sábado, 6 de abril de 2013

ES - Lição 2 - Amor e julgamento: o dilema de Deus – 2º Trim, 2013








Lição 2 – Amor e julgamento: o dilema de Deus (Oseias)



De 06 a 13 de abril







Sábado à tarde
Ano Bíblico: 2Sm 15–17 


VERSO PARA MEMORIZAR:

“Converte-te a teu Deus, guarda o amor e o juízo e no teu Deus espera sempre” (Os 12:6).


Leituras da Semana:

Pensamento-chave: Oseias revela mais do amor de Deus por Seu povo rebelde.

Normalmente, os autores bíblicos usam metáforas para falar do relacionamento de amor entre Deus e Seu povo. A metáfora transmite algo profundo sobre um assunto menos conhecido utilizando algo conhecido ou familiar.


As duas metáforas bíblicas mais utilizadas sobre o relacionamento de Deus com Seu povo são as figuras de marido e mulher e pais e filhos. Na semana passada, consideramos a metáfora do marido e mulher. Nesta semana, examinaremos mais algumas metáforas de Oseias, a mais importante das quais é, de fato, a figura de pai e filho.


Oseias usou metáforas pelas mesmas razões pelas quais Jesus ensinou em parábolas: em primeiro lugar, para explicar as verdades sobre Deus por meio das coisas familiares da vida. Em segundo lugar, para gravar na mente das pessoas importantes princípios espirituais que poderiam ser aplicados na vida diária.


Domingo
Ano Bíblico: 2Sm 18, 19 



Enganado e insensato

“Efraim é como uma pomba facilmente enganada e sem entendimento; ora apela para o Egito, ora volta-se para a Assíria. Quando se forem, atirarei sobre eles a Minha rede; Eu os farei descer como as aves dos céus. Quando os ouvir em sua reunião, Eu os apanharei” (Os 7:11, 12, NVI).

1. Leia o contexto desses versos. Que advertência há neles? Que princípio podemos tirar desses versos para nossa vida?

Efraim era o filho mais novo de José. Jacó concedeu a ele uma bênção maior do que a de seu irmão Manassés. Visto que Efraim era o nome da principal tribo do reino do norte de Israel, o nome é aplicado a todo o reino, assim como o nome de Judá foi aplicado ao reino do sul. Nos versos acima, Israel é comparado a uma pomba sem entendimento (compare com Jr 5:21), o que a torna presa fácil para a rede do caçador. Nesse contexto, sua dependência da ajuda de outras nações era um ato de rebelião contra Deus.


Por quê? Porque uma aliança com o poderoso Império Assírio ou com o ambicioso Egito exigiria que Israel reconhecesse a supremacia dos deuses adorados por essas duas superpotências (leia também Is 52:4; Lm 5:1-6). Recorrer a elas significaria, necessariamente, afastar-se do Senhor. O que eles precisavam fazer era voltar para o Senhor, arrepender-se, obedecer aos Seus mandamentos e abandonar os falsos deuses. Essa era sua única esperança, não alianças políticas com os pagãos.

“A posição da Palestina a expunha à invasão desses dois antigos impérios. [...]


O prêmio muito cobiçado pelo qual esses poderosos impérios lutavam era a estrada que ligava as ricas bacias hidrográficas do Nilo e do Eufrates. Os reinos de Israel e Judá foram envolvidos nesse conflito internacional e espremido entre os dois rivais. Em desespero, sem confiança espiritual em seu Deus, Israel tolamente apelou primeiramente a um e depois ao outro em busca do apoio que só poderia se transformar em uma armadilha para seu próprio bem-estar nacional” (Ellen G. White, The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 4, p. 908, edição em inglês).


É muito fácil procurar ajuda humana para nossos problemas, em vez de buscar o Senhor, não é? O Senhor pode usar instrumentos humanos em resposta às nossas orações. Como podemos ter certeza de que, em situações de desespero e em necessidade de ajuda, não cometemos o mesmo erro de Israel? Como podemos usar a ajuda humana sem, necessariamente, nos afastarmos do Senhor?

  
Segunda
Ano Bíblico: 2Sm 20, 21 


Bezerra domada

2. Qual foi a mensagem do Senhor ao Seu povo em Oseias 10:11-13? Como podemos entender a frase “até que Ele venha, e chova a justiça sobre vós”?

Em Oseias 10, Efraim, o filho de Deus, é comparado a uma novilha domada que gostava de trilhar o grão porque ela poderia comer enquanto trilhasse. Assim, em vez de ser produtiva, a existência de Israel havia se tornado egocêntrica. Quando Deus colocasse o jugo sobre Israel para que a nação trabalhasse em campo aberto, justiça e bondade cresceriam.


Nos tempos bíblicos, o jugo era um instrumento de serviço. Animais de carga, novos, eram treinados para ser dóceis, trabalhando primeiramente na eira (Jr 50:11).

Enquanto sob o jugo, eles simplesmente pisavam o cereal com os pés. Na fase seguinte, eles puxavam um trilho sobre o cereal (2Sm 24:22). Esse tipo de trabalho os preparava para a tarefa mais disciplinada de arar um campo (1Rs 19:19; Jr 4:3).

Deus tinha um plano semelhante ao treinar Israel. Ele colocaria um jugo sobre o belo pescoço de Efraim para fazê-lo trabalhar duro, abrindo e lavrando o solo.


Em Oseias 10:12, o profeta apresentou o que o Senhor desejava que Israel fosse por meio da obediência à Sua palavra. Justiça e constante amor foram as dádivas prometidas por Deus à Sua esposa, quando a aliança fosse renovada (Os 2:19). Se as pessoas semeassem justiça, colheriam bondade. Unicamente procurando o Senhor e Sua vontade, Israel poderia ser livre da futura punição. A porta da misericórdia ainda está aberta para possível arrependimento por parte do povo escolhido de Deus.


A advertência para semear justiça diz respeito ao relacionamento entre as pessoas. Buscar a Deus diz respeito ao relacionamento entre Ele e Seu povo. Abrir o solo representa reforma e renovação nos aspectos espiritual e social. O Senhor e Seu povo trabalhariam juntos em um relacionamento mútuo para trazer novamente bênçãos à terra. Os resultados seriam um florescimento glorioso que se espalharia por todos os lugares (Os 14:5-7).

Leia o convite de Cristo para que tomemos sobre nós o Seu jugo (Mt 11:28-30). Aprender com Cristo a ser “manso e humilde de coração” pode nos ajudar a encontrar “descanso para a [nossa] alma”?

  
Terça
Ano Bíblico: 2Sm 22–24 


Um filho aprendendo a andar

“Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito chamei o Meu filho. [...] Eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos Meus braços, mas não atinaram que Eu os curava” (Os 11:1, 3).

Nesses versos, Oseias estava dizendo que a atitude do Senhor é como o terno cuidado de alguém que acabou de se tornar pai. Assim como um pai, com carinho e paciência, ensina o filho a andar, tomando-o pela mão para evitar uma queda, também o Senhor havia cuidado de Israel desde o começo. O Deus amoroso e perdoador é o centro da mensagem de Oseias. Mesmo quando aplica disciplina, Ele é profundamente compassivo. Sua ira pode ser aterrorizante, mas Sua misericórdia está além da compreensão.

3. Leia Deuteronômio 8:5, Provérbios 13:24, Hebreus 12:6 e Apocalipse 3:19. Qual é o ponto comum desses textos? Que conforto encontramos neles?

Por meio de Moisés, Deus informou ao rei egípcio que Israel era Seu filho especial (Êx 4:22, 23). Embora todas as nações da Terra, incluindo o Egito, fossem filhos e filhas de Deus, a nação hebraica foi escolhida para ser o filho primogênito de Deus com privilégios especiais. Mas com esses privilégios vieram responsabilidades. No deserto o Senhor carregou Seu povo da mesma forma que “um pai carrega seu filho” (Dt 1:31, NVI). Às vezes Ele disciplinou o povo como “um homem disciplina a seu filho” (Dt 8:5).


“Todos os que neste mundo prestam verdadeiro serviço a Deus ou ao homem, recebem um preparo na escola das aflições. Quanto mais pesado for o encargo e mais elevado o serviço, maior será a prova e mais severa a disciplina” (Ellen G. White, Educação, p. 151).


Sem dúvida, qualquer pai que ama seus filhos irá discipliná-los, e sempre para o bem deles. Se seres humanos imperfeitos e caídos agem assim, quanto mais podemos confiar no amor de Deus por nós, mesmo nos momentos de provação?

Para muitos de nós, a questão não é confiar na disciplina divina. Ao contrário, a luta é para saber interpretar as provas que surgem em nosso caminho. Como sabemos se o que está acontecendo é, de fato, uma lição divina na “escola da aflição”?


Quarta
Ano Bíblico: 1Rs 1, 2 


Compaixão mais forte do que a ira

“Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de Mim, as Minhas compaixões, à uma, se acendem. Não executarei o furor da Minha ira; não tornarei para destruir a Efraim, porque Eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira” (Os 11:8, 9).

Essa passagem serve como uma janela para o coração de Deus: Entregaria Ele Seu filho rebelde para ser apedrejado até a morte, como era exigido pela lei (Dt 21:18-21; Gn 19:17-23)? Oseias apresenta uma visão maravilhosa tanto do sofrimento de Deus por causa do pecado humano quanto de Seu desejo de nos salvar.


Embora o pecaminoso Israel merecesse a destruição total, o Senhor, em Sua misericórdia duradoura, continuou a amar Seu povo, enquanto lutava para levá­-lo ao arrependimento.


No tempo de Abraão havia cinco cidades situadas no vale do Jordão, a sudeste do Mar Morto (Gn 14:8). Conhecidas como “as cidades da planície”, elas eram Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar. Dessas, apenas Zoar não foi destruída. Os nomes das outras quatro se tornaram conhecidos por sua destruição total, causada por seus maus caminhos e falta de vontade de se arrependerem (Dt 29:23). Foi a algumas dessas cidades que Oseias se referiu nos versos acima.


Oseias 11 ensina que os caminhos de Deus transcendem os da humanidade pecadora. Ele não permitirá que a amargura governe Suas decisões. O amor de Deus busca trazer cura, saúde e restauração ao Seu povo. O propósito da disciplina divina é corrigir, melhorar e reconciliar, não destruir e castigar. Muitas pessoas, até mesmo cristãos professos, não entendem esse aspecto de Deus, mas O veem como vingativo, irado e que procura falhas a fim de punir o pecador. Pior ainda, alguns acreditam que Ele queima os perdidos no inferno por toda a eternidade. Essa, porém, não é a imagem de Deus apresentada por Oseias.

4. Leia Romanos 5:8, 1 Pedro 2:24 e Gálatas 3:13. Como esses textos, ainda mais do que os de Oseias, revelam a extensão do amor de Deus pela humanidade?


Quinta
Ano Bíblico: 1Rs 3, 4 


Curado, amado e sustentado

Alguns estudiosos antigos viam o Senhor revelado no Antigo Testamento como severo e implacável, em contraste com Jesus, apresentado no Novo. Por que essa conclusão é errada? Como a mensagem de Oseias 14 ajuda a mostrar esse erro? O que esse capítulo revela sobre o caráter e amor de Deus por Seu povo?


O último capítulo de Oseias é um clímax apropriado para a mensagem proclamada pelo profeta. Reafirma a promessa de que a divina salvação terá a última palavra. O capítulo começa com mais um chamado para se afastar de toda iniquidade. Ao ordenar que os israelitas se voltassem para Deus, o profeta apresentou as palavras que eles deviam dizer na adoração. Deviam pedir que Deus tirasse deles a culpa que os havia feito tropeçar. Deviam também renunciar sua dependência de outras nações e rejeitar totalmente a idolatria. Nos tempos bíblicos, nenhuma pessoa devia comparecer diante do Senhor de mãos vazias (Êx 23:15). Além de trazer um sacrifício animal, as pessoas eram instruídas a levar palavras de genuíno arrependimento como oferta de ação de graças.


Em seguida, após a confissão e arrependimento do povo, Deus respondeu com uma série de promessas. A principal delas foi a cura de doenças pelo divino Médico. A renovação do relacionamento de Deus com Israel é comparada ao orvalho que provê a única umidade disponível para as flores e árvores durante o longo e seco verão da Palestina. Ela também é relacionada com a oliveira, considerada especialmente valiosa, uma espécie de coroa das árvores frutíferas. Sua folhagem oferece sombra e frescor. Seu óleo é usado como alimento, loção para a pele e como combustível para iluminação. Os cedros do Líbano são considerados as mais úteis das árvores de elevado crescimento nas terras bíblicas. Sua madeira altamente valorizada servia para a construção de templos e palácios reais (1Rs 6:9, 10). As raízes plantadas por Deus produziriam tal abundância de novas plantas, que Israel se tornaria um jardim cheio de bênçãos para o mundo inteiro.

5. Que condições são necessárias para que as promessas sejam cumpridas? A situação é diferente para nós hoje?Os 14:9


Sexta
Ano Bíblico: 1Rs 5, 6 


Estudo adicional

Compare as duas citações a seguir com as mensagens apresentadas em Oseias 7-14.

Por meio da natureza, de figuras e símbolos, de patriarcas e profetas, Deus falara ao mundo. As lições deviam ser dadas à humanidade na linguagem da própria humanidade. [...] Os princípios do governo de Deus e o plano da redenção deviam ficar claramente definidos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 34).


“Através dos longos, escuros anos em que rei após rei se puseram em ousado desafio ao Céu e levaram Israel à idolatria cada vez mais profunda, Deus enviou mensagem após mensagem a Seu povo transviado. Por intermédio de Seus profetas deu-lhes toda oportunidade de deter a maré da apostasia e retornar a Ele. [...] Jamais deveria o reino de Israel ser deixado sem nobres testemunhas do grande poder de Deus para salvar do pecado. Mesmo nas horas mais escuras, alguns permaneceriam leais ao seu divino Rei, e em meio à idolatria viveriam inculpáveis à vista de um Deus santo. Esses fiéis foram contados entre o piedoso remanescente por cujo intermédio o eterno propósito de Jeová devia ser finalmente cumprido” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 108).

Perguntas para reflexão

1. Tem sido sugerido que, pela vida e ministério de Oseias, em certo sentido a Palavra de Deus havia “se tornado carne”. Que grande verdade sobre a humanidade de Jesus podemos ver nessa sugestão a respeito de Oseias? João 1:14.


2. O antigo Israel não se afastou de Deus da noite para o dia. Como podemos nos manter fiéis aos princípios eternos de Deus num mundo em constante mudança?


3. Algumas pessoas acreditam que a mensagem do evangelho sobre o grande amor e salvação divinos é apresentada claramente apenas no Novo Testamento e não no Antigo. O que está errado com essa ideia?


4. O Antigo Testamento foi a Bíblia que Jesus Cristo e o apóstolo Paulo leram. Examine as citações de Oseias no Novo Testamento, em Mateus 9:13 e Romanos 9:25, 26. Como Jesus e Paulo usaram a mensagem do evangelho em Oseias para nos proclamar a verdade? 

Respostas sugestivas: 1. Confiar no Egito e na Assíria seria uma atitude tola e insensata; igualmente somos insensatos quando confiamos em nossos recursos, em lugar de confiar no Senhor. 2. O povo devia abandonar sua rebelião e buscar ao Senhor, lançando assim a semente da justiça, que seria intensificada pela chuva da justiça divina. 3. Deus repreende e disciplina Seus filhos por amor, para nos livrar das últimas consequências dos nossos erros. 4. Cristo morreu por pecadores indignos, ao carregar nossos pecados na cruz, para que vivêssemos para a justiça. Em nosso lugar, Ele se tornou maldição. 5. Precisamos nos arrepender dos pecados, aceitar o perdão de Deus e Sua justiça, que nos dão poder para viver de acordo com a vontade do Senhor.


Escola Sabatina








Lição 2 – Amor e julgamento: o dilema de Deus (Oseias)

De 06 a 13 de abril


Texto chave:

O aluno deverá...


Conhecer: 

A aliança de fidelidade de Deus para com Seu povo, apesar da infidelidade deste. Entender que voltar para Deus é uma resposta à Sua iniciativa e que isso só é possível por meio dEle, porque só Ele pode curar nossa rebeldia.


Sentir: 

Que a falta de conhecimento de Deus contribui para nossa destruição e que a cura divina está intimamente ligada ao sincero retorno ao Senhor.


Fazer: 

Esperar pacientemente por Deus e cultivar na vida o amor e a justiça.


Esboço


I. Conhecer: A fidelidade de Deus versus nossa infidelidade


A. A bondade e o amor de Deus nos levam ao arrependimento.


B. Podemos voltar a Deus somente com a ajuda de Sua graça.


C. De que maneira Oseias foi influenciado pelas mensagens dadas a ele?

II. Sentir: Amor, emoções e conhecimento


A. Nossos pecados podem nos tornar conscientes de nossa necessidade de cura.


B. Por que a falta do conhecimento de Deus é tão destrutiva?

III. Fazer: Equilíbrio entre amor e justiça


A. Por que esperar em Deus é tão difícil em nossa cultura?


B. O que podemos fazer para manter equilíbrio entre amor e justiça?


C. É melhor errar do lado do amor ou da justiça?

Resumo: A correta compreensão do caráter de Deus e Suas ações atrai as pessoas a Ele e as leva a imitarem Sua fidelidade, Seu amor e justiça.


Ciclo do Aprendizado


Motivação

Focalizando a Palavra: Oseias 14:1-4


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus quer salvar Seu povo, mesmo que ele não reconheça nem aprecie Seu amor. Deseja conscientizá-lo do próprio comportamento destrutivo e do amor infinito e fiel que lhe dedica. Deus é o marido do povo, embora o povo escolha seguir seus próprios desejos. Ele faz todo o possível para reconquistar a confiança desse povo e construir um relacionamento amoroso com ele, apesar de sua infidelidade e de sua busca por muitos amantes.


Só para o professor: A lição desta semana mostra que o amor de Deus é maior do que podemos imaginar (Ef 3:20, 21). Não podemos fazer nada para que Ele nos ame mais, ou menos. Nada nem ninguém pode nos separar do Seu amor (Rm 8:35-39). No entanto, nossa escolha obstinada de permanecer no pecado tem o poder de nos separar do Seu amor infinito, porque então nos tornamos insensíveis à Sua afeição para conosco e indiferentes ou hostis ao Seu cuidado. Nossa recusa fere nosso Senhor e Lhe causa dor e sofrimento. Mesmo assim, Deus está sempre disposto a nos aceitar. Mas temos o poder de dizer não a Ele e rejeitar Seus convites e amoroso abraço.

Discussão de abertura: Após terminar seu Mestrado em Divindade (M.Div.) na Universidade Andrews, o pastor Ruimar de Paiva e sua família foram para a ilha de Palau, no Pacífico, para servir como missionários. Uma terrível tragédia atingiu a família em dezembro de 2003. Um ladrão foi à sua casa durante a noite e atacou seu filho Larisson, de 11 anos de idade, que tentou se defender. A luta despertou o pai, que foi ajudar, seguido pela mãe Margareth. O homem assassinou a todos utilizando uma pesada haste de madeira. Somente Melissa (a filha de dez anos de idade) sobreviveu, mas foi agredida e depois estrangulada. Na manhã seguinte, ela acordou, ensanguentanda, em um canal na floresta. Ela se arrastou até a rodovia onde um carro parou e a levou para o hospital. Ruth de Paiva, avó de Melissa e mãe de Ruimar, viajou para Palau para estar com a neta. Durante o funeral, ela soube que a mãe do assassino estava assistindo. Ruth a convidou para se aproximar, e disse publicamente: “Nós somos duas mães, sofrendo por nossos filhos perdidos. Demos-lhes o nosso melhor, esperamos o melhor, contemplamos seu futuro, os educamos, mas hoje estamos sofrendo. A família Paiva não está culpando a família Hirosi. [...] Tenho certeza de que a mãe de Justin orou muitas vezes por seu filho, e estou certa de que seu coração sente uma grande dor. Oraremos por ela e por Justin.” Ela foi à prisão e disse ao assassino, Justin Hirosi: “Tenho que dizer-lhe duas coisas: (1) Você precisa de Cristo, e (2) Eu perdoo você!”


É correto perdoar o que parece “imperdoável”? Por quê? Como você reagiria em tal situação? O perdão é uma fraqueza ou uma ação divina?

Compreensão

Só para o professor: O tema principal dos capítulos 4 a 14 do livro de Oseias é “A fidelidade de Deus e a infidelidade de Israel”. O esboço da segunda parte do livro de Oseias pode ser simplesmente dividido em três seções: ( 1) A infidelidade de Israel (Os 4:1–6:3), (2) A punição de Israel (Os 6:4–10:15), e (3) O fiel amor do Senhor (Os 11–14).
  

Comentário Bíblico


A graça de Deus é experimentada em cada etapa de nossa vida e em cada etapa da vida de Israel. Siga os pensamentos principais do material bíblico e envolva a classe no estudo bíblico resumido nos três pontos abaixo.

I. A condição de miséria espiritual do povo de Deus


(Recapitule com a classe Os 4:1, 2, 6.)


Considere atentamente os textos de Oseias que descrevem a fraqueza espiritual e a impiedade de Israel. Mencione as seguintes acusações de Deus contra Israel: “’A fidelidade e o amor desapareceram desta Terra, como também o conhecimento de Deus. Só se veem maldição, mentira e assassinatos, roubo e mais roubo, adultério e mais adultério; ultrapassam todos os limites! E o derramamento de sangue é constante’” (Os 4:1, 2, NVI). “O Meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. [...] esqueceste da lei do teu Deus” (Os 4:6); “Trocaram a Glória deles por algo vergonhoso” (Os 4:7; próximas passagens são da NVI); “Um espírito de prostituição os leva a desviar-se; eles são infiéis ao seu Deus” (Os 4:12); “um povo sem entendimento precipita-se à ruína!” (Os 4:14); “Um espírito de prostituição está no coração deles; não reconhecem o Senhor” (Os 5:4); “Seu amor é como a neblina da manhã” (Os 6:4); “Eles quebraram a aliança, e Me foram infiéis” (Os 6:7); “Praticam o engano, ladrões entram nas casas, bandidos roubam nas ruas; mas eles não percebem que Eu Me lembro de todas as suas más obras. Seus pecados os envolvem” (Os 7:1, 2); “São todos adúlteros” (Os 7:4); “ninguém clama a Mim” (Os 7:7); “A arrogância de Israel testifica contra ele [...] ele não se volta para o Senhor, para o seu Deus, e não O busca” (Os 7:10); “Ai deles [...] porque se rebelaram contra Mim!” (Os 7:13); “Eles não clamam a Mim do fundo do coração” (Os 7:14); “Eles não se voltam para o Altíssimo (Os 7:16); “Quebraram a Minha aliança e se rebelaram contra a Minha lei” (Os 8:1); “Israel esqueceu o seu Criador” (Os 8:14); “Pois você se prostituiu, abandonando o seu Deus” (Os 9: 1); Eles “se tornaram tão repugnantes quanto aquilo que amaram” (Os 9:10); “Não Lhe obedecem (Os 9:17, NTLH); “Vocês plantaram a impiedade, colheram o mal” (Os 10:13); “Efraim [outro termo para Israel] orgulha-se e exclama: ’Como fiquei rico e abastado!’” (Os 12:8).


Pense nisto: Poderíamos dizer, como no caso de Israel no tempo de Oseias, que o povo de Deus é, às vezes, mais rebelde em ir a Ele do que os pagãos ou incrédulos. Talvez isso tenha a ver com sua compreensão da verdade e com o falso senso de segurança alcançado quando temos e professamos a verdade externamente, enquanto internamente negamos seu poder para transformar a vida. Como esses versos nos ensinam a importância de não apenas possuir a Verdade (Jesus), mas deixar que a Verdade nos possua?

II. A fidelidade da aliança divina


(Recapitule com a classe Os 6:1-3.)


O profeta Oseias pintou um quadro incrivelmente belo do Deus que sempre busca os pecadores, oferece Seu amor e cuida de suas necessidades. Considere os seguintes textos: “Ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará” (Os 6:1); “Ele nos dará vida novamente [...] ao terceiro dia nos restaurará, para que vivamos em Sua presença” (Os 6:2; próximos textos: NVI); “Tão certo como nasce o sol, Ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno” (Os 6:3); “Mas fui Eu quem ensinou Efraim a andar, tomando-o nos braços; mas eles não perceberam que fui Eu quem os curou. Eu os conduzi com laços de bondade humana e de amor” (Os 11:3, 4); “Como posso desistir de você, Efraim? Como posso entregá-lo nas mãos de outros, Israel? [...] Pois Sou Deus, e não homem, o Santo no meio de vocês. Não virei com ira” (Os 11:8, 9); “Mas Eu sou o Senhor, o seu Deus, desde a terra do Egito. Vocês não reconhecerão nenhum outro Deus além de Mim, nenhum outro Salvador. Eu cuidei de vocês no deserto” (Os 13:4, 5); “Eu os redimirei do poder da sepultura; Eu os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as suas pragas? Onde está, ó sepultura, a sua destruição?” (Os 13:14;. Comparar com 1 Coríntios 15:55); “Eu curarei a infidelidade deles e os amarei de todo o Meu coração, pois a Minha ira desviou-se deles. Serei como orvalho para Israel; ele florescerá como o lírio” (Os 14:4, 5).


Pense nisto: Em conjunto, esses textos formam um retrato composto do caráter de Deus. Como se parece esse retrato? O que esses textos nos dizem sobre Deus?


Atividade: Peça aos membros da classe que abram a Bíblia e partilhem versos sobre aspectos importantes do amor de Deus e de Suas promessas de cuidado sobre nós.

III. Volte ao Senhor seu Deus


(Recapitule com a classe Os 5:1.)


O profeta Oseias anunciou os muitos chamados de Deus para que Israel voltasse ao Senhor. Considere os seguintes apelos e declarações: “Eles buscarão a Minha face; em sua necessidade eles Me buscarão ansiosamente” (Os 5:15); “Venham, voltemos para o Senhor” (Os 6:1); “Conheçamos o Senhor” (Os 6:3); “Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos” (Os 6 :6); “Volte para o seu Deus, e pratique a lealdade e a justiça; confie sempre no seu Deus” (Os 12:6); “Volte, ó Israel, para o Senhor, o seu Deus. Seus pecados causaram sua queda! Preparem o que vão dizer e voltem para o Senhor. Peçam-Lhe: ‘Perdoa todos os nossos pecados e, por misericórdia, recebe-nos’” (Os 14:1, 2).


Pense nisto: Por que até mesmo o povo de Deus muitas vezes está mais interessado na bênção de Deus do que em seguir sinceramente Suas instruções? (Leia Os 7:14, 15.)

Aplicação

Só para o professor: O livro de Oseias termina com uma pergunta: “Quem é sábio?” (NKJV) A resposta é simples: aquele que pode discernir os caminhos de Deus e andar neles (Os 14:9). Essa definição de sabedoria é simples, mas profunda. Como podemos nos tornar sábios, a fim de distinguir entre o bem e o mal e seguir o que é bom e correto?

Aplicação pessoal


Por intermédio de Oseias, Deus disse que nossa fecundidade procede dEle (Os 14:8). Isso nos lembra o discurso de Jesus sobre Si mesmo sendo a videira e nós os ramos. Podemos dar frutos somente se permanecemos nEle (Jo 15:1-17). Aplique essa declaração à vida prática. De que forma podemos permanecer em Deus a fim de sermos frutíferos?


COMENTÁRIOS




Luiz Gustavo S. Assis é formado em teologia pelo Unasp Campus 2 e atualmente exerce a função de pastor distrital no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, RS.


Introdução 

Nos parágrafos a seguir, você lerá sobre a inconstância de Israel, as demonstrações do amor divino a essa nação e o juízo que veio sobre ela. A última parte deste comentário dedica-se a apresentar meios de aplicação deste conteúdo na vida dos alunos de sua unidade de Escola Sabatina e igreja.


Os antigos gregos utilizavam um termo para descrever o interesse dos seus deuses pela humanidade. Era a palavra apatheia, que, como você já deve ter percebido, significa apatia. Deuses apáticos faziam parte do panteão de Zeus e Hera, em Atenas. Isso podia ser algo comum no país dos grandes filósofos, mas não havia (e não há) espaço para apatia quando se trata do Deus de Israel. No comentário da lição anterior, vimos como o profeta Oseias descreve o carinho e o amor de Deus pelo Seu povo através do seu casamento com a infiel Gômer. Assim como Gômer saiu em busca de satisfação com outros homens, Israel foi em busca de satisfação e sentido com deuses pagãos.


Mas o adultério de Israel não se limitou apenas à esfera espiritual. O profeta se refere constantemente a Israel como Efraim, justamente o centro da idolatria do reino do Norte.
Em Oseias 7:11, é dito que Efraim é “como uma pomba enganada, sem entendimento; chamam o Egito e vão para a Assíria”. Em vez de terem confiado política e economicamente em Deus, os israelitas contemporâneos de Oseias oscilavam em sua confiança nos monarcas egípcios e assírios. Apenas a título de ilustração, temos um fascinante achado arqueológico que ilustra muito bem esse comportamento.
Em 1846 o arqueólogo britânico Henry Layard encontrou nas ruínas de Calah, antiga Ninrode, importante cidade do antigo império assírio, um documento comemorativo (também chamado de estela) do rei Salmanasar III. Nele existem diversos relevos descrevendo reis e monarcas de diversos países homenageando esse governante assírio. Curiosamente, um dos relevos descreve um homem em atitude de adoração e logo abaixo uma inscrição em cuneiforme assírio: “Tributo de Jeú [...] Prata, ouro, vasos de prata... cetros para a mão do rei [e] dardos, [Salmanasar] recebeu dele.”
O homem prostrado diante de Salmanasar III não era ninguém menos que um rei de Israel (2Rs 10:31). Não se trata de algo que aconteceu nos dias de Oseias, porém, trata-se de uma importante descoberta que lança luz na inconstância da fé do reino de Israel. Nas palavras do falecido erudito adventista Siegfried J. Schwantes, o que Israel “mais necessitava não era de alianças com potências estrangeiras, mas de uma renovada confiança em Deus”. 


De maneira mais direta, não seria exagero dizer que, para o povo, Deus não era mais suficiente em nenhum aspecto do cotidiano israelita. A subsistência era atribuída a Baal, a segurança da nação oscilava entre assírios e egípcios e a vida religiosa também estava entregue à soberania de Baal. Um deus apático não se importaria com esse adultério espiritual. Em contrapartida, o Deus bíblico é cheio de emoções e estaria disposto a tudo para lidar com essa traição, mesmo correndo o risco de ser rejeitado.






Alguns pensam que o Deus bíblico sofre de transtorno bipolar nas Escrituras. No Antigo Testamento Ele é severo, ordena a destruição de povos cananeus e utiliza a natureza como agente de punição. Já no Novo Testamento, Seu lado amoroso e terno é revelado através das narrativas e reflexões escritas pelos primeiros seguidores de Jesus. Esse tipo de distorção acontece quando se tem uma equivocada noção de amor e de justiça. Ambos podem ser vistos coexistindo em Oseias sem nenhum tipo de contradição. Apresento a seguir algumas características do amor divino no livro de Oseias:


O amor de Deus é imerecido: Isso pode ser visto ao longo da obra e, de maneira mais direta, nos constantes pedidos para Israel voltar ao Senhor (p. ex., 6:1; 14:2). O verbo hebraico traduzido por voltar em nossas versões em português é shub, sendo também utilizado em diversos textos bíblicos com o sentido de arrependimento. Na verdade, arrependimento é isto: descobrir que está indo na direção errada e voltar para o caminho certo. Um Deus apático não demonstraria tanto interesse para que Seu povo voltasse a Ele. 


Acrescento uma poderosa declaração do profeta Jeremias, quem sabe influenciado pelos escritos de Oseias, ao se valer da metáfora do adultério espiritual e demonstrar o imerecido amor de Deus:


“Se um homem repudiar sua mulher, e ela o deixar e tomar outro marido, porventura, aquele tornará a ela? Não se poluiria com isso de toda aquela terra? Ora, tu te prostituíste com muitos amantes; mas, ainda assim, torna para Mim, diz o Senhor” (Jr 3:1). A declaração se refere a Deuteronômio 24:1-4, que afirmava que uma mulher repudiada que se casasse uma segunda vez, não poderia de forma alguma, novamente se casar com o primeiro marido. Mesmo diante disso, Deus ainda estava disposto a receber Judá (nos dias de Jeremias), mesmo depois de a nação ter se prostituído com diversos amantes (v. 1), uma referência aos deuses do paganismo.


O amor de Deus é necessário: Mencionamos este item no comentário da lição anterior. Se podemos contemplar os estragos emocionais na vida de alguém que não recebeu amor dos pais ou familiares ao longo de sua vida, o que dizer de uma nação que virou as costas para Seu mantenedor e provedor? A degeneração moral envolvendo os cultos pagãos e o cotidiano da nação de Israel eram os sintomas de que o tão necessário amor divino não estava sendo mais recebido no coração dos seus habitantes.


O amor de Deus é suficiente: G. K. Chersterton, um filósofo católico do século XIX, disse certa vez que a tragédia da vida não é deixar de crer em Deus, mas acabar acreditando em qualquer coisa. Baal e Ashtarte não tinham significado nenhum para a história do surgimento e preservação do povo de Israel (Os 11). No entanto, essas divindades despertavam o senso de adoração dos israelitas. O amor de Deus era suficiente para preencher o vazio do coração do Seu povo e é suficiente para preencher o nosso coração. Na palavras de Paulo, somos completos em Jesus (Cl 2:10).


O que vimos até agora é a manifestação do amor de Deus para com Israel num período extremamente conturbado na relação entre ambos. Mas creio ser importante buscarmos uma definição do amor, pelo menos o tipo de amor que seres humanos deveriam demonstrar para com Deus. O filósofo e autor cristão Ravi Zacharias o definiu nos seguintes termos:


“Amor é um comprometimento que será testado nas áreas mais vulneráveis da espiritualidade, um comprometimento que forçará você a fazer algumas escolhas difíceis. É um comprometimento que demanda lidar com a luxúria, ganância, orgulho, poder, desejo de controle, temperamento, paciência, e cada área de tentação de que a Bíblia claramente fala a respeito. É algo que demanda a qualidade de comprometimento que Jesus demonstrou em Seu relacionamento conosco.”


Amor é muito mais do que mero sentimentalismo. Envolve comprometimento, e isso as dez tribos que compunham o reino do norte não tiveram com Deus. Será que estamos sendo melhores do que eles?

Recentemente, foi lançado o livro “Love Wins”, escrito por um pastor americano chamado Rob Bell, no Brasil sob o título “O Amor Vence” (Sextante). Bell causou grande comoção entre os evangélicos mais tradicionais já que ele sugere na sua obra que o inferno não existe. Como adventista, posso concordar com essa afirmação. Não acreditamos na existência de um local de tormento que dure para sempre. Mas não podemos aceitar a sugestão de Bell de que não haverá punição para aqueles que rejeitaram a Deus. Na verdade, o nome desse ensinamento é universalismo, e nada mais é do que dizer que todos serão salvos. Por fim, o amor vencerá!


Recentemente, Rob Bell foi entrevistado pela Revista Veja (novembro de 2012), e a última pergunta foi perturbadora. Hitler está no Céu? O entrevistado saiu pela tangente sem dar uma resposta satisfatória. A graça de Cristo poderia resgatar o ditador alemão de tamanho abismo tenebroso causado pelo pecado? Sim. Tendo a graça de Cristo sido recusada, Deus deixaria impune aquele que foi responsável por uma das cicatrizes mais terríveis na história da humanidade? Não! Uma resposta diferente representaria um sério desafio para específicas passagens no livro do Apocalipse sobre os ímpios e sobre o lago de fogo (Ap 20).


Com Israel não foi diferente. O amor de Deus estava sendo oferecido, mas foi rejeitado.
Eram os israelitas que estavam perdendo algo precioso. Enfeitiçados pelo paganismo, só havia um modo para despertá-los: Um juízo. Repetidas vezes Deus falou sobre esse evento por meio de Oseias.
Destaco um exemplo que pode ser lido em 5:14-15. Deus seria um leão para Israel, e um leãozinho para Judá. Um leão faminto despedaça sua presa. Curiosamente, um animal típico nas regiões do império assírio era um leão. Os relevos dos palácios assírios estavam repletos de figuras de leões. Deus estava dizendo que a Assíria estava vindo contra Efraim (Israel) e os despedaçaria. Em 722 a.C., Samaria, capital do reino de Israel conheceu seu fim, ao cair nas mãos dos impiedosos e sanguinários soldados assírios. O que Judá deveria esperar de um leãozinho? Não há muito o que temer de um filhote de leão.
Mas após se tornar um leão adulto, ele se torna assustador. Na época em que Oseias escreveu isso, Babilônia não era relevante para o cenário mundial e não representava uma ameaça para o reino de Judá. Mas chegaria o tempo em que o poder babilônico cresceria e causaria grande destruição para os judeus. De fato, em 586 a.C., o leãozinho dos dias de Oseias já era um poderoso leão, e arrasou completamente Jerusalém e o restante do reino. Nabucodonosor e sua tropa babilônica destruíram completamente o reino de Judá.


Esse juízo foi um evento definitivo sobre Israel? Não. A história poderia ter sido bem diferente, caso os israelitas tivessem abandonado seus ídolos e se voltado ao Senhor de todo coração. Em Oseias 11:8-9, Deus expressou Seu desejo de poupar Israel do Seu juízo.

“Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim?”

Esses eram nomes de cidades que ficavam na mesma região de Sodoma e Gomorra e também foram destruídas naquele incidente envolvendo a família de Ló (Gn 19). “Não executarei o furor da Minha ira; não tornarei para destruir a Efraim, porque Eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira”. Apesar de terem ouvido isso, os israelitas não se arrependeram e o fim da história já foi mencionado anteriormente.

Aplicação


O que fazer com todas essas informações vindas de um livro tão antigo como o de Oseias?

Vejamos algumas formas de aplicar a mensagem desse profeta em nossa vida:


Evitando o adultério espiritual:

- Ninguém fracassa da noite para o dia: Foi Salomão que reintroduziu a idolatria no território de Israel e isso por volta do ano 950 a.C. Depois disso, a espiritualidade da nação sempre oscilou entre a devoção a Deus e aos ídolos. Levou mais de 200 anos até Israel sentir na pele as consequências do seu grave pecado contra o Senhor. Lendo o Salmo 1:1, vemos claramente a dinâmica do pecado. “Bem-aventurado o homem que não anda no caminho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. Andar, deter-se, assentar-se. Há uma progressão aqui. O mesmo pode acontecer em nosso relacionamento com Deus. É necessário que tomemos cuidado se estamos nos detendo para ler, ver e ouvir algo perigoso para nossa espiritualidade. Quando isso acontece, é bem provável que sejamos seduzidos pelo falso brilho do pecado.


- Esquecimento de Deus na fartura (13:6): Pelo fato de Israel estar desfrutando de um momento de prosperidade, a tendência era crer que o bem-estar e a fartura de alguns poucos grupos da nação fossem consequências do esforço e habilidade administrativa de seus governantes, não da atuação divina. Isso pode ser visto no panorama mundial das nações. Onde o evangelho está em decadência? Europa, um continente marcado pelo ar de superioridade contra os demais. Onde o evangelho está em maior crescimento? Na China, embora no fim dos anos 1960, Mao Tse Tung tenha afirmado que havia destruído o cristianismo para sempre. Hoje, calcula-se mais de 200 milhões de cristãos naquela localidade. O mesmo poderia ser dito de países como Índia, Camboja e Afeganistão.

Para aqueles que leem em inglês, acessem o site http://www.operationworld.org/ e vejam quais são os desafios missionários de todos os países do mundo.


- O amor de Efraim e Judá era passageiro: “Vosso amor é como a nuvem da manhã e como orvalho da madrugada, que cedo passa” (6:4). Não importa quantos anos de adventismo tenhamos.
Se diariamente não tiramos tempo para nos relacionarmos com Deus de maneira profunda, corremos sério risco de cometer o adultério espiritual, assim como Israel e Judá. Quando um casal não separa tempo para estar juntos, isso os torna mais vulneráveis.
É necessário investir tempo para que um casamento funcione e o mesmo é verdade com nosso relacionamento com Deus.


- Como desenvolver um relacionamento com Deus?

- Separe um momento do dia para sua oração e leitura da Bíblia. Se você não separar esse momento com muita disciplina, há grandes chances de você desanimar em menos de uma semana. Mas se persistir, depois de aproximadamente 20 dias, esse momento será algo natural. Sem esse momento, a vida espiritual está fadada ao fracasso. Como disse Charles Spurgeon: “Orar é subir com asas de águia acima das nuvens e chegar ao Céu claro, habitado por Deus. É entrar na casa do tesouro do Senhor e fartar-se de uma fonte inesgotável."


- Tenha alguém a quem ‘prestar contas’ sobre seu progresso espiritual. Você deve ter alguém com quem se sente à vontade para abrir o coração e falar de suas tentações e suas leituras bíblicas. Esse alguém deve ser experiente. Vocês podem se encontrar semanal ou quinzenalmente. Para aqueles que moram longe, telefone, email, ou skype são ferramentas úteis. Você deve estar pensando: “Por que isso é importante?”

Se você se lembra bem, Saul tinha Samuel para corrigir seu foco, assim como Davi tinha o profeta Natã que o repreendeu após seu pecado. E o que dizer de Salomão? Ele talvez não tivesse ou não aceitasse a ajuda de ninguém, e quem sabe tenha sido por isso que sua vida trouxe tanto impacto negativo para a nação. Para que não caiamos no mesmo erro, tenhamos um(a) mentor(a) na nossa caminhada espiritual.


- Leia biografias de homens e mulheres que demonstraram profunda devoção a Deus e Sua Palavra. Obras como “Mil Cairão ao Teu Lado” e “Ainda que Caiam os Céus”, ambas da CPB, são inspiradoras e nos levam a um comprometimento maior com nosso Senhor.

1. Ravi Zacharias, I, Isaac, Take Thee, Rebekah (Thomas Nelson, 2004). Toda essa obra aborda a perspectiva cristã do amor, e consequentemente do casamento.


2. Também poderíamos mencionar o texto de 13:7-8. Deus afirmou que atacaria Israel como um leão, como um leopardo e como uma ursa. Todos esses animais aparecem juntos no livro de Daniel, no capítulo 7. É muito provável que Deus tenha utilizado algo conhecido para Daniel (esse texto do profeta Oseias) e apresentado uma visão dos poderes opressores do Seu povo ao longo dos séculos, usando-os como símbolos de nações opressoras. No entanto, a ordem ali é diferente: leão (Babilônia), urso (medos e persas) e leopardo (Grécia).


Comentário de  Sikberto Marks


Verso para memorizar: “Converte-te a teu DEUS, guarda o amor e o juízo e no teu DEUS espera sempre” (Oseias 12:6).


Introdução de sábado à tarde

JESUS utilizava parábolas para explicar Seus assuntos. E, de fato, como é difícil explicar algo para que o ouvinte, não só entenda e obtenha conhecimento novo, mas que também mude sua vidaa partir desse conhecimento. Esse é o princípio da educação: mudança de vida com base em novo conhecimento. Na igreja é ainda mais difícil levar as pessoas à mudança de vida. Aliás, isso é tão complicado, que o próprio mestre humano, ele mesmo necessita realizar mudanças em sua vida. E por vezes ele mesmo não percebe as mudanças que precisa realizar, ou se percebe, muitas vezes não tem desejo de mudar. Esse é um dos nossos grandes dilemas. Por isso, no passado, DEUS levava Seus profetas por vezes a umas ilustrações bem dramáticas, para levar as pessoas a uma reflexão juntamente com o sentimento.

Na semana passada o profeta Oseias foi levado a utilizar o casamento com uma prostituta para ilustrar o que se passava com Israel. Ele mesmo sofreu vergonha e humilhação para dar a mensagem. De fato, não é fácil ser profeta, principalmente em certos tempos; imagine como seria bem difícil ser profeta em nossos dias. Nesta semana estudaremos outra maneira de ensinamento por parte de DEUS. É a metáfora da relação entre pai e filho. Essa é uma relação de concepção, de ensinamento e de fidelidade. O filho nasce a partir do pai e da mãe, é fruto deles. Estabelece-se uma relação de intimidade. Mas como é triste ver, nos noticiários da televisão, um filho ser preso e um pai, ou uma mãe, desesperada, já não sabendo mais o que fazer por seu filho. Certa vez vi uma cena deprimente. Um pai foi ver seu filho atrás das grades. Quando chegou lá, nada conseguiu falar, senão chorar alto, junto com seu filho preso.

Como se poderia hoje, recorrer a ilustrações suficientemente persuasivas para que nós sintamos a necessidade de sermos transformados por nosso Salvador?

1. Primeiro dia:  Enganado e insensato

A localização geográfica da nação do povo de DEUS foi a mais estratégica possível. Era rota entre o oriente e o ocidente, com as praias do Mar Mediterrâneo, a depressão do Mar Morto e seu precioso sal, estendendo-se até o rio Eufrates. Em baixo do solo, o melhor petróleo do mundo, que hoje pertencente ao Iraque. Em cima, a região chamada Crescente Fértil, favorável à produção agrícola. Naqueles tempos antigos eles não sabiam, mas a terra prometida não manava só leite e mel, também o atual estratégico petróleo e gás.
Vamos imaginar a história se o povo de DEUS se tivesse mantido fiel. Hoje seria uma nação ocupando as terras entre o Mediterrâneo e o Eufrates, e ao sul, estendendo-se até o Mar Vermelho e fronteiro ao Egito, e ao norte, pegando boa parte da Turquia. É evidente que seria uma nação mais rica que os Estados Unidos da América. Dali irradiaria o poder, tanto da tecnologia e do poder econômico como, muito mais ainda, o poder espiritual. Também é evidente que já se teria concluído a pregação do evangelho com uma nação assim, mais a igreja espalhada pelo mundo, apoiada por esta nação. Se a Igreja Católica, com uma sede em forma de país de apenas 44 hectares tem um poder imenso, imagine a Igreja Adventista apoiada por um país como este, enorme de grande, mais o poder do ESPÍRITO SANTO!

De certa forma, que bom que não foi assim. Pois os salvos estariam no Céu por certo há mais de um século, e nós não teríamos nascido. Pelo menos viemos à existência e temos esperança. Fica a meditação de quanto o povo de DEUS antigo perdeu por não ser fiel a DEUS. É bom refletir sobre isso, pois algo parecido pode acontecer conosco: perder muito por bobeira.

Qual era a exigência para o povo de DEUS, Israel, ter a condição acima? Quanto custava tanto benefício? Era só ser fiel a DEUS.

O que significava ser fiel a DEUS? Além da promessa de tanta terra com as respectivas riquezas naturais, significava muito mais. As riquezas naturais outros estão usando; elas estavam ali, e alguém se beneficiou delas, que não foi o povo de DEUS. Mas havia mais fazendo parte da promessa, muito mais. Havia o poder de DEUS, que foi demonstrado por meio das pragas sobre o Egito, pela travessia do Mar Vermelho, pela travessia no deserto com alimento e proteção, pelo esplêndido recebimento da Lei no Sinai, pelo poder na conquista da terra, e assim por diante. Israel possuía um Rei superior a todos, DEUS, de poder infinito, que queria estabelecer esse povo naquele lugar privilegiado não apenas para se tornar uma grande nação, mas para conquistar o mundo todo por meio do amor. Era um grande projeto de DEUS, que satanás conseguiu estorvar em grande medida.

Em vez de crerem no DEUS que demonstrava poder e amor ao mesmo tempo, sabe a quem o povo recorreu em busca de proteção? É difícil explicar, mas recorreu as dois inimigos mais próximos e interessados em controlar aquela área estratégica: os egípcios e os assírios.

Que incoerência a atitude do povo de DEUS! Como é que foram se associar politicamente, por vezes com o Egito, por vezes com a Assíria? Sabe o que isso significava? Pode imaginar? Isso significava que o povo de DEUS não confiava no poder do DEUS que adoravam, e se imaginavam ter a necessidade de procurar outros poderes, no caso, poderes humanos. 

Significava que o Egito ou a Assíria seriam mais confiáveis que DEUS. Significava que os deuses desses países pagãos eram mais capazes que o DEUS Criador. Ou seja, estavam trocando o poder do DEUS verdadeiro pelo poder do exército desses países e seus deuses falsos. Confiavam em carros e cavalos! (Sal. 20:7) Que negócio mal feito! Que palhaçada. Que fracasso. Isso é troca que se faz?

Hoje é fácil avaliar os atos dos que já entraram na história. Mas, vamos analisar: e nós, que decisões tomamos? Quando temos problemas, a quem recorremos? Em quem confiamos? Conhecemos a DEUS, temos experiências com Ele? Mesmo nas pequenas coisas da vida, do dia a dia, vamos a Ele para nos aconselhar? Ouvimos Sua voz e Seus ensinamentos? Confiamos em Sua palavra e em Seus profetas?

É de se pensar: será que a história de fracasso não está por ventura se repetindo em nossa vida?

2. Segunda:  Bezerra domada


Efraim, ou o Reino do Norte, havia recebido terra boa e produtiva. Trabalhava nela com produtividade e colhia em abundância. Essa terra era bem melhor para enriquecer a nação que a do Reino do Sul. Havia aqui uma comparação com os bois novos. O trabalho deles era fácil, como o de Israel enquanto permanecia fiel. Para debulhar o grão os bois caminhavam sobre eles sem jugo nem focinheira, portanto, estavam livres para comer quando desejassem. Era um trabalho agradável. Assim foi com Israel no início de sua história.

Mas Israel não foi fiel. Então, tal como acontecia com o boi, que quando mais velho devia arar a terra com um jugo, assim Israel, sob o jugo assírio, deveria trabalhar duro para pagar impostos e entregar produto aos inimigos. O jugo assírio foi colocado sobre a nuca de Israel, onde DEUS não havia colocado nada. E Judá, o Reino do Sul, devido aos seus pecados, também devia trabalhar duro para ter o que comer. Uma vez foram livres; já não eram mais por falta de fidelidade a DEUS.

Semeai em justiça, disse o profeta, para que colhessem com a chuva das bênçãos de DEUS. O mal que haviam semeado já dera sua colheita pelo jugo assírio; agora deveriam semear com fé pela vontade de DEUS, para colher de novo as bênçãos de DEUS. Deveriam arrepender-se para que retornassem à situação anterior. Agora deveriam semear com lágrimas a semente da justiça, para colher com regozijo. Devia haver uma reforma na vida. Deviam eliminar toda apostasia, proceder uma reforma religiosa radical. A porta da misericórdia para o arrependimento de Israel ainda estava aberta. Havia o real perigo de que a nação já se tivesse afastado tanto de DEUS que apenas alguns indivíduos ouvissem e aceitassem a mensagem de DEUS por meio do profeta. E assim foi: a nação caminhou em direção a derrota total, mas pessoas, algumas, se salvaram.

“Se o Senhor reprovou o Seu povo antigamente, por eles negligenciarem dEle buscar conselho quando estavam em dificuldade, não Se desagradará hoje se Seu povo, em vez de confiar em que os brilhantes raios do Sol da Justiça lhes ilumine o caminho, dEle se afastarem em suas provas e dificuldades, em busca de auxílio de seres humanos tão sujeitos ao erro e deficientes como eles próprios? Onde está nossa força? Está nos homens que são tão indefesos e dependentes como nós mesmos, e que tanto como nós necessitam da orientação de Deus?” (Testemunhos para Ministros, 380 e 381).

“Quando o povo de Deus tirar os olhos das coisas deste mundo e os puser no Céu e em coisas celestiais, será um povo peculiar, porque verá a misericórdia e bondade e compaixão que Deus mostrou aos filhos dos homens. Seu amor atrairá deles uma resposta, e na vida mostrarão aos que os rodeiam que o Espírito de Deus os controla, que estão pondo suas afeições nas coisas de cima e não nas da Terra” (Nos Lugares Celestiais, MM 1968, 368).


3. Terça: Um filho aprendendo a andar.

A história de Israel é linda. DEUS foi o pai de Israel. Vamos rever esta história. Foi DEUS quem chamou Abrão e Sara para saírem de Ur dos Caldeus, de junto de seus parentes idólatras, e ir para um lugar que Ele indicaria. Esteve com Abrão em suas peregrinações e deu um filho ao casal, o herdeiro, 25 anos depois do chamado. Esse filho veio quando não era mais possível Sara ter filhos, ainda sendo ela estéril. Esse foi mais um cuidado especial de Quem amava o casal.

Depois veio a história da escolha de uma esposa para esse filho, Isaque. Foi DEUS quem escolheu Rebeca, por meio do servo fiel de Abraão. Desse casal nasceu Esaú e Jacó, mas DEUS escolheu o segundo para seus planos, para formar Sua nação primogênita. De Jacó nasceram os doze filhos que formaram a grande nação de Israel. Eles foram ao Egito por meio dos cuidados de DEUS. Fugiram de uma seca, e DEUS já havia providenciado tudo, mesmo por meio dos erros que eles cometiam. Até a ira e a maldade contribuíam com o nascimento de um grande povo. O que os irmãos fizeram com José, não deveriam ter feito, mas DEUS reverteu para o bem futuro de todos eles.

Na terra do Egito tornaram-se a nação eleita de DEUS. De lá, como um pai a seu filho, DEUS os tirou de maneira tal que hoje muita gente nem acredita ser verdade. Castigou o povo que os escravizara, e abriu o Mar Vermelho para fazê-los ir em frente, afogando seus inimigos perseguidores. Estavam no deserto, livres dos inimigos, prontos para terem uma lei como nenhum povo possuiria jamais, a não ser que se convertesse ao DEUS de Israel.

DEUS os conduziu para a terra prometida, e ali os estabeleceu, sempre como a um filho. Ali os fez prosperar, e os tornou uma grande nação, sob o reinado de Davi, o precursor do Rei eterno, o Salvador e Senhor JESUS CRISTO, condutor de Israel. “O Senhor tratou Israel com ternura, desde sua libertação do cativeiro egípcio à Terra Prometida. ‘Em toda aflição do Seu povo Ele também Se afligiu e a presença de Seu anjo os salvou. Em Seu amor e em Sua misericórdia Ele os resgatou” (Comentários de EGW sobre a lição da ES, 1º trim/2013, p. 12 e 13).

Assim DEUS ainda quer relacionar-Se conosco. Quando a Seus filhos acontece algo triste, isso pode ser um aviso de DEUS que deve haver mudança em nossa vida, talvez que devamos nos aproximar mais dEle. “É justamente porque Deus os conduz que estas coisas lhes sucedem. As provas e obstáculos são os métodos de disciplina escolhidos pelo Senhor e as condições de bom êxito que nos apresenta. Ele, que lê o coração dos homens, conhece melhor do que eles mesmos o seu caráter. Vê que alguns têm faculdades e possibilidades que, bem dirigidas, podiam ser empregadas no avanço de Sua obra. Em Sua providência, Deus colocou estas pessoas em diferentes situações e variadas circunstâncias a fim de que possam descobrir, em seu caráter, defeitos que a eles próprios estavam ocultos. Dá-lhes oportunidade de corrigirem tais defeitos e de se tornarem aptos para O servir. Permite por vezes que o fogo da aflição os assalte, a fim de que sejam purificados” (A Ciência do Bom Viver, 471).

4. Quarta: Compaixão mais forte do que a ira.

No trecho do texto bíblico de hoje, de Oseias 11:8 e 9, DEUS está falando como um pai arrependido por ter repreendido seu filho por uma desobediência. Mas isso precisava ser feito.
Foi dolorido ao filho, Efraim, ou Israel (Oseias utiliza o nome de uma das tribos para representar o Reino do Norte), e também foi dolorido a DEUS. Qual é o pai, ou a mãe, normais, que apreciam castigar os filhos? O que os pais desejam é terem filhos obedientes para que possam sempre dar-lhes bons presentes. Querem ver os filhos felizes.
Parece que DEUS estava chorando nesse trecho da Bíblia. Ele dizia consternado, triste, que Seu coração estava comovido, e Se sentia compassivo com Seu povo. Prometeu que não iria mais destruir Efraim.

Na verdade, DEUS amava aquele povo que correspondia com rebeldia. Não querendo perder o povo para a idolatria, DEUS Se via obrigado a recorrer à repreensão, por vezes muito dolorosa, como permitir que uma nação inimiga viesse e destruísse tudo. Isso doía mais em DEUS que em Seu povo, assim como dói aos pais repreender seus filhos. É tanta a dor nos pais que muitos deles deixam de disciplinar, e por essa via, perdem seus filhos para o mundo. Pior ainda, não acha? Como é difícil ser DEUS quando existe o pecado!

Nesse trecho fica bem claro: DEUS não quer castigar Seu povo. Ele não quer castigar nenhum ser humano, são todos Seus filhos, são todos descendentes de Adão e Eva. Mas muitas vezes nós caminhamos tão distantes de DEUS, que se Ele não fizer nada, nos separamos definitivamente dEle. São as astutas atrações mundanas que criam esta situação. Atrações que em geral nem percebemos, e que amamos como se fossem normais, como se DEUS não Se importasse com elas. Mas por causa dessas coisas JESUS sofreu em nosso lugar, na cruz. Qual pai ou mãe chegam a tanto? De dar sua vida por seus filhos? Isso a nós, humanos, nem é possível. Um pai ou mãe pode se doar em parte a seu filho, doando um órgão por exemplo. Mas morrer pelo filho não é solução. Assim mesmo, há pais que, na tentativa de salvar um filho amado, morrem enfrentando situações dramáticas, como o fogo. Mas daí em diante, o filho fica sem a proteção para a próxima necessidade.

Como esse assunto nos deveria atrair os pensamentos, para refletirmos, e entendermos quão grande é o amor de DEUS por nós! “Deus ama Seus filhos, e quer vê-los vencer o desânimo com que Satanás os oprime. Não deis lugar à incredulidade. Não aumenteis as vossas dificuldades. Lembrai-vos do amor e da fortaleza demonstrados por Deus em tempos passados” (Minha Consagração Hoje, MM, 1989, 1953. p. 12).

5. Quinta: Curado, amado e sustentado

Há uma diferença de percepção sobre a divindade do Velho Testamento em relação ao Novo Testamento. Embora isso não seja verdadeiro, essa diferença é bem acentuada. As pessoas imaginam que a Bíblia do Velho Testamento se refere a DEUS Pai, e a do Novo Testamento se refere a JESUS CRISTO, o Filho. O Pai lhes parece severo, implacável, vingador e sempre atento para ver onde alguém errava. Já no Novo Testamento JESUS parece um perdoador, amável, que vai atrás dos pecadores, desejoso de salvar a todos. Parece que o Pai e o Filho não possuem a mesma natureza.

Na Idade Média, quando se sobressaía o poder da Igreja Católica, DEUS era visto como aquele que facilmente mandava para o inferno, e por isso precisavam da intercessão de Maria para libertar as pessoas desse lugar.
Imagine um fogo eterno onde almas desencarnadas estivessem sofrendo ininterruptamente. Quantas missas eram pagas para tentar libertar os mortos desse lugar. Esse era o DEUS do Antigo Testamento, ou melhor, assim era visto e ensinado.

Mas tal ensinamento sobre DEUS está totalmente errado. Não há diferença alguma entre o trato de DEUS no Velho em relação ao Novo Testamento. Desde aquele dia quando Adão e Eva caíram, DEUS sempre foi o mesmo, indo atrás dos pecadores para os livrar de sua condição. Aliás, sempre foi JESUS, o Criador, depois também Salvador, que Se manifestava no Velho Testamento, e foi Ele quem veio morrer por nós. Ele sempre foi o mesmo, nunca mudou. E desde o princípio do pecado, sempre foram os pecadores que teimavam em permanecer afastados de DEUS. Foi assim no Velho Testamento como ainda está sendo no Novo Testamento. E em todos os tempos, DEUS sempre amou Seus filhos, toda a criatura humana, e usou de castigos para alertar de sua condição, que seria ruim para eles mesmos. Convenhamos, todos nós necessitamos de algum castigo de vez em quando para nos alertar da situação em que nos metemos.

Vamos a alguns exemplos da bondade de DEUS no Antigo Testamento. Com Adão e Eva foi o início de como DEUS trataria a questão do pecado. Naquele dia houve o anúncio de guerra entre DEUS e satanás, o anúncio da cruz no futuro, para libertação da raça que se tornou pecadora.

Caim foi amaldiçoado porque matou seu irmão. Pudera, ele estava muito bem informado sobre o que fez. DEUS mesmo disse a ele que praticara em pleno conhecimento de que fazia algo errado. A terra se vingaria dele. Algo assim, pense bem, DEUS deveria deixar passar sem fazer nada? Mesmo assim, Caim se casou e teve filhos e filhas, teve descendentes, e todos eles tiveram oportunidades sem fim para serem fiéis a DEUS. Aliás, tais oportunidades jamais faltaram ao longo da história.

Depois ocorreu a história do Dilúvio. Aqui DEUS parece bem severo, afinal, matou todas as criaturas terrestres, menos oito pessoas e os animais que foram postos na arca. Mas nunca esqueçamos os 120 anos de tempo dados para que se arrependessem, enquanto Noé construía a arca. Esse foi o tempo de vida máximo que os seres humanos viveriam depois da inundação. Porque tanto tempo para construir uma arca? Era a arca sendo levantada para mostrar o que viria, que a pregação de Noé era fiel. Se fosse alguma bobeira, Noé não conseguiria manter a determinação de construir uma arca durante tanto tempo. O que eles fizeram? Zombaram de Noé dizendo: jamais choveu, jamais choverá.

Assim a história foi se desenrolando, em todas as ocasiões DEUS buscando corrigir, nunca buscando destruir. O caso de Sodoma e Gomorra (e mais outras duas cidades) foi outra situação radical. Essas pessoas passaram o limite do tolerável. Tiveram que ser destruídas. Se não fossem, a humanidade certamente se teria deteriorado além do suportável, pela própria humanidade. Imagine hoje, se no mundo houvesse uma cidade onde todos se tornassem depravados, usando drogas todos os dias, roubando todos os dias, e matando sem misericórdia. Nenhuma pessoa decente ali. Como seria isso? Pois já estamos outra vez chegando nessa situação. As leis estão favorecendo o erro e desmotivando o que é reto. Essas cidades tiveram que ser destruídas antes dos outros cananeus, mas DEUS teve misericórdia com Nínive, nos tempos de Jonas, porque a partir de seu rei, todos se arrependeram.

Todas as vezes em que DEUS interviu com poder destruidor, analise-se os casos, a maldade chegara a tal ponto que para estes não havia mais futuro, nem eles jamais se arrependeriam.Hoje já estamos muito próximos desse ponto, e a última pregação sobre o mundo separará os que ainda se arrependem dos cauterizados, e assim se formarão os últimos dois grupos.

Seja no Velho Testamento, seja no Novo Testamento, a ênfase de DEUS, sempre, antes de castigar, é no arrependimento para o perdão e salvação.

6. Sexta-feira - Aplicação do estudo   dia da preparação para o santo sábado:

DEUS não muda, Ele sempre foi o mesmo. DEUS sempre enfatizou no perdão para a salvação.
No Velho Testamento DEUS Se comunicava com as pessoas por meio de profetas; no Novo Testamento Ele Se comunica por meio da Bíblia, o livro mais vendido, que nenhum outro consegue superar.
A Bíblia fez e faz uma grande diferença para os povos. Mesmo atualmente, dela vem princípios de respeito à vida por exemplo, que no antigo paganismo nem se cogitava. Dela vem respeito para com a mulher, as crianças e os idosos, dela vem a ética do bom relacionamento, que muitos têm como valores essenciais.
E isso tudo vem de DEUS, plantado nos tempos do Velho Testamento. “Coisa alguma atinge tão plenamente aos mais íntimos motivos de conduta, como o sentimento do amor perdoador de Cristo.
Temos de pôr-nos em contato com Deus, então seremos possuídos de Seu Espírito Santo, que nos habilita a pôr-nos em contato com nossos semelhantes. Regozijai-vos, pois, de que, por meio de Cristo, vos tenhais ligado a Deus, vos tenhais tornado membros da família celestial.
Enquanto puserdes os olhos para além de vós mesmos, haveis de experimentar contínuo sentimento da fraqueza da humanidade. Quanto menos acariciardes o próprio eu, tanto mais distinta e ampla se tornará vossa compreensão da excelência de vosso Salvador.
Quanto mais intimamente vos relacionardes com a fonte da luz e do poder, tanto mais abundante a luz que sobre vós incidirá, e maior o poder com que haveis de trabalhar para Deus. Regozijai-vos de ser um com Deus, um com Cristo, e com toda a família do Céu” (O Desejado de Todas as Nações, 493 e 494).


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