Deus e o progresso para o benefício da humanidade (na verdade, segundo alguns pesquisadores, essas foram as motivações que favoreceram o desenvolvimento do método científico: confira).

Assim, de acordo com a cosmovisão criacionista – que se fundamenta tanto no conhecimento bíblico-histórico como no conhecimento científico (figura 2) –, as muitas evidências e a plena certeza da existência de um Deus Criador e Mantenedor constituem o estímulo, por excelência, à pesquisa científica no campo das ciências naturais. Na física e na química, são identificadas as fantásticas leis – criadas por Deus – que regem o comportamento da matéria; leis fundamentais para a existência da própria vida. No campo da biologia, não existe a estranha motivação de se tentar criar vida em laboratório, mas sim de identificar as ações de uma causa inteligente, ou as inúmerasdigitais do Criador (Designer Inteligente) no mundo dos seres vivos, desde sua origem até sua atual e extraordinária biodiversidade.

Figura 2





Na esfera de ação das geociências, a inestimável e vantajosa contribuição da narrativa bíblica do Dilúvio possibilita ainda construir modelos muito esclarecedores. A visão diluvianista da coluna geológica e do impressionante registro fóssil fanerozoico amplia os horizontes do conhecimento científico, incorporando os mais extraordinários fenômenos geológicos globais (impactos de gigantescos meteoritos, ação devastadora de grandes volumes de água, catastróficas manifestações vulcânicas [LIPs], etc.). Isso sem os embaraços e os incalculáveis prejuízos acadêmicos promovidos pela geocronologia padrão (princípio fundamental da geologia evolucionista).

As evidências da fidedignidade da Bíblia e de seu Autor – Deus – são tão extraordinárias e amplas, que por si só garantem a autossubsistência desse precioso Livro, independentemente de qualquer tipo de apoio promovido pela ciência [assista também à palestra“O Autor da história da vida”]. No entanto, a investigação científica, quando corretamente conduzida, revela informações compatíveis com as Sagradas Escrituras. Mais do que isso, a correta associação do conhecimento bíblico e o conhecimento científico poderá descortinar horizontes importantes, ainda não investigados, pertinentes ao campo de atuação da geologia em particular e da própria ciência em geral.

A existência de Deus e a inspiração divina da Bíblia não podem ser provadas empiricamente, assim como a macroevolução, a origem evolutiva da vida e outras proposições darwinistas também não podem ser provadas cientificamente. Mas, entre muitas evidências, a formação da Terra e a criação da própria vida fornecem “digitais” mais que suficientes para que possamos identificar a assinatura do grande Designer (Rm 1:19, 20).

Conclusões

– Há quem pense que o Universo pode ter surgido do “nada”. Mas o chamado vácuo quântico (o “nada”, para alguns) não tem nada que ver com o “nada”. Conforme escreveu William Lane Craig, em seu livro Em Guarda, “para a física moderna, o vácuo não é o que o leigo entende como ‘vácuo’, ou seja, como nada. Antes, para a física o vácuo é um mar de energia flutuante regido pelas leis da física e que tem uma estrutura física. Dizer a um leigo que, com base nessas teorias, podemos dizer que algo veio do nada significa distorcê-las. Se devidamente entendido, o ‘nada’ não significa apenas o espaço vazio. Nada é a total ausência do que quer que seja, até mesmo do próprio espaço. Como tal, a condição de nada não possui, literalmente falando, nenhuma propriedade, uma vez que não existe nada para ter propriedades! É uma tolice, portanto, o que esses popularizantes da física argumentam quando dizem ‘O nada é instável’ ou ‘O universo encapsulou e passou a existir a partir do nada’!” (p. 83).

– O fato é que somente Deus pode criar (bara’) algo a partir do nada absoluto (ex nihilo). E Ele criou o Universo com uma intenção. O ajuste fino das leis que regem a realidade, as constantes, a matéria, a energia – tudo isso parece dizer que o Universo foi feito para nos receber (alguns chamam essa compreensão – ou algo parecido com isso – de “princípio antrópico”). É exatamente o que diz Isaías 45:18.

Em Gênesis 1:1 e 2, Moisés afirma que, “no princípio, criou Deus os céus e a Terra. A Terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”. Quando foi esse “princípio”? Teria Deus criado todo o Universo nesse momento? Teria Ele criado apenas a parte inorgânica da Terra, há milhões ou mesmo bilhões de anos, tendo, depois, há alguns milênios (de seis a dez), iniciado a criação da vida no planeta? Teria Ele criado o Universo há bilhões de anos e o nosso sistema solar há alguns milhares de anos? Essa discussão é relativamente antiga entre os criacionistas, justamente pelo fato de a Bíblia não precisar o tempo da criação da Terra e do Universo. Mas existe unanimidade em um detalhe: a vida foi criada aqui há cerca de seis mil anos. E cada ato criativo de Deus na semana da criação revela ordem, propósito e inteligência.
  
A lição desta semana enfatiza o contraste entre o relato bíblico da criação e os mitos de outras culturas antigas. Ela diz que “esse ponto de vista acerca da criação é exclusivo dos hebreus entre todos os povos do mundo antigo. A maioria das histórias não bíblicas sobre a criação fala de conflito e violência na criação. Os homens modernos também criaram uma história popular sobre a criação da Terra por meio da violência. Segundo essa história, Deus deliberadamente teria criado um mundo em que os recursos eram escassos, causando competição entre os indivíduos, fazendo com que os mais fracos fossem eliminados pelos mais fortes. De acordo com essa história moderna, com o tempo os organismos se tornaram mais e mais complexos, finalmente produzindo os seres humanos e todos os outros organismos vivos a partir de um ancestral comum. No entanto, os ‘deuses’ da teoria da evolução (mutações aleatórias e seleção natural) não são iguais ao Deus da Bíblia, que é o Defensor dos fracos e generoso Provedor para todas as criaturas. Morte, sofrimento e outros males não foram causados por Deus. Ao contrário, surgiram como resultado natural da rebelião contra Seu bom governo”.

A teoria da evolução e a cosmogonia (estudo da origem do Universo) falam de caos a partir do qual teriam surgido a vida e toda a sua organização. Já o relato bíblico da criação apresenta a ordem, o planejamento e o carinho de um Deus que “formou a Terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada” (Is 45:18). Esse mesmo Deus continua criando ordem onde antes havia apenas o caos – mesmo que seja no microuniverso do coração humano.



Sikberto Marks - Lições da Escola Sabatina Mundial
Estudos do Primeiro Trimestre de 2013


Verso para memorizar: “Assim diz o Senhor, que criou os céus, o DEUS que formou a Terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu Sou o Senhor, e não há outro” (Isa. 45:18).

Introdução de sábado à tarde

Que há planejamento na natureza, em todas as suas dimensões, isso é incontestável. Em tudo existem leis que determinam um equilíbrio perfeito. Mesmo após seis mil anos de deterioração pelo pecado, em nosso planeta ainda essas leis funcionam muito bem. Assim como não encontramos em nosso planeta país algum sem uma inteligência (seres humanos) que elabora e firma leis para serem cumpridas, do mesmo modo não devemos esperar que no vasto Universo surgissem leis por acaso, sem planejamento nem ação de alguma inteligência. Nenhuma organização humana é capaz de funcionar sem leis, e até hoje essas leis jamais se formaram sem que houvesse a ação da inteligência humana. E as organizações e países são menos complexos que o funcionamento, por exemplo, de um único cérebro humano, de um olho ou de qualquer sistema vital do organismo humano. Um único átomo é incrivelmente complexo, e tudo o que é complexo funciona por meio de leis.

Tais leis da natureza, se atentarmos bem, se isolarmos a ação do pecado, possuem uma convergência impressionante. Elas sempre contribuem para o equilíbrio, nunca para a desorganização. Elas têm em comum o amor de DEUS, a Sua assinatura como Criador. Só não se pode ver direito essa assinatura nos contextos onde o pecado já prejudicou mais intensamente. Mas, por exemplo, podemos ver tal assinatura nos lares onde há equilíbrio. Ontem à noite, minha esposa e eu nos sentamos no jardim, para apreciar a beleza da noite. A temperatura estava agradável. E apreciamos a harmonia entre nós. Conversamos e em momentos vimos passar uma hora. Não estávamos lá só nos dois. Sentimos a presença de DEUS, pois havia harmonia e unidade, havia felicidade. Os anjos de DEUS também estavam lá. O amor se fez presente, e o amor é a assinatura de DEUS, dizendo melhor, é a Sua identidade, pois Ele é amor.
Tudo o que existe tem um propósito: contribuir para a beleza e a felicidade. Faz parte desse propósito a vida eterna, nas condições de um ambiente supremamente lindo, com uma permanente música dos pássaros. Faz parte do propósito que as criaturas feitas à semelhança de DEUS sempre sejam felizes, e que, por serem superiores, promovam a felicidade de toda a criação. Infelizmente o pecado danificou seriamente esse complexo sistema muito bem equilibrado. Mas não falta muito, e tudo retornará à estabilidade do amor.

  
1.      Primeiro dia:  Sem forma e vazia


Gênesis 1:1 e 2 informa que DEUS criou os céus e a Terra no princípio, ou seja, a criação do Universo foi o princípio de tudo. Nada havia antes desse princípio, e se houvesse alguma coisa além de DEUS, a criação não seria princípio.

Mais uma coisa que é explicada nestes dois versos. É bem importante a palavra “porém”. DEUS havia criado tudo, “porém” a Terra era sem forma, isto é, ainda havia caos na superfície, e estava vazia, pois nenhum ser vivo habitava a Terra. DEUS ainda não havia organizado a vida em nosso planeta. Quanto tempo levou entre a criação que foi no princípio e a organização do ambiente para a vida, isso é impossível de se saber. Qualquer coisa que se afirmar nesse sentido não passa de mera especulação. E especulações não ajudam em nada, mas geralmente atrapalham bastante. Isso não quer dizer que não devamos ser curiosos em relação aos temas bíblicos para os quais não temos respostas; podemos e devemos ser curiosos. O que não devemos é nos apressar e tentar explicar sem fundamento. Um dia saberemos.

No livro de Isaías, capítulo 45, verso 18 encontramos outra explicação bem interessante. Ali diz que DEUS não fez a Terra para ser um caos, mas para ser habitada. O que isso quer dizer? Significa que certas condições para que houvesse vida aqui já foram providenciadas desde o princípio. A distância da Terra em relação ao Sol foi assim providenciada. A velocidade da rotação da Terra e a velocidade de seu curso em redor do Sol, tudo já estava previsto e adequadamente pronto. Os elementos químicos existentes na Terra também já estavam completos. Portanto, era só DEUS vir aqui, quando desejasse, e com os elementos que já havia providenciado, criar todas as coisas.Exemplos podem ser a separação da água e da terra que já existiam, mas estavam desordenadas e a utilização de terra para formar Adão e Eva.

Outro ponto bem importante que podemos aprender aqui é que DEUS deixa grande parte da criação em estado bruto. Por exemplo, a Lua, nosso planeta, ainda está como foi criada no princípio. Os demais planetas também. O acabamento DEUS só providencia onde Ele planeja criar vida, e só quando essa vida for criada. Os demais planetas permanecem sem forma e vazios, e muitos deles nem água possuem. Outros possuem, como parece ser o caso de Marte. Mas isso não quer dizer que haja algum plano de criar vida por lá.

Esse aspecto da criação, de permanecer sem forma, é importante ter em mente, pois ela pode favorecer o evolucionismo, que entende a migração dos corpos celestes para um estado cada vez mais organizado. Não é nem pode ser assim. A organização, como foi no caso da Terra, veio a partir da ação de um Ser infinitamente inteligente com uma inexplicável capacidade de planejar e de realizar o que planejou.

2.      Segunda: Haja luz

Está escrito: DEUS criou a luz no primeiro dia da semana da criação. Ele simplesmente disse “haja luz”, e houve luz. Essa é uma das misteriosas passagens bíblicas que não podemos explicar. Mas, quando tivermos a explicação, nos admiraremos como ela é simples. Por certo. Muitos entendem que a luz do primeiro dia vinha do próprio DEUS. Nada se pode afirmar embora essa pareça ser a possibilidade mais plausível. Fato é que a Bíblia disse que havia luz, e que o Sol e as estrelas só passaram a iluminar no quarto dia.

Surge uma pergunta: qual a razão de DEUS não ter feito vir luz do Sol e das estrelas, que até o quarto dia, aparentemente permaneceram também sem forma e vazios, isto é, sem a função de iluminar? Não é difícil entender. DEUS estava demonstrando que Ele é o originador de todas as coisas, e que não necessita da luz de estrelas para que algo seja bem iluminado. No livro de Apocalipse (21:23) explica-se como pode ter sido a luz dos três primeiros dias, ao dizer que na cidade santa não haveria necessidade de luz do Sol nem da Lua (não diz que não haverá Sol nem Lua) porque “a glória de DEUS a iluminou…”. DEUS quando Se manifestou aqui na Terra, a encheu de luz, e o fez de tal maneira que por um tempo era dia, por outro tempo era noite. Uma coisa é certa: DEUS começou a criar as cosais aqui na metade de cada dia, por isso, primeiro vem a parte escura e depois a parte iluminada de cada dia. Onde DEUS Se pronuncia, aí há luz, seja a luz para ver as coisas, seja a luz para entender as coisas.

3.      Terça: O céu criado

No segundo dia DEUS, o Senhor JESUS, fez duas coisas imprescindíveis para a vida humana. Ele separou as águas de baixo e colocou parte dessas águas acima da superfície. Ou seja, Ele criou o firmamento, que conhecemos por atmosfera, ou ar que se pode respirar, imprescindível para a vida. Esse ar é composto por vários elementos químicos, e água em forma de vapor. Depois separou as águas das terras, conforme Gên. 1:9 e 10. Foram então formados os continentes e os mares. Então podemos deduzir que, antes da semana da criação, o nosso planeta era coberto de água e não possuía atmosfera.

A atmosfera, em si, já é um elemento de beleza. Ela permite a brisa suave. Naqueles tempos não havia vendavais nem tempestades. A atmosfera, logo mais, permitiria que as aves voassem por meio dela, assim como os peixes viriam a nadar nas águas dos rios e oceanos. A temperatura pode ser regulada por meio da atmosfera, e ela também protege a superfície da Terra de meteoritos vindos do espaço bem como de raios solares inadequados. Tudo estava sendo criado de maneira bem equilibrada, por um poder e inteligência que é capaz de fazer isso. DEUS certamente tem propósitos para deixar voando pelo espaço cósmico corpos como que sem rumo. Assim como deve ter propósito as explosões que ocorrem em grandes estrelas, choques de estrelas, nascimento e desaparecimento de estrelas e galáxias, buracos negros que sugam até a própria luz, e assim por diante. É de se lembrar que, antes da criação deste planeta onde vivemos, tudo estava desorganizado, e DEUS avançou na ordem para que pudesse haver vida. Podemos ter certeza que tudo o que existe no Universo, que hoje podem nos deixar perplexos, algum propósito contém, e alguma razão para ser assim também existe. Um dia teremos o privilégio de estudar estas coisas, ou seja, estudar sobre o amor de DEUS. Talvez esses aparentes e complexos choques de estrelas sejam locais onde não há vida criada por DEUS, e talvez, onde houver vida, como aqui na Terra, estas coisas não aconteçam porque ali existem representantes da ordem e do equilíbrio que vem de DEUS. Mais um assunto que poderemos estudar no futuro. Uma coisa sabemos: antes da criação aqui na Terra, ela não estava organizada, e DEUS organizou muito bem para ela receber a vida inteligente, e depois disso, enquanto não houvesse pecado, a ordem se perpetuaria indefinidamente.
A atmosfera DEUS criou para que se viabilizasse a vida na Terra. Ele não criou a vida antes da atmosfera, nem antes da formação dos continentes. Havia uma ordem inteligente. A vida não veio a este planeta em condições incompatíveis com a vida como se tenta fazer crer pela Teoria da Evolução.

4.      Quarta: Espaço para viver

Para separar as águas em mares e continentes, DEUS teve que mexer com a estrutura da Terra, quando Ele realizou um trabalho de complexa engenharia. Mexer com a estrutura da Terra pode torná-la frágil, mas não foi o que aconteceu na semana da criação. Porém, a fragilidade da Terra apareceu nos meses do dilúvio, quando brotaram do interior da Terra muitas águas que a cobriram e depois retornaram outra vez ao interior dela, como o Aquífero Guarani, e outros, além das águas nas geleiras polares. Desde então a Terra se tornou frágil, sujeita a vulcões e terremotos. Quando DEUS mexeu com a terra submersa e a levou a outro lugar para formar os continentes, obviamente a profundidade do oceano se tornou bem mais profunda que antes, e deve ter havido uma impressionante movimentação de ondas que perduraria por muitos dias. Mas Aquele que a uma palavra aquietou o mar da Galileia, também providenciou que tudo estivesse calmo no mínimo até o final daquele segundo dia. Fico a imaginar, como devia ser linda a Terra no final daquele dia – havia luz, havia continentes e atmosfera. DEUS mesmo disse no final desse dia que o que fizera era bom, e o primeiro astronauta, Yuri Gagarin, disse: “A Terra é azul”. Sim, ele foi o primeiro ser humano que teve o privilégio de ver a Terra de fora da atmosfera, que é azul. Que maravilha!

Havendo a parte seca no planeta, no mesmo dia, criou DEUS a relva, a erva e as árvores. Ou seja, a Terra então ficou coberta de um tapete verde, de vários matizes, era a relva, ou a grama. Mas ao mesmo tempo, Ele também criou a erva que produzia sementes, como o trigo, cevada e assim por diante. E criou ainda plantas maiores, as árvores, que produziam frutos. A partir desse momento a Terra deve ter ficado linda. Já não havia mais aquele silêncio absoluto por falta de movimento na Terra e por falta de atmosfera. Antes da criação, a cobertura de água produzia ondas, mas acima da água não havia ar para reproduzir o som das ondas. Era um planeta silencioso. Mas no terceiro dia já havia o som da brisa do vento e do balançar das folhas das árvores, que podia ser transmitido pela atmosfera. Estava sendo tocada a primeira música no planeta. Ela aguardava a vinda dos seres vivos, e eles viriam dois dias depois.
Certamente DEUS passeou pela Terra observando o resultado de Seu trabalho. O fato é que Ele, assim como no primeiro e segundo dias, fez uma avaliação do trabalho, e concluiu que estava bom. Mas ainda não estava completo, nos dias seguintes, mais novidades apareceriam, pelo poder de DEUS, sobre a Terra. A criação estava ficando cada vez mais complexa.

5.      Quinta: A onipotente palavra de DEUS

A criação de todas as coisas foi pela palavra de DEUS. Sabemos que DEUS é um Ser infinito em seus atributos. Um de Seus atributos é o poder, outro é o amor, outro é a inteligência. Una a inteligência infinita ao poder infinito, e certamente a capacidade de produzir será infinita. Inclusive de produzir do nada. Se é para haver uma explicação, por enquanto temos esta: DEUS transforma o Seu pensamento em energia, que facilmente pode ser transformada em matéria. Transformar matéria em energia todos nós podemos fazer, é só colocar fogo em alguma coisa. Por sua vez, transformar energia em matéria, isso só pode ser feito em laboratório, e já foi feito. No entanto, transformar uma vontade em energia, só DEUS é capaz. E transformar o nada em matéria, também. Isso requer inteligência e poder numa dimensão que não está ao nosso alcance entender.

Mas precisamos incluir nesses pensamentos mais um atributo de DEUS, o amor. Associar poder com inteligência evidentemente gera capacidade, e agregar à capacidade o amor, isso gera uma determinação de fazer tudo em harmonia, para o bem, para a paz, para a felicidade, e que deve durar eternamente. De outro modo não podemos entender o amor. DEUS tem poder, mas Ele é amor. Ou seja, o amor tem poder para fazer o que deseja, e o desejo do amor é só fazer o bem. Por isso, quando DEUS vai destruir os ímpios, isso para Ele é um ato estranho, assim como foi o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, etc.

Não é difícil entender DEUS, é até bem fácil; o impossível para nós é entendê-Lo por completo. Para uma iniciação ao entendimento sobre DEUS precisamos saber, simplesmente, que Ele é amor. Daí por diante, muitas coisas sobre Ele se tornam claras. Então, não fica difícil entender porque Ele criou o Universo. É para nele providenciar ambientes onde se cultive a felicidade por meio do amor. Esse é o grande propósito da criação, o mesmo do amor. E é para esse fim que DEUS tem poder, que Ele é onipotente.

6.      Aplicação do estudo  Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

Quando foi criado o Universo? Uma coisa temos certeza: antes da criação da vida na Terra. A lição apresenta vários textos bíblicos sobre esse ponto, de que havia seres vivos em outros lugares do Universo antes da criação de Adão e Eva aqui. Acrescentaremos textos de EGW sobre o mesmo assunto. Estes não são os únicos, existem muitos mais. Até seria interessante que se fizesse uma pesquisa sobre todos os textos bíblicos e sobre todos os textos de EGW sobre esse assunto. Mas, enfim, é certo que não somos as primeiras criaturas de DEUS. Destacamos em negrito as partes que identificam ter havido criação antes da criação na Terra.
Como os habitantes de todos os outros mundos, devia [refere-se a Adão] ser sujeito à prova da obediência; mas nunca é levado a uma posição tal em que render-se ao mal se torne coisa forçosa. Nenhuma tentação ou prova se permite vir àquele que é incapaz de resistir. Deus nos proveu de tão amplos recursos, que o homem jamais ter-se-ia encontrado na contingência de ser derrotado no conflito com Satanás” (Patriarcas e Profetas, 331 e 332).

“A vinda de Cristo a este mundo foi um grande acontecimento, não somente para este planeta, mas para todos os outros mundos do Universo de Deus” (Minha Consagração Hoje, MM 1989, 300).

Os santos habitantes de outros mundos estavam a observar com o mais profundo interesse os acontecimentos que se desenrolavam na Terra. Na condição do mundo que existira antes do dilúvio, viram o exemplo dos resultados da administração que Lúcifer se esforçara por estabelecer no Céu, rejeitando a autoridade de Cristo, e pondo à parte a lei de Deus” (Patriarcas e Profetas, 78 e 79).

“Lúcifer no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e majestoso. Uma luz especial resplandecia de seu semblante e brilhava ao seu redor, mais viva do que ao redor dos outros anjos; todavia, Cristo, o amado Filho de Deus tinha preeminência sobre todo o exército angelical. Ele era um com o Pai antes que os anjos fossem criados. Lúcifer invejou a Cristo, e gradualmente pretendeu o comando que pertencia a Cristo unicamente.

“O grande Criador convocou os exércitos celestiais, para na presença de todos os anjos conferir honra especial a Seu Filho. O Filho estava assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial de santos anjos reunida ao redor dEles. O Pai então fez saber que por Sua própria decisão Cristo, Seu Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em qualquer lugar que estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria presença. A palavra do Filho devia ser obedecida tão prontamente como a palavra do Pai. Seu Filho foi por Ele investido com autoridade para comandar os exércitos celestiais. Especialmente devia Seu Filho trabalhar em união com Ele na projetada criação da Terra e de cada ser vivente que devia existir sobre ela. O Filho levaria a cabo Sua vontade e Seus propósitos, mas nada faria por Si mesmo. A vontade do Pai seria realizada nEle” (História da Redenção, 13 e 14).





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