Lição 3 - Um Deus santo e justo (Joel)
13 a 20 de abril
VERSO PARA
MEMORIZAR:
“O Senhor
levanta a voz diante do Seu exército; porque muitíssimo grande é o Seu arraial;
porque é poderoso quem executa as Suas ordens; sim, grande é o dia do Senhor e
mui terrível! Quem o poderá suportar?” (Jl 2:11).
Leituras da
Semana:
Pensamento-chave: Deus permite as crises para que Seu povo sinta dependência dEle e
necessidade de reavivamento e reforma espirituais.
Na grande
praga de gafanhotos e na severa seca que estava devastando o reino de Judá no
sul, o profeta Joel, contemporâneo de Amós e Oseias, via o sinal de um “grande
e terrível dia” de juízo (Jl 2:31). Confrontado com uma crise de tal
intensidade e proporção, ele convidou todo o povo de Judá a abandonar o pecado
e voltar-se para Deus. Ele descreveu os gafanhotos como exército do Senhor e
viu na vinda desse exército o castigo divino sobre o Israel infiel.
Joel profetizou que as pragas de gafanhotos se tornariam insignificantes em
comparação com os futuros juízos divinos. Mas esse mesmo juízo traria bênçãos
sem paralelo para os fiéis ao Senhor, que obedecessem aos Seus ensinamentos.
Portanto, apesar da sua severidade, o juízo podia conduzir à salvação e redenção
daqueles cujo coração estivesse aberto à orientação do Senhor.
Ore por
todos que receberão o livro “A Grande Esperança” ou o DVD “A Última Esperança” no dia 20
de abril.
Desastre
nacional
O profeta,
que vivia em uma sociedade agrícola, exorta os agricultores a ficar angustiados
diante da perda dos cereais e da colheita de frutos. A destruição ecológica
poderia enfraquecer a economia do país por muitos anos. Além da perda dos
alimentos, sombra e madeira, existia o risco de erosão do solo. Algumas árvores
frutíferas na Palestina levam vinte anos para crescer e se tornarem produtivas.
Na verdade, a devastação agrícola e o desmatamento eram táticas típicas de
exércitos invasores que buscavam punir os povos conquistados, tornando-lhes
impossível qualquer perspectiva de recuperação a curto prazo.
Joel usou
quatro termos diferentes para mencionar gafanhotos (Jl
1:4), a fim de expressar a intensidade e totalidade da praga. A seca tornou
ainda maior a destruição causada pelos gafanhotos. Todas as colheitas esperadas
haviam secado e os agricultores se desesperaram porque não tinham nada para
comer nem vender. Eles não tinham sequer sementes para plantar novamente. Uma
calamidade dessa proporção jamais havia sido vista entre seus antepassados e
devia ser contada às futuras gerações. O fato de que um desastre semelhante
nunca houvesse acontecido antes aumenta a importância da situação.
O profeta anunciou também a destruição dos principais alimentos da terra de
Israel, como uvas, cereais e óleo (Dt
14:23; 18:4).
Trigo e cevada eram os grãos mais importantes na Palestina. Na Bíblia, videiras
e figueiras simbolizam vida pacífica com abundância das bênçãos de Deus na
Terra Prometida (1Rs 4:25; Mq 4:4, Zc 3:10). A encantadora imagem da paz e
prosperidade é poder sentar-se sob a própria videira ou figueira. Tudo isso
estava ameaçado pelo juízo divino que ocorreria por causa dos pecados de
Israel.
A época de colheita era um tempo de alegria (Sl 4:7, Is 9:3). Embora a terra em
Israel fosse um presente do Senhor, ela ainda pertencia a Deus. Israel devia
ser um mordomo fiel da terra. Acima de tudo, as pessoas deviam adorar e
obedecer a Deus porque Ele era Aquele que lhes tinha dado a terra.
Hoje é o dia
de você contar ao seu(sua) amigo(a) que está orando por ele(a). Prepare-se para
o Impacto Esperança!
Toque a
trombeta!
Quando
ocorrem catástrofes naturais, elas provocam muitas perguntas, como: “Por que
Deus permitiu que isso acontecesse?”, “Por que algumas pessoas vivem, enquanto
outras morrem?”, “Podemos aprender uma lição com essa experiência?”. Joel não
tinha dúvida de que a praga dos gafanhotos podia levar a um conhecimento mais
profundo do plano universal de Deus. Sob inspiração divina, o profeta relacionou
no capítulo primeiro a crise nacional com a situação espiritual na terra. Os
gafanhotos não haviam deixado nada que pudesse ser oferecido como sacrifício ao
Senhor. A oferta de cereais e a oferta de libação faziam parte da oferta diária
no templo, de acordo com as instruções registradas em Êxodo
29:40 e Números
28:5-8. A interrupção dos sacrifícios foi severa, mas deve ter servido como
advertência para as pessoas quanto à sua grave condição. A perda da
oportunidade até mesmo de oferecer sacrifícios simbolizava o rompimento da
aliança entre Deus e Israel. Mas, ao contrário de muitos outros profetas, Joel
não gastou muito tempo analisando as faltas do povo. Ele estava muito mais
interessado em enfatizar a cura prescrita pelo divino Médico de Israel.
3. Leia Joel
1:13-20. O que Joel disse ao povo? Embora as circunstâncias fossem únicas,
de que forma esse apelo é visto em toda a Bíblia?
O profeta exortou os líderes espirituais a proclamar um dia nacional de oração
e jejum para que as pessoas examinassem profundamente o coração, renunciassem
seus pecados e voltassem para Deus. Assim, elas sairiam dessa experiência com
renovada confiança no amor e justiça de Deus. No fim, esse desastre podia levar
os fiéis a um relacionamento mais profundo com seu Senhor.
Ao longo da Bíblia, Deus é descrito como o Senhor da natureza. Aquele que a
criou, sustenta e também a usa para Seus propósitos divinos. Nesse desastre
natural, em vez de rasgar as vestes, o profeta Joel disse que as pessoas deviam
rasgar o coração e abri-lo para a graça e compaixão de Deus.
Desastres
podem nos alcançar de muitas formas. Quando isso acontece, independentemente da
nossa compreensão deles e de suas causas, a quais promessas bíblicas podemos nos
apegar em busca de esperança e força? Que promessas são especialmente
significativas para você?
Leia o livro
“A Grande Esperança” antes de entregá-lo a alguém.
O dom do
Espírito de Deus
No dia de
Pentecostes, o apóstolo Pedro anunciou que o Senhor havia cumprido Sua
promessa, dada por intermédio de Joel, sobre o derramamento do Espírito Santo.
Acompanhando o derramamento do Espírito, e como sinal visível da intervenção
sobrenatural de Deus na história da humanidade, Deus fará com que fenômenos
extraordinários sejam vistos na natureza, na Terra e no céu.
“Em imediata relação com as cenas do grande dia de Deus, o Senhor, por meio do
profeta Joel, prometeu uma manifestação especial de Seu Espírito (Jl 2:28).
Essa profecia recebeu cumprimento parcial no derramamento do Espírito Santo no
dia de Pentecostes. Mas atingirá seu pleno cumprimento na manifestação da graça
divina que acompanhará a obra final do Evangelho” (Ellen G. White, O Grande
Conflito, edição de 1988, p. 11).
No contexto imediato de Joel, o arrependimento seria seguido por um grande
derramamento do Espírito de Deus. Isso traria uma maravilhosa renovação. Em vez
de destruição, se seguiria a dádiva das bênçãos divinas. O Senhor reafirma a
Seu povo que Sua criação será restaurada e a nação será libertada dos
opressores.
O Espírito é derramado sobre o povo de Deus, assim como o óleo da unção era
derramado sobre a cabeça dos que eram eleitos por Deus para um ministério
especial. O Espírito é também um dom concedido aos que O recebem para que eles
façam uma obra específica para Deus (Êx 31:2-5; Jz 6:34). Só que desta vez a
manifestação do Espírito assumirá proporções amplas. Nesse grande ponto da
História, a salvação estará disponível a todos que buscarem a Deus. O Espírito
de Deus cairá sobre todos os fiéis, independentemente de idade, gênero ou
condição social, em cumprimento do desejo de Moisés no sentido de que todos os
filhos de Deus se tornassem profetas e de que o Senhor colocasse Seu Espírito
sobre eles (Nm 11:29).
O que você
pode fazer para se tornar mais receptivo ao derramamento do Espírito Santo?
Assista ao
DVD “A Última Esperança”. Ele o motivará para a distribuição que será feita no
sábado.
Proclamando
o nome de Deus
“O Sol se
converterá em trevas, e a Lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível
dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como
o Senhor prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar” (Jl
2:31, 32).
O
escurecimento do Sol e a transformação da Lua em sangue não devem ser
compreendidos como desastres naturais, mas como sinais sobrenaturais do
iminente dia do Senhor. Nos tempos bíblicos, muitas nações pagãs adoravam
corpos celestes como deuses, algo que, de acordo com Moisés, os israelitas
nunca deviam fazer (Dt 4:19). Nesse sentido, a profecia de Joel predisse que os
ídolos das nações começariam a desaparecer quando o Senhor viesse em juízo.
Joel 3:15 acrescenta que até mesmo o exército celeste perderia seu poder e não
mais daria sua luz, porque a presença da glória do Senhor ofuscaria tudo.
Nas Escrituras,
a expressão “invocar o nome do Senhor” não significa apenas alguém dizer que é
seguidor do Senhor e reivindicar Suas promessas. Pode significar também
proclamar o nome de Deus, isto é, ser uma testemunha para as outras pessoas
sobre o Senhor e o que Ele tem feito pelo mundo. Abraão edificava altares e
proclamava o nome de Deus na terra de Canaã (Gn 12:8). A Moisés no Monte Sinai,
Deus proclamou Sua bondade e graça (Êx 33:19; 34:5). O salmista convida os
fiéis a dar graças a Deus e invocar Seu nome, tornando conhecido entre as
nações o que Ele tem feito (Sl
105:1). As mesmas palavras são encontradas em um cântico de salvação
composto pelo profeta Isaías (Is
12:4).
Assim, proclamar o nome do Senhor significa ser mensageiro das boas-novas de
que Deus ainda governa o mundo e também chamar os povos para que vejam todas as
coisas no contexto das ações de Deus e Seu caráter. Significa também contar a
todos sobre o generoso dom divino da salvação oferecida a todo ser humano.
O que
significa para você “invocar o nome do Senhor”? Como você faz isso, e o que
acontece quando você faz?
Lembre-se:
Hoje é dia de perseverar em oração! Deus está impressionando a mente das
pessoas que serão visitadas.
Refúgio em
tempos de provas (Joel 3)
Profetas
bíblicos comparam o futuro julgamento divino ao rugido de um leão, um som que
faz com que todos tremam (Jl
3:16; Am
1:2; 3:8). Na Bíblia, Sião indica o local do trono terrestre de Deus em
Jerusalém. A partir desse lugar, Deus castigará o inimigo, mas ao mesmo tempo
defenderá Seu povo que, pacientemente, espera Sua vitória. Eles participarão de
Seu triunfo quando Ele renovar a criação.
Para algumas pessoas, as descrições bíblicas do juízo final de Deus são
difíceis de compreender. É bom ter em mente que o mal e o pecado são muito
reais, e eles exercem grande força na tentativa de se opor a Deus e destruir
toda forma de vida. Deus é um inimigo do mal. É por isso que as palavras de
Joel nos convidam a examinar nossa vida a fim de ter certeza de que estamos do
lado de Deus, para que sejamos protegidos no dia do juízo.
6. Leia Mateus
10:28-31. Como esses versos nos ajudam a entender, mesmo durante tempos de
calamidade, o que Jesus nos oferece?
O Senhor
sustenta os que perseveram na fé. Ele pode devastar a Terra (Jl
3:1-15). No entanto, Seus filhos não devem temer Seus atos soberanos de
juízo porque Ele prometeu protegê-los (v. 16). Ele lhes deu Sua palavra de
certeza. Seus atos soberanos e bondosos demonstram que Ele é o fiel Deus da
aliança, que jamais permitirá que o justo seja novamente envergonhado
(Jl
2:27).
O livro de Joel termina com a visão de um mundo transformado, em que um rio
flui no meio da Nova Jerusalém e a própria presença do Deus eterno entre um
povo perdoado (Jl
3:18-21).
Essa mensagem profética nos desafia a andar no Espírito, a prosseguir a vida
cristã de todo o coração e alcançar os que ainda não invocam o nome de Cristo.
Ao fazermos isso, reivindicamos a promessa divina da presença permanente de
Cristo, por meio do Espírito Santo que habita no coração de Seu povo fiel.
“Precisamos conhecer nossa verdadeira condição, do contrário não sentiremos
nossa carência do auxílio de Cristo. Necessitamos compreender nosso perigo, do
contrário não correremos para o refúgio. Precisamos sentir a dor de nossas
feridas, ou não desejaremos cura” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 158).
Qual é a sua
“verdadeira condição”? Que dores você está sentindo? Você experimentou o
“refúgio” prometido em Cristo?
Está
chegando o dia! No próximo sábado sairemos às ruas para levar esperança.
Envolva-se!
Estudo
adicional
O nome do
profeta, Joel, era comum nos tempos bíblicos, e significa “O Senhor é Deus”.
Esse nome é apropriado ao tema geral do livro: Somente Deus é totalmente santo
e justo, e Sua obra é soberana na Terra. A história de Seu povo e das outras
nações está em Suas mãos. O mesmo vale para a vida de cada ser humano.
“As tremendas questões da eternidade demandam de nossa parte algo mais que uma
religião de pensamento, de palavras e formas, na qual a verdade é mantida no
recinto exterior da existência. Deus pede um reavivamento e uma reforma. As
palavras da Bíblia, e a Bíblia somente, deviam ser ouvidas do púlpito. Mas a Bíblia
tem sido roubada em seu poder, e o resultado é visto no rebaixamento do vigor
da vida espiritual. Em muitos sermões de hoje não existe aquela divina
manifestação que desperta a consciência e leva vida ao coração. Os ouvintes não
podem dizer: “Porventura, não nos ardia o coração, quando Ele, pelo caminho,
nos falava, quando nos expunha as Escrituras? (Lc
24:32). Há muitos que estão clamando pelo Deus vivo, ansiando pela divina
presença. Permitam que a Palavra de Deus lhes fale ao coração. Deixem que os
que têm ouvido apenas sobre tradição, teorias e máximas humanas ouçam a voz
dAquele que pode renovar o coração para a vida eterna” (Ellen G. White, Profetas
e Reis, p. 626).
Perguntas para reflexão
1. Por que a
mensagem de Joel é especialmente importante para nós no fim do tempo, quando
nos esperam eventos sérios e preocupantes?
2.
Com base no livro de Joel, responda à seguinte pergunta: Até que ponto a mensagem
de Joel, se aplica à sua geração e até que ponto tinha aplicação futura?
3. Joel descreveu vários tipos de bênçãos divinas derramadas sobre o povo de
Deus. Será que sua profecia faz distinção entre bênçãos materiais e
espirituais?
De que maneira?
4. Como nossa visão do grande conflito nos ajuda a compreender as terríveis
provações e calamidades que o mundo enfrenta?
5. O que significa uma “religião do pensamento”? (veja citação acima) Como
podemos saber se nossa religião é verdadeira ou apenas de pensamento?
Respostas sugestivas: 1. A terra estava sendo
arruinada pela invasão de gafanhotos, pelas nações inimigas e pela crise na
produção agrícola. Essa crise devia despertar o povo de sua embriaguez
espiritual. 2. O povo estava sofrendo o castigo pela desobediência aos termos
da aliança com Deus. 3. Os líderes e o povo deviam se humilhar e clamar a Deus
diante daquela grande crise espiritual e econômica. Sempre que as pessoas
sofriam por causa de seus pecados, Deus as chamava ao arrependimento e à renovação
da aliança com Ele. 4. Pedro viu o cumprimento da profecia de Joel no
derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, quando os apóstolos
falaram em línguas, profetizaram e milhares de pessoas se converteram. 5. Com
alegria e emoção, porque foram chamados por Cristo, eles invocaram Seu nome e
se tornaram servos do Senhor. A diferença estará na salvação dos justos pela
Sua graça. 6. Ele nos oferece segurança. Não precisamos temer o homem. Deus ama
Seus servos e cuida deles.
Amanhã será
o dia do Impacto Esperança. Participe desse momento. Você foi chamado por Deus!
ESCOLA SABATINA
Lição
3 - Um Deus santo e justo (Joel)
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13 a 20 de abril
|
Texto-chave:
Joel 2:11
|
O aluno deverá...
Conhecer: O
significado do Dia do Senhor, como dia de juízo. Ele pode ser um dia de
condenação ou de salvação.
Sentir: Incentivar
as pessoas a encontrar no Dia do Senhor a felicidade e a libertação.
Fazer: Ajudar os outros a estar cientes da
segunda vinda de Cristo, levando-os a andar com Ele, ser cheios do Espírito Santo
e, assim, conduzi-los na preparação para esse dia.
Esboço
I. Conhecer: O dia está
próximo
A. Em que se fundamenta seu conhecimento de que Cristo virá?
B. Por que você pode afirmar que a segunda vinda de Cristo está próxima?
C. Por que os cristãos não devem ter medo desse dia?
II. Sentir: O terror desse Dia
A. Qual é seu primeiro pensamento quando ouve que Deus nos julgará?
B. Por que Joel é tão solene ao anunciar o Dia do Senhor?
C. Que emoções e comportamentos surgem do reconhecimento de que aqueles que
invocam o Senhor serão salvos?
III. Fazer: Dia de libertação
A. Entender que, por nós mesmos, não temos capacidade de nos prepararmos para a
vinda do Senhor.
B. Como o Senhor nos prepara?
C. No centro do livro de Joel está o chamado para voltar a Deus de todo o
coração e a promessa do derramamento do Espírito Santo. Por que isso é
suficiente para nos capacitar a suportar esse Dia?
Resumo: O Dia do Senhor
escatológico está se aproximando. Esse grande dia histórico será um dia de
libertação para os que invocam o Senhor e são guiados por Seu Espírito.
Motivação
Focalizando a Palavra: Joel 2:11-17
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus quer ajudar Seu povo
a sair da crise espiritual chamando-o a um genuíno arrependimento. Os filhos do
Senhor precisam estar cientes de que o juízo de Deus não é parcial e eliminará
todos os ímpios. Contudo, Deus será um refúgio para os que invocam Seu nome com
fé e confiança. Ele é a sua fortaleza e os capacitará a permanecer firmes
durante os eventos finais do mundo.
Só para o professor: A lição desta semana
focaliza a mensagem de Joel, que viveu em um tempo no qual toda a comunidade de
crentes estava em crise de adoração. Em vez de adorar o Deus Criador, as
pessoas se curvavam diante de Baal. Joel pregava o reavivamento, e reformou a
vida espiritual das pessoas, chamando sua atenção para o único verdadeiro
Senhor.
Discussão de abertura: No centro do livro de Joel
há um chamado ao arrependimento: “Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração;
e isso com jejuns, com choro e com pranto” (Jl 2:12). Como podemos ter certeza
de que nosso arrependimento é genuíno? Qual é a diferença entre o
arrependimento verdadeiro e o falso? Por que e do que precisamos nos
arrepender?
Perguntas para discussão:
1. Como as
catástrofes e desastres naturais – por exemplo, uma praga de gafanhotos (como
no tempo de Joel), terremotos, incêndios, inundações, tsunamis, etc. – podem
levar o povo ao arrependimento?
2.
Como as crises da vida podem produzir fé ou revelá-la?
3. O que o apóstolo Paulo quis dizer quando perguntou “Quem nos separará do
amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou
nudez, ou perigo, ou espada?” (Rm 8:35). Algumas pessoas se tornam muito
amargas ao tomar conhecimento das coisas que Paulo menciona nesse texto. Por
que há diferenças tão grandes nas reações das pessoas a problemas semelhantes?
Compreensão
Só para o professor: Os estudiosos estão divididos a respeito do tempo em que o profeta
Joel realizou seu ministério, porque o livro não contém nenhuma data. O
contexto histórico que melhor se adapta à situação é a grande apostasia no
tempo do rei Acabe em Israel, quando a adoração a Baal era muito dominante e os
profetas Elias e Eliseu tiveram que intervir. O significado do nome Joel (“O
Senhor é Deus”) é muito semelhante ao de Elias (“O Senhor é o meu Deus”). A
situação era muito dramática, porque a comunidade da fé estava corrompida e em
estado de confusão mental. Havia muito sincretismo religioso – mistura de
rituais pagãos com o culto a Deus. Em resumo, eles precisavam de uma completa
reorientação.
A principal
expressão do livro é “o Dia do Senhor”, que ocorre cinco vezes no livro (Jl
1:15; 2:1, 11, 31; 3:14). Esse dia está próximo e é descrito em termos
negativos e sombrios, como um dia de condenação. Naturalmente, essa condenação
é para os ímpios de todas as nações, incluindo Israel.
I. Deus age e chama ao arrependimento genuíno
(Recapitule
com a classe Jl 1:15; 2:1, 11, 31; 3:14.)
A praga dos gafanhotos devia fazer o povo de Deus se lembrar da advertência de
Joel sobre o dia do juízo. O desastre seria como a destruição associada ao Dia
do Senhor. Esse juízo local era destinado a dirigir a atenção deles para o dia
do juízo escatológico, quando todos seriam julgados com justiça e nenhuma
pessoa teria vantagem sobre as outras.
O apelo divino é claro: “Convertei-vos a Mim”. É um chamado pessoal à ação com
o objetivo de ajudar os crentes a se aproximarem de Deus e entrar em
relacionamento pessoal com Ele. É importante não apenas aceitar Seus ensinos,
leis, verdade e estilo de vida, mas entrar em comunhão estreita e íntima com
Ele.
Além disso, Deus convidou: “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes” (Jl
2:13). Era costume nos tempos bíblicos rasgar as roupas em momentos de luto. No
entanto, Deus mostra que o verdadeiro luto não é apenas uma demonstração exterior
de lamentação feita por meio do ato de rasgar as vestes, mas é, ao contrário, o
ato de rasgar o coração. É como se Deus estivesse dizendo: “Eu quero que vocês
lamentem, mas não apenas por meio da aparência exterior de lágrimas ou dos
sinais de luto esperados e requeridos, mas com o coração. Quero que seu luto
seja real e que venha de dentro.”
Pense nisto: O
que está errado com a ideia distorcida de que devemos pecar mais a fim de
receber mais graça? Por que é importante que o juízo de Deus seja imparcial?
Perguntas para
discussão:
1. Como Deus pode Se tornar uma fortaleza em sua vida, especialmente quando
desmorona toda a segurança externa?
2. Como você pode “rasgar o seu coração”?
II. Deus envia Seu Espírito antes do dia do
juízo
(Recapitule com a classe Joel 2:28, 29.)
Antes do terrível dia do Senhor, Ele enviará Seu Espírito (Jl 2:28, 29) e
realizará grandes sinais na natureza (Jl 2:30, 31), a fim de preparar as
pessoas para os eventos finais. Joel assegura que “todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo” (Jl 2:32). Então, não precisamos temer os eventos
finais, porque a libertação está intimamente associada com nosso poderoso Deus.
Quando você andar com Deus, estará voltado para a esperança, porque os que amam
a Deus não são pessoas medrosas, mas pessoas orientadas em Deus (Is 35:4; Dn
7:22; Jo 5:24; Rm 8:28; 1Jo 2:28; 4:17, 18). Deus deve ser sempre o ponto focal
de todos os nossos pensamentos e comportamento (Sl 1:1, 2; Cl 3:1-4).
O Espírito de Deus e a chuva têm um papel dominante entre as imagens de Joel,
principalmente na segunda parte do capítulo 2. Quando a terra está seca, a
chuva é necessária. Como a água traz vida à terra, também o Espírito de Deus
torna vibrante a vida espiritual. O Espírito do Senhor precisa ser derramado sobre
as pessoas para que a aridez seja transformada em abundância das bênçãos de
Deus (Jo 7:37-39; 10:10).
Há também um trocadilho no texto hebraico com a expressão “as chuvas de outono
em justiça [em justa medida a chuva, RA]”, o que também pode ser traduzido como
“ensinador de justiça” (Jl 2:23, RC). A seita de Qumran esperava, com base
nesse verso, a vinda do “Ensinador de justiça” como o cumprimento dessa
profecia. Somente a aceitação dos ensinos do Mestre Jesus Cristo, e o Espírito
Santo, irão nos preparar para adorar a Deus em verdade e em espírito, a fim de
ser livrados no dia do juízo.
Pense nisto: Por que o Espírito Santo é tão
importante em nossa vida? O que significa o derramamento do Espírito sobre o
povo de Deus a fim de que eles tenham a plenitude do Senhor? (Ez 36:26-28; Jo
16:7-15; Rm 8:13-17).
III. Deus julgará todas as nações no vale da
decisão
(Recapitule com a classe Jl 2:32.)
O livro de Joel fala sobre o último julgamento no vale da decisão. O mesmo vale
é chamado vale de Josafá. O nome Josafá significa “O Senhor julga.” Não se
trata de um vale geográfico literal em algum lugar na Palestina (nenhum vale é
grande o suficiente para conter todas as nações do mundo). É um lugar
simbólico, mas com um julgamento real, no qual Deus julgará o mundo inteiro. É
possível ver claramente essa verdade a partir do nome simbólico do vale.
Ocorrerão as decisões executivas finais de Deus, e o julgamento divino revelará
as decisões que as pessoas fizeram (Dn 7:9, 10, 22, 25, 26; Mt 16:27). O
julgamento de Deus não é inventado nem caprichoso.
Pense nisto: A questão fundamental é:
Quem pode suportar o juízo de Deus e como? Explique aos membros de sua classe o
que significa invocar o nome do Senhor (Jl 2:32).
Aplicação
Só para o professor: Explique aos alunos como eles podem receber o batismo do Espírito
Santo a cada dia.
Todo cristão sincero deseja ter com Deus um relacionamento significativo,
íntimo e verdadeiro. No entanto, esse relacionamento não pode ser sentimental,
mas deve ser bíblico, no sentido de que toda a personalidade humana esteja
envolvida: intelecto, sentimentos e vontade. Como o cristianismo envolve toda a
personalidade dessa forma? Como as religiões orientais se comparam com o
cristianismo, e o que o cristianismo oferece que as religiões orientais não
oferecem?
Aplicação prática: Joel apela a todos – adultos, crianças, velhos, jovens,
recém-casados – para que realmente se convertam ao Senhor com jejuns e com
pranto. Como os pastores e líderes da igreja podem ajudar os membros da igreja
a convidar todos para que experimentem o verdadeiro arrependimento? Que papéis
o jejum e o estudo das Sagradas Escrituras devem ter no verdadeiro
reavivamento? O que o jejum e o estudo da Bíblia têm a ver com o
arrependimento?
COMENTÁRIOS
6 a 13 de abril
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é formado
em teologia pelo Unasp Campus 2 e atualmente exerce a função de pastor
distrital no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, RS.
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Como devemos
reagir diante de uma tragédia? Essa pergunta é fundamental para que entendamos
a mensagem do livro de Joel. Na verdade, os problemas dos dias do profeta
deveriam ser vistos como juízos sobre uma nação desobediente à aliança com seu
Deus. Essa foi uma das motivações para a composição dessa obra. Além disso, o
escritor bíblico estava preocupado com a postura do povo diante de tamanha
calamidade. Olhando dessa forma, não se trata apenas de um livro antigo sem
relevância para nós. Vivemos numa época em que desastres naturais e calamidades
fazem parte do nosso cotidiano. Sendo assim, como reagir diante de tais
eventos?
Assim como
ocorre com o profeta Oseias, dispomos de pouquíssimas informações sobre quem
foi Joel. Assim como a maioria dos nomes bíblicos, Joel é composto por duas
palavras: Yo (uma das formas para se abreviar o
nome sagrado de Deus) e o substantivo hebraico ‘el,
que significa Deus. Seu nome, portanto, seria algo como “o Senhor é Deus”. Já o
nome do seu pai, que aparece no verso 1, pode ser tanto Betuel como Petuel, já
que existe uma ligeira diferença na versão hebraica e grega do presente livro.
Porém, a autoria do livro não é o propósito deste comentário.
O mesmo pode ser dito sobre a data da composição da obra. Joel não menciona
nenhuma data ou nome de um governante israelita que nos ajude a datar o livro.
Alguns estudiosos afirmam que o profeta pode ter escrito sua mensagem por volta
do 5º século a.C., ou seja, após o período de cativeiro que os judeus tiveram
em Babilônia. Outros já defendem uma data anterior, por volta do 7º século
a.C., quando os assírios já haviam destruído o reino do Norte (Israel) e
representavam uma ameaça para o reino de Judá. Não há necessidade de sermos
dogmáticos nesse assunto já que nem o autor da obra considerou isso uma questão
importante. No entanto, quero apresentar três motivos pelos quais creio que a
segunda opção (7º século a.C.) seja a época em que o profeta Joel desempenhou
seu ministério:
1º) Joel não faz nenhum menção ao reino de Israel, nem sua capital Samaria,
sugerindo assim que eles já haviam sido destruídos, evento ocorrido em 722 a.C.
O livro, portanto, pode ter sido escrito após esse incidente.
2º) Os muros de Jerusalém são mencionados em 2:7-9, o que nos deve indicar que
essa descrição foi feita antes da destruição dessa cidade, em 586 a.C., quando
Nabucodonosor, rei de Babilônia, a destruiu completamente.
3º) Os serviços de adoração eram realizados no templo (2:15-17), o que também
sugere que isso ocorreu antes da destruição da cidade, como mencionado
anteriormente.
Essa época foi marcada por uma grande inconstância espiritual dos líderes da
nação. Se nossa recontrução do período histórico estiver correta, era mais do
que necessária a mensagem de um profeta para conduzir a nação de volta aos
caminhos de Yahweh, o Deus de Israel,
mesmo que sua mensagem envolvesse uma calamidade.
I. A mensagem de Joel
Apresento a
seguir uma estrutura sugestiva da obra de Joel:
I. A invasão
de gafanhotos e o chamado para o arrependimento (1:1 – 2:17)
a. Um chamado para oração e contrição (1:1-14)
b. O anúncio do Dia do Senhor (1:15 – 2:11)
c. Um chamado para arrependimento e oração (2:12-17)
II. Salvação
no Dia do Senhor (2:18 – 3:21)
a. A restauração de Judá (2:18-27)
b. A renovação do povo (2:28-32)
c. A vinda do Dia do Senhor (3)
Como se vê,
o “Dia do Senhor” é uma expressão-chave no livro de Joel, e também para outros
profetas que serão estudados ao longo do trimestre. Esse “dia”, foi apresentado
por Joel de duas formas, que são justamente os principais assuntos do livro:
Julgamento: No
capítulo inicial do livro é descrita uma calamidade assolando a vida dos
moradores do reino de Judá. Um “exército” de gafanhotos estava destruindo a
nação. É interessante notarmos que esse tipo de “exército” aparece em diversas
passagens do Antigo Testamento (Jz 6:5; Jr 46:23; 51:14, 27; Na 3:15). Não
somente na Bíblia hebraica, mas também nos tabletes cuneiformes encontrados nas
ruínas de Ugarite, atual Ras Shamra, na Síria, existem menções de gafanhotos
marchando como um exército para destruir.
Tal situação trazia diversos problemas para a economia e para a subsistência da
nação. Em 1:4, são mencionadas quatro palavras para “gafanhoto”. É bem provável
que seja uma referência aos quatro estágios do crescimento desse inseto. Nada
foi deixado pelos gafanhotos (1:16-18). Como a lição de domingo menciona, para
uma sociedade agrícola em que tudo o que se plantava era para a subsistência da
família, uma praga como essa deve ter causado um estado de desespero para Judá.
Desespero porque, além de toda uma colheita ter sido destruída, a economia não
poderia permanecer estável. Além disso, seria necessário aguardar todo o
período de semeadura e colheita até conseguir usufruir daquilo que foi
plantado. Estamos falando de um período de aproximadamente um ano. Durante esse
tempo, muitas famílias judias devem ter vivido à margem da pobreza.
Joel aproveitou essa calamidade e chamou a atenção do povo para seu estado
espiritual deplorável. Para ele, a destruição causada pelos gafanhotos era um
anúncio divino de algo bem pior que viria como consequência do afastamento de
Deus por parte dos líderes religiosos e do restante da nação. É nesse sentido
que a expressão “Dia do Senhor” é empregada. Ela se refere à praga dos
gafanhotos (cap. 1), ao exército invasor (2:1-10); à batalha final no último
julgamento (cap. 3) e ao derramamento do Espírito Santo (2:28). Joel descreve
esse “dia” como estando “perto” e vindo “como assolação do Todo-poderoso”
(1:15), “dia de escuridão e densas trevas, dia de nuvens e negridão” (2:2),
“mui terrível”. Ele faz uma pergunta retórica: “Quem o poderá suportar?”
(2:11).
Ao mesmo tempo em que é necessário apresentar essa faceta de punição divina, o
Dia do Senhor, é preciso balancearmos com outro lado da justiça divina. Alguns
sinais anunciariam esse dia: “... os céus se abalam; o sol e a lua se
escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor” (2:10). Esses mesmos sinais
são mencionados mais tarde no verso 31: “O sol se converterá em trevas, e a
lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor.” Os mesmos
eventos podem ser vistos em 3:15 também. Esses textos foram mencionados mais
tarde pelo próprio Jesus (Mt 24:29), e por João (Ap 6:12, 13), referindo-se a
eventos que teriam lugar antes da segunda vinda de Cristo. No entanto, é
interessante lembrar que tais sinais ocorreram por ocasião da morte do próprio
Jesus. Houve um terremoto, uma escuridão e até mesmo algumas pessoas ressuscitaram.
Os eventos que atribuímos à segunda vinda de Cristo ocorreram no momento de Sua
morte. E todos esses eventos apontavam para um dia de juízo, o Dia do Senhor.
Em outras palavras, naquela sexta feira, às 15 horas, houve um juízo sobre o
Filho de Deus pendurado na cruz. Ele, como representante de toda a raça humana,
estava recebendo a punição pelo pecado da humanidade. Os expectadores daquela
dramática cena do sacrifício de Jesus, que conheciam as profecias do Antigo
Testameto relacionadas ao “Dia do Senhor”, perceberam que algo muito maior
estava acontecendo naquele local chamado Gólgota, ou Calvário. O “Dia do
Senhor” estava acontecendo exatamente ali. Como Paulo escreveu, “Aquele que não
conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos
justiça de Deus” (2Co 5:21). O próprio Deus recebeu o juízo pelos nossos
pecados para que pudéssemos ter vida em abundância.
Com isso,
não pretendo sugerir que a tradicional interpretação adventista do dia escuro e
da lua se mostrando vermelha como sangue, ambos ocorridos em 1780, nem a queda
das estrelas de 1833, não tenham validade. William H. Shea, um dos principais
nomes da erudição adventista no século passado, apresenta essa possibilidade do
“Dia do Senhor” ter acontecido nos dias de Joel, na era apostólica, e os
eventos naturais relacionados com a vinda de Cristo nesses mesmos anos. William
H. Shea, A Marcha dos Sinais, Revista Ministério (maio/junho 1999), p. 12-13.
II. Arrependimento e salvação
A partir de
2:12-17, a expressão-chave é “convertei-vos a Mim de todo o vosso coração”. Já
mencionamos no segundo comentário da lição de Oseias que o verbo para converter em hebraico é shub,
que também significa voltar. Esse verbo aparece duas vezes nesse texto (v. 12,
13). Tal arrependimento deveria ser mostrado de maneira íntima, na vida de
oração, em tristeza pelos atos pecaminosos, jejum e reunião solene. Todos
deveriam fazer parte desse reavivamento nacional (v. 16). Todos deveriam ter o
propósito de suplicar o perdão divino pelos pecados da nação. A crise abriu os
olhos do povo para que percebesse sua degradação no relacionamento com Deus.
Na aliança entre Deus e Israel, as promessas de bênçãos poderiam se tornar
maldições e vice-versa, de acordo com a obediência dos israelitas (Dt 28; Jr
18:1-10). É exatamente isso que podemos ver em Joel. Quando o povo se
arrependeu (shub)
dos seus maus caminhos, as mensagens de juízo se tornaram mensagens de salvação
e restauração (v. 18-32). Aquilo que foi destruído pelos gafanhotos, seria
restaurado a um estágio ainda melhor. Tal restauração transporia os limites
daquilo que é material e coroaria a nação com a melhor das dádivas: o Espírito
de Deus.
Muitos séculos antes de Joel, Moisés havia expressado seu desejo de que todo o
povo de Israel recebesse o Espírito de Deus (Nm 11:29). Joel mostra o desejo
divino de cumprir esse sonho do maior líder que Israel já conheceu. O Espírito
de Deus seria derramado “sobre toda a carne”. Homens, mulheres, crianças,
velhos, servos e servas receberiam o Espírito de Deus sobre si e estariam aptos
para profetizar, isto é, seriam porta-vozes de Deus para tornar Seu nome
conhecido (Jo 2:28-29). Até mesmo a natureza se uniria nessa tarefa de anunciar
o “dia do Senhor” (v. 31).
É neste ponto do livro que temos um importante verso para compreensão de um
tópico intrigante no livro do Apocalipse. “E há de ser que todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte
Sião e em Jerusalém
haverá livramento, assim como disse o Senhor, e entre os sobreviventes,
aqueles que o Senhor chamar” (v. 32). Acerca dos 144 mil, João escreveu:
“Olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com Ele cento
e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o
nome de seu Pai” (Ap 14:1). A melhor forma de se entender o
Apocalipse é conhecer bem o Antigo Testamento. Praticamente em todas as
passagens do livro existe algum tipo de menção ou eco de uma passagem ou evento
da Bíblia hebraica. Repare que, ao descrever os 144 mil, a linguagem de João é
muito semelhante à de Joel. Ambos falam do nome do Senhor (frases destacadas),
do monte Sião (frases em itálico), e aquilo que Joel chama de “sobreviventes”
(ou remanescentes como no original hebraico), João chama de 144 mil (frases em
negrito). Não se trata de um número literal, mas sim de um grupo incontável de
pessoas descrito em outras partes do livro como “grande multidão” (Ap 7; 19).
Eles “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7:14).
Em outras palavras, foram salvos pelo sacrifício de Cristo.
“E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (v. 32).
Os juízos preditos por Joel tinham por objetivo mostrar aos seus ouvintes o
grande desejo de Deus em salvar Suas criaturas.
Em 2:14 é
mencionado um possível arrependimento divino. Apesar de arrependimento ser a
mesma palavra utilizada tanto para a ação humana (v. 12), como para a ação
divina (v. 14), não se trata da mesma palavra em hebraico. O termo hebraico
utililizado para se referir ao arrependimento divino é naham,
que carrega consigo a ideia de uma tristeza profunda, exaustão. Essa mesma raiz
verbal (nhm) era
utilizada em arábe antigo para se referir à exaustão de um cavalo após uma
corrida. Com isso em mente, quando algumas passagens mencionam que Deus Se
arrependeu (p. ex. Gn 6:6), imaginemos Deus cansado de tamanha rebelião humana,
porém não sendo instável como seres humanos.
A relevância da mensagem de Joel
O que vimos
até agora relaciona-se ao ambiente histórico e à teologia da mensagem do
profeta. Como posso aplicar esse conteúdo à minha vida devocional e transmitir
isso para minha unidade da Escola Sabatina?
Deus e as tragédias
naturais: Em
2012 foi lançado o filme “O Impossível”, descrevendo os esforços de uma família
mexicana para se encontrar após o Tsunami que varreu o sul da Ásia, no dia 26
de dezembro de 2004. Enquanto assistia, meu coração ficava pesado em saber que
não se tratava de mais uma bem elaborada produção de Hollywood. Quase trezentas
mil pessoas perderam a vida nessa tragédia. É interessante como aqueles que
cultuam a “mãe natureza” costumam culpar o Pai (Deus) por tragédias como essa!
Para um ateu, tal tragédia foi um acaso, sem nenhum propósito. Para um budista
e hindu, foi o karma daquelas vítimas. Elas estavam
recebendo o que mereciam. E para um cristão que afirma que seu Deus é Criador,
Mantenedor, Todo-poderoso e Amoroso?
É algo extremamente delicado tentar explicar uma situação como essa, mas creio
que podemos aprender algo com uma doença rara chamada CIPA (Congenital Insensitivity to Pain with
Anhidrosis [Insensibilidade congênita à dor com anidrose]).
Trata-se de uma desordem no sistema nervoso que leva à insensibilidade à dor.
Uma criança que nasce com esse problema pode queimar a mão no fogo e não sentir
nada. Pode cair do 2º andar de um prédio, quebrar alguns ossos e não sentir
nada. É surpreendente que a mãe de uma dessas crianças disse certa vez que a
oração diária dela era para que sua filhinha pudesse sentir dor algum dia.
Parece estranho, mas o sofrimento e a dor acabam tendo funções essenciais para
a vida humana. A dor, por exemplo, nos mostra que algo está errado com o corpo.
Quem sabe, Deus trabalhe da mesma forma conosco. Sofrimento e dor são formas de
Deus atrair nossa atenção para algo errado que existe em nosso mundo. Podemos
não ter todas as respostas, mas o fato é que existe algo muito errado com os
seres humanos e com o mundo. E o Deus bíblico deseja Se apresentar como Alguém
capaz de nos guiar diante de momentos obscuros da nossa existência. Como diz o
hino cristão:
“Mais perto quero estar,
Meu Deus, de
Ti,
Inda que
seja a dor Que me una a Ti”
A poderosa
atuação do Espírito de Deus: Joel menciona o
derramamento do Espírito Santo sobre toda carne. Mas o que isso significa?
Seria apenas uma capacidade para desempenharmos nossas funções eclesiásticas?
Na verdade, existe uma obra a ser realizada em cada coração. Em Tito 3:5, Paulo
fala a respeito do “lavar regenerador e renovado do Espírito Santo”. Assim como
as plantações dos dias de Joel foram destruídas pelos gafanhotos, nossa
espiritualidade é devastada pela ação perniciosa do pecado e só pode ser
restaurada pela terceira pessoa da Divindade. Somente Ele tem o poder de
regenerar e renovar. Numa época em que se fala tanto de reavivamento e reforma
dentro do adventismo, é necessário tornar isso nossa prioridade pessoal, não
apenas de nossas congregações. Há mais de 20 anos ouvi pela primeira vez um
hino do quarteto Arautos do Rei e, desde então, é uma das minhas canções
favoritas. Concluo com as palavras do hino Habita em mim:
Habita em
mim ó Senhor
Conforme
prometeste, ó Pai!
Tenho ouvido sempre o Teu chamar
Te peço, ó Deus, habita em mim!
Habita em mim, pelo Teu poder,
Preciso tantas decisões fazer.
Dá-me esta tão preciosa luz,
Divina luz,
habita em mim,
Pois me encontro em duras provas
Tão difícil é vencer.
Necessito um guia
Dizendo aonde ir.
Habita em mim, ó Senhor
Pelo Espírito do Teu amor.
Dize como devo caminhar.
Vem, pois, guiar e habita em mim!
O meu viver, dou-te, Pai.
Faze dele um feliz lugar
Onde possas com prazer morar.
Eu te amo, ó Deus!
Habita em mim.
Que seja essa a nossa oração diária e recebamos o derramamento do Espírito de
Deus em nossa vida!
Com isso,
não pretendo sugerir que a tradicional interpretação adventista do dia escuro e
da lua se mostrando vermelha como sangue, ambos ocorridos em 1780, nem a queda
das estrelas de 1833, não tenham validade. William H. Shea, um dos principais
nomes da erudição adventista no século passado, apresenta essa possibilidade do
“Dia do Senhor” ter acontecido nos dias de Joel, na era apostólica, e os
eventos naturais relacionados com a vinda de Cristo nesses mesmos anos. William
H. Shea, A Marcha dos Sinais, Revista Ministério (maio/junho 1999), p. 12-13.
Em 2:14 é mencionado um possível arrependimento divino. Apesar de
arrependimento ser a mesma palavra utilizada tanto para a ação humana (v. 12),
como para a ação divina (v. 14), não se trata da mesma palavra em hebraico. O
termo hebraico utililizado para se referir ao arrependimento divino é naham,
que carrega consigo a ideia de uma tristeza profunda, exaustão. Essa mesma raiz
verbal (nhm) era
utilizada em arábe antigo para se referir à exaustão de um cavalo após uma
corrida. Com isso em mente, quando algumas passagens mencionam que Deus Se
arrependeu (p. ex. Gn 6:6), imaginemos Deus cansado de tamanha rebelião humana,
porém não sendo instável como seres humanos.
Introdução
- Esboço da Lição “Busque ao Senhor e Viva” (aqui).
Esboço da
Lição 3 - Um Deus santo e justo (Joel) (aqui).
|
Verso para memorizar: “O Senhor levanta a voz diante do Seu
exército; porque muitíssimo grande é o Seu arraial; porque é poderoso quem executa as
Suas ordens; sim, grande é o dia do Senhor e muito terrível! Quem o poderá
suportar?” (Joel 2:11).
Introdução de sábado à tarde
Nos tempos de Joel DEUS
estava empenhado por levar Seu povo ao arrependimento. Israel se desviara outra
vez para a idolatria dos povos vizinhos. Conquanto DEUS houvesse dado a eles
progresso e fartura, quando nestas condições chegavam buscavam diversão com os
atrativos de fora do país. Ainda hoje nós, povo de DEUS, somos tão atraídos
pelas mesquinharias de fora. E julgamos como eram maus naqueles tempos, mas não
é diferente hoje! Porque será que vai haver forte sacudidura?
Joel foi chamado por
DEUS. Ele havia enviado uma seca e um exército de gafanhotos. Raciocine bem: o
que é melhor, gafanhotos ou um exército de algum país vizinho, de onde poderiam
vir homens armados, que além de destruírem as plantas, também matariam as
pessoas e tomariam o poder político sobre o reino? Pois os gafanhotos vieram
antes para alertar que depois, se não se arrependessem, viriam os homens, e se
com os gafanhotos foi terrível, com os homens seria bem pior. E infelizmente
foi assim, sob o exército assírio. Eles não ouviram a voz de DEUS por meio do
profeta Joel.
“Será bom considerarmos
o que está prestes a sobrevir à Terra. Não é este o tempo para frivolidades ou
para o egoísmo. Se o tempo em que vivemos deixar de nos impressionar seriamente
o espírito, que nos poderá atingir então? Não requerem as Escrituras trabalho
mais puro e santo do que o que até aqui se tem visto? … Fiquei profundamente
impressionada pelas cenas que recentemente passaram diante de mim, à noite.
Parecia existir um grande movimento – um trabalho de reavivamento – em ação em
vários lugares. Nosso povo movia-se em linha e respondia ao apelo de Deus. Meus
irmãos, o Senhor está falando a cada um de nós. Não ouviremos Sua voz?”
(Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 514 e 515).
1. Primeiro dia: Desastre nacional
Hordas e horadas de
gafanhotos vinham sobre Israel (Joel 1:4). Primeiro o gafanhoto cortador, depois
o migrador, depois o devorador e por fim veio o gafanhoto destruidor. O
que sobrava de um, o outro devorava. São poderosos destruidores, como um povo
com dentes de leão e queixos de leoa. Dos gafanhotos não sobrou nada com folha.
Mas a situação piorou
muito mais. As árvores sem folhas pelo menos poderiam, em curto tempo, se
restabelecer. Mas então veio uma seca que matou as árvores. Agora passou a não
haver perspectiva, a curto prazo, de produzir frutos. O cereal fora dizimado
pelos gafanhotos, as folhas das árvores também, agora as próprias árvores
morreram. Os rios secaram e o fogo devorava a lenha seca. A situação requeria
plantio imediato das árvores e mesmo assim teriam que esperar por vários anos
para colher os primeiros frutos. Teriam que recomeçar do zero, se a seca
passasse logo.
Aí
vem a recomendação de Joel: um
jejum, uma reunião de todos os moradores da terra para clamar ao Senhor. Era o temível dia do Senhor. Eles
haviam se afastado de DEUS e agora, para retornar, deveriam arrepender-se e mudar
de vida.
“DEUS não pode abençoar
os homens em suas terras e rebanhos quando eles não usam as bênçãos recebidas
para glorificá-Lo. Ele não pode confiar Seus tesouros àqueles que os empregam
mal” (Comentário de EGW sobre a Lição da Escola Sabatina, p. 18).
2. Segunda: Toque de
trombeta
O que Joel recomendou
que fizessem? Deveriam proclamar um dia de jejum e oração, e toda a nação deveria participar. Assim eles fariam meia
volta; estavam indo para a idolatria, agora deveriam voltar e ir para DEUS.
“O jejum recomendado
pela Palavra de Deus é alguma coisa mais que uma forma. Não consiste meramente
em nos privarmos da comida, em usarmos saco, em lançarmos cinza sobre a cabeça.
Aquele que jejua com verdadeira tristeza pelo pecado, jamais buscará exibir-se.
“O objetivo do jejum que
Deus nos convida a fazer, não é afligirmos o corpo pelo pecado do coração, mas
o ajudar-nos a perceber o caráter ofensivo do pecado, a humilharmos o coração
diante de Deus e recebermos Sua graça perdoadora. Sua ordem a Israel, foi:
“Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor,
vosso Deus.” Joel 2:13” (O Maior Discurso de CRISTO, 87).
“Nosso Pai celestial não
aflige ou entristece de bom grado os filhos dos homens. Tem Ele um propósito no
redemoinho e na tempestade, no fogo e nas inundações. O Senhor permite que
calamidades sobrevenham a Seus filhos a fim de salvá-los de perigos, maiores.
Deseja que cada um examine íntima e cuidadosamente o próprio coração, e então
se aproxime de Deus, para que Deus dele Se aproxime” (Nos Lugares Celestiais,
MM 1968, 265).
“Examine cada qual seu
próprio procedimento. Pergunte cada qual, de si para si, se está à altura da
norma que Deus colocou a sua frente. Podemos nós dizer, de coração: “Ponho de
lado minha própria vontade? ‘Deleito-me em fazer a Tua vontade, ó Deus meu;
sim, a Tua lei está dentro do meu coração’? Sal. 40:8.” Perguntamos
diariamente: “Senhor, qual é Tua vontade a meu respeito?” (Nos Lugares
Celestiais, MM 1968, 265).
O que o profeta Joel
estava requerendo dos Israelitas do Reino do Norte era que fizessem um grande
ato nacional de retorno a seu DEUS. Era algo como dizemos hoje “dar a volta por
cima”, isto é, mudar totalmente o estilo de vida.
Eles, naquele tempo, deveriam livrar-se da idolatria dos povos vizinhos. Mas nós
hoje também devemos nos libertar de uma certa idolatria. É uma idolatria de
caráter moderno – todas aquelas coisas que nos prendem ao mundo e que ajudam na
separação de DEUS. “Posto que de forma diversa, existe hoje a idolatria no
mundo cristão tão verdadeiramente como existiu entre o antigo Israel nos dias
de Elias. O deus de muitos homens que se professam sábios, de filósofos,
poetas, políticos, jornalistas; o deus dos seletos centros da moda, de muitos
colégios e universidades, mesmo de algumas instituições teológicas, pouco
melhor é do que Baal, o deus-sol da Fenícia” (O Grande Conflito, 583).
3. Terça: O dom do ESPÍRITO de DEUS
A profecia de Joel 2:27
a 29 diz o seguinte: “E vós sabereis que eu estou no meio de Israel, e que eu sou
o SENHOR vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será
envergonhado. E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a
carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão
sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as
servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” (Joel 2:27-29).
Essa passagem bíblia é
uma poderosa profecia que devemos atentar bastante. Ela já se cumpriu uma vez,
e se cumprirá outra vez, e está começando a se cumprir pela segunda vez. Da
primeira vez, foi logo após JESUS estar entre os seres humanos. JESUS foi
crucificado e após a ressurreição, permaneceu entre os humanos mais 40 dias.
Então, diante dos discípulos, subiu ao Céu, e naquele momento foi reforçada a
promessa de Sua segunda vinda (Atos 1:11). JESUS recomendou que eles ficassem
unidos, reunidos num lugar, até que recebessem o
poder do ESPÍRITO SANTO. “”E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento
veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.” Atos 2:1
e 2. O Espírito veio sobre os discípulos, que expectantes oravam, com uma
plenitude que alcançou cada coração. O Ser infinito revelou-Se em poder a Sua
igreja. Era como se por séculos esta influência estivesse sendo reprimida, e
agora o Céu se regozijasse em poder derramar sobre a igreja as riquezas da
graça do Espírito. E sob a influência do Espírito, palavras de penitência e
confissão misturavam-se com cânticos de louvor por pecados perdoados. Eram
ouvidas palavras de gratidão e de profecia. Todo o Céu se inclinou na
contemplação da sabedoria do incomparável e incompreensível amor. Absortos em
admiração, os apóstolos exclamaram: “Nisto está a caridade!” I João 4:10. Eles
se apossaram do dom que lhes era repartido. E que se seguiu? A espada do
Espírito, de novo afiada com poder e banhada nos relâmpagos do Céu, abriu
caminho através da incredulidade. Milhares se converteram num dia” (Atos dos Apóstolos,
37 e 38).
Mas para receberem este
poder sobrenatural, tiveram que buscar a harmonia entre eles. “Os primeiros
discípulos saíram pregando a Palavra. Eles revelaram Cristo em sua vida. E o
Senhor andava com eles, “confirmando a Palavra com os sinais que se seguiram”.
Mar. 16:20. Estes discípulos se prepararam para a obra. Antes do dia de
Pentecoste se reuniram e tiraram dentre eles todas as desinteligências. Estavam
de um mesmo sentimento. Acreditavam na promessa de Cristo, de que a bênção
seria dada, e oravam com fé. Não pediam a bênção apenas para si; estavam
preocupados com a responsabilidade quanto à salvação de almas. O evangelho
devia ser levado até aos confins da Terra, e eles reclamavam a doação do poder
que Cristo prometera” (O Desejado de Todas as Nações, 827).
Nesse momento, nesses
dias de hoje, a igreja está sendo preparada para a repetição dessa profecia. O
reavivamento e a reforma já estão em andamento. É evidente que isto ocorrerá em
uma minoria na igreja, por isso muitos não estão vendo nada. Mas quem nada vê, é porque não está participando, ainda dorme. A maioria dos membros, diga-se isto
com sofrimento, vai pelo caminho do joio, e muitos se revoltarão contra a
igreja. Uma proporção pequena se reavivará, como hoje já se pode ver, mas na igreja
mais da metade deverão estar reavivados para que DEUS derrame o poder. Esta
proporção será alcançada mediante a sacudidura, que também já está em
andamento. O atual e último reavivamento resultará outra vez no derramamento do
ESPÍRITO SANTO. É a repetição da profecia de Joel. “O grande derramamento do
Espírito de Deus, que ilumina toda a Terra com a Sua glória, não virá enquanto
não tivermos um povo iluminado, que conheça por experiência própria o que
significa ser colaboradores de Deus. Quando tivermos uma consagração plena, de
todo coração, ao serviço de Cristo, Deus reconhecerá esse fato derramando Seu
Espírito sem medida; mas isso não acontecerá enquanto a maior parte da igreja
não se transformar em coobreiros de Deus. Deus não pode derramar Seu Espírito
quando o egoísmo e a condescendência própria são tão manifestos; quando
prevalece um espírito que, traduzido em palavras, exprimiria a resposta de
Caim: “Sou eu guardador do meu irmão?” Gên. 4:9” (Conselhos Sobre Mordomia,
52).
O povo sobre o qual será
derramado o poder do ESPÍRITO SANTO será antes aperfeiçoado a tal ponto que
darão um bom testemunho. Não serão pessoas contraditórias, que dizem uma coisa
mas fazem outra. Serão convertidos por inteiro, e embora ainda pecadores,
estarão como Enoque, como Elias, como Moisés, e muitos outros do passado,
ligados a DEUS, dirigidos por Ele desde seus pensamentos mais íntimos até seus
atos. Veja e reflita sobre as citações que se seguem (os grifos foram
acrescentados).
“Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação
de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir
perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus.
Todo cristão tem o privilégio, não só de esperar a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo, comotambém de apressá-la. Se todos os que professam Seu nome
produzissem fruto para Sua glória, quão depressa não estaria o mundo todo
semeado com a semente do evangelho! Rapidamente amadureceria a última grande
seara e Cristo viria recolher o precioso grão” (Parábolas de Jesus, 69). “Dando
o evangelho ao mundo, está em nosso poder apressar a volta de nosso Senhor. Não
nos cabe apenas aguardar, mas apressar o dia de Deus. II Ped. 3:12” (O Desejado
de Todas as Nações, 633 e 634) “O Senhor terá um povo tão verdadeiro como
o aço, de fé tão firme como o granito. Eles
devem ser-Lhe testemunhas no mundo, instrumentos Seus para realizar uma obra
especial, gloriosa, nos dias de Sua preparação” (Testemunhos Seletos, I,
590).
4. Quarta: Proclamando
o nome de DEUS
O tempo de espera para a
volta de JESUS é em torno de seis mil anos. Adão e Eva não sabiam que levaria
tanto tempo. A tristeza deles seria maior se soubessem. Os apóstolos e
primeiros cristãos também não imaginavam que ainda faltariam em torno de dois
mil anos. Profecia atrás de profecia ia se cumprindo, e o final, aos poucos, se
aproximava. Hoje, não temos dúvidas, estamos pertinho do fim do sofrimento, e
ao mesmo tempo, pertinho do início de uma nova vida há muito anunciada. Somos
povo da última geração, o povo que já está dando início à proclamação da última
mensagem. Muitos dentre nós, infelizmente não todos, participarão do privilégio
do recebimento do ESPÍRITO SANTO para a finalização da pregação da novidade da
segunda vinda a todo o mundo. “…estamos vivendo nos últimos dias da história
deste mundo. Cumpre traçar uma linha divisória entre os que servem a Deus e os
que servem a si próprios” (Conselhos Sobre Saúde, 132).
A proclamação da obra de
JESUS se avolumará até chegar ao alto clamor. Alcançará o mundo inteiro. Todos
saberão que existe DEUS e que JESUS voltará bem logo. E todos tomarão uma
decisão em relação a sua vida que os incluirá na vida eterna ou os excluirá
dela.
“Estamos vivendo nos
últimos dias. Aproxima-se o fim de todas as coisas. Cumprem-se rapidamente os
sinais preditos por Cristo. Esperam-nos tempos tormentosos; não pronunciemos,
porém, palavra alguma de desalento ou descrença. Aquele que compreende as
necessidades da situação dispõe as coisas de maneira tal que os obreiros
colocados nos diferentes lugares possam desfrutar das vantagens que lhes
permitam despertar com mais eficácia a atenção do público. Ele conhece as
necessidades dos mais débeis membros do Seu rebanho, e envia Sua mensagem tanto
pelos caminhos como pelos atalhos. Ele nos ama com amor eterno. Lembremo-nos de
que anunciamos uma mensagem de cura a um mundo repleto de almas enfermas de
pecado. Ajude-nos o Senhor a aumentar a nossa fé e fazer-nos compreender que
Ele quer que todos conheçamos Seu ministério de curar e Sua obra de
propiciação! Ele quer que a luz de Sua graça resplandeça de muitos lugares”
(Conselhos Sobre Saúde, 392).
Repetindo o alerta de
ontem, devemos nos achegar a JESUS CRISTO para sermos cada vez mais semelhantes
a Ele e nos separarmos da banda podre do mundo. Isso é urgente, pois o tempo
está esgotando. “Os que se tornaram
novas criaturas em Cristo Jesus, produzirão
os frutos do Espírito –
“amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio“. Gál. 5:22
e 23. … refletir-Lhe-ão o caráter e se purificarão,
assim como Ele é puro. As
coisas que outrora aborreciam, agora amam; e aquilo que outrora amavam,
aborrecem agora. O orgulhoso e presunçoso torna-se manso e
humilde de coração. O vanglorioso e arrogante torna-se
circunspecto e moderado. O
bêbado torna-se sóbrio e o viciado, puro. Os
vãos costumes e modas do mundo são renunciados” (Caminho a CRISTO,
p. 58, grifos acrescentados).
5. Quinta: Refúgio
em tempos de provas (Joel 3)
O pecado tem duas forças
contra nós. A primeira é a nossa própria natureza. Ela foi modificada, sofreu
degeneração, e passamos a
gostar do mal. Isso é contraditório, mas é real. Basta ver o quanto fazem
sucesso os filmes de ação, com terror, imoralidade, baixo humor, e assim por
diante. Tente produzir um filme sobre a vida de uma família bem estruturada e
feliz. Poucos se interessarão. Mas um que mostra violência, sangue, mortes,
traições, super-heróis fictícios, quanto mais disso, mais atrairá o grande
público.
A outra força do pecado
são seres espirituais maus, que nada mais perdem em atrair as pessoas para a
prática da injustiça, geralmente valendo-se de seres humanos para seus
intentos. É, portanto, bem mais fácil cativar pessoas para o mal do que para o
bem. Nesse caso, há a necessidade do poder de DEUS para proceder um processo de
transformação na pessoa para que ela perca a atração para o que é ruim.
DEUS disse, por meio do
profeta, que não devemos temer aqueles que matam o corpo, mas não podem tirar
de nós a vida eterna. Estes são os assassinos, que por pouca coisa ou por
muita, tiram a vida das pessoas. Destes não devemos ter medo, se bem que,
obviamente, devemos nos precaver deles. Porém, aqueles que são capazes de tirar nossa
vida eterna, aqueles que matam o corpo e também a alma, desses devemos temer e
nos refugiar em DEUS, único capaz de nos libertar deles. Quem são eles? São os maus espíritos, e também seres humanos. Podemos lembrar
alguns seres humanos nessa categoria: os produtores de filmes e vídeos de má
índole, os produtores de novelas, os que mentem a respeito da Bíblia e ensinam
falsas doutrinas, os que inventam alternativas de adoração falsa, os que levam
pelos caminhos largos e cheios de atrativos do mundo, os que emitem propaganda
na televisão para assistir programas inconvenientes, e assim por diante. A lista é enorme. Cuidado com eles, afastemo-nos deles e de suas ciladas,
eles trabalham com satanás e para ele. São inimigos geralmente bem disfarçados
de bons cidadãos. Muitos
deles podem ser colegas de fé, mas são agentes de satanás. Todos aqueles que de
alguma forma, simples ou mais complexa, são capazes de nos desviar da vida
eterna estão nessa categoria: agentes de satanás.
Como prevenir-se deles?
Oração, estudo da Bíblia, comunhão com DEUS, é o caminho. Todos os dias
momentos de ligação com quem pode nos defender. “Em uma das mais belas e
confortadoras passagens da profecia de Isaías, faz-se referência à coluna de
nuvem e de fogo para representar o cuidado de Deus pelo Seu povo, na grande
luta final com os poderes do mal: “E criará o Senhor sobre toda a habitação do
Monte de Sião, e sobre as suas congregações, uma nuvem de dia, e uma fumaça, e
um resplandor de fogo chamejante de noite; porque sobre toda a glória haverá
proteção. E haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia; e para
refúgio e esconderijo contra a tempestade, e contra a chuva.” Isa. 4:5 e 6”
(Patriarcas e Profetas, 282 e 283).
6. Aplicação do estudo – Sexta-feira,
dia da preparação para o santo sábado:
Vamos refletir um pouco. Nós estamos bem próximos do fim. Talvez
mais que imaginemos. Ainda estamos numa espécie de normalidade, como nos tempos de Noé e de Ló. Todos trabalhavam normalmente, parecia
que nada fora da rotina aconteceria, até o dia em que Noé entrou na Arca ou que
Ló saiu da cidade. Aí, repentinamente, da normalidade a situação passou para a
tragédia. Era uma tragédia anunciada: Noé pregou 120 anos, o testemunho de Ló
durou vários anos.
Hoje também parece tudo
normal. A ciência pesquisa e num intervalo pequeno de tempo anuncia novas
soluções. A fabricação de bens e o comércio estão em atividade frenética. As
comunicações nunca foram tão intensas. As viagens lotam aviões e os aeroportos
estão congestionados. As atividades de ganhar dinheiro, comprando e vendendo,
são as mais intensas em toda a história da humanidade. Tudo parece
absolutamente normal.
Mas
cuidado, a normalidade vai
passar de um dia para outro.
Assim foi no dilúvio e
na destruição de Sodoma e Gomorra e mais outras duas cidades menores. Há sinais
proféticos apontando que uma outra situação, diferente de tudo que já foi
visto, se tornará realidade, bem logo. Que dia não sabemos, mas será logo.
Dentre os sinais, destacamos alguns: reavivamento e reforma na IASD; aumento da
pregação sobre o sábado, a lei e a segunda vinda de JESUS CRISTO por parte da
IASD; união das igrejas comandada pela ICAR, apoiada pela ONU e diversos
países, inclusive não cristãos; defesa do sábado por parte de líderes
religiosos não adventistas, assim como ataques; o debate sobre a paz e
segurança que é global, e assim por diante. São muitas profecias que se cumprem
ao mesmo tempo.
Mas a principal se
cumpre na IASD, que é o início e aceleração crescente da última advertência ao
mundo. Por essa razão, a todos nós, que já participamos do povo de DEUS,
compete nos mantermos fiéis à igreja nesta hora tenebrosa, para sermos ungidos
pelo ESPÍRITO SANTO em grande intensidade e concluirmos juntos a obra de JESUS
CRISTO.
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