Lição 8 - Com os ricos e famosos
15 a 22
fevereiro
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Nm 12–14
VERSO PARA MEMORIZAR:
"O amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se
atormentaram com muitos sofrimentos." (1Tm 6:10, NVI).
Leituras da Semana:
Dizem que "as pessoas gastam dinheiro que não têm em coisas
de que não necessitam, a fim de impressionar as pessoas de quem não
gostam".
Quanta verdade essa declaração apresenta é algo discutível. O que não se discute, entretanto, é que o dinheiro pode ter uma poderosa influência sobre todos nós. Uma vez que os hábitos financeiros de uma pessoa representam de forma abrangente os valores que ela adota, o dinheiro é realmente uma questão espiritual. Sem dúvida, é por isso que a Bíblia gasta muito tempo falando sobre esse assunto.
Além disso, a fama normalmente acompanha a riqueza. Estrelas de cinema, atletas de destaque e políticos frequentemente possuem ambas. As celebridades exercem influência, uma forma de poder. Jesus, todavia, não Se impressionou com a riqueza ou o poder de ninguém. Ele simplesmente procurava alcançá-los pela mesma razão que O levava a alcançar todos os demais: Ele queria que tivessem a riqueza que o dinheiro não pode comprar.
Busque a Deus hoje para experimentar o arrependimento dos pecados
e o refrigério pela presença do Espírito Santo.
Domingo
Ano Bíblico: Nm 15, 16
Ricamente abençoado
Como seres humanos decaídos, estamos sujeitos
à inveja, especialmente em relação aos que têm mais dinheiro do que nós (não
importando quanto dinheiro podemos ter). A Bíblia, porém, não despreza
totalmente nem a riqueza nem os ricos. À semelhança do que acontece com tantas
outras coisas na vida, os problemas não surgem das coisas em si, mas da forma
como nos relacionamos com elas.
1. Quais
conselhos a Bíblia dá acerca da riqueza? Dt
8:17, 18; Gn
13:5, 6; 41:41-43; Jó
1:1-3; Dn
4:28-31. Por que era tão importante que Israel não se esquecesse de onde
provinham as bênçãos que recebia?
Não há dúvida de que pessoas como Abraão,
José, Mardoqueu, Ester, Ezequias, Josias e Josafá eram ricos e espiritualmente
dedicados. O exemplo de Nabucodonosor, no entanto, mostra o perigo de tornar a
riqueza um ídolo, algo que é tão fácil acontecer com qualquer pessoa. Por outro
lado, o reconhecimento da generosidade de Deus em conceder riquezas resultou em
bênçãos espirituais e materiais para os israelitas. Eles foram especificamente
advertidos a não se esquecerem da fonte dessas bênçãos (uma boa lição para
todos nós, não é mesmo?).
Em resumo, riquezas em si não indicam pobreza espiritual ou indiferença.
Existem pessoas muito ricas, piedosas e fiéis, e também existem ricos perversos
e infiéis. De qualquer maneira, não devemos transformar o desejo de ter
dinheiro numa obsessão, nem devemos desprezar os ricos. Eles precisam de
salvação, tanto quanto os pobres.
Quais são suas atitudes em relação aos ricos?
É fácil ficar com inveja, correto? Como você pode superar esses sentimentos e
vê-los como pessoas que necessitam do conhecimento salvífico de Jesus?
Ore hoje para que Deus o ajude a confessar
seus pecados de maneira geral e específica.
Segunda
Ano
Bíblico: Nm 17–19
Encontro noturno
Pessoas ricas, famosas e bem situadas na vida
não intimidavam Jesus. Cristo não Se ressentia nem Se curvava perante a elite
social. O Salvador reconhecia que a prosperidade financeira não podia
proporcionar paz, contentamento, relacionamentos significativos nem propósitos
profundos. O mais rico magnata podia facilmente estar mais solitário, vazio e
irritado do que o mais simples, pobre e humilde cristão.
2. Qual
foi a mensagem central de Cristo a Nicodemos? (Jo
3:1-15). Que eventos despertaram o interesse de Nicodemos em Cristo?
(Sugestão: leia o capítulo 2:13-25).
O que foi representado pelas trevas da noite?
Nicodemos havia testemunhado o poder e a
autoridade de Deus revelados no ministério de Jesus, e procurou se encontrar
secretamente com Ele. Jesus poderia ter recusado essa proposta, mas, não
querendo que ninguém perecesse, prontamente aceitou a oportunidade de fazer com
que Nicodemos desse mais um passo rumo ao reino. A pobreza de Nicodemos era espiritual,
não material. Embora rico dos bens deste mundo e de elevada posição social, ele
estava faminto espiritualmente.
Instintivamente, Nicodemos se revoltou contra qualquer sugestão de que
israelitas instruídos como ele necessitassem de conversão. Porém, Jesus
insistiu apresentando a ele a escolha eterna entre o juízo e a salvação.
Temendo a denúncia e o ridículo, Nicodemos se recusou a aceitar o convite de
Cristo. A entrevista aparentemente havia fracassado. Entretanto, aquela semente
espiritual ficou plantada, germinando lentamente sob o solo de seu coração.
"Depois da ascensão do Senhor, quando os discípulos foram dispersos pela
perseguição, Nicodemos tomou ousadamente a dianteira. Empregou sua fortuna na
manutenção da igreja em seu início, que os judeus haviam esperado fosse
extirpada com a morte de Cristo. No tempo de perigo aquele que haviam sido tão
cauteloso e duvidoso, mostrou-se firme como a rocha, animando a fé dos
discípulos, e fornecendo meios para levar avante a obra do evangelho. Foi desdenhado
e perseguido pelos que lhe haviam tributado reverência em outros tempos.
Tornou-se pobre em bens deste mundo; todavia, não vacilou na fé que tivera seu
início naquela conferência noturna com Jesus" (Ellen G. White, O Desejado
de Todas as Nações, p. 177).
Os ricos convertidos desempenharam importante
papel no sustento do movimento cristão primitivo, mas a maior parte das dádivas
foram feitas com sacrifío pessoal. Você acredita que Deus o chamou para dedicar
seus recursos à Sua obra?
Vamos orar hoje pela unidade cristã. É algo
bíblico e real!
Terça
Ano
Bíblico: Nm 20, 21
Ricos e infames
Respeitabilidade nem sempre acompanha a riqueza. Embora muitos conquistem sua
riqueza honestamente por meio de trabalho árduo, dedicação e bênçãos de Deus,
outros são totalmente desonestos. Pior ainda, alguns ganham dinheiro
legalmente, mas de maneira imoral, pois nem tudo o que é legal é moral, como
todos bem sabemos.
3.
Compare Mateus
9:10-13 com Lucas
5:27-32; 19:1-10.
O que motivou a crítica dirigida a Jesus? O que Sua reação à crítica nos ensina
sobre a graça?
Jericó, a cidade de Zaqueu, havia se tornado
um importante centro comercial e abrigava o palácio de Herodes. Devido à sua
localização geográfica, possuía um posto de cobrança de impostos. Zaqueu
poderia ter ficado rico de modo legítimo, como o mais alto funcionário do posto
fiscal da região. A narrativa, no entanto, sugere que a ganância o levou a
ultrapassar os limites legais. Zelosos patriotas desprezavam até mesmo os
honestos cobradores de impostos, vendo-os como instrumentos de seus opressores
romanos, mas desprezavam muito mais os desonestos como Zaqueu. Mateus (Levi)
ocupou função semelhante em Cafarnaum, sob o governo de Herodes Antipas. Tendo
assumido o papel de agentes do governo romano, eles eram vistos como traidores,
ou pior, como traidores ladrões.
No entanto, Cristo não Se intimidou. Desafiando as restrições sociais, jantou
com eles, atraindo intensas críticas da parte dos sacerdotes e das pessoas
comuns. Pela interação de Jesus com eles, esses homens desprezados foram ganhos
para o evangelho. Mateus não só se tornou um dos doze discípulos, mas também
autor de um livro do Novo Testamento!
Devemos ser cuidadosos quanto ao julgamento espiritual que fazemos das pessoas.
Embora nem todos os pecados sejam de igual magnitude e as consequências sociais
sejam diferentes, todos somos iguais perante Deus no sentido de que todos
precisamos da justiça de Cristo.
Pense em algum personagem bem conhecido, mas
desprezado em sua cultura. Como seria se você tivesse a chance de testemunhar a
essa pessoa? Você teria coragem de fazer isso? O que diria?
Comprometa-se a orar hoje por um exame de
consciência!
Deus pode ajudá-lo a vencer. O poder da cruz pode arrancar todo o mal do seu coração.
Quarta
Ano
Bíblico: Nm 22–24
Mensagem folheada a ouro
4.
Analise as seguintes passagens: Marcos
4:18, 19; Lucas
1:51-53; 6:22-25; 12:16-21; 16:13.
Qual é o conselho prático desses versos? Quais são as advertências neles
encontradas? Como essas passagens podem ser utilizadas na missão de fazer
discípulos entre os ricos?
Dizem que não possuímos as coisas que temos;
as coisas que temos nos possuem. É fácil se tornar absorvido pelos bens
materiais; por isso Jesus advertiu sobre "os enganos das riquezas"
(Mc 4:19, RC).
Considere a facilidade que o dinheiro ou a sua busca têm para confundir nossas
prioridades espirituais. É muito importante manter essa verdade em mente, à
medida que procuramos alcançar aqueles cuja riqueza possivelmente já os tenha
cegado.
Ao mesmo tempo, todos precisamos considerar a realidade. Algumas pessoas vivem como se a pergunta a ser feita no juízo fosse: "Quanto dinheiro você ganhou?"
Cristo inverte nossas prioridades equivocadas. Embora adquirir bens não seja
proibido, eles devem ser colocados na devida perspectiva. Os bens materiais são
instrumentos de Deus designados para beneficiar a humanidade. Eles se tornam
bênçãos quando compartilhados e não quando são acumulados. Quando amontoados,
tornam-se maldição.
Pessoas materialistas, sejam ricas ou pobres, estão em perigo de sacrificar o
bem-estar eterno pelos prazeres temporais. A satisfação eterna é trocada por
fantasias passageiras que se deterioram e se tornam obsoletas. Os seres humanos
servem a Deus ou ao dinheiro, nunca a ambos. Todos, ricos ou pobres, precisam
ser lembrados: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a
sua alma?" (Mc 8:36).
Essa advertência sobre o materialismo é
importante para todos os cristãos, não apenas por causa deles mesmos mas também
para o testemunho. Afinal, como podemos advertir os ricos sobre os perigos
espirituais da riqueza, se estamos envolvidos na mesma armadilha?
Peça a Deus sabedoria para ser verdadeiro e
humilde como Ele ensinou!
Quinta
Ano Bíblico: Nm 25–27
Condições perigosas
5. Leia Mateus
19:16-26. Que perigos espirituais são revelados nessa passagem? Como os
cristãos podem beneficiar os "jovens ricos" de hoje?
O jovem possuía qualificações, recursos
materiais, inquestionável moralidade e elevada autoestima! Ele solicitou
sinceramente a fórmula de salvação. Deveria Cristo sentir-Se lisonjeado e
pensar: "Finalmente estamos convertendo as classes altas!"?
Aparentemente, nenhuma euforia contaminou o
pensamento de Cristo. Se o jovem esperava elogio, ficou decepcionado. Em vez
disso, Cristo estabeleceu os Dez Mandamentos como padrão de obediência. Talvez
o jovem príncipe tenha se congratulado. Em sua autoavaliação, ele havia
superado o primeiro obstáculo. Cristo, porém, em outra ocasião, havia requerido
uma justiça que excedesse a dos outros líderes religiosos. Seria esse padrão
rebaixado para se acomodar a esse candidato? Judas teria ficado empolgado. Os
que lidavam com relações públicas teriam ficado muito felizes. Pense no que
poderia significar para sua imagem pessoal a presença de patrocinadores ricos
em seu grupo.
No entanto, as deficiências espirituais não podem ser passadas por alto nem
minimizadas, pois a missão de Jesus é sagrada. Concessões não podem ser
toleradas. Cada inclinação egoísta deve ser subjugada. Cristo descreveu o
processo em três etapas: venda seus bens, ajude os necessitados e siga-Me. Esse
era um território espiritualmente perigoso. Apesar de jovem, o candidato a
discípulo tinha acumulado uma fortuna considerável. Casas de luxo, belos
vinhedos, campos produtivos, roupas da moda, coleções de joias, servos, gado,
talvez carruagens velozes, tudo isso pode ter passado em sua mente. Os termos
de Deus eram inflexíveis. Nenhuma barganha ou negociação poderia reduzir o
preço: tudo para Jesus; grandeza mundana em troca do tesouro celestial.
"Quantos têm vindo a Cristo, prontos a unir seus interesses com o dEle e,
como o jovem rico, desejam ardentemente herdar a vida eterna! Mas quando o
custo lhes é apresentado; quando lhes é dito que precisam abandonar tudo, casas
e terras, esposa e filhos, e não julgar sua vida preciosa para si mesmos, eles
se retiram tristes. Eles querem os tesouros celestiais e a vida que se compara
com a vida de Deus, mas não estão dispostos a abrir mão de seus tesouros
terrenos. Não estão dispostos a renunciar a tudo para ganhar a coroa da
vida" (Ellen G. White, The Advent Review and Sabbath Herald [Revista do
Advento e Arauto do Sábado], 19 de abril de 1898).
Os cristãos não devem se sentir intimidados
nem fascinados pelas pessoas ricas, mas precisam proclamar-lhes sem temor a
mensagem da salvação. Você tem coragem para evangelizar os ricos?
Busque ao Senhor para que Ele produza o fruto
da fé em sua vida!
Sexta
Ano Bíblico: Nm 28–30
Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, O Desejado de Todas
as Nações, p. 167-177: "Nicodemos"; p. 272-280: "Levi
Mateus"; p. 518-523: "Uma Coisa te Falta"; p. 552-556:
"Zaqueu"; A Ciência do Bom Viver, p. 209-216: "O Ministério em
Favor dos Ricos".
"Muito se diz quanto ao nosso dever para com os pobres negligenciados; não
se deveria dar alguma atenção aos negligenciados ricos? Muitos consideram essa
classe um caso perdido, e pouco fazem para abrir os olhos daqueles que, cegos e
ofuscados pelo falso brilho da glória terrena, perderam o cálculo da
eternidade. Milhares de ricos têm baixado ao túmulo inadvertidos. Mas, por mais
indiferentes que pareçam, muitos entre eles são almas oprimidas. 'Quem ama o
dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda'
(Ec 5:10). Aquele que diz 'ao ouro fino: em ti confio; [...] assim negaria eu
ao Deus lá de cima' (Jó 31:24, 28). 'Nenhum deles de modo algum pode remir a
seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele (Pois a redenção da sua alma é
caríssima, e seus recursos se esgotariam antes)' (Sl 49:7, 8, RC).
"[…] Muitos dentre os ricos anseiam por alguma divina certeza, alguma
esperança espiritual. Muitos anelam alguma coisa que acabe com a monotonia de
uma vida sem objetivo" (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 210).
Perguntas
para reflexão
1. Entendendo que nunca devemos comprometer a
teologia e os princípios, que mudanças sua igreja pode fazer para que os ricos
ali encontrem companheirismo? Como sua igreja faz discípulos entre eles?
2. Leia os versos bíblicos utilizados por Ellen G. White nas citações acima.
Qual é a essência deles? Como podemos ajudar os que pensam que a felicidade é
encontrada na riqueza, de modo que percebam esse erro?
Respostas
sugestivas: 1. Não é pecado ser rico. O erro está em amar
mais as riquezas do que o Doador delas. Por causa da tendência humana à
ingratidão e orgulho, Israel foi advertido a não colocar seu coração nas
riquezas e a não se esquecer de que Deus é a fonte da prosperidade. 2.
Nicodemos foi atraído pela ação de Jesus ao condenar a profanação do templo, e
pelos sinais que Ele realizou. As trevas representam a escuridão espiritual dos
judeus e também de Nicodemos. Para que o mestre de Israel fosse iluminado,
Jesus ofereceu a ele uma vida transformada. 3. Os fariseus não se conformavam
com o fato de que Cristo, sendo um Mestre, aceitasse e Se relacionasse com
publicanos e pecadores. Jesus, porém, mostrou que os sãos não precisam de
médico e sim os doentes. Ele veio buscar e salvar os perdidos, como Mateus e
Zaqueu. 4. Os prazeres e riquezas afastam muitas pessoas da salvação. Os que
confiam nas riquezas e no poder serão destruídos, mas os que colocam Cristo
acima das coisas materiais não serão decepcionados. Visto que não dá para
adorar a Deus e as riquezas ao mesmo tempo, a melhor alternativa é colocar as
riquezas que Deus nos deu a serviço do Seu reino. 5. O perigo de se julgar
justo e piedoso, mas ser apegado às riquezas e prazeres do mundo. Quando
solicitou que ele vendesse seus bens e desse aos pobres, e depois O seguisse,
Cristo tocou no ponto fraco do jovem rico. Quem faz de Mamom o seu deus, será
pobre eternamente.
Ore hoje para que Deus conceda a você
sabedoria para testemunhar com alegria às pessoas. Incentive sua igreja a
participar das 10 horas de oração e jejum amanhã!
ESCOLA SABATINA
Texto-chave: 1 Timóteo 6:10
O aluno
deverá...
Saber: Que as
riquezas do mundo trazem muitas tentações que as pessoas de poucos recursos não
precisam enfrentar.
Sentir: A convicção de que Deus não considera os ricos e importantes de maneira diferente do que faz com os menos privilegiados.
Fazer: Perceber que, sob o exterior de cada pessoa – seja rica, seja pobre, seja importante ou insignificante – vive uma pessoa com idênticas necessidades.
Esboço
I. Saber: A riqueza não é má. "O amor do dinheiro é raiz de todos os males" (1Tm 6:10, ênfase acrescentada).
A. Por que somos tão facilmente seduzidos pelas demonstrações de riqueza mundana? O que isso revela sobre nós como indivíduos? Como cristãos?
B. Existem diferenças entre as esperanças e temores dos ricos e poderosos e dos nossos? Ou são semelhantes?
II.
Sentir: Assim como Jesus não Se impressionava com as aparências, temos que nos
identificar com os outros como pessoas iguais a nós.
A. O que Jesus viu em Nicodemos, quando falava no templo com o príncipe encoberto pela escuridão?
B. Qual foi a mensagem de Jesus para Zaqueu, depois que Ele Se convidou para estar em sua casa?
C. Qual foi a atitude de Jesus para com o jovem rico?
III.
Fazer: Nossa maneira de tratar os outros se fundamenta unicamente no fato de
que eles são feitos à imagem de Deus.
A. Quais são os meios mais eficazes de tratar todos com a mesma dignidade e respeito?
B. Dê alguns exemplos de quando você se sentiu valorizado pela maneira de ter sido tratado.
Resumo: Se
seguirmos o exemplo de Cristo, podemos alcançar as pessoas, não importando se
são ricas ou pobres, importantes ou comuns.
Ciclo do Aprendizado
Motivação
Focalizando
as Escrituras: 1 Timóteo 6:10
Conceito-chave para o
crescimento espiritual: A riqueza é uma
ferramenta. Assim como o fogo, a riqueza pode ser usada de formas construtivas
ou destrutivas.
Somente para o
professor: Riqueza
é um termo relativo. Pela maioria dos padrões, as pessoas que vivem em países
altamente industrializados, como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Brasil,
Arábia Saudita, Japão, França e Alemanha seriam consideradas ricas pelos
padrões de muitos outros. No entanto, a maioria de nós não se considera rica.
Mas ainda podemos aprender alguma coisa com essa lição.
Atividade
de abertura/Reflexão: Identifique os membros de sua classe que fizeram alguma viagem
internacional. Peça-lhes que mencionem alguns dos "luxos" que as
pessoas nos países desenvolvidos consideram normais. Comente como esse fato
determina nossa percepção de riqueza.
Compreensão
Somente
para o professor: Lembre-se de que as pessoas de sua classe
provavelmente representem diversos níveis de renda. Seja sensível a esse fato e
evite descrever os ricos com cores muito negativas. Nem todos os ricos são
egoístas ou moralmente deficientes. Assim como algumas das pessoas que
comentaremos na lição desta semana, muitos estão fazendo o melhor que podem
para usar seus recursos na construção do reino de Deus.
Comentário Bíblico
I. O homem que procurou Jesus à
noite
(Recapitule com a classe João 3:1-21.)
Assim como Jesus atraía pessoas de todas as idades, etnias e níveis de ensino,
Ele também atraía pessoas de todos os níveis econômicos. Nicodemos foi um dos
que sentiram o coração aquecido pelas mensagens que ouviu dos lábios de Jesus.
Mas havia barreiras que o impediam de se aproximar de Jesus em plena luz do
dia. A primeira barreira era sua reputação: ele era fariseu e membro do
Sinédrio. Pense em todas as vantagens que ele e sua família perderiam se ele
deixasse o Sinédrio e declarasse sua fidelidade a Cristo. Ele poderia ter
perdido sua casa confortável, e sua família poderia ter que aceitar um padrão
de vida inferior.
Além disso, sem dúvida, era útil que Nicodemos permanecesse no Sinédrio. Ele
tinha acesso a pessoas que eram consideradas líderes e que nunca iriam entender
de outra maneira o que significava o ministério de Cristo. Podemos apenas
imaginar o tipo de conversas que Nicodemos teve com seus companheiros fariseus.
Pense nisto: Jesus
nos conhece intimamente. Seu convite para segui-Lo leva em conta todos os
nossos dons e características. Por isso, nunca devemos fazer de nossa
experiência uma norma e, assim, esperar que os outros se ajustem a ela. Jesus
tem uma tarefa para cada um de nós. Como sua congregação diminuiria se todos
fossem como você? Que dons ela não teria? A igreja, como a criação, ama a
diversidade. Como a diversidade em dons é celebrada em sua congregação?
II. O
homem que queria ver Jesus
(Leia com a classe Lucas 19:1-10.)
Na cultura judaica, poucas pessoas eram tão desprezadas quanto os cobradores de
impostos. Afinal, eles eram agentes dos odiados opressores romanos. E todos
sabiam que eles eram capazes de guardar para si qualquer coisa além do que eram
capazes de recolher para os romanos. Então, quando as pessoas viam as roupas
finas e grandes casas dos coletores de impostos, sabiam que haviam sido
financiadas por meios desonestos.
Então, ali estava Zaqueu, segurando-se nos galhos de uma árvore, com todos os
apetrechos de riqueza, seus sapatos caros, roupas de grife, anéis de ouro e
talvez até mesmo segurando uma maleta de couro, comprados e pagos com o
dinheiro extorquido de seus compatriotas judeus.
Se Jesus pensasse como os demais judeus, Ele teria desafiado Zaqueu ali mesmo.
Pense como Jesus poderia ter envergonhado e humilhado Zaqueu em público. Ele
merecia, não?
Em vez disso, Jesus apenas disse:
"Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje" (v. 5, NVI).
Há algo sublime na maneira de Jesus Se aproximar de Zaqueu. Ele Se convidou
para a casa de Zaqueu e, logo depois, Zaqueu fez este anúncio: "Olha,
Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui
alguma coisa, devolverei quatro vezes mais"(v. 8, NVI).
Tudo saiu conforme o que foi planejado!
Pense nisto: Reconhecendo
a personalidade singular de Zaqueu, Jesus adaptou Seu apelo para que cumprisse
exatamente o que Ele queria. Jesus não pediu que Zaqueu desse tudo o que tinha.
Ele pediu apenas que Zaqueu fizesse a coisa certa. Que preocupações semelhantes
precisamos ter em mente em nossas relações com as pessoas? De que maneira
detalhes como idade, escolaridade e nível econômico afetam essas relações? Com
quem você interage de maneira mais confortável: alguém muito parecido com você
ou alguém diferente de você? Por quê?
III. O
homem que guardou tudo
(Leia Mateus 19:16-26 com a classe.)
Esta pode ser uma das histórias mais difíceis de interpretar em todas as
Escrituras. No entanto, isso não impediu que gerações de pregadores condenassem
o jovem descrito por rejeitar o convite de Jesus, vender tudo o que tinha e dar
o dinheiro aos pobres. É duplamente irônico que, apesar de todos os sermões que
ouvimos com base nessa história, ainda deixamos a igreja com os mesmos recursos
financeiros que tinha quando deixamos nosso carro no estacionamento da igreja,
de manhã.
Aqui está: Jesus não quer nosso dinheiro, Ele nos quer. Podemos vender tudo e
sair por aí vestindo roupas feitas de jornal, mas isso, por si só, não vai nos
levar para mais perto de Cristo.
Quando Deus disse no Antigo Testamento: "Trazei todos os dízimos à casa do
Tesouro" (Ml 3:10), a implicação tácita era que Ele estava convidando Seu
povo a ser parceiro com Ele no uso dos outros 90 por cento, vivendo em harmonia
com Seus princípios celestiais.
Pense nisto: Contrariamente
à opinião de alguns, discípulos pobres não eram discípulos melhores. Ao
contrário, somos todos abençoados com bens materiais a fim de viver para
abençoar os outros. Há pessoas ricas (assim como pessoas pobres) que usam todo
o seu rendimento disponível para servir aos próprios desejos egoístas. Há
também pessoas ricas – como Bill e Melinda Gates – que deram mais para obras de
caridade do que a maioria de nós terá ganho em toda a vida.
Perguntas
para reflexão
1. Por que existe essa tensão na igreja (e no mundo, por sinal) entre ricos e
pobres? O que poderíamos ter aprendido com essa disparidade? Que orientação as
Escrituras oferecem para resolver essas tensões?
2. Vocês já foram tentados a tratar os ricos entre vocês de forma diferente do
que tratam os pobres? Por quê? Que formas essa diferença tomou? O que podemos
aprender dos ensinamentos de Jesus para mudar nossa mentalidade e nosso
comportamento nessa área?
Aplicação
Somente
para o professor: "Dinheiro não compra felicidade",
diz o adágio. Ainda assim, o dinheiro é uma realidade que não podemos ignorar.
Para muitos, o dinheiro não é apenas um sinal de sucesso: é um ingrediente
necessário para a sobrevivência.
Aplicação
à vida diária
Os últimos anos têm visto vários países do mundo oscilando à beira da
insolvência financeira. Muitas pessoas e famílias viram desaparecer sua
segurança financeira.
Perguntas
para discussão:
1. Como a igreja deve se envolver na elaboração de uma solução? A Igreja,
corporativamente ou como congregações locais, pode fazer alguma coisa para
atenuar a crise financeira mundial?
2. Se você tivesse o poder de mudar miraculosamente a situação, como você o
usaria?
Criatividade e atividades práticas
Somente para o professor: Você conhece a
saúde financeira dos membros de sua classe? Você sabe quais pessoas foram
demitidas; quem, por necessidade financeira, está vivendo com os pais, quem tem
filhos fora da Escola Adventista, ou quem está sobrevivendo de renda fixa? Você
não está ensinando uma lição sobre a riqueza (ou a falta dela), apenas, você
está ensinando uma lição sobre a vida.
Atividade: Convide os membros de sua classe a
partilhar sua promessa bíblica favorita em relação à sua condição financeira.
Pergunte: É melhor concentrar-se no que não temos ou agradecer a Deus pelo que
temos? Por quê?
Termine com uma oração, pedindo que Deus oriente os alunos a ser mordomos
fiéis, quer tenham muito, quer tenham pouco.
Planejando
atividades: O que sua classe de Escola Sabatina pode
fazer, na próxima semana, como resposta ao estudo da lição?
COMENTÁRIO SEMANAL
Autor: Pr. Adolfo Suárez1:adolfo.suarez@unasp.edu.br
Editor: Pr. André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisão: Josiéli Nóbrega
Ampliação
INTRODUÇÃO
Em seu livro How Rich People Think (Como os Ricos Pensam), o palestrante e escritor Steve Siebold
afirma que os ricos se preocupam com dinheiro, enquanto os pobres sonham com
dinheiro. Ele sabia o que estava dizendo; afinal, durante 26 anos entrevistou
as pessoas mais ricas do mundo. Por outro lado, já no quarto século antes de
Cristo, o filósofo Aristóteles havia declarado que “dinheiro é a garantia de
que teremos o que quisermos no futuro. E embora não precisemos de nada no
momento, o dinheiro assegura a possibilidade de satisfazer um novo desejo
quando ele surgir”.
Alguns podem discordar tanto da afirmação de Siebold, quanto das palavras de Aristóteles. Porém uma coisa é certa: o dinheiro possibilita algumas facilidades; e quem é que não gosta de facilidades?
No processo de discipulado, um discipulador se depara com pessoas ricas e pobres. Por isso é fundamental saber como fazer chegar o evangelho a todas as camadas econômicas.
Perspectiva bíblica sobre finanças
É fundamental entender a perspectiva bíblica sobre as finanças,
pois é a partir dessa compreensão que devemos estabelecer estratégias para o
diálogo com pessoas ricas e famosas, orientando-as quanto ao modo de lidar com
os bens materiais.2
1. Saiba que Deus é a Fonte de tudo
Filipenses 4:19 diz: “O meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória,
há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”. Provérbios
8:20, 21 acrescenta: “Ando pelo caminho da justiça, no meio das veredas do
juízo, para dotar de bens os que Me amam e lhes encher os tesouros”. 2
Coríntios 9:8 registra que “Deus é poderoso para fazer que lhes seja
acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo
tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra”.
2. Doar é essencial
Lucas 6:38, um versículo-chave, diz: “Dêem, e lhes será dado: uma
boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida
que usarem também será usada para medir vocês”. De acordo com Deuteronômio 14:23,
um dos propósitos do dízimo era ensinar o povo de Israel a colocar Deus em
primeiro lugar na vida. Provérbios 3:9, 10 diz: “Honra ao Senhor com os teus
bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus
celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”.
3. É sábio economizar
Provérbios 21:20 diz: “Tesouro desejável e
azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os desperdiça”. Economizar é
fundamental e dá resultado. Veja este exemplo simples: Se um casal com um bebê
recém-nascido resolvesse guardar na poupança R$ 150,00 por mês, depois de 17
anos – quando o filho ou filha fosse para a Universidade – teria R$
52.984,67!3 Caso o filho tenha que pagar a
mensalidade dos estudos na Universidade, daria para dispor de R$ 1.103,84 por
mês durante quatro anos! Realmente, poupar é algo fundamental.
Vamos a outro exemplo prático. Suponhamos que uma pessoa resolve pagar uma academia para se exercitar fisicamente. A um custo mensal de R$ 100,00, essa pessoa gastaria R$ 6.000,00 em cinco anos! Ainda suponhamos que essa mesma pessoa resolvesse fazer uma assinatura de TV a cabo, que representa R$ 150,00 por mês. Depois de 5 anos a pessoa gastaria R$ 9.000,00! Por outro lado, se esses R$ 250,00 – da academia e da TV a cabo – fossem colocados na poupança, ao fim dos cinco anos haveria uma pequena fortuna acumulada: 17.442,51! E essa pessoa ganharia nesse período mais contato com a natureza e mais convívio familiar.
4. Fique longe das dívidas
É fundamental manter-se longe de gastos desnecessários e, assim,
evitar a armadilha da dívida. Empréstimo para uma casa ou um carro é uma coisa,
mas não se deve assumir obrigações financeiras que não se podem manter,
comprando além da necessidade e da capacidade de pagamento. No mesmo instante
em que uma pessoa assume uma dívida, perde uma parte de sua liberdade. Como
Provérbios 22:7 diz: “O que toma emprestado é servo do que empresta”.
5. Pratique o contentamento
Hebreus 13:5 afirma: “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e
contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei,
nunca o abandonarei’.” Hoje em dia, facilmente somos convencidos a trocar o
carro, porque já está “velho”, ou o computador “porque está obsoleto”, ou a TV
porque “preciso de uma de LCD”. Vamos praticar o que está escrito em 2
Coríntios 6:10: “Entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a
muitos; nada tendo, mas possuindo tudo”.
6. Trabalhe com responsabilidade
Provérbios 28:19 afirma que “o que lavra a sua terra virá a
fartar-se de pão, mas o que se ajunta a vadios se fartará de pobreza”. Não há
segredo para a prosperidade: é necessário trabalhar com seriedade.
7. Procure conselho de pessoas piedosas
Provérbios 15:22 nos lembra de que “onde não há conselho fracassam
os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito”. Por isso, antes de
algum investimento, de algum gasto – compra de casa ou carro, etc. – fale com
pessoas experientes e sábias. E não se esqueça de que o melhor conselho vem de
Deus.
Encontro com um líder famoso
Um dos mais memoráveis encontros de Jesus ocorreu numa noite, e
está registrado em João capítulo 3. O relato informa que Nicodemos procurou se
encontrar secretamente com Jesus. Mas o relato não é apenas literal; é também
simbólico e representativo:
- Nicodemos representa aqueles que
conquistaram um lugar no mundo; têm nome, fama, e são paparicados, respeitados
por todos. O próprio nome Nicodemos significa “líder do povo” ou “vitorioso
sobre o povo”.
- Nicodemos representa as pessoas religiosas,
que são filiadas a uma crença religiosa, a uma igreja; são até líderes
religiosos.
- Nicodemos representa os abastados, os ricos
da sociedade.
- Nicodemos representa os intelectuais,
estudados, acadêmicos, pessoas que frequentaram as escolas e que, por isso,
pensam que sabem tudo, mas no seu íntimo não são capazes de entender nem um
pouquinho dos assuntos espirituais.
- Nicodemos representa aqueles que têm pudor
moral, preocupam-se com sua reputação. São o exemplo vivo de moralidade. Jamais
se envolveram em atos imorais. São um orgulho para a família, a sociedade e a
Igreja.
- Nicodemos representa aqueles que desejam se
encontrar com Deus, mas preferem fazer de seu jeito, às escondidas, para
ninguém ver. O encontro com Deus produz efeito em sua vida, é verdade. Mas eles
demoram a se decidir.
Deus ama com amor ilimitado todos aqueles
que, pelas circunstâncias da vida, de alguma forma são semelhantes a Nicodemos.
Como igreja, precisamos acolher todos os que, como Nicodemos, têm fama e
riqueza. Somente Deus dará sentido à vida deles.
O Ministério em favor dos ricos4
Cornélio, centurião romano, era homem de fortuna e de nobre
nascimento. Ocupava posição de confiança e honra. Pagão pelo nascimento e pela
educação, havia obtido, mediante o contato com os judeus, certo conhecimento do
verdadeiro Deus, e O adorava.
Entretanto, Cornélio não tinha conhecimento do evangelho conforme revelado na vida e morte de Cristo, e Deus lhe enviou uma mensagem diretamente do Céu. Por meio de outra mensagem, dirigiu o apóstolo Pedro para que o visitasse e instruísse. Cornélio não se achava ligado à igreja judaica e teria sido considerado pelos rabis pagão e imundo. Mas Deus lia a sinceridade de seu coração e enviou mensageiros de Seu trono para que se unissem a Seu servo na Terra a fim de que ensinasse o evangelho a esse oficial romano.
Também hoje Deus está buscando pessoas entre as de alta classe, como também entre as humildes. Muitos há, como Cornélio, homens a quem Ele deseja ligar à Sua igreja. Esses homens são atraídos para o povo do Senhor, mas os laços que os ligam ao mundo os prendem firmemente. É preciso coragem moral para que esses homens se coloquem ao lado dos humildes. Esforços especiais se devem fazer por essas pessoas que se acham em tão grande risco, devido às responsabilidades e à convivência que têm.
É necessário entender que a Bíblia não condena ninguém por ser rico, uma vez que haja adquirido suas riquezas honestamente. Não o dinheiro, mas o amor do dinheiro é a raiz de todos os males. É Deus que dá aos homens poder para adquirir fortuna; e nas mãos daquele que agir como mordomo de Deus, empregando seus meios com altruísmo, a fortuna é uma bênção - tanto para seu possuidor como para o mundo. Muitos, porém, absorvidos em seus interesses nos tesouros mundanos, se tornam insensíveis aos reclamos de Deus e às necessidades de seus semelhantes. Consideram sua riqueza um meio de glorificar a si mesmos. Acrescentam casa a casa, e terra a terra: enchem a casa de luxo, enquanto tudo ao seu redor são seres humanos em miséria e crime, em enfermidade e morte. Aqueles que assim consagram sua existência ao serviço de si mesmos estão desenvolvendo não os atributos de Deus, mas os do maligno.
Entretanto, como evangelizar os ricos?
Muitos supõem que, para se aproximar das classes mais altas, é preciso adotar um estilo de vida e um método de trabalho que se harmonizem com seus gostos refinados. Uma aparência de riqueza, custosos edifícios, roupas caras, equipamentos e ambiente de primeiro nível, conformidade com os costumes do mundo, estar de acordo com a moda e cultura, oratória impecável... tudo isso é considerado essencial.
Isso é um erro. O caminho dos métodos do mundo não é o caminho de Deus para alcançar as classes mais elevadas. O que na verdade os tocará é uma apresentação do evangelho de Cristo feita de modo coerente e isento de egoísmo.
A experiência do apóstolo Paulo ao se defrontar com os filósofos de Atenas representa uma lição para nós. Ao apresentar o evangelho no Areópago, Paulo enfrentou a lógica com a lógica, ciência com ciência, filosofia com filosofia. Os mais sábios de seus ouvintes ficaram atônitos e emudecidos. Suas palavras não podiam ser controvertidas. Pouco fruto, porém, produziu seu esforço. Poucos foram levados a aceitar o evangelho. Daí em diante, Paulo adotou uma maneira diferente de trabalhar. Evitava os argumentos elaborados e as discussões de teorias e, em simplicidade, encaminhava homens e mulheres a Cristo como o Salvador dos pecadores.
Escrevendo aos coríntios acerca de sua obra entre eles, disse: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e Este crucificado. ... A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co 2:1, 2, 4, 5).
E ainda em sua epístola aos Romanos, ele diz: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1:16).
Os que trabalham com as classes mais altas devem portar-se com verdadeira dignidade, lembrando-se de que os anjos são seus companheiros. Devem manter a vida plenamente preenchida com o “Está escrito”. Devem guardar na memória as preciosas palavras de Cristo; elas devem ser apreciadas muito acima do ouro e da prata, e muito acima dos métodos. É desse modo que o Espírito lhes revelará os métodos apropriados para alcançar os ricos e famosos.
Cristo disse que seria mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus. No trabalho a fazer por essa classe, haverá a tentação do desânimo, pois os resultados demorarão a aparecer. Mas todas as coisas são possíveis com Deus. Ele pode e há de operar.
“Perto está o Senhor de todos os que O invocam, de todos os que O invocam em verdade. Ele cumprirá o desejo dos que O temem; ouvirá o seu clamor e os salvará” (Sl 145:18, 19).
Conclusão
Para terminar, mais algumas reflexões sobre riqueza, a partir da
Bíblia.5
1. É Deus quem cria a riqueza (Dt 8:18).
2. Ao se sentir rico, agradeça a Deus (Jr
9:23-24).
3. Economize para a herança de seus filhos
(Pv 13:22).
4. Se quiser ser livre, fuja das dívidas (Pv
22:7).
5. Proteja-se da ganância (Lc 12:15).
6. Lembre-se de que o dinheiro em si não é
mau; mas o problema é amá-lo (1Tm 6:10).
7. Devolva a Deus (Pv 3:9).
8. Saiba que tudo pertence a Deus (Lv 25:23).
9. Coloque Deus antes do dinheiro (Mt 6:33).
10. Conte o que você está gastando (Lc
14:28).
1. Professor de Teologia no UNASP, Campus
Engenheiro Coelho, na Graduação e na Pós-Graduação, na área de Teologia
Sistemática. É Mestre em Teologia, e Mestre e Doutor em Ciências da Religião.
Atualmente, faz Pós-Doutorado em Teologia Sistemática na Escola Superior de
Teologia, São Leopoldo RS.
2. Adaptado de “Ten
Financial Principles that are Biblical”. Disponível
em http://www.backtothebible.org/10-financial-principles-that-are-biblical.html.
Acesso em 12 de fevereiro de 2014.
3. Aqui estou considerando como rendimento um juro anual composto de 6%, que é
a média paga no momento.
4. Adaptado de Ellen G. White, Ciência do Bom Viver, p.
209-215.
5. Adaptado de “The Bible
and Money: 10 Tips from Scripture”. Disponível
Em http://www.beliefnet.com/Faiths/Christianity/2008/09/The-Bible-and-Money-10-Tips-from-Scripture.aspx.
Acesso em 11 de fevereiro de 2014.
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